Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 BIOENERGÉTICA E METABOLISMO DE CARBOIDRATOS, LIPÍDEOS E PROTEÍNAS 1 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 3 2. NECESSIDADES ENERGÉTICAS ....................................................................... 5 2.1 Digestão na Boca ........................................................................................... 9 2.2 Digestão no Estômago ................................................................................. 10 2.3 Digestão no Intestino Delgado ..................................................................... 11 2.4 Bioenergética ............................................................................................... 13 2.4.1 Sistemas De Energia ............................................................................. 15 2.4.2 ATP-CP (Metabolismo Alático) .............................................................. 16 2.4.3 Sistema Glicolítico (Metabolismo Lático) ............................................... 17 2.4.4 Sistema Oxidativo (Aeróbio) .................................................................. 18 2.5 Mecanismos de Absorção e Transporte ....................................................... 19 3. METABOLISMO DOS CARBOIDRATOS ........................................................... 20 4. METABOLISMO DAS GORDURAS.................................................................... 23 5. METABOLISMO DAS PROTEÍNAS.................................................................... 24 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 26 2 FACULESTE A história do Instituto FACULESTE, inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários, em atender a crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a FACULESTE, como entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior. A FACULESTE tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação. A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições modelo no país na oferta de cursos, primando sempre 3 1. INTRODUÇÃO O alimento fornece energia e elementos para a construção de inúmeras substâncias que são essenciais para o crescimento e para a sobrevivência de todos os seres humanos. Digestão, absorção, transporte e excreção de nutrientes, são processos notáveis que convertem uma infinidade de produtos alimentícios em nutrientes individuais prontos para serem utilizados no metabolismo. Cada macronutriente (proteínas, lipídeos e carboidratos) contribui para as energias acumuladas, mas, em última instância, a energia que eles proporcionam fica disponível para o trabalho dos músculos e órgãos do corpo. A maneira como os nutrientes se tornam parte integrante do corpo e contribuem para o funcionamento apropriado depende muito dos processos fisiológicos e bioquímicos que dirigem suas ações. O sistema gastrointestinal (SGI) é concebido para digerir macronutrientes proteínas, carboidratos e lipídeos do alimento e bebidas ingeridas; absorver fluidos, micronutrientes e oligoelementos; proporcionar uma barreira física e imunológica aos patógenos, material estranho e antígenos em potencial consumidos com o alimento ou formados durante a passagem do alimento através do SGI; e proporcionar sinalizadores reguladores e bioquímicos para o sistema nervoso, frequentemente envolvendo a microbiota intestinal, pela via conhecida como eixo cérebro-intestinal. A saúde do corpo depende de um SGI saudável e funcional. Por causa da taxa de rotatividade e dos requisitos metabólicos incomumente altos do SGI, as células que o revestem são mais suscetíveis a deficiências de micronutrientes, desnutrição proteico-energética e danos causados por toxinas, medicamentos, irradiação, reações alérgicas alimentares ou interrupção na irrigação sanguínea. Aproximadamente 45% das necessidades energéticas do intestino delgado e 70% das necessidades energéticas das células que revestem o cólon são fornecidas por nutrientes que passam pelo seu lúmen. A energia pode ser definida como “a capacidade de realizar trabalho”. A principal fonte de energia para todos os organismos vivos é o sol. Por meio do processo de fotossíntese, plantas verdes interceptam uma porção da luz solar que alcança suas folhas e capturam-na nas ligações químicas da molécula de glicose. Proteínas, lipídeos e outros carboidratos são sintetizados a partir desse carboidrato 4 básico para suprir as necessidades da planta. Os animais e seres humanos obtêm esses nutrientes e a energia que eles contêm ao consumir plantas e carne de outros animais. O corpo faz uso da energia dos carboidratos, proteínas, lipídeos e álcool da dieta; essa energia é presa em ligações químicas dentro dos alimentos e é liberada por meio do metabolismo. A energia deve ser fornecida regularmente para atender às necessidades do corpo para a sua sobrevivência. Apesar de, ao final, toda a energia assumir a forma de calor, que se dissipa na atmosfera, processos celulares únicos permitem primeiramente a utilização da energia para todas as tarefas exigidas pela vida. Esses processos envolvem reações químicas que mantêm os tecidos corporais, a condução elétrica dos nervos, o trabalho mecânico dos músculos, e a produção de calor que mantém a temperatura corporal. A energia é gasta pelo corpo humano na forma de gasto energético basal (GEB), efeito térmico do alimento (ETA) e termogênese por atividade (TA). Esses três componentes formam o gasto energético total (GET) diário de uma pessoa. O envelhecimento pode estar associado ao maior acúmulo de lesões celulares decorrentes das espécies reativas do oxigênio e do nitrogênio derivadas do metabolismo mitocondrial. Com a progressão da idade, há acúmulo de proteínas, lipídeos, carboidratos e DNA oxidados em relação a organismos jovens, de acordo com a teoria dos radicais livres. Entretanto, nem sempre os idosos ou animais envelhecidos apresentam maior estresse oxidativo que os jovens. 5 2. NECESSIDADES ENERGÉTICAS O SGIhumano(figura 1) é bem adaptado para a digestão e a absorção de nutrientes de uma variedade enorme de alimentos, incluindo carnes, laticínios, frutas, legumes e verduras, grãos, amidos complexos, açúcares, gorduras e óleos. O SGI é um dos maiores órgãos do corpo, tem a maior área de superfície, tem o maior número de células imunes e é um dos tecidos mais ativos metabolicamente no corpo. Dependendo da natureza da dieta consumida, 90 a 97% dos alimentos são digeridos e absorvidos; a maioria do material não absorvido é de origem vegetal. Em comparação com os ruminantes e com os animais com ceco muito grande, os humanos são consideravelmente menos eficientes em retirar energia de gramíneas, caules, sementes e outros materiais de fibras grossas. Os seres humanos não têm as enzimas para hidrolisar as ligações químicas que ligam as moléculas de açúcar que formam as fibras das plantas. Entretanto, alimentos fibrosos e quaisquer carboidratos não digeridos são fermentados em diferentes graus por bactérias no cólon humano; esse processo pode contribuir com5% a 10% da energia necessária para seres humanos. 6 Figura 1: O Sistema Digestório Fonte: KRAUSE, 2018 A visão, o cheiro, o gosto e mesmo o pensamento sobre o alimento iniciam as secreções e os movimentos do SGI. Na boca, a mastigação reduz o tamanho das partículas do alimento, que são misturadas às secreções salivares que o preparam para ser engolido. Uma pequena quantidade de amido é decomposta pela amilase salivar, mas a digestão dentro da boca é mínima. O esôfago transporta o alimento e líquidos da cavidade oral e da faringe para o estômago. No estômago, o alimento é misturado com fluido ácido e com enzimas proteolíticas e lipolíticas. Acontece a digestão de lipídeos em pequenas proporções, e algumas proteínas têm sua estrutura alterada ou são parcialmente digeridas até se tornarem peptídeos grandes. Quando o alimento alcança a consistência e a concentração apropriadas, passa a se chamar 7 quimo, e segue do estômago ao intestino delgado, onde a maior parte da digestão acontece. Nos primeiros 100 cm do intestino delgado, acontece um turbilhão de atividades, que resultam na digestão e absorção da maior parte do alimento ingerido (figura 2). Aqui, a presença de alimento estimula a liberação de hormônios que por sua vez estimulam a produção e liberação de enzimas poderosas do pâncreas, bem como bile da vesícula biliar. Os amidos e proteínas são reduzidos a carboidratos de menor peso molecular e a peptídeos de tamanho pequeno a médio. Os lipídeos alimentares, glóbulos visíveis de gordura, são reduzidos a gotículas microscópicas de triglicerídeos, e então a ácidos graxos livres e pequenos monoglicerídeos. Enzimas “da borda em escova” do intestino delgado reduzem ainda mais os carboidratos remanescentes a monossacarídeos, e os peptídeos remanescentes a aminoácidos simples, dipeptídeos e tripeptídeos. Utilizam-se grandes quantidades de fluidos para digerir e absorver os nutrientes. Junto com as secreções salivares e gástricas, as secreções do pâncreas, intestino delgado e vesícula biliar secretam 7 L de fluido dentro do lúmen doSGI a cada dia − bem mais que os 2 L ingeridos por meio da dieta diária. Exceto por 100 mL, todo o fluido que entra no lúmen é reabsorvido: cerca de 7 L no intestino delgado e cerca de dois litros no intestino grosso. 8 Figura 2: Locais de secreção, digestão e absorção Fonte: KRAUSE, 2018 9 Por toda a extensão restante do intestino delgado, quase todos os macronutrientes, minerais, vitaminas, oligoelementos e fluidos são absorvidos antes de chegar ao cólon. O cólon e o reto absorvem a maior parte dos fluidos remanescentes que chegam do intestino delgado. O cólon absorve eletrólitos e somente uma pequena quantidade dos nutrientes remanescentes. O movimento da matéria ingerida e secretada dento do SGI é regulado primariamente por hormônios, nervos e músculos entéricos. A maior parte dos nutrientes absorvidos a partir do SGI entram na veia porta para serem transportados para o fígado, onde eles podem ficar armazenados, serem transformados em outras substâncias ou liberados dentro da circulação. Os produtos finais da maioria dos lipídeos alimentares são transportados para o fluxo sanguíneo via circulação linfática. Os nutrientes que chegam ao intestino delgado distal e ao intestino grosso, especialmente as fibras alimentares e amidos resistentes, são fermentados pela microbiota localizada dentro do lúmen do íleo e intestino grosso. A fermentação produz ácidos graxos de cadeia curta (AGCCs) e gás. AGCCs fornecem uma fonte de combustível preferível para as células do intestino, estimulam a renovação e funcionamento das células, aumentam a função imunológica e regulam a expressão de genes. Além disso, alguns carboidratos têm funções “prebióticas” que induzem o crescimento e as atividades de micróbios benéficos dentro da microbiota intestinal. O intestino grosso também fornece armazenamento temporário para resíduos. O cólon distal, o reto e o ânus controlam a defecação. a. Digestão na Boca Na boca, os dentes trituram e esmagam o alimento em pequenas partículas. O bolo alimentar é, ao mesmo tempo, umedecido e lubrificado pela saliva. Três pares de glândulas salivares — as glândulas parótidas, submaxilares e sublinguais — produzem aproximadamente 1,5 L de saliva diariamente. A digestão enzimática de amidos e lipídeos é iniciada na boca devido à presença na saliva da amilase e da lipase salivar, respectivamente. Essa digestão é mínima, e a amilase salivar torna-se inativa quando atinge os conteúdos ácidos do estômago. A saliva também contém muco, uma proteína que faz com que as partículas de alimento se juntem e que lubrifica o bolo alimentar para ser engolido. 10 O bolo alimentar mastigado é enviado para a faringe por controle voluntário, mas o processo de engolir (deglutição) é involuntário por todo o esôfago. O peristaltismo, então, move rapidamente o alimento para dentro do estômago (o Capítulo 40 traz uma discussão detalhada sobre o ato de engolir). b. Digestão no Estômago As partículas do alimento são propelidas adiante e misturadas com secreções gástricas pelas contrações em onda que progridem a partir da parte mais alta do estômago (fundo) para a parte mediana (corpo) e, então, para o antro e o piloro. No estômago, as secreções gástricas são misturadas com o alimento e bebidas. Uma média de 2.000 a 2.500 mL de fluido é secretada diariamente no estômago. Essas secreções gástricas contêm ácido clorídrico (secretado pelas células parietais), pepsinogênio, lipase gástrica, muco, fator intrínseco (uma glicoproteína que facilita a absorção de vitamina B12 dentro do íleo) e gastrina. A protease pepsina é secretada em forma inativa, o pepsinogênio, que é convertido na sua forma ativa pelo ácido clorídrico. A pepsina fica ativa somente no meio ácido do estômago e primariamente muda o formato e o tamanho das proteínas encontradas em uma refeição normal. Uma lipase estável ao ácido é secretada dentro do estômago pelas células- chefe. Apesar de essa lipase ser consideravelmente menos ativa que a lipase pancreática, ela contribui para o processamento geral dos triglicerídeos da dieta. A lipase gástrica é mais específica para triglicerídeos compostos de ácidos graxos de cadeia média e curta, mas a dieta usual contém poucas dessas gorduras. As lipases secretadas nas partes superiores do SGI podem ter papel relativamente importante na dieta líquida dos bebês; entretanto, quando há insuficiência pancreática, torna-se aparente que as lipases gástricas e linguais não são suficientes para evitar a má absorção de lipídeos. No processo da digestão gástrica, a maioria do alimento se torna quimo semilíquido, que é composto de 50% de água. Quando o alimento é digerido, um número significativo de microrganismos também é absorvido. O pH do estômago é baixo, de cerca de 1 a 4. As ações combinadas do ácido clorídrico e das enzimas proteolíticas resultam em uma redução significativa da concentração de microrganismos viáveis. Alguns micróbios podem escapar e entrar no intestino se forem absorvidos em concentrações suficientes ou se o indivíduo tiver 11 recebido gastrectomia, tiver acloridria, disfunção ou doença gastrointestinal, ou má nutrição, ou estiver em uso de medicamentos que suprimem secreções ácidas. Isso pode aumentar o risco de infecção patogênica no intestino. O esfíncter do esôfago inferior (EEI), que fica acima da entrada do estômago, evita o refluxo de conteúdos gástricos para dentro do esôfago. O esfíncter piloro da parte distal do estômago ajuda a regular a saída de conteúdos gástricos, evitando o retorno do quimo do duodeno para o estômago. A obesidade, determinados alimentos, reguladores gastrointestinaise irritações de úlceras próximas podem alterar o desempenho dos esfíncteres. Determinados alimentos e bebidas podem mudar a pressão do EEI, permitindo o refluxo dos conteúdos do estômago para dentro do esôfago. O estômago mistura e agita continuamente o alimento, e normalmente libera a mistura em pequenas quantidades para dentro do intestino delgado através do esfíncter piloro. A quantidade esvaziada a cada contração do antro e do piloro varia com o volume e o tipo de alimento consumido, mas somente alguns mililitros são liberados de cada vez. A presença de ácido e nutrientes no duodeno estimula o hormônio regulador GIP, que retarda o esvaziamento gástrico. A maior parte de uma refeição líquida se esvazia dentro de 1 a 2 horas, e a maior parte de uma refeição sólida se esvazia dentro de 2 a 3 horas. Quando consumidos sozinhos, os carboidratos deixam oestômago mais rapidamente, seguidos de proteínas, lipídeos e alimento fibroso. Em uma refeição com tipos variados de alimentos, o esvaziamento do estômago depende do volume global e das características dos alimentos. Os líquidos se esvaziam mais rapidamente que os sólidos, partículas grandes se esvaziam mais vagarosamente que partículas pequenas, e alimentos com alta densidade energética se esvaziam mais vagarosamente do que alimentos que são menos energéticos. Esses fatores são considerações importantes para profissionais que aconselham pacientes com náuseas, vômitos, gastroparesia diabética ou com problemas de controle da massa corporal. c. Digestão no Intestino Delgado O intestino delgado é o local principal da digestão de alimentos e nutrientes. O intestino delgado é dividido em duodeno, jejuno e íleo. O duodeno tem 12 aproximadamente 0,5 m de extensão, o jejuno tem 2 a 3 m e o íleo tem 3 a 4 m. A maior parte do processo digestivo é concluído no duodeno e no jejuno superior, e a absorção da maior parte dos nutrientes já está quase completa no momento que o material chega ao meio do jejuno. O quimo ácido sai do estômago para o duodeno, onde é misturado com secreções do pâncreas, da vesícula biliar e do epitélio do duodeno. O bicarbonato de sódio contido nessas secreções neutraliza o quimo ácido e permite que as enzimas digestivas funcionem mais efetivamente nesse local. O ingresso de alimentos parcialmente digeridos, principalmente lipídeos e proteínas, estimula a liberação de CCK, secretina e GIP, que por sua vez estimulam a secreção de enzimas e fluidos e afetam a motilidade gastrointestinal e a saciedade. A bile, que é predominantemente uma mistura de água, sais biliares e pequenas porções de pigmentos e colesterol, é secretada a partir do fígado e da vesícula biliar. Por meio de suas propriedades tensoativas, os sais biliares facilitam a digestão e absorção de lipídeos, colesterol e vitaminas lipossolúveis. Os ácidos biliares são também moléculas reguladoras; eles ativam o receptor de vitamina D e os caminhos sinalizadores de células no fígado e SGI que alteram a expressão genética das enzimas envolvidas na regulação do metabolismo energético. Além disso, os ácidos biliares desempenham importante papel na fome e saciedade. O pâncreas secreta enzimas potentes capazes de digerir todos os principais nutrientes, e as enzimas do intestino delgado ajudam a concluir o processo. As principais enzimas que digerem lipídeos secretadas pelo pâncreas são a lipase pancreática e a colipase. As enzimas proteolíticas incluem a tripsina e a quimotripsina, a carboxipeptidase, aminopeptidase, ribonuclease e desoxirribonuclease. A tripsina e a quimotripsina são secretadas em suas formas inativas e são ativadas pela enteroquinase (também conhecida como enteropeptidase), que está na membrana borda em escova dos enterócitos, dentro do intestino delgado. A amilase pancreática finalmente hidrolisa moléculas grandes de amido em unidades de aproximadamente dois a seis açúcares. As enzimas dissacaridase associadas dentro da membrana borda em escova dos enterócitos quebram ainda mais as moléculas de carboidratos em monossacarídeos, antes da absorção. Quantidades variadas de amidos resistentes e a maioria das fibras ingeridas na dieta escapam à digestão no intestino delgado e podem adicionar-se aos materiais fibrosos disponíveis para a fermentação feita por micróbios do cólon. 13 Os conteúdos intestinais movem-se pelo intestino delgado em uma velocidade de aproximadamente 1 cm por minuto, levando de 3 a 8 horas para percorrer todo o intestino até o esfíncter ileocecal; ao longo do caminho, substratos remanescentes continuam a ser digeridos e absorvidos. O esfíncter ileocecal, assim como o esfíncter pilórico, regula o fluxo de entrada do quimo dentro do cólon e limita a quantidade de material que passa entre o intestino delgado e o cólon, em ambos os sentidos. Um esfíncter ileocecal com problemas ou não funcional acarreta a entrada de quantidades significativas de fluidos e substratos dentro do cólon e aumenta as chances do aumento excessivo de micróbios no intestino delgado. d. Bioenergética Reações químicas ocorrem em todo organismo, a todo tempo. O metabolismo é a síntese (anabolismo) e a degradação (catabolismo) de moléculas a energia para as células através das vias metabólicas (figura 3). As vias metabólicas convertem nutrientes alimentares em energia utilizável. A bioenergética é o processo metabólico pelo qual as células utilizam a energia necessária obtida pela conversão de nutrientes alimentares (gordura, proteínas, CHO) em uma forma de energia biologicamente utilizável. Os nutrientes são quebrados via catabolismo para serem usados pelas células. A energia é transferida dos alimentos e transformada em ATP via fosforilização. ATP é um composto altamente energético para armazenamento e conservação de energia. Figura 3: Bionergética Fonte: SlideShare, 2020 14 A energia nos sistemas biológicos é medida em quilocalorias. 1 quilocaloria é a quantidade de energia térmica necessária para elevar 1kg de água de 1°C a 15ºC. A necessidade energética é definida como a ingestão energética alimentar necessária para o crescimento e a manutenção de uma pessoa de uma determinada idade, sexo, massa corporal, estatura e grau de atividade física. Em crianças, gestantes e lactantes, as necessidades energéticas incluem as necessidades associadas à deposição de tecidos ou a secreção de leite em taxas compatíveis com uma boa saúde. Em pessoas doentes ou machucadas, os fatores de estresse têm o efeito de aumentar ou diminuir o consumo energético. A massa corporal é um indicador da adequação ou inadequação energética. O corpo tem a habilidade única de alterar a mistura alimentar de carboidratos, proteínas e lipídeos para acomodar a necessidade energética. Entretanto, consumir muita ou pouca energia ao longo do tempo resulta em mudanças na massa corporal. A massa corporal reflete a adequação do consumo energético, mas não é um indicador confiável da adequação de macronutrientes ou micronutrientes. Além disso, como a massa corporal é afetada pela composição corporal, uma pessoa com massa corporal magra mais alta do que a massa corporal gorda, ou vice- versa, pode necessitar de consumo energético diferente em comparação com uma pessoa normal ou “comum”. Indivíduos obesos têm necessidades energéticas mais altas, como consequência do aumento na massa corporal gorda e magra. A GEB, ou taxa de metabolismo basal (TMB), é a quantidade mínima de energia gasta que é compatível com a vida. Um GEB de um indivíduo reflete a quantidade de energia que ele utiliza em 24 horas enquanto está fisicamente e mentalmente em repouso, em um ambiente termoneutro que evita a ativação de processos geradores de calor, tais como tremores. Medições do GEB deveriam ser feitas antes que um indivíduo tenha se dedicado a qualquer tipo de atividade física (preferivelmenteao acordar pela manhã) e 10 a 12 horas após a ingestão de qualquer alimento, bebida ou nicotina. O GEB permanece impressionantemente constante diariamente. O gasto energético em repouso (GER), ou taxa metabólica de repouso (TMR), é a energia gasta em atividades necessárias para manter as atividades corporais normais e a homeostase. Essas atividades incluem a respiração e a circulação, a síntese de compostos orgânicos e o bombeamento de íons através das membranas. O GER, ou TMR, inclui a energia exigida pelo sistema nervoso central e para a manutenção da temperatura corporal. Ele não inclui a termogênese, atividades ou 15 outros gastos energéticos e é 10% a 20% maior do que o GEB. Os termos GER e TMR, e GEB e TMB, podem ser utilizados de maneira intercambiável. Numa visão funcional, as células são quem estabelecem a estrutura da maioria dos seres vivos. Assim todas as atividades exercidas pelos organismos vivos passam pelas ações celulares. No interior da célula encontram-se várias organelas, suspensas em um fluído viscoso chamado de citosol, que executam diferentes funções tais como: controle de entrada e saída de substâncias na célula, reações de síntese e secreção, a digestão de substâncias, produção de energia, entre outras. As diversas organelas servem a diferentes funções da célula, de forma semelhante a diferentes órgãos em nosso corpo. Consequentemente, a seleção e o número de organelas de determinada célula revelam suas propriedades funcionais em particular. 2.4.1 Sistemas De Energia A energia fundamental para o pleno desenvolvimento do corpo, obtida pelos seres vivos se origina do Sol e antes de ser utilizada pelos seres humanos, tal energia precisa ser convertida em energia química. Essa energia é utilizada pelos vegetais verdes para produzir suas própriasmoléculas alimentares, como glicose, proteínas, celulose e lipídios, por meio do dióxido de carbono e da água. Os seres humanos e animais não conseguem realizar este processo, consequentemente dependendo da alimentação destes vegetais, como também produtos animais para satisfazer sua demanda alimentar. Depois de consumida esta energia, ela será utilizada em forma de trabalho biológico ou estocada nos tecidos adiposo, muscular, esquelético e fígado para ser utilizada posteriormente. Todo o funcionamento celular se deve a uma fonte básica de energia, que é a adquirida através da degradação de substâncias químicas retiradas da alimentação. A energia no alimento é acessível muito lentamente para a atividade celular e dessa forma, a energia presente nas ligações químicas dos nutrientes são transferidas a uma SAIBA MAIS: Acesse o link: https://www.youtube.com/watch?v=rA5Ig8nXcC8 para saber mais sobre Bioenergética: conceitos e aplicações. 16 unidade comum de energia, o ATP, em um processo chamado de metabolismo energético. Estudos evidenciam que o ATP é produzido nas mitocôndrias, usando energia derivada de nutrientes, que resultará em trabalho na célula. A energia potencial dentro dessa molécula de nucleotídeo aciona todos os processos celulares que necessitam de energia. Afirma que a molécula de ATP é constituída por um nucleotídeo denominado adenosina, ligado a três grupos de fosfato. As ligações finais com o fosfato são muito energéticas e instáveis e, ao serem rompidas, são fontes rápidas de energia que a célula pode utilizar. O ATP é a única fonte direta de energia para as contrações musculares, porém sua quantidade nas células não atende a demanda dos esforços físicos por muito tempo, fazendo com que sua ressíntese seja a razão da resistência e continuação da contração muscular. A célula só consegue realizar seu trabalho especializado a partir da energia liberada pela desintegração do ATP. Menciona que existem basicamente três tipos de fontes energéticas: anaeróbia alática, utilizando as reservas de ATP-PCr, na qual fosfocreatina fornece energia para a ressíntese de ATP; anaeróbio lático (sistema glicolítico) que envolve a degradação incompleta de alimentos em ácido lático, ressintetizando moléculas de ATP; pelo processo aeróbio, cuja quantidade de ATP adquirida é muito maior, pois o processo consente degradação completa de glicose ou ácido graxo. A quantidade de ATP nas células é limitada e o seu uso requer uma constante regeneração da molécula. Essa regeneração também requer energia, uma vez que existem três processos envolvidos na ressíntese de ATP: o sistema ATP-PC ou do fosfagênio, o sistema glicolítico e o sistema aeróbio. Os dois primeiros sistemas são anaeróbios e se realizam na ausência de oxigênio; o terceiro sistema se realiza na presença de oxigênio e envolve a oxidação de carboidratos e ácidos graxos. 2.4.2 ATP-CP (Metabolismo Alático) Afirma que este sistema utiliza a energia de uma substância chamada fosfocreatina (PC) para a recomposição do ATP. Assim, como o ATP e a fosfocreatina são acumulados nos músculos, quando a fosfocreatina tem seu grupo fosfato 17 removido através da enzima creatina cinase, libera energia suficiente para adicionar ao ADP um radical fosfato (Pi), formando ATP. De acordo com autores com a mesma velocidade em que o ATP é degradado durante determinada contração, ele será formado novamente, por meio de ADP e PI, resultantes da energia liberada na degradação da fosfocreatina estocada no músculo. Este processo serve para a necessidade de atender às primeiras demandas energéticas, de curta duração e alta intensidade, aumentando a concentração e a mobilização para a atividade de compostos fosforados que contem princípios energéticos muito fortes, como o trifosfato de adenosina e a fosfocreatina. A duração ATPCP é de 5-7 segundos em adultos e 3-5 segundos em crianças.As reservas de fosfocreatina são normalmente esgotadas em até 10 segundos de exercício extenuante. Desta forma, esse é o processo mais rápido de abastecimento de ATP nos músculos. Este sistema se caracteriza por não depender de uma longa série de reações químicas, por não necessitar de oxigênio nos músculos que estão realizando a atividade e também pelo trifosfato de adenosina (ATP) e da fosfocreatina (PC), já estarem presentes armazenados dentro dos mecanismos contráteis do músculo. Exemplificam o uso do metabolismo alático citando atividades como saltos, lançamentos e corridas de velocidade. Citam um tiro de 100 metros como exemplo de atividade que esgotaria as reservas de fosfagênio no músculo. Ressalta que a alta demanda de energia nestas modalidades, faz com que a rapidez no fornecimento desta seja extremamente importante e fundamental, levando em consideração o fato de o processo não depender de uma longa série de reações químicas nem do transporte do oxigênio ao músculo. 2.4.3 Sistema Glicolítico (Metabolismo Lático) Autores relatam que o processo envolve a degradação incompleta de substâncias alimentares (carboidrato) em ácido lático. O carboidrato neste caso é transformado em glicose, cuja parte desta tem utilização imediata, e outra se armazena em músculos e no fígado em forma de glicogênio para futuro aproveito. O sistema de ácido lático não requer oxigênio e tem como resultante e subproduto o ácido lático, que causa fadiga muscular. Utilizam ainda, somente carboidratos, liberando até duas vezes mais ATP do que o sistema fosfagênio 18 Destaca e compara a complexidade desta ressíntese ao ATPPC por atingir doze reações químicas precisas, catalisadas por enzimas. Sinalizam que para continuar um exercício intenso a ressíntese de ATP deverá acontecer num ritmo consideravelmente rápido, o que ocorre neste processo. Além disso, a energia derivada deste sistema pode ser considerada uma reserva que se ativa no início ou até mesmo no fim, de determinado exercício, quando feito de maneira acelerada ou intensa. Afirmam que neste sistemaa intensidade é alta, mas não máxima, e o organismo passa a ressintetizar ATP sem a presença de oxigênio, porém utilizando a glicose. A glicose é a principal fonte energética para a maior parte das células, e a única que pode ser quebrada anaerobiamente. As reservas energéticas do metabolismo lático tem origem da decomposição do glicogênio nos músculo e no fígado, com a conseqüente produção do ácido lático. Sobre o ácido lático:Primeiramente, ele deve ser chamado de metabólito intermediário em vez de produto de excreção simplesmente em razão de a maior parte da energia originada da molécula de glicose ainda estar intacta. Em segundo lugar, uma vez que a glicose intracelular e todos os intermediários metabólicos da via glicolítica são incapazes de percorrer a membrana da célula muscular por estarem fosforilados, o ácido lático assume um importante papel como energia transferível. Uma das deficiências desta ressíntese ocorre pelo fato de os músculos terem pouca resistência ao acúmulo de ácido lático, tolerando cerca de 60 a 70 gramas dele antes de apresentar sinais de fadiga. Um treinamento específico com objetivo de melhorar os estoques de glicogênio, favorece e controla os mecanismos de produção e também de suporte ao ácido lático. Afirmam que o acumulo de lactato sanguíneo de forma rápida ocorre em exercícios máximos com duração entre 1 e 3 minutos. Estudo afirma como exemplo de atividades que utilizam o sistema glicolítico as provas de velocidade prolongada e situações que ocorrem em disputas de esportes coletivos. Provas de corrida com distância de 400 a 800 metros, utilizam inicialmente (largada) o sistema fosfagênio e no restante da prova o processo do ácido lático. 2.4.4 Sistema Oxidativo (Aeróbio) 19 O processo aeróbio de ressíntese de ATP permite uma degradação completa de glicose ou ácido graxo, atingindo um número muito maior de ATPs. Assim a glicose se torna ainda mais importante, tendo em vista a pouca quantidade de energia necessária para sua degradação. As fontes aeróbicas são responsáveis pelas atividades físicas de média e longa duração. Incontestavelmente, este sistema é o responsável pela maior produção de ATPs, cuja presença do oxigênio, o glicogênio se transforma em dióxido de carbono (CO²) e água, liberando energia capaz de ressintetizar até 39 moles de ATP. Além disso, toda esta reação da quebra completa de glicose não produz ácido lático. Neste processo, além da glicose, os ácidos graxos localizados no tecido adiposo e nos músculos também sofrem reações de oxidação (TUBINO, 2003). Nos esforços aeróbios a ressíntese de ATP pode ser obtida por meio da glicólise aeróbia, havendo consumo das reservas de glicogênio ou oxidação das gorduras. Quando os esforços forem extensos ou em casos de situações extremas, as reservas de proteína também acabam sendo uma fonte de energia ao processo oxidativo. e. Mecanismos de Absorção e Transporte A absorção é um processo complexo que envolve muitos caminhos distintos para nutrientes ou íons específicos. Entretanto, os dois mecanismos básicos de transporte utilizados são o transporte ativo e passivo. As principais diferenças entre os dois são se (1) a energia em forma de ATP é exigida e (2) o nutriente sendo transportado está se movendo com ou contra um gradiente de concentração. O transporte passivo não requer energia, e os nutrientes se movem de um local de alta concentração para um local de baixa concentração. No transporte passivo, uma proteína de transporte pode ou não ser envolvida. Se o nutriente se move pela membrana borda em escova sem uma proteína de transporte, é chamado de difusão passiva, ou transporte passivo simples. Entretanto, em casos em que uma proteína de transporte assiste a passagem do nutriente pela membrana borda em escova, esse processo é chamado de difusão facilitada (Figura 4). 20 Figura 4: Caminhos de transporte através da membrana celular, e mecanismos básicos de transporte. ATP, Trifosfato de adenosina Fonte: KRAUSE, 2018 O transporte ativo é o movimento da molécula através das membranas da célula na direção oposta ao seu gradiente de concentração, que, portanto, exige uma proteína de transporte e energia na forma de ATP. Alguns nutrientes podem partilhar de um mesmo transportador e, assim, concluir a absorção. Os sistemas de transporte ou portadores também podem ficar saturados, retardando a absorção do nutriente. Um exemplo notável de tal portador é o fator intrínseco, que é responsável pela absorção da vitamina B12. 3. METABOLISMO DOS CARBOIDRATOS Os carboidratos, compostos principalmente de glicose, são o alimento energético de preferência do corpo. Neste caso, parte da glicose é quebrada por células humanas, e parte atende as demandas energéticas das células. 21 As reações químicas do sistema aeróbio, realizadas na presença de oxigênio e sem o acúmulo de ácido lático nos músculos, são divididas em três séries: glicólise aeróbica, ciclo de Krebs e cadeia respiratória ou sistema de transporte de elétrons. A glicólise ocorre no citoplasma, transformando glicose em ácido pirúvico e pode ser feita por organismos aeróbios e anaeróbios, pois não necessita de oxigênio. Seu saldo final é de 2 ATPs, pois no processo são gastos 2 ATPs e adquiridos 4 ATPs. Neste processo são liberados elétrons com energia e hidrogênio que são captados pelo NAD (nicotinamida adenina dinucleotídeo) se transformando em NADH, que posteriormente ao final do processo, em combinação com oxigênio formarão água. Num sentido bioquímico, afirmam que a glicose aeróbia representa um sistema que procede num ritmo estável, pois na mesma velocidade em que o hidrogênio fica disponível ele acaba sendo oxidado. O que difere a glicólise anaeróbica da glicose aeróbica é que o oxigênio quando presente de forma suficiente no processo, ele age inibindo o acúmulo do ácido lático, porém, de forma que não há ressíntese de ATP. Afirmam que após a glicólise aeróbica o ácido pirúvico irreversivelmente é transformado em acetil-CoA, que se introduz no ciclo de Krebs, na qual seu substrato será degradado em dióxido de carbono e hidrogênios. O ciclo do ácido cítrico ou ciclo de Krebs é responsável pela transformação do ácido pirúvico (C³H4O³) em dióxido de carbono (CO²). No mesmo momento em que está ocorrendo suas reações a energia presente na molécula de glicose está sendo liberada. Destacam três eventos como importantes no ciclo de Krebs: a produção de dióxido de carbono, a oxidação (e redução), e a produção de ATP através da conversão de um composto chamado guanosina trifosfato (GTP). Caracteriza o ciclo descrevendo que este ocorre nas mitocôndrias onde ocorrerão oito reações na matriz mitocondrial dos eucariotos e que o oxigênio é necessário durante as reações. A liberação de elétrons energizados e hidrogênio que são capturados por NAD e FAD, que conseqüentemente são reduzidos também são fatores característicos do ciclo. Durante a glicólise e o ciclo de Krebs, a molécula de glicose é completamente oxidada, originando ATP – utilizado pela célula como fonte de energia, CO², - 22 eliminado pelos pulmões na expiração, e íons H+ - que são levados às cristas mitocondriais para a realização da cadeia respiratória. Figura 5. Figura 5: Metabolismo de Carboidratos Fonte: Slideplayer, 2020 Na mitocôndria, mais precisamente nas cristas mitocondriais (membrana interna) a cadeia respiratória realiza sete reações. Afirmam que os íons de hidrogênio e os elétrons penetram na cadeia respiratória por meio de NADH e FADH² e são conduzidos ao oxigênio através de uma série de reações enzimáticas, cujo resultado final será H²O. A cadeia respiratória ou fosforilação oxidativa, sintetiza ATP pela transferência de elétrons de NADH e FADH² para o oxigênio, ouseja, essa energia que é produzida em uma série de liberações faz com que ADP e PI sofram ressíntese de volta a ATP. Ao fim, são ressintetizados 39 moles de ATP. Responsáveis pela respiração celular (fosforilação oxidativa) e manutenção da vida dos seres aeróbicos, as mitocôndrias também são as principais geradoras de radicais livres emmamíferos, incluindo o homem. Diversos estudos demonstraram que o envelhecimento celular está associado à redução da integridade funcional das mitocôndrias e, consequentemente, ao aumento da produção de radicais livres e espécies reativas. 23 Alguns autores da teoria mitocondrial do envelhecimento sugerem que mutações ocorridas no genoma mitocondrial alteram o metabolismo mitocondrial, reduzindo a produção de ATP e predispondo a célula ao envelhecimento e a diversas doenças associadas a este (degeneração macular, progeria, ataxia telangiectasia. Ao contrário, a longevidade estaria associada à manutenção da estrutura e função adequadas das mitocôndrias. 4. METABOLISMO DAS GORDURAS As gorduras armazenam uma quantidade quase ilimitada de energia e por isso representam a mais abundante fonte de energia ao corpo. As gorduras podem ser metabolizadas somente na presença de oxigênio, e também são transformadas de sua formatriglicerídios em compostos com 2 carbonos SAIBA MAIS: Acesse o link: https://www.youtube.com/watch?v=pl8S8kyrlBQpara saber mais sobre o metabolismo de carboidratos. 24 através de uma série de reações denominada oxidação-beta, para a partir daí se introduzirem no ciclo de Krebs e na cadeia respiratória. Se as gorduras ou lipídeos armazenassem a mesma quantidade de energia que os carboidratos, aumentaria em cerca de cinco vezes o peso dos estoques energéticos. Afirmam que se as células não possuíssem quantidades adequadas para catabolizar, de imediato são as gorduras utilizadas para obtenção energética. Apesar deste potencial energético o processo consome 15% mais de oxigênio do que a degradação de glicídios. Figura 6. Figura 6: Metabolismo de lipídeos Fonte: Slideplayer, 2020 5. METABOLISMO DAS PROTEÍNAS As proteínas como as gorduras necessitam de oxigênio para serem metabolizadas e desempenham papel secundário no repouso. Além disso, sua contribuição quanto ao suprimento energético não ultrapassara 10%. Afirma que este sistema de fornecimento de energia nunca ocorre durante um exercício. As proteínas não são a fonte de energia preferencial das células, e que são 25 utilizadas quando liberam aminoácidos que aos se degradarem formam ácido pirúvico ou ainda são transformados em acetil-CoA. Figura 7. Figura 7: Metabolismo de Aminoácidos Fonte: Slideplayer, 2020 SAIBA MAIS: Acesse o link: https://www.youtube.com/watch?v=BvnM8DE4ajQ para saber mais sobre o metabolismo de proteínas. 26 1. REFERÊNCIAS Eduardo CartierLarangeira 2 Diego Luiz Leal.A Necessidade Da Bioenergetica No Futsal. Revista Caminhos, On-line, “Dossiê Saúde”, Rio do Sul, a. 2, n. 3, p. 101-119, abr./jun. 2011. Mahan, L. Kathleen e L. Kathleen Mahan, Janice L. Raymond. Krause alimentos, nutrição e dietoterapia /; [tradução Verônica Mannarino, Andréa Favano]. - 14. ed. Rio de Janeiro :Elsevier, 2018. WallisonJunio Martins da Silva e Carlos KusanoBucalen Ferrari. Metabolismo Mitocondrial, Radicais Livres e Envelhecimento. REV. BRAS. GERIATR. GERONTOL, RIO DE JANEIRO, 2011; 14(3):441-451.
Compartilhar