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CENTRO UNIVERSITÁRIO DO NORTE – UNINORTE / SER EDUCACIONAL LARISSA ARAÚJO CANAVARRO NUTRIÇÃO NO ADULTO E IDOSO MANAUS - AM 2023 CENTRO UNIVERSITÁRIO DO NORTE – UNINORTE / SER EDUCACIONAL LARISSA ARAÚJO CANAVARRO NUTRIÇÃO NO ADULTO E IDOSO Trabalho apresentado como requisito para obtenção de nota da disciplina Nutrição no Adulto e Idoso do Centro Universitário do Norte. Professora: Lívia Araújo Queiroz de Alencar. MANAUS - AM 2023 SUMÁRIO INTRODUÇÃO ......................................................................................................................... 4 2. EPIDEMIOLOGIA E ALTERAÇÕES FISIOLÓGICAS NO ENVELHECIMENTO ..... 6 3. FISIOPATOLOGIA E DIETOTERAPIA DAS DOENÇAS DA BOCA, ESÔFAGO E ESTÔMAGO ............................................................................................................................. 6 3.1 Dietoterapia das doenças da boca, esôfago e estômago ......................................... 8 4.FISIOPATOLOGIA E DIETOTERAPIA NAS DOENÇAS DA VESÍCULA BILIAR E DO PÂNCREAS ....................................................................................................................... 8 4.1 Dietoterapia doenças do pâncreas ............................................................................... 10 5. FISIOPATOLOGIA E DIETOTERAPIA NAS DOENÇAS HEPÁTICAS .................... 11 5.1 Dietoterapia nas doenças hepáticas ............................................................................ 12 6. FISIOPATOLOGIA E DIETOTERAPIA NAS DOENÇAS INTESTINAIS ................. 12 6.1 Dietoterapia doenças intestinais ................................................................................... 13 7 . Doenças cardiovasculares....................................................................................14 7.1 Dietoterapia doenças cardiovasculares ....................................................................... 15 8. DIABETES MELITO ..............................................................................................15 8.1 Dietoterapia no diabetes melito .................................................................................... 16 9.FISIOPATOLOGIA E DIETOTERAPIA NA OBESIDADE E SÍNDROME METABÓLICA .......................................................................................................... .17 9.1 Dietoterapia sindorme metabolica........................................................................17 10. FISIOPATOLOGIA E DIETOTERAPIA NA CIRURGIA BARIÁTRICA E METABÓLICA.............................................................................................................18 10.1 Dietoterapia na cirurgia bariátrica e metabólica19Tabela 2: Tratamento nutricional em cirurgia bariátrica e metabólica .................................................................. 19 11. FISIOPATOLOGIA E DIETOTERAPIA NA INFECÇÃO HIV E SIDA ..................... 20 11.1 Dietoterapia na infecção HIV e SIDA ......................................................................... 21 12. FISIOPATOLOGIA E DIETOTERAPIA NAS SÍNDROMES GERIÁTRICAS: DEMÊNCIA E DEPRESSÃO ............................................................................................... 22 12.1 Dietoterapia nas síndromes geriátricas: demência e depressão .......................... 22 13. FISIOPATOLOGIA E DIETOTERAPIA DAS DOENÇAS NEURODEGENERATIVAS: PARKINSON E ALZHEIMER ............................................ 23 13.1 Dietoterapia das doenças neurodegenerativas: Parkinson e Alzheimer ............. 24 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................. 25 REFERÊNCIAS ...................................................................................................................... 26 4 INTRODUÇÃO O aumento da população idosa é uma realidade que exige mudança de paradigmas e estratégias políticas, econômicas e sociais, para que os idosos tenham uma expectativa de vida saudável com a minimização das incapacidades físicas ou necessidades de cuidados especiais (SOUZA et al., 2016). Algumas medidas são fundamentais para garantir a longevidade, e uma delas é uma alimentação saudável, pois, com a alimentação pode-se prevenir diversas doenças como a osteoporose e até mesmo a depressão. Conforme Lima et al (2017), a alimentação com um acompanhamento profissional especializado ganha um papel de destaque no processo de envelhecimento, tanto na promoção da qualidade de vida quanto na prevenção de doenças crônicas não-transmissíveis. Conforme Ministério da Saúde, com o passar do tempo, o corpo vai se modificando tanto externamente quanto internamente. Nesta fase da vida, deve-se buscar hábitos que contribuam para uma vida com mais qualidade e mais longeva. Logo, a escolha saudável de alimentação torna-se essencial, pois uma dieta balanceada é parte importante da manutenção da saúde, pois ajuda a manter um peso saudável e a energia, além de fornecer nutrientes fundamentais, reduz o risco de doenças crônicas, como cardiopatias e diabetes (BRASIL, 2016). De acordo com Tavares et al (2017), os idosos percebem o envelhecimento saudável como a adoção de hábitos e comportamentos inerentes ao estilo de vida, com destaque para a alimentação saudável, logo, esses hábitos considerados bons são fatores de proteção e auxiliam no controle de doenças crônicas não transmissíveis. Os efeitos de hábitos ruins aos idosos afeta no seu estado geral de saúde e nas maiores prevalências de morbidades, identificar os padrões alimentares e monitorar a magnitude de suas mudanças torna-se indispensável. Estudos desta natureza podem contribuir para o planejamento de políticas e ações na área de alimentação e nutrição, além de colaborar com a promoção do envelhecimento ativo e saudável, atendendo a uma das diretrizes da Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa (PEREIRA et al., 2020). 5 Para Marcon (2019), dentro os problemas gerados pela má alimentação da população idosa, um dos mais devastadores é a desnutrição, que nada mais é do que o desequilíbrio entre a ingestão de nutrientes e as necessidades nutricionais de cada indivíduo, o que acarreta em deficiências específicas como falta de vitaminas e minerais. Diante a essa problemática: Quais as consequências de uma má alimentação para o processo de envelhecimento? O estudo tem o objetivo de apresentar os fatores de risco de uma má alimentação para os idosos. Contudo, levantou-se os objetivos específicos como; apresentar a alterações fisiológicas no envelhecimento, e citar a dietoterapia para cada órgão afetado. Justifica-se a elaboração do trabalho, pela importância de aprimorar conhecimentos sobre padrões alimentares na busca da longevidade, e como essa alimentação contribuiu para uma qualidade de vida na terceira idade, torna-se relevante tanto para comunidade acadêmica quanto para sociedade de modo geral, uma vez que conhecer novos métodos de prevenção de doenças através da alimentação é essencial para o profissional de nutrição. O profissional de nutrição é um orientador de suma importância para saúde do idoso, pois esse profissional instrui na adoção de hábitos alimentares saudáveis, agindo como forma de prevenção e controle de patologias causadas por falta de uma alimentação adequada, como hipertensão arterial, diabetes, osteoporose entre outras (AIRES et al., 2019). As orientações de um profissional de nutrição contribuem par a importância de uma alimentação adequada e dieta equilibrada em carboidratos, proteínas e gorduras para os idosos, pois o atendimento das necessidades de vitaminas e minerais é também essencial, pois esses nutrientes atuam como reguladores dediversas funções no organismo, agindo como antioxidantes, retardando efeitos do envelhecimento e o aparecimento de doenças (PASSOS et al., 2020). 6 2. EPIDEMIOLOGIA E ALTERAÇÕES FISIOLÓGICAS NO ENVELHECIMENTO O aumento da população idosa é uma realidade que exige mudança de paradigmas e estratégias políticas, econômicas e sociais, para que os idosos tenham uma expectativa de vida saudável com a minimização das incapacidades físicas ou necessidades de cuidados especiais (SOUZA et al., 2016). De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS) é considerável o aumento de indivíduos com mais de 60 anos de idade nas próximas décadas, considerada uma tendência até o ano de 2025 haja mais de 800 milhões de pessoas com idade superior a 65 anos em todo mundo.(DAMO et al., 2018). O envelhecimento individual é caracterizado por várias mudanças, incluindo os aspectos fisiológicos. Essas mudanças que envolvem o envelhecimento no plano biológico estão associadas com a acumulação de danos moleculares e celulares que maximizam fatores de risco em relação a doenças e afetam a capacidade corporal dos idosos (ROMERO, 2022). De acordo com Santos et. al, (2018) com o processo de envelhecimento, as reservas fisiológicas são diminuídas, o idoso tem uma maior propensão para desenvolver doenças crônicas, que acaba contribuindo para o declínio da fragilidade. Alguns exemplos importantes são as doenças cardiovasculares, tais como a insuficiência cardíaca, a hipertensão, e doenças neurológicas como o mal de Parkinson e o derrame. As alterações fisiológicas no idoso geralmente são apresentadas por lentidão do pulso, do ritmo respiratório, da digestão e assimilação dos alimentos. Entretanto, o próprio idoso sente essas alterações (OTTONI, 2020). 3. FISIOPATOLOGIA E DIETOTERAPIA DAS DOENÇAS DA BOCA, ESÔFAGO E ESTÔMAGO Como o sistema digestivo tem uma grande quantidade de reserva em si, o envelhecimento tem um efeito relativamente pequeno sobre sua função em comparação com seus efeitos sobre outros sistemas de órgãos. No entanto, o envelhecimento é um fator em vários distúrbios do sistema digestivo (BRASIL, 2022). 7 Em relação a doenças da boca, alguns estudos apontam que, na fase do envelhecimento, reduz do olfato e do paladar, sendo mais propicio ao doce, salgado e unami, com redução das papilas gustativas (em especial em algumas regiões da boca, como a epiglote). Aproximadamente 50% da população acima de 65 anos de idade e 75% das pessoas acima de 80 anos de idade têm olfato prejudicado. Há, também, a redução, em proporção variável, da secreção salivar, que pode também interferir no processo do paladar e da digestão dos alimentos. Estas alterações são responsáveis, de uma maneira geral, pelo decréscimo da ingestão de cerca de 100 quilocalorias por dia, dos 20 aos 80 anos. Outras alterações não relacionadas diretamente ao envelhecimento, como alterações da dentição, gengivites, próteses dentárias inadequadas, lesões da mucosa oral e outras podem afetar mais significativamente a ingestão de alimentos e a integridade dos processos orais que o próprio envelhecimento. Já o Esôfago, no processo de envelhecimento, a força das contrações esofágicas e a tensão no esfíncter superior do esôfago diminuem (o que é denominado presbiesôfago), mas o movimento dos alimentos não é prejudicado por essas alterações. Contudo, alguns adultos com mais idade podem ser afetados por doenças que interferem nas contrações esofágicas (BRASIL, 2022). No Estômago, a capacidade do revestimento do estômago de resistir a lesões diminui, o que, por sua vez, pode aumentar o risco de ter úlcera péptica, especialmente em pessoas que usam aspirina e outros medicamentos anti- inflamatórios não esteroides (AINEs). Além disso, conforme a idade avança, o estômago não consegue acomodar a mesma quantidade de alimentos (por causa da redução da elasticidade) e a velocidade na qual o estômago se esvazia e transporta os alimentos para o intestino delgado diminui. No entanto, essas alterações normalmente não produzem quaisquer sintomas notáveis. O envelhecimento tem pouco efeito sobre a secreção dos sucos gástricos como, por exemplo, ácido e pepsina, mas problemas médicos que diminuem a secreção de ácido como, por exemplo, a gastrite atrófica, se tornam mais comuns. Esses quadros clínicos podem vir a causar problemas futuros, tais como deficiência de vitamina B12 ou supercrescimento bacteriano no intestino delgado. O alimento é essencial para a nutrição e hidratação do ser humano, e o processo de passagem do alimento da boca até o estômago é chamado de https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/dist%C3%BArbios-digestivos/biologia-do-sistema-digestivo/garganta-e-es%C3%B4fago https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/dist%C3%BArbios-digestivos/biologia-do-sistema-digestivo/garganta-e-es%C3%B4fago https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/dist%C3%BArbios-digestivos/gastrite-e-%C3%BAlcera-p%C3%A9ptica/%C3%BAlcera-p%C3%A9ptica https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/dist%C3%BArbios-digestivos/biologia-do-sistema-digestivo/est%C3%B4mago https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/dist%C3%BArbios-digestivos/gastrite-e-%C3%BAlcera-p%C3%A9ptica/gastrite#v753721_pt https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/dist%C3%BArbios-nutricionais/vitaminas/defici%C3%AAncia-de-vitamina-b12 https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/dist%C3%BArbios-nutricionais/vitaminas/defici%C3%AAncia-de-vitamina-b12 https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/dist%C3%BArbios-digestivos/m%C3%A1-absor%C3%A7%C3%A3o/supercrescimento-bacteriano-no-intestino-delgado-scbid 8 deglutição. É considerado um recurso neuromuscular complexo que abrange vários aspectos e inclui estruturas relacionadas à cavidade oral, laringe, faringe e esôfago. 3.1 Dietoterapia das doenças da boca, esôfago e estômago A disfagia, caracterizada por um distúrbio no processo de deglutição, é um sintoma da doença de base. Nutrição Enteral (NE) RDC/63 De acordo com a ANVISA, alimentos destinados a uma finalidade especial, a entrega de nutrientes são controlados, isolados ou combinados, com composição definida ou estimada, especialmente preparados e desenvolvidos para uso por meio de sondas ou por via oral, industrialmente ou não, utilizados exclusiva ou parcialmente para substituir ou complementar a nutrição oral em pacientes desnutridos ou não, para complementar ou manter as necessidades nutricionais domiciliares, hospitalares em ambientes domésticos, tecidos, órgãos ou sistemas. A nutrição enteral é indicada quando o paciente não consegue deglutir os alimentos, mas o trato digestivo consegue absorver os nutrientes. A nutrição enteral pode ser administrada através de um tubo inserido pela narina até o estômago (sonda nasogástrica-SNG) ou no intestino delgado (sonda nasoentérica-SNE). 4.FISIOPATOLOGIA E DIETOTERAPIA NAS DOENÇAS DA VESÍCULA BILIAR E DO PÂNCREAS À medida que o fígado envelhece, ocorrem várias alterações estruturais e microscópicas. Um exemplo designa a cor do fígado altera-se, passando de castanho-claro a castanho-escuro. Seu tamanho e fluxo sanguíneo diminuem. Contudo, os resultados dos testes de função hepática geralmente permanecem normais (BRASIL, 2021). A doença de vesícula biliar é denominada colecistite, doença muito comum na fase do envelhecimento, que aparece com cálculos. A colicistite é o processo inflamatório da vesícula biliar em geral devido à obstrução das vias biliares por cálculo (BRASIL, 2021). A ocorrência de cálculos nas vias biliares (coledocolitíase) é cerca de duas vezes maior em pessoas com mais de 70 anos, principalmente mulheres. Relaciona- se com a obesidade, com a dieta e tem componente familiar. A crise aguda https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/doen%C3%A7as-hep%C3%A1ticas-e-da-ves%C3%ADcula-biliar/diagn%C3%B3stico-dos-dist%C3%BArbios-do-f%C3%ADgado,-da-ves%C3%ADcula-biliar-e-das-vias-biliares/exames-de-sangue-do-f%C3%ADgadojavascript:GetDef('18272') javascript:GetDef('18272') javascript:GetDef('17868') 9 de colecistite é a moléstia abdominal aguda mais freqüente no idoso, sendo que o seu tratamento caracteriza-se como a intervenção cirúrgica abdominal mais comum na fase do envelhecimento. A figura 1 mostra a fisiologia da vesícula biliar e do pâncreas. As principais doenças do pâncreas no envelhecimento são a pancreatite e o câncer. Porém, tais doenças estão relacionadas ao diabetes. Sua avaliação é feita através de exames laboratoriais (amilase) e pela tomografia computadorizada e pela ressonância nuclear magnética (BRASIL, 2022). A pancreatite é a inflamação do pâncreas. Em geral está relacionada ao alcoolismo e a doenças de vias biliares e pode também ocorrer devido ao uso de determinados medicamentos, como diuréticos. Na forma aguda pode ter evolução grave, levando ao estado de choque e à morte. Na forma crônica o quadro é benigno (BRASIL, 2021). Figura 1: fisiologia da vesícula biliar e do pâncreas. Fonte: BRASIL (2021). O impacto da má alimentação traz resultados negativos em relação a alimentação dos idosos, devido ingestões de carboidratos simples e baixo consumo de alimentos protetores, logo, a má alimentação pode prejudicar a saúde do idoso. Pois com a idade, torna-se mais difícil para o pâncreas produzir insulina, então javascript:GetDef('17895') javascript:GetDef('18171') javascript:GetDef('18172') javascript:GetDef('18172') javascript:GetDef('18066') javascript:GetDef('18222') 10 qualquer incompatibilidade pode aumentar o açúcar no sangue e levar ao diabetes (OTONNI, 2020). 4.1 Dietoterapia doenças do pâncreas Pancreatite leve até alívio dos sintomas. Jejum alimentar, hidratação, analgesia Fluidos e eletrólitos: repostos via parenteral e logo após admissão; quando cessar dor, náuseas e VO: iniciada tão logo for possível vômitos; enzimas séricas baixarem e houver melhora das complicações; geralmente entre 24 e 48 horas pós admissão hospitalar Introdução clássica: dieta líquida com AA e gorduras na forma elementar ou semi-elementar e TCM (dieta com baixo resíduo); Gradualmente (3 a 4 dias): dieta leve, rica em CHO, com moderado/baixo teor em gordura (< preferência30% VET) gordura vegetal. Tratamento Pancreatite Leve: • Monitorar sintomas; • Fracionamento: 6 refeições pequenas/dia, conforme tolerância do Progressiva evolução na consistência, paciente; • Progredir gradualmente aporte calórico: 160 - 640 kcal/ refeição mais da metade deve corresponder a carboidratos; • Evitar estímulo aumentado para a secreção de enzimas pancreáticas (por isso o apoio maior em carboidratos) evitar estimulação; • Jejum VO • Repouso pancreático aumento • Estado hipermetabólico e catabólico (80% casos) preservar o estado nutricional, no aporte de PTN e calorias; • Recomendação de energia: 25 – 35kcal/kg peso ideal/dia; • 1,2-1,5g/Kg/dia. Recomendação de PTN para BN positivo; • NE precoce (bomba de infusão): melhora curso da doença, diminui complicações infecciosas; Evitar jejum subnutrição catabolismo proteico > 7 dias piora prognóstico da doença (MEIER et al., 2006). 11 5. FISIOPATOLOGIA E DIETOTERAPIA NAS DOENÇAS HEPÁTICAS Doença hepática gordurosa não alcoólica (DHGNA) é caracterizada pelo acúmulo de gordura nas células do fígado na ausência de consumo de álcool. Contém esteatose, se houver apenas infiltração gordurosa e esteatohepatite, que pode estar associada a fibrose e progressão cirrose e carcinoma hepatocelular. DHGNA é frequentemente associada à obesidade, hiperinsulinemia, resistência periférica à insulina, diabetes, dislipidemia, hipertensão, desnutrição proteína, derivação jejunoileal, nutrição parenteral total e uso de drogas hepatotóxicas (PORTELA et al., 2013). Figura 2: Fígado Normal e Fígado com cirrose Fonte: PORTELA et al., 2013). Atualmente é considerado o componente hepático da síndrome metabólica e é a doença hepática mais comum no país países industrializados. Junto com o crescimento populacional algumas doenças crônicas são comuns, representa um problema de saúde pública. Nos idosos, a diminuição gradual da eficiência do organismo que acompanha o envelhecimento promove o desenvolvimento síndrome metabólica. Este fato merece preocupação, devido ao crescente envelhecimento da população mundial (CRUZ, 2005). 12 5.1 Dietoterapia nas doenças hepáticas • Restrição energética para perda de peso gradual (10% em 6 menos 500 a 1000 Kcal/dia; • (meses ou 1kg por semana) –Eficácia: perda de 5 a 10% do peso inicial. • Usar alimentos comCHO: 40 - 45% VET • IG, mais fibra solúvel, mais grãos integrais; PTN: 15 - 20% VET; diminuir saturados e aumentar mono e Gordura: 35 - 40% VET poliinsaturados; • Antioxidantes: beta-caroteno, vitamina C e E (?) 6. FISIOPATOLOGIA E DIETOTERAPIA NAS DOENÇAS INTESTINAIS Com o envelhecimento, os distúrbios gastrintestinais passaram a repre- sentar a 3a causa mais comum das consultas na sociedade ocidental. Existem poucas mudanças dentro do trato gastrintestinal que inevitavelmente ocorrem como parte do envelhecimento. No entanto, com o aumento da idade, a incidência de doença gastrintestinal benigna (doença do refluxo gastresofágico, úlcera péptica, gastrite atrófica, diminuição da produção de secreção pancreática (BRASIL, 2021). As Doenças Intestinais inflamatórias se caracterizam por um processo inflamatório crônico, destrutivo, de causa parcialmente conhecida, que acomete o trato gastrintestinal. Por serem doenças que acometem o trato gastrintestinal, funções como a digestão dos alimentos e a absorção dos nutrientes podem ser afetadas, além do trânsito intestinal. Do ponto de vista fisiopatológico, diarréia significa um aumento no teor de água eliminada com as fezes no período de 24 horas, independentemente do número diário de evacuações. Os idosos com faixa etária acima de 65 anos não só estão sujeitos à quase totalidade das causas que promovem alterações no comportamento intestinal observado em jovens, como acrescentam algumas outras etiologias próprias, relacionadas à idade. É difícil precisar sua prevalência, pois muitos doentes não procuram assistência médica, em razão de sintomas toleráveis que não interferem com sua qualidade de vida ou ainda porque tentam solucioná-los com medicamentos e/ou dietas, decididos por sua vontade ou sugestão leiga ( Alguns mecanismos fisiopatológicos estão envolvidos no desencadeamento de diarréias, as quais podem se manifestar de forma contínua ou intermitente. 13 • Osmótica. Presença, na luz intestinal, de substâncias que, pelo seu poder osmótico, impedem a absorção de água e eletrólitos ou até favoreçam seu retorno do meio interno para o lúmen. • Secretora. Aumento na secreção de íons e de água para o lúmen intestinal. • Exsudativa. Aumento na secreção de muco e material proteico para o lúmen intestinal. • Motora. Por hiper ou hipomotilidade intestinal. A constipação intestinal é uma condição clínica complexa, multifatorial e influenciada por fatores psicossociais, culturais, dieta e estilo de vida. É classificada em primária (funcional) ou secundária e, neste caso, pode estar associada a doenças intestinais, endócrinas, metabólicas, neurológicas e ao uso de medicamentos constipantes. Ocorre predominantemente no sexo feminino e acomete todas as faixas etárias, aumentando a prevalência, de maneira significativa, após os 65 anos de idade (CAMILLERI, 2017). Com o aumento da expectativa de vida da população mundial, o diagnóstico de constipação intestinal tem sido cada vez mais frequente nos ambulatórios de gastroenterologia e coloproctologia (DE GIORGIO, 2015). A maior prevalência nos indivíduos idosos relaciona-se certamente a diversos destes fatores, como a menor ingestão alimentar (fibras e líquidos), reduçãoda mobilidade, fraqueza da musculatura abdominal e pélvica, além de uma possível disfunção sensório- motora retoanal, outras doenças associadas e uso de vários medicamentos (CAMILLERI, 2017). A incidência e a prevalência da doença inflamatória intestinal (DII) vêm apresentando uma curva ascendente e, considerando a população idosa, os nú- meros podem aumentar mais no futuro. A apresentação clínica e a história na- tural da doença diagnosticada no idoso têm muitas semelhanças com aquelas exibidas na população jovem, mas importantes diferenças devem ser motivo de especial atenção, como é o caso do diagnóstico diferencial (KEDIA, 2018). 6.1 Dietoterapia doenças intestinais A terapia nutricional desempenha um papel fundamental na recuperação de pacientes com DII. Após a realização da triagem nutricional e logo após a 14 implementação das recomendações nutricionais correspondentes às necessidades e gravidade de cada paciente, o objetivo é restaurar e/ou manter o estado nutricional, minimizar os sintomas da doença, garantir a quantidade necessária de nutrientes, garantir o desenvolvimento. em crianças e promover a remissão patológica (CARUSO, 2019). O consumo ideal de fibras para idosos acima de 50 anos é: homens: mínimo de 30g ao dia mulher: mínimo de 21g ao dia. 7. FISIOPATOLOGIA E DIETOTERAPIA NAS DOENÇAS CARDIOVASCULARES Segundo o Ministério da Saúde, mais de 300.000 pessoas morrem de doenças cardíacas no Brasil todos os anos. Esse problema pode afetar pessoas de qualquer idade, mas os riscos são muito maiores na fase do envelhecimento. Várias doenças que ocorre em idosos estão intimamente relacionadas a problemas nutricionais ou alimentares, tais como: alterações nos níveis colesterol e triglicerídeos, obesidade, diabetes, hipertensão, doenças cardiovasculares e outras. Este quadro é visível perfil de saúde da população brasileira, caracterizado pela prevalência de doenças crônicas, responsáveis por 70% das mortes no país (FUZARO, 2016). As doenças cardiovasculares são um grupo de doenças do coração e dos vasos sanguíneos e incluem: • Doença coronariana – doença dos vasos sanguíneos que irrigam o músculo cardíaco; • Doença cerebrovascular – doença dos vasos sanguíneos que irrigam o cérebro; • Doença arterial periférica – doença dos vasos sanguíneos que irrigam os membros superiores e inferiores; • Doença cardíaca reumática – danos no músculo do coração e válvulas cardíacas devido à febre reumática, causada por bactérias estreptocócicas; 15 • Cardiopatia congênita – malformações na estrutura do coração existentes desde o momento do nascimento; • Trombose venosa profunda e embolia pulmonar – coágulos sanguíneos nas veias das pernas, que podem se desalojar e se mover para o coração e pulmões. Os mais importantes fatores de risco comportamentais, tanto para doenças cardíacas quanto para AVCs, são dietas inadequadas, sedentarismo, uso de tabaco e uso nocivo do álcool. Os efeitos dos fatores comportamentais de risco podem se manifestar em indivíduos por meio de pressão arterial elevada, glicemia alta, hiperlipidemia, sobrepeso e obesidade (OPS, 2023). A má nutrição pode contribuir para a elevação da pressão arterial, elevação do colesterol de baixa densidade e diminuição do colesterol de alta densidade em idosos, e tais fatores pode ter associação à obesidade e ao sedentarismo (CINTRA et al., 2020). A ingestão de sódio ao idoso tem acarretado ao nível de Hipertensão Arterial, muitos idosos não tem acompanhamento com um profissional, e não compreendem que o consumo de alimentos industrializados contém alto índice de sódio (PASSOS et al., 2021). 7.1 Dietoterapia doenças cardiovasculares Cálcio, zinco, ferro, vitamina D, potássio, ômega 3 e vitaminas do complexo B são nutrientes que não podem faltar na alimentação do idoso. De acordo com as particularidades de cada um, a quantidade de calorias e a distribuição dos alimentos variam para garantir a manutenção e o fortalecimento de ossos e músculos. 8. Fisiopatologia e dietoterapia no diabetes melito Algumas patologias podem surgir com o passar do tempo devido a má alimentação, pode causar o desenvolvimento de doença coronariana, hipertensão, diabetes, obesidade e câncer de colón (AIRES et al., 2019). 16 O Diabetes mellitus é uma síndrome do metabolismo defeituoso de carboidratos, lipídios e proteínas e pode ocorrer de duas formas: falta de produção ou falha na utilização da insulina. A falta de produção ocorre geralmente por um processo autoimune onde o organismo não reconhece as células beta do pâncreas, secretoras de insulina. A destruição das células beta leva o organismo à incapacidade total ou quase total de produzir o hormônio, sendo o paciente obrigado a fazer uso de insulina sintética. Esta é a forma conhecida como diabetes tipo 1 ou insulinodependente. Normalmente se manifesta durante a adolescência, porém pode surgir em qualquer idade após um distúrbio que cause a destruição das células beta. (GUYTON, 2011). O diabético idoso, caracteristicamente, apresenta resposta inadequada e retardada na secreção de insulina ao estímulo glicêmico. Por esta razão, a dieta deve ser fracionada, durante o dia, em cinco a seis pequenas refeições em intervalos regulares, permitindo que o incremento glicêmico seja suficiente para estimular a secreção pancreática de insulina, sem que haja picos glicêmicos importantes (BRASIL, 2000). 8.1 Dietoterapia no diabetes melito O fracionamento da dieta tem sido considerado como o ponto chave no controle glicêmico em diabéticos idosos e em casos de intolerância à glicose, muito comum nesta faixa etária. A ingestão de pequenas porções torna mais fácil o trabalho digestivo, ao contrário das grandes refeições. Alguns hábitos alimentares comuns entre idosos, como substituição de refeições equilibradas por lanches, principalmente no jantar, podem ser responsáveis por desequilíbrio nutricional e descontrole metabólico. Além disto, os tabus alimentares podem impedir que o idoso tenha uma boa demanda de nutrientes e uma alimentação equilibrada. É importante que o profissional desmistifique estes conceitos, através de educação alimentar, sem que haja alterações drásticas e impositivas. O idoso, como qualquer outro invidíduo que necessite fazer mudanças em sua vida, oporá alguma resistência, mas o trabalho de educação continuada, o vínculo e a credibilidade no profissional facilitarão as transformações necessárias. 17 • Normocalorica ou hipocalórica (redução de 250 – 500 kcal/dia) para os obesos. • 55% a 60% de carboidratos (10% a 15% simples). • 30% de gorduras (igualmente distribuídas entre saturadas, monoinsaturadas e poli-insaturadas). • 10% a 15% de proteínas (0,8 a 1 g/kg/peso, dependendo da função renal). • 300 mg/dia de colesterol. • 14 g de fibras/1.000 kcal. • Suplementação de cálcio , vitamina D , ferro, complexo B etc., quando indicados. • Em idosos com hipertensão arterial, deve-se limitar a ingestão de sal a 6 g. • Aqueles com hipercolesterolemia (colesterol alto): a distribuição de ácidos graxos deve ser < 7% de ácidos graxos saturados; mais de 10% de poli- insaturadas e mais de 10% de monoinsaturadas. • O uso do índice glicêmico e carga glicêmica pode trazer benefícios adicionais (Dieta com Carga glicêmica mais baixa diminui os níveis de glicose durante o dia). • Bebidas alcoólicas, quando permitidas pelo medico, devem ser restritas a um drinque para mulheres e, no máximo, dois para o homem. 9. FISIOPATOLOGIA E DIETOTERAPIA NA OBESIDADE E SÍNDROME METABÓLICA A síndrome metabólica (SM) é uma disfunção fisiológica complexa definida como distúrbios metabólicos que culminam em alto risco cardiovascular para o paciente. Essa síndrome está diretamente relacionada à obesidade e principalmente ao aumento da circunferência abdominal,o que indica um acúmulo central de gordura nos órgãos internos. Também apresenta associação com dislipidemia, hipertensão e resistência à insulina, que nos casos mais graves e não corrigidos pode levar ao diabetes tipo 2 (RAMOS et al., 2015). Tais comorbidades são consideradas na avaliação diagnóstica da síndrome metabólica e devem ser observadas, pelo menos duas delas, com alterações nos níveis de glicose para confirmar definitivamente o diagnóstico (SABOYA et al., 2016). 18 A prevalência mundial da SM é cada vez maior e já corresponde à, aproximadamente, 25% da população adulta. Em relação ao Brasil os índices são ainda maiores e atingem a marca de 30% dos brasileiros na faixa etária entre 19 e 64 anos (RAMIRES et al., 2018). Essa expressiva ocorrência de SM, observada em países subdesenvolvidos e desenvolvidos, se justifica pela adesão ao sedentarismo e às dietas ricas em carboidratos refinados, gorduras e outros alimentos industrializados (PRÉCOMA et al., 2019). 9.1 Dietoterapia na obesidade e síndrome metabólica - pães e massas preparados com pouca gordura ou açúcar; - produtos integrais (fibra alimentar); - arroz integral, pipoca, produtos de panificação, tabule, cevada na sopa e macarrão integral; - Tipos diferentes de hortaliças fornecem diferentes nutrientes; - Limite a gordura adicionada aos vegetais durante o cozimento; - Variedade fruta cítrica por dia; - Carnes magra. 10. FISIOPATOLOGIA E DIETOTERAPIA NA CIRURGIA BARIÁTRICA E METABÓLICA A cirurgia bariátrica é um procedimento indicado para tratar casos de obesidade grave. Ela ficou conhecida como “redução do estômago” porque muda a forma original do órgão e reduz sua capacidade de receber alimentos, dificultando a absorção de um número exagerado de calorias. A obesidade é o excesso de gordura no corpo, em quantidade que provoque prejuízos à saúde. É uma enfermidade com variadas causas, dentre elas: – ingestão excessiva de alimentos; – falta de atividade física; – tendência genética; – problemas hormonais (BRASIL, 2021). 19 Reduzir a gordura corporal de um idoso deliberadamente pode ser tão perigoso quanto a própria doença, uma vez que não se conhecem os efeitos da redução de peso em uma pessoa de idade avançada (BRASIL, 2021). A indicação de cirurgia para tratamento da obesidade em pacientes com 65 anos ou mais permanece controversa. No entanto, à medida que aumenta o número de idosos gravemente obesos, a cirurgia bariátrica tornou-se uma opção de tratamento cada vez mais comum para essa população. Vale ressaltar que a cirurgia bariátrica é um procedimento seguro e que o risco cirúrgico da população idosa diminuiu significativamente na era da cirurgia minimamente invasiva (laparoscópica ou robótica), aproximando-se da população mais jovem (RODRIGUEZ et al., 2022). 10.1 Dietoterapia na cirurgia bariátrica e metabólica Tabela 2: Tratamento nutricional em cirurgia bariátrica e metabólica Fonte: BRASIL (2021). 20 Orientações nutricionais após a introdução de uma dieta sólida • Introduzir gradativamente os alimentos sólidos; • Priorizar a mastigação; • Ingerir alimentos sempre cozidos (evitando alimentos crus); • Limitar a ingestão de pães e massas (aderem ao balão e podem causar halitose); • Ingerir ½ copo de água 30 minutos antes e após as refeições; • Evitar deitar-se após as refeições (aguardar pelo menos 2 horas); • Exercitar-se por 15 a 30 minutos diariamente (caminhadas e exercícios leves). 11. FISIOPATOLOGIA E DIETOTERAPIA NA INFECÇÃO HIV E SIDA O HIV é um vírus causador de uma infecção que ataca as células do sistema imunológico, principalmente os linfócitos T CD4+ (LT-CD4+), ocasionando o seu enfraquecimento. Se a infecção não é tratada pode causar a AIDS (CDC – Centro de Controle e Prevenção de Doenças, 2021). Na AIDS – Síndrome da Imunodeficiência Adquirida, tem-se o aparecimento de Infecções Oportunistas (IO) e neoplasia. As IO mais frequentes são: pneumocistose, neurotoxoplasmose, tuberculose pulmonar atípica ou disseminada, meningite criptocócica e retinite por citomegalovírus. As neoplasias mais comuns são sarcoma de Kaposi (SK), linfoma não Hodgkin e câncer de colo uterino, em mulheres jovens. Nessas situações, a contagem de LT-CD4+ situa-se abaixo de 200 cels/mm3, na maioria das vezes. Além das infecções e das manifestações não infecciosas, o HIV pode causar doenças por dano direto a certos órgãos ou por processos inflamatórios, tais como miocardiopatia, nefropatia e neuropatias, que podem estar presentes durante toda a evolução da infecção pelo HIV (BRASIL, 2018). O HIV/AIDS continua sendo um grande problema de saúde pública mundial, com uma carga de mais de 33 milhões de mortes até o momento (OPAS, 2021). No Brasil em 2020, foram diagnosticados 32.701 novos casos de HIV e 29.917 casos de AIDS notificados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação. Foram registrados nesse mesmo ano no Brasil um total de 10.417 óbitos por causa básica 21 AIDS, com uma taxa de mortalidade padronizada de 4,0/100 mil habitantes (BRASIL, 2021). Dados do Boletim Epidemiológico de registro das notificações dos casos de Aids no Brasil indicam que, entre o período de 2000 e 2016, a idade de 60 anos ou mais teve o maior crescimento da taxa de detecção do HIV, tanto em homens quanto em mulheres (BRASIL, 2018). 11.1 Dietoterapia na infecção HIV e SIDA Sabe-se que PVHA ainda apresentam grandes riscos de desnutrição e inanição. Tanto a desnutrição quanto o HIV afetam o sistema imunológico. Quando combinados, os efeitos deletérios são ampliados. As taxas de mortalidade são maiores em PVHA, sendo as manifestações mais comuns de desnutrição a desnutrição energético-proteica, anemia e deficiências de micronutrientes. Por outro lado, as PVHA bem nutrida e com carga viral controlada tem maior probabilidade de resistir aos efeitos da infecção pelo HIV e retardar a progressão da doença (SHARMA et al., 2015). Tabela 2: Necessidades nutricionais para PVHA Fonte: BRASIL (2021). 22 12. FISIOPATOLOGIA E DIETOTERAPIA NAS SÍNDROMES GERIÁTRICAS: DEMÊNCIA E DEPRESSÃO A saúde do idoso está estritamente relacionada com a sua funcionalidade global, definida como a capacidade de gerir a própria vida ou cuidar de si mesmo. O idoso é considerado saudável quando é capaz de funcionar sozinho, de forma independente e autônoma, mesmo que tenha doenças (BRASIL, 2021). As alterações nas funções superiores que não apresentam prejuízo na funcionalidade do paciente não podem ser classificadas como incapacidade cognitiva. Essas alterações constituem o transtorno cognitivo leve. Para o estabelecimento do diagnóstico de incapacidade cognitiva. é fundamental a constatação do prejuízo na funcionalidade do indivíduo ou perda de AVDs. As principais etiologias da incapacidade cognitiva são: demência, depressão, delirium e doenças mentais, como esquizofrenia, oligofrenia e parafrenia (CARAMELLI et al., 2022). A cognição é a capacidade mental de compreender e resolver os problemas do cotidiano. É constituída por um conjunto de funções corticais, formadas pela memória (capacidade de armazenamento de informações), função executiva (capacidade de planejamento, antecipação, sequenciamento e monitoramento de tarefas complexas), linguagem (capacidade de compreensão e expressão da linguagem oral e escrita), praxia (capacidade de executar um ato motor), gnosia (capacidade de reconhecimento de estímulos visuais, auditivos e táteis) e função visuoespacial (capacidade de localização no espaço e percepção das relações dos objetos entre si). A perda dessas funções resulta nas grandes síndromes geriátricas: incapacidade cognitiva, instabilidade postural, imobilidade e incapacidade comunicativa. As principais etiologias da incapacidade cognitiva são:demência, depressão, delirium e doenças mentais, como esquizofrenia, oligofrenia e parafrenia (MORAES et al., 2009). 12.1 Dietoterapia nas síndromes geriátricas: demência e depressão Vários nutrientes são importantes para o funcionamento adequado do cérebro, especialmente nos idosos, e manter o balanço nutricional adequado é essencial. O consumo de ácidos graxos saturados (encontrado, por exemplo, nos 23 alimentos de origem animal) na dieta pode ter efeito negativo sobre a cognição.93 Outros componentes nutricionais têm sido estudados e podem ser considerados protetores em relação à DA, como os ácidos graxos insaturados, os antioxidantes, as vitaminas, os minerais, além do consumo de álcool moderado (CALIL, 2017). 13. FISIOPATOLOGIA E DIETOTERAPIA DAS DOENÇAS NEURODEGENERATIVAS: PARKINSON E ALZHEIMER Doença de Alzheimer é a forma mais comum de demência neurodegenerativa em pessoas de idade. A causa é desconhecida, mas acredita-se que seja geneticamente determinada. A doença instala-se quando o processamento de certas proteínas do sistema nervoso central começa a dar errado. Surgem, então, fragmentos de proteínas mal cortadas, tóxicas, dentro dos neurônios e nos espaços que existem entre eles. Como conseqüência dessa toxicidade, ocorre perda progressiva de neurônios em certas regiões do cérebro, como o hipocampo, que controla a memória, e o córtex cerebral, essencial para a linguagem e o raciocínio, memória, reconhecimento de estímulos sensoriais e pensamento abstrato. O Alzheimer não tem cura, mas pode ter os sintomas controlados e retardados com os tratamentos médicos específicos, ou seja, uso de medicação e tratamento com equipe multidisciplinar. A doença de Parkinson ocorre quando o sistema nervoso sofre degeneração em uma pequena e profunda região do cérebro – os gânglios basais. Essa degeneração das células nervosas nos gânglios basais gera menor produção de dopamina, diminuindo o número de conexões entre as células nervosas nessa região do cérebro. As consequências da deficiência de dopamina, responsável por controlar os movimentos finos e coordenados, são os tremores, a rigidez muscular e a dificuldade em iniciar qualquer movimento voluntário. 24 13.1 Dietoterapia das doenças neurodegenerativas: Parkinson e Alzheimer Entre os alimentos que ajudam na prevenção de doenças neurodegenerativas estão aqueles que contêm antioxidantes, vitaminas A, B, B12, E, D e Ômega 3, tais como: Nozes, amêndoas, avelãs e amendoim; Abacate; Óleo de Coco; Couve, brócolis e folhas verdes; Ovos orgânicos caipiras; Peixes oleosos, salmão e atum; Cacau e chocolate amargo; Morango, amora, mirtilo e groselha; Grãos integrais; Café. 25 CONSIDERAÇÕES FINAIS Observou-se que a qualidade da dieta dos idosos necessita de mais atenção, pois devido ao consumo inadequado de alimentos acarreta em patologias como doenças crônicas, perda da capacidade funcional, comprometendo a função muscular, à diminuição da massa óssea, assim como internações hospitalares. Conclui-se que o papel do nutricionista é essencial na transição para a velhice, ajudando a adequar as necessidades de cada indivíduo a uma alimentação equilibrada que forneça energia e uma vida equilibrada. Portanto, é de suma importância o acompanhamento de um profissional de nutrição para orientação de uma alimentação adequada e equilibrada com intuito de prevenção e manutenção da longevidade. Por fim, a elaboração desse estudo contribuiu de forma grandiosa para a graduação em nutrição, pois as pesquisas aprimoraram os estudos realizados de forma teórica no decorrer do curso. Em relação a trabalhos futuros, sugere-se realizar um estudo com idosos e avaliar o tipo de dieta que realizam para comparar com pesquisas realizadas da literatura. 26 REFERÊNCIAS Abordagem nutricional em diabetes mellitus / Coord. :Anelena Soccal Seyffarth, Laurenice Pereira Lima, Margarida Cardoso Leite ; Brasília : Ministério da Saúde, 2000. 155 p. AIRES, I. O; SOUSA, L. L. C. de; SOUSA, D. J. 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