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SUMÁRIO 1. APROPRIAÇÃO INDÉBITA 3 1.1 AUMENTO DE PENA 3 2. APROPRIAÇÃO INDÉBITA PREVIDENCIÁRIA 4 3. CONDUTAS EQUIPARADAS 4 4. EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE 5 5. PERDÃO JUDICIAL 5 6. INAPLICABILIDADE DO PERDÃO JUDICIAL 5 7. EXERCÍCIOS 6 8. GABARITO 6 2 CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO 1. APROPRIAÇÃO INDÉBITA – Art. 168, CP É a obtenção fraudulenta de dinheiro ou bens que pertencem a outra pessoa. Art. 168 - Apropriar-se de coisa alheia móvel, de que tem a posse ou a detenção: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. O sujeito ativo tem a posse ou a detenção desvigiada ou legítima do bem móvel, daí, o sujeito ativo investe o domínio daquele bem e passa a dispor como se a coisa fosse sua. ❶ CRIME PRÓPRIO: Apenas o possuidor ou detentor da coisa poderá praticar o crime. ❷ CRIME MATERIAL: O agente precisa dispor como se fosse dono da coisa. ❸ ELEMENTO SUBJETIVO: Dolo ❹ NÃO É CRIME DE MENOR POTENCIAL OFENSIVO ❺ ADMITE TENTATIVA 1.1 AUMENTO DE PENA– Art. 168,§ 1º CP § 1º - A pena é aumentada de um terço, quando o agente recebeu a coisa: I - em depósito necessário; II - na qualidade de tutor, curador, síndico, liquidatário, inventariante, testamenteiro ou depositário judicial; III - em razão de ofício, emprego ou profissão. A questão referente ao depósito necessário previsto no inciso I é tratada nos arts. 647 a 652, do CC. No inciso II, encontramos um rol taxativo, sem a possibilidade de aumento de pena em casos fora dos estabelecidos. Quanto ao inciso III, temos hipóteses de circunstâncias pessoais, incomunicáveis em concurso de pessoas. 3 2. APROPRIAÇÃO INDÉBITA PREVIDENCIÁRIA– Art. 168-A, CP A apropriação indébita veio para tipificar a conduta do agente que deixa de repassar à previdência social as contribuições recolhidas dos contribuintes, no prazo e forma legal ou convencional. Trata-se de um crime que afeta a ordem tributária, é um crime omissivo próprio já que só pode ser praticado por quem tinha o dever de repassar contribuições, através de uma omissão. Art. 168-A. Deixar de repassar à previdência social as contribuições recolhidas dos contribuintes, no prazo e forma legal ou convencional: Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa Para o STF e para o STJ, estará consumado o crime na data da constituição definitiva do crédito tributário, com o esgotamento da via administrativa. ➺ CRIME PRÓPRIO: Apenas aquele a quem cabe recolher as contribuições e repassá-las pode ser sujeito ativo . O sujeito passivo será a UNIÃO ➺ CRIME MATERIAL ➺ ELEMENTO SUBJETIVO: dolo ➺ NÃO É CRIME DE MENOR POTENCIAL OFENSIVO ➺ NÃO ADMITE TENTATIVA: trata-se de um crime omissivo próprio. 3. CONDUTAS EQUIPARADAS – Art. 168-A, §1º CP §1º Nas mesmas penas incorre quem deixar de: I – recolher, no prazo legal, contribuição ou outra importância destinada à previdência social que tenha sido descontada de pagamento efetuado a segurados, a terceiros ou arrecadada do público; II – recolher contribuições devidas à previdência social que tenham integrado despesas contábeis ou custos relativos à venda de produtos ou à prestação de serviços; III - pagar benefício devido a segurado, quando as respectivas cotas ou valores já tiverem sido reembolsados à empresa pela previdência social. 4 4. EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE – Art. 168-A, §2º CP § 2º É extinta a punibilidade se o agente, espontaneamente, declara, confessa e efetua o pagamento das contribuições, importâncias ou valores e presta as informações devidas à previdência social, na forma definida em lei ou regulamento, antes do início da ação fiscal. O STF já decidiu que a quitação, mesmo depois do trânsito em julgado, pode beneficiar o agente, já que a Lei 10.684/03 não estabelece tempo, e não cabe ao judiciário estabelecê-lo. Não cabe outra interpretação a não ser a de que o adimplemento do débito tributário, a qualquer tempo, é causa extintiva da punibilidade (HC 362,478/SP, rel. Min. Jorge Mussi. DJe 20/09/2017) 5. PERDÃO JUDICIAL– Art. 168-A,§3o CP § 3º É facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou aplicar somente a de multa se o agente for primário e de bons antecedentes, desde que: I – tenha promovido, após o início da ação fiscal e antes de oferecida a denúncia, o pagamento da contribuição social previdenciária, inclusive acessórios; ou (Revogado tacitamente pelo art. 9o da Lei 10.684/03) II – o valor das contribuições devidas, inclusive acessórios, seja igual ou inferior àquele estabelecido pela previdência social, administrativamente, como sendo o mínimo para o ajuizamento de suas execuções fiscais. 6. INAPLICABILIDADE DO PERDÃO JUDICIAL– Art. 168-A, §4º CP § 4º A faculdade prevista no § 3º deste artigo não se aplica aos casos de parcelamento de contribuições cujo valor, inclusive dos acessórios, seja superior àquele estabelecido, administrativamente, como sendo o mínimo para o ajuizamento de suas execuções fiscais. No âmbito federal, o valor mínimo para o ajuizamento da execução fiscal é de R$20.000,00 (Portaria MF 75/2002). Qualquer valor acima, não cabe ao juiz deixar de aplicar a pena. 5 7. EXERCÍCIOS 01 - Quanto ao delito de apropriação indébita, em caso de bem de valor inferior a um salário mínimo e sendo primário o agente, é correto afirmar que: A. não há qualquer afetação da configuração do crime. B. há expectativa ao reconhecimento da forma privilegiada. C. há direito subjetivo à aplicação de atenuante obrigatória. D. há direito subjetivo ao reconhecimento da forma privilegiada. E. há incidência do princípio da insignificância. 02 - No crime de apropriação indébita, o agente consegue ou recebe a posse ou detenção do bem móvel de outrem já inicialmente de forma clandestina, e o crime se consuma quando logra ter a posse tranquila do objeto material do crime. CERTO ( ) ERRADO ( ) 03 - Deixar de repassar à previdência social as contribuições recolhidas dos contribuintes, no prazo e forma legal ou convencional constitui crime de apropriação indébita previdenciária. CERTO ( ) ERRADO ( ) 8. GABARITO 01 – D 02 – E 03 – C 6