Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Os primeiros anos do Ensino Fundamental, o processo de alfabetização e os recursos cognitivos do nosso cérebro O crescimento do cérebro entre os 6 e 12 anos de idade é marcado por um avanço significativo dos processos do neurodesenvolvimento. Observa-se o aumento do número de neurônios, com o estabelecimento de diversas novas conexões, formando e consolidando circuitos neurais cada vez mais complexos. Tais mudanças contribuem para o desenvolvimento de novas aprendizagens próprias dessa etapa escolar. O desenvolvimento da leitura e da escrita; a melhor compreensão das relações espaciais entre objetos; e a retenção e a manipulação de informações na memória de trabalho são alguns dos exemplos de habilidades que começam a emergir a partir do ingresso da criança no EF. A dislexia, por exemplo, refere-se a dificuldades persistentes na capacidade de decodificação de palavras e leitura fluente. Na maior parte das vezes tais dificuldades se devem a problemas na relação entre grafema e fonema. Crianças disléxicas comumente apresentam um histórico de pelo menos uma repetência, o que pode se agravar com o não diagnóstico e com a consequente falta de reconhecimento das limitações associadas. Isso envolve adaptação e manejo por parte da escola e educadores, uma vez que tais dificuldades estão associadas à desmotivação no processo de aprendizagem e à evasão escolar. Estimativas sugerem, por exemplo, que mais da metade das crianças não desenvolvem uma adequada habilidade de leitura ao final do 4º ano do EF. Essa dificuldade pode se dar por conta de transtornos de aprendizagem persistentes que vão além das dificuldades típicas com leitura, escrita e matemática. Em alguns casos, tais dificuldades podem também ter relação com os métodos de ensino aplicados pelos educadores em sala de aula. A maioria dos transtornos do neurodesenvolvimento envolvem um déficit cognitivo nas capacidades de autocontrole, regulação das emoções e comportamentos.
Compartilhar