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bioclimatologia 6 Adaptação e bem-estar dos animais

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Prévia do material em texto

Ciências do Ambiente 
e Bioclimatologia
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Profa. Esp. Valéria Leite Aranha
Revisão Textual:
Prof. Ms. Claudio Brites
Adaptação e bem-estar dos animais 
• Introdução
• Adaptação animal e evolução
• Atuação do Homem no Bem-Estar dos Animais
• Considerações Finais
 · Compreender como os animais se adaptam aos fatores abióticos 
do ambiente, como as diferenças de temperatura através das 
características morfológicas e fisiológicas dos animais, bem como 
aprender técnicas de conforto para o bem-estar animal.
OBJETIVO DE APRENDIZADO
Adaptação e bem-estar dos animais
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem 
aproveitado e haja uma maior aplicabilidade na sua 
formação acadêmica e atuação profissional, siga 
algumas recomendações básicas: 
Assim:
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e 
horário fixos como o seu “momento do estudo”.
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar, lembre-se de que uma 
alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo.
No material de cada Unidade, há leituras indicadas. Entre elas: artigos científicos, livros, vídeos e 
sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você também 
encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua 
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados.
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discussão, 
pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato 
com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e aprendizagem.
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Determine um 
horário fixo 
para estudar.
Aproveite as 
indicações 
de Material 
Complementar.
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar, lembre-se de que uma 
Não se esqueça 
de se alimentar 
e se manter 
hidratado.
Aproveite as 
Conserve seu 
material e local de 
estudos sempre 
organizados.
Procure manter 
contato com seus 
colegas e tutores 
para trocar ideias! 
Isso amplia a 
aprendizagem.
Seja original! 
Nunca plagie 
trabalhos.
UNIDADE Adaptação e bem-estar dos animais 
Introdução
Na Unidade anterior, vimos como os fatores abióticos afetam os seres vivos e 
seus efeitos sobre eles. É importante entender os efeitos dos fatores abióticos sobre 
os seres vivos, como fator limitante e de que modo os seres vivos se adaptam, 
para tirarmos lições não apenas para nossa própria sobrevivência, mas também 
para aumentar a produção dos animais domesticados, porque o crescimento é 
máximo quando o organismo vive em ambiente com fatores ecológicos no seu 
valor ótimo.
Adaptação animal e evolução
Segundo Takahashi (2009), considera-se um animal adaptado quando este 
apresenta o mínimo de perdas no desempenho produtivo, boa eficiência reprodutiva, 
resistência às doenças, longevidade e baixa taxa de mortalidade, estando exposto 
a agentes estressores que anteriormente lhe eram prejudiciais ou fatais. Segundo 
Baccari (1986), a evolução é a consequência da contínua adaptação das populações 
frente às mudanças ambientais e que foram modelando-se paulatinamente ao longo 
de bilhões de anos. Neste particular, a seleção natural é o principal responsável por 
esse processo de modificações contínuas.
Os organismos que hoje existem, evoluíram gradativamente de algum antepassado, 
e nessa seleção natural contínua, somente os indivíduos mais aptos sobrevivem, ou 
seja, aqueles que conseguirem adaptar-se às condições do meio ambiente deixam 
seus descendentes que continuam evoluindo, os que não conseguem essa evolução 
contínua, sucumbem e tornam-se “animais extintos”. Quanto maior o grau de 
adaptação, maior a tendência da sobrevivência e reprodução do animal, de forma 
que suas características biológicas persistam.
Adaptação – conceito
 O conceito genético de adaptação refere-se às características herdáveis que 
possibilitam a sobrevivência de uma espécie em determinado ambiente, podendo 
resultar da seleção natural, que envolve modificações evolutivas espontâneas 
através de gerações.
Para o conceito biológico, adaptação é o resultado da ação das características 
morfológicas, anatômicas, fisiológicas, bioquímicas e comportamentais para 
proporcionar o bem-estar e a possibilidade de sobrevivência de um animal em um 
ambiente qualquer.
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9
Formas de adaptação
O animal apresenta diferentes respostas frente à pressão do ambiente, que 
podem ser definidas como: 
• Adaptabilidade: a capacidade que o animal tem de se adaptar, ou seja, a 
habilidade de que o animal dispõe de se ajustar ao ambiente em que vive, até 
nos extremos climáticos;
• Aclimatação: ajuste fisiológico ao longo do tempo que resulta na tolerância 
aumentada ao complexo de estressores imposto pelo meio a que o animal 
se submete;
• Aclimação: quando o animal se adapta a uma única variável climática (por 
exemplo: temperatura).
Figura 1 – Peixes-boi no tanque de aclimatação, aguardando reintegração no ambiente natural
Fonte: Paulo Cattelan, Laboratório de Mamíferos Aquáticos (LMA), do INPA
Aspectos Morfológicos e Fisiológicos na Adaptação dos Animais
Nos estudos de Takahashi (2009) e de acordo com Silva (2008), “a superfície 
externa do corpo representa a principal linha de fronteira entre o organismo e o 
ambiente, sendo a outra linha constituída pelos tecidos pulmonares e respiratórios”.
Essa condição de fronteira determina as características da superfície externa 
do corpo, em função do ambiente e da natureza do organismo. Assim, animais 
que vivem em desertos e locais extremamente secos devem possuir proteção extra 
contra a perda de água e a intensa radiação solar. Os que são próprios de regiões 
frias necessitam de um isolamento adequado contra a perda de energia térmica. 
As espécies de regiões muito quentes devem ser capazes de transferir o excesso 
de energia metabólica para o ambiente e, ao mesmo tempo, evitar a entrada de 
calor procedente do ambiente. Outros ainda, que vivem em regiões de considerável 
9
UNIDADE Adaptação e bem-estar dos animais 
variação climática, nas quais extremos de frio se alternam com extremos de calor, 
necessitam possuir características externas apropriadas à compensação dessas 
bruscas alterações ambientais.
Como o ambiente é complexo, com muitas alterações, a superfície externa do 
corpo do animal deve ser dotada de adaptabilidade para se ajustar a variações do 
ambiente e, assim, poder sobreviver em ambiente inóspito.
Tegumento: é constituída por capa externa, epiderme, derme e hipoderme:
• Capa externa: constitui a cobertura dos animais e os principais tipos são: 
pelos, lã e epiderme nua (sem cobertura) nos mamíferos, penas e penugem nas 
aves, escamas e couro nos peixes, escamas córneas em répteis, e superfície 
nua nos anfíbios; 
• Entre os mamíferos, o conjunto de pelos é a principal proteção térmica. 
Possibilita uma barreira do fluxo de calor sensível por meio do isolamento 
proporcionado pela estrutura e, principalmente, pelas camadas de ar 
aprisionadas entre os pelos;
• A plumagem das aves apresenta uma gama de variações de tipos de penas 
quanto ao tamanho e à forma. Os principais tipos são as penas de contorno, 
que são predominantes e dão formato às aves, com penas maiores nas asas, 
que auxiliam nos vôos. As penas são constituídas na parte inferior por uma 
formação plumácea, com a parte superior ou as extremidades mais rígidas. 
Abaixo dessas penas, existem as penugens, que são filamentos localizados 
na base das penas de contorno, e sua função é essencialmente de isolamento 
térmico, por isso os pintinhos recém-nascidos, até aos doze dias de vida, são 
totalmente cobertos de penugem,pois, nesse período, necessitam de calor 
(32ºC). Existem ainda, a semipluma, que é o intermediário entre a pena e a 
penugem; e a filopluma, que é semelhante aos pelos. Algumas aves possuem 
uma glândula uropígia que produz secreção oleosa, localizada sobre a última 
vértebra caudal e elas passam periodicamente essa secreção com o bico nas 
penas para impermeabilizar, e assim evitar que as penas se molhem nas chuvas, 
sendo de maior utilidade para as aves aquáticas; 
• Epiderme: camada epitelial estratificada externa e fina, origina a maioria dos 
anexos do tegumento, como pelos, penas, garras e cascos. A epiderme consiste 
em um epitélio escamoso estratificado, composta normalmente por várias 
camadas de células. As células da camada epidérmica basal frequentemente 
sofrem mitose para renovar as camadas superiores. Como as camadas externas 
de células são deslocadas para cima por novas gerações de células de camadas 
inferiores, uma proteína fibrosa extremamente dura, chamada de queratina, 
acumula-se no interior das células, um processo denominado queratinização. 
As células cornificadas, altamente resistentes ao desgaste e à passagem da 
água, constituem o estrato córneo mais externo. Essa camada epidérmica 
torna-se particularmente mais espessa em áreas expostas a atritos ou ao uso 
contínuo, como observado em calos, nas solas dos pés de mamíferos e nas 
escamas de répteis e aves;
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• Um aspecto muito importante da epiderme é a pigmentação, ou seja, a cor 
escura (negra e marrom) da pele e do pelame dos animais. A cor escura da 
epiderme e de seus anexos é proporcionada pela formação de melanina, que é 
formada pela oxidação de um composto ortodi-hidroxifenílíco do aminoácido 
tirosina. Este pigmento tem como principal função a proteção contra radiação 
ultravioleta, fator muito importante na adaptação de animais em climas 
quentes. A melanina é produzida por células especializadas, os melanócitos, 
que se localizam na camada basal da epiderme e na base dos folículos pilosos;
• A cor da capa externa é fundamental na preservação da espécie, pois apresenta 
as seguintes funções: camuflagem, para não ser percebido pelos predadores 
ou para poder aproximar-se sem ser visto pela presa, sinalização e atração 
sexual, pois alguns animais e particularmente as aves, mudam de cor quando 
atingem a maturidade sexual, e também, na maioria das espécies, o macho 
é bem mais colorido, e relacionado à radiação solar, dependendo da cor, 
varia na intensidade de absorção ou reflexão da radiação solar, influenciando 
diretamente no conforto térmico dos animais;
• O grau de pigmentação está vinculado aos fatores climáticos, principalmente 
em relação à radiação solar. De modo geral, animais que vivem em regiões 
quentes e úmidas apresentam maior pigmentação. O grau de pigmentação 
está relacionado à quantidade de grânulos de melanina.
• Derme: nela se encontram o folículo piloso, as glândulas sudoríparas, as glândulas 
sebáceas, além dos vasos sanguíneos, das fibras nervosas e das fibras musculares;
• O folículo piloso constitui um desenvolvimento de epiderme, ou seja, é a 
invaginação do Stratum glanulosum e spinosum, cujo número é estabelecido 
pela carga genética. De modo geral, o animal já nasce com um número definido 
de folículos, de acordo com a característica da espécie e raça;
• Quanto ao tipo de folículo, varia de espécie para espécie e também entre 
raças, podendo ser comprido e grosso, curto e liso ou suave e lanado; 
• Pelos compridos e grossos retêm muito ar entre a pele e a capa externa, 
dificultando a perda de calor, adequados, portanto, ao clima frio para proteger 
da perda de calor. Por outro lado, o curto, liso e suave facilita a perda de calor 
e serve para os animais de regiões quentes;
• Pelos curtos e brilhantes refletem o calor e também facilitam a perda por 
convecção. Em dias frios, os pelos compridos estão entremeados com fibras 
finas para proporcionar uma cobertura melhor;
• Quanto à cor do pelame ou da plumagem, podemos observar que com a 
pigmentação escura ocorre maior absorvidade e menor refletividade da radiação 
solar, e consequentemente, maior armazenamento de energia térmica. Com 
a pigmentação clara, ocorre maior refletividade, mas maior transmissão de 
energia absorvida, principalmente radiação ultravioleta. Portanto, para animais 
criados em clima tropical como o nosso, é importante o pelame de cor branca 
ou clara com pelos grossos, curtos e bem assentados, sobre uma epiderme 
bem pigmentada;
11
UNIDADE Adaptação e bem-estar dos animais 
• As glândulas sudoríparas, responsáveis pela produção e secreção de suor, 
desempenham um dos mais importantes papéis na termorregulação quando 
a temperatura ambiente supera a temperatura de conforto térmico. Com 
exceção de roedores e lagomorfos, todos os animais placentários utilizam 
a sudorese termorreguladora para dissipar calor para o meio ambiente. 
Entretanto, alguns animais, como cães e suínos, apresentam poucas glândulas 
sudoríparas, portanto utilizam outros processos para dissipar calor; 
• Existem ainda as glândulas sebáceas, que formam um apêndice ou um anexo 
dos folículos pilosos de alguns animais e também em conjunto com as glândulas 
sudoríparas. Produzem substâncias gordurosas que são excretadas com o suor 
e têm a finalidade de lubrificar as fibras (pelos ou lã) e, com isso, há maior 
proteção à radiação solar e também ao encharcamento;
• Hipoderme: é constituída de células adiposas, e no caso de suínos, pela camada 
de gordura e também de fibras musculares estriadas. As células adiposas têm 
a função de estoque de energia, mas podem funcionar também como camada 
termo isolante em alguns animais.
Pelo
Glândula
sebácea
Epiderme
Derme
Hipoderme
(camada subcutânea)
Glândula
sudorípara
Folículo piloso Músculo eretor
do pelo
Terminações
nervosas
Figura 2 – Sistema tegumentar, evidenciando as principais camadas
Fonte: Adaptado de iStock/Getty Images
Como os atuais animais criados pelo homem foram domesticados há milha-
res de anos, como bovinos (9.000 anos), ovinos (10.900 anos), caprinos (9.500 
anos), suínos (9.000 anos), equinos (4.800 anos), entre outros, poucas adaptações 
ocorreram porque o homem praticamente garante a sua sobrevivência. O que não 
acontece com os animais que continuam na natureza e têm de adaptar-se ao meio 
em que vivem.
Nos animais domésticos ocorrem algumas adaptações, principalmente envol-
vendo a seleção artificial, que é a incorporação de características desejáveis, efetu-
adas pelo homem.
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Atuação do Homem no Bem-Estar 
dos Animais
Proporcionar ao animal um estado em que as necessidades fisiológicas, 
ambientais, nutricionais e sociais estejam satisfeitas é quase impossível. Isto porque 
existem muitos fatores estressantes que atuam na vida do animal e os animais 
domésticos são muito sensíveis às oscilações de temperatura, umidade e outros 
fatores climáticos. 
Nos países de clima tropical como no Brasil, um grande causador do estresse é a 
temperatura ambiental e com destaque o calor excessivo, porque o animal tem uma 
faixa muito estreita de conforto térmico, em que se encontra em termoneutralidade, 
ou seja, o animal não necessita acionar o mecanismo de termorregulação para 
manter a temperatura corporal desejável e esses mecanismos, além de não 
serem muito eficazes na maioria dos animais, consomem energia que poderia ser 
direcionada para o processo produtivo.
Quando a temperatura ambiente se torna abaixo da temperatura crítica inferior, 
o animal entra em hipotermia; ou quando ultrapassa a temperatura crítica superior, 
o animal entra em hipertermia e em ambos os casos o animal se encontra em 
estresse extremo, com excessivo desgaste, pois não consegue manter a temperatura 
corporal aos níveis de sobrevivência, quando o estresse ultrapassa em tempo ou 
em intensidade, o animal sucumbe. Isto acontece com certa frequência em animais 
altamente produtivos, importados de clima mais ameno na tentativa desenfreada de 
aumentar a produtividade,mas se esquecendo das diferenças entre os ambientes.
Diante destes fatos serão apresentadas algumas técnicas que o homem pode 
desenvolver para proporcionar o bem-estar do animal e, como consequência, 
maior produtividade (TAKAHASHI, 2009).
Estratégias de alimentação e conforto térmico
Um dos manejos importantes que deve ser adotado na tentativa de amenizar 
o estresse térmico dos animais é o alimentar. Uma das primeiras respostas 
comportamentais do animal em estresse térmico por temperatura elevada é a 
diminuição na ingestão de alimento com consequente prejuízo na produção. Dessa 
forma, algumas medidas podem ser tomadas, tais como:
• Fornecimento de água: os animais devem ter acesso fácil à fonte de água 
limpa e fresca com temperatura entre 18 a 24°C, com bebedouros colocados 
à sombra;
• Manejo alimentar: oferecer aos animais, nas horas mais frescas do dia, maior 
número de refeições, devendo os alimentos ser colocados em alimentadores 
à sombra;
13
UNIDADE Adaptação e bem-estar dos animais 
• Uso de gordura ou óleos nas rações: a ração deve possuir elevado conteúdo 
energético e alta digestibilidade, proporcionando baixo incremento calórico, 
compensando a redução no consumo de alimento;
• Redução do teor proteico das rações: a redução do teor de proteína na ração 
diminui o incremento calórico, além do fato da metabolização do excesso de 
proteína ter elevado custo energético. Essa redução deve ser acompanhada 
da suplementação com aminoácidos essenciais, principalmente lisina e 
metionina, para não comprometer o crescimento dos animais;
• Uso de dietas úmidas ou líquidas: proporciona aumento no consumo de 
alimento, favorece o consumo de água e permite o uso de ingredientes líquidos;
• Suplementação de dietas: alimentos como alguns minerais que atuam 
no balanço hídrico, iônico e de metabolismo, ou outras substâncias, como 
vasodilatadores, podem atuar positivamente na Fisiologia do animal.
Estudo de Caso 1
Atuação do homem no bem-estar dos bovinos (TAKAHASHI, 2009)
Instalações: um dos aspectos eficientes e de pouco investimento é o 
sombreamento, visto que no verão, em horas de excessivo calor, os animais 
deixam de se alimentarem e procuram sombras de árvores, das instalações e até de 
pouquíssima sombra em cercas. 
A recomendação de melhor sombreamento é o plantio de árvores com copas 
densas, porque as árvores têm maior eficiência na redução do calor que abrigos 
artificiais, pois sob as árvores os animais ficam expostos a menor radiação solar 
direta e maior ventilação natural. Na falta de árvores, recomenda-se o sombreamento 
artificial através de sombras portáteis ou abrigos permanentes. 
O importante desses abrigos é que seja de cobertura com laterais abertas, o 
que dá melhores condições de renovação de ar. O sombreamento em piquetes 
de vacas leiteiras pode induzir o aumento de produção de leite em até 15%. 
A recomendação para abrigos permanentes é a altura mínima de 3,6 m, com 
largura máxima de 15 m e instalada com distância mínima de 15 m entre outras 
edificações, essas dimensões permitem a ventilação adequada, o piso deve ser de 
concreto áspero, para evitar que os animais escorreguem e com declividade de 1,5 
a 2,0%, facilitando a limpeza do piso. 
Outro fato muito importante, caso seja possível, é a presença de lagos naturais 
ou represas artificiais para os animais se banharem. O fato de umedecer a superfície 
corporal favorece a ocorrência do resfriamento evaporativo, muito eficiente na 
diminuição da temperatura corporal.
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15
Equipamentos: como os bovinos têm poucos meios de dissipar calor, mesmo 
em abrigos ou instalações, quando o calor é muito intenso, o animal sente um 
estresse por calor, e nem sempre é possível manter represas adequadas ao banho. 
Uma forma muito efetiva é a aspersão de água em cima dos animais, provocando 
o resfriamento evaporativo, através da superfície corporal. Este aspersor deve ter 
uma pressão mínima de 20 libras por polegada quadrada.
Manejo: em ambiente muito quente, que provoca grande estresse, é importante 
atentar para o manejo na alimentação, isto é, manipular a concentração de minerais 
nas rações. Embora isto não alivie do estresse calórico, é uma tentativa de auxiliar 
a vaca na manutenção da homeostase. 
Ao alterar a proporção de proteína degradável e não degradável no rúmen, a 
suplementação com lipídios, alguns aditivos podem aliviar a fermentação ruminal e 
pode influenciar na quantidade de calor produzido pelo animal e com isso diminuir 
a produção de calor interno do animal. 
Outra maneira de aliviar o estresse calórico pelo manejo alimentar é a adição de 
gordura na ração, pelo fato de a gordura ser altamente energética, em situação de 
menor consumo de alimento esta prática mantém o consumo de energia mesmo com 
pouca ingestão de ração. Vacas que recebem gordura na dieta em estresse calórico 
não apresentam elevação na temperatura retal e nem na frequência respiratória. 
Quanto ao manejo de água de beber, este deve estar sempre na sombra, com 
renovação constante se for possível e em quantidade de bebedouro suficiente para 
atender a todos os animais, pois animais mais fracos, muitas vezes são impedidos de 
se aproximar do bebedouro pelos animais mais dominantes e isso pode desestimular 
o consumo de água.
Figura 3 – Produção e bem-estar animal
Fonte: iStock/Getty Images
15
UNIDADE Adaptação e bem-estar dos animais 
Estudo de Caso 2
Atuação do homem no bem-estar dos suínos (TAKAHASHI, 2009)
As temperaturas ideais para suínos apresentam uma variação muito grande 
conforme a idade do animal. Em uma granja suinícola existem todas as categorias 
ao mesmo tempo, o que significa que cada instalação, de acordo com a idade dos 
animais que abriga, deve apresentar uma temperatura específica para proporcionar 
o bem-estar dos animais. 
O que dificulta mais é que os suínos têm pouca capacidade de termorregulação, 
pois as glândulas sudoríparas nos suínos são poucas e menos eficientes que a 
maioria dos outros animais, portanto, o controle é precariamente feito com a 
vasodilatação periférica e o aumento de frequência respiratória, isto torna os suínos 
os mais sensíveis às altas temperaturas entre os animais domésticos.
Desta forma, devemos procurar favorecer o melhor possível em instalações, 
equipamentos e manejo para minimizar as possibilidades do estresse calórico. 
Instalações: tanques de água dentro das instalações trazem vantagens quando 
a temperatura ambiente for superior a 23°C, o tanque de água para os suínos 
se banharem deve estar à sombra, dentro da instalação. O animal não consegue 
perder calor pela imersão e sim pela evaporação da água sobre a pele, cada litro 
de água evaporada consome 584 kcal de energia. Levando em consideração esse 
princípio, pode-se aspergir água diretamente no animal a cada 40 minutos para se 
obter ótimos resultados, portanto, se o suinocultor não dispor de equipamento de 
aspersão, pode molhar os animais com mangueira ou balde com água, o importante 
é molhar os animais nas horas mais quentes do dia. 
Na construção das instalações suinícolas, um dos principais fatores que influen-
ciam na carga térmica radiante é o telhado. O melhor material para cobertura é a 
telha de barro, em seguida, cimento-amianto pintado de branco e alumínio. 
Outra possibilidade de proporcionar melhor ambiente para os animais é a 
arborização, porque a árvore não só proporciona sombra, mas absorve 90% da 
radiação solar. Assim, através do plantio de árvores, tem-se a diminuição da radiação 
de onda curta, diminuindo o efeito de ofuscamento e reflexão no aquecimento das 
superfícies e consequentemente o calor emitido por essas superfícies. Além disto, a 
evapotranspiração dos vegetais contribui para o abaixamento da temperatura, pois 
uma árvore adulta perde por transpiração até 400 litros de água por dia, desde que 
encontre água suficiente no solo e esses efeitos correspondem a cinco condicionadores 
de ar com capacidade de 2.500 kcal cada, durante 20 horas por dia.A ventilação em uma instalação é outro fator de suma importância, pois é 
responsável pela remoção da umidade, dispersão de gases e dispersão de calor, 
então a construção das instalações deve ser feita de tal forma que favoreça o 
máximo a ventilação natural. A velocidade recomendada do vento é de 0,1 a 0,2 
m/s em leitões e 1,0 a 3,0 m/s para suínos adultos. 
16
17
Nas instalações dos suínos o tipo de piso também é importante, pois os suínos 
passam em média de 60 a 80% do tempo deitados ou sentados sobre o piso e o 
material com que este é construído interfere na temperatura efetiva da seguinte 
forma: ripado em cimento (7 a 8°C), chapa de metal perfurado (5,8°C), chapa 
de plástico (3°C) e concreto (2,8°C). Portanto, em altas temperaturas o melhor é 
ripado sobre concreto, porém no frio é o inverso, ou seja, o concreto é o melhor 
ou uma cama de palha que aumenta a temperatura em 6°C. 
Equipamentos: como a ventilação natural em muitas situações não pode 
proporcionar um ambiente adequado, Moura (1999) recomenda o uso de ventilação 
forçada, apesar de ser mais oneroso. Isto porque a ventilação forçada não depende 
das condições atmosféricas e pode distribuir melhor o ar no galpão.
Manejo: a frequência de ida ao bebedouro é maior em períodos mais quentes. 
Dessa forma, oferecer água na temperatura de 18 a 24°C em bebedouro coberto 
favorece a termorregulação e com isso o animal passa a ingerir mais alimento. 
Ademais, deve-se fornecer alimento em maior número de vezes, principalmente 
nas horas mais frescas do dia e oferecer ração úmida para aumentar o consumo. 
Na falta de equipamentos de aspersão de água nos suínos, pode-se jogar água 
com mangueira a cada 40 minutos nas horas mais quentes do dia. Na verdade, 
tudo o que for feito em prol do bem-estar animal, com toda certeza, trará benefício 
ao animal e também ao suinocultor.
Figura 4 – Criação de suínos feita no Sistema de Suinocultura ao Ar Livre (Siscal),
onde os suínos são mantidos em piquetes, com pastagens, nas fases de reprodução
Fonte: iStock/Getty Images
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UNIDADE Adaptação e bem-estar dos animais 
Considerações Finais
Um animal estará adaptado quando apresentar o mínimo de perdas no 
desempenho produtivo, boa eficiência reprodutiva, resistência às doenças, 
longevidade e baixa taxa de mortalidade, estando exposto a agentes estressores 
que anteriormente lhe eram prejudiciais ou fatais.
Quanto maior o grau de adaptação, maior será a tendência da sobrevivência e 
reprodução do animal, de forma que suas características biológicas persistam.
O animal apresenta diferentes respostas frente à pressão do ambiente, que 
podem ser definidas como: adaptabilidade, aclimatação e aclimação.
Como o ambiente é complexo com muitas alterações, a superfície externa do 
corpo do animal deve ser dotada de adaptabilidade para se ajustar a variações do 
ambiente e assim poder sobreviver em ambiente inóspito.
Um dos manejos importantes e que deve ser adotado na tentativa de amenizar 
o estresse térmico dos animais é o alimentar. 
Uma das primeiras respostas comportamentais do animal em estresse térmico 
por temperatura elevada é a diminuição na ingestão de alimento com consequente 
prejuízo na produção. Dessa forma, algumas medidas podem ser tomadas, tais 
como: fornecimento de água, manejo alimentar, uso de gordura ou óleos nas 
rações, redução do teor proteico das rações, uso de dietas úmidas ou líquidas e 
suplementação nas dietas.
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Sites
Bem-estar Animal
https://goo.gl/ITZFQJ
 Livros
Ecologia
CAIN, Michael L.; BOWMAN, William D.; HACKER, Sally D. Ecologia. Porto Alegre, 
RS: ArtMed, 2011.
 Vídeos
Prática de bem-estar animal privilegia sistema diferente de manejo de porcos - Globo Rural
https://youtu.be/CWRL1BnxwBg
 Leitura
Adaptação e Aclimatação Animal
BRIDI, Ana Maria. Adaptação e aclimatação animal. 
https://goo.gl/rfpDn3
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UNIDADE Adaptação e bem-estar dos animais 
Referências
HICKMAN, Cleveland P.; ROBERTS, Larry S.; KEEN, Susan L.; EISENHOUR, 
David J.; LARSON, Allan, I. Princípios integrados de zoologia, 16. ed. Rio de 
Janeiro: Guanabara Koogan, 2016. 
HILL, Richard W.; WYSE, Gordon A.; ANDERSON, Margaret. Fisiologia animal. 
2. ed. Porto Alegre, RS: ArtMed, 2015.
SARIEGO, José Carlos. As ameaças ao planeta azul. São Paulo: Scipione, 1994.
TAKAHASHI, Leonardo Susumu. Bioclimatologia zootécnica. Jaboticabal: 
UNESP, 2009.
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