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Sumário da apresentação: 1) AS NEGOCIAÇÕES COMO SOBREVIVÊNCIA: HISTÓRICO E MUDANÇAS 2) A CONTRIBUIÇÃO DAS DISCIPLINAS ACADÊMICAS PARA O CONHECIMENTO SOBRE A NEGOCIAÇÃO 3) A MUDANÇA NA PERCEPÇÃO SOBRE A NEGOCIAÇÃO 1) AS NEGOCIAÇÕES COMO FORMA DE SOBREVIVÊNCIA: HISTÓRICO E MUDANÇAS A Negociação é uma atividade intrínseca às relações humanas. Ela está presente tanto na história da humanidade, desde tempos imemoriais, como no nosso cotidiano, nas interações que estabelecemos no nosso dia-a-dia. Ela visa de maneira geral a solução de conflitos de diferentes naturezas (econômica, social, política, territorial, religiosa, etc) entre indivíduos, organizações e nações. Portanto, a negociação como forma de resolução de conflitos interpessoais existe desde os primórdios da vida em sociedade, no entanto, com o decorrer tempo, e com a complexificação das sociedade, a negociação passou por mudanças, e assumiu novas formas e institucionalidades. 1.2) Fatores históricos que contribuíram para o desenvolvimento da negociação (continuação): 1.2.2) A urbanização As civilizações clássicas (Grécia e Roma): a complexificação das cidades e do regime de governo democrático também impulsionaram o desenvolvimento das negociações sobre as regras de convivência e de representação dos interesses dentro da pólis. Além disso, o desenvolvimento filosófico, do discurso, da oratória e da argumentação também influenciaram as formas de negociação então vigentes. 1.2.3) A formação dos Estados Modernos na Europa Ocidental O Estado Moderno caracteriza as formações históricas surgidas na Europa do século XV- XVI, nas quais um príncipe ou rei consegue impor sua vontade e sua lei dentro de um determinado território geograficamente delimitado (centralização do poder). Em lugar de uma organização fragmentada – que caracterizava a divisão de feudos durante a Idade Média – os Estados Modernos representaram a unificação e a criação e estabelecimento de regras, sistemas políticos, jurídicos, cultura, língua, costumes, aparato administrativo, militar e sistema de trocas comuns a um povo. Tanto a formação dos Estados Modernos (muitas deles surgidos de conflitos entre povos e etnias diferentes) quanto a manutenção da paz dentro dos territórios ensejaram uma série de negociações e acordos nos tempos de paz e de guerra. 1.2) Fatores históricos que contribuíram para o desenvolvimento da negociação (continuação): 1.2.4) A urbanização e a industrialização A Revolução Industrial no final do século XVIII impulsionou o processo de urbanização uma vez que a instalação das fábricas e as mudanças ocorridas no campo estimularam a aglomeração populacional nas cidades e o desenvolvimento da infraestrutura urbana. Uma série de novas regras de convivência dentro destas novas estruturas (cidades e fábricas) foram necessárias para estabilizar as relações sociais. 1.2.5) O Fordismo e o Taylorismo •A produção em massa taylorista e fordista desenvolvida nos EUA no início do século XX, e que se expandiu posteriormente em outros países do mundo, também contribuiu para o aumento do tamanho das organizações empresariais e para a sua complexificação. Estes fatores alteraram a natureza, a escala e a intensidade dos conflitos e das negociações dentro e fora das organizações empresariais, nas suas relações com os Estados, com os trabalhadores, os fornecedores, os parceiros e etc. 1.2.6) O Toyotismo • Finalmente, dentro do contexto mais atual das organizações empresariais, o paradigma da produção Toyotista, que surgiu e se expandiu no Japão nos anos de 1960/1970, foi caracterizado pelo enxugamento das empresas e pela sua desverticalização. Dentro empresas, isto significava concentrar os recursos e as energias nas atividades essenciais (core-business) e subcontratar a outras empresas atividades consideradas não essenciais (non-core). A intensificação da terceirização dentro das empresas também ampliou a necessidade de negociar, estabelecer e gerir contratos com um número cada vez maior e mais diversificado de empresas de pequeno, médio e grande porte. 1.2) Fatores históricos que contribuíram para o desenvolvimento da negociação: 1.2.1) A especialização das funções, o comércio e a escrita A produção de excedentes, a divisão do trabalho e a especialização das funções (entre artesãos, produtores de tecidos, de calçados, de alimentos, de bebidas, etc) impulsionaram as atividades de troca e o estabelecimento de equivalentes gerais para a realização dessas troca (as moedas)As relações comerciais e o uso de moedas impulsionaram a prática da negociação. Os Fenícios eram povos que ocupavam o território do atual Líbano há 3 mil anos a.C. e que se destacaram pelo desenvolvimento do alfabeto e das atividades comerciais com outros povos. O desenvolvimento da escrita favoreceu posteriormente o florescimento de formas de gerir e administrar os recursos e de estabelecer acordos formais de diferentes naturezas. * Lembre-se que durante muito tempo na história parte das trocas eram realizadas através de escambo (troca de alguns produtos por outros). O desenvolvimento e a expansão de sistemas monetários nacionais – caracterizados pela ampla utilização das moedas para as trocas – ocorre quando da formação dos Estados Nacionais na Europa (séculos XV-XVI) e da consequente imposição de regras e de um sistema de leis e de trocas uniformizados dentro de um território. 2) A CONTRIBUIÇÃO DAS DISCIPLINAS ACADÊMICAS PARA A NEGOCIAÇÃO A Administração busca de compreender a racionalidade dentro das negociações, bem como o desenvolvimento de técnicas e procedimentos mais eficientes. A negociação é vista sob o prisma da lógica e dos interesses dos agentes; A Psicologia busca da compreensão dos fatores emocionais envolvidos nas negociações; A Filosofia e o estudo da Ética como fonte da definição dos comportamentos e dos limites e possibilidades dentro de uma negociação; A Sociologia e a História buscam de compreender a cultura, os valores, os hábitos e os costumes como fatores que influenciam as negociações; E quanto à contribuição da Antropologia? A Antropologia, como ciência que tem por objeto o estudo da cultura, se propõe a compreender a forma como o “outro” vê o mundo, e produz sentido sobre esse mundo. Ela nos estimula a ver a partir da perspectiva dos outros. Esta é uma capacidade/competência essencial para os bons negociadores! 3) A MUDANÇA NA PERCEPÇÃO SOBRE A NEGOCIAÇÃO: Habilidade Inata / Dom A negociação: X Profissionalização / Competência e aprendizado Em princípio, a habilidade de negociar era considerada uma qualidade inata a determinadas pessoas, perfis e personalidades. Com a profissionalização da negociação e da representação, buscou-se desenvolver mecanismos e técnicas que visassem aumentar as chances de sucesso dentro das negociações. Neste sentido, podemos afirmar que a habilidade para negociar pode ser desenvolvida a partir do estudo e da aplicação de determinadas estratégias. Esta necessidade de estabelecer parâmetros, procedimentos e estratégias para alcançar sucesso nas negociações de diferentes naturezas foi resultado dos processos de urbanização e de complexificação da vida moderna nas diferentes escalas (econômica, social, religiosa, cultural e política).
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