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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS ESCOLA SUPERIOR DE CIÊNCIAS DA SAÚDE Disciplina: Fundamentos de Assistência ao Paciente Discente: Ana Rita de Castro Vieira – 2112010006 A comunicação terapêutica como fator de humanização na Atenção Primária Primariamente, o artigo aponta a cultura atual da sociedade como fator que dificulta a relação médico-paciente para um atendimento humanizado, observado no trecho “[...]considerando a cultura que a sustenta, precisa despertar para a necessidade do cuidado diante das realidades vulneráveis [...]necessitamos da conversão comunicativa das práticas de acolhimento na relação médico-paciente para a humanização do cuidado, e na eficiência da promoção da saúde.” A saúde é apresentada como o incentivo para a qualidade de vida e no Brasil, o incentivo é baseado no Sistema Único de Saúde (SUS) tendo como foco seus princípios de universalidade, integralidade e equidade. As práticas de saúde devem atender os direitos e deveres dos usuários dos serviços de saúde, estabelecido pelo Ministério da Saúde. O conjunto de ações que devem ser feitas de forma ordenada para a assistência completa para a saúde da pessoa. A Atenção Primária corresponde ao primeiro contato aos serviços de saúde dos usuários do SUS, como exemplo podemos citar as Unidades Básicas de Saúde (UBS). Como descrito no artigo, o Ministério da Saúde oficializa a Atenção Primária como “um conjunto de ações de saúde, no âmbito individual e coletivo, que abrangem a promoção e a proteção da saúde, a prevenção de agravos, o diagnóstico, o tratamento, a reabilitação e a manutenção da saúde” Na Atenção Básica, sempre é indicado levar em consideração diversos fatores que vão além da doença em si, mas também questões socioculturais, visando o tratamento e a prevenção de enfermidades. Outro ponto importante é a relação do ambiente social com o ambiente hospitalar, visto no trecho: “É urgente deslocá-los do hospital centrismo e da alta especialização que caracterizam a estrutura do sistema de saúde e a formação dos profissionais e levá-los para a riqueza da biografia das vidas.” Pode-se concluir, com esse fragmento, que além pensar em hospitais com o local de cura, deve-se atentar a condições externas a esse ambiente, que incluem o modo de vida dos pacientes e como influenciam na saúde dele. A conduta profissional é extremamente relevante para qualquer trabalho, principalmente quando o destino do trabalho é o corpo humano. A ética profissional e o respeito a autonomia do paciente devem ser seguidos, visando a melhora da pessoa atingida. Com isso, a humanização se torna uma ferramenta indispensável. É ressaltado como a atenção primária defini o tipo de segmento que um caso irá levar, como dito no trecho: “A Atenção Primária é uma abordagem que forma a base e determina o trabalho de todos os outros níveis do sistema de saúde.” O artigo afirma, ainda, que muitos problemas da comunidade são discutidos nesse meio, pois seu foco é a prevenção, tratamento e reparação de condições de saúde adversas. Uma questão bem discutida é a conduta de profissionais da saúde com formação clínica ótima, mas que não tratam de outras áreas relevantes, pois o foco está apenas em tratar a doença diagnosticada. Segundo o artigo, isso causa uma deficiência que dificulta a comunicação e o entendimento completo do paciente como indivíduo e sua complexidade. Assim, é necessário que as informações sejam passadas de forma clara para a total compreensão. A comunicação terapêutica é abordada com um recurso de valorização do ser, incluindo as diversas dimensões que agregam para o tratamento correto da pessoa. Para isso, o texto afirma que o papel das emoções e afetividade são significativos para a criação de um ambiente que tornem a assistência primárias mais eficiente e efetiva. “A comunicação não pode ser uma barreira entre o profissional e o paciente, ao contrário, ele deve abrir caminhos para a manifestação clara de suas intenções na relação de ajuda[...]”Ao mesmo tempo que a comunicação é importante, a responsabilidade lidar com as informações adquiridas de forma a respeitar a integridade dos pacientes é um compromisso inquebrável, onde existe um respeito mútuo para ambas as partes. Um termo citado são os distúrbios de comunicação, onde os usuários recusam as indicações medicas e os profissionais não admitem que não conseguem passar informações claras para os seus pacientes. Isso acaba gerando impactos negativos no tratamento, evitando a resolução dos problemas apresentados. Dessa forma, toda a equipe da Atenção Primária deve estar aberta para o acompanhamento dos usuários, identificando individualidades que interferem de forma negativa ou positiva no processo de cura. Tendo a comunicação como elemento terapêutico, é possível desenvolver uma relação respeitosa que envolvem paciente e profissional para o caminho mais alinhado a ajuda prestada, mostrado no trecho: “: uma relação interpessoal quando um e outro se encontram e se tratam como pessoas dignas, em uma relação de ajuda.” Nesse caso, a comunicação se torna um fator de humanização, visando a reciprocidade ao tratamento, para quem indica e quem vai usufruir. O desafio descrito é a forma como esse elemento vai ser conduzido sem que não haja nenhuma forma de negligência, assim, o texto estabelece que a ética do cuidado é a compostura essencial. O foco sempre será preservar a dignidade humana de forma que a comunicação terapêutica seja um meio da área da saúde para alcançar esse objetivo, desde o nascer até processo de morrer. “Cuidar é um ato de respeito à essência da vida, assim como vida e para a vida, pois, de fato, tudo que não é cuidado morre: as plantas, os animais e as pessoas.” O artigo traz como um ponto da ciência a desumanização, que em nenhuma circunstância se aplica a saúde, pois vai além de só a descrição de sintomas e o desenrolar de uma doença. Esse problema existe em vários momentos na atenção básica, embora as diretrizes exijam uma conduta diferente, a de acolhimento e responsabilidade no atendimento aos usuários do SUS. É dito que para a mudança, é necessário a descentralização do médico, e incluir também o paciente como membro ativo do próprio cuidado. Muitos serviços de atendimentos são taxados de tecnicamente ótimos, mas tropeçam no sentido de humanização, quando não invalida os sentimentos do usuário. Até mesmo, existem situações em que nenhuma informação é passada ao paciente, deixando o paciente no escuro. O texto defini o verbo humanizar como preservar a dignidade e ética humana, aceitando que todos temos necessidades diferentes, segundo a linha: “Então, o que é humanizar? Humanizar é garantir à palavra a sua dignidade ética.” O cuidado é estabelecido como ação que promove a manutenção da vida e da saúde, que admite as habilidades de cada ser humano, e de acordo com essas habilidades cada pessoas assume um papel na relação médico-paciente, cada um tem suas responsabilidades para a promoção da saúde. Uma forma de diminuir os problemas de comunicação apresentada no artigo é a interação que inclui compreensão e aprendizado. Essas competências permitem a integração da humanização e do diálogo, a partir daí pode-se existir o aprimoramento do cuidado da saúde e da prevenção de doenças. A comunicação pode parecer simples, mas seu real conceito envolve um processo de crescimento e vivência, que na área da saúde é imprescindível para o tratamento humanizado, pois sem ela o cenário de pacientes com dificuldades e profissionais sem competências comunicativas são frequentes e podem ocasionar em negligências. É claro que no meio do ato de se comunicar devem estar presentes o acolhimento pois isso ajudara os profissionais das UBS’s a fazer uma avaliação completa e responsável sobre as necessidades dos usuários. Dessa forma, o acolhimento deve estar em todos os locais e situações duranteo serviço de saúde, sempre visando a humanização. Os principais objetivos alcançados com a comunicação e o acolhimento é a escuta, a identificação, a explicação, a qualidade e a clareza que o processo de saúde vai realizar. “O acolhimento é a assistência profissional que propõe mudanças na relação com o usuário, e cabe a comunicação clarificar as respostas e as orientações aos usuários e suas famílias”, nesse trecho podemos observar que a melhoria dos pacientes não é algo exato e simples de se fazer, pois cada caso vai trazer uma história e terá uma solução diferente e cabe ao profissional saber repassar as informações de forma correta. A comunicação terapêutica surge como a alternativa de evitar conflitos maiores desentendimentos entre profissional e paciente, pois com ela é mais fácil estabelecer um cenário completo do paciente, suas queixas, enfermidades, histórico de medicamento e outras informações sobre a saúde. Ela permite a valorização do outro, tornando-o instrumento fundamental da cura dos próprios pacientes. Porém existem implicâncias para atribuição da comunicação eficiente, como o cuidado com as palavras para não desencorajar o paciente ou mesmo piorar o quadro clínico. De qualquer forma, a comunicação exige um vínculo empático para fazer com que o paciente se adeque da melhor maneira a nova situação, infelizmente isso nem sempre ocorre, dificultando a clareza da situação e a equipe profissional deve adquirir habilidades de comunicação, a fim de escutar bem, não mentir e evitar conspirações ou falsas esperanças para os pacientes e seus familiares. Essa comunicação não se restringe apenas ao informar, é necessário a empatia para saber buscar as respostas corretas e entender as preocupações do outro lado, de forma que haja a presença real do profissional que busca a melhora de seu paciente com responsabilidade. O diálogo integrador é uma forma de evitar a conclusão equivocada, presumindo que o interlocutor esteja entendo tudo que é repassado e a comunicação antecipada deve ser evitada, para que erros de interpretação não ocorram. A comunicação confrontativa que invadem as emoções do interlocutor com comparações e antipatia. Assim, o profissional deve se comunicar de maneira natural e clara, demonstrando seu real pensamento, respeitosamente. “É interessante validar por meio da fala “do outro” se realmente houve a compreensão adequada e assertiva do que foi finalizado”, no trecho é admitido que a resposta de quem escutar e essencial para o processo do entendimento, valorizando também a escuta do paciente. Conclui-se então, que a comunicação é vital para qualquer processo da promoção da saúde, pois ela determinar todas as instâncias do atendimento, onde a porta de entrada é a Atenção Primária, disponibilizada pelo SUS. E para o desenvolvimento da comunicação terapêutica é necessário empatia, verdade e sensibilidade nas escolhas. Observar a realidade das situações permite a tomada de decisão mais certeira e o enriquecimento das habilidades profissionais. Sendo assim a humanização está conectada diretamente a comunicação, e são essenciais para a valorização de todos os aspectos da vida humana.
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