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UNOESC Campus de São Miguel do Oeste CURSO DE FARMÁCIA FARMACOLOGIA DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL E PERIFÉRICO ANESTÉSICOS GERAIS São utilizados como auxiliares em procedimentos cirúrgicos para tornar o paciente inconsciente e insensível à estimulação dolorosa. São administrados sistemicamente e exercem seus principais efeitos sobre o SNC. O estado de anestesia geral consiste habitualmente em analgesia, amnésia, perda de consciência, inibição dos reflexos sensoriais e autônomos e, em muitos casos, relaxamento da musculatura esquelética. Uma droga anestésica, para ser ideal, deve induzir anestesia rapidamente e de modo uniforme e permitir uma rápida recuperação, tão logo se interrompa sua administração. A droga também deve possuir uma grande margem de segurança e ser desprovida de efeitos adversos. Não existe nenhum agente anestésico capaz de produzir todos esses efeitos desejáveis, sem algumas desvantagens, quando utilizado isoladamente. SINAIS E ESTÁGIOS DA ANESTESIA Os sinais e estágios da anestesia, são chamados de sinais de Guedel e são divididos em quatro estágios de profundidade crescente de depressão do SNC. I – Estágio de Analgesia: inicia com analgesia sem amnésia, seguida de analgesia com amnésia. II – Estágio de Excitação: durante este estágio, o paciente muitas vezes parece estar delirante e excitado, porém apresenta definitivamente amnésia. SINAIS E ESTÁGIOS DA ANESTESIA II – Estágio de Excitação (continuação): a respiração é irregular tanto no seu volume quanto na sua freqüência, e podem ocorrer ânsia de vômito e vômitos. O paciente pode debater-se e, algumas vezes, apresenta incontinência. Por esses motivos, procura-se limitar a duração e a intensidade desse estágio, que termina com o restabelecimento da respiração regular. III – Estágio de Anestesia Cirúrgica: esse estágio começa com a retomada da respiração regular e estende-se até a cessação completa da respiração espontânea. SINAIS E ESTÁGIOS DA ANESTESIA IV – Estágio de Depressão Bulbar: inicia quando cessa a respiração espontânea. Esse estágio da anestesia inclui grave depressão do centro vasomotor do bulbo, bem como do centro respiratório. A morte provém rapidamente, na ausência de apoio circulatório e respiratório total. TIPOS DE ANESTÉSICOS GERAIS Anestésicos Inalatórios A profundidade da anestesia é determinada pelas concentrações dos anestésicos no SNC. A taxa em que se alcança uma concentração cerebral eficaz depende de múltiplos fatores farmacocinéticos, que influenciam a captação e a distribuição do anestésico. Esses fatores determinam as diferentes taxas de transferência do anestésico inalado do pulmão para o sangue e deste para o cérebro e outros tecidos. Alguns desses fatores influenciam a velocidade de recuperação da anestesia quando cessa a inalação do anestésico. TIPOS DE ANESTÉSICOS GERAIS Anestésicos Inalatórios TIPOS DE ANESTÉSICOS GERAIS Anestésicos Intravenosos São geralmente utilizados para a indução da anestesia. As taxas de recuperação são suficientemente rápidas para permitir o seu uso externo na anestesia ambulatorial. São utilizadas várias drogas por via intravenosa, isoladamente ou em associação a outras drogas, para produzir anestesia, como componentes de uma anestesia balanceada, ou para sedação de pacientes em unidade de tratamento intensivo, que precisam ser ventilados mecanicamente por períodos prolongados de tempo. ANESTÉSICOS INALATÓRIOS Depende Solubilidade Concentração no ar inspirado Ventilação pulmonar Fluxo sangüíneo pulmonar Gradiente de concentração arteriovenoso ANESTÉSICOS INALATÓRIOS ANESTÉSICOS INALATÓRIOS HALOTANO Por ser bem tolerado para a indução de anestesia por inalação, são mais comumente utilizados em crianças, nas quais a colocação pré-operatória de um cateter intravenoso pode ser difícil, assim como os efeitos colaterais sérios parecem ser menores em crianças. Geralmente diminuem em 20 e 25% a pressão arterial, causando também bradicardia. Causa também diminuição na ventilação pulmonar. ANESTÉSICOS INALATÓRIOS HALOTANO Dilata a vasculatura cerebral e aumenta o fluxo sangüíneo cerebral. Na musculatura esquelética e uterina, provoca relaxamento. Por reduzir o fluxo sangüíneo renal, diminui a formação da urina. Em casos extremos pode provocar necrose do tecido hepático. ANESTÉSICOS INALATÓRIOS ISOFLURANO Induz a anestesia em menos de 10 minutos na concentração de 3%, porém esta concentração é diminuida para 1 ou 2% para a manutenção da anestesia. Provoca hipotensão e taquicardia, porém é um potente vasodilatador coronariano, produzindo simultaneamente aumento do fluxo sangüíneo coronariano e diminuição do consumo de oxigênio pelo miocárdio. A depressão respiratória é dependente da concentração. ANESTÉSICOS INALATÓRIOS ISOFLURANO Dilata a vasculatura cerebral, aumentando o fluxo sangüíneo cerebral. Também reduz o consumo metabólico cerebral de oxigênio. Causa menor vasodilatação cerebral que os demais, sendo portanto o agente preferido para procedimentos neurocirúrgicos. Relaxa a musculatura esquelética. Reduz o fluxo sangüíneo renal, hepático e esplâncnico. ANESTÉSICOS INALATÓRIOS ENFLURANO Induz a anestesia em menos de 10 minutos em concentração de 4%, sendo que a anestesia pode ser mantida em concentrações de 1,5 a 3%. Produz pouca hipotensão e não produz alteração na freqüência cardíaca. Produz uma respiração rápida e superficial. Potente vasodilatador cerebral, assim pode provocar graves problemas, por isso que encontra-se cada vez mais em desuso. ANESTÉSICOS INALATÓRIOS ENFLURANO Relaxa a musculatura esquelética e uterina (por isso não é utilizado em cirurgias obstétricas). Reduz o fluxo sangüíneo renal, hepático e esplâncnico, mas não produz toxicidade hepática. ANESTÉSICOS INALATÓRIOS DESFLURANO É amplamente utilizado em cirurgias ambulatoriais por causa do rápido início da sua ação e da rápida recuperação anestésica. Irrita as vias respiratórias dos pacientes despertos e pode provocar tosse, salivação e broncoespasmo. Por esse motivo a anestesia é habitualmente induzida com um agente intravenoso e o desflurano apenas utilizado para manutenção, sendo que a mesma ocorre em concentração de 6 a 8%. Concentrações menores são suficientes quando utilizado junto com óxido nitroso ou opióides. ANESTÉSICOS INALATÓRIOS DESFLURANO Promove redução na pressão arterial e um aumento na freqüência cardíaca, porém de maneira transitória, observada principalmente durante a indução da anestesia. Costuma aumentar a freqüência respiratória. Diminui a resistência vascular cerebral de oxigênio. Relaxa a musculatura esquelética e não afeta as funções renal, hepática e gastrointestinal. ANESTÉSICOS INALATÓRIOS SEVOFLURANO Muito utilizado, principalmente em pacientes ambulatoriais, pois apresenta rápido perfil de recuperação. Muito indicado para cirurgias pediátricas, pois não é irritante para as vias respiratórias. A indução de anestesia é obtida de forma rápida usando concentrações inaladas de 2 a 4%. Produz hipotensão, porém não provoca taquicardia. Aumenta a freqüência respiratória. Diminui a resistência vascular cerebral. ANESTÉSICOS INALATÓRIOS SEVOFLURANO Relaxa a musculatura esquelética. É nefrotóxico e hepatotóxico. ANESTÉSICOS INALATÓRIOS ÓXIDO NITROSO É um agente anestésico fraco e induz anestesia cirúrgica segura apenas sob condições hiperbáricas. Produz significante analgesia em concentraçõestão baixas quanto 20% e habitualmente provoca sedação em concentraçoes entre 30 e 80%. É freqüêntemente usado em concentrações de cerca de 50% para promover analgesia e sedação em pacientes com cirurgias pequenas. Por tudo isso é que é utilizado como coadjuvante de outros anestésicos inalatórios e intravenosos. ANESTÉSICOS INALATÓRIOS ÓXIDO NITROSO Geralmente não são observados efeitos depressivos sobre a função cardíaca dos pacientes, por causa dos efeitos estimulatórios do óxido nitroso (NO2) sobre o sistema nervoso simpático. Provoca um baixo aumento na freqüência respiratória. Aumenta o fluxo sangüíneo cerebral. Não relaxa o músculo esquelético e nem desencadeia hipertermia muscular. Não afeta o sistema renal, hepático e gastrointestinal. ANESTÉSICOS INTRAVENOSOS Mecanismo de Ação São moléculas hidrofóbicas, aromáticas ou heterocíclicas substituídas. Difundem-se facilmente e rapidamente no cérebro e na medula espinhal. Envolvem os seguintes grupos: # Barbituratos; # Propofol; # Etomidato; # Cetamina; # Benzodiazepínicos. ANESTÉSICOS INTRAVENOSOS ANESTÉSICOS INTRAVENOSOS BARBITURATOS Os três barbituratos utilizados para anestesia são: # Tiopental; # Tiamilal; # Metoexital. Provocam a anestesia de 10 a 30 segundos. Reduzem a taxa metabólica cerebral. Promovem hipotensão e taquicardia. São potentes depressores da respiração. ANESTÉSICOS INTRAVENOSOS PROPOFOL Anestésico intravenoso mais utilizado nos EUA. Devido a sua meia-vida de eliminação curta, é freqüentemente utilizado para manutenção da anestesia, além da indução. Em doses baixas, é necessário sua reaplicação em 5 minutos. No seu local de aplicação, costuma promover intensa dor. Reduz a taxa metabólica cerebral. Produz hipotensão e leve aumento na freqüência cardíaca. É um potente depressor da respiração. ANESTÉSICOS INTRAVENOSOS PROPOFOL Não afeta o sistema renal, hepático e endócrino. Possui ótima ação antiemética, sendo portanto muito indicado para pacientes com predisposição à náuseas e vômitos. Embora atravesse a membrana placentária, seu uso nas gestantes é considerado seguro, uma vez que deprime transitoriamente a atividade do recém-nato. ANESTÉSICOS INTRAVENOSOS ETOMIDATO É o anestésico mais utilizado em pacientes com risco de hipotensão. As doses de indução determinam ação de início rápido e de curta duração e acompanham-se de uma alta incidência de dor na injeção e de movimento mioclônicos. A lidocaína reduz muito a dor da aplicação e os analgésicos opióides os movimentos mioclônicos. São muito eficientes na manutenção da anestesia e na sedação, porém não são recomendadas infusões prolongadas. ANESTÉSICOS INTRAVENOSOS ETOMIDATO Aumentam o fluxo sangüíneo cerebral, bem como o seu metabolismo. Aumentam também a pressão intra-craniana e intra-ocular. Em muitas situações pode promover convulsões. Apresenta ótima estabilidade cardiovascular após indução, por isso é amplamente utilizado, sendo o anestésico de escolha para pacientes com doença das artérias coronárias, cardiomiopatias, doença vascular cerebral e hipovolemia. ANESTÉSICOS INTRAVENOSOS ETOMIDATO Também é o anestésico que provoca a menor depressão respiratória entre os intravenosos. Porém provoca náuseas e vômitos, além de inibir as enzimas biossintéticas supra-renais necessárias para a produção de cortisol e de alguns outros esteróides, possivelmente inibindo a resposta adrenocortical ao estresse. ANESTÉSICOS INTRAVENOSOS CETAMINA Apresenta propriedades especiais que a tornam útil para anestesiar pacientes sob risco de hipotensão e broncoespasmo e para certos procedimentos pediátricos. Porém, efeitos colaterais significativos limitam o seu uso rotineiro. Produz rapidamente um estado hipnótico bem diferente dos produzidos pelos outros anestésicos. ANESTÉSICOS INTRAVENOSOS CETAMINA Os pacientes tem profunda analgesia, não respondem a ordens, e desenvolvem amnésia, mas mantém os olhos abertos, movem os seus membros involuntariamente e respiram de modo espontâneo. Esse estado cataléptico foi denominado anestesia dissociativa. Além da via intravenosa, pode ser utilizada pelas vias intramuscular, oral e retal. Não costuma provocar dor no local da injeção. ANESTÉSICOS INTRAVENOSOS CETAMINA O estado cataléptico produzido por ela se acompanha de nistagmo com dilatação pupilar, salivação, lacrimejamento e movimentos espontâneos dos membros, com aumento global do tônus muscular. Embora não produza o estado anestésico clássico, os pacientes ficam amnésicos e não respondem aos estímulos dolorosos. Sua analgesia é maior que a promovida pelos demais anestésicos intravenosos. ANESTÉSICOS INTRAVENOSOS CETAMINA Altera muito pouco o metabolismo cerebral. O delírio que que surge na recuperação anestésica, caracterizado por alucinações, sonhos vividos e ilusões, é uma complicação freqüente deste anestésico, que pode resultar em séria insatisfação por parte dos pacientes e complicar a conduta pós-operatória. ANESTÉSICOS INTRAVENOSOS CETAMINA Os sintomas de delírio parecem ser mais evidentes nas primeiras 4 horas após a recuperação e parecem ocorrer menos freqüentemente em crianças. Os benzodiazepínicos reduzem a incidência do delírio na recuperação. ANESTÉSICOS INTRAVENOSOS CETAMINA Aumenta a pressão arterial, a freqüência cardíaca e o débito cardíaco; sendo portanto muito indicada também para pacientes com risco de hipotensão; porém não é indicada para pacientes com risco de isquemia miocárdica. É um potente broncodilatador, não deprime a respiração, sendo portanto o melhor anestésico geral quando considera-se o sistema respiratório. ANESTÉSICOS INTRAVENOSOS BENZODIAZEPÍNICOS Embora possam produzir anestesia similar à dos barbituratos, os benzodiazepínicos são mais comumente usados para sedação e não para anestesia, pois as suas doses anestésicas podem resultar em prolongada amnésia e sedação. Como adjuvantes, eles são usados como ansiolíticos, amnésticos e sedativos antes da indução da anestesia ou simplesmente para sedação durante os procedimentos que não requerem anestesia geral. ANESTÉSICOS INTRAVENOSOS BENZODIAZEPÍNICOS O mais utilizado dentro deste grupo é o midazolam, seguido pelo diazepam e pelo lorazepam. Reduzem o fluxo sangüíneo e o metabolismo cerebral. São anticonvulsivantes eficazes, sendo às vezes indicados no tratamento de epilepsias. Diminuem moderadamente a pressão arterial e o impulso respiratório, resultando ocasionalmente em apnéia. Assim, a pressão arterial e a freqüência respiratória devem ser monitoradas em pacientes sedados com benzodiazepínicos intravenosos. UNOESC Campus de São Miguel do Oeste CURSO DE FARMÁCIA FARMACOLOGIA DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL E PERIFÉRICO ANESTÉSICOS LOCAIS Ligam-se reversivelmente a um receptor específico existente no poro dos canais de Na+ dos nervos e bloqueiam o transporte dos íons por essa abertura. Podem atuar em qualquer parte do sistema nervoso e em qualquer fibra nervosa, provocando paralisia sensorial e motora na área inervada. Por serem reversíveis, os anestésicos locais, após passado o tempo da anestesia, recuperam a função nervosa e não deixam nenhuma lesão das fibras ou células nervosas. Embora exista grande variação individual, para a maioria dos pacientes o tratamento com anestésicos locais causa primeiramente a supressão da sensação dolorosa e, em seguida, perda das sensibilidades à temperatura, ao toque e à pressão profunda e, por fim, a função motoraé suprimida. ANESTÉSICOS LOCAIS COM VASOCONSTRITORES A duração da ação do anestésico local é proporcional ao tempo de contato com o nervo. A ropivacaína, a bupivacaína e principalmente a EPINEFRINA causam vasoconstrição e comumente são acrescentados nos anestésicos locais. O vasoconstritor desempenha dupla função. Ao reduzir a taxa de absorção, ele não apenas retém o anestésico no local desejado, como também permite que a taxa com que ele é destruído no corpo acompanhe a taxa com que é absorvido para a circulação. Isso diminui os efeitos tóxicos sistêmicos. ANESTÉSICOS LOCAIS COM VASOCONSTRITORES Porém, também é importante saber-se que a epinefrina também dilata os vasos sangüíneos da musculatura esquelética por ações nos receptores beta2-adrenérgicos e, desse modo, pode aumentar os efeitos tóxicos sistêmicos do anestésico depositado nos tecidos musculares. O agente vasoconstritor pode retardar a cicatrização das feridas, edema dos tecidos e necrose. APLICAÇÕES CLÍNICAS DOS ANESTÉSICOS LOCAIS Anestesia tópica Anestesia por infiltração Anestesia por bloqueio regional Anestesia por bloqueio nervoso Anestesia regional intravenosa (bloqueio de Bier) Anestesia espinhal Anestesia epidural APLICAÇÕES CLÍNICAS DOS ANESTÉSICOS LOCAIS APLICAÇÕES CLÍNICAS DOS ANESTÉSICOS LOCAIS Anestesia tópica Envolve a anestesia de mucosas do nariz, da boca e garganta, da árvore traqueobrônquica, do esôfago e do trato geniturinário. Os anestésicos locais são rapidamente absorvidos na circulação depois da aplicação tópica sempre acarreta o risco de reações tóxicas sistêmicas. APLICAÇÕES CLÍNICAS DOS ANESTÉSICOS LOCAIS Anestesia por infiltração Requer a injeção do anestésico local diretamente nos tecidos, sem levar em consideração o trajeto dos nervos cutâneos. Esse tipo de anestesia pode ser muito superficial e atuar apenas na pele. Também é possível incluir as estruturas mais profundas, como os órgãos intra-abdominais, desde que também sejam infiltrados. APLICAÇÕES CLÍNICAS DOS ANESTÉSICOS LOCAIS Anestesia por infiltração A vantagem da anestesia por infiltração e outras técnicas de anestesia regional é que elas podem produzir efeito satisfatório sem alterar as funções fisiológicas normais. A desvantagem principal é a necessidade de usar doses relativamente grandes dos fármacos para anestesiar áreas comparativamente pequenas. APLICAÇÕES CLÍNICAS DOS ANESTÉSICOS LOCAIS Anestesia por bloqueio regional É produzida pela injeção subcutânea de uma solução do anestésico local para atuar na região distal ao ponto injetado. Os fármacos, as concentrações e as doses recomendadas são os mesmos indicados para a anestesia por infiltração. A vantagem está no fato de ser utilizado uma menor quantidade do fármaco para conseguir uma área mais ampla de anestesia, do que se fosse aplicada a técnica por infiltração. APLICAÇÕES CLÍNICAS DOS ANESTÉSICOS LOCAIS Anestesia por bloqueio nervoso A injeção do anestésico local dentro ou ao redor dos nervos periféricos ou plexos nervosos específicos produz uma boa anestesia. Cinco fatores principais determinam o início da anestesia sensorial depois da injeção do anestésico nas proximidades de um nervo. APLICAÇÕES CLÍNICAS DOS ANESTÉSICOS LOCAIS Anestesia por bloqueio nervoso Os fatores que influenciam a anestesia por bloqueio nervoso são: # Proximidade da injeção do nervo; # Concentração do anestésico; # Volume do anestésico; # Grau de ionização do anestésico; # Tempo da anestesia. APLICAÇÕES CLÍNICAS DOS ANESTÉSICOS LOCAIS Anestesia por bloqueio nervoso Jamais o anestésico deverá ser injetado intencionalmente dentro do nervo, pois isto poderia ser doloroso e causar lesão nervosa. A duração da anestesia por bloqueio nervoso depende das características físicas do anestésico local usado e da presença ou ausência dos vasoconstritores. APLICAÇÕES CLÍNICAS DOS ANESTÉSICOS LOCAIS Anestesia regional intravenosa Também chamado de bloqueio de Bier. Esta técnica conta com a irrigação sangüínea para levar a solução anestésica local aos troncos nervosos e às terminações dos nervos. Com essa técnica, o membro é exsangüinado com uma bandagem elástica e o torniquete aplicado em posição proximal é inflado cerca de 100 a 150mmHg acima da pressão arterial sistólica. APLICAÇÕES CLÍNICAS DOS ANESTÉSICOS LOCAIS Anestesia regional intravenosa Principal vantagem: # Atratividade da técnica. Principais desvantagens: # Pode ser utilizado somente em algumas regiões anatômicas; # A sensibilidade retorna rapidamente depois da liberação do torniquete; # O esvaziamento prematuro ou a sua falha podem produzir níveis tóxicos do anestésico local. APLICAÇÕES CLÍNICAS DOS ANESTÉSICOS LOCAIS Anestesia espinhal A anestesia espinhal ocorre depois da injeção do anestésico local no líquido cefaloraquidiano (LCR) do espaço lombar. Devido a possibilidade de produzir anestesia em uma parte significativa do corpo usando uma dose do anestésico local que atinge níveis plasmáticos insignificantes, a anestesia espinhal ainda é uma das técnicas mais populares. APLICAÇÕES CLÍNICAS DOS ANESTÉSICOS LOCAIS Anestesia espinhal É uma técnica segura e eficaz, principalmente durante cirurgias que envolvem a parte inferior do abdomen, os membros inferiores e o períneo. Em geral esta técnica é combinada com medicação intravenosa para produzir sedação e amnésia. Os distúrbios fisiológicos associados à anestesia espinhal baixa geralmente são menos perigosos do que os efeitos associados à anestesia geral. APLICAÇÕES CLÍNICAS DOS ANESTÉSICOS LOCAIS Anestesia espinhal O mesmo não se aplica à anestesia espinhal alta. O bloqueio simpático associado aos níveis de anestesia espinhal adequados às operações realizadas nas regiões intermediária ou alta do abdomen, somado à dificuldade de conseguir analgesia visceral, fazem com que seja possível conseguir condições operatórias igualmente satisfatórias e mais seguras pela combinação do anestésico espinhal com uma anestesia geral suave, ou pela administração de um anestésico geral com um agente bloqueador neuromuscular. APLICAÇÕES CLÍNICAS DOS ANESTÉSICOS LOCAIS Anestesia epidural O anestésico é injetado no espaço epidural, podendo ser realizada no hiato sacral (anestesia caudal) ou nas regiões lombar, toráxica ou cervical da medula. É muito utilizada devido ao fato de possibilitar a colocação de catéteres permitindo infusões contínuas ou injeções repetidas dos anestésicos locais. APLICAÇÕES CLÍNICAS DOS ANESTÉSICOS LOCAIS Anestesia epidural O local primário de ação dos anestésicos locais administrados no espaço epidural são as raízes dos nervos espinhais. Entretanto, os anestésicos locais administrados no espaço epidural também podem agir na medula espinhal e nos nervos paravertebrais. UNOESC Campus de São Miguel do Oeste CURSO DE FARMÁCIA FARMACOLOGIA DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL E PERIFÉRICO DOENÇAS NEURODEGENERATIVAS FARMACOLOGIA DOS DISTÚRBIOS DEGENERATIVOS DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL NEURODEGENERAÇÃO Prováveis causas mais envolvidas: Neuro-inflamação; Estresse oxidativo; Excitotoxicidade glutametérgica; Ativação de vias de apoptose. DOENÇAS Doença de Parkinson Doença de Alzheimer Doença de Huntington Esclerose Lateral Amiotrófica Doença de Parkinson 20 casos para cada 100.000 habitantes. Pessoas com maisde 60 anos – 1%. Pessoas com mais de 70 anos – 2%. Descoberta em 1817 por James Parkinson. Quando surgem os sintomas motores, tem-se mais de 50% dos neurônios dopaminérgicos nigro-estriatais degenerados. Doença de Parkinson É uma síndrome formada por quatro manifestações principais: # Bradicinesia (lentidão e pobreza de movimentos); # Rigidez muscular; # Tremor em repouso (que geralmente diminui durante os movimentos voluntários); # Desequilíbrio postural, o que geralmente resulta em quedas. Doença de Parkinson É provocado pela perda dos neurônios dopaminérgicos pigmentados da parte compacta da substância negra, com aparecimento de inclusões intracelulares conhecidas como corpúsculos de Lewis. A perda progressiva de neurônios contendo dopamina é uma característica do envelhecimento normal, contudo, a maioria das pessoas com Doença de Parkinson sintomática, perdem de 70 a 80% dos neurônios dopaminérgicos. Doença de Parkinson ESTÁGIOS Constitui-se de seis estágios (evolução): Estágio 1: Constipação intestinal Distúrbios do sono Hiposmia (redução da capacidade de detectar/reconhecer cheiros). Sugere-se realizar os testes olfatórios (40 cheiros diferentes), na qual em média um indivíduo sem doença de Parkinson reconhece no mínimo 35, enquanto que um doente de Parkinson reconhece em média apenas 12 fragrâncias. Doença de Parkinson ESTÁGIOS Constitui-se de seis estágios (evolução): Estágio 2: Depressão Distúrbios do sono Dor central primária (dor causada por lesão ou disfunção no SNC) Doença de Parkinson ESTÁGIOS Constitui-se de seis estágios (evolução): Estágio 3: ONDE OCORRE O DIAGNÓSTICO CLÁSSICO. Sintomas motores clássicos Alterações cognitivas Distúrbios do sono Doença de Parkinson ESTÁGIOS Constitui-se de seis estágios (evolução): Estágio 4: Bradifrenia (lentidão mental) Apatia Depressão Estágio 5: Desatenção e hipmnésia Agonia e apraxia Demência APRAXIA: desordem neurológica que se caracteriza por provocar uma perda da habilidade para executar movimentos e gestos precisos que conduziriam a um dado objetivo, apesar do paciente ter a vontade e a habilidade física para os executar. Além da Doença de Parkinson, também pode ser provocado por TCE (Trauma Crânio Encefálico) e tumores cerebrais. Diminui a capacidade para executar atividades motoras apesar das capacidades motoras, a função sensorial e a compreensão da tarefa requerida estarem intactas. Leva à diminuição das capacidades de pantomima da utilização de objetos (ex. escova de cabelo) e da capacidade de execução de atos motores conhecidos (ex. abanar). Doença de Parkinson ESTÁGIOS Constitui-se de seis estágios (evolução): Estágio 6: Demência do senso motor Apatia Doença de Parkinson PROTEÇÃO Cafeína Nicotina AINES – anti-inflamatórios não esteroidais. PREVALECEM Agroquímicos Metais pesados Entram no organismo através do olfato. Doença de Parkinson SINTOMÁTICOS (Sinais e sintomas) Fármacos Cirurgico NEUROPROTETORA Retardar a neuro-degeneração. Ainda não existe. TRATAMENTO RESTAURADORA (Substituir os neurônios perdidos) Células tronco Fatores neurotróficos Grupo heterogêneo de polipeptídeos solúveis, que permitem sobrevivência, diferenciação, manutenção e, quando possível, a regeneração anoxal no SNC e SNP, agindo através de receptores específicos. Doença de Parkinson Principal droga utilizada no tratamento: LEVODOPA É o precursor metabólico da dopamina e isoladamente é o fármaco mais eficaz para o tratamento da Doença de Parkinson. Quando administrada por via oral, é rapidamente absorvida no intestino delgado pelo sistema transportador dos aminoácidos aromáticos. As concentrações plasmáticas geralmente atingem níveis máximos entre 30 minutos e 2 horas depois da dose oral. Doença de Parkinson A meia vida da LEVODOPA é curta, sendo de 1 a 3 horas. A taxa de absorção da LEVODOPA dependem da velocidade de esvaziamento gástrico, do pH do suco gástrico e do tempo durante o qual o fármaco fica exposto às enzimas degradativas presentes nas mucosas do estômago e intestino. Doença de Parkinson IMPORTANTE: “A competição pelos locais de absorção do intestino delgado com os aminoácidos da dieta também pode produzir efeitos significativos na absorção da LEVODOPA. A administração junto com as refeições retarda a absorção e diminui as concentrações plasmáticas de pico.” Doença de Parkinson A entrada no SNC através da barreira hematoencefálica também é mediada por um transportador de membrana para aminoácidos aromáticos e a competição entre as proteínas da dieta e a LEVODOPA pode ocorrer a esse nível. No cérebro, ela é convertida em dopamina por descarboxilação, principalmente dentro das terminações pré-sinápticas dos neurônios dopaminérgicos do estriado. A dopamina produzida é responsável pela eficácia terapêutica desse fármaco na Doença de Parkinson. Doença de Parkinson IMPORTANTE 1 “Na prática clínica, a LEVODOPA quase sempre é administrada junto com um inibidor de açao periférica da descarboxilação dos aminoácidos aromáticos, como a CARBIDOPA ou BENSERAZIDA, que não penetram o SNC. Se a LEVODOPA for administrada isoladamente, é em grande parte descarboxilada pelas enzimas presentes na mucosa intestinal e em outros tecidos, diminuindo assim grandemente a quantidade de LEVODOPA que chega no SNC.” Doença de Parkinson IMPORTANTE 2 “LEVODOPA a longo prazo, em média com utilização superior a 5 anos, provoca a discinesia tardia e flutuações LIGA-DESLIGA. LIGA-DESLIGA: Caracterizada por mudanças imprevisíveis de mobilidade para imobilidade. Doença de Parkinson Com o tempo a LEVODOPA vai tornando tolerante no organismo, assim muitas vezes é necessário elevar a dose, bem como fazer a utilização de agonistas, como por exemplo: BROMOCRIPTINA PERGOLIDA ROPIRINOL PRAMIPEXOL Doença de Alzheimer Causa disfunção cognitiva de início gradativo, mas de progressão inexorável. Em geral, a primeira manifestação clínica é a redução da memória de curto prazo, enquanto a lembrança das memórias distantes é relativamente bem preservada ao longo da evolução da doença. Com o passar do tempo, o paciente começa a perder a capacidade de calcular, exercitar habilidades visoespaciais e usar objetos e instrumentos comuns. É muito difícil o paciente perder a capacidade de alerta, porém em casos extremos, apresentam altas contratilidades musculares. Doença de Alzheimer Apresentam disturbios neuroquímicos, principalmente uma diminuição na concentração de neurotransmissores, principalmente a acetilcolina no córtex cerebral, tendo então perda neuronial. CONSEQÜÊNCIA: Atrofia e degeneração dos neurônios colinérgicos subcorticais, principalmente dos que se localizam no prosencéfalo basal e fornecem inervação colinérgica para todo o córtex cerebral. Doença de Alzheimer “ Os sintomas não estão relacionados com a perda dos neurônios e sim com a perda da capacidade de sinapses.” “ Quando ocorre a neurodegeneração, os sintomas já estão presentes à tempo.” “ Causada pelo peptídeo β-amiloide, onde tem-se a enzima β-secretase ao invés de α-secretase.” Doença de Alzheimer PROTEÇÃO Ensino superior AINES Estatinas Genótipo E2/E2 PREVALECEM Envelhecimento TCE(Trauma Crânio Encefálico) Síndrome de Down Outras ocorrências de Doença de Alzheimer na família Histórico de Doença de Parkinson na família Genótipos: E4/E4, E3/E4 e E2/E4.Doença de Alzheimer O tratamento consiste na utilização de: INIBIDORES DA ACETILCOLINESTERASE Fisostigmina Domepezila Rivastigmina Galantamina Obs.: A Tacrina está em desuso. Doença de Huntington É um distúrbio hereditário autossômico dominante caracterizado pelo início gradativo de incoordenação motora e declínio cognitivo em pacientes de meia-idade. Os sinais e sintomas têm início insidioso e evidenciam-se por um distúrbio marcado por movimentos rápidos de estremecimento dos membros, tronco, da face e do pescoço, ou alterações da personalidade, ou ambos. Doença de Huntington A memória é afetada, mas os pacientes raramente perdem sua memória relacionada com família, amigos e situações imediatas. Em geral tornam-se irritativos, ansiosos e deprimidos. O que acontece no cérebro? Ocorre perda marcante dos neurônios do estriado do cérebro. Doença de Huntington Não existe medicamentos que retardam a progressão da doença. Assim o tratamento consiste em tratar a depressão, a ansiedade, a psicose e a irritabilidade. Esclerose Lateral Amiotrófica É um distúrbio dos neurônios motores do corno ventral da medula espinhal e dos neurônios corticais que geram sua estimulação aferente. Ocorre mais nos homens. Caracteriza-se por progressão rápida de fraqueza, atrofia e fasciculações musculares, espasticidade, disartria, disfagia e disfunção respiratória (que é a principal causa de morte). CAUSA: Perda marcante de neurônios do tronco cerebral e da medula espinhal. Esclerose Lateral Amiotrófica O tratamento geralmente busca tratar a espasticidade, sendo o BACLOFENO o principal medicamento utilizado. Hoje já está sendo utilizado o RILUZOL, que atua por meio da inibição da liberação do glutamato, entre outros mecanismos.
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