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Febre Sem Sinais Localizatórios - Resumo para a Residência

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Pediatria – Amanda Longo Louzada 
1 FEBRE SEM SINAIS LOCALIZATÓRIOS 
DEFINIÇÃO DE FEBRE: 
 Resposta adaptativa a um insulto qualquer 
(doença infecciosa, reumática, inflamatória) 
 Aumento controlado da temperatura corporal, 
que ocorre por uma reprogramação do 
termostato corporal, que está na região anterior 
do hipotálamo 
 Essa reprograma ocorre em resposta a fatores 
pirógenos 
 Fatores Pirógenos: 
 Exógenos: microrganismos e toxinas 
 Endógenos: citocinas pró-inflamatórias (IL-6. 
TNF) 
 Na situação de uma infecção a febre é 
extremamente benéfica, porque o aumento da 
temperatura vai reduzir a velocidade da 
reprodução microbiana e exacerba a resposta 
inflamatória 
DEFINIÇÃO DE FEBRE SEM SINAIS 
LOCALIZATÓRIOS: 
 Paciente com febre que não tem sinais e 
sintomas que localizem essa infecção, que está 
em bom estado geral e cuja a febre tem uma 
duração inferior a 7 dias 
EPIDEMIOLOGIA: 
 A febre é um dos principais motivos de procura 
ao PS infantil 
 Em 20% dos casos não é possível identificar a 
etiologia por meio de uma anamnese e exame 
físico 
DOENÇA BACTERIANA GRAVE: 
 É uma doença que possui alta morbimortalidade 
quando tem atraso no diagnóstico 
 Em uma fase inicial pode se manifestar 
principalmente com bacteremia oculta ou 
infecção do trato urinário 
BACTEREMIA OCULTA: 
DEFINIÇÃO: 
 Presença da bactéria no sangue do paciente 
(hemocultura positiva) na ausência de achados 
clínicos e laboratoriais sugestivos 
EPIDEMILOGIA: 
 Em crianças de 3 a 36 meses está presente em 
2 a 11% dos casos 
AGENTE ETIOLÓGICO: 
 O mais comum é o Streptococcus pneumoniae 
FATORES DE RISCO: 
 Idade 6 – 12 meses 
 Temperatura maior ou igual a 39ºC 
 Leucometria maior que 15 mil 
 Vacinação antipneumocócica incompleta (< 3 
doses) 
INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO: 
EPIDEMIOLOGIA: 
 Em crianças menores de 2 anos, corresponde 2 
a 5% dos casos de febre sem sinais 
localizatórios 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICA: 
 Normalmente em menores de 2 anos, a febre é o 
único sintoma, pois a criança não consegue 
verbalizar as queixas do trato urinário 
AGENTE ETIOLÓGICO: 
 Principal agente etiológico é a Escherichia coli 
FATORES DE RISCO: 
 Idade < 1 ano 
 Etnia branca 
 Temperatura maior ou igual a 39ºC 
 Febre por 2 dias ou mais 
 Ausência de outra causa de febre 
 Não-circuncidados 
PESQUISA DE VÍRUS RESPIRATÓRIO: 
 É feita por um swab nasofarínego 
 Não está disponível em todos os serviços 
 Quando é positiva em uma criança com febre 
sem sinais localizatórios, está associado com 
uma redução do risco de infecção bacteriana 
grave 
ABORDAGEM CLÍNICA: 
PACIENTE COM 0 – 28 DIAS DE VIDA: 
 Possuem alto risco de doença bacteriana grave 
 Deve internar 
 Colher hemograma, hemocultura, urina tipo 1, 
urocultura e líquor 
 Raio-X de tórax se sintomas respiratórios 
 Antibiótico empírico: Ceftriaxone ou cefotaxime 
Pediatria – Amanda Longo Louzada 
2 FEBRE SEM SINAIS LOCALIZATÓRIOS 
PACIENTE COM 29 DIAS A 3 MESES DE VIDA: 
 O exame físico é insuficiente para determinar o 
risco de infecção bacteriana grave, por isso deve 
sempre colher hemograma, hemocultura, urina 
tipo 1 e urocultura 
 Critérios de Rochester: definem alto ou baixo 
risco de doença bacteriana grave 
 Critérios Clínicos: 
 Previamente hígido 
 Nascido a termo e sem complicações 
neonatais 
 Sem toxemia ou evidência de infecção 
bacteriana ao exame físico 
 Sem doença crônica 
 Exames Laboratoriais: 
 Leucócitos de 5000 – 15000 
 Bastonetes < 1500 
 Microscopia de urina < 10 leucócitos\campo 
 Microscopia de fezes < 5 leucócitos\campo 
(se diarreia) 
 Resultado: 
 Baixo risco: o paciente tem todos os critérios 
 Alto risco: o paciente tem ausência de algum 
critério 
 Manejo: 
 Baixo risco: 
 Alta médica 
 Reavaliação médica diária até sair o resultado 
das culturas 
 Caso o paciente não consiga retornar para 
ser reavaliado, pode internar esse paciente 
apenas para observação 
 Alto Risco: 
 Deve internar 
 Colher líqour 
 Antibiótico empírico: ceftriaxone 
PACIENTE COM 3 A 24 MESES DE VIDA: 
 Nesse caso deve avaliar a temperatura 
 Febre < 39ºC é baixo risco, deve dar alta com 
reavaliação médica diária 
 Febre maior ou igual a 39ºC, deve avaliar fatores 
de risco para bacteremia oculta ou ITU 
 Crianças de com febre maior ou igual a 39ºC que 
possuem de 3 a 6 meses: 
 Possuem vacinação pneumocócica incompleta 
e alto risco para ITU, portanto nesses 
pacientes deve sempre colher hemograma, 
hemocultura, EAS e urocultura e se disponível 
pesquisar vírus respiratório 
 Se hemograma e EAS normal, a criança está 
de alta médica, sem antibiótico e deve retornar 
ao atendimento diariamente até o resultado das 
culturas 
 Hemograma alterado e EAS normal, deve 
iniciar amoxicilina VO, e deve retornar ao 
atendimento diariamente até o resultado das 
culturas 
 Se a pesquisa de vírus respiratório vier 
positivo, pode deixar o paciente sem 
antibiótico, e reavaliar clinicamente 
diariamente 
 Hemograma normal ou alterado e EAS 
alterado, deve iniciar amoxicilina com 
clavulanato ou cefuroxima VO até o resultado 
das culturas, com reavaliação diária do 
paciente 
 Crianças de com febre maior ou igual a 39ºC que 
possuem de 6 a 24 meses: 
 Se tiver vacinação pneumocócica completa: 
 Sem risco de ITU: deve fazer reavaliação 
diária e alta se antibiótico 
 Com risco para ITU: EAS sem alteração ir 
para casa sem antibiótico e se alterada deve 
iniciar amoxicilina com clavulanato ou 
cefuroxima, deve retornar ao atendimento 
diariamente até o resultado das culturas para 
ambos os casos 
 Com vacinação pneumocócica incompleta: 
 Com risco de ITU: deve colher hemograma, 
hemocultura, EAS e urinocultura 
 Se hemograma e EAS normal, a criança 
está de alta médica, sem antibiótico e deve 
retornar ao atendimento diariamente até o 
resultado das culturas 
 Hemograma alterado e EAS normal, deve 
iniciar amoxicilina VO, e deve retornar ao 
atendimento diariamente até o resultado das 
culturas 
 Hemograma normal ou alterado e EAS 
alterado, deve iniciar amoxicilina com 
clavulanato ou cefuroxima VO até o 
resultado das culturas, com reavaliação 
diária do paciente 
 Sem risco de ITU: deve colher apenas, 
hemograma, hemocultura e PVR 
 Hemograma normal: Se a pesquisa de vírus 
respiratório vier positivo, pode deixar o 
paciente sem antibiótico, e reavaliar 
clinicamente diariamente 
 Hemograma alterado: deve iniciar 
amoxicilina VO, e deve retornar ao 
atendimento diariamente até o resultado das 
culturas

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