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1 Leitura e Produção de Textos Filosóficos Prof. Wilson José Vieira Aula 4 Conversa Inicial Caros estudantes de Filosofia, nas próximas aulas procuraremos conhecer os seguintes elementos ou aspectos relativos à Filosofia Moderna: conhecer e apropriar- se de algumas chaves para leituras dos textos filosóficos dos racionalistas; conhecer e apropriar- se de algumas chaves para leituras dos textos filosóficos dos empiristas; conhecer e apropriar-se de algumas chaves para leituras dos textos filosóficos de Kant. Contextualizando A Idade Moderna compreende o período que vai do séc. XV ao séc. XVIII. Os principais acontecimentos e características desse período são os seguintes: as grandes descobertas marítimas que apresentaram aos europeus novos povos, novas culturas; efervescência cultural e política em razão do desenvolvimento das cidades e do comércio; 2 críticas ao poder da Igreja Romana que irão gerar a Reforma; desenvolvimento científico, ampliação da ideia de mundo, principalmente a mudança do geocentrismo para o heliocentrismo e do teocentrismo para o antropocentrismo; questionamento das bases teóricas medievais e elaboração de novos centros de referência; na Europa, tudo foi sacudido e revirado: a unidade política, espiritual, religiosa, as afirmações da ciência e da filosofia medieval; a autoridade da Bíblia, que se chocava com os dados das recentes descobertas da ciência, o poder da Igreja abalado pela Reforma e pelas guerras político- religiosas; em razão dessas transformações, ocorreu uma valorização do homem e da razão humana; 3 do sujeito do conhecimento em detrimento da fé cristã, isto é, o homem e a razão, passaram a ocupar o centro. Giordano Bruno (1548-1600) Desenvolveu uma concepção de universo infinito e que era oposto à concepção antiga, a qual o mundo era fechado e finito. Em razão disso foi preso pela inquisição e queimado vivo. Teoria Geocêntrica Cláudio Ptolomeu escreveu a obra Almagesto, na qual apresentou um sistema cosmológico geocêntrico, isto é, a Terra está no centro do Universo, e os outros corpos celestes, como planetas e estrelas orbitam ao seu redor. Teoria Heliocêntrica 4 A Teoria Heliocêntrica conseguiu dar explicações mais simples e naturais para os fenômenos observados (por exemplo, o movimento retrógrado dos planetas). Porém, Copérnico não conseguiu prever as posições dos planetas de forma precisa, nem conseguiu provar que a Terra estava em movimento. 20 30 Contexto dos textos da Filosofia Moderna A partir da Idade Moderna, o homem buscou compreender o mundo para usufruir deste e transformá-lo em seu benefício. Diferentemente dos antigos gregos, que buscavam a harmonia da natureza, e do medieval que buscava apenas observar e contemplar as ações de Deus no mundo. A criação de Adão de Michelangelo https://upload.wikimedia.org/wikipedia/common s/thumb/6/63/The_Creation_of_Adam.jpg/700px -The_Creation_of_Adam.jpg A pintura "Nascimento do Homem" encontra-se no teto da Capela Sistina. Este foi um dos trabalhos mais longos do pintor e escultor renascentista Michelangelo Buonarroti (1475-1564), que levou o período de 1508 a 1512 para narrar nove episódios do Gênesis. 5 Durante a Idade Moderna buscou-se essencialmente garantir uma maneira de se chegar a um conhecimento seguro e verdadeiro a respeito de tudo o que existe. Com o desmoronamento das bases teológicas medievais como garantir a verdade? Qual o caminho, qual o critério, qual a base, qual o fundamento seguro para garantir a certeza? Método: meta – por, através de; hodos – caminho (caminho certo, correto, seguro); conjunto de procedimentos racionais baseados em regras que visam atingir um objetivo determinado. 28 30 Chaves de leitura de textos do Racionalismo Racionalismo: a razão é a fonte de todo conhecimento. Posição filosófica que considera que só a razão natural é condição necessária e suficiente, bem como fundamento de todo conhecimento. O racionalismo (do latim ratio: razão) afirma que a razão — o pensamento — é a única fonte de conhecimento. 6 Diferentemente dos empiristas, os racionalistas afirmam que os sentidos nos enganam e não podem conduzir ao conhecimento da verdade, pois o mundo da experiência é repleto de transformações e mudanças. O conhecimento verdadeiro é obtido pela razão. Os principais representantes do Racionalismo foram Platão, Descartes, Spinoza e Leibniz. 33 30 Chaves de leitura dos textos do Empirismo Empirismo: a experiência sensorial, dos sentidos, é a fonte de todo conhecimento; teoria epistemológica que afirma a radical derivação, direta ou indireta, de todo conhecimento da experiência sensível, seja ela interna ou externa. O empirismo (do grego empeiria: experiência) defende a perspectiva ou ideia de que todos os nossos conhecimentos são oriundos da experiência. Tudo o que conhecemos advém dos sentidos. Para os empiristas nada existe no intelecto que antes não tenha estado nos sentidos. 7 A mente humana ao nascer é vazia (do latim tabula rasa, página em branco) e a experiência é responsável por escrever ou preencher a consciência. Se a razão afastar-se da experiência, necessariamente cairá no erro. Os principais filósofos empiristas foram Bacon, Locke, Hume, Condillac e Stuart Mill. 39 30 Chaves de leitura textos de Kant Para Kant, os seres humanos não são simples “folhas em branco” que são preenchidas pela experiência, conforme atestavam os empiristas; A razão exerce um papel muito importante na construção do conhecimento, isto é, nós, enquanto sujeitos do conhecimento, auxiliamos no processo de compreensão e de entendimento do mundo. O intelecto humano apenas conhece os fenômenos (aquilo que aparece na nossa mente) e não a essência, a realidade em si mesma. 8 Com Kant ocorre então o questionamento fundamental para a crise da razão moderna, aos limites do conhecimento. Síntese O pai da filosofia moderna foi Descartes; o objetivo central de Descartes era o de reformar a ciência e encontrar a verdade, e para isso ele buscava se apoiar unicamente na razão. Procurar o verdadeiro método para se chegar ao conhecimento real de todas as coisas. Ele foi responsável por uma transformação profunda na filosofia, pois alterou o fundamento do saber. Para Descartes, o não desenvolvimento científico e filosófico se devia ao emprego de métodos pouco produtivos, estéreis. Era necessário encontrar “regras certas e fáceis, que sendo observadas exatamente por quem quer que seja, tornem impossível tomar o falso por verdadeiro... 9 ...e, sem qualquer esforço mental inútil, mas aumentando sempre gradualmente a ciência, levem ao conhecimento verdadeiro de tudo o que se é capaz de conhecer.” REFERÊNCIAS DESCARTES, Renè. Discurso do método. São Paulo, Ed.Nova Cultural, 1999 CHAUÍ, Marilena. Convite à Filosofia. São Paulo: Ática, 2004. MOSER, P.K.; MULDER,D.H.; TROUT,J.D. A teoria do conhecimento: uma introdução temática. 2ª Ed. São Paulo: Martins Fontes, 2009. PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Livro Didático Público de Filosofia. 2 ed. Curitiba: SEED-PR, 2007.
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