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INSTITUTO DE CONTROLE DO ESPAÇO AÉREO DIVISÃO DE ENSINO ARTIGO CIENTÍFICO ANÁLISE DO IMPACTO DA METEOROLOGIA AERONÁUTICA NO FLUXO DA NAVEGAÇÃO AÉREA Jimmy Nogueira de Castro – 2º Ten QOEMET NOME DO ALUNO CLIMATOLOGIA E ESTATÍSTICA LINHA DE PESQUISA MET001/12 Curso e Ano 1 ARTIGO CIENTÍFICO ANÁLISE DO IMPACTO DA METEOROLOGIA AERONÁUTICA NO FLUXO DA NAVEGAÇÃO AÉREA TÍTULO CLIMATOLOGIA E ESTATÍSTICA LINHA DE PESQUISA 25/JUNHO/2012 .............................. DATA MET001/2012 ................................................ CURSO Este documento é o resultado dos trabalhos do aluno do Curso de Especialização em meteorologia Aeronáutica do ICEA. Seu conteúdo reflete a opinião do autor, quando não for citada a fonte da matéria, não representando, necessariamente, a política ou prática do ICEA e do Comando da Aeronáutica. 2 RESUMO O objetivo deste trabalho foi a identificação, através das causas dos atrasos dos voos, do impacto causado pela meteorologia na operação dos aeroportos de maior fluxo no Brasil, com a finalidade de destacar a importância da meteorologia aeronáutica no gerenciamento do fluxo da navegação aérea. Os resultados permitiram, com o apontamento dos fenômenos mais impactantes de cada aeroporto e seus períodos de maior ocorrência, suscitar pontos críticos da meteorologia aeronáutica no fluxo da navegação aérea. Para o estudo do impacto causado pela meteorologia, foram utilizadas as informações do comportamento da malha aérea brasileira no ano de 2011 e, para o estudo dos fenômenos de maior ocorrência, os dados meteorológicos observados do período de 2007 a 2011. Palavras-chave: Meteorologia. Atrasos. Voos. ABSTRACT The objective of this study was to identify, through the causes of flight delays, the impact of weather on the operation of airports with a greater flow in Brazil, aiming to highlight the importance of aeronautical meteorology in managing the flow of air navigation. The results allowed, with the appointment of the most striking phenomena of each airport and their periods of highest incidence, raise critical points of aeronautical meteorology in the flow of air navigation. To study the impact of weather, we used the information about the behavior of the Brazilian air transportation network in the year 2011 and for the study of phenomena that occurred most often the observed meteorological data for the period 2007 to 2011. Keywords: Meteorology. Delays, Flight. 3 INTRODUÇÃO Na economia brasileira, o setor aéreo merece destaque, pois, vem demonstrando um crescimento acelerado. De acordo com a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (INFRAERO), o número de passageiros das empresas aéreas cresceu cerca de 60% nos últimos cinco anos. E, juntamente com o setor, cresce também o número de clientes mais exigentes, o que traz um desafio a ser perseguido pelos órgãos e empresas envolvidas neste setor, que é a redução dos atrasos dos voos. Para vencer este desafio, primeiramente, deve-se conhecer o motivo dos atrasos dos voos. De acordo com a FAA (Federal Aviation Administration), órgão regulador da aviação civil dos Estados Unidos, a maior causa dos atrasos dos voos neste país é por condições meteorológicas. No Brasil, esta pergunta, se feita há alguns anos atrás, poderia ter várias respostas, como: aumento da demanda, infraestrutura aeroportuária, quantidade de controladores de tráfego aéreo, entre outras. Porém, o país esta recebendo um forte investimento no setor, principalmente pelos preparativos dos eventos esportivos que acontecerão em 2014 (Copa do Mundo de Futebol) e 2016 (Olimpíadas). De acordo com os dados fornecidos pelo Centro de Gerenciamento e Navegação Aérea (CGNA) - órgão responsável pelo gerenciamento do fluxo da navegação aérea do espaço aéreo brasileiro - o Brasil apresenta nos dias de hoje, índices semelhantes aos da FAA. A proposta deste trabalho é identificar o impacto causado pela meteorologia no fluxo da navegação aérea, descrevendo as principais causas dos atrasos dos voos com o objetivo de destacar a importância da meteorologia aeronáutica. Propõe-se também destacar os pontos críticos da meteorologia aeronáutica no fluxo da navegação aérea brasileira apresentando uma visão geral das frequências de ocorrência destes fenômenos. 4 1. DADOS E MÉTODOS Para a realização deste trabalho, inicialmente, procurou-se identificar os aeroportos de maior fluxo no Brasil, que serviram como base para o estudo dos fenômenos que mais impactaram estes aeroportos no ano de 2011. Foram utilizados os dados estatísticos fornecidos pela INFRAERO para a seleção e identificação destes aeroportos. Também foram incluídos os aeroportos das cidades que sediarão os eventos esportivos internacionais de 2014 (Copa do Mundo de Futebol) e 2016 (Olimpíadas) e que não fizeram parte da seleção anterior. Para este estudo, foram definidos os seguintes termos: • Atraso nos voos: decolagens e pousos que ocorreram com 15 minutos ou mais além dos seus horários previstos. • Impacto: qualquer causa que contribua diretamente para atrasos ou cancelamentos de voos. Para a realização das estatísticas dos atrasos dos voos, bem como suas causas, foram utilizado como fonte os Relatórios de Situação Diária do Gerente Nacional do CGNA do ano de 2011. Neste relatório estão expressas todas as medidas adotadas no gerenciamento do fluxo da navegação aérea visando minimizar os atrasos dos voos em coordenação com todos os órgãos e empresas envolvidos. Adotou-se como referencial teórico para este estudo Pejovic (2008). Para a classificação dos fenômenos meteorológicos que mais impactam os aeroportos, foi utilizado Pejovic (2008) e os fenômenos relacionados nos Relatórios de Situação Diária do GNAC, conforme descritos na figura 1. Considerou-se como causa de impacto no fluxo da navegação aérea todos os eventos que causaram atrasos e que necessitaram de qualquer tipo de medida de gerenciamento de fluxo de navegação aérea do GNAC. Foram identificados os fenômenos meteorológicos que mais impactaram os aeroportos selecionados através das estatísticas fornecidas pelos Relatórios de Situação Diária do GNAC do ano de 2011. 5 Obtêm-se a frequência dos fenômenos meteorológicos encontrados no passo anterior através da Rede de Meteorologia do Comando da Aeronáutica (REDEMET) – meio oficial de divulgação das informações meteorológicas utilizadas na aviação brasileira. Foram utilizados os dados meteorológicos observados no ano de 2011. Para cada aeroporto foram classificados os fenômenos meteorológicos que impactam o fluxo da navegação aérea e os seus meses de maior ocorrência tendo como base os dados da REDEMET do período de 2007 a 2011. Com o cruzamento dos fenômenos meteorológicos que mais impactam a malha aérea e seus períodos de maior ocorrência em cada um dos aeroportos selecionados para este trabalho, destacou-se os pontos críticos da meteorologia aeronáutica no fluxo da navegação aérea. Fig. 1: Fenômenos meteorológicos que impactam a aviação. Fonte: Adaptado de Pejovic, 2008 e GNAC,2011. 6 2. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS A figura 2 descreve os aeroportos que foram utilizados neste estudo representando o fluxo de passageiros tendo como base o ano de 2011. Para cobrir todas as cidades que participarão dos eventos esportivos mundiais que acontecerão em 2014(Copa do Mundo de Futebol) e 2016 (Olímpiadas), além dos doze aeroportos com o maior fluxo de passageiros, foram incluídos também os aeroportos de Manaus (AM), Natal (RN) e Cuiabá (MS). A posição no ranking de maior fluxo de passageiro foi expressa entre parênteses no final do nome de cada aeroporto. Fig. 2: Aeroportos com maior fluxo de passageiros. Fonte: INFRAERO, 2011. A figura 3 representa a causa dos atrasos dos voos tendo como bases os Relatórios de Situação Diária do GNAC no ano de 2011. Segue abaixo a descrição dos resultados encontrados: • Fechamento de pista: foram contabilizadas as ocorrências que ocasionaram o fechamento de pista que impactaram o fluxo da 0 10.000.000 20.000.000 30.000.000 40.000.000 SBGR - Aeroporto Internacional de Guarulhos (1º) SBSP - Aeroporto de Congonhas (2º) SBBR - Aeroporto Internacional de Brasília (3º) SBGL - Aeroporto Internacional do Galeão (4º) SBCF - Aeroporto Internacional de Confins (5º) SBRJ - Aeroporto Santos-Dumont (6º) SBSV - Aeroporto Internacional de Salvador (7º) SBPA - Aeroporto Internacional de Porto Alegre (8º) SBKP - Aeroporto Internacional de Campinas (9º) SBCT - Aeroporto Internacional de Curitiba (10º) SBRF - Aeroporto Internacional de Recife (11º) SBFZ - Aeroporto Internacional de Fortaleza (12º) SBEG - Aeroporto Internacional de Manaus (15º) SBNT - Aeroporto Internacional de Natal (18º) SBCY - Aeroporto Internacional de Cuiabá (19º) Quantidade de passageiros em 2011 Aeroportos com maior fluxo de passageiros 7 navegação aérea. Os motivos mais observados foram: animais transitando na pista, pássaros mortos, obras (manutenção) e acidentes/incidentes (exemplo: afundamento de pista, quebra de trem de pouso e aeronave sem condições de taxiar). • Equipamento: foram contabilizadas as inoperâncias de equipamentos que impactaram a malha aérea. O motivo mais observado foi: manutenção dos radares de trafego aéreo. • Demanda maior que capacidade: foram contabilizadas todas as ocorrências que ocasionaram impactos na malha aérea por motivos do volume ter sido maior que a capacidade suportada. Os motivos mais observados foram: demanda por pátio nos aeroportos, aumento dos voos em vésperas de feriados prolongados e restrições de setores de trafego aéreo. • Meteorologia: Foram contabilizadas todas as ocorrências que impactaram a malha aérea por motivos meteorológicos. Os motivos encontrados foram por ocorrências de: trovoadas, nevoeiro, condições extremas de vento (cortante de vento, direção, velocidade e rajada), turbulência, cinzas vulcânicas, precipitação, visibilidade e teto. • Outros: Foram contabilizados os eventos não corriqueiros, como por exemplo: greve dos aeroviários, incêndio em instalações do aeroporto, situação de aeronave em emergência, entre outros. Não foram contabilizados os atrasos que tenham sido causados pelas empresas aéreas. 8 Fig. 3: Causas dos atrasos dos voos. Fonte: GNAC, 2011. A figura 4 mostra que os Relatórios de Situação Diária do GNAC do ano de 2011 indicaram que restrições na operação de aeroportos e de setores do espaço aéreo por motivos meteorológicos, contribuíram para o aumento da demanda de outros setores aéreos, ocasionando indiretamente atrasos de voos pela demanda ser maior do que a capacidade suportada. Foi associado à meteorologia 67% do total de atrasos pela demanda maior do que a capacidade suportada. Fig. 4: Contribuição da meteorologia para o aumento da demanda > capacidade. Fonte: GNAC, 2011. A figura 5 representa o percentual dos fenômenos meteorológicos que impactaram a malha aérea no ano de 2011 conforme descritos abaixo: • Precipitação: ocorrências em que a precipitação contribuiu diretamente para o atraso ou cancelamento de voos. Exemplo: fechamento da pista por formação de lamina d’água. Demanda > Capacidade 30% Meteorologia 49% Equipamento 8% Fechamento de Pista 6% Outros 7% Causas dos atrasos dos voos em 2011 67% 33% Contribuição da meteorologia para o aumento da demanda > capacidade Atrasos por Demanda > capacidade por consequência da meteorologia Atrasos por Demanda > capacidade sem influência da meteorologia 9 • Nevoeiro: ocorrências em que a visibilidade abaixo de 1000 metros impactou os aeroportos. • Visibilidade: ocorrências em que a visibilidade acima de 1000 metros impactou os aeroportos. • Teto: ocorrências em que o teto de nuvens abaixo de 1500ft foi fator contribuinte para o atraso e cancelamento de voos. • Trovoadas: ocorrências em que as trovoadas contribuíram para o atraso ou cancelamento de voos. • Cinzas vulcânicas: ocorrências nos meses de junho e julho do vulcão Puyehue que se localiza na Cordilheira dos Andes, a uma altitude de 2.240 metros e que causaram impactos ao fluxo da navegação aérea brasileira. • Turbulência: ocorrências em rota que os desvios dos voos causaram atrasos. Fig. 5: Fenômenos/elementos meteorológicos que impactaram a malha aérea em 2011. Fonte: GNAC, 2011. A figura 6 apresentou, para cada aeroporto selecionado para este estudo, o total de ocorrências dos fenômenos meteorológicos que mais impactam a malha aérea brasileira, conforme apontados na figura 5. Trovoadas 16% Precipitação 25% Nevoeiro 17% Visibilidade 11% Teto 23% Turbulência < 1% Cinzas Vulcânicas < 1% Vento 7%0% Fenômenos/elementos meteorológicos que impactaram a malha aérea em 2011 10 A figura 6.(a) identificou os aeroportos de Manaus (SBEG), Guarulhos (SBGR), Campinas (SBKP), Brasília (SBBR), Porto Alegre (SBPA) e Cuiabá (SBCY), respectivamente, como os aeroportos com as maiores ocorrências de trovoada no período de 2007 a 2011 e, os aeroportos de Fortaleza (SBFZ), Natal (SBNT), Recife (SBRF) e Salvador (SBSV), com os menores valores de ocorrências de trovoada para o mesmo período. A figura 6.(b) apontou para os aeroportos de Curitiba (SBCT), Guarulhos (SBGR), Manaus (SBEG), Porto Alegre (SBPA) e Confins (SBCF), respectivamente, como os aeroportos como as maiores ocorrências de nevoeiro no período de 2007 a 2011 e, os aeroportos de Fortaleza (SBFZ), Natal (SBNT), Recife (SBRF) e Salvador (SBSV), com os menores valores de ocorrências de nevoeiro para o mesmo período indicando valores inferiores a dez ocorrências nos cinco anos contabilizados. A figura 6.(c) mostrou uma distribuição regular nas ocorrências de precipitação forte ou moderada nos aeroportos selecionados para este trabalho, porém, merecem destaque os aeroportos de Salvador (SBSV), Guarulhos (SBGR), Congonhas (SBSP) e Manaus (SBEG) como os aeroportos com as maiores ocorrências deste fenômeno meteorológico para o período de 2007 a 2011. Os aeroportos Santos Dumont (SBRJ), Fortaleza (SBFZ) e Galeão (SBGL) foram indicados na figura 6.(c) como os aeroportos com os menores valores de ocorrências de precipitação moderada ou forte para o mesmo período mencionado. A figura 6.(d) apresentou os aeroportos de Curitiba (SBCT), Congonhas (SBSP), Guarulhos (SBGR) e Porto Alegre (SBPA), respectivamente, como os aeroportos com as maiores ocorrências de teto de nuvens abaixo de 1500ft no período de 2007 a 2011 e os aeroportos de Fortaleza (SBFZ) e Recife (SBRF) com os menores valores de ocorrências para o mesmo período. A figura 6.(e) ressaltou os aeroportos de Guarulhos (SBGR), Curitiba (SBCT), Congonhas (SBSP), Porto Alegre (SBPA) e Galeão (SBGL), respectivamente, como os aeroportos com as maiores ocorrências de visibilidade entre 1000 e 5000m no período de 2007 a 2011 e, os aeroportos de Fortaleza (SBFZ), Brasília (SBBR), Natal (SBNT) e Cuiabá(SBCY) com os menores valores de ocorrências para o mesmo período. 11 A figura 6.(f) apresentou os aeroportos de Guarulhos (SBGR), Campinas (SBKP) e Porto Alegre (SBPA), respectivamente, como os aeroportos com as maiores ocorrências de rajada e cortante de vento no período de 2007 a 2011 e, os aeroportos de Fortaleza (SBFZ), Natal (SBNT), Recife (SBRF) e Confins (SBCF) com os menores valores de ocorrências para o mesmo período. 12 Fig. 6: (a),(b),(c),(d),(e) e (f) - Totais de ocorrências dos fenômenos meteorológicos que mais impactam a malha aérea. Fonte: REDEMET, 2012. 2185 1355 1645 4477 151 976 2640 2393 158 1946 155 715 1364 1993 282 0 1000 2000 3000 4000 5000 SBBR SBCF SBCT SBEG SBFZ SBGL SBGR SBKP SBNT SBPA SBRF SBRJ SBSP SBCY SBSV To ta l d e o co rr ê n ci as (a) Total de Ocorrências de Trovoada (2007 a 2011) 102 477 3148 1058 2 148 1260 151 7 842 0 106 115 55 2 0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500 SBBR SBCF SBCT SBEG SBFZ SBGL SBGR SBKP SBNT SBPA SBRF SBRJ SBSP SBCY SBSV To ta l d e o co rr ê n ci as (b) Total de Ocorrências de Nevoeiro (2007 a 2011) 1015 698 1104 1277 601 619 1745 1138 1107 767 847 552 1288 805 1754 0 500 1000 1500 2000 SBBR SBCF SBCT SBEG SBFZ SBGL SBGR SBKP SBNT SBPA SBRF SBRJ SBSP SBCY SBSVT o ta l d e o co rr ê n ci as (c) Total de Ocorrências de Precipitação Moderada ou Forte (2007 a 2011) 3143 1961 22877 4428 1187 5630 13137 1300 1842 9041 971 5830 13932 2252 1431 0 5000 10000 15000 20000 25000 SBBR SBCF SBCT SBEG SBFZ SBGL SBGR SBKP SBNT SBPA SBRF SBRJ SBSP SBCY SBSV To ta l d e o co rr ê n ci as (d) Total de Ocorrências de Teto abaixo de 1500ft (2007 a 2011) 914 1720 5073 1624 661 3902 5312 2020 1064 4020 1729 3151 4487 1259 2072 0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 SBBR SBCF SBCT SBEG SBFZ SBGL SBGR SBKP SBNT SBPA SBRF SBRJ SBSP SBCY SBSV To ta l d e o co rr ê n ci as (e) Total de Ocorrências de Visibilidade entre 1000 e 5000m (2007 a 2011) 230 33 98 147 5 135 861 706 15 361 24 338 279 189 30 94 18 26 11 6 15 698 155 5 591 38 55 32 49 278 0 200 400 600 800 1000 SBBR SBCF SBCT SBEG SBFZ SBGL SBGR SBKP SBNT SBPA SBRF SBRJ SBSP SBCY SBSV To ta l d e o co rr ê n ci as (f) Total de Ocorrências de fenômenos relacionados ao Vento (2007 a 2011) Rajadas Cortantes de vento 13 A figura 7 apresentou o total por mês das ocorrências dos fenômenos meteorológicos que mais impactaram a malha aérea no período de 2007 a 2011. A figura 7.(a) identificou os meses de dezembro, janeiro e fevereiro como os meses de maiores ocorrências de trovoada e os meses de maio a agosto como os meses de menores ocorrências deste fenômeno. A figura 7.(b) ressaltou o mês de janeiro como o mês de maior ocorrência de precipitação moderada ou forte e o mês de agosto como o de menor ocorrência deste fenômeno. A figura 7.(c) apontou para o mês de junho como o mês de maior ocorrência de nevoeiro e os meses de janeiro, fevereiro, outubro, novembro e dezembro como os meses de menor ocorrência deste fenômeno. A figura 7.(d) identificou o mês de julho como o mês de maior ocorrência da visibilidade entre 1000 e 5000m e o mês de fevereiro como o mês de menor ocorrência deste evento. A figura 7.(e) mostrou que o total das ocorrências de teto de nuvens se mostrou bem distribuídos durante o ano, porém, se destacou o mês de fevereiro como o mês de menor ocorrência deste evento. A figura 7.(f) apontou para os meses de junho a setembro como os meses de maiores ocorrências de cortante de vento e o mês de abril como o mês de menor ocorrência deste fenômeno meteorológico. A figura 7.(g) ressaltou o mês de outubro como o mês de maior ocorrência de rajada e o mês de maio como o mês de menor ocorrência deste fenômeno meteorológico. 14 0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500 JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ (a) Total de ocorrências de Trovoadas no período de 2007 a 2011 SBSV SBCY SBSP SBRJ SBRF SBPA SBNT SBKP SBGR SBGL SBFZ SBEG SBCT SBCF SBBR 0 500 1000 1500 2000 2500 JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ (b) Total de ocorrências de Precipitação por mês no período de 2007 a 2011 SBSV SBCY SBSP SBRJ SBRF SBPA SBNT SBKP SBGR SBGL SBFZ SBEG SBCT SBCF SBBR 0 200 400 600 800 1000 1200 1400 JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ (c) Total de ocorrência de Nevoeiro por mês no período de 2007 a 2011 SBSV SBCY SBSP SBRJ SBRF SBPA SBNT SBKP SBGR SBGL SBFZ SBEG SBCT SBCF SBBR 0 1000 2000 3000 4000 5000 JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ (d) Total de ocorrências de Visibilidade entre 1000 e 5000m por mês no período de 2007 a 2011 SBSV SBCY SBSP SBRJ SBRF SBPA SBNT SBKP SBGR SBGL SBFZ SBEG SBCT SBCF SBBR 15 Fig. 7: (a),(b),(c),(d),(e), (f) e (g) - Totais de ocorrências dos fenômenos meteorológicos que mais impactam a malha aérea por mês. Fonte: REDEMET, 2012. A tabela 1 representa os pontos críticos da meteorologia, apontados por este trabalho, no impacto no fluxo da navegação aérea. Estes pontos críticos foram extraídos da análise do cruzamento dos fenômenos que mais impactam a malha aérea com os seus períodos de maior ocorrência. 0 2000 4000 6000 8000 10000 JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ (e) Total de ocorrências de Teto abaixo de 1500ft por mês no período de 2007 a 2011 SBSV SBCY SBSP SBRJ SBRF SBPA SBNT SBKP SBGR SBGL SBFZ SBEG SBCT SBCF SBBR 0 50 100 150 200 250 JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ (f) Total de ocorrências de Cortante do Vento por mês no período de 2007 a 2011 SBSV SBCY SBSP SBRJ SBRF SBPA SBNT SBKP SBGR SBGL SBFZ SBEG SBCT SBCF SBBR 0 100 200 300 400 500 JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ (g) Total de ocorrências de Rajada por mês no período de 2007 a 2011 SBSV SBCY SBSP SBRJ SBRF SBPA SBNT SBKP SBGR SBGL SBFZ SBEG SBCT SBCF SBBR 16 TABELA DOS PONTOS CRÍTICOS DA METEOROLOGIA NO IMPACTO DO FLUXO DA NAVEGAÇÃO AÉREA AEROPORTOS MESES COM MAIOR OCORRÊNCIA JAN FEV MAR ABR MAIO JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ SBGR 1 SBSP SBBR SBGL SBCF SBRJSBSV SBPA SBKP SBCT SBRF SBFZ SBEG SBNT SBCY Legendas: Trovoadas: Nevoeiro: Precipitação: Teto (< 1500ft): Visibilidade (1000-5000m): Cortante de Vento: Rajada: Período de ocorrência máxima Tab.1: Tabela dos pontos críticos da meteorologia no fluxo da navegação aérea. Fonte: Autor, 2012. 17 CONCLUSÃO Os resultados obtidos neste trabalho apresentaram a meteorologia como a maior causa dos atrasos dos voos contribuindo com 49% do total de atrasos no ano de 2011 e com 67% do total de atrasos quando a demanda foi maior do que a capacidade suportada para o mesmo período. Estes valores identificam a meteorologia aeronáutica como fator fundamental para a eficiência do gerenciamento do fluxo da navegação aérea. Corroborando com Pejovic (2008), os resultados indicaram a precipitação (25%) e teto de nuvens (23%) como os fenômenos que mais impactaram a malha aérea no ano de 2011, seguidos pelo nevoeiro (17%), trovoadas (16%), visibilidade (11%) e vento (6%). A análise dos resultados dos fenômenos que mais impactam a malha aérea com seus períodos de maior ocorrência permitiu a classificação dos pontos críticos da meteorologia aeronáutica no fluxo da navegação aérea descrevendo os meses de maior ocorrência destes fenômenos para cada aeroporto. Este conhecimento permite traçar uma visão geral das possibilidades de impactos causados pela meteorologia na malha aérea brasileira. REFERÊNCIAS BRASIL, 2010. Ministério da Defesa. Comando da Aeronáutica. Departamento de Controle do Espaço Aéreo. Instrução do Comando da Aeronáutica (ICA) 100-22, de 29 de junho de 2010. Serviço de Gerenciamento de Fluxo de Tráfego Aéreo. BRASIL, 2011. Ministério da Defesa. Comando da Aeronáutica. Departamento de Controle do Espaço Aéreo. Centro de Gerenciamento da Navegação Aérea. Relatório diário de serviço do Gerente Nacional do CGNA, de 1º de janeiro de 2011 a 31 de dezembro de 2011. Relatório de Situação Diária do GNAC. COMET (2005). The Impact of Weather on Air Traffic Management, Section 3: How Weather Impacts the NAS. Disponível em: <http://meted.ucar.edu/ nas/index.html>. Acessado em: 20 maio 2012. 18 FAA (2012). Pilot/Controller Glossary. Disponível em: <http://www.faa.gov/atpubs/ PCG/INDEX.HTM>. Acesso em: 11 jun. 2012 INFRAERO (2012). Movimento Operacional da REDE INFRAERO. Disponível em: <http://www.infraero.gov.br/index.php/br/estatistica-dos-aeroportos.html>. Acesso em: 08 abr. 2012 PEJOVIC, T. Implications of climate change for the UK aviation sector. 2008. p. 11-17. Centre for Transport Studies Department of Civil and Environmental Engineering Imperial College London, United Kingdom.
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