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EDUCAÇÃO E SAÚDE A Faculdade Multivix está presente de norte a sul do Estado do Espírito Santo, com unidades presenciais em Cachoeiro de Itapemirim, Cariacica, Castelo, Nova Venécia, São Mateus, Serra, Vila Velha e Vitória, e com a Educação a Distância presente em todo estado do Espírito Santo, e com polos distribuídos por todo o país. Desde 1999 atua no mercado capixaba, destacando-se pela oferta de cursos de graduação, técnico, pós-graduação e extensão, com qualidade nas quatro áreas do conhecimento: Agrárias, Exatas, Humanas e Saúde, sempre primando pela qualidade de seu ensino e pela formação de profissionais com consciência cidadã para o mercado de trabalho. Atualmente, a Multivix está entre o seleto grupo de Instituições de Ensino Superior que possuem conceito de excelência junto ao Ministério da Educação (MEC). Das 2109 instituições avaliadas no Brasil, apenas 15% conquistaram notas 4 e 5, que são consideradas conceitos de excelência em ensino. Estes resultados acadêmicos colocam todas as unidades da Multivix entre as melhores do Estado do Espírito Santo e entre as 50 melhores do país. MISSÃO Formar profissionais com consciência cidadã para o mercado de trabalho, com elevado padrão de quali- dade, sempre mantendo a credibilidade, segurança e modernidade, visando à satisfação dos clientes e colaboradores. VISÃO Ser uma Instituição de Ensino Superior reconhecida nacionalmente como referência em qualidade educacional. R E I TO R GRUPO MULTIVIX R E I 2 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 3 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 BIBLIOTECA MULTIVIX (Dados de publicação na fonte) Aline Andressa Matiello Conceitos fundamentais em educação em saúde / MATIELLO, Aline Andressa - Multivix, 2021 Catalogação: Biblioteca Central Multivix 2021 • Proibida a reprodução total ou parcial. Os infratores serão processados na forma da lei. 4 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 LISTA DE QUADROS UNIDADE 1 > Focos e estratégias da promoção da saúde 23 UNIDADE 3 > Estruturação dos grupos educativos 68 > Estratégias de educação em saúde com base na fase de desenvolvimento 76 UNIDADE 6 > Aspectos positivos e negativos de um território 147 > Qualidade de vida 155 5 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 LISTA DE FIGURAS UNIDADE 1 > Profissionais da saúde 14 > Termos similares de educação em saúde 17 > Revolta da Vacina 19 > Esquema da comunicação em saúde no modelo tradicional e no modelo atual 21 > Louis Pasteur - pai da teoria microbiana 25 > Esquema do conceito ampliado de saúde 26 > Modelo de Dahlgren e Whitehead da determinação social da saúde 28 > Meio ambiente 30 UNIDADE 2 > Uso de chás como uma prática popular de cuidado 38 > Reunião de estudos entre profissionais da equipe 40 > Ações de autoeducação 43 > Visita domiciliar 47 > Meios de comunicar em saúde 51 > Pressupostos da educação em saúde 54 UNIDADE 3 > Atuação do enfermeiro no cuidado em saúde 61 > Ação educativa através de visita domiciliar 63 > Rodas de conversa 70 > Grupo educativo 71 > Eixos do planejamento das ações educativas 74 > Fragmentação das temáticas 75 > Etapas das ações educativas 77 > Problema relacionado ao uso de drogas 78 > Setores a serem trabalhados nas ações de educação em saúde 83 6 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 UNIDADE 4 > Locais de lazer 89 > Urbanização intensa 91 > Fatores do meio ambiente que interferem na saúde 93 > Condições de moradia 95 > Atividade industrial 97 > Poluição da água 99 > Poluição do solo por lixo 101 > Crianças em ambientes insalubres 103 > Vetores de doenças 105 > Poluição do ar 107 > Plantio de árvores 109 UNIDADE 5 > Responsabilidade de cada indivíduo pelo meio ambiente 117 > Consciência ambiental de geração para geração 120 > Ações interdisciplinares de promoção da saúde ambiental locais, regionais, nacionais e globais. 122 > Ação de educação ambiental voltada a crianças 123 > Planejamento de construções no meio urbano 126 > Programa de televisão 128 > Garantia de transporte para acesso à escola 130 > Espaços de discussão coletiva 132 > Pontos relevantes nas ações de educação ambiental 134 > Participação ativa das pessoas 135 UNIDADE 6 > Cuidados com as plantas e o solo 142 > Relação entre as ações de educação ambiental realizadas pelos enfermeiros 145 > Vigilância ambiental 151 > Produção de alimentos de forma sustentável 156 > Consulta de enfermagem 158 7 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 SUMÁRIO APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA 10 1 INTRODUÇÃO 13 1.1 EDUCAÇÃO EM SAÚDE 13 1.2 CONCEITO AMPLIADO DE SAÚDE 24 2 PROCESSOS EDUCATIVOS EM SAÚDE 36 INTRODUÇÃO 36 2.1 POLÍTICAS DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE 36 2.2 O PAPEL DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE NOS PROCESSOS EDUCATIVOS 46 3 ESTRUTURAÇÃO DAS AÇÕES DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE 59 INTRODUÇÃO 59 3.1 ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NAS AÇÕES DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE 60 3.2 PLANEJAMENTOS DAS AÇÕES EDUCATIVAS 72 4 EDUCAÇÃO EM SAÚDE E MEIO AMBIENTE 88 INTRODUÇÃO 88 4.1 EDUCAÇÃO AMBIENTAL COMO MEIO DE PROMOÇÃO DA SAÚDE 88 4.2 PROBLEMAS AMBIENTAIS 98 5 PROMOÇÃO DA SAÚDE ATRAVÉS DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL 115 INTRODUÇÃO 115 5.1 EDUCAÇÃO AMBIENTAL E ENFERMAGEM 116 5.2 AÇÕES EDUCATIVAS EM SAÚDE AMBIENTAL 131 1UNIDADE 2UNIDADE 3UNIDADE 4UNIDADE 5UNIDADE 8 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 6 A ENFERMAGEM VOLTADA À EDUCAÇÃO AMBIENTAL: ESTRATÉGIA DE PROMOÇÃO DA SAÚDE 140 INTRODUÇÃO 140 6.1 IMPACTOS DAS AÇÕES EDUCATIVAS DE ENFERMAGEM EM SAÚDE AMBIENTAL 140 6.2 AÇÕES DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE AMBIENTAL VOLTADAS À QUALIDADE DE VIDA 149 6UNIDADE 9 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ATENÇÃO PARA SABER SAIBA MAIS ONDE PESQUISAR DICAS LEITURA COMPLEMENTAR GLOSSÁRIO ATIVIDADES DE APRENDIZAGEM CURIOSIDADES QUESTÕES ÁUDIOSMÍDIAS INTEGRADAS ANOTAÇÕES EXEMPLOS CITAÇÕES DOWNLOADS ICONOGRAFIA 10 EDUCAÇÃO E SAÚDE MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA A disciplina “Educação e saúde” tem o objetivo de demonstrar a atuação dos enfermeiros nas ações educativas de promoção de saúde. Por se tratar de uma área de atuação ampla, é necessário que os profissionais conheçam al- guns conceitos em relação à saúde e que compreendam o mecanismo de determinação social da saúde, percebendo os fatores que interferem na saú- de da sociedade. Dentre esses fatores, destacam-se os conexos ao meio am- biente, que possuem forte influência sobre as condições de vida e de saúde das pessoas. Devido às influências do meio ambiente sobre a saúde, faz-se necessário que o enfermeiro empregue ações educativas que melhorem as condições am- bientais, atuando como agente educador, e para isso, auxilie na criação de há- bitos e ambientais saudáveis. Para isso, o profissional deve reconhecer como elaborar estas ações, para que sejam efetivas e que impactem positivamente na saúde da sociedade. Nestas ações, o enfermeiro auxilia a sociedade a ter acesso a informações e a partir disso, desenvolver autonomia e domínio sobre sua saúde. Quan- do voltadas para a área ambiental, estas ações visam o incentivo à saúde ambiental e as melhorias das condições de bem-estar humano, através da promoção da saúde. 11 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 EDUCAÇÃO E SAÚDE UNIDADE 1 OBJETIVO Ao final desta unidade, esperamos que possa: 12 MULTIVIX EAD Credenciadapela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 EDUCAÇÃO E SAÚDE > Conhecer o conceito e os principais marcos históricos da educação em saúde; > Entender o conceito de determinação social da saúde e listar os fatores determinantes de saúde. 13 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 EDUCAÇÃO E SAÚDE 1 INTRODUÇÃO Esta unidade traz uma abordagem da área de educação em saúde, nos seus aspectos conceituais e históricos. Isso porque, ao longo dos anos, estabele- ceu-se diferentes definições para a educação em saúde, principalmente em virtude de processos políticos e econômicos que incidiram e que ocasiona- ram diferentes definições deste processo ao longo do tempo. Além disso, tem se mostrando a importância da educação em saúde como uma estratégia para a promoção de saúde e a prevenção de doenças, utiliza- da pelos profissionais de saúde para melhorar as condições de saúde. Esta parte da disciplina aborda os conceitos de saúde, em especial, o conceito ampliado de saúde onde compreende-se os vários fatores, conhecidos como determinantes sociais de saúde, como trabalho, renda, lazer, transporte, mo- radia, meio ambiente, dentre outros, e como esses fatores podem interferir nas condições de saúde das pessoas. Esta unidade, portanto, traz conceitos primordiais de serem compreendidos por vocês estudantes e futuros profissionais de saúde, de modo que possam utilizá-los em práticas futuras, contribuindo com a saúde e qualidade de vida das pessoas. 1.1 EDUCAÇÃO EM SAÚDE A temática educação em saúde é relevante junto aos profissionais que atu- am na área da saúde. Isso porque, as ações educativas são inerentes ao pro- cesso de trabalho dos profissionais, incluindo os enfermeiros. Estes profissio- nais, além de atuarem na parte assistencial em diferentes níveis de atenção à saúde, atuam também em ações voltadas à educação da sociedade, con- tribuindo para a melhoria das práticas de cuidados, das condições de vida, das condições de saúde e com isso, cooperando para a melhor qualidade de vida das pessoas. 14 EDUCAÇÃO E SAÚDE MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 1.1.1 CONCEITO DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE A educação em saúde é definida como sendo um conjunto de conhecimen- tos e práticas, que visam à prevenção de doenças e à promoção da saúde da sociedade. Estes conhecimentos e práticas envolvem tanto o conhecimento técnico-científico dos profissionais da área da saúde, como os conhecimen- tos e técnicas populares de saúde, de modo que esta associação possa contri- buir para a melhoria das condições de vida, para a melhor qualidade de vida e ainda, para a produção de saúde. Para Pinno e outros (2019), a educação em saúde se estrutura através da atu- ação de três esferas, que incluem os profissionais de saúde (multidisciplinar), os gestores e a sociedade. Neste sentido, os profissionais de saúde têm um papel relevante, pautado nos seus conhecimentos técnicos-científicos de cada área, os quais podem ser utilizados de modo a melhorar a saúde da co- munidade. Enquanto os gestores devem apoiar as ações desempenhadas pe- los profissionais de saúde. PROFISSIONAIS DA SAÚDE Fonte : laros, Freepik (2021). #PraCegoVer Foto de três profissionais da saúde: um enfermeiro à esquerda com uniforme, um doutor ao centro usando jaleco, com um estetoscópio pendurado sobre este jaleco e uma prancheta nas mãos e uma doutora à direita com um caderno nas mãos. 15 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 EDUCAÇÃO E SAÚDE O Ministério da Saúde (BRASIL, 2007) reforça que a educação em saúde deve não apenas contemplar a participação da sociedade, mas sim, estimu- lar a participação ativa da mesma, onde juntamente com os profissionais de saúde, as pessoas possam atuar de forma participativa, através do diálogo, das discussões, das reflexões críticas, valorizando, respeitando e contribuin- do para melhores condições de saúde. A participação ativa da sociedade visa que os indivíduos se tornem sujeitos mais ativos e mais responsáveis acerca de sua saúde. Com base na atuação da comunidade, dos profissionais de saúde e gestores, o Ministério da Saúde (BRASIL, 2007) pontua como objetivos gerais da educação: • encorajar a sociedade na busca e a manutenção de condições de vida saudáveis; • utilizar de forma adequada os serviços de saúde disponíveis; • capacitar a comunidade para a tomada de decisão acerca de melhoria das condições envolvidas com saúde. Ensinando-aprendendo os processos educacionais não são uma via de mão única, todos devem apreender e ensinar ao mesmo tempo, através da troca de informações e experiências. Além de apoiar os profissionais de saúde nas ações de educação em saúde, os gestores são responsáveis por garantir autonomia a estes profissionais, de modo que possam criar formas de cuidado humanizadas e integrais como estratégia para a educação em saúde (PINNO et al., 2019). 16 EDUCAÇÃO E SAÚDE MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Exercício da escuta deve-se considerar que todas as pessoas possuem conhecimento sobre saúde, independente se é conhecimento técnico ou popular, por isso é essencial que se faça uma escuta adequada das pessoas. Educação transformadora considera-se que quando a educação em saúde é feita seguindo as diretrizes, ela tem o poder de transformar pessoas e comunidades, possibilitando condições de vida e de saúde mais dignas. Na prática, a educação em saúde precisa estar direcionada tanto para promo- ver a identidade e responsabilidades individuais em relação à saúde, como também, para promover responsabilidades coletivas, assumidas por toda a comunidade, de modo a garantir a responsabilidade comunitária pela saúde. Pinno e outros (2019) comentam ainda que a educação em saúde precisa es- tar voltada a duas vertentes. Uma delas objetivando que a população detenha maior conhecimento acerca das doenças, incluindo medidas de prevenção, controle e minimização de impactos; e outra voltada à promoção da saúde, criando condições favoráveis para que as pessoas tenham o máximo de saúde. Considerando a vertente que trata da educação a saúde destinada ás pessoas com doenças, objetiva- se que estas possam aprimorar o conhecimento a respeito das condições patológicas, tornando- os capacitados para lidar com a doença e com os impactos delas. Exemplos destas intervenções são as ações voltadas a pessoas com Hipertensão Arterial Sistêmica, Diabetes Mellitus e Obesidade, patologias que se constituem um grande desafio para a saúde pública. Para ampliar a discussão, você pode fazer a leitura do artigo a seguir (SILVA et al., 2021). Acesso pelo link. https://www.brazilianjournals.com/index.php/BRJD/article/view/27473 17 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 EDUCAÇÃO E SAÚDE Vale destacar que ao se falar em educação em saúde, muitas vezes utiliza-se o termo educação na saúde como sinônimos de maneira errônea. Isso porque, estes termos, mesmo sendo semelhantes, retratam ações distintas dentro de suas áreas. Segundo Falkenberg et al. (2014), a educação em saúde refere-se a um con- junto de práticas de educação voltadas a indivíduos e a comunidade, com objetivo de potencializar a autonomia das pessoas e da comunidade para que possam, deste modo, fazer escolhas e a adoção de hábitos de vida mais saudá- veis, impactando positivamente nas condições de saúde de toda a sociedade. O termo educação em saúde pode ser encontrado com algumas outras no- menclaturas similares (FALKENBERG et al., 2014). A figura a seguir demonstra estes termos. TERMOS SIMILARES DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE Educação em saúde Educação sanitária Educação para a saúde Educação e saúde Educação popular em saúde Fonte: Elaborada pela autora(2021). #PraCegoVer A figura apresenta demonstra que os termos “Educação e saúde”, “Educação sanitária”, “Educação para a saúde” e “Educação popular em saúde” podem ser encontrados como termos similares à “Educação em saúde”. Já o termo educação na saúde refere-se aos aspectos educacionais (ensino e campo de trabalho), com vistas à educação acadêmica e profissional de quem atua na área de saúde, através de ações como a educação permanente em saúde e a educação continuada, de modo que os profissionais aprimorem os conhecimentos e atuem de maneira efetiva junto à comunidade. 18 EDUCAÇÃO E SAÚDE MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 1.1.2 HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO EM SAÚDE A educação em saúde é um conceito que foi se modificando ao longo dos anos, baseando-se em modificações históricas, políticas, governamentais, econômicas etc., e que impactaram sobre este conceito. Inicialmente, as primeiras estratégias de educação em saúde se pautavam num modelo tradicional de educação, onde as informações eram repassadas as pessoas de maneira unilateral, onde o detentor das informações (a exem- plo dos profissionais de saúde) repassavam aquilo que sabiam, e que era tido como verdade absoluta e única, de modo que estas informações disciplinas- sem a população. No Brasil, o cenário era semelhante ao modelo de educação em saúde utili- zado globalmente. Neste caso, para controle das doenças infecto contagio- sas mais prevalentes da época, o governo utilizava de brigadas médicas, que atuavam desinfetando locais, exigindo reformas, interditando prédios e remo- vendo das residências tudo que fosse julgado por eles como prejudicial à saú- de (PINNO et al., 2019). Medidas adotadas no Brasil para o controle das doenças adotou-se a polícia sanitária, a qual era formada por agentes da polícia que acompanhavam os agentes de saúde em suas ações. Este modelo tradicional de educação em saúde foi utilizado durante a segunda metade do século XIX, em meio aos cenários de epidemias, onde as pessoas eram “educadas” através de medidas disciplinares, regras de higiene e conduta ditada pelos profissionais de saúde e pelos governantes (PINNO et al., 2019). 19 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 EDUCAÇÃO E SAÚDE Objetivos das medidas o objetivo era controlar as doenças e ao mesmo tempo, evitar manifestações e reações contrárias da população a estas medidas autoritárias. Reação da população a estas medidas a população revoltou-se com tais medidas, uma vez que tinham cunho unilateral apenas. Um exemplo de ação unilateral, que culminou com a revolta da população em relação às questões de saúde, foi a Revolta da Vacina, caracterizada por protes- tos da população contra a obrigatoriedade então decretada da vacinação. REVOLTA DA VACINA Fonte : Picture Master, Wikimedia Commons (2015). #PraCegoVer Ilustração representando inúmeras pessoas nas ruas brigando com profissionais de saúde. As pessoas encontram-se revoltadas, em um protesto contra a vacinação obrigatória da varíola, imposta pelo governo. 20 EDUCAÇÃO E SAÚDE MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Estas ações eram direcionadas especialmente as áreas de maior concentra- ção demográfica e a áreas mais pobres do país, de modo impositivo e unila- teral. Segundo Palicioli (2018), este modo de educação em saúde se pautava apenas em normas e recomendações, baseadas unicamente no saber técni- co, e por não considerarem o conhecimento da população, não conseguiam promover mudanças de comportamento da sociedade como um todo. Apenas a partir da década de 40, a educação em saúde no Brasil passou a contar com a participação da comunidade, mesmo que pequena e ainda não ativa, pois a comunidade apenas participava da organização de grupos. Posterior a isso, na década de 60, houve o surgimento da medicina comuni- tária, a qual buscava maior participação da comunidade na resolução de pro- blemas, caracterizando um avanço na educação em saúde do país, embora ainda, se utilizasse muito da culpabilização da população por suas condições de saúde. Deste modo, percebe-se que até este momento, as ações de educação em saúde detinham um modelo tradicional, com informações apenas impostas a sociedade, sem que esta participasse do processo educacional. Mesmo com esta evolução, a modificação no padrão impositivo de normas e condutas a sociedade passou a ocorrer apenas na década de 70 a 80, por meio da influência de modelos educacionais que se pautavam no diálogo e na participação popular ativa na educação em saúde (PINNO et al., 2019). A partir de então, rompeu-se a ideia da educação em saúde tradicional, pau- tada na autoridade e unilateralidade da comunicação e do conhecimento e, passou-se a valorizar um novo modelo educacional, pautado na participação da sociedade e na interação dos saberes de todos, respeitando e consideran- do o conhecimento da população, que passa a ter um papel fundamental nas ações em prol da melhoria das condições de saúde. O esquema a seguir mos- tra as diferenças na comunicação com a sociedade no modelo de educação tradicional e no novo modelo. 21 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 EDUCAÇÃO E SAÚDE ESQUEMA DA COMUNICAÇÃO EM SAÚDE NO MODELO TRADICIONAL E NO MODELO ATUAL MODELO TRADICIONAL Sentido das informações PROFISSIONAL DE SAÚDE INDIVÍDUOS NOVO MODELO Sentido das informações PROFISSIONAL DE SAÚDE INDIVÍDUOS Fonte: Elaborada pela autora (2021). #PraCegoVer O esquema apresenta o sentido de transmissão das informações de modo unidirecional nas ações em saúde no modelo tradicional, enquanto no modelo atual a transmissão deixa de ser unilateral e passa a ocorrer em ambos os sentidos. Percebe-se que no modelo tradicional, a transmissão das informações em saúde era apenas unilateral, as pessoas eram totalmente passivas em relação ao recebimento das informações, enquanto os profissionais de saúde trans- mitiam as informações. Já no modelo atual, esta transmissão de informações e conhecimento acontece de maneira bidirecional, onde tanto profissionais de saúde como as pessoas informam, discutem e produzem informações. Segundo Pelicioli (2018) este novo modelo de educação em saúde é mais co- erente com os objetivos destas ações, uma vez que considera o contexto e a vivência das pessoas e, pautado nisso, o profissional sistematiza não apenas o conhecimento formal, mas também o conhecimento oriundo das pessoas, integrando, discutindo, causando reflexões e mudança de comportamentos e hábitos com base no conhecimento produzido de maneira conjunta. Com a criação do Sistema Único de Saúde (SUS) na década de 90, este novo modelo de educação em saúde foi reforçado ainda mais e ainda, o surgimen- to de outras políticas também reforçara, a importância da educação da socie- dade em relação à saúde. 22 EDUCAÇÃO E SAÚDE MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 1.1.3 PROMOÇÃO DA SAÚDE A educação em saúde é tida como uma estratégia de promover saúde junto à sociedade. Neste sentido, surge este conceito de promoção de saúde, que deve ser reconhecido pelos profissionais de saúde, uma vez que está alinhado com os processos de educação em saúde. O termo promoção da saúde foi conceituado pela primeira vez, no início do século XX, e envolvia ações de educação em saúde, aliadas ainda a ações es- truturais promovidas pelo Estado, a fim de melhorar as condições de vida e de saúde da sociedade (DEMARZO, 2011). Este conceito surgiu de maneira conjunta às três outras funções da área da saúde, que incluem ainda a pre- venção de doenças, o tratamento de pacientes e o processo de reabilitação. O conceito de promoção de saúde nesta época era relativo à prevenção pri- mária de doenças, com estratégias destinadasao desenvolvimento da saúde antes do indivíduo adoecer. Todavia, uma nova concepção de promo- ção em saúde surgiu em 1986, quando a Organização Mundial da Saúde (OMS) promoveu a Primeira Conferência Inter- nacional sobre Promoção da Saúde, em Ottawa, Canadá (DEMARZO, 2011). Esta concepção contemporânea de promoção de saúde trouxe a ideia de que as con- dições e modos de vida influenciam na saúde, como as condições de trabalho, de moradia, de lazer, dentre outros aspectos, além de aspectos físicos. Neste sentido, as ações de educação em saúde devem estar voltadas não apenas a prevenção de doenças, mas a multicausalidade envolvida no pro- cesso saúde-doença, ou seja, considerar todos os fatores que podem de algum modo interferir na saúde, de maneira multidimensional. Segundo Demarzo (2011), esta concepção moderna de promoção de saúde visa pro- porcionar meios suficientes às pessoas para melhorar sua saúde e exercer controle sobre ela. Exemplo Pinno e outros (2019) citam os fatores mentais, emocionais, sociais e ecológicos, como fatores envolvidos na promoção de saúde. 23 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 EDUCAÇÃO E SAÚDE Solha (2014) cita os principais focos da promoção de saúde e inclui: alimenta- ção saudável, prática corporal, prevenção e controle do tabagismo, redução das taxas de morbimortalidade pelo uso de álcool e ouras drogas, redução da morbimortalidade por acidentes de trânsito, estimulo a cultura de paz e de não violência, além da promoção do desenvolvimento sustentável. FOCOS E ESTRATÉGIAS DA PROMOÇÃO DA SAÚDE Alimentação saudável Garantir acesso ao alimento, promover ações intersetoriais de combate à fome e à pobreza extrema, estimular a agricultura familiar e disseminar informações sobre alimentação saudável. Prática corporal/ atividade física Estimular a realização de atividade física e aumentar a oferta de atividades/práticas corporais. Prevenção e controle do tabagismo Reforçar a política de controle do tabaco, criando um contexto social desfavorável para o uso do fumo e aumentar o acesso do fumante a métodos de cessação do tabagismo. Redução da morbimortalidade (adoecimento e morte) por uso abusivo de álcool e outras drogas Educação para hábitos saudáveis voltada a crianças e adolescentes; divulgação de informações sobre o impacto do uso de álcool e de drogas; apoio à restrição de propaganda de bebidas alcoólicas. Redução da morbimortalidade por acidentes de trânsito Ações intersetoriais de educação no trânsito; desenvolvimento de leis que desestimulem o uso de álcool por motoristas. Promoção da cultura de paz e de não violência Capacitação de gestores e profissionais para acolhimento e condução dos casos de violência doméstica e sexual; redução de turismo e exploração sexual. Promoção do desenvolvimento sustentável Reorientação das práticas de saúde, que devem considerar o meio ambiente e a sustentabilidade das ações. Fonte: Adaptado de Demarzo (2011). #PraCegoVer O quadro traz os eixos estratégicos da promoção da saúde e alguns exemplos de ações a serem desempenhadas em cada um destes eixos. 24 EDUCAÇÃO E SAÚDE MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Pautando nisso, a educação em saúde serviria como uma estratégia para pro- mover saúde, através do estímulo a manutenção ou criação de condições de vida que garantam melhores condições de vida e de saúde. Salienta-se que ao desenvolver-se ações de promoção da saúde, deve-se con- siderar, além da atenção à saúde física, a saúde mental, social e espiritual, pau- tando-se num conceito holístico, chamado de conceito ampliado de saúde. 1.2 CONCEITO AMPLIADO DE SAÚDE Ao longo dos anos, os conceitos de saúde e de doença sofreram mudanças, modificando também as ações de saúde. Reconhecer estes conceitos e quais deles são aceitos atualmente é de suma importância para as ações de educa- ção em saúde, as quais devem pautar-se em conceitos modernos. 1.2.1 CONCEITO DE SAÚDE Os primeiros conceitos de saúde, adotados na antiguidade, tratavam de saú- de como ausência de doença, sendo que a doença era tida como um castigo dos deuses e a saúde era considerada uma dádiva, caracterizando a teoria relacionada à divindade. Certos aspectos relacionados aos contextos religiosos fazem parte da representação de saúde e doença até os dias atuais em muitas comunidades. Por isso, nas educações em saúde deve-se respeitar e compreender o impacto destes contextos na saúde das pessoas, uma vez que retratam questões relacionadas a crenças e culturas, caráter religioso, maldições ou castigos divinos. 25 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 EDUCAÇÃO E SAÚDE Em 400 anos a.C., Hipócrates desenvolveu a teoria dos miasmas, que de- fendia que a água, os locais de moradia e os ventos estavam relacionados à saúde e a doença, e que essas eram transmitidas por “gases” de dejetos e animais em decomposição, sendo que essa teoria vigorou até o século XIX (PINNO et al., 2018). Posterior a isso, no final do século XIX, passou-se a defender que as doenças, as quais afetavam a saúde da sociedade, eram causadas por microrganismos (teoria microbiana). Esta teoria foi proposta por Louis Pasteur, representado na figura a seguir. Pasteur é considerado o pai da teoria microbiana. LOUIS PASTEUR - PAI DA TEORIA MICROBIANA Fonte: Solha (2014, p. 16). #PraCegoVer Ilustração em preto e branco representando Louis Pasteur em seu laboratório. No ano de 1946, a Organização Mundial da Saúde (OMS), definiu saúde como “um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não apenas a au- sência de doenças” (PINNO et al., 2018). Todavia, este conceito não foi capaz de explicar todo o processo de saúde e doença, e mesmo esta definição prevale- cendo até os dias atuais, diversas reflexões surgiram e ampliaram o conceito, considerando impossível estar em completo bem-estar físico, mental e social. 26 EDUCAÇÃO E SAÚDE MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Teoria da multicausalidade Aliado a este conceito da OMS, a saúde passou a ser explicada pela teoria da multicausalidade, com ênfase em fatores individuais que condicionam a saúde das pessoas, ou seja, que a doença estava relacionada a condições que atuavam unicamente sobre o indivíduo. Relacionado à coletividade No entanto, mesmo havendo predomínio da teoria da multicausalidade, sabe-se que, não são apenas os fatores individuais que condicionam a saúde das pessoas, e sim, além deles, fatores externos, relacionados à coletividade também tem um impacto considerável sobre a saúde da sociedade. No Brasil, em 1986, através da VIII Conferência Nacional de Saúde, adotou-se o conceito de que a saúde é resultante das condições de alimentação, ren- da, habitação, educação, meio ambiente, trabalho, emprego, lazer, liberdade, acesso e posse da terra e acesso a serviços de saúde (PINNO et al., 2018). A ilustração a seguir exemplifica alguns destes fatores relacionados ao conceito ampliado de saúde. ESQUEMA DO CONCEITO AMPLIADO DE SAÚDE SAÚDE CULTURA LAZER MEIO AMBIENTE TRABALHO RENDA SERVIÇOS DE SAÚDE HABILITAÇÃO ALIMENTAÇÃO Fonte: Elaborado pela autora (2021). #PraCegoVer Esquema que representa os fatores relacionados às condições de saúde, que incluem acesso aos serviços de saúde, trabalho, meio ambiente, alimentação, cultura, habitação lazer e renda. 27 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 EDUCAÇÃO E SAÚDE Este conceito, por considerar os diversos fatores envolvidos no processo de saúde-doença, é reconhecido atualmente como o conceito ampliado de saú- de, sendo o mais aceito. Aliado a ele, surge o conceito de determinação social da saúde, que considera os fatores que interferem na produção desaúde. 1.2.2 DETERMINAÇÃO SOCIAL DA SAÚDE A determinação social da saúde é tida como um modelo atual, que destaca a importância de considerar-se a visão social, como um aspecto capaz de al- terar o processo saúde-doença de uma comunidade. Segundo aponta Solha (2014), esse modelo vai ao encontro do conceito ampliado de saúde, que con- sidera o processo de saúde doença a partir da atuação de determinantes e condicionantes diversos. Este modelo surgiu no século XIX, na Europa; em meio ao intenso período de industrialização, associado ao aumento da população urbana, do de- semprego, da falta de moradia, das condições insalubres de trabalho, den- tre outros aspectos que resultaram no aumento dos problemas de saúde (PETTRES; DA ROS, 2018). Defende-se que as condições sociais em que as pessoas estão inseridas em uma sociedade, o modo que vivem, que trabalham e que se relacionam, são tidos como importantes marcadores de saúde das pessoas. Destacam-se fatores condicionantes que vão além da disponibilidade e do acesso aos serviços de saúde e envolvem fatores como: política, segurança, educação, economia, trabalho, lazer, dentre inúmeros outros fatores que in- terferem nos aspectos sociais (SOLHA, 2014). Considerando estes fatores condicionantes de saúde, busque identificar de que modo a oferta de trabalho pode interferir na saúde de uma comunidade. Como as condições laborais em que as pessoas estão expostas pode afetar a saúde? 28 EDUCAÇÃO E SAÚDE MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 1.2.3 FATORES DETERMINANTES DE SAÚDE A OMS define os determinantes de saúde como sendo um conjunto de fa- tores/ condições de cunho social, nas quais as pessoas vivem e/ou trabalham (BUSS E PELLEGRINI-FILHO, 2007). A principal característica destes fatores, é que eles estão agrupados, retratam a multidimensionalidade da saúde, e incluem tanto fatores individuais, como fatores relacionados ao ambiente fa- miliar e da comunidade, e ainda, fatores relacionados à saúde estabelecidos de maneira mais ampla, sendo que todos estes fatores estão dispostos de maneira hierarquizada. Segundo Pettres e da Ros (2018), estes determinantes podem ser agrupados em três dimensões, a singular, a particular e a dimensão geral. Para retratar estas dimensões, os fatores determinantes de saúde pertencentes a cada di- mensão e a relação entre elas, é utilizado um esquema, também chamado de modelo de Dahlgren e Whitehead, apresentado na figura a seguir. MODELO DE DAHLGREN E WHITEHEAD DA DETERMINAÇÃO SOCIAL DA SAÚDE CO ND IÇ ÕE S S OC IOE CON ÔMICAS, CULTURAIS E AMBIENTES GERAIS RE DE S S OCIA IS E COMUNITÁRIAS ES TI LO DE VIDA DOS INDIVÍDUO S IDADE, SEXO E FATORES HEREDITÁRIOS IDADE, SEXO E FATORES HEREDITÁRIOS HABITAÇÃO SERVIÇOS SOCIAIS DE SAÚDE CONDIÇÕES DE VIDA E DE TRABALHO EDUCAÇÃO DE SE MP RE GO ÁG UA E E SGO TO AMBIENTE DE TRABALHO Fonte: Carrapato; Correia; Garcia (2017, p. 682). #PraCegoVer Esquema colorido que representa as dimensões do modelo de determinação social de saúde. 29 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 EDUCAÇÃO E SAÚDE Neste modo, a dimensão singular, localiza-se num primeiro nível, a dimensão particular logo acima dela e por último, os fatores correspondentes à dimen- são geral. Os fatores relacionados à dimensão singular estão relacionados às características individuais das pessoas, incluindo idade, etnia, gênero e fato- res genéticos. Neste nível ainda, cita-se a presença de fatores relacionados a comportamentos individuais, como o estilo de vidas pessoas. A dimensão particular, de acordo com Pettres e da Ros (2018), está relacionada aos fatores que retratam os modos de vida em grupo, os padrões de exposi- ção, riscos, fatores de proteção e de vulnerabilidade. Por isso, nesta dimensão considera-se como fatores determinantes de saúde as redes de apoio dispo- níveis as pessoas, tanto do ponto de vista social como comunitário, as quais são indispensáveis para a saúde da sociedade. Estes fatores incorporados às dimensões singulares e particulares são conside- rados fatores determinantes e condicionantes de saúde microssociais ou mi- crodeterminantes, envolvem fatores relacionados aos indivíduos e as famílias. A dimensão geral, localizada a nível mais distal do esquema, também deno- minada como dimensão macro, traz consigo macrodeterminantes relaciona- dos a questões econômicas, ambientais e laborais. 30 EDUCAÇÃO E SAÚDE MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 MEIO AMBIENTE Fonte : pikisuperstar, Freepik (2021). #PraCegoVer Ilustração colorida de um casal na parte interna de meio globo terrestre e em seu entorno há grama, flores, riacho e ao fundo, aerogeradores próximos a montes verdes, e pássaros os sobrevoam. A mulher está plantando uma árvore e o homem cuida da coleta seletiva do lixo. A ilustração então representa o meio ambiente. Carrapato, Correia e Garcia (2017) citam que estes fatores não atuam isola- damente, e sim de maneira associada, sendo que a dimensão geral possui a capacidade de influenciar, de maneira relevante, os fatores determinantes de saúde localizados nos níveis subjacentes. Pettres e de Ros (2018) comentam que as ações em saúde, incluindo as ações educativas em saúde, devem ter dois enfoques principais. O primeiro deles referente aos aspectos singulares e particulares, através de ações que visem mudanças no estilo de vida, e o segundo deles, voltado a temáticas das con- dições e qualidade de vida, e que dependem de ações articuladas entre dife- rentes setores da sociedade, uma vez que vai além do acesso aos serviços de saúde e contempla como as comunidades vivem e trabalham. 31 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 EDUCAÇÃO E SAÚDE A compreensão dos determinantes so- ciais da saúde visa a melhoria do bem- -estar e de condições de saúde, com base na estruturação social das comunidades. Compreender o modelo de determinação social da saúde é primordial para o profis- sional que atua na área da saúde, pois, é a partir disso que pode-se estabelecer ob- jetivos e intervenções em saúde. Ao se referir as ações educativas, reconhe- cer estas definições garante que os pro- fissionais de saúde direcionem as ações de saúde para os fatores determinantes e condicionantes sociais da saúde, estruturando atividades educativas dirigidas à saúde individual e à mudança de comportamentos e hábitos que possam ser nocivos à saúde, e ao mes- mo tempo, estruturando atividades voltadas à garantia de manutenção e melhoria das condições de vida, com ações voltadas a famílias, a grupos e a comunidades. Questão Mas qual a influência destes conceitos de saúde com as ações de educação em saúde? Um exemplo de ação de educação em saúde voltada os determinantes sociais de saúde são descrito a seguir, e contempla a importância da alimentação nas questões de saúde. O projeto chama-se "Com Gosto de Saúde”, realizado no Rio de Janeiro. Nestas ações, enfoca-se a alimentação e nutrição como componente fundamental da saúde, através da produção e disponibilização para as escolas de materiais educativos, vídeo, jogos e textos, que ajudam os profissionais de saúde desenvolverem atividades pedagógicas sobre saúde e nutrição no cotidiano escolar juntamente com os professores. Neste caso, objetiva-se a promoção de hábitos alimentares e estilos de vida saudáveis (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2002). 32 EDUCAÇÃO E SAÚDE MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Além disso, deve-se destacar que ao se estabelecer modelos de educação em saúde que respeitem estes conceitos, garante-se também maior promoção da saúde, criando maneiras da sociedade enfrentar os problemas sociais, eco- nômicos, políticos e culturais, tanto coletivoscomo individuais, favorecendo a qualidade de vida. Souza (2017) reforça, por exemplo, considerando a importância dos determi- nantes sociais de saúde e das ações educativas sobre eles; que estas devem envolver não apenas os profissionais de saúde, mas também, profissionais de outros setores, como assistência social, habitação, meio ambiente, segurança pública, entre outros de modo a atender de maneira integral as demandas educacionais em saúde nas comunidades. • Para saber mais sobre a importância da determinação social na educação em saúde, acesse o artigo por este link. • Faça a leitura da Política Nacional de Promoção de Saúde, divulgada pelo Ministério da Saúde em 2010. Acesso pelo link. • Faça a leitura da Política Nacional de Educação Popular em Saúde, Portaria n. 2.761, de 2013 (BRASIL, 2013). Acesso pelo link. https://www.brazilianjournals.com/index.php/BRJD/article/view/15195 https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/politica_nacional_promocao_saude_3ed.pdf https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2013/prt2761_19_11_2013.html 33 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 EDUCAÇÃO E SAÚDE CONCLUSÃO Esta unidade apresentou uma reflexão sobre os conceitos fundamentais de educação em saúde e a sua ligação com as ações de promoção da saúde junto à sociedade, uma vez que atualmente, têm-se as ações educativas em saúde como uma das estratégias para promover a saúde da população. Estas ações de educação em saúde são adotadas por diferentes profissionais de saúde, que integram as equipes de saúde em suas áreas de formação es- pecíficas, incluindo os enfermeiros. São destinadas a comunidade, a fim de permitir que esta tenha maiores condições de lidar com as questões relacio- nadas à saúde, modificando hábitos e criando melhores condições de vida. Destacou-se que as ações de educação em saúde são pautadas sobre con- ceitos de saúde e doença, e como estes conceitos foram modificando-se ao longo dos anos; é importante reconhecer os conceitos mais atuais, os quais são utilizados para nortear as ações de saúde. Dentre estes conceitos, o conceito ampliado de saúde é o mais aceito atual- mente, associado à concepção da determinação social da saúde, onde dife- rentes fatores atuam como condicionantes das condições de saúde da socie- dade. Nesta concepção, reconhece-se que, além do acesso aos serviços de saúde, a saúde da população está relacionada a questões econômicas, sociais, de meio ambiente, de trabalho, lazer, moradia, dentre inúmeros outros fato- res que impactam no processo saúde doença. Adotar estes conceitos na prática profissional permite uma visão integral e ampla dos cuidados em saúde, e faz com que os profissionais de saúde pos- sam atuar de maneira efetiva na educação em saúde da comunidade. 34 EDUCAÇÃO E SAÚDE MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 UNIDADE 2 OBJETIVO Ao final desta unidade, esperamos que possa: 35 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 EDUCAÇÃO E SAÚDE > pontuar os principais aspectos da PNES; > compreender a atuação dos profissionais de saúde nas ações de educação em saúde. 36 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 EDUCAÇÃO E SAÚDE 2 PROCESSOS EDUCATIVOS EM SAÚDE INTRODUÇÃO O Ministério da Saúde, dentre diversas ações, elaborou Políticas relacionadas á Educação em saúde, que possibilitam um entendimento mais claro das ações em saúde executadas com este foco, uma vez que trazem os funda- mentos destas ações e os eixos estratégicos a serem seguidos. Além disso, enfatizam o papel relevante dos profissionais de saúde nas ações educativas, onde estes atuam como verdadeiros educadores em saúde, pos- sibilitando mudanças no contexto das comunidades, as quais impactam po- sitivamente nas condições de vida e de saúde da sociedade. Considerando isso, nesta unidade, você estudante será introduzido às prin- cipais políticas em saúde que tratam do papel educativo na área de saúde, reconhecendo o papel dos profissionais de saúde nesta missão e ainda, com- preendendo eixos norteadores destas ações. Essas informações irão possibili- tar que você estudante, e futuro profissional da área da saúde tenha subsídios para elaborar processos educativos em saúde com efetividade. 2.1 POLÍTICAS DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE Considerando a importância das ações educativas em saúde, o Ministério da Saúde elaborou duas importantes Políticas Públicas relacionadas as tema educação em saúde. Uma delas refere-se à Política Nacional de Educação Popular em Saúde e a outra, a Política Nacional de Educação Permanente em Saúde; ambas que visam reforçar os princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS). 37 EDUCAÇÃO E SAÚDE MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 2.1.1 FUNDAMENTOS DA PNES Acerca da Política Nacional de Educação Popular em Saúde (PNE Popular em Saúde), ela objetiva reforçar as características político-pedagógicas que orien- tam a construção dos processos educativos em saúde, através do estímulo a promoção da saúde e a autonomia das pessoas (BRASIL, 2012). Desse modo, ela visa reforçar a participação ativa da comunidade nas ações em na produ- ção de melhores condições de saúde na comunidade. Essa política é tida como uma estratégia que visa ainda o cuidado, a produção de conhecimentos, a democratização e o respeito à intersetorialidade. Segun- do as diretrizes da política, elencadas pelo Ministério da Saúde (Brasil, 2012), a educação popular nesse sentido não se faz ‘para’ o povo, e sim, se faz ‘com’ o povo, uma vez que possui como eixo central a incorporação de saberes, pen- samentos, ações e conhecimentos dos grupos populares. Segundo o Ministério da Saúde (Brasil, 2012), a PNE Popular em Saúde valori- za, sobretudo, as práticas populares de cuidado. Essas práticas podem ser de- senvolvidas em diferentes contextos e espaços, como no espaço familiar, na comunidade ou até mesmo em espaços constitucionais e se pautam numa visão holística do ser humano, mais integrada. Nesse sentido, a política reforça que o conhecimento popular através do re- conhecimento dessas práticas, de valores, desejos e temores da população, reconhecendo os contextos socioculturais das pessoas, interpretando estas práticas como um tipo de conhecimento, tão importante quanto o conheci- mento técnico científico. Mas o que seriam as práticas populares de cuidados? Segundo o Ministério da Saúde (Brasil, 2012), os muitos exemplos, têm-se os benzimentos, os rituais de cura, as parteiras, práticas dos terreiros de matriz africana, práticas populares indígenas, dentre outros. 38 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 EDUCAÇÃO E SAÚDE A incorporação do conhecimento popular, aliado aos conhecimentos técnico- -científicos, permite que a população se aproxime dos profissionais de saúde, uma vez que não há práticas impostas a população, mas sim, práticas e ações pensadas de maneira conjunta e compartilhada. Tudo isso permite contribui significativamente para a promoção da autonomia dos indivíduos, de modo que as pessoas também se tornem responsáveis pela sua saúde. Aliado à valorização das práticas populares, a PNE Popular em Saúde visa a valorização da dimensão espiritual, uma vez que esta serve de motivação, orientando e dando sentido à vida das pessoas. Nestes aspectos, a dimensão espiritual pode estar ligada a valores religiosos ou não, e precisam ser consi- deradas e valorizadas nas práticas de educação em saúde. Um exemplo de atuação das práticas populares no cuidado em saúde é o emprego de chás como recurso terapêutico preventivo ou ainda, empregado de modo a mini- mizar desconfortos causados por algumas doenças. A figura a seguir retrata esta prática popular.USO DE CHÁS COMO UMA PRÁTICA POPULAR DE CUIDADO Fonte: Plataforma Deduca (2021). #PraCegoVer Foto de diferentes plantas e uma xícara transparente com um chá pronto sobre uma mesa de madeira. A foto representa as plantas que são empregadas em chás terapêuticos, utilizados por muitas comunidades e considerada uma prática popular de cuidado em saúde. 39 EDUCAÇÃO E SAÚDE MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Enquanto a PNE Educação Popular em Saúde atua nessa perspectiva, a Po- lítica Nacional de Educação Permanente no Sistema Único de Saúde (PNE Permanente em Saúde) atua com vistas à formação dos trabalhadores de saúde, de modo que estes tenham condições pedagógicas de integrar as ações educativas. Machado e Wanderley (2012) justificam que, para produzir mudanças signi- ficativas nas ações de educação em saúde, é primordial que o processo de trabalho das equipes de saúde esteja condizente com as necessidades, que garanta aproximação entre a população e os profissionais de saúde, que pro- porcione a construção coletiva de conhecimento e com isso, maior autono- mia e efetividade nas ações. Nesse sentido, a PNE Permanente em Saúde pressupõe o desenvolvimento de alternativas de transformação do processo de trabalho através da forma- ção e desenvolvimento destes profissionais, a fim de que se tenha o alcance de resultados mais efetivos e eficazes. Um exemplo de estratégia que pode ser empregada a fim de proporcionar a educação permanente em saúde é através da reunião dos diferentes pro- fissionais de saúde que integram as equipes, a fim de juntos, adquirirem no- vas informações e produzirem conhecimento, melhorando a formação dos profissionais destas equipes e com isso, melhorando a efetividade das ações educativas junto à sociedade. Para ampliar as informações acerca da PNE Permanente em Saúde, você pode fazer a leitura a seguir. • Portaria n. 198/GM/MS, de 13 de fevereiro de 2004, a qual institui esta política. Acesso pelo link. • Portaria n. 1.996/GM/MS, de 20 de agosto de 2007, que define as diretrizes de implementação. Acesso pelo link. https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2017/MatrizesConsolidacao/comum/13150.html https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2007/prt1996_20_08_2007.html 40 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 EDUCAÇÃO E SAÚDE REUNIÃO DE ESTUDOS ENTRE PROFISSIONAIS DA EQUIPE Fonte: Plataforma Deduca (2021). #PraCegoVer Foto de profissionais de saúde de diferentes formações reunidos, visando o aprimoramento e a melhoria nos processos de trabalho. Além disso, esta política é vista como uma ferramenta importante para o tra- balho das equipes multidisciplinares de saúde de modo a efetivar as ações de intersetorialidade, essenciais para a garantia de ações pautadas no conceito ampliado e na determinação social de saúde, uma vez que visa reforçar ações integralizadas e humanizadas, ampliando a liberdade dos trabalhadores de saúde (BRASIL, 2012). Acerca da intersetorialidade, destaca-se que nas ações de educação perma- nente em saúde, objetiva-se atuar e melhorar os processos pedagógicos en- tre os profissionais de saúde e desses com profissionais de outras áreas, in- cluindo habitação, social, educação, etc. Segundo a política, (BRASIL, 2018) objetiva-se: • discussões de propostas pedagógicas dos processos de formação profissional; • atribulações entre instituições de ensino e as ações em saúde; • reforço da participação de instituições de ensino e escolas técnicas nas ações em saúde; • qualificação das estratégias pedagógicas voltadas para transformação da realidade. 41 EDUCAÇÃO E SAÚDE MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Ao se falar que a educação permanente esta voltada aos profissionais de saú- de não significa que os indivíduos da comunidade foram excluídos destas ações, uma vez que as ações têm como foco final a educação da comunidade, mas a partir da capacitação dos profissionais. Desse modo, pode-se dizer que: A PNE Permanente em saúde é considerada uma estratégia de mudança dos perfis dos profissionais de saúde, para que estes tenham vistas à criação de ações voltadas à coletividade, a promoção da saúde e a melhoria das condições de vida da população, onde atuam como atores sociais dentro destas mudanças. Impacto nas ações de educação em saúde deve-se ressaltar que a PNE Permanente em saúde é considerada uma estratégia dentro da educação em saúde, voltada à formação profissional e acadêmica dos profissionais, e que impacta diretamente nas ações de educação em saúde. Com base nestes fundamentos pedagógicos, pode- se dizer que nas ações de educação permanente, se excluiu as pessoas das ações, enquanto nas ações de educação popular, insere-se o indivíduo nas decisões e na produção de conhecimento? 42 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 EDUCAÇÃO E SAÚDE 2.1.2 FUNDAMENTOS PEDAGÓGICOS DA EDUCAÇÃO EM SAÚDE Na prática dos profissionais de saúde, alguns princípios devem ser orienta- dores das práticas de saúde quando se objetiva uma ação educativa, con- siderando que ela deve estimular a autonomia das pessoas em relação a sua saúde. Considerando isso, Levy et al. (2019), comentam que as ações educativas são estratégias capazes de modificar o comportamento das pessoas, e que podem ser trabalhadas de duas formas, pela heteroeducação ou pela autoeducação. Acerca da heteroeducação, nesta metodologia, influências incidem sobre as pessoas independentemente de sua vontade, ou seja, neste caso não há a participação ativa, decidida e voluntária das pessoas, mesmo que estes este- jam inseridos em programas educativos. Na prática das ações de educação em saúde, pode- se citar um exemplo acerca da heteroeducação. Imagine uma unidade de saúde que estabelece que todas as pessoas com diagnóstico de diabetes devem participar dos grupos de apoio da unidade, onde em cada encontro, são realizadas orientações sobre fatores de risco para doenças e agravos relacionados ao diabetes e a entrega da medicação de uso contínuo para os pacientes. Nesse caso, a entrega da medicação está atrelada a participação nas ações educativas. Avaliando esta situação, pode- se dizer que as ações educativas nesse caso atuam através da metodologia de heteroeucação, pois não há uma participação intencional, autônoma e intencional das pessoas, o que para as ações educativas em saúde, não é considerado adequado. 43 EDUCAÇÃO E SAÚDE MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Em contrapartida, na autoeducação, ao contrário do que acontece na hete- roeducação, há a participação ativa e intencional das pessoas, sendo que são elas que procuram as informações necessárias para auxiliar nas mudanças de comportamento e com isso, melhorar as condições de saúde. Considerando estes dois modelos pedagógicos, ambos têm validade, no en- tanto, na área da educação em saúde preza-se pelo uso de metodologias que atuem através da autoeducação, uma vez que nesta área, objetiva-se a toma- da de decisão das pessoas em relação a sua saúde, através de reflexões e de maior consciência por parte do indivíduo (LEVY et al., 2019). Nessa perspectiva, Santos e Paschoal (2017) reforçam a importância de me- todologias educativas em saúde levem ao pensamento crítico e à tomada de consciência das ações. Por isso, cita que quando se atua de modo a criar maior autonomia nas pessoas em relação à saúde, está se trabalhando com uma metodologia também chamada de pensamento crítico. Que defende que todo ser humano é capaz de refletir, analisar e avaliar criticamente suas ações, e a partir disso, é capaz de construir e reconstruir saberes, hábitos e comportamentos, os quais podem ser compartilhados com a comunidade. A figura a seguirexemplifica o método de educação pautado na autoedu- cação, através do emprego de ações que estimulem as pessoas a partici- parem das ações educativas em saúde por iniciativa própria, com base na sua consciência. AÇÕES DE AUTOEDUCAÇÃO Fonte: Plataforma Deduca (2021). #PraCegoVer Foto de pessoas de diferentes faixas etárias, as quais buscam mudanças de hábitos (como alimentação adequada e prática de atividade física) em prol de melhores condições de saúde e de vida. 44 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 EDUCAÇÃO E SAÚDE Segundo Pelicioli (2018) para que a educação em saúde se efetive, é preciso que as pessoas estejam motivadas, a fim de que possam incorporar os conhe- cimentos adquiridos e transferi-los para o comportamento e hábitos do dia a dia. Por isso, destaca-se a importância de as ações terem como metodologia a autoeducação. 2.1.3 EIXOS ESTRATÉGICOS DA EDUCAÇÃO EM SAÚDE Alguns eixos estratégicos podem ser apontados de modo a auxiliar na efeti- vação das ações educativas em saúde. Nesse aspecto, Pinno, Becker e Moura (2019) comentam como eixos da educação em saúde os seguintes aspectos: • educação em saúde como prática social; • reafirmação da participação da comunidade nas ações; • atuação intersetorial, por meio de ações comunitárias que contemplem o conceito ampliado de saúde. Em relação à educação em saúde como prática social destaca-se que as ações de educação em saúde devem ser organizadas de modo individual e coletivo, de modo que atinja as pessoas de maneira individualizada e posteriormente, estas se organizem a fim de criar um pensamento crítico sobre os problemas e saúde da coletividade, gerando as mudanças esperadas. Neste aspecto, considerando a importância da participação população, des- carta-se que dentre outros aspectos, a população pode inclusive participar das ações de avaliação, planejamento e deliberação em saúde, através da par- ticipação nos conselhos de saúde. Para ampliar as informações acerca da importância dos conselhos de saúde para a participação da comunidade nas ações de saúde, o documento a seguir, elaborado pelo Ministério da Saúde, aborda este tema. Acesso pelo link. http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/conselhos_saude_responsabilidade_controle_2edicao.pdf 45 EDUCAÇÃO E SAÚDE MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Deve-se ainda, como tática da educação em saúde, romper a ideia de que educação em saúde refere-se à transmissão de informações a comunicação, e sim, deve reforçar que a transmissão de informações deve sim instigar a produção de conhecimentos, com a ativa participação da comunidade, vi- sando à transformação de situações que de algum modo interfiram na saú- de da coletividade. Além disso, deve-se considerar que, a partir do conceito de que a saúde é determinada por diferentes aspectos, que incluem o modo como as pessoas trabalham e vivem, há necessidade de que as ações educativas em saúde en- volvam temáticas intersetoriais, que visem promover a saúde. Salienta-se que estes eixos estratégicos servem de modo a efetivar as ações de educação em saúde, uma vez que reforça as características defendidas atualmente para que essas ações realmente tenham efetividade junto à comunidade. Em relação ao eixo estratégico que defende a intersetorialidade, ações voltadas à melhoria das condições ambientais de uma comunidade são um exemplo. O acesso a espaços arborizados, destinados à prática de atividade física e lazer, contribuem para a melhoria das condições de saúde, uma vez que impacta diretamente na qualidade de vida das pessoas. 46 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 EDUCAÇÃO E SAÚDE 2.2 O PAPEL DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE NOS PROCESSOS EDUCATIVOS Para que as ações de educação em saúde tenham efetividade e realmente impactem em melhores condições de vida e de saúde na comunidade, há a necessidade da atuação conjunta dos indivíduos, dos gestores e dos profissio- nais de saúde. Nesse sentido, os profissionais de saúde exercem uma ação de educadores em saúde, uma vez que se tornam peças-chaves essenciais para a transmis- são de informações e ao estímulo a produção de conhecimento. Para tanto, se faz necessário que utilizem de formas de comunicação efetivas, que garan- tam a interação entre profissionais e comunidade, e que afirmem os pressu- postos da educação em saúde. 2.2.1 OS PROFISSIONAIS DE SAÚDE COMO EDUCADORES EM SAÚDE Nas ações educativas em saúde, diversas profissões, dentre elas: médico, en- fermeiro, fisioterapeuta, educador físico, terapeuta, assistente social, nutri- cionista, dentista, farmacêutico, dentre outros profissionais, participam ati- vamente das ações de educação, a partir de ações voltadas a promoção da saúde da sociedade. Essa atuação multiprofissional se pauta no fato de unir diversas competên- cias, habilidades e responsabilidades, de modo que juntos, os profissionais de saúde possam efetivar as ações educativas em saúde. O artigo a seguir, ampliará seu estudo visto que aborda um relato de experiência sobre o papel dos profissionais de saúde nas ações educativas. Acesso pelo link. https://www.periodicos.univasf.edu.br/index.php/revasf/article/view/1102/997 47 EDUCAÇÃO E SAÚDE MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Destaca-se que as ações de educação em saúde podem e devem ser realiza- das pelos profissionais das equipes multiprofissionais durante o processo de trabalho, rotineiramente, tanto em abor- dagens coletivas como individuais. Nesse sentido, Pinno, Becker e Moura (2019) refor- çam que essas ações acontecem não ape- nas em momento previamente definidos, específicos, como palestras, encontros, etc., mas sim, acontecem diariamente, até mesmo nos atendimentos individuais, como em consultas, tratamentos e visitas domiciliares, por exemplo. A figura a se- guir demonstra a atuação do profissional de saúde em uma visita domiciliar. VISITA DOMICILIAR Fonte: Plataforma Deduca (2021). #PraCegoVer Foto que ilustra uma visita domiciliar a uma paciente, como uma estratégia de educação em saúde. Questões Mas quando as ações em saúde podem ser desenvolvidas pelos profissionais de saúde? 48 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 EDUCAÇÃO E SAÚDE Considerando a atuação dos profissionais de saúde nas ações de educação em saúde, destaca-se a importância das ações de educação na saúde, ou seja, as ações destinadas à formação dos trabalhadores na área da saúde. Estas ações são destinadas aos profissionais visando melhorias no ensino e no pro- cesso de trabalho, de modo que desenvolvam maiores habilidade em realizar as ações de educação em saúde. Além disso, reforça-se a importância da atuação de secretários de saúde, co- ordenadores e gestores na efetivação das ações de educação em saúde, uma vez que os profissionais de saúde dependem diretamente da deliberação destes setores para desempenho das ações no território. Aceitação para troca de saberes e informações Pinno, Becker e Moura (2019) salientam que além desses aspectos, os profissionais de saúde que atuam nas ações de educação em saúde devem, necessariamente, estar dispostos a aceitarem a troca de saberes e informações entre a população e os profissionais, considerando os princípios da educação em saúde. Importância relevante Portanto, podemos entender que os profissionais de saúde detêm uma importância relevante nas ações de educação em saúde, de modo que se tornam peças chave na garantia de melhoria das condições de saúde da comunidade. 49 EDUCAÇÃO E SAÚDE MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 2.2.2 O PAPEL DA COMUNICAÇÃO NOS PROCESSOS EDUCATIVOS A educação em saúde é voltada, dentre outrosaspectos, para a comunidade, para que essa tenha autonomia em relação aos cuidados em saúde, tendo consciência crítica acerca de suas decisões, a fim de que possam participar ativamente das ações de promoção da saúde. Nesse sentido, destaca-se a importância da comunicação entre a comunida- de, os gestores e os profissionais de saúde, comunicação essa que deve ser eficaz, a ponto de ser suficientemente entendível aos indivíduos. Este proces- so comunicativo nas ações de educação em saúde é considerado um desafio, uma vez que para ter efetividade, as ações de educação em saúde precisam não apenas repassar informações, mas primeiramente, precisam atender as necessidades de comunicação da sociedade. Com relação à informação em saúde, Pinno, Becker e Moura (2019) comen- tam que é assegurado a todo individuo, o acesso à informação e é de res- ponsabilidade do Estado manter um processo informativo e comunicativo aos seus indivíduos, ao mesmo tempo em que é direito dos indivíduos de receber informações. Neste sentido, informação, comunicação e educação passam a ter uma rela- ção muito estreita, uma vez que as ações de educação em saúde perpassam a necessidade de envolvimento de informações e de formas de comunicação de modo a garantir que as ações educativas tenham efetividade. Isso por- que, quando os profissionais de saúde utilizam de comunicação efetiva, tem- -se um entendimento adequado e eficaz da comunidade acerca dos temas abordados, de modo que esta possa produzir conhecimento e maior autono- mia em relação às ações em saúde. Informação é definida como dados que são comunicados, ou fatos que se tornam conhecidos acerca de algo ou alguém. Envolve tudo o que pode ser ou é apreendido, assimilado ou armazenado pelo indivíduo (PINNO; BECKER; MOURA, 2019). 50 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 EDUCAÇÃO E SAÚDE Comunicação trata-se de um processo de emissão, transmissão e recepção de informações por meio de metodologias, técnicas e tecnologias, visando, sobretudo, o entendimento por parte dos envolvidos. Pode ser definida também como a habilidade de conversar, trocar ideias e discutir (PINNO; BECKER; MOURA, 2019). Educação trata-se de um processo de aprendizado em que não há apenas mera transmissão de informações, mas é necessário fazer com que os envolvidos criem conhecimento em relação à informação obtida, considerando a realidade e o contexto que estão inseridos (PINNO; BECKER; MOURA, 2019). Salienta-se que na prática dos profissio- nais de saúde, há a disponibilidade al- gumas formas de comunicação que são mais eficazes para as ações de educação em saúde e, por isso, essas formas devem ser enfatizadas. Na prática, a comunicação precisa estar mais aberta entre profissionais de saúde e indivíduos, de modo que proporcione maior qualidade nos relacionamentos, maior vínculo, consequentemente, maior adesão das pessoas aos cuidados com a saúde. Além disso, Pinno, Becker e Moura (2019) salientam ainda que a comu- nicação em saúde precisa reconhecer as necessidades e especificidades dos diferentes contextos existentes nas comunidades, tendo em vista a diversida- de da população em um mesmo território. Questões Mas que formas seriam estas de comunicação mais eficazes? 51 EDUCAÇÃO E SAÚDE MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Em relação aos meios de comunicação utilizados nas ações de educação em saúde, destaca-se que podem ser utilizados diferentes meios, incluindo: mí- dia televisiva, meios escritos, rádio, serviços de saúde, igrejas, entidades, e ain- da, a utilização da internet e redes sociais para potencializar o acesso às infor- mações em saúde (PINNO; BECKER; MOURA, 2019). Alguns desses meios de comunicar em saúde podem ser notados na figura a seguir. MEIOS DE COMUNICAR EM SAÚDE Fonte: Plataforma Deduca (2021). #PraCegoVer Foto de um grupo de pessoas reunidas e comunicando-se através de diferentes formas, incluindo linguagem verbal, uso de livros, cadernos, internet, dentre outras ferramentas que visam fomentar as discussões entres os participantes. Considerando a diversidade dos contextos e das pessoas que participam das ações educativas, a leitura complementar a seguir trata da realização de ações educativas em saúde junto a pessoas idosas, e mostra a necessidade que este público-alvo possui de participar de ações capazes de modificar hábitos de vida e proporcionar saúde. Acesso pelo link. https://www.scielo.br/j/ape/a/TXmHSndpMG9vzTXh5SkWGNM/?lang=pt&format=html 52 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 EDUCAÇÃO E SAÚDE Além disso, considerando as formas de comunicação em saúde, os profis- sionais de saúde podem fazer uso tanto de meios de comunicação verbais, como não verbais, desde que consigam atingir a população e garantir que as informações repassadas sejam completamente entendíveis. Para que as informações em saúde atinjam toda a comunidade, destaca-se ainda que as formas de comunicação devem garantir que todos os envolvidos no processo educativo tenham amplo e integral acesso aos temas aborda- dos. Isso significa que, mesmo pessoas com alguma limitação ou deficiência, como deficiência visual ou auditiva, por exemplo, têm acesso a informação. Por isso, nas práticas de educação em saúde, as formas de comunicação uti- lizadas devem respeitar estas necessidades, sendo utilizadas diferentes for- mas, de acordo com as necessidades e limitações das pessoas envolvidas. Além disso, as informações devem ser entendíveis a população, mesmo que não haja deficiências, mas que respeitem também as particularidades e per- mitem um acesso igualitário as informações. Considerando a importância do acesso de toda a população as informações em saúde, imagine uma ação destinada aos idosos de uma comunidade. Deve-se considerar nestas ações que se espera que idosos, possuam em decorrência do processo de envelhecimento natural, menor acuidade visual e auditiva. Nestes casos, se a forma de comunicação utilizada for uma apostila, de letras pequenas, é possível que boa parte da comunidade não tenha acesso as informações. Em contrapartida, o uso de vídeos didáticos, com ilustrações facilitaria, por exemplo, a comunicação nestes casos. 53 EDUCAÇÃO E SAÚDE MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Considerando ainda a necessidade de ações educativas em saúde efetivas, além do papel primordial da comunicação, há outros pressupostos que de- vem ser atendidos, de modo a permitir esta garantia. Se tratando da efetividade das ações de educação em saúde, Pinno, Becker e Moura (2019) partem do princípio de que alguns aspectos devem ser respeita- dos a fim de garantir que as ações desenvolvidas pelos profissionais de saúde consigam melhorar as condições de vida da sociedade. Para isso, utilizam-se de alguns pressupostos, que incluem: diálogo, amoro- sidade, emancipação e ainda, a valorização das experiências. O esquema a seguir retrata a interrelação destes pressupostos com as ações de educação em saúde. Pinno, Becker e Moura (2019) sugerem, por exemplo, o uso de formas de comunicação específicas em ações que envolverem participantes com deficiência auditiva. Nesses casos, orienta-se a transmissão de informações por meio da Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS). 54 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 EDUCAÇÃO E SAÚDE PRESSUPOSTOS DA EDUCAÇÃO EM SAÚDE Amorosidade Diálogo Educação em saúde Emancipação Valorização de experiências Fonte: Elaborado pela autora (2021). #PraCegoVer Esquema que demonstra a atuação dos quatro pressupostos da educação em saúde, incluindo: Diálogo, Valorização das experiências, Emancipação e Amorosidade. Acerca do diálogo, ele é parte essencial dos processos de comunicaçãoem saúde, mas, além disso, deve ter como característica o fato de ser respeitoso, e de proporcionar uma escuta ativa, onde os profissionais de saúde possam “ouvir” as reais necessidades das pessoas envolvidas nas ações de educação em saúde. Em relação à amorosidade, esse predisposto visa que as ações de educação em saúde possam ir além dos meros conhecimentos científicos, e sim, que possam ser capazes de valorizar os anseios, os sentimentos, a sensibilidade e a emoção das pessoas envolvidas. Segundo Pinno, Becker e Moura (2019), este pressuposto permite o estabelecimento de um vínculo afetivo, que fortalece os laços e relações entre a comunidade e os profissionais de saúde, de modo que estes vínculos estabelecidos possam fortalecer as ações desempenhadas no território. 55 EDUCAÇÃO E SAÚDE MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 O pressuposto chamado de emancipação, defendido pelos autores, consiste em criar nos indivíduos maior autonomia no processo de saúde e doença, de modo que sejam responsáveis pelo cuidado em saúde, extrapolando a ideia de que a saúde é produzida unicamente pelas ações desempenhadas pelos profissionais de saúde. Para Pinno, Becker e Moura (2019), a valorização da experiência é um dos qua- tro pressupostos essenciais das ações de educação em saúde, isso porque, ela permite maior interação e aprendizado entre o educador (profissional de saú- de) e o educando (individuo da comunidade). Não obstante, a valorização das experiências permite ainda, que sejam analisadas experiências não apenas da área da saúde exclusivamente, mas sim, experiências intersetoriais, relaciona- dos à realidade em que as pessoas estão inseridas. Além disso, ao se valorizar as experiências de educação em saúde de um terri- tório, os profissionais de saúde podem construir planos de intervenções mais efetivos, mais seguros e direcionados as necessidades da comunidade. Exemplos de experiências intersetoriais na área da saúde podem estar relacionadas a ações já desempenhadas por outros setores, e que envolvam, por exemplo, condições econômicas da comunidade, questões do meio ambiente, da educação e de infraestrutura. 56 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 EDUCAÇÃO E SAÚDE CONCLUSÃO Esta unidade apresentou uma explanação sobre as políticas públicas que se relacionam com a educação em saúde. Em especial, abordou os princípios e a importância da PNE Popular em Saúde e da PNE Permanente em Saúde como estratégias para efetivar as ações educativas na área da saúde. Além disso, enfatizou a importância de se utilizar metodologias que realmen- te tragam maior autonomia e consciência á população na mudança de com- portamentos, hábitos e com isso, que impactem positivamente nas condi- ções de saúde. Destacou-se a utilização de metodologias de autoeducação nas ações educativas na área de saúde, com vistas a garantir maior participa- ção das pessoas e uma participação realmente ativa, nos fatores relacionados a sua saúde. Aliado a estas informações, a unidade abordou ainda a atuação dos profis- sionais de saúde dentro das ações educativas em saúde, os quais adquirem nesse sentido, o papel de atores sociais, atuando como educadores em saúde. Para favorecer esta atuação, elencou-se alguns pressupostos e pontuou-se especialmente a importância da utilização de uma adequada comunicação pelos profissionais de saúde a fim de que realmente consigam estabelecer vínculos e ações resolutivas com as pessoas envolvidas nos processos de edu- cação em saúde. Por fim, percebe-se que os profissionais de saúde possuem uma ampla atu- ação como educadores em saúde, sendo que esta atuação tem diretrizes e orientações já estabelecidas, principalmente por políticas públicas. Todavia, para que esta atuação atenda as necessidades, é primordial que se respeite as principais características, metodologias e pressupostos das ações de edu- cação em saúde, de modo que estes profissionais possam, de maneira efetiva, auxiliar a população na melhoria das condições de saúde e de vida. 57 EDUCAÇÃO E SAÚDE MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 UNIDADE 3 OBJETIVO Ao final desta unidade, esperamos que possa: 58 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 EDUCAÇÃO E SAÚDE > demonstrar a atuação do enfermeiro nas ações de educação em saúde. > esquematizar as etapas dos processos educativos em saúde. 59 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 EDUCAÇÃO E SAÚDE 3 ESTRUTURAÇÃO DAS AÇÕES DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE INTRODUÇÃO Os enfermeiros são profissionais com atuação ampla, com ações voltadas á gestão, à assistência da comunidade e ainda, podendo atuar mediante ações educativas. Nesse último caso, os enfermeiros atuam como educadores em saúde, com vistas aos fatores que podem interferir na saúde das pessoas, su- gerindo mudanças nos hábitos de vida e melhorias nas condições em que as pessoas estão inseridas. Todavia, estas mudanças são alcançadas através de ações próprias de cada uma das pessoas, de modo que as ações educativas auxiliem as mesmas a te- rem maior autonomia sobre as decisões relacionadas a sua saúde, enquanto os enfermeiros, atuam de modo a potencializar este poder de decisão. As ações educativas realizadas por enfermeiros, para serem efetivas, deman- dam de alguns cuidados essenciais, incluindo o uso de comunicação ade- quada, cuidados na formação de grupos, escolha de ferramentas de apoio corretas, dentre outros cuidados. Além disso, é primordial que estes profissionais saibam como estruturar a ação educativa de forma planejada, uma vez que ela é estruturada em fases/etapas distintas, sendo que em cada etapa, demanda de estratégias específicas. Diante deste papel do enfermeiro como educador em saúde, a unidade de aprendizagem irá abordar alguns aspectos da introdução deste profissional nas ações educativas, e ainda, irá mostrar a você estudante, e futuro profis- sional enfermeiro, como estruturar ações educativas voltadas ao território de atuação. 60 EDUCAÇÃO E SAÚDE MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 3.1 ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NAS AÇÕES DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE Sabe-se que o processo de educação em saúde depende da atuação articu- lada entre gestores, profissionais de saúde e população. Nesse sentido, sa- lienta-se a importância dos enfermeiros, como um dos profissionais de saúde que pode atuar junto aos processos educacionais, auxiliando a população a garantir maior responsabilidade da população em relação aos seus hábitos, comportamentos e condições de vida. 3.1.1 PAPEL DO ENFERMEIRO COMO EDUCADOR EM SAÚDE O cuidado em saúde é tido como o alicerce dos saberes em enfermagem, que visa o atendimento das necessidades humanas, definidas por contextos biológicos, psicológicos e sociais (PINNO et al., 2019). Considerando esta atuação ampla em relação ao cuidado, compreende-se que ele é realizado mediante ações, atividades, processos, atendimentos, de- cisões, dentre outras estratégias, de modo que o profissional de enfermagem seja capaz de assistir às pessoas, fornecendo apoio conforme as necessidades evidenciadas. Nestes casos, o enfermeiro presta apoio e cuidado aos pacientes em diferen- tes fases da vida e situações de saúde, uma vez que visa uma atenção integral do sujeito. Segundo Haubert (2017), este cuidado que alicerça a atuação da enferma- gem, ocorre em todo o ciclo evolutivo humano, e contempla ações de cuida- do voltado à prevenção de doenças, a promoção e recuperação da saúde. A figura a seguir exemplifica esta atuação do enfermeiro enquanto profissional que visa o cuidado integral do ser humano. 61 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017,Publicada no D.O.U em 23/06/2017 EDUCAÇÃO E SAÚDE ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NO CUIDADO EM SAÚDE Ações de promoção da saúde Ações de prevenção de doenças Ações de recuperação da saúde Fonte : Elaborada pela autora (2021); Plataforma Deduca (2021). #PraCegoVer A ilustração demonstra a evolução do homem em todas as etapas da vida, infância, adolescência, fase adulta e velhice, e em seu entorno, há três elipses com as áreas de atuação do enfermeiro em educação em saúde: Prevenção de doenças, Promoção e recuperação da saúde. Deste modo, as ações desempenhadas pelos enfermeiros não têm enfoque apenas na doença, mas sim, contempla os contextos mais abrangentes dos indivíduos e do processo de cuidado. Dentre as inúmeras situações que a enfermagem assume responsabilidade no cuidado, está a atuação do enfermeiro como agente educador em saúde. Pinno et al. (2019) comentam que o enfermeiro é um profissional da área da saúde, detentor de um importante compromisso social, sendo sensível aos problemas da comunidade. O enfermeiro é um profissional capaz de propor intervenções que auxiliem a população a se tornarem sujeitos de suas decisões, ao mesmo tempo, em que apoiado pela gestão e demais entes intersetoriais, auxilia também na mobili- zação da comunidade de modo a auxiliar e apoiar as políticas públicas saudá- veis. Por isso, é tido como um educador em saúde. 62 EDUCAÇÃO E SAÚDE MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Mas em que momentos as ações educativas podem ser realizadas pelos enfer- meiros? Nestes casos, as ações educativas podem ser realizadas em diferentes momentos, incluindo consultas, trabalhos em grupo, palestras, visitas domici- liares, na sala de espera, em oficinas, dentre outros momentos e espaços. A educação em saúde insere-se também contexto do processo de trabalho do enfermeiro no ambiente hospitalar. Neste caso, as ações educativas não devem se limitar as alterações fisiopatológicas, mas sim ao paciente em sua totalidade, considerando o local em que vive, onde trabalha, as condições de renda e os aspectos sociais (PINNO et al., 2019). O enfermeiro pode, por exemplo, orientar mudanças no ambiente domiciliar deste paciente, como por exemplo, utilizar o quarto mais arejado da casa após um procedimento cirúrgico, de modo a prevenir complicações e garantir uma recuperação mais efetiva. Pinno et al. (2019) citam que estas ações educativas promovidas pelos en- fermeiros podem ser realizadas em espaços de reunião e discussão de gru- pos organizados pela comunidade, como nas associações de mulheres, de moradores, na igreja, ou até mesmo da casa dos pacientes, mediante visitas domiciliares. 63 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 EDUCAÇÃO E SAÚDE AÇÃO EDUCATIVA ATRAVÉS DE VISITA DOMICILIAR Fonte : Thirdman, Pexels (2021). #PraCegoVer A foto retrata uma enfermeira sentada à mesa da casa de uma paciente mulher em tratamento oncológico e a paciente está acompanhada de sua filha. A foto representa a atividade educativa realizada em visita domiciliar. Independente do espaço utilizado para a ação educativa, o enfermeiro atua visando criar autonomia das pessoas envolvidas no processo educativo em relação à prevenção, à promoção e à reabilitação frente alguma disfunção. Segundo Gonçalves e Soares (2010), observa-se que nas ações de educação em saúde, quando efetivas, elas são capazes de melhorar a orientação da co- munidade em relação às questões de saúde e com isso, tem-se menor pre- valência e agravamento de patologias. Isso porque, as pessoas aprendem a evitá-las ou a conviver com elas, evitando que elas causem sequelas ou com- plicações, o que torna as ações de educação em saúde efetivas do ponto de vista do cuidado em saúde. 64 EDUCAÇÃO E SAÚDE MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Outro espaço em que o enfermeiro pode atuar em ações educativas é na escola. Nestes espaços, pode-se, por meio da interação dos escolares com os educadores em saúde, ajuda-se a construir hábitos saudáveis e a minimizar riscos e agravos a que os escolares se expõem cotidianamente. Por isso, o ambiente escolar é tido como um espaço privilegiado para práticas de promoção de saúde e de prevenção de agravos à saúde e de doenças (MENDES; ROSSONI; SILVA, 2019). Zarpellon e Skupien (2015) citam que quando as ações educativas realizadas pelos enfermeiros propiciam uma reflexão crítica e problematizadora, esti- mulando a escuta, o diálogo; constroem-se mudanças de hábitos e compor- tamentos, impactando positivamente nas condições de saúde. Assim, identifica-se que o enfermeiro tem um papel central na efetivação da educação em saúde, atuando como um agente educador. Todavia, para que realmente suas ações tenham efetividade e resultem nos objetivos propostos, as ações devem considerar e respeitar pressupostos básicos, como o diálogo, a escuta qualificada, o pensamento crítico e a produção de conhecimento, como estratégia para a mudança das condições de vida da sociedade. 3.1.2 ATRIBUIÇÕES DO ENFERMEIRO NO PROCESSO DE CUIDADO E EDUCAÇÃO EM SAÚDE Para o desempenho de suas funções, especialmente em relação às ações vol- tadas a educação em saúde, o enfermeiro deve ter algumas competências e respeitar algumas atribuições de sua profissão. Isso porque, o enfermeiro torna-se neste caso o educador em saúde e por isso, deve ter condutas que sejam compatíveis com este processo. 65 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 EDUCAÇÃO E SAÚDE Inicialmente, é primordial que o enfermeiro se reconheça como agente des- se processo e preste os cuidados de enfermagem de modo compatível com as diferentes demandas de saúde do paciente, da família e da comunidade. Após este reconhecimento, Haubert (2017) cita algumas atribuições do enfer- meiro nas ações de cuidado em saúde, incluindo as ações educativas. • As ações devem ter cunho multiprofissional, quando possível, respeitando as diferentes formações profissionais de modo a integrar as ações de enfermagem. • O processo de trabalho deve ser voltado tanto ao âmbito de atuação individual como coletivo. • Desenvolver ações de educação e promoção à saúde, respeitando os grupos sociais, as condições de vida, de saúde, de lazer, de trabalho e de renda da comunidade. • Promover ações que visam a garantia de estilos de vida mais saudáveis, de modo a atuar como agente de transformação social no ambiente em que atua. • Ter domínio de novas tecnologias e estratégias pedagógicas tanto de informação, como de comunicação, considerando a importância destes aspectos nas ações de educação em saúde. • Saber identificar as demandas individuais e coletivas de saúde das pessoas envolvidas nas ações, reconhecendo os fatores sociais determinantes de saúde que impactam nas condições de vida e saúde da comunidade. • Garantir que haja qualidade de cuidado ao paciente, em todos os níveis de atuação, mediante ações que se destinem a promoção, prevenção, proteção e reabilitação da saúde, garantindo a integralidade do cuidado. Haubert (2017) comenta que além de participar diretamente nas ações de educação em saúde, o enfermeiro deve estar apto a planejar e implementar as ações educativas em saúde. 66 EDUCAÇÃO E SAÚDE MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 O enfermeiro pode capacitar os profissionais sob sua supervisão (técnicos de enfermagem e agentes comunitários de saúde) em relação às atividades de educação em saúde, contribuindo de forma ampla para a melhoria da saúde da população (ZARPELLON; SKUPIEN, 2015). Deste modo, pode-se identificar que o profissional de enfermagem possui um papel relevante nas ações de educação em saúde, mas para que tenham resolutividade, devem respeitar as atribuições da profissão.3.1.3 AÇÕES DE COMUNICAÇÃO E PRÁTICAS DE GRUPOS EDUCATIVAS A formação de grupos educativos são estratégias utilizadas em diversas áreas por profissionais, que optam pela estruturação de grupos em diferentes es- paços e visando atender diferentes demandas. Santos e Paschoal (2017) res- saltam que a estratégia de estruturação de grupos de educação em saúde permite a interação entre os envolvidos, o que é essencial para a construção de conhecimento. Na estruturação dos grupos, os participantes podem ter características distin- tas, com qualidades que diferem uma pessoa de outra, ao mesmo tempo em que estas pessoas se reconhecem em sua singularidade, uma vez que apre- sentam necessidades ou anseios semelhantes (SANTOS; PASCHOAL, 2017). Nesta perspectiva, nas atividades grupais, a interação entre os membros pode ser complexa, uma vez que as pessoas podem apresentar-se com pontos de vista diferentes entre si, o que pode gerar conflitos, que neste caso, devem ser mediados pelo educador em saúde, neste caso, o profissional de enferma- gem. Além disso, deve-se considerar que estes conflitos não são sinônimos de violência, e fazem parte da construção de saberes nas ações educativas. 67 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 EDUCAÇÃO E SAÚDE Considerando isso, nesses grupos, cabe ao enfermeiro determinar que cada participante deve ser respeitado enquanto o contexto em que vive, de modo a ele pode participar do grupo mediante fala, discussão, estabelecimento de ponto de vista ou através de silêncio, de acordo com sua identidade, neces- sidade, demandas etc. Ou seja, de acordo com as particularidades de cada pessoa, ela pode expressar sua participação de diferentes formas. Solha (2014) também considera que conhecimento é construído a partir da troca de experiências entre os participantes do grupo e por isso, é primordial que se garanta um espaço para discussão, trocas de informações, aponta- mentos, etc., e onde o enfermeiro assume um papel de moderador, o qual auxilia na organização e na condução do grupo, auxiliando com seu conheci- mento técnico-científico. O enfermeiro, mesmo quando utiliza o conhecimento técnico-científico nos grupos de educação em saúde, continua assumindo a função de facilitador, não sendo o foco central das ações em nenhum momento (SOLHA, 2014). Deve-se destacar, que na estruturação dos grupos, eles podem ser consti- tuídos como grupos abertos ou fechados, dependo de algumas caracterís- ticas. O quadro a seguir demostra as particularidades destes dois tipos de grupos educativos. 68 EDUCAÇÃO E SAÚDE MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ESTRUTURAÇÃO DOS GRUPOS EDUCATIVOS Grupo fechado Grupo aberto • Os encontros são restritos aos participantes que iniciaram a participação no primeiro encontro; • As pessoas podem “entrar e sair” quando quiserem; • Após início das atividades, não são mais aceitos novos membros. • O grupo pode receber novos integrantes a cada encontro, não havendo uma regra em relação ao número mínimo de encontros que cada pessoa deve frequentar. Fonte: Adaptado de Solha (2014, p. 126). #PraCegoVer No quadro há a descrição de algumas características de grupos de educação em saúde fechados e de grupos abertos, com apontamentos sobre as diferenças entre eles. Além dos grupos fechados e abertos, Santos e Paschoal (2017) citam a estru- turação de chamados de “grupos de sala de espera”. Nestes grupos, as ca- racterísticas são semelhantes e se aproximam dos grupos abertos. São rea- lizados em salas de espera de clínicas, consultórios, hospitais, dentre outros locais, cujo objetivo é realizar alguma ação educativa no momento de espera do paciente, ou seja, utiliza-se um tempo ocioso do paciente para abordar-se assuntos importantes e educar os mesmo em relação a sua saúde. Acerca do projeto dos grupos educativos, as ações devem ser desempenha- das em vários encontros, e conforme enfatiza Solha (2014), em cada encontro os assuntos discutidos devem ser diferentes, mesmo que voltados ao mesmo objetivo, de modo a garantir que não haja monotonia nos encontros, o que poderia resultar em baixa adesão dos participantes. Além disso, enfatiza-se que a estruturação dos encontros é parecida, por mais que sejam apresentados temas diferentes, havendo algumas diferenças no primeiro e no último encontro do grupo educativo. 69 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 EDUCAÇÃO E SAÚDE Primeiro encontro do grupo deve-se acordar as regras de convivência do grupo, definindo-se o que pode ou não ser feito. Como exemplo, citam-se regras relacionadas aos critérios para participar do grupo, ao sigilo das informações, ao respeito entre os participantes, ao respeito á pontualidade, etc. (SOLHA, 2014). Encontros intermediários do grupo o profissional deve-se iniciar o encontro do grupo educativo relembrando o que foi discutido no encontro anterior e, a partir disso, dar introdução ao tema a ser trabalhado no encontro atual, trazendo sempre uma conexão entre os encontros, de modo que os integrantes compreendam a importância dos temas (SOLHA, 2014). Último encontro do grupo os participantes devem apresentar as reflexões sobre os encontros, sobre o que aprenderam e como estão colocando em prática no dia a dia o conhecimento produzido no grupo educativo (SOLHA, 2014). Em relação à regularidade, o número de encontros e a periodicidade dos gru- pos educativos, é definida previamente pelo profissional, todavia, os partici- pantes devem auxiliar nesta decisão, contribuindo, e sugerindo modificações, quando necessário, na estruturação inicial dos grupos. Acerca das técnicas a serem utilizadas em cada encontro, o profissional pode fazer uso de oficinas, rodas de conversa, discussões, debates, dentre outras técnicas de modo a produzir conhecimento. A escolha destas técnicas deve ser pautada nos objetivos da ação educativa, do local onde será realizada, do perfil dos participantes e ainda, das habilidades do agente educador. 70 EDUCAÇÃO E SAÚDE MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 RODAS DE CONVERSA Fonte : RODNAE Productions, Pexels (2021). #PraCegoVer Na foto uma enfermeira e cinco profissionais da segurança pública sentados em um círculo, para ação educativa em roda de conversa. Santos e Pascoal (2017) destacam ainda a importância na infraestrutura durante a organização de grupos de educação em saúde. Nestes casos, é essencial que além de garantir um espaço físico para os encontros, sejam ainda garantidas condições de boa iluminação, ventilação, conforto e priva- cidade dos envolvidos. Além do mais, deve-se definir se haverá presença de outros profissionais de saúde, dependendo da ação educativa a ser aborda- da, e nestas situações, deve-se estabelecer como a inserção destes outros profissionais será feita. Nos grupos educativos, não há consenso quanto ao número mínimo ou máximo de participantes, nem sobre o tempo de duração de cada encontro e nem do tempo de formação do grupo. Isso porque, estes parâmetros são variáveis, de acordo com o tipo de grupo (aberto ou fechado), objetivos a serem alcançados, e as técnicas utilizadas (SANTOS; PASCHOAL, 2017). 71 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 EDUCAÇÃO E SAÚDE Deve-se salientar que a construção do conhecimento nas atividades grupais é coletiva. A partir da apresentação de informações pelo profissional, é o gru- po como um todos que construirá́ um novo conhecimento, neste caso, crian- do conhecimento sobre como lidar com sua saúde, a partir das informações trocadas entre os participantes no decorrer dos encontros. Embora as atividades grupais de educação em saúde tenham sido apontadas como estratégias muito bem-vindas na prática dos enfermeiros, elasdeman- dam de habilidades por parte dos profissionais que lidam com estes grupos, em especial, de habilidades de comunicação, de modo que realmente possa atuar como um facilitador nestes espaços, direcionando adequadamente os envolvidos (SOLHA, 2014). Ainda sobre a comunicação, como elemento importante nas ações educati- vas na estruturação dos grupos, o enfermeiro deve atentar-se para que a es- trutura física e o número de participantes não comprometam a comunicação visual e/ou auditiva dos pacientes, garantindo que todos tenham condições se participar do processo de aprendizagem. GRUPO EDUCATIVO Fonte : Matheus Bertelli, Pexels (2021). #PraCegoVer Na foto várias pessoas sentadas em uma sala assistindo uma palestra, aproximadamente 25 pessoas, incluindo homens e mulheres, algumas destas pessoas estão distraídas. 72 EDUCAÇÃO E SAÚDE MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Isso é evidenciado na prática, quando grupos numerosos acabam tornando- -se pequenos no decorrer dos encontros, com desistências e falta de enga- jamento dos participantes. Nestes casos, o profissional deve primeiramente realizar avaliações do processo de trabalho nestes grupos, evidenciando pos- síveis falhas que possam estar contribuindo para a desistência de participan- tes, embora Solha (2014) comente que mesmo com grupos pequenos, pode- -se realizar um ótimo trabalho educativo. 3.2 PLANEJAMENTOS DAS AÇÕES EDUCATIVAS Souza (2017) reforça que na atuação do enfermeiro em saúde, o planejamento deve ser realizado como uma das atividades primordiais, pois, é a partir dele, que efetivamente, pode-se estruturar e otimizar a atuação profissional em prol de melhores condições de saúde da comunidade. O planejamento na área da saúde é uma constante. É realizado em diversos segmentos deste setor, incluindo o planejamento desde rotinas dos estabe- lecimentos de saúde, o planejamento para a construção de políticas públicas. Além disso, o planejamento das ações de educação em saúde. Para que este planejamento seja estruturado de maneira adequada, deve-se respeitar al- guns pontos básicos, incluindo o respeito às demandas da comunidade e a atuação interdisciplinar. Em relação ao respeito às demandas da comunidade, Santos e Pachoal (2017) sugerem que o planejamento em saúde, incluindo o planejamento das ações educativas, seja feito com base na realidade local, através do foco no indiví- duo, na família, na comunidade e no contexto em que estas pessoas se inse- rem. Por isso, o enfermeiro, antes de dar início a qualquer abordagem educa- tiva junto à comunidade de um determinado território, deve ter a habilidade de perceber as particularidades do território em que está inserida sua prática diária de trabalho. Neste sentido, Souza (2017) comenta que o reconhecimento do território e das especificidades da comunidade pelo enfermeiro acontece a partir do mo- mento em que ele é capaz de ouvir os indivíduos da comunidade, acolher as queixas e demanda dos pacientes e a partir disso, caracterizar aquele territó- rio. Ao reconhecer o território, o enfermeiro, além de definir as demandas de saúde da comunidade, é capaz de elucidar os fatores determinantes destas condições e ainda, elencar possíveis soluções, com base em seu conhecimen- to técnico-científico. 73 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 EDUCAÇÃO E SAÚDE O enfermeiro é capaz de identificar condições que influenciam em um território, através de sua prática diária de trabalho, podendo, por exemplo, identificar um território onde as questões econômicas impactam negativamente (altas taxas de desemprego) ou questões ambientais relacionadas à falta de água tratada, ao serviço de esgoto, dentre inúmeros outros condicionantes de saúde. Mesmo o enfermeiro sendo o profissional de saúde que comumente está à frente das ações educativas, é importante que as ações de planejamento pos- sam envolver não apenas o enfermeiro, mas demais membros das equipes de saúde, como: médico, auxiliar ou técnico de enfermagem, agentes comunitá- rios de saúde, dentre outros profissionais (SANTOS; PASCHOAL, 2017). Este planejamento em equipe reforça a importância da abordagem inter- disciplinar, onde toda a equipe é capaz de discutir e produzir conhecimen- to em prol da estruturação das ações educativas, permitindo uma atuação mais efetiva. Souza (2017) também aponta a interdisciplinaridade como um dos eixos centrais do planejamento das ações educativas, uma vez que a participação de cada profissional é fundamental para a construção de um planejamento adequado. Além de reconhecer as demandas da comunidade e garantir uma atuação pautada na interdisciplinaridade, alguns outros aspectos são primordiais no planejamento das ações de educação em saúde, como as temáticas a serem desenvolvidas nas ações educativas, entendimento das fases de estruturação das ações e reconhecimento da intersetorialidade. O esquema a seguir ilustra estes eixos a serem respeitados no planejamento das ações educativas. 74 EDUCAÇÃO E SAÚDE MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 EIXOS DO PLANEJAMENTO DAS AÇÕES EDUCATIVAS Planejamento das ações educativas IntersetorialidadeEtapas doplanejamento Reconhecimento do território Temáticas abordadas Interdisciplinaridade Fonte: Elaborado pela autora (2021). #PraCegoVer Esquema que indica alguns eixos que estruturam as ações de educação em saúde, incluindo a interdisciplinaridade, a intersetorialidade, o reconhecimento do território, as etapas do planejamento e as temáticas abordadas. Os aspectos relacionados às etapas do planejamento, aos temas desenvolvi- dos nas ações de educação em saúde, e a abordagem intersetorial são deta- lhadas a seguir. 3.2.1 TEMÁTICAS ENVOLVIDAS NO PROCESSO EDUCATIVO As ações de educação em saúde podem abordar uma gama de temas dis- tintos. A escolha do tema a ser trabalhado depende de uma série de fatores, e que deve ser feita baseando-se no reconhecimento do território e nos pro- blemas apresentados. Deste modo, a temática das ações pode ser definida regionalmente, de acordo com as demandas da comunidade, de modo, por exemplo, que as temáticas abordadas em uma região do país sejam distintas das temáticas desenvolvidas em outras regiões, considerando a diversidade encontrada no território nacional. 75 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 EDUCAÇÃO E SAÚDE Na estruturação das ações de educação, além da escolha do tema, a organi- zação deste também deve ser pensada e planejada. Segundo Souza (2017), após definir a temática da atividade educativa, o enfermeiro deve conseguir fragmentar este tema de maneira didática. Isso significa organizar subtemas para cada encontro, de modo que cada en- contro tenha a oportunidade de discussão de subtemas específicos, mas sem fugir da temática principal da ação educativa. Na figura a seguir, é exemplifi- cado como pode-se fazer uma fragmentação dos temas a serem abordados nas ações educativas. FRAGMENTAÇÃO DAS TEMÁTICAS Sexualidade na adolescência Modificações do corpo: aspectos físicos Gravidez na adolescência Transmissão de doenças e infecções sexualmente transmissíveis Métodos anticoncepcionais Modificações do corpo: aspectos emocionais Fonte: Souza (2017, p. 31). #PraCegoVer Na figura temos um exemplo de fragmentação de temática, em que o tema principal é a sexualidade na adolescência. Neste caso, em cada encontro trabalha-se um dos subtemas, que incluem: gravidez na adolescência, métodos anticoncepcionais, modificações do corpo a nível físico e emocional e ainda, as doenças sexualmente transmissíveis. 76 EDUCAÇÃO E SAÚDE MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Além desta fragmentação dos temas, é importante que nas ações educa-tivas sejam respeitadas as diferentes fases da vida dos envolvidos na ação, considerando o ciclo de vida. Considerando isso, Souza (2017) sugere algu- mas estratégias a serem utilizadas pelos enfermeiros, de modo a respeitar as particularidades de cada fase de desenvolvimento. O quadro a seguir pontua estas estratégias. ESTRATÉGIAS DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE COM BASE NA FASE DE DESENVOLVIMENTO Fase de desenvolvimento Estratégias Primeira infância Orientação aos pais, educação de pacientes, não direcionada à doença, o espaço ideal educativo é o ambiente familiar, com abordagem calorosa, honesta, calma, receptiva e realista. Segunda infância Cuidado com a escolha das palavras para descrever procedimentos, orientação coletiva dos pais, cuidado na escolha de estratégias, atividades educativas com tempo reduzido, experiências alheias são desinteressantes e é inútil utilizar exemplo de outras crianças. Terceira infância O educador deve planejar a ação educativa contando com a existência de questionamentos, a participação nessa fase costuma ser intensa, há malícia na construção de atividades que envolvem o corpo, deve-se elogiar o aprendizado. Adolescente O enfermeiro deverá deixar a população se expressar, deve-se assegurar sigilo das informações, fazer uso de discussões, abertura a questionamentos grupais e individuais, esperar respostas negativas e evitar agir com autoridade junto a estes grupos. Adulto jovem Concentrar-se no problema, avançar sobre experiências significativas, focar a aplicação imediata, permitir autodirecionamento e estabelecimento de ritmo próprio. Meia-idade O adulto é autodirigido e independente na busca de informações. Deve-se investigar experiências de aprendizagem passadas, positivas e negativas, investigar fontes potenciais de tensão e fornecer informação que coincida com as preocupações e os problemas da vida. Terceira idade Usar exemplos concretos, construir sobre experiências vividas, apresentar um conceito de cada vez, ritmo mais lento, abordagem com repetição e reforço, explicações breves e uso de analogias. Fonte: Adaptado de Souza (2017, p. 29). #PraCegoVer O quadro traz as diferentes fases de desenvolvimento humano e as estratégias que podem ser utilizadas pelos enfermeiros nas ações educativas, a fim de garantir maior adesão às ações. 77 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 EDUCAÇÃO E SAÚDE Além da escolha do tema, da fragmentação do mesmo e dos cuidados em relação à fase da vida dos envolvidos na ação educativa, o enfermeiro ainda precisa optar pelos recursos didáticos e pedagógicos apropriados. Segundo Souza (2017), esses recursos servem como instrumentos para a aplicação de uma ação educativa, e a escolha, depende do perfil da população-alvo e ain- da, da adequação desses recursos às demandas da população e a temática a ser abordada. 3.2.2 ETAPAS DAS AÇÕES EDUCATIVAS De modo a organizar o processo educativo em saúde, e deste modo, garantir resultados mais efetivos, Pinno et al. (2019) sugerem que as ações educativas sejam planejadas pelas equipes de modo prévio, quando possível. Para isso, sugerem que as ações educativas sejam estruturadas em 10 etapas. ETAPAS DAS AÇÕES EDUCATIVAS 1. Definição do problema 2. Priorização dos problemas 3. Descrição do problema 4. Explicação do problema 5. Estabelecimento dos “nós críticos” 6. Desenhos das operações 7. Identificação dos recursos críticos 8. Análise e viabilidade do plano 9. Elaboração do plano operativo 10. Gestão do plano Fonte: Adaptado de Pinno et al. (2019, p. 115-116). #PraCegoVer: Na ilustração são apresentadas as dez etapas das ações educativas: 1. Definição do problema; 2. Priorização dos problemas; 3. Descrição do problema; 4. Explicação do problema; 5. Estabelecimento dos “nós críticos”; 6. Desenhos das operações; 7. Identificação dos recursos críticos; 8. Análise e viabilidade do plano; 9. Elaboração do plano operativo e 10. Gestão do plano. 78 EDUCAÇÃO E SAÚDE MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Na definição dos problemas, a equipe é responsável por realizar um diag- nóstico situacional, ou seja, levantar informações que possam contribuir para a definição do problema ou dos problemas mais relevantes na comuni- dade. Neste sentido, os profissionais podem utilizar-se de entrevistas com a comunidade, análise de prontuários, atas, dados epidemiológicos, observa- ção direta, conversa com as pessoas do território, dentre outras estratégias que permitam que os profissionais de saúde estejam cientes das demandas da população. A segunda etapa consiste na priorização dos problemas, ou seja, estabele- cer uma ordem de prioridade para os problemas levantados na comunidade, considerando a importância, a urgência, e a capacidade em que a equipe de saúde, incluindo o enfermeiro, possui de intervir positivamente. PROBLEMA RELACIONADO AO USO DE DROGAS Fonte: Plataforma Deduca (2021). #PraCegoVer A foto mostra algumas drogas sobre uma mesa e uma nota de dinheiro. Têm-se drogas ilícitas (maconha e cocaína) e drogas lícitas (cigarro). Ordem de prioridade Na prática, ao definir os problemas da comunidade, é comum o surgimento de múltiplos problemas, os quais devem ser colocados em ordem de prioridade (SOUZA, 2017). 79 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 EDUCAÇÃO E SAÚDE Como exemplos de problemas que impactam direta ou indiretamente na saúde alta incidência de casos de gripe A (H1N1) neste ano, o aumento do número de casos de dengue, baixa adesão de homens as ações de saúde, falta de medicamentos na farmácia local (SOUZA, 2017). Neste caso, após o estabelecimento dos problemas, pode-se organizá-los em uma planilha e qualificá-los como problema de alta prioridade, baixa ou mé- dia, de acordo com a comparação entre as demandas encontradas, dando prioridade a um deles. Após o estabelecimento das prioridades, a equipe deve fazer a descrição do problema, considerando toda a realidade do território, o quanto este proble- ma interfere nas condições de saúde. Após isso, deve-se proceder com a ex- plicação do problema, ou seja, de que modo e como este problema elencado pode interferir na qualidade de vida da comunidade. Considerando que as ações de educação em saúde são pautadas no reconhecimento dos problemas, no estabelecimento de prioridades e no entendimento de como estes afetam a saúde da população. Santos e Paschoal (2017) citam que as ações educativas em saúde devem tem como base uma educação problematizadora, onde se faz o direcionamento do pensamento crítico e contextualizado para a realidade das pessoas do território. Aliado a explicação do problema, o planejamento da atividade educativa deve estabelecer os “nós críticos” do problema, ou seja, a definição de al- guns pontos envolvidos com o problema e que estão além das responsabi- lidades e atribuições dos enfermeiros e das equipes de saúde, de modo que demandem de ações de outros entes, como por exemplo, outros setores da 80 EDUCAÇÃO E SAÚDE MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 sociedade. Estes nós críticos devem ser ilustrados através de desenhos das operações, onde são utilizadas tabelas, planilhas ou outros recursos a fim de ilustrar o nó crítico, a intervenção sobre ele, os recursos necessários e os resultados esperados. Com base no desenho das operações, os profissionais que estão planejando a atividade educativa podem identificar os recursos críticos, ou seja, pontos que podem se tornar desafios ao longo da ação educativa, podendo ser baixa oferta de recursos humanos, financeiros, falta de apoio da gestão, dentre ou- tros possíveis desafios. Durante este processo, a próxima etapa apontada por Pinno et al. (2019) é a análise e viabilidade do plano, onde são estabelecidos fatoresque são neces- sários a viabilidade da ação educativa e ainda, a relação entre eles. Com base nisso, segue-se a elaboração do plano operativo, que consiste na definição de prazos, responsáveis, e estratégias a serem desenvolvidas. A partir destas etapas, a ação educativa precisa ser monitorada, através de uma etapa denominada de gestão do plano, que consiste em um acompa- nhamento das ações a longo prazo. Nesta etapa, o enfermeiro, juntamente com os demais profissionais de saú- de, pode acompanhar as operações que são realizadas no território com vistas a manter a qualidade e a resolutividade das ações. A seguir, você verifica um exemplo de planejamento da ação educativa, seguindo estas etapas apresentadas. Definição dos problemas alta prevalência de hipertensão arterial sistêmica (HAS), obesidade, sedentarismo e diabetes melitus. Priorização dos problemas dentre os problemas, a equipe considerou após a análise, que a alta prevalência de obesidade na comunidade é o problema atual. 81 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 EDUCAÇÃO E SAÚDE Descrição do problema cerca de 1/3 da população adulta do território encontra-se com sobrepeso, e a grande maioria destas pessoas, conforme análise, não realiza atividade física. Explicação do problema a obesidade é um fator de risco para diversas doenças, incluindo a HAS e o diabetes melitus. Dentre os fatores envolvidos com o desencadeamento da obesidade, destacam-se os hábitos alimentares inadequados e a inatividade física. Seleção de nós críticos a comunidade em questão não possui nenhum espaço destinado à atividade física, como áreas verdes, ciclovias, ou outros locais que estimulem a adoção de hábitos saudáveis. Neste caso, este problema de infraestrutura está além das atribuições do setor da saúde, demandando de ação de outras áreas. Desenho das operações projeto de adequação de uma área da comunidade por parte do setor de infraestrutura. Esta área seria utilizada como parque para realização de atividade física. Espera-se neste caso que as pessoas utilizem deste espaço para reduzir os níveis de sedentarismo. Identificação dos recursos críticos demanda de apoio intersetorial, de recursos humanos e financeiros. Análise e viabilidade do plano definição dos valores a serem investidos na ação, da fonte proveniente (saúde, educação, meio ambiente, etc.). 82 EDUCAÇÃO E SAÚDE MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Elaboração do plano operativo definição de quando se dará início à estruturação do parque, quem é o responsável, qual a previsão de início da utilização deste espaço pela comunidade, quem acompanhará a população nas atividades a serem desenvolvidas no espaço, etc. Acompanhamento das operações o enfermeiro da unidade de saúde do território acompanha as ações através de um roteiro de ações a serem realizadas junto às pessoas que utilizam o espaço do parque para realização das atividades físicas. Permitindo que elas sejam acompanhadas, orientadas e que realmente compreendam a importância da atividade física na redução da obesidade e consequentemente, de outras doenças crônicas. Percebe-se que este método de planejamento proposto por Pinno et al. (2019) para as ações educativas em saúde, envolvem a população, uma vez que esta participa da definição dos problemas e demandas da comunidade. Além disso, destaca-se que neste planejamento, as etapas podem demandar da ação de outros setores, incluindo autoridades municipais, organizações governamentais e não governamentais, dentre outros entes, especialmente quando houver necessidade de recursos para o enfrentamento dos problemas. 3.2.3 PAPEL DAS AÇÕES INTERSETORIAIS Na prática dos profissionais de saúde, incluindo os enfermeiros, evidencia-se que há muitos limites às ações educativas em saúde, sendo que em muitos momentos, há certa incapacidade deste setor em resolver todas as questões relacionadas à saúde e o impacto sobre ela. Isso porque, as questões sociais, econômicas, organizacionais, ambientais, educacionais e de acessibilidade aos serviços de saúde interferem diretamen- te nas condições de saúde da sociedade. Deste modo, pode-se dizer que para serem efetivas, as ações educativas em saúde devem contemplar, de forma associada, ações intersetoriais que buscam, sobretudo, a integralidade do cui- dado com as pessoas e com isso, a melhores condições de vida e de saúde. 83 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 EDUCAÇÃO E SAÚDE Conforme pontuam Santos e Paschoal (2017), deve-se compreender que as ações educativas em saúde, quando voltadas apenas a este setor não podem resolver todos os problemas da comunidade, mesmo auxiliando e impactan- do positivamente em muitos aspectos. Nestes casos, estes autores afirmam que para serem efetivas, as ações de educação em saúde devem ser associadas a outras medidas, considerando a complexidade dos determinantes sociais de saúde, e os impactos destes so- bre a vida da sociedade. O esquema a seguir retrata alguns destes setores em que a saúde pode atuar de maneira conjunta, através das ações intersetoriais. SETORES A SEREM TRABALHADOS NAS AÇÕES DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE Fonte : Elaborado pela autora (2021). #PraCegoVer A ilustração traz alguns dos setores nos quais a saúde pode atuar de maneira conjunta, através de ações educativas voltadas a estes contextos, respeitando deste modo a determinação social da saúde. São eles: Trabalho, Lazer, Meio ambiente, Educação, Serviço Social, Habitação, Economia e Cultura. Neste caso, percebe-se a importância da intersetorialidade, de modo que o setor da saúde possa estar atrelado e trabalhar de forma conjunta a setores de meio ambiente, de infraestrutura, de economia, dentre outros setores, res- peitando que as necessidades das comunidades. 84 EDUCAÇÃO E SAÚDE MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 • Para conhecer mais sobre as ações educativas de enfermagem na promoção do aleitamento materno, acesse este link. • Caso queira se aprofundar sobre atividades educativas realizada por enfermeiro junto a pacientes com hipertensão arterial sistêmica, leia o artigo a seguir. Acesso pelo link. • Quer saber mais sobre atividades de educação em saúde para adolescentes no ambiente escolar? Acesse o link. • Para conhecer algumas ações educativas voltadas a gestantes, acesse este link. • Você quer saber como é possível ampliar a visibilidade dos profissionais de saúde da atenção primária, especialmente enfermeiros, para promover educação em saúde que visem a prevenção do câncer do colo do útero? Acesse o link e leia o artigo. http://editora.universidadedevassouras.edu.br/index.php/RFEU/article/view/2732 https://www.jmphc.com.br/jmphc/article/view/507/729 https://periodicos.ufpe.br/revistas/revistaenfermagem/article/view/230656/28706 https://periodicos.ufpe.br/revistas/revistaenfermagem/article/view/23138/25500 https://revistas.ufpi.br/index.php/nupcis/article/view/6708 85 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 EDUCAÇÃO E SAÚDE CONCLUSÃO A enfermagem é uma ciência que veio se reestruturando nos últimos anos, de modo a atender a dinâmica social, as demandas em saúde e as priorida- des da população, que se modificam no decorrer da história e dos contextos sociais envolvidos. Por isso, além de atuar na assistência aos pacientes, a enfermagem tem atua- ção na educação em saúde, objetivando a criação de sujeitos autônomos em relação aos hábitos de vida, através da implementação de ações educativas. Neste sentido, a as ações educativas estão inseridas na prática dos profissio- nais enfermeiros, fazendo parte dos processos de trabalho, tanto em ações de prevenção, como de promoção ou de recuperação da saúde das pessoas. Considerandoesta atuação da enfermagem junto à comunidade, destacou- -se a importância do planejamento das ações educativas, onde foram abor- dados os principais pontos a serem respeitados, incluindo o reconhecimento das etapas da ação educativa, a definição da temática a ser trabalhada e ain- da, o papel das ações intersetoriais nas ações de educação em saúde. Neste caso, as ações intersetoriais pautam-se no princípio de que as ativida- des educativas com vistas a melhorar as condições de saúde e de vida da po- pulação devem ser associadas a outros setores, considerando todos os deter- minantes sociais envolvidos na saúde. Incluem-se neste caso, ações voltadas aos setores de economia, trabalho, social, e meio ambiente, por exemplo. 86 EDUCAÇÃO E SAÚDE MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 UNIDADE 4 OBJETIVO Ao final desta unidade, esperamos que possa: 87 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 EDUCAÇÃO E SAÚDE > entender a relação entre ambiente e saúde; > reconhecer o papel do desenvolvimento sustentável na saúde da comunidade. 88 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 EDUCAÇÃO E SAÚDE 4 EDUCAÇÃO EM SAÚDE E MEIO AMBIENTE INTRODUÇÃO Esta unidade traz uma abordagem acerca da relação entre o ser humano e o ambiente, retratando como as condições do meio ambiente impactam na vida das pessoas e consequentemente, na produção de saúde e adoecimento. Nesse sentido, reforça-se a importância de criar ambientes saudáveis, com o mínimo de impactos ambientais, permitindo que a sociedade tenha aces- so à água, solo e ar livres de contaminação, garantindo um desenvolvimento sustentável e melhores condições de vida. Estas premissas corroboram como estabelecido pelo conceito de promoção de saúde, que considera saúde um conceito ampliado e resultante da ação de diferentes fatores, incluindo os fa- tores de natureza ambiental. Por isso, durante o texto, você irá reconhecer os principais problemas ambien- tais e os impactos destes sobre a saúde humana, e ao final, terá acesso a algu- mas sugestões que preconizam o desenvolvimento sustentável de modo a evi- tar ou reduzir os impactos dos problemas ambientais sobre a saúde humana. Desse modo, ao apresentar esses temas, temos a intenção de mostrar a você estudante e futuro profissional da área da saúde, que estas estratégias podem ser estabelecidas através de ações educativas voltadas às questões do meio ambiente, de modo a criar melhores condições de vida para a sociedade. 4.1 EDUCAÇÃO AMBIENTAL COMO MEIO DE PROMOÇÃO DA SAÚDE Dentre as abordagens de promoção de saúde, há a necessidade de ações voltadas a educação ambiental, as quais devem considerar a relação entre o ser humano e o meio ambiente e devem se pautar no desenvolvimento sustentável. 89 EDUCAÇÃO E SAÚDE MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 4.1.1 RELAÇÃO ENTRE HUMANO E AMBIENTE Você sabia que muitos problemas de saúde estão diretamente ligados a problemas ambientais? Miranda (2017) define meio ambiente como todo espaço que cerca uma sociedade, envolvendo casa, ruas, ambiente de tra- balho, locais de lazer, ou seja, define que tudo o que cerca o ser humano faz parte do meio ambiente. LOCAIS DE LAZER Fonte : Plataforma Deduca (2021). #PraCegoVer Foto de crianças correndo em um parque com grama, aproveitando momentos de lazer. Sabe-se que o ambiente está relacionado à saúde humana. Segundo Dias, Le- mes e Oliveira (2018), a relação entre ser humano e ambiente é indissociável, e está intimamente ligada aos desenvolvimentos das sociedades, sendo que, estes fatores relacionados ao ambiente, impactam diretamente na saúde das comunidades, assim como os fatores econômicos. Além disso, fatores relacionados à organização social e política também in- fluenciam, de maneira indireta, nas condições de saúde das comunidades. Com base nisso, pode-se dizer que muitos problemas de saúde vivenciados são causados pelo meio em que a sociedade vive. Essa relação entre ambien- te e ser humano já existia na antiguidade e é aceita até os dias atuais. 90 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 EDUCAÇÃO E SAÚDE Antiguidade o desenvolvimento da agricultura e a domesticação dos animais estavam associadas ao surgimento das doenças infecciosas, considerando que favoreceu o contato come espécies que poderiam ser portadoras de agentes nocivos (DIAS; LEMES; OLIVEIRA, 2018). Revolução industrial transformou o modo de consumo de recursos naturais e a relação do homem com o ambiente. Isso porque, criou inovações tecnológicas que mudaram as paisagens urbanas e rurais, além de alterar hábitos e costumes de vida, fazendo surgir novas doenças (DIAS; LEMES; OLIVEIRA, 2018). Nessa relação entre ser humano e ambiente, algumas situações podem pre- dispor o surgimento de doenças. As transformações ambientais são as que mais favorecem o surgimento de novas doenças, uma vez que a desestrutura- ção do ecossistema aproxima o ser humano de agentes patógenos até então desconhecidos (DIAS; LEMES; OLIVEIRA, 2018). Parte destas transformações ambientais ocorre de forma natural, como nos casos de catástrofes naturais, a exemplo de tempestades, enxurradas e incên- dios (causados por descargas elétricas, por exemplo) (MIRANDA, 2018). Além das causas naturais, outras situações podem levar ao surgimento de mudanças ambientais. Dentre as mudanças ambientais que favoreceram o surgimento de doenças, destacam-se a urbanização intensa e desorganiza- da, os fluxos migratórios (grandes guerras), crises políticas e humanitárias, e ainda, a incorporação de forma desordenada de tecnologias, sem que um desenvolvimento social, econômico e educacional correspondente (DIAS; LE- MES; OLIVEIRA, 2018). 91 EDUCAÇÃO E SAÚDE MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 URBANIZAÇÃO INTENSA Fonte : Hakan Nural, Pexels (2021). #PraCegoVer Foto de um centro urbano com um número elevado de moradias. A reestruturação das economias a nível global, aumento das produções, en- riquecimento de países, distribuição desigual de renda e o maior consumo de bens naturais acabaram por gerar processos que resultaram em impac- tos sociais, relacionados à distribuição desigual de renda e, sobretudo, im- pactos ambientais. Dias, Lemes e Oliveira (2018) justificam que estas condições requerem um consumo desenfreado por matérias primas e energia, as quais são retiradas da natureza e geram resíduos (sólidos, líquidos ou gasosos), que por sua vez, podem contaminar o ambiente, incluindo solo, água e ar. Estas condições causam algum tipo de mudança ambiental, que ultrapas- sam a capacidade de autorrecuperação dos sistemas naturais, gerando im- pactos no meio ambiente. Considerando isso, ao se pensar em saúde, deve- -se primeiramente olhar-se ao ambiente em que a sociedade está inserida, avaliando questões relacionadas à poluição, a saneamento básico, a acesso a água e alimentos, dentre inúmeros outros fatores relacionados ao meio am- biente em que está inserida. 92 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 EDUCAÇÃO E SAÚDE A relação entre ambiente, ser humano e saúde foi estabelecida através de conferências, incluindo a conferência realizada em 1972, na Suécia e a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente (PHILIPPI JR.; PELICIONI, 2014). As mudanças ambientais são fatores que influenciaram ao longo dos anos, na emergência de novas doenças ou ainda, no reaparecimento de doenças já co- nhecidas. Como exemplo, pode-se citar o enfrentamento de doenças emer- gentes, especialmente as infecciosas, como a síndrome respiratória aguda grave (SARS), a gripe aviária, influenza H1N1, ou ainda, o surgimentode novas doenças como o vírus SARS-CoV-2, identificado como o agente causador da doença COVID-19 no final do ano de 2019. Estas doenças e suas gravidades, remetem reflexões acerca do ambiente em que estamos vivendo, bem como da necessidade de mudanças. Avaliando o impacto do ambiente sobre a saúde humana, surge a definição de saúde ambiental, que é tida por Miranda (2018) como sendo um conjunto de aspectos da saúde humana que recebem de algum modo a influência direta de fatores físicos, químicos, biológicos, sociais e psicológicos do meio ambiente. A saúde ambiental é defendida por Miranda (2018) como uma teoria de dar valor, de modo que se façam correções, controle e que se evite fatores do meio ambiente que possam prejudicar a saúde, tanto das atuais como das futuras gerações. 93 EDUCAÇÃO E SAÚDE MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Ao se pensar em saúde e a relação com o meio ambiente, é imprescindí- vel que se considere o meio ambiente como um sistema complexo, o qual possui componentes biológicos, f ísicos, econômicos e sociais. Esses fatores podem interagir com a saúde humana, impactando de maneira positiva ou negativa. A figura a seguir exemplifica fatores do meio ambiente relaciona- dos à saúde humana. FATORES DO MEIO AMBIENTE QUE INTERFEREM NA SAÚDE Fatores determinantes e condicionantes do meio ambiente que interferem na saúde humana ArÁgua paraconsumo humano Solo Desastres naturais Fatores físicos Contaminantes ambientais e substâncias químicas Acidentes com produtos perigosos Ambiente de trabalho Fonte: Miranda (2018, p. 140). #PraCegoVer Esquema citando os fatores que determinam a saúde da população: água, ar, solo, desastres naturais, ambiente de trabalho, contaminantes ambientais e acidentes com produtos perigosos. Considerando isso, faz-se necessárias ações de cunho intersetorial, com atu- ação de diferentes áreas de conhecimento, de diferentes profissionais, de modo a impactar positivamente na relação do ser humano com o ambiente. 94 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 EDUCAÇÃO E SAÚDE 4.1.2 PROMOÇÃO DA SAÚDE E DO MEIO AMBIENTE Nos últimos anos, diferentes ações foram desenvolvidas visando a promoção da saúde. Estas ações se pautam no conceito ampliado de saúde e nos de- terminantes sociais de saúde, ou seja, em aspectos que interferem nas con- dições de vida e saúde, como as condições econômicas, sociais e ambientais, por exemplo. O tema promoção da saúde, com vistas a este conceito ampliado de saúde, foi basicamente discutido na primeira Conferência Internacional sobre Pro- moção da Saúde realizada no Canadá, em 1986. Esta conferência, segundo Philippi Jr. e Pelicioni (2014), estabeleceu recomendações mundiais que são aceitas até hoje. Dentre as recomendações citara-se a preocupação com o impacto negativo dos fatores ambientais sobre a saúde da sociedade, incluindo aspectos relacio- nados a condições de moradia, de acesso alimentos, de ecossistema estável, a conservação de recursos naturais, reforçando que a manutenção da saúde está relacionada à manutenção de um meio ambiente saudável. Por isso, ao se falar em ações de promoção de saúde visando melhores condições de vida e saúde da comunidade, deve-se pensar não apenas no acesso a serviços de saúde, mas também, nas condições ambientais relacionadas à saúde. 95 EDUCAÇÃO E SAÚDE MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 CONDIÇÕES DE MORADIA Fonte : Pat Whelen, Pexels (2021). #PraCegoVer Foto de casas construídas à margem de um rio, chamadas de casa ribeirinhas, retratando uma das possíveis condições de moradia das pessoas. A segunda conferência de promoção de Saúde, realizada em 1988 na Austrá- lia também enfatizou as ações voltadas à prevenção da degradação do meio ambiente. Além disso, a promoção de saúde através de ações voltadas ao meio ambiente foi enfatizada na terceira Conferência Internacional sobre Pro- moção da Saúde, realizada em 1991 na Suécia, e teve temas diversos, incluindo o desenvolvimento sustentável como estratégia essencial para a promoção da saúde (PHILIPPI JR.; PELICIONI, 2014). Compreende-se que os temas saúde/meio-ambiente/promoção de saúde não podem ser abordados de forma separada. Por isso, as ações de promoção de saúde desempenhadas devem resultar em melhoria na qualidade de vida da população através da conservação e proteção ambiental, além do desen- volvimento sustentável, as quais devem fazer parte de qualquer estratégia de promoção de saúde. 96 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 EDUCAÇÃO E SAÚDE 4.1.3 DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL Um dos pilares da saúde ambiental é o desenvolvimento sustentável, que consiste em um conjunto de princípios que visam transformar de forma posi- tiva e duradoura, as ações dos indivíduos com o meio ambiente (PHILIPPI JR.; PELICIONI, 2014). Com base neste conceito, surge a necessidade de ações de desenvolvimen- to sustentável. Segundo Dias (2017) estas ações visam a utilização atual dos recursos naturais de modo a garantir que estes estejam preservados para as próximas gerações. Para ampliar os conhecimentos acerca do desenvolvimento sustentável, institui-se a Lei n. 6.938/81, que dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente e fala sobre o controle dos recursos ambientais de modo a incentivar as ações produtivas e ambientalmente corretas. Acesso pelo link. Dentre as ações esperadas para garantir a sustentabilidade, destacam-se as voltadas à eficiência de processos produtivos, produção de bens mais limpa, adoção de medidas que garantam a responsabilidade ambiental, dentre ou- tras medidas que visem a prevenção da contaminação do meio ambiente (DIAS, 2017). Nesse sentido, Barsano (2014) destaca a necessidade de se enfatizar o desen- volvimento sustentável aliado ao desenvolvimento das atividades industriais, isso porque, o desenvolvimento industrial engloba processos com grande po- tencial de poluição, uma vez que envolve drásticas transformações nas maté- rias primas, gerando poluição e resíduos que podem trazer impactos negati- vos para o meio ambiente e consequentemente, para as pessoas. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6938.htm 97 EDUCAÇÃO E SAÚDE MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ATIVIDADE INDUSTRIAL Fonte : Pixabay, Pexels (2021). #PraCegoVer Foto de uma grande indústria com suas chaminés soltando fumaça, gerando assim, poluição ambiental. Melhorar os recursos tecnológicos, reduzindo o uso de recursos naturais e incentivar o uso de recursos energéticos alternativos para o processo dos meios de produção é uma das alternativas para minimizar os impactos da produção industrial. Para ampliar os conhecimentos sobre o desenvolvimento sustentável e as estratégias nesta área, você pode fazer a leitura do capítulo 4 “Combustíveis fosseis e alternativas energéticas”, que consta no livro Educação ambiental para o século XXI. Você pode acessar o livro pela Biblioteca Digital/ Minha Biblioteca, inserindo o nome do Livro na Busca ou clicando aqui. PINOTTI, R. Educação ambiental para o século XXI. 2ª Ed. São Paulo, Blucher, 2016. (1 recurso online). https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788521210566/cfi/0!/4/2@100:0.00 98 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 EDUCAÇÃO E SAÚDE Além desta sugestão, há num documento, elaborado no evento Rio+20 que elenca dezessete objetivos de desenvolvimentos sustentáveis, dentre eles, destacam-se algum relacionados com a condição ambiental, como: garantir água limpa e saneamento; garantir acesso à energia barata, confiável, susten- tável e renovável; tornar as cidades e inclusivas, seguros, resilientes e sustentá- veis; assegurarpadrões de produção e consumo sustentáveis; tomar medidas para combater as mudanças climáticas e incentivar a conservação dos recur- sos marinhos e dos ecossistemas terrestres, através de parcerias intersetoriais e globais (DIAS, 2017). Além disso, Beserra et al. (2010) reforçam que os aspectos relacionados à ques- tão ambiental devem fazer parte das discussões voltadas às ações educativas em saúde, uma vez que é a partir destas ações que se espera que a população reflita e auxilie na execução de ações que sejam ecologicamente saudáveis, e que impactem positivamente nas condições de vida e saúde das pessoas. 4.2 PROBLEMAS AMBIENTAIS Antes de dar início a qualquer intervenção voltada à promoção da saúde atra- vés de ações educativas, os profissionais de saúde precisam reconhecer os principais problemas ambientais e quais se tornam preocupações do ponto de vista dos impactos negativos sobre a saúde. A partir destas concepções, os profissionais de saúde, podem atuar de maneira efetiva nas ações educativas, promovendo o desenvolvimento sustentável com vistas a melhorar a saúde da sociedade. 4.2.1 ESTUDO DOS PROBLEMAS AMBIENTAIS As atividades desenvolvidas pelo ser humano produzem impactos no meio ambiente, definidos como alterações nas propriedades f ísicas, químicas ou biológicas do meio ambiente (MIRANDA, 2018). Estes impactos podem ser negativos, representando problemas ambientais ou, ser positivos em alguns casos. 99 EDUCAÇÃO E SAÚDE MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Acerca dos impactos negativos, eles cursam com degradação do meio am- biente. Segundo Philiphi Jr. e Pelicioni (2014), grande parte dos problemas de degradação ambiental interferem na qualidade de vida da população e na saúde da mesma. Dentre os principais impactos ambientais negativos, Mi- randa (2018) cita: extinção de espécies, inundações, erosões, poluição do solo, mudanças climáticas, poluição do ar, destruição da camada de ozônio, polui- ção da água, chuva ácida, efeito estufa e destruição de habitats, dentre outros. POLUIÇÃO DA ÁGUA Fonte : Yogenda Singh, Pexels (2021). #PraCegoVer Foto de um lago, com algumas árvores e uma quantidade grande de lixo descartado, sendo este de maneira incorreta. Em relação às causas, a degradação do meio ambiente tem relação direta com a saúde da população. Miranda (2018) cita o aumento crescente das áre- as urbanas, o aumento de veículos automotivos, o uso irresponsável dos re- cursos, o consumo exagerado de bens materiais e a produção constante de lixo como principais causas de impactos negativos ao meio ambiente. Conforme comentado, as ações humanas não geram apenas impactos ne- gativos, mas algumas ações podem impactar positivamente na saúde das pessoas, mesmo que em menor grau. Miranda (2018) cita, por exemplo, como impactos positivos, a criação de áreas de proteção ambiental, a limpeza de rios e lagos e campanhas de plantio de arvores como impactos positivos das ações humanas, uma vez que alteram a qualidade de vida das pessoas. 100 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 EDUCAÇÃO E SAÚDE Na prática dos profissionais de saúde, é primordial reconhecer os impactos causados pela ação humana ao meio ambiente e reconhecer quais destes impactos são consideradas preocupações em relação à saúde e quais im- pactos podem ser estimulados, de modo a melhorar as condições de saúde da sociedade. 4.2.2 PREOCUPAÇÕES AMBIENTAIS RELACIONADAS À SAÚDE Os impactos negativos da ação humana sobre o meio ambiente geram grandes preocupações em relação à saúde, pois interferem nas condições de vida da população, trazendo consequências à saúde, como o aumento de doenças, o que afeta muito a qualidade de vida da sociedade. Por isso, tornam-se grandes preocupações, tanto do setor de saúde como dos de- mais setores da sociedade. O aumento do número de casos de dengue em uma comunidade está relacionado com condições ambientais. Segundo Miranda (2018), a água parada em pneus, garrafas e outros recipientes predispõem o surgimento da doença, em contraponto, o recolhimento do lixo, a limpeza frequente de terrenos e o descarte adequado de entulhos contribuem positivamente para a prevenção da doença (MIRANDA, 2018). Atualmente, há um interesse mundial sobre o tema ambiental, sobretudo, com preocupação voltada aos temas relacionados ao solo e água, retratando a preocupação da sociedade com esses recursos. Corroborando com esta in- formação, Philiphi Jr. e Pelicioni (2014) citam como principais preocupações ambientais relacionadas à saúde a poluição de água, ar e solo e a falta de sa- neamento básico. 101 EDUCAÇÃO E SAÚDE MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 POLUIÇÃO DO SOLO POR LIXO Fonte : Leonid Danilov, Pexels (2021). #PraCegoVer Foto de um aterro onde foi feito o descarte inadequado de resíduos. Miranda (2018) aponta que a qualidade do solo e da água são aspectos do ambiente mais difíceis de serem controlados, uma vez que são reflexo de uma multiplicidade de fatores, que incluem aspectos químicos, f ísicos e bio- lógicos ao longo do tempo. Além disso, tudo o que utilizamos no nosso dia a dia, impacta de alguma forma e pode-se tornar poluente da água e do solo, assim como do ar, especialmente quando o descarte dos produtos é feita de maneira inadequada. 102 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 EDUCAÇÃO E SAÚDE Alguns materiais de consumo descartados incorretamente podem acarretar sérios problemas ambientais, como as baterias, as quais possuem em sua composição poluentes e metais pesados que podem ocasionar diversos problemas de saúde, desde dores até o desenvolvimento de tumores (MIRANDA, 2018). Sobre os problemas de poluição da água, qualquer alteração das caracte- rísticas físicas, químicas ou biológicas, que afetem a quantidade ou a qua- lidade da água disponível no momento, e da água a ser utilizada futura- mente, está envolvida com a poluição. Enfatiza-se como causas, a poluição por esgotos domésticos, efluentes industriais, drenagem de áreas agrícolas e urbanas e em geral, estas causas estão relacionadas ao uso e ocupação inadequada de solos. Uma das causas de poluição das águas é a contaminação por esgoto sanitário, que acaba por transferir para o recurso hídrico, agentes patógenos como bac- térias, vírus, protozoários e helmintos, os quais podem causar doenças como: diarreia, pneumonias doenças respiratórias, meningites, hepatites, amebíase, dentre outras afecções. Além disso, a contaminação da água pode causar ou- tras doenças, relacionadas a outras causas especificas. Falta de água em quantidades suficientes para higiene predispõem o surgimento de doenças como: impetigo, piolho, escabiose e conjuntivite (MIRANDA, 2018). Contato com água contaminada por pele ou mucosa pode gerar quadros de esquistossomose e leptospirose (MIRANDA, 2018). 103 EDUCAÇÃO E SAÚDE MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Ingestão de água contaminada pode levar ao surgimento de cólera, febre tifoide, hepatite A, dentre outras doenças (MIRANDA, 2018). Disseminação de patógenos os quais infectam o ser humano por via respiratória e pelas mucosas, como a pneumonia por legionella pneumophilia (MIRANDA, 2018). Transmissão de vetores aquáticos a água serve de ambiente para reprodução de insetos vetores de doenças (malária, dengue, febre amarela) (MIRANDA, 2018). Há uma particularidade nos problemas de saúde causados pela água conta- minada, o fato de afetarem com maior gravidade as crianças, pela imaturidade do sistema imunológico nesta faixa etária, o que eleva o risco de adoecimento. CRIANÇAS EM AMBIENTES INSALUBRES Fonte : ROMAN ODINTSOV, Pexels (2021). #PraCegoVer Foto de duas crianças, sendo um menino e uma menina,brincando em um local com descarte de lixo. 104 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 EDUCAÇÃO E SAÚDE Tratando-se de legislação, o acesso à água potável é um direito da população, a qual deve ter esse acesso garantido em relação à quantidade e a qualidade. Todavia, mesmo sendo um direito, cerca de 20% da população ainda não tem acesso a água tratada, sendo que em países em desenvolvimento, em torno de 80% das doenças estão relacionadas à falta de qualidade da água (MIRANDA, 2018). Em relação ao problema do solo, Miranda (2018) cita que estudos mostram que cerca de 40% do solo mundial encontra-se degradado e poluído, levando a uma preocupação imensa, especialmente se considerarmos que a natureza leva em torno de 400 anos para restabelecer as propriedades naturais de 1 cm de solo. Este problema é antigo e muitas civilizações tiveram declínio por falência de sistemas agrícolas por esgotamento das condições do solo. Dentre os problemas relacionados ao solo, destacam-se: alterações na topo- grafia, remoção da camada vegetal, erosão, além da poluição do solo, que al- tera a qualidade do mesmo. Miranda (2018) cita que a poluição pode ocorrer por recepção de resíduos, por ele ser utilizado como meio de armazenamen- to ou de processamento de produtos químicos ou ainda, por vazamento de produtos, causando nestes casos, uma poluição do solo de forma pontual. O solo pode também ser afetado pela poluição a nível regional, com uma po- luição difusa, mediante a deposição pela atmosfera, inundações ou por práti- cas agrícolas indiscriminadas. Além disso, os poluentes do solo podem sofrer migração descontente, atingindo a água subterrânea e com isso, colocando em risco os recursos hídricos. Miranda (2018) cita como agentes poluidores do solo: a urbanização e ocupa- ção desenfreada, mineração, a contaminação por esgoto sanitário, por resídu- os de serviços de saúde e, resíduos de limpeza urbana e resíduos industriais. 105 EDUCAÇÃO E SAÚDE MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Além disso, as atividades agrícolas, quando fazem a utilização de fertilizantes ou de adubos químicos e defensivos agrícolas, utilizados na produção de ali- mentos também podem contaminar o solo e ser uma grande preocupação, pois estes produtos ficam no solo, acumulam-se na cadeia alimentar, e po- dem contaminar a água e os alimentos, além de haver contaminação pelo manuseio das embalagens. A Lei Federal n. 9.974, de 6 de junho de 2000, dispõe sobre o destino de resíduos e embalagens de agrotóxicos no Brasil, visando minimizar os impactos ambientais do uso destes produtos. Para conhecer mais, acesse este link. O acúmulo de resíduos sólidos no ambiente urbano favorece ainda a atração e proliferação de insetos, artrópodes e roedores, que são vetores de doenças. VETORES DE DOENÇAS Fonte : DSD, Pexels (2021). #PraCegoVer Foto de um roedor em um terreno com lixo. https://legislacao.presidencia.gov.br/atos/?tipo=LEI&numero=9974&ano=2000&ato=a53g3Zq1kMNpWT46c#:~:text=CLASSIFICA%C3%87%C3%83O%2C%20O%20CONTROLE%2C%20A%20INSPE%C3%87%C3%83O,AFINS%2C%20E%20D%C3%81%20OUTRAS%20PROVID%C3%8ANCIAS 106 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 EDUCAÇÃO E SAÚDE Roedores envolvidos com doenças como leptospirose, salmoneloses, e doenças ectopartasitárias (MIRANDA, 2018). Moscas podem abrigar em seu corpo espécies diferentes de agentes patogênicos, tais como: bactérias, vírus e protozoários (MIRANDA, 2018). Baratas causam mau cheiro e transmitem doenças causadas por bactérias ou protozoário (MIRANDA, 2018). Mosquitos atuam pela picada dos seres humanos, e podem transmitir doenças como malária, doença de Chagas e dengue (MIRANDA, 2018). Sobre a poluição do ar, ela está relacionada à concentração de poluentes na atmosfera, a qual ultrapassa o limite da capacidade de autodepuração desse ecossistema, e com isso, pode induzir mudanças climáticas. Philippi Jr. e Peli- cioni (2014) ressaltam a poluição do ar gera efeito estufa e redução da camada de ozônio. 107 EDUCAÇÃO E SAÚDE MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 POLUIÇÃO DO AR Fonte : Marcin Jozwiak, Pexels (2021). #PraCegoVer Foto (vista aérea) de uma cidade com grande quantidade de poluição do ar. Esses efeitos afetam a fauna, a flora e as propriedades da atmosfera, e impac- tam negativamente na saúde. Como a poluição do ar impacta nas condições de saúde da sociedade? Os efeitos da poluição do ar se caracterizam tanto pelo agravamento de condições já existentes, como pelo surgimento de no- vas afecções. Miranda (2018) cita que os impactos sobre a saúde da poluição do ar depen- dem da concentração e do tempo de exposição, e podem gerar tantos efeitos agudos e o aumento da demanda por serviços de saúde. A longo prazo, po- dem aumentar a mortalidade e morbidade respiratória. O artigo a seguir trata do impacto dos fatores ambientais sobre o câncer de pele, considerando o aumento da radiação solar que incide sobre a terra devido à redução da camada de ozônio, causada pela poluição do ar. Acesso pelo link. http://www.seer.ufu.br/index.php/hygeia/article/view/57343 108 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 EDUCAÇÃO E SAÚDE Como estes impactos ambientais negativos atuam tanto a nível local, como regional e global, eles demandam de ações e políticas integradas, que de- pendem não apenas de ações governamentais, mas de ações por parte da população, de planejamento intersetorial, com ações continuadas. 4.2.3 DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL COMO ESTRATÉGIA DE SAÚDE Em relação à garantia de desenvolvimento sustentável e minimização dos impactos ambientais, tem-se como estratégia em saúde as ações destinadas a redução das principais preocupações ambientais. Sobre as ações destinadas a poluição da água, Miranda (2018) enfatiza a im- portância do uso racional, considerando que a água é um recurso limitado, sendo que sua contaminação e escassez compromete a vida humana. Por isso, dentre as estratégias, deve-se buscar alternativas de proteção das fontes hídricas e ampliar os investimentos em sistemas de abastecimento de água. Estas estratégias visam permitir o fornecimento de água em quantidade ade- quada, reduzir a contaminação por agentes químicos, físicos e biológicos, que quando em contato com a água, predispõem à disseminação de doenças. Além disso, cita-se o incentivo ao uso de águas residuárias (água de origem doméstica formada por fezes e urina que não foram previamente lançadas nos rios) como uma alternativa frente ao crescimento populacional urba- no. Nesse caso, incentiva-se o uso deste tipo de água para fins não potáveis, como para a irrigação de parques e controle de incêndios, etc., desde que previamente tratada. Como estratégias de desenvolvimento sustentável para as condições de po- luição do ar, Philiphi Jr. e Pelicioni (2014) citam como objetivo alcançar níveis adequados de qualidade do ar, com ações de eliminação ou minimização na produção de resíduos, através de ações de tratamento e de disposição dos resí- duos gerados ganhando tempo e espaço para a autodepuração dos mesmos. Além destas estratégias, as ações voltadas à minimização da contaminação da água devem ser acompanhadas de ações de efetivação do sistema de esgota- mento sanitário, considerando que na maioria das grandes cidades o esgoto produzido é ainda descartado nos recursos hídricos que servem a comunidade. 109 EDUCAÇÃO E SAÚDE MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Sobre as ações voltadas a poluição do solo, Miranda (2018) cita o estabeleci- mento de ações de preservação do solo e uso consciente do mesmo, de modo que ele possa ser utilizado posteriormente e ainda, ressalta a importânciade ações voltadas a este recurso considerando os impactos da poluição deste sobre a água. Além disso, as ações de desenvolvimento sustentável do solo devem enfatizar ações voltadas à manutenção de cobertura vegetal, median- te replantio de árvores. PLANTIO DE ÁRVORES Fonte : Plataforma Deduca (2021). #PraCegoVer Montagem de um homem regando uma planta. Em relação às estratégias voltadas a poluição da água, Miranda (2018) destaca que as ações devem abordar tanto a qualidade como a quantidade de recur- sos hídricos disponíveis, considerando todo o processo cíclico deste recurso e a exposição dele a outros agentes poluentes, como os poluentes do solo. Ainda dentre as estratégias que podem auxiliar na melhoria da saúde da po- pulação, reforça-se as estratégias de incentivo ao saneamento básico, o qual refere-se a um conjunto de medidas, serviços e instalações que garantem o abastecimento de água, o esgotamento sanitário, a limpeza urbana, o manejo de resíduos sólidos e a drenagem de águas pluviais (MIRANDA, 2018). 110 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 EDUCAÇÃO E SAÚDE Estas ações exercem efeitos positivos e di- retos na saúde, por reduzir a incidência de doenças, pois o estabelecimento de servi- ços de saneamento básico contribui para melhorar as condições de higiene pessoal. Todavia, mesmo sendo essencial, o sane- amento básico ainda apresenta diversos problemas. Pelicioni (2018) cita como um dos principais problemas a falta de inves- timentos do poder público em ações de saneamento básico. Uma das justificati- vas para os baixos investimentos podem se justificar por serem ações preventivas, com efeitos a médio e longo prazo. Por isso, costuma-se investir mais em ações paliativas, como no tratamento de doenças decorrentes da falta de sa- neamento, do que solucionando o problema real. De forma geral, o desenvolvimento sustentável exige estratégias associadas de diferentes esferas da sociedade, incluindo órgãos de saúde, serviços gover- namentais, população em geral, dentre outras esferas, com vistas a promover mudanças no estilo de vida da sociedade e da relação do ser humano com a natureza. Deste modo, pode-se melhorar a relação homem-meio ambiente minimizar os impactos ambientais negativos. Estas ações implicam, tanto de forma direta, como indireta na melhoria das condições ambientais da agua, ar e solo e por isso, reduzem impactos ambientais negativos e consequen- temente, contribuem positivamente para a sustentabilidade e melhoria das condições de vida e saúde. Beserra et al. (2010) citam que quando há a atuação de diferentes campos de atuação interdisciplinar nas ações voltadas a questão ambiental, consegue-se contribuir de maneira mais efetiva para um futuro sustentável. Philippi Jr. e Pelicioli (2014) reforçam a necessidade de priorização de ações de promoção de saúde, de modo que se possa planejar melhor o funcionamento dos processos de relação entre o ser humano e o ambiente e seus ecossiste- mas, de modo que se possa impactar positivamente nas condições de saúde. Leitura complementar Leia o artigo a seguir sobre saúde, saneamento e percepção de riscos ambientais urbanos. Acesse pelo link. https://www.redalyc.org/pdf/3332/333228743004.pdf 111 EDUCAÇÃO E SAÚDE MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Por isso, ações de promoção em saúde voltadas ao desenvolvimento sus- tentável, com equilíbrio harmônico e duradouro e, principalmente, ações de cunho intersetoriais, são essenciais para a questão de saúde humana. Além disso, quando estas ações de promoção de saúde são realizadas através de ações educativas em saúde, realizadas pelos diferentes profissionais de saú- de, Além disso, consegue-se auxiliar a comunidade a criar autonomia, criando nas pessoas a consciência de sua responsabilidade para com o meio ambien- te e justificando como esta maior autonomia pode auxiliar na melhoria das condições de saúde. • Para conhecer as implicações do lixo no processo saúde/doença, acesse este link. • Você sabia que as doenças respiratórias foram responsáveis por quase 421 mil internações de crianças entre 0 e 10 anos no Brasil, no ano de 2012? Leia mais sobre os feitos da exposição a poluentes do ar na saúde, acessando este link. https://desafioonline.ufms.br/index.php/sameamb/article/view/10161 https://www.scielo.br/j/csp/a/PHTDFfhv4DFmNBXnGH4Q3tJ/?lang=pt 112 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 EDUCAÇÃO E SAÚDE CONCLUSÃO Os problemas de natureza ambiental, em especial, os relacionados à poluição do ar, da água e do solo, impactam diretamente na qualidade de vida e na saúde das pessoas, uma vez que estão relacionados a maiores taxas de mor- talidade, de morbidade e ainda, impactam negativamente no bem-estar. Realizar ações voltadas a estas problemáticas é essencial quando se pensa em saúde. Para tanto, pode-se empregar ações voltadas à promoção da saú- de, visando minimizar e prevenir estes problemas ambientais. Nesse sentido, os profissionais de saúde, como os enfermeiros, podem utilizar-se de ações educativas para criar maior autonomia na população em prol de melhores condições de vida. Estas ações devem ter cunho intersetorial, considerando que são problemas complexos e que as estratégias de melhoria demandam de ações de dife- rentes entes da sociedade, permitindo um desenvolvimento sustentável, com mínimo de prejuízos ambientais e com melhores condições de saúde. 113 EDUCAÇÃO E SAÚDE MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 UNIDADE 5 OBJETIVO Ao final desta unidade, esperamos que possa: 114 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 EDUCAÇÃO E SAÚDE > elucidar as ações educativas da enfermagem em saúde ambiental; > justificar a educação ambiental como uma condição básica de bem-estar humano e saúde. 115 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 EDUCAÇÃO E SAÚDE 5 PROMOÇÃO DA SAÚDE ATRAVÉS DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL INTRODUÇÃO Sabe-se que os problemas ambientais impactam diretamente nas condições de saúde das comunidades; ao mesmo tempo em que se entende que o ser humano, por estar diretamente relacionado ao meio ambiente em que está inserido, é responsável por estas questões. Considerando os problemas ambientais e os impactos que trazem à saúde hu- mana, durante o texto desta unidade, você vai verificar a necessidade de diver- sos setores da sociedade de unir-se, de forma interdisciplinar e intersetorial; de modo a atuar sobre estes impactos, prevenindo-os ou minimizando-os. Através desta união, podem-se estabelecer ações voltadas a educação am- biental, as quais visam criar no ser humano responsabilidade, e autonomia e reflexão acerca das questões ambientais e como cada pessoa pode contribuir positivamente neste processo. Para isso, podem-se empregar ações educativas em torno das questões am- bientais, ações que levem as pessoas a tornarem-se ativas nos cuidados com o meio ambiente, favorecendo a construção de um ambiente mais saudável e consequentemente, que reflita em melhores condições de saúde e de qua- lidade de vida. Nestas ações, a inserção dos profissionais enfermeiros é de importantíssima, considerando que são profissionais voltados à atenção aos cuidados huma- nos, que conhecem a realidade em que as pessoas estão inseridas, e como as questões do meio ambiente interferem nas demandas de saúde. Por isso, ao longo desta unidade você reconhecerá a atuação da enfermagem na área ambiental, e entenderá porque a educação ambiental é vista como uma es- tratégia de promoção de saúde. 116 EDUCAÇÃO E SAÚDE MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 5.1 EDUCAÇÃOAMBIENTAL E ENFERMAGEM As ações voltadas à educação ambiental são essenciais para que se possam criar hábitos e comportamentos mais saudáveis na população, de modo que o meio ambiente não sofra tantos impactos. Dentre as áreas que podem atu- ar com vistas à educação ambiental, destaca-se a atuação do enfermeiro, que pode intervir nas questões ambientais, uma vez que sua formação é voltada ao cuidado e a preocupação com a saúde humana, incluindo a preocupação com os fatores que podem interferir nela, como as questões ambientais. 5.1.1 EDUCAÇÃO AMBIENTAL A educação ambiental é definida por Dias (2018), como um conjunto de pro- cessos e meios pelos quais as pessoas e as comunidades constroem conhe- cimento, valores, habilidades e atitudes; sempre voltadas ao objetivo de con- servação do meio ambiente, através do uso comum deste bem. A educação am- biental considera esses processos essen- ciais para sustentabilidade e a garantia de qualidade de vida da sociedade. Na prática da educação ambiental, deve- -se compreender que o ser humano faz parte do meio ambiente e por isso, ele é responsável por sua manutenção. Nesse sentido, todas as ações de educação am- biental devem pautar-se na ideia de que o indivíduo é responsável pelo ambiente em que se encontra inserido. Saiba mais A Educação Ambiental é normatizada na legislação brasileira pela Lei n. 9.795/99, que pode ser acessada por este link. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9795.htm 117 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 EDUCAÇÃO E SAÚDE RESPONSABILIDADE DE CADA INDIVÍDUO PELO MEIO AMBIENTE Fonte : Plataforma Deduca (2021). #PraCegoVer A imagem mostra as mãos de uma pessoa segurando um globo terrestre (ilustrado) e sobre ele há uma ilustração de uma árvore, representando a responsabilidade de cada um pelo meio ambiente. Ibrahin (2014) reforça que a definição de meio ambiente utilizada em educa- ção ambiental, deve considerar também as múltiplas e complexas relações que possam impactar sobre o meio ambiente, incluindo fatores políticos, eco- nômicos, sociais, científicos, culturais e éticos. Portanto, ao se falar em educação ambiental, deve-se lembrar que ela não se refere apenas aos temas relacionados à preservação do meio ambiente, mas a integridade ambiental, incluindo o comportamento individual, o compor- tamento social e coletivo; considerando todos os fatores que impactam no meio ambiente. A educação ambiental deve pautar-se, sobretudo na conscientização dos in- divíduos, através de ações formais ou não formais, propondo o desenvolvi- mento de valores ético-ambientais como uma estratégia de transformação; capaz de superar os problemas do meio ambiente e os problemas que im- pactam de algum modo sobre ele (DIAS, 2018). 118 EDUCAÇÃO E SAÚDE MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Você sabe o que é a ética ambiental? São valores que devem fazer parte das ações voltadas a educação ambiental. Se pauta na ideia de que o meio ambiente é uma herança entre as gerações e deve ser capaz de lembrar que o ser humano é parte indissociável do meio e que a terra é a sua casa (IBRAHIN, 2014). O objetivo primordial da educação ambiental é formar uma sociedade preo- cupada e consciente com o meio ambiente e seus problemas. Além disso, ob- jetiva que a sociedade tenha motivação, autonomia, conhecimento, atitude e compromisso para executar ações, tanto individuais como coletivas, na busca de soluções para os problemas ambientais já existentes (IBRAHIN, 2014). Ampliando estes objetivos, espera-se também que a população possa pen- sar nas futuras gerações, buscando soluções que previnam o surgimento de novos problemas ambientais ao longo dos anos, estabelecendo a educação ambiental como uma estratégia preventiva. Segundo Ibrahin (2014), a educação ambiental deve trazer o respeito ao meio ambiente, o respeito ao ser humano e ainda, a preocupação o futuro que ire- mos proporcionar a nossos descendentes. Em consonância com Ibrahin (2014), Phillipi Jr. e Pelicioni (2014) citam a educação ambiental como estratégia es- sencial para novos rumos, com uma sociedade vivendo de forma sustentável. A seguir, são descritos alguns pontos acerca dos objetivos da educação am- biental (IBRAHIN, 2014). Compreensão integrada do meio ambiente respeito aos aspectos ecológicos, psicológicos, legais, políticos, sociais, econômicos, científicos, culturais e éticos. 119 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 EDUCAÇÃO E SAÚDE Democratização as informações ambientais devem ser de acesso a todos. Consciência crítica estímulo ao pensamento crítico. Participação popular estímulo à participação individual e coletiva. Cooperação união entre as diferentes regiões (níveis micro e macrorregionais). Integração da ciência e tecnologia fortalecimento desta interação. A educação ambiental pode ser vista como um instrumento capaz de pro- porcionar meios e ideias para a superação dos problemas existentes no meio ambiente. Para isso, pode utilizar-se de ações de educação em saúde que se propõem a formar indivíduos mais comprometidos, que assumam suas responsabilidades em relação às decisões, contribuindo positivamente para a proteção do meio ambiente. 120 EDUCAÇÃO E SAÚDE MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 CONSCIÊNCIA AMBIENTAL DE GERAÇÃO PARA GERAÇÃO Fonte : Freepik (2021). #PraCegoVer Foto dos braços e das mãos de um senhor de idade passando uma muda para uma criança, representando assim os ensinamentos e a consciência ambiental de geração para geração. 5.1.2 PROMOÇÃO DA SAÚDE AMBIENTAL A educação ambiental é vista como um dos meios mais eficazes de promo- ção de saúde (DIAS, 2018). Esta afirmação foi construída ao longo dos anos, através de discussões voltadas às possibilidades de se efetivar a promoção da saúde. Nesse sentido, defende-se que as ações educativas devem se pautar nas causas promotoras de saúde, como o meio ambiente. Ao se falar em ações de promoção de saúde em saúde ambiental, pensa-se em um estilo de vida mais saudável, por meio de ações que contemplem a interação do homem com o meio em que ele vive, considerando que um ambiente saudável é um dos fatores que colaboram com o desenvolvimento da saúde (BESERRA et al., 2010). 121 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 EDUCAÇÃO E SAÚDE Embora se possa promover saúde através da educação ambiental, é impor- tante destacar que nesse caso, a educação ambiental não se trata apenas de uma disciplina, ou área de conhecimento, mas sim; de um conjunto de conhecimentos voltados à educação ambiental; de modo que as pessoas se sintam responsáveis pelo ambiente em que vivem e a partir disso, contribu- am para o cuidado e respeito com o mesmo. Segundo Ibrahin (2014), a educação ambiental pode ser vista como um instru- mento capaz de proporcionar meios e ideias para a superação dos principais problemas que acometem o meio ambiente e com isso, proporcionar maior qualidade de vida e saúde a sociedade. Dias (2018) reforça que promover saú- de ambiental é promover melhores condições de saúde e de qualidade de vida para a população. Para consolidar a educação ambiental, Ibrahim (2014), sugere ações voltadas à promoção da educação ambiental, as quais devem se pautar em alguns princípios básicos, que incluem: a. o enfoque humanista, holístico, democrático e participativo das ações; b. a concepção ampliada de meio ambiente; c. as ações interdisciplinares e transdisciplinares; d. a garantia de processos educativos com avaliações e abordagens per- manentes; e. abordagens articuladas em cunho local, regional, nacional e global (com objetivos interrelacionados); f. reconhecimento da diversidade cultural e das diferentes necessidadesde cada comunidade. 122 EDUCAÇÃO E SAÚDE MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 AÇÕES INTERDISCIPLINARES DE PROMOÇÃO DA SAÚDE AMBIENTAL LOCAIS, REGIONAIS, NACIONAIS E GLOBAIS. Fonte : Plataforma Deduca (2021). #PraCegoVer A imagem mostra as mãos de diferentes pessoas desenhando juntas ao redor de uma ilustração do planeta e representa as ações interdisciplinares de promoção da saúde ambiental. Diferentes profissionais podem atuar de modo a promover a educação ambien- tal, e consequentemente, melhores con- dições de saúde. A pessoa envolvida com estas ações recebe o nome de educador, e é o sujeito capaz de desenvolver e exercer papel ativo junto a de modo a consolidar as ações de educação ambiental (BESER- RA et al., 2010). Nesse sentido, os enfermeiros podem atuar neste aspecto ambiental, através de ações que visem a promoção de saúde e prevenção de doenças relacionadas ao ambiente; uma vez que são profis- sionais que atuam no cuidado da comunidade. Ao se atuar com base nestes princípios básicos, é possível que esses profissionais promovam ações de edu- cação ambiental que realmente garantam a proteção do meio ambiente e ao Questões Mas quem deve atuar estimulando a promoção da saúde ambiental? 123 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 EDUCAÇÃO E SAÚDE mesmo tempo, favoreçam o bem estar, a saúde física e mental, e a qualidade de vida das pessoas. Estas ações, dentre outros benefícios, impactam positi- vamente na saúde das pessoas. Beserra et al. (2010) ainda reforçam que a enfermagem é capaz de direcionar as ações de educação ambiental com base nas vulnerabilidades ambientais existentes no território de atuação destes profissionais, reduzindo as possibili- dades de danos à saúde humana causados pelas questões ambientais. AÇÃO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL VOLTADA A CRIANÇAS Fonte : Monteiro, Prefeitura de Sorocaba (2018). #PraCegoVer Foto de crianças sentadas em roda com uma monitora do zoo, realizando atividade relacionada à educação ambiental. Você sabia que o estímulo à agricultura orgânica é uma das estratégias para promoção de saúde? Isso porque, ela visa a produção de alimentos mais sau- dáveis, impactando positivamente nas condições de saúde das pessoas? A se- guir, são descritos alguns pontos acerca dos objetivos da educação ambiental (BARSANO; BARBOSA, 2014). Definição trata-se do uso de métodos alternativos para manejo do solo, na produção e no comércio de alimentos mais saudáveis. 124 EDUCAÇÃO E SAÚDE MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Respeito à natureza visa reconhecer a dependência do ser humano de recursos naturais não renováveis. Respeito ao solo considera o solo um organismo vivo, essencial para suprir as necessidades básicas. Sobras vegetais estimula o uso de sobras vegetais destinadas a reciclagem dos nutrientes do solo. Rotação no plantio estimula o plantio de diferentes culturas para criação de barreiras naturais. Preservação da biodiversidade pauta-se na eliminação de ervas daninhas através de ações biomecânicas. Substituição de insumos industriais visa a utilização de outros meios. 125 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 EDUCAÇÃO E SAÚDE 5.1.3 AÇÕES TRANSVERSAIS NOS PROBLEMAS AMBIENTAIS Considerando o contexto amplo da educação ambiental, as ações nesta área não podem ser reduzidas apenas aos problemas ambientais relacionados à degradação do meio ambiente; e sim, devem considerar tudo o que repre- senta e engloba a educação ambiental, de modo que passa a se desenvolver práticas que incentivem comportamentos conscientes em relação às ques- tões ambientais. Deste modo, a questão ambiental requer da sociedade uma resposta integral, a qual vai muito além de ações apenas da esfera ambiental, voltada a proteção do meio ambiente; e demanda de outras ações de cunho interdisciplinar. Segundo Dias (2018), a educação ambiental pode ser vista como uma estratégia para solu- ção dos problemas ambientais, todavia, para que isso seja real, as ações devem ser pautadas na abordagem interdisciplinar, requerendo deste modo, ações mais complexas e discutidas de forma con- junta entre diferentes profissionais. Deve-se destacar, que a abordagem interdisciplinar nesse caso, visa integrar as especificidades de cada campo disciplinar, promovendo a integração de saberes e conhecimentos em prol de ações mais efetivas na área ambiental (IBRAHIN, 2014). Essa premissa da educação ambiental reforça a ideia de que o cuidado e a preocupação com o meio ambiente são de todos os profissionais, incluindo profissionais da área da saúde, infraestrutura (no cuidado e planejamentos dos ambientes), economia (na garantia de renda), meio ambiente, dentre ou- tros setores. Questões Mas o que é a abordagem interdisciplinar? 126 EDUCAÇÃO E SAÚDE MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 PLANEJAMENTO DE CONSTRUÇÕES NO MEIO URBANO Fonte : Plataforma Deduca (2021). #PraCegoVer Ilustração que apresenta uma maquete de uma cidade organizada, com ruas bem delimitadas e espaço destinado a árvores. Segundo aponta Beserra et al. (2010), nas ações de educação ambiental voltada a promoção de saúde, diversas profissões precisam se interligar, in- cluindo a enfermagem, de modo a atuar com um propósito único de pro- mover a saúde através de ações voltadas ao meio ambiente em que as pes- soas estão inseridas. A atuação intersetorial em educação ambiental pode ser expressa por ações transversais. A abordagem transversal, neste caso, se caracteriza por uma ar- ticulação de diferentes atores e setores da sociedade, construindo ações vol- tadas à resolução dos problemas, com os mesmos objetivos de intervenção. Estas ações voltadas à educação ambiental devem incluir a população, os órgãos públicos, as empresas, as instituições de educação, etc., enfim, toda a sociedade. Ibrahim (2014) cita alguns exemplos de ações educativas pro- movidas em diferentes setores, e que podem e devem estar correlacionadas entre si, com visão interdisciplinar e transversal, de modo a garantir resulta- dos mais efetivos. 127 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 EDUCAÇÃO E SAÚDE Em relação às instituições de ensino, Ibrahim (2014) recomenda que as ações educativas sejam realizadas em todas as modalidades de ensino (formal e não formal) e em todos os níveis, incluindo ações voltadas a crianças, ado- lescentes, adultos e idosos, promovendo a educação ambiental de maneira integrada aos programas educacionais já existentes. No Brasil, a temática de educação ambiental segundo é inserida no ensino fundamental e médio através projetos, disciplinas especiais e a inserção da temática ambiental nas disciplinas; sensibilizando os estudantes para o convívio com a natureza (DIAS, 2018). As instituições públicas podem atuar de maneira associada, incorporar ações educativas que visem o engajamento da sociedade em atitudes de conservação, recuperação e melhoria das condições do meio ambiente. Estas instituições devem atuar através de diferentes iniciativas e setores, incluindo órgãos da área da educação, infraestrutura, saneamento básico, saúde, etc. As empresas, como demonstra Ibrahim (2014), podem promover ações volta- das à capacitação de seus trabalhadores, melhorando os processos produti- vos com vistas à preservação do meio ambiente e ainda, promover ações edu- cativas nas comunidades localizadas ao redor de suas atividades industriais, por exemplo. Além disso, as empresas podem atuar através de outras ações muito sim- ples, como economizar água, não lançar o lixo em locais inapropriados, adotar práticas produtivas sustentáveis, e utilizar fontes alternativas de energia. SegundoIbrahim (2014), os meios de comunicação também devem fazer par- te das ações transversais voltadas ao meio ambiente, podendo colaborar de maneira ativa e permanente na divulgação de informações e ainda, de práti- cas educativas acerca do ambiente, incorporando as questões ambientais em seus programas. 128 EDUCAÇÃO E SAÚDE MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 PROGRAMA DE TELEVISÃO Fonte : Plataforma Deduca (2021). #PraCegoVer A foto mostra uma televisão com um programa sendo exibido ao fundo e uma pessoa usando o controle remoto, em destaque. Barsano e Barbosa (2014) reafirmam a importância das ações transversais de educação ambiental, citando a necessidade de participação de órgãos públicos, empresas, organizações não-governamentais e ainda, a sociedade civil na exe- cução de ações que realmente tragam benefícios para o meio ambiente. Na prática, mesmo aceitando-se a necessidade das ações transversais em educação ambiental, ainda há muitos desafios a serem resolvidos. Um deles diz respeitos à persistência de ações verticalizadas, que valorizam e se desti- nam a apenas um setor; e não valorizam a importância da interdisciplinari- dade. Outros desafios dizem respeito a problemas complexos relacionados à questão ambiental como a pobreza e o consumo elevado de bens naturais. A redução da pobreza esta diretamente relacionada com melhores questões ambientais. Isso porque, segundo Phillipi Jr. e Pelicioni (2014), atualmente, a pobreza é um dos obstáculos mais importantes para o enfrentamento aos problemas ambientais, uma vez que a ela limita a distribuição de renda, de educação e de outros serviços sociais, tornando o acesso das pessoas mais difícil aos serviços. 129 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 EDUCAÇÃO E SAÚDE Deve-se destacar que não é a falta de renda o problema central, relacionado às questões ambientais, mas sim, a má distribuição de renda na sociedade. Por isso, Phillipi Jr. e Pelicioni (2014), afirmam que a educação ambiental tem a necessidade de uma reestruturação econômica associado, visando a redistribuição de recursos de maneira igualitária na sociedade. Além do desafio da pobreza, mais especificamente, da distribuição de renda desigual, outros aspectos podem ser considerados ao se pensar na transver- salidade das ações de educação ambiental. O consumo elevado de produtos é um destes desafios, no qual a educação ambiental precisa agir. Isso porque, observa-se que atualmente, a sociedade além de consumir uma quantidade de recursos renováveis a uma velocidade maior do que o planeta requer; ela ainda produz muito desperdício, necessitando de mais ações voltadas à reuti- lização e reciclagem destes desperdícios. Ibrahim (2014) reforça ainda a necessidade de ações transversais que ga- rantam recursos básicos a sociedade, como água, alimentos, energia; ações que preservem a biodiversidade; o estímulo ao uso de fontes energéticas renováveis; e o controle da urbanização; além de atender a necessidades bá- sicas, como garantir à população, acesso à escola, a serviços de saúde, lazer, trabalho, etc. 130 EDUCAÇÃO E SAÚDE MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 GARANTIA DE TRANSPORTE PARA ACESSO À ESCOLA Fonte : SEST SENAT (2021). #PraCegoVer Foto de quatro crianças enfileiradas ao lado do transporte escolar, e um monitor perto da porta fazendo anotações antes deles entrarem no transporte. Desse modo, percebe-se que as ações voltadas à educação ambiental devem ter como base a valorização da interdisciplinaridade, a execução de ações transversais; além de permitir a população acesso a condições básicas e dig- nas de vida; sendo estas condições essenciais e indispensáveis para a melho- ria das questões e problemas ambientais. Deve-se atuar ao mesmo tempo, evitando o emprego de ações unilaterais e unidisciplinares; de modo a conso- lidar ações mais efetivas. 131 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 EDUCAÇÃO E SAÚDE 5.2 AÇÕES EDUCATIVAS EM SAÚDE AMBIENTAL Além de reconhecer a importância da educação ambiental na promoção da saúde, é importante que o enfermeiro possa compreender o papel das ações educativas nesta área, e que reconheça também os eixos das ações a serem realizadas e a necessidade de participação da comunidade. 5.2.1 PAPEL DAS AÇÕES EDUCATIVAS VOLTADAS AO MEIO AMBIENTE A questão ambiental deve fazer parte das discussões e principalmente, das ações educativas realizadas pelos profissionais da área de saúde, uma vez que estas ações favorecem o pensamento crítico, a tomada de decisão e a mu- dança de hábitos em relação às situações ecologicamente saudáveis (BESER- RA et al., 2010). Para que cumpram este papel, é necessário que as ações educativas favoreçam o acesso e a informação, a toda a população, de modo que a sociedade tenha conhecimento dos problemas ambientais e dos impactos sobre a saúde. Posterior ao caráter informativo das ações educativas faz-se necessário que estas informações sejam discutidas (com ênfase em discussões intersetoriais e interdisciplinares), para que seja elaborado um senso crítico por parte da sociedade e que isso impacte de algum modo na mudança de hábitos e con- dutas em relação ao consumo, ao uso dos recursos naturais e aos problemas ambientais inerentes. 132 EDUCAÇÃO E SAÚDE MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ESPAÇOS DE DISCUSSÃO COLETIVA Fonte : Plataforma Deduca (2021). #PraCegoVer A foto traz uma mulher em pé, em frente a um quadro de anotações e outras três pessoas sentadas, fazendo anotações e conversando sobre o tema apresentado. Estas ações educativas podem ter a atuação dos enfermeiros, pois a partir de conhecimentos científicos, eles podem colaborar com a melhoria das ques- tões ambientais e de saúde da comunidade. Dias (2018) cita que estas ações, quando desenvolvidas por enfermeiros, são capazes de incentivar as pessoas a refletirem sobre seu compromisso ambiental, permitindo deste modo uma conduta ativa na transformação do meio em que vivem. Fenkder (2015) cita que no decorrer da implementação das ações de educa- ção ambiental, é de suma importância o reconhecimento da realidade e o monitoramento do meio ambiente. Isso porque o meio ambiente em que as pessoas estão inseridas não é fixo e estável, ele sobre mudanças constantes e nestes casos, as ações educativas devem estar voltadas as demandas do terri- tório e ainda, serem flexíveis e contínuas. Nesse caso, os enfermeiros podem trazer muita contribuição, uma vez que estão e próximos à comunidade e convivem com suas demandas, dificulda- des e desafios, incluindo problemas de saúde, sociais, econômicas e ainda, ambientais (BESERRA et al., 2010). 133 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 EDUCAÇÃO E SAÚDE O enfermeiro pode buscar alternativas que as minimizem ou solucionem es- tes problemas, seja através da capacitação da comunidade, dos profissionais ou da participação em estratégias intersetoriais e interdisciplinares. Phillipi Jr. e Pelicioni (2014) citam que nestas ações, devem-se estabelecer te- máticas que permitam a melhor compreensão de causas e consequências dos problemas que afetam o meio ambiente e consequentemente, que im- pactam na saúde humana. Um exemplo de temática voltada à educação ambiental que pode ser implementada pelos enfermeiros é a prevenção de verminoses, que são doenças causadas por helmintos, e que acometem principalmente crianças. Estão atreladas a fatores ambientais, sociais e econômicos. O tratamento consiste em vermifugação, todavia, este tratamento não deve ser único e deve vir acompanhado de estratégias educativas da sociedade. Um exemplo de ação pode ser a atuação de enfermeirosjunto a escolares, dando ênfase a prevenção desta verminose, como lavagem das mãos e de alimentos e a importância de se conhecer a qualidade da água bebida. Desse modo, pode-se atuar também de modo preventivo (SANTOS et al., 2015). 134 EDUCAÇÃO E SAÚDE MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 5.2.2 EIXOS DA PROMOÇÃO DA SAÚDE DO AMBIENTE Para que a saúde ambiental esteja inserida nas ações educativas voltadas a promoção da saúde, algumas diretrizes devem ser seguidas. Para Ibrahin (2014), há oito pontos importantes nas ações de educação ambiental, confor- me a seguir: PONTOS RELEVANTES NAS AÇÕES DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL Fonte : Plataforma Deduca (2021). #PraCegoVer Infográfico com oito diretrizes a serem seguidas nas ações de educação ambiental. 135 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 EDUCAÇÃO E SAÚDE Além disso, Ibrahin (2014) comenta que as atividades educativas devem ter cunho interdisciplinar e devem incluir ações de educação permanente, de modo capacitar os profissionais de saúde para que atuem na perspectiva ambiental. O respeito a estes eixos norteadores permite que as ações de educação ambiental contribuam de maneira efetiva para a solução dos pro- blemas ambientais. Além desses pontos elencados por Ibrahin (2014), re- força-se ainda a necessidade de participação da comunidade nas ações de educação ambiental. 5.2.3 A PARTICIPAÇÃO DO CIDADÃO NA QUESTÃO AMBIENTAL Além de considerar todos estes enfoques abordados acerca das ações educa- tivas em saúde ambiental, é de suma importância que elas envolvam a parti- cipação das pessoas de modo ativo. Para isso, Dias (2017) sugere que as ações sejam o mais próximas da realidade vivenciada pelos envolvidos na ação edu- cativa; de modo que realmente possam suscitar reflexão, despertar interesse e vontade de mudança de hábitos e atitudes em relação ao meio ambiente; através do empoderamento destas pessoas. PARTICIPAÇÃO ATIVA DAS PESSOAS Fonte : Plataforma Deduca (2021). #PraCegoVer Foto de um grupo de pessoas diversas, sentadas em roda, ouvindo um orientador que está de pé. A foto representa a participação do cidadão nas questões ambientais. 136 EDUCAÇÃO E SAÚDE MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Nesse sentido, destaca-se a necessidade, de além das ações estarem voltadas à realidade ambiental local, que elas sejam incorporadas em atividades que respeitem os cenários, que se utilizem de formas de comunicação adequadas, que considerem a faixa etária da população e ainda, que possam valorizar e instigar a população a mobilizar-se em prol de melhores condições ambientais. • Saiba mais sobre sustentabilidade, acessando este link. • Para reconhecer o papel do ambiente nos casos de dengue, acesse o link. • Para conhecer exemplos de ações educativas na área ambiental realizadas na escola, acesse este link. • Para entender a importância do enfermeiro em ações educativas voltadas à gestão de resíduos hospitalares, acesse o link. http://portal.mec.gov.br/secad/arquivos/pdf/educacaoambiental.pdf http://www.scielo.br/pdf/icse/v19n52/1807-5762-icse-19-52-0203.pdf https://periodicos.unifesp.br/index.php/revbea/article/view/2670/1638 https://www.researchgate.net/profile/Cleton-Salbego/publication/332407151_Processo_educativo_do_enfermeiro_frente_ao_gerenciamento_dos_residuos_de_servicos_de_saude_hospitalar/links/5cb2bf6c299bf120976455ba/Processo-educativo-do-enfermeiro-frente-ao-gerenciamento-dos-residuos-de-servicos-de-saude-hospitalar.pdf 137 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 EDUCAÇÃO E SAÚDE CONCLUSÃO Esta unidade trouxe uma reflexão acerca do papel das ações educativas em saúde ambiental, voltadas à promoção da saúde. Isso porque, a saúde huma- na está diretamente associada a questões ambientais; e por isso, as ações de educação ambiental Educação Ambiental são uma das ferramentas a serem utilizadas a fim de promover a saúde humana. Nestas ações, tem-se enfoque interdisciplinar, e dentre os profissionais que podem atuar de forma ampla, destaca-se a atuação do enfermeiro. A inserção do enfermeiro nestas ações é de suma importância, uma vez que sua atuação se pauta no cuidado humano e na promoção da saúde e da qua- lidade de vida; e tem, dentre outras funções, o enfoque voltado aos impactos que o meio ambiente pode trazer a saúde humana. Para que esta atuação seja efetiva, e que realmente contribua com a melhoria das questões ambientais; as ações devem ser planejadas em conjunto om ou- tros profissionais e outros setores da sociedade, além de envolverem de forma ativa as pessoas. Para isso, os enfermeiros podem planejar as ações com base nos eixos da promoção de saúde ambiental; de movo a contemplar nas ações, os pressupostos básicos a serem respeitados. Por fim, destaca-se que estas ações visam, sobretudo a criação de auto- nomia junto às pessoas, de modo que elas tenham uma visão ampla das questões ambientais, como elas impactam na saúde das pessoas e quais as estratégias de mudança que podem ser estabelecidas a fim de permitir melhorias na saúde. 138 EDUCAÇÃO E SAÚDE MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 UNIDADE 6 OBJETIVO Ao final desta unidade, esperamos que possa: 139 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 EDUCAÇÃO E SAÚDE > identificar os principais impactos das ações educativas na melhoria da qualidade de vida da população; > exemplificar ações de educação ambiental em prol da melhoria da saúde da sociedade. 140 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 EDUCAÇÃO E SAÚDE 6 A ENFERMAGEM VOLTADA À EDUCAÇÃO AMBIENTAL: ESTRATÉGIA DE PROMOÇÃO DA SAÚDE INTRODUÇÃO Esta unidade traz informações sobre a atuação da enfermagem em ações educativas voltadas as questões ambientais, reforçando a íntima relação en- tre o meio ambiente e o ser humano e, ainda como isso, impacta nas condi- ções de vida da sociedade. Todavia, esta atuação, para ser efetiva e trazer resultados positivos para a po- pulação, deve contemplar ações estar voltada a complexidade do meio am- biente, exigindo que esses profissionais estimulem o empoderamento das pessoas, tornando-as mais ativas em relação às questões do meio ambiente em que vivem. Desse modo, através destas discussões, busca-se reforçar o papel dos pro- fissionais de saúde nas questões ambientais voltadas a promoção da saúde, especialmente dos enfermeiros, que podem colaborar tanto para melhores condições de saúde como de qualidade de vida. 6.1 IMPACTOS DAS AÇÕES EDUCATIVAS DE ENFERMAGEM EM SAÚDE AMBIENTAL A atual situação mundial retrata uma preocupação imensa com o meio am- biente, em especial, porque as condições socioambientais vêm gerando pre- juízos sobre a saúde humana. Essa relação entre saúde e meio ambiente traz consigo urgência de ações voltadas à proteção e recuperação ambiental e por isso, vem se defendendo cada vez mais, a necessidade de atuação dos profis- sionais da área da saúde. 141 EDUCAÇÃO E SAÚDE MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Nesse sentido, Ferreira e Bampi (2018) destacam que a enfermagem, dentre as profissões da área da saúde, por se preocupar com o bem-estar do indi- víduo, da família e da comunidade, deve atentar-se para o meio ambiente, como um importante fator relacionado à saúde humana. 6.1.1 O ENFERMEIRO COMO AGENTE DE EMPODERAMENTO E MUDANÇA COMPORTAMENTAL EM SAÚDE AMBIENTAL A enfermagem, como uma profissão do campo da saúde, considerando as novas demandas em saúde ambiental existentes, necessita se envolver nesse debate. Este envolvimento pode se dar através de ações voltadas à preserva-ção do meio ambiente, minimizando o impacto ambiental decorrente das ações humanas sobre as condições de saúde (CAMPONOGARA et al., 2011). Lembre-se que este envolvimento deve se pautar especialmente nos conceitos de promoção de saúde, entendendo este conceito como um processo complexo, que envolve diversas dimensões do ser humano, incluindo a ambiental. Como profissionais de saúde, os enfermeiros podem e devem assumir o com- promisso com as ações de educação em saúde ambiental, pautadas em ações democráticas, direcionadas para melhoria dos hábitos e comportamentos, melhorando as condições de saúde. 142 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 EDUCAÇÃO E SAÚDE CUIDADOS COM AS PLANTAS E O SOLO Fonte : Carolina Grabowska, Pexels (2021). #PraCegoVer A foto retrata as mãos de uma pessoa plantando uma muda em um solo. Todavia, Santos e Paschoal (2017) citam que as ações de educação em saú- de ambiental que tratam apenas de informar a população sobre as questões ambientais e maneiras de minimizar estes impactos não capazes de mudar comportamentos, uma vez que o recebimento da informação é apenas uma pequena parte do processo educativo. Para que haja mudança de hábito e de comportamento, as pessoas envolvi- das nas ações precisam decidir mudar de forma consciente, através da cria- ção de senso crítico em torno destas questões. Logo, o empoderamento das pessoas em relação às questões ambientais apenas acontece quando elas de- cidem mudar. Além disso, as ações desenvolvidas devem ser elaboradas em etapas ao longo do tempo, evitando ações pontuais, e ainda, estabelecendo ações que pos- sam respeitar a realidade e os problemas ambientais locais e globais. Nesse caso, as ações voltadas às questões globais (macro), devem envolver aspectos de cidadania e renda de forma conjunta, e as ações locais (micro), podem abordar aspectos mais relacionados ao agravo em saúde em questão e a sua relação com o meio ambiente. 143 EDUCAÇÃO E SAÚDE MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Santos e Paschoal (2017) reforçam ainda a necessidade de ações dialógicas, participativas e de construção conjunta, além de encontros, grupos, aborda- gens individuais, coletivas e atividades contínuas. Gutierres et al. (2020) cita que os enfermeiros podem capacitar e influenciar as pessoas a mudanças de condutas no sentido ecologicamente correto, crian- do ambientes mais saudáveis e estimulando a sustentabilidade, mediante ações de promoção de saúde. Todavia, para que realmente consigam impactar positivamente nas questões de saúde, as ações precisam exercer o empoderamento e a autonomia, de forma que resulte na mudança de comportamento frente às questões ambientais. Nesse sentido, o enfermeiro tem um papel primordial como agente de em- poderamento, pois auxilia no processo, como educador em saúde, traba- lhando de modo a criar ações educativas junto às pessoas, para que estas tenham melhores condições de decisão, e com isso, possam garantir as mu- danças necessárias. A educação ambiental é base científica para uma prevenção contra a contaminação do ar, da água, de alimentos e de outros fatores de risco comuns para a saúde humana. A implantação de ações nesta área por parte dos enfermeiros é essencial, considerando a função de cuidado exercida por estes profissionais (PERES et al., 2015). 144 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 EDUCAÇÃO E SAÚDE Esta atuação do enfermeiro como agente de empoderamento deve consi- derar a necessidade de articulação intersetorial, envolvendo setores sociais e econômicos, além dos setores ambientais e de saúde. A união dos setores públicos, privado e da população, garante fomento as práticas de saúde, e contribuem de forma mais efetiva para mudanças no estilo de vida e na aplicação do conhecimento produzido ao longo das atividades educativas (COSTA, 2018). Para Moniz et al. (2020), as ações educativas com esta finalidade podem utili- zar-se de práticas emancipatórias para sua realização. Estas práticas incluem: visitas domiciliares, reuniões de equipe ou encontros para educação em saú- de. Estas práticas possibilitam as pessoas refletirem sobre a origem dos pro- blemas de saúde e que ao mesmo tempo, instrumentalizam estas pessoas a mudarem hábitos e comportamentos em prol da saúde. Tais práticas ainda refletem a importância de considerar o indivíduo muito além do ser biológico, considerando o local e as condições de vida (MONIZ et al., 2020). Ferreira e Bampi (2018) citam que esta capacidade do enfermeiro em atuar como agente de empoderamento está ligado à capacidade destes profissio- nais de atuarem como atores sociais ativos na produção de ações e educa- ção ambiental, preocupados com a criação de pessoas com maior preocu- pação ecológica. Por isso, deve-se considerar os profissionais de enfermagem corresponsáveis pelo processo de promoção da saúde mediante o emprego de ações educa- tivas que visem a atenção ao meio ambiente sustentável. 145 EDUCAÇÃO E SAÚDE MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 RELAÇÃO ENTRE AS AÇÕES DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL REALIZADAS PELOS ENFERMEIROS MEIO AMBIENTE AÇÕES DE ENFERMAGEM DETERMINANTES SOCIAIS DA SAÚDE SUSTENTABILIDADE • Promoção de saúde • Redução dos agravos de saúde • Redução do aparecimento e transmissão de doenças Fonte: Adaptada de Gutierres et al. (2020, p. 6). #PraCegoVer Esquema citando a relação entre as ações de enfermagem, determinantes sociais de saúde, sustentabilidade e meio ambiente. Estas ações de educação ambiental realizadas pelos enfermeiros devem ter foco no meio ambiente, contemplando ações ecossistêmicas, baseadas na sustentabilidade e com base nos determinantes sociais da saúde (em espe- cial os ambientais), de modo que a população buque condições de manter as necessidades básicas causando o mínimo de impacto ambiental e prevenin- do impactos sobre as gerações futuras. Entretanto, durante este processo de criação de autonomia na população, as ações não devem deixar de considerar as dimensões biológicas, religio- sas, sociais e psicológicas das pessoas envolvidas. Deste modo, o enfermeiro pode atuar na garantia de equilíbrio entre os aspectos individuais e as ques- tões ambientais. 146 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 EDUCAÇÃO E SAÚDE Nesse sentido, a enfermagem é imprescindível nas ações de educação am- biental, pois ela permite que as pessoas reflitam sobre suas ações, de modo que possam ter maior responsabilidade socioambiental na utilização de fon- tes de recursos naturais de maneira sustentável. 6.1.2 O PAPEL DO ENFERMEIRO NA EDUCAÇÃO AMBIENTAL Além de criar nas pessoas maior autonomia, o enfermeiro pode atuar nas ações educativas em saúde ambiental a fim de aproximar a população das questões de saúde e do meio ambiente, reconhecer novas maneiras de con- ceber conhecimento em suas práticas e ainda, no reconhecimento do territó- rio de atuação. A temática ambiental pode criar uma mobilização junto à sociedade. Peres e outros (2015) reforçam que o enfermeiro necessita atuar de modo a promover o cuidado nesta interface ambiente e pessoas, reforçando junto à comuni- dade sentimento de solidariedade. É através desta mobilização que ele pode aproximar a população do meio ambiente e consequentemente, do entendi- mento dos problemas nesta área. Como a enfermagem tem se comportando frente às novas demandas socioambientais? Ela necessita repensar suas práticas de educação em saúde, de modo a atender novos problemas e novas condições de saúde que possam surgir em virtude da degradação do meio ambiente (PERES et al., 2015). 147 EDUCAÇÃO E SAÚDE MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Outropapel dos enfermeiros nas ações educativas é o de estarem abertos às novas maneiras de conceber o conhecimento. Peres et al. (2015) citam como exemplo, a necessidade dos enfermeiros de reorganizarem e reestruturarem suas formações e suas metodologias de trabalho, em direção a ações interdis- ciplinares. Estas ações devem ter, conforme aponta Ruscheinski (2012), abor- dagem inter e transdisciplinar. Santana et al. (2021) comentam que quando as ações de educação ambiental são realizadas apenas pelos enfermeiros, isso expõe fragilidades, uma vez que não considera os saberes das diferentes áreas envolvidas nas ações. Por isso, a atuação conjunta de médicos, dentistas, fisioterapeutas, psicólogos, dentre outros profissionais, é essencial. Em relação ao reconhecimento do território, sugere-se que a participação dos enfermeiros seja proativa nestas ações educativas em educação ambiental, e que participem ativamente do reconhecimento de áreas e de ambientes que ofereçam risco à saúde na comunidade em que as ações serão realizadas. Para o reconhecimento, sugere-se que o enfermeiro seja capaz se elencar os problemas ambientais locais e ainda, que seja capaz de elencar os pontos po- sitivos. Isso porque, além de atuar minimizando os problemas, os enfermeiros podem atuar fortalecendo os aspectos positivos do ambiente. ASPECTOS POSITIVOS E NEGATIVOS DE UM TERRITÓRIO Pontos Positivos Pontos Negativos • sistema de tratamento e abastecimento de água; • postos de coleta seletiva de lixo em alguns estabelecimentos comerciais; • ciclovias; • coleta de lixo doméstico sólido em dias alternados na maioria dos bairros; • fábricas de reciclagem; • lagoas urbanas; • parques ecológicos. • lixo a céu aberto; • drenagem ineficiente de esgoto; • focos de dispersão de resíduos de serviços de saúde em vias públicas; • recicladores informais manipulando o lixo sem Equipamentos de Proteção Individual; • terrenos baldios com acúmulo de pneus e garrafas; • rios e córregos poluídos por ação de esgotos e acessíveis à população. Fonte: Pereira, Ataide, Caetano (2012, p. 24). #PraCegoVer Tabela onde estão descritos pontos positivos de um território e os pontos negativos, exemplificando o reconhecimento de território a ser realizado pelo enfermeiro. 148 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 EDUCAÇÃO E SAÚDE Além destes papeis elencados, o enfermeiro assume papel fundamental na elaboração de políticas públicas para a implementação de ambientes saudá- veis e ecologicamente corretos (GUTIERRRES et al., 2020). 6.1.3 RESULTADOS ESPERADOS DAS AÇÕES EDUCATIVAS AMBIENTAIS De maneira geral, as ações educativas na área ambiental visam o melhora- mento da saúde. Para isso, elas primeiramente necessitam atuar na garantia da promoção da saúde. Para Santos e Paschoal (2017), os resultados apenas são avançados quando os processos educativos “penetram de forma capilar” em toda a sociedade, pois apenas deste modo, haverá a promoção da saúde. Luzzi (2012) reforça que as ações devem ser planejadas e executadas evitando o mecanicismo, ou seja, evitando que se tornem apenas uma prática de ro- tina sem motivação, mas sim, que sejam capazes de induzir mudanças. Isso porque, as mudanças de condutas não se baseiam apenas em impor e in- formar a população, mas sim, atingir e induzir reflexões, de modo que se pense de maneira diferente em relação a algu- mas questões ambientais, tanto indivi- dualmente como coletivamente. Essas abordagens que garantem promoção da saúde atuam em favor da melhoria das condições de saúde na conjuntura atual. Espera-se que a partir das ações educativas a população desenvolva atitudes pró ativas e que garanta ambientes mais saudáveis. Em relação às atitudes pro- ativas, defende-se que o vínculo que se forma entre as ações de educação em saúde ambiental e a população é enriquecedor do ponto de vista de mudanças de comportamento (PERES et al., 2015). Questões O que se espera da população com as ações de educação ambiental? 149 EDUCAÇÃO E SAÚDE MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Isso é justificado porque ao refletir sobre as condutas e comportamentos, mas pessoas passam a construir uma visão crítica sobre a realidade, motivando-se a terem uma postura proativa em relação à sustentabilidade socioambiental do ambiente em que estão inseridas. Pinotti (2016) reforça ainda, que deve- mos criar nas pessoas a ideia de que colhemos o que plantamos, em relação ao uso dos recursos naturais. 6.2 AÇÕES DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE AMBIENTAL VOLTADAS À QUALIDADE DE VIDA As ações de educação em saúde ambiental visam a promoção de saúde, ao mesmo tempo em que trazem melhores condições relacionadas à qualidade de vida da população. 6.2.1 O IMPACTO DAS AÇÕES EDUCATIVAS DE ENFERMAGEM NA SAÚDE Dentre os impactos das ações de enfermagem com as ações educativas, des- taca-se, sobretudo a redução de riscos. As ações educativas voltadas à temática da saúde ambiental estão atreladas ao objetivo de reduzir a incidência de doenças evitáveis e de mortalidade precoce, através da redução de fatores de risco, quando estes estão de al- gum modo associadas às questões do meio ambiente em que o ser huma- no está inserido. Este objetivo das ações de educação ambiental surge a partir da definição de Vigilância Ambiental, que segundo o Ministério da Saúde (BRASIL, 2002), tra- ta-se de um conjunto de ações destinadas ao estudo e detecção de mudan- ças nos fatores determinantes de saúde relacionados ao meio ambiente, com objetivo de elencar a partir disso, possíveis medidas de prevenção e controle dos fatores de risco ambientais relacionados às doenças ou agravos à saúde. 150 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 EDUCAÇÃO E SAÚDE Os fatores de risco no contexto da vigilância ambiental referem-se a elementos, situações e condições, bem como os agentes patogênicos presentes no meio ambiente e que representam, sob condições especiais de exposição do ser humano, maiores probabilidades de gerar ou desenvolver efeitos adversos para a saúde humana (COSTA, 2018). Costa (2018) reforça que a vigilância ambiental tem como função averiguar, identificar e criar metodologias de enfrentamento as fontes causadoras de agravos, extinguindo-os quando possível ou minimizando o impacto deles sobre a saúde humana. Além de averiguar e identificar os fatores condicio- nantes, considerados fatores de riscos à saúde, a vigilância ambiental é res- ponsável por divulgar estas informações à população. A identificação dos fatores de risco ambientais relacionados à saúde é feito pela vigilância ambiental através de diferentes fontes, incluindo dados epi- demiológicos, indicadores de saúde e pesquisas na área da saúde. Além des- tes, ela utiliza-se do processamento e interpretação de dados disponibilizados pelo Sistema Único de Saúde, os quais são também utilizados como instru- mentos para planejar as ações de promoção de saúde ambiental, e de pre- venção e de controle de doenças relacionadas ao meio ambiente. 151 EDUCAÇÃO E SAÚDE MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 VIGILÂNCIA AMBIENTAL Vigilância ambiental → ações de promoção de saúde ambiental Pesquisas na área da saúde Indicadores de saúde Dados epidemiológicos Fonte: Elaborada pela autora (2021). #PraCegoVer A ilustração mostra o foco da vigilância ambiental, a qual se pauta em dados epidemiológicos, pesquisas na área da saúde e indicadores de saúde para promover as ações de promoção da saúde ambiental. Desse modo, além de identificar os fatores de risco, a vigilância em ambiental ainda é responsável por promover ações de promoção de saúde (voltadas ao controle e recuperação do meio ambiente) e de estimular uma interação sau- dável entre o meio ambiente e a sociedade, de modo queesta relação possa contribuir positivamente para a promoção da saúde e para a qualidade de vida (COSTA, 2018). Dentre os pressupostos da vigilância ambiental, além dela ter importância sobre a vigilância dos fatores de risco não biológicos e na interferência destes com saúde humana, detém importância relacionada à gestão ambiental e a qualidade de vida. Mas como a vigilância ambiental pode contribuir com as ações educativas nesta área? A partir do momento em que a vigilância ambiental identifica fatores de risco ambientais e possíveis formas de resolução, as ações de educação em saúde podem ser empregadas com base nestes achados (COSTA, 2018). 152 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 EDUCAÇÃO E SAÚDE Acerca das áreas de atuação ambiental, deve-se destacar que ela atua nos fatores de risco ambientais biológicos, e também, nos fatores de risco não biológicos, como os relacionados à vigilância da água para consumo humano, na vigilância da saúde de populações expostas a poluentes atmosféricos, a populações expostas a contaminantes químicos, a solo contaminado, a de- sastres naturais e na vigilância relacionada a fatores físicos. Conheça outros tipos de vigilâncias ambientais a seguir, de acordo com Costa (2018): Qualidade da água visa assegurar ações contínuas que garantem acesso a agua potável em quantidade e qualidades adequadas, além de ações de promoção da saúde e prevenção dos agravos transmitidos pela água. População exposta a poluentes atmosféricos recomenda e institui medidas de prevenção, de promoção e de atenção integral, reduzindo os impactos da poluição atmosférica na saúde. População exposta a contaminantes químicos atua em medidas de promoção, prevenção contra doenças e agravos em populações expostas à contaminação química. População exposta a solo contaminado atua no monitoramento e nos cuidados a pessoas expostas a solos contaminados por mercúrio, amianto, chumbo, benzeno e agrotóxicos. 153 EDUCAÇÃO E SAÚDE MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Em Saúde Ambiental nos desastres naturais (estiagem, seca, inundações) inclui a redução do risco destes desastres, através de planejamento, ações de prevenção, mitigação, e reabilitação, reduzindo o impacto destes na saúde, uma vez que reduz o risco de exposição a doenças e agravos decorrentes de calamidades, bem como os danos à infraestrutura de saúde. Em Saúde Ambiental Relacionada aos Fatores Físicos visa a proteção da população exposta às radiações ionizantes, não ionizantes e ainda, na preparação, prevenção e resposta do setor da saúde em caso de emergências radionucleares. Estas ações de vigilância ambiental no que diz respeito aos fatores de risco não biológico são essenciais para garantir a proteção e promoção da saúde, uma vez que auxiliam na elaboração de ações específicas para cada situação, incluindo as ações educativas. Considerando que a vigilância ambiental desempenha ainda tarefas como o estabelecimento de atribuições procedimentos e parâmetros nos diferentes níveis de competência, alguns órgãos a apoiam na temática relativa à vigilân- cia ambiental. No âmbito do Ministério da Saúde, alguns órgãos e instituições elaboram programas, projetos e ações relacionados ao tema saúde ambien- tal, contribuindo com a saúde e a qualidade de vida das pessoas. Costa (2018) ressalta a atuação da Fundação Nacional da Saúde, Agência Nacional de Vigi- lância Sanitária, Fundação Oswaldo Cruz, Assessoria de assuntos internacio- nais, dentre outros órgãos, conforme a seguir: Fundação Nacional da Saúde sondável pela implementação e coordenação da vigilância ambiental em saúde. 154 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 EDUCAÇÃO E SAÚDE Agência Nacional de Vigilância Sanitária responsável pela fiscalização de produtos e serviços de saúde, bem como a verificação dos ambientes de trabalho e da fiscalização de ambientes considerados de risco à saúde pública. Fundação Oswaldo Cruz responsável pelo desenvolvimento de diversos programas e projetos de ciência e tecnologia, além da promoção de recursos humanos em saúde ambiental. Assessoria de assuntos internacionais do Ministério da Saúde coordena e articula os trabalhos relacionados aos acordos internacionais na área de saúde ambiental. Nesse caso, os profissionais de saúde, incluindo os enfermeiros, podem utili- zar do apoio destes órgãos para executar as ações em seus territórios. 6.2.2 O IMPACTO DAS AÇÕES EDUCATIVAS NA QUALIDADE DE VIDA DA SOCIEDADE O conceito de qualidade de vida está atrelado a diferentes áreas de conheci- mento, e ao longo dos anos, as definições relativas a este conceito passaram por múltiplas interpretações (SANTOS; PASCHOAL, 2017). O conceito atual tem âmbito integrador e multidimensional, fazendo referência a condições objetivas e subjetivas de vida. 155 EDUCAÇÃO E SAÚDE MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 QUALIDADE DE VIDA Qualidade de vida Meio ambiente Segurança física e proteção Ambiente no lar Recursos financeiros Cuidados de saúde e sociais: disponibilidade e qualidade Oportunidades de adquirir novas informações e habilidades Participação e oportunidades de recreação/lazer Ambiente físico: poluição/ruído/trânsito/clima Transporte Fonte: Adaptada de Santos; Paschoal (2017, p. 223). #PraCegoVer A tabela apresenta a definição de qualidade de vida e todos os fatores atrelados a ela, incluindo meio ambiente. Essa definição remete à concepção de qualidade de vida relacionada tanto aos aspectos subjetivos quanto objetivos, que envolve a diversidade cultural, social e também, do meio ambiente em que as pessoas estão inseridas. As ações voltadas à educação ambiental, quando efetivas, trazem consigo mudan- ças nas condições de vida da população, nas políticas sociais e demais políticas públicas, de modo que tragam também uma melhoria radical da qualidade de vida. Isso porque, a qualidade de vida esta relacionada à promoção de saúde, à medida que a população tem melhores condições de vida têm-se também melhores níveis de qualidade de vida, ou seja, a população vê sua vida de uma forma melhor (SANTOS; PASCHOAL, 2017). Questões Mas de que modo as ações de educação ambiental impactam na qualidade de vida da sociedade? 156 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 EDUCAÇÃO E SAÚDE 6.2.3 EXEMPLOS DE AÇÕES DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL Na prática, muitas ações educativas podem ser realizadas pelos enfermeiros nas questões ambientais. Estas ações podem ser desempenhadas em dife- rentes locais (escolas, unidades de saúde, grupos, centros comunitários etc.) e destinadas a diferentes públicos. A seguir, são exemplificadas algumas ações realizadas por enfermeiros em educação ambiental. Produção sustentável de alimentos Dentre os eixos da promoção da saúde, há o eixo relacionado à alimentação adequada e saudável, que valorize as práticas alimentares apropriadas dos pontos de vista biológico e sociocultural, assim como do uso sustentável do meio ambiente. Nesse sentido, Costa (2018) cita que cerca de um terço dos alimentos consumidos cotidianamente, está contaminado pelos agrotóxicos. Essa exposição a alimentos contaminados por agrotóxicos pode causar além de intoxicações agudas, efeitos crônicos sobre o organismo. Nesse sentido, reforça-se a importância das ações educativas voltadas ao uso adequado dos recursos naturais na produção dos alimentos. PRODUÇÃO DE ALIMENTOS DE FORMA SUSTENTÁVEL Fonte : Nataliya Vaitkevich, Pexels (2021). #PraCegoVer A foto retrata alimentos como milho, cenoura, tomates, abóbora e berinjela numa cesta. 157 EDUCAÇÃO E SAÚDE MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Açõesde educação ambiental no ambiente hospitalar Furukawa e outros (2017) sugerem ações educativas com vistas à redução dos problemas ambientais a serem realizadas no ambiente hospitalar. Neste caso, os enfermeiros podem elaborar ações de educação destinadas a em reduzir o consumo de energia, reduzir o desperdício e ainda, lidar com os resíduos de maneira responsável. Além disso, este autor aponta que as ações educativas no ambiente hospi- talar podem auxiliar na redução da exposição a produtos químicos tóxicos, criando deste modo, ambientes de trabalho mais sustentáveis. Os agrotóxicos são os produtos destinados à produção, armazenamento e beneficiamento de produtos agrícolas, nas pastagens, e também utilizados em áreas urbanas, cujo objetivo é modificar a composição da flora ou da fauna, a fim de preservá-las da ação danosa de seres vivos considerados nocivos (COSTA, 2018). Comportamento ecológico na profissão Gutierres et al. (2020) citam que umas das principais ações educativas de enfermagem como foco na sustentabilidade e promoção da saúde ambien- tal devem estar atreladas a estimular os próprios profissionais enfermeiros a adotarem um comportamento mais ecológico no ambiente de trabalho. Deste modo, estes profissionais podem atuar também na preservação e con- servação do ambiente durante a realização das suas atividades profissionais. 158 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 EDUCAÇÃO E SAÚDE Incentivo a consultas de enfermagem voltadas a temática ambiental Outro meio de ação a ser ressaltado, pode ocorrer por meio da consulta de enfermagem. Nesse caso, o enfermeiro pode utilizar da consulta com finali- dade ambiental, criando junto ao paciente uma visão sistêmica do processo saúde doença, e elencando a importância de criar oportunidades de cuidado integral em relação aos fatores de risco ambientais (GUTIERRES et al., 2020). CONSULTA DE ENFERMAGEM Fonte: Gustavo Fring, Pexels (2021). #PraCegoVer A ilustração mostra uma enfermeira e uma paciente sentadas em um consultório. Controle de zoonoses Outra área de educação em saúde voltada à questão ambiental que o enfer- meiro pode atuar é em ações destinadas à prevenção de zoonoses. Segun- do Costa (2018), as zoonoses são doenças infecciosas transmitidas de animais para humanos ou de humanos para os animais. Na grande maioria dos casos, as zoonoses são resultado da deterioração do meio ambiente, onde o homem altera as condições naturais do meio am- biente. As ações de neste caso, devem ser direcionadas ao desenvolvimento de atividades de educação em saúde na comunidade como um todo, visando à prevenção de zoonoses (COSTA, 2018). Todavia, é necessário que durante as ações educativas voltadas a esta problemática, priorize-se as regiões mais vulneráveis, de modo a atingir o público-alvo. 159 EDUCAÇÃO E SAÚDE MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 • Para aprofundar os conhecimentos acerca da vigilância ambiental – acesse o livro: SOLHA, R. K. de T. Vigilância em saúde ambiental e sanitária. São Paulo, Érica, 2014. (1 recurso online). Acesso pelo link. • Para conhecer as consequências das ações de educação ambiental, acesse este link. • Como enferemeira/o, você deve ir além do ambiente hospitalar e precisa incorporar uma postura crítica e comprometida com a questão ambiental. Leia o artigo “Meio ambiente e saúde: um olhar a luz da enfermagem” e se aprofunde no assunto. Acesso pelo link. • Você sabia que nas dependências da Unidade Básica de Saúde do Crato-CE foi construída e desenvolve-se uma horta para produção de hortaliças e ervas? Leia o artigo que relata tais experiências. Acesse-o pelo link. • Quer conhecer mais sobre emergências de zoonoses? Acesso o link. https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788536513201/recent https://www.scielo.br/j/tce/a/dHx7J9BMzPsTZwSdJ7CTSRG/?lang=pt&format=html https://desafioonline.ufms.br/index.php/sameamb/article/view/7676 https://www.editorarealize.com.br/editora/anais/congrepics/2017/TRABALHO_EV076_MD4_SA2_ID960_03092017222512.pdf https://revistaanais.unicruz.edu.br/index.php/inter/article/download/120/823 160 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 EDUCAÇÃO E SAÚDE CONCLUSÃO Os enfermeiros podem desempenhar ações direcionadas às questões am- bientais junto à comunidade, criando nas pessoas maior autonomia e senso crítico em relação aos problemas ambientais e os impactos dessas na saúde humana. Isso resulta em mudanças de comportamentos e hábitos que se- riam prejudiciais ao meio ambiente, dando espaço a ações sustentáveis. De maneira geral, quando bem planejadas e executadas, as ações de educa- ção ambiental impactam positivamente nas condições de vida, nas questões de saúde, e ainda, na qualidade de vida das pessoas. 161 EDUCAÇÃO E SAÚDE MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 162 EDUCAÇÃO E SAÚDE MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 REFERÊNCIAS AYACH, L. R.; GUIMARÃES, S. T. de L.; CAPPI, N.; AYACHC. Saúde, saneamento e percepção de ris- cos ambientais urbanos. 2012. Caderno de Geografia, v. 22, n. 37, p. 47-64, enero-jun, 2012. Dispo- nível em: https://www.redalyc.org/pdf/3332/333228743004.pdf. Acesso em: 6 jul. 2021. BALDOINO, L. S.; SILVA, S. M. do N.; RIBEIRO, A. M. N.; RIBEIRO, E. K, C. Educação em saúde para adolescentes no contexto escolar: um relato de experiência. Revista de Enfermagem UFPE On Line, Recife, v. 12, n. 4, 2018. 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MINISTÉRIO DA SAÚDE. BRASIL. Fundação Nacional de Saúde. Vigilância ambiental em saúde. Brasília, DF: Funasa, 2002. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/ma- nual_sinvas.pdf. Acesso em: 19 jul. 2021. BRASIL. Ministério da Saúde. Caderno de educação popular e saúde. Brasília: MS, 2007. (Série B. Textos Básicos de Saúde). Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/caderno_ educacao_popular_saude_p1.pdf. Acesso em: 27 jun. 2019. BRASIL. Ministério da Saúde. Conselhos de Saúde: a responsabilidade do controle social demo- crático do SUS. 2. ed. Brasília: Conselho Nacional de Saúde; MS, 2013. Disponível em: https://bvsms. saude.gov.br/bvs/publicacoes/conselhos_saude_responsabilidade_controle_2edicao.pdf. Acesso em: 22 jun. 2021. BRASIL. Ministério da Saúde. Educação Permanente em Saúde: o que se tem produzido para o seu fortalecimento? Brasília: Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde, 2018. 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Ação de educação ambiental voltada a crianças Planejamento de construções no meio urbano Programa de televisão Garantia de transporte para acesso à escola Espaços de discussão coletiva Pontos relevantes nas ações de educação ambiental Participação ativa das pessoas Cuidados com as plantas e o solo Relação entre as ações de educação ambiental realizadas pelos enfermeiros Vigilância ambiental Produção de alimentos de forma sustentável Consulta de enfermagem Apresentação da disciplina 1 INTRODUÇÃO 1.1 EDUCAÇÃO EM SAÚDE 1.2 CONCEITO AMPLIADO DE SAÚDE 2 Processos educativos em saúde INTRODUÇÃO 2.1 POLÍTICAS DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE 2.2 O PAPEL DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE NOS PROCESSOS EDUCATIVOS 3 Estruturação das ações de educação em saúde INTRODUÇÃO 3.1 ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NAS AÇÕES DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE 3.2 PLANEJAMENTOS DAS AÇÕES EDUCATIVAS 4 Educação em saúde e meio ambiente INTRODUÇÃO 4.1 Educação ambiental como meio de promoção da saúde 4.2 Problemas ambientais 5 Promoção da saúde através da educação ambiental INTRODUÇÃO 5.1 Educação ambiental e enfermagem 5.2 Ações educativas em saúde ambiental 6 A enfermagem voltada à educação ambiental: estratégia de promoção da saúde INTRODUÇÃO 6.1 Impactos das ações educativas de enfermagem em saúde ambiental 6.2 Ações de educação em saúde ambiental voltadas à qualidade de vida