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Medicamentos na Prática Clinica - Barros - 1ed_Parte825

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826 Elvino Barros, Helena M. T. Barros & Cols. 
dilite anquilosante. A dismenorreia primária também responde ao uso de 
AINEs, sendo que naproxeno e ibuprofeno se mostraram superiores aos ácidos 
acetilsalicílico e mefenâmico. Lombalgia, dor ciática e dor pós-operatória po-
dem ser manejadas com AINEs quando não houver resposta com paracetamol. 
Constituem alternativa eficaz aos analgésicos opioides nas dores de intensida-
de maiores, quando administrados por via parenteral. O ácido acetilsalicílico 
em baixas doses apresenta uso racional e de indiscutível eficácia clínica em 
cardiopatia isquêmica. 
Todos os AINEs têm eficácia anti-inflamatória similar; assim, a escolha 
deve ser feita de acordo com a tolerância aos efeitos adversos, com a como-
didade posológica, com a experiência de uso e com os custos. Os perfis de 
efeitos adversos são basicamente os mesmos, mas há variação de intensidade. 
Fenilbutazona e indometacina estão entre os fármacos desse grupo farmacoló-
gico com maior toxicidade. Os inibidores seletivos da COX-2 apresentam custo 
mais elevado. 
Como a eficácia terapêutica é individual, na ausência de resposta clínica 
a um representante da classe, deve-se substituí-lo por um fármaco de sub-
grupo diferente. Vale ressaltar que exibem efeito teto, e, portanto, o aumento 
excessivo da dose leva a um aumento dos efeitos adversos, sem acrescentar 
benefício. A intolerância ao ácido acetilsalicílico é uma contraindicação ao uso 
de outros AINEs, pois reações cruzadas podem desencadear reações anafilá-
ticas fatais. 
Os AINEs não são recomendados na gestação, pois estão associados a efei-
tos teratogênicos e ao fechamento precoce do dueto arterioso no terceiro trimes-
tre de gestação. Mas, se os riscos superarem os benefícios, o ácido acetilsalicílico 
é provavelmente o mais seguro. Os idosos estão mais predispostos aos seus efei-
tos adversos, devendo ser utilizados com cautela nessa faixa etária. 
A principal limitação dos AINEs é a toxicidade gastrintestinal. Aproxi-
madamente SOO/o dos pacientes em uso regular de AINEs apresentam irritação 
digestiva; 15-30%, úlcera, quando examinados endoscopicamente, especial-
mente com ácido acetilsalicílico. Entretanto, eventos clínicos no trato gastrin-
testinal (TGI) se desenvolvem em 3-4,So/o desses pacientes apenas. 
Ao bloquear a COX-1, as prostaglandinas que normalmente inibiam a secreção gástrica de 
ácidos deixam de ser produzidas. Um outro mecanismo pelo qual os AINEs podem causar 
ulceração e perfuração gastroduodenal é por meio da irritação direta local. 
Para minorar esse efeito, são aconselhadas medidas como a administra-
ção com alimentos, pelo menor tempo possível e na menor dose efetiva. No 
caso de pacientes de alto risco (idosos, com história recente de úlcera péptica 
e em uso de anticoagulantes ou corticoides e uso de altas doses de AINEs), 
associar os inibidores da bomba de prótons, que se mostraram eficazes na 
prevenção de úlcera duodenal. 
Os efeitos adversos renais ocorrem na presença de disfunção renal pre-
existente ou de comprometimento da perfusão renal. Com isso, é necessário 
cautela em pacientes desidratados, hipotensos, com insuficiência cardíaca e 
naqueles com cirrose. 
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