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Problema III

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História das Epidemias
Conceitos epidemiológicos	
Os termos epidemia e endemia derivam do grego e significam aumento de doença em determinada população e doença originária de uma país, respectivamente.
Quem criou o conceito de epidemia foi Hipócrates em um de seus estudos, chamado “Das epidemias”
Hipócrates deixou relatos sobre epidemias para denominar as doenças febris explosivas que acometiam uma população.
Epidemos era um termo empregado pelos gregos em referência aos indivíduos que não moravam nas cidades, mas que simplesmente permaneciam algum tempo e depois partiam. Os habitantes fixos eram endemos. Os médicos compararam as doenças infecciosas de aparecimento súbito e em larga escala com epidemos porque elas não eram originárias da região e iam
embora. ➡ História das epidemias de Stefan Cunha Ujvari
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· Surto : aumento inesperado e significativo no número de casos de uma doença em uma área específica e em um período de tempo limitado. Geralmente, o surto é maior do que o esperado em relação à taxa normal de incidência da doença naquela área. No entanto, o surto não se espalha além dessa área restrita. ➡ determinada região não possui incidência de certa doença e passou a ter
· Epidemia: ocorrência de uma doença em uma comunidade ou região específica, onde o número de casos excede o que é normalmente esperado para a população e o período de tempo. Ela se espalha para várias pessoas, mas dentro de uma área geograficamente delimitada
· Pandemia: é uma epidemia que se espalhou para várias partes do mundo ou para várias regiões geográficas, afetando um grande número de pessoas em diferentes países ou continentes. Uma pandemia é caracterizada pela disseminação ampla e rápida de uma doença infecciosa em uma escala global, afetando uma proporção significativa da população mundial.
· Endemia: refere-se à presença constante e habitual de uma doença em uma determinada área geográfica ou população. Nesses casos, a doença é comum e ocorre regularmente, mas em níveis esperados ou previsíveis, sem picos significativos de ocorrência.
Pré-história	
As epidemias surgiram na história a cerca de 10.000 anos atrás, a partir do momento que o homem deixou a vida nômade, ele passou a desenvolver suas técnicas de agricultura mais apuradamente. Porém, com um ambiente fixo, o homem passou a não deixar mais seus excrementos para trás, contaminando a água e o solo usador na produção de alimentos ➡ desenvolvimento de bactérias intestinais. ➡ Surgimento das primeiras epidemias diarreicas
🌿 Surgimento da epidemia da malária: causada pelo parasita plasmódio e transmitida pelo mosquito anopheles. O parasita ancestral acometia répteis, aves e mamíferos, sendo os primatas e humanos seu foco principal ➡ semelhanças do plasmódio com o DNA. Assim, os primeiros hominídeos africanos já sofriam da malária.
Além disso, a domesticação de certos animais pelo homem, propiciou que microrganismos mutantes desses atingissem o homem.
Achados pré-históricos datados de 5000 anos apontam para o uma epidemia em um vilarejo na China. O achado em questão é uma pilha de corpos dentro de uma casa, que aparentam ter sido queimados. Pesquisas apontam para uma possível endemia, o explicam os corpos queimados como forma de parar o alastramento da doença.
Grécia: Antiguidade clássica	
· Peste de Xerxes
Em 490 a.C houve o início das Guerras Médicas, envolvendo a invasão cidades estados gregas pelos persas (entre eles Xerxes, imperador persa Aquemênida)
O exército foi castigado com a fome e o caos se instalou com o surgimento de uma epidemia de disenteria nos acampamentos militares. A contaminação de águas de rios e lagoas favoreceu a disseminação da doença, matando muitos guerreiros persas.
A bactéria causadora da infecção intestinal era eliminada pela diarreia no meio ambiente, contaminando água e os alimentos e propiciando o alastramento da doença.
Descrita por Heródoto, “o pai da história”
· Praga de Atenas
A partir dos tratados hipocráticos, antes ainda da guerra, os antigos gregos já sofriam de malária, tuberculose, difteria e influenza.
Salmonella enterica serovar typhi
Contexto: A guerra do Peloponeso (431-404 a.C.)
Guerra travada entra as duas principais cidades estado gregas: Atenas e Esparta foi tematizada por Tucídides
Atenas liderava a Liga de Delos e Esparta a liga do Peloponeso
Esparta terminou a guerra vitoriosa e Atenas perdeu sua hegemonia e foi submetida ao domínio espartano.
Foi no segundo ano da guerra, que exército Peloponeso devastou os campos de Ática, ao mesmo tempo que Atenas é atingida por uma doença origina da Etiópia, para o Egito, a líbia, chegando ao porto de Pireu, onde ocorriam numerosas embarcações.
A doença foi descrita, inicialmente, como uma forte dor de cabeça, uma vermelhidão nos olhos e na pele(que podiam ulcerar e causar necrose nas extremidades dos dedos e genitais, inflamação na língua e na boca., sangramentos, espirros, tosse, rouquidão, vômito, diarreia e excesso de sede. ➡ febre tifoide (transmitida pela ingestão de água e alimentos contaminados com material fecal
Por chegar na época quente do ano, a disseminação e a mortalidade eram maiores
Desprendimentos:
Fuga das forças espartanas para Ática Morte dos atenienses (1/4L)
Péricles foi deposto e acometido pela doença, morrendo em 429 a.C.
Império Romano do Ocidente	
Durante o auge do Império Romano, Roma se firmou-se como capital do Mediterrâneo, o principal centro econômico da época, devido as suas conquistas territoriais. Por consequência, sua atratividade cultural e intelectual e poderio econômico e político aumentara,. Além disso, nessa época houve grande contingente de imigração escrava. ➡ fatores esses que propiciaram a disseminação de uma epidemia , já que o houve significativo aumento demográfico.
A infraestrutura Romana não acompanhou o crescimento populacional, as pessoas moravam em aglomerados chamados insulas. *varíola, sarampo, gripe, catapora, escarlatina, coqueluche
Mais tarde, a circulação marítima se tornou intensa. A cidade de Óstia recebia mercadoria de muitas regiões do Mediterrâneo. Esse meio de transporte criou condições para que germes de outros continentes, Ásia e África, chegassem à Europa.
· Peste de Orórsio 125 d.C.
Uma epidemia procedente da África, sugere ser sarampo.
· Peste Antonina 165 e 180 d.C.
Varíola
Também conhecida como praga de Galeno (ele quem testemunhou a doença) , ocorreu durante o reinado do Imperador Marco Aurélio.
Ela começou no oriente (Asia menor, atual Turquia) e se espalhou pelo império Romano.
Sintomas: febre, diarreia, vômito, sede, tosse e garganta inchada, durava 2 semanas, infectados vinham à óbito. Galeno propôs que os sobreviventes seriam imunizados após a primeira infecção.
Consequências: O imperador acreditava que os cristãos eram culpados pela praga, e passou a os perseguir ➡ houve aumento do cristianismo
· Praga de Cipriano 249-270 d.C
Measles morbillivirus ou Orthopoxvirus variolae
Foi uma pandemia, provavelmente de varíola ou sarampo. Ocorrida durante a Crise do Século III, Cipriano de Cartago era Bispo, deixou os registros da doença.
Sintomas: exaustão, febre, úlceras na garanta, vômitos, sangramento nos olhos, perda de extremidades, debilitação severa , audição deficiente, perda da visão.
Consequências: aumentou a crise no Império, morte de Cláudio II (imperador romano), perda de mão de obra, conversão de cristão para o cristianismo, despovoamento,
Japão	
Por volta de 552 DC missionários budistas vindo da Coréia provocaram um surto de varíola, e em 585 ocorreram ataques de varíola e sarampo.
Século VII: : “Era Japonesa das Pragas” (600-1050)
Durante o oitavo século o país foi atingido por 34 epidemias as quais estavam varíola, sarampo, influenza e caxumba
· Praga de Justiniano 541-542 d.C.
Yersina petis (mesma da peste Negra)
Ocorreu durante o reinado do Imperador Bizantino Justiniano I, chegou a Constantinopla e assolou províncias do norte da África e Oriente Médio. foi levada para o rio Nilo através do comércio terrestre e estrada da sedo oucomércio marítimo.
Assim como a Peste Negra, era transmitida pela mordida de ratos, e suas pulgas contaminadas pela bactéria. O norte da África, em especial o Egito era o principal fornecedor de grãos para o império Bizantino (inclusive foi o primeiro devastado pela praga)
O cenário do inverno propiciou baixa imunidade e a disseminação da doença
Sintomas: agravamento dos sistemas bubônicos, pústulas enegrecidas, forma pneumática ou spticêmica. 
Consequências: enfraquecimento dos exércitos bizantinos, invasão dos lombardos (tribos germãnicas) sem resistência bizantina, colapso econômico, cerca de 5000 mortos por dia
Idade média	
· Peste Negra 1348
bacilo Yersinia pestis
Pneumonica: afeta o sistema respiratório (única que pode ser transmitida de uma pessoa diretamente para outra)
Spticemica: afeta a circulação sanguínea Bubônica: sistema linfática
Durante a segunda metade do século XIV, na Europa, matou quase 1/3 da população 1350: 15 a 25 milhões de mongóis morreram por causa da peste do Oriente
*Renascimento cultural e Urbano
O responsável pela propagação da doença foi o comércio marítimo pelo Mar Negro e Mediterrâneo e a Rota da Seda ➡ primeiros focos da peste foram nos portos
➡Contribuíam com a propagação da doença as precárias condições de higiene e
habitação que as cidades e vilas medievais possuíam – o que oferecia condições para as infestações de ratazanas e pulgas.
Consequências: dança da morte (ou dança macabra), escassez de mão de obra e mudanças na economia feudal (declinio da idade média), antissemitismo, crise religiosa
· Hanseníase
Mycobacterium leprae
Para os Hebreus era considerada castigo divino
Na Europa de disseminou através dos soldados de Alexandre o Grande, que vieram contaminados das Índias
A partir do Século XVII, o número de “leprosos” passou a diminuir, na Europa, provavelmente devido às melhorias das condições socioeconômicas ao longo das idades
Moderna e Contemporânea
Em 1873, Gerhardt Henrik Armauer Hansen demonstrou a existência do Mycobacterium
leprae ou bacilo de Hansen. Esta descoberta constituiu-se na primeira evidência científica do caráter infecto-contagioso da hanseníase. Foi a primeira bactéria relacionada a uma doença
humana.
Estigma relacionado aos Leprosos:
Hospitais da Idade Média eram uma forma de isolamento social para essa população
O diagnóstico na Idade Média era feito pela própria população, durante os séculos XII ou XIV leprosos eram denunciados pelo diagnóstico
O alívio para os sintomas, diante das dificuldades técnicas de cura do mundo antigo e medieval, consistia basicamente na aplicação de pomadas e unguentos, além de banho de ervas.
O leproso era destituído de bens, e proibido de se casar, ainda deveria usar uma roupa especial e uma matraca, para anunciar sua presença ao se aproximar de algum lugar não destinado à sua convivência.
Idade Moderna	
· Gripe Espanhola (1918-1920)
Yersina pestis - H1N1
Registrada no acampamento militar no Kansas, nos EUA. Em um dia, um cozinheiro foi a enfermaria queixando de febre, cefaleia e odinofagia, horas depois, mais de 100 pessoas foram à enfermaria pelo mesmo motivo.
Dado o cenário da 1 Guerra, os EUA já embarcavam em direção aos portos franceses para ajudar os Aliados da Tríplice Entente, corroborando a disseminação da doença. Considera-se ainda que a má higiene, má nutrição, a deterioração psicológica e a guerra química (gás mostarda) travada nas trincheiras e campos de batalha tenham aumentado a susceptibilidade dos soldados ao vírus.
A inexistência de antibióticos e vacinas, as condições de miséria, pobreza e desnutrição da população e a falta de organização sanitária prejudicaram enormemente o controle e o tratamento da enfermidade
A Espanha era um dos poucos países neutros durante a Primeira Guerra — um dos poucos a ter imprensa livre para noticiar a praga
· Varíola
Possível surgimento na Índia, descrita na Ásia e na África desde antes da era cristã
Usada como arma biológica pelos exércitos de Cortez, no México, pelos astecas e colonizadores americanos.
Edward Jenner, investigou que a doença em contato com lesões de pele de úbere e bovinos não se infectavam ou apresentavam forma mais branda dela. Assim, ele escarificar a pele das pessoas era a forma usada por ele para cura-las ➡ A história registra o dia 14 de maio de 1796, no qual Jenner coletou material de uma lesão pustular nas mãos de uma ordenhadora de nome Sarah Nelmes e o inoculou na pele de James Phillips, vacinando-o contra a varíola
· Cólera
Vibrio cholerae
Origem na Ásia, no rio Ganges, que se espalhou pelas rotas comerciais chegando à Rússia, Europa e América.
Sua primeira epidemia global, em 1817, matou centenas de milhares de pessoas. Desde então, a bactéria sofre diversas mutações e causa novos ciclos epidêmicos de tempos em tempos e, portanto, ainda é considerada uma pandemia.
identificado por Robert Koch em 1883, transmissão faz-se por meio de águas ou alimentos contaminados
· Gripe Asiática ou Gripe Russa (1957-1958)
Yersina pestis - H2N2
Emergiu em 1889, a partir da Sibéria, espalhando-se pela Europa, América do Norte e África
· Febre Amarela
Idade contemporânea	
· Pandemia de HIV/AIDS (anos 1980-presente)
Em 1981, médicos americanos descreveram infecções pulmonares em homossexuais homens. No ano seguinte ganhou o nome de Síndrome da Imunodeficiência Adquirida. 
Em 1983, o vírus causador da doença consegue ser isolado e o primeiro caso de transmissão da mãe para o filho durante a gestação é identificado. Um ano depois, é criado o primeiro teste de sangue capaz de fazer uma triagem do vírus.
Em 1995 começou a ser eficaz o primeiro inibidor de protease, dando início a era de tratamento antirretroviral
Em 1977, com 30 milhões de casos, o remédio conhecido como Combivir facilitou o controle da doença
Durante a década de 2010, foi desenvolvida uma profilaxia pré-exposição (PrEP) em um único comprimido que combina os antirretrovirais Tenofovir e Emtricitabina, indicados para subgrupos com taxas maiores de prevalência de HIV. Além disso a promoção de propagandas de conscientizaçao de IST’s se tornaram mais presentes.
· Síflis
Duas teorias foram elaboradas na tentativa de explicar sua origem. Na primeira, chamada de
colombiana, a sífilis seria endêmica no Novo Mundo e teria sido introduzida na Europa pelos marinheiros espanhóis que haviam participado da descoberta da América. Outros acreditavam que a sífilis seria proveniente de mutações e adaptações sofridas por espécies de treponemas endêmicos do continente africano.
· Pandemia de gripe H1N1 (2009-2010)
· Epidemia de Ebola na África Ocidental (2014-2016)
· Pandemia de COVID-19 (2019-presente)
· Zyka e Chicungunha

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