Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
DANIELA JUNQUEIRA GOMES TEIXEIRA SÍNDROME DA HIPERTENSÃO PORTA CIRCULAÇÃO SUPERFICIAL + ESPLENOMEGALIA + VARIZES (+ ASCITE + ENCEFALOPATIA) SISTEMA VASCULAR NORMAL ARTÉRIA → CAPILARES → VEIA SISTEMA PORTA Veia que se encontra entre 2 redes de capilares ARTÉRIA → CAPILARES → VEIA → CAPILARES → VEIA SISTEMA PORTA HEPÁTICO AMS/AE → CAP. INTEST. → VMS + VE → VP → CAP. HEPÁTICOS → V. HEPÁTICA VEIA PORTA HEPÁTICA = VEIA MESENTÉRICA SUPERIOR + VEIA ESPLÊNICA HIPERTENSÃO PORTA = gradiente de pressão > 5mmHg Dificuldade da passagem de sangue = ↑ pressão Consequências: varizes esofagogástricas, esplenomegalia, varizes anorretais, ascite, cabeça de medusa, encefalopatia hepática A veia porta é formada pela VMS e veia esplênica. A VMI drena para a veia esplênica. As veias gástricas esquerda e direita recebem sangue do esôfago e 0drenam para a veia porta, juntamente às veias gástricas curtas. Toda a drenagem venosa do TGI é feita para a veia porta. A veias retais possuem três andares, sendo a superior e média tributárias da VMI; a veia retal inferior drena para a VCI. O sangue que chega ao fígado e enfrenta hipertensão portal começa a buscar “atalhos” para chegar ao pulmão, utilizando-se dos vasos que drenam para a porta, “fugindo” do fígado. CLÍNICA ESPLENOMEGALIA VARIZES: esôfago | fundo gástrico | anorretal | abdominal ENCEFALOPATIA ASCITE CLASSIFICAÇÃO CLASSIFICAÇÃO DA HIPERTENSÃO PORTAL PRÉ-HEPÁTICA INTRA-HEPÁTICA Pré | Sinusoidal | Pós PÓS-HEPÁTICA Muitas varizes Pouca ascite Poucas varizes Muita ascite CAUSAS PRÉ-HEPÁTICA INTRA-HEPÁTICA 1) PRÉ-SINUSOIDAL ESQUISTOSSOMOSE: parasita fica no espaço porta; uma infestação importante pode fazer uma reação granulomatosa que invade os sinusoides e provoca hipertensão sinusoidal, causando ascite. 2) SINUSOIDAL CIRROSE 3) PÓS-SINUSOIDAL Por oclusão da veia centrolobular (DOENÇA VENO-OCLUSIVA) DOENÇA ENXERTO-HOSPEDEIRO DOENÇA DO CHÁ DA JAMAICA (BUSH TEA DISEASE): chá de Maria Mole PÓS-HEPÁTICA HEPATOMEGALIA TROMBOSE DA VEIA HEPÁTICA Síndrome de Budd-Chiari OBSTRUÇÃO DA VEIA CAVA INFERIOR Trombose, neoplasia DOENÇAS CARDÍACAS IC, pericardite constritiva TROMBOSE DA VEIA PORTA Hipercoagulabilidade TROMBOSE DE VEIA ESPLÊNICA - Hipertensão porta “segmentar” Varizes de fundo gástrico isoladas – principal causa: pancreatite crônica DANIELA JUNQUEIRA GOMES TEIXEIRA VARIZES DE ESÔFAGO ABORDAGEM SITUAÇÃO 1: NUNCA SANGROU CIRROSE + HP CLINICAMENTE SIGNIFICATIVA (HPCS) Ascite, circulação colateral ou P ≥ 10 mmHg β-Bloqueador ou Ligadura elástica (LEV) SITUAÇÃO 2: HEMORRAGIA 1) ESTABILIZAÇÃO INICIAL 2) INVESTIGAÇÃO E TRATAMENTO AGUDO - ENDOSCOPIA: Ligadura Elástica | Escleroterapia - DROGAS: Somatostatina | Octreotide | Terlipressina - BALÃO: Sengstaken-Blakemore (3 vias) → tempo máximo: 24 horas - TIPS - SHUNT PORTOSSISTÊMICO INTRA-HEPÁTICO TRANSJUGULAR: Vantagens: controla sangramento e ascite e permite o transplante Desvantagens: encefalopatia, estenose e disponibilidade 3) PREVENIR COMPLICAÇÕES - PROFILAXIA DE PERITONITE BACTERIANA ESPONTÂNEA (PBE): Ceftriaxona → Norfloxacino (TOTAL DE TRATAMENTO: 7 DIAS) - RESSANGRAMENTO: β-bloqueador E Ligadura elástica (LEV) - ENCEFALOPATIA: lactulose e rifaximina ASCITE AVALIAÇÃO EXAME FÍSICO - Piparote - Macicez móvel - Toque retal DIAGNÓSTICO - USG: escolha – 100 ml - PARACENTESE DIAGNÓSTICA: diferenciar transudato (hipertensão porta) x exsudato (doença do peritônio) GRADIENTE ALBUMINA SORO–ASCITE (GASA) ALBUMINA SORO – ALBUMINA ASCITE GASA ≥ 1,1 - TRANSUDATO GASA < 1,1 - EXSUDATO TRATAMENTO RESTRIÇÃO DE SÓDIO: 2g/dia o RESTRIÇÃO HÍDRICA: se HIPOnatremia dilucional DIURÉTICOS: Espironolactona | Furosemida o META: ↓ 0,5kg/dia ou ↓ 1kg/dia com edema ASCITE REFRATÁRIA: o PARACENTESE TERAPÊUTICA SERIADA: a paracentese deve ser feita do lado esquerdo, entre o terço distal e médio da linha entre a espinha ilíaca anterossuperior e o umbigo CUIDADO: PARACENTESE DE GRANDE VOLUME (>5L) – repor 6-10g de albumina por litro retirado o TIPS PERITONITE BACTERIANA ESPONTÂNEA (PBE) Translocação monobacteriana – E. coli CLÍNICA DOR ABDOMINAL FEBRE ENCEFALOPATIA DIAGNÓSTICO PMN > 250/mm3 + CULTURA MONOBACTERIANA (+) TRATAMENTO ANTIBIOTICOTERAPIA: cefa de 3ª (CEFOTAXIMA) por 5 dias PROFILAXIA PROFILAXIA PARA PBE PRIMÁRIA o AGUDA: SANGRAMENTO POR VARIZES – CEFRIAXONA → NORFLOXACINA POR 7 DIAS o CRÔNICA: PTN ASCITE < 1,5 g/dl → NORFLOXACINA SECUNDÁRIA – APÓS PBE PARA TODOS → NORFLOXACINA PROFILAXIA DA SÍNDROME HEPATORRENAL ALBUMINA: 1° dia – 1,5 g/kg | 3° dia – 1g/kg FORMAÇÃO DAS VARIZES = PRESSÃO > 10 mmHg GRANDE RISCO DE RUPTURA = PRESSÃO > 12 mmHg SEMPRE DANIELA JUNQUEIRA GOMES TEIXEIRA DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL ASCITE NEUTROFÍLICA PMN > 250/mm3 + CULTURA (-) TRATAMENTO = PBE BACTERIASCITE PMN < 250/mm3 + CULTURA (+) TRATAMENTO: SINTOMÁTICO = PBE ASSINTOMÁTICO = NOVA PARACENTESE PERITONITE BACTERIANA SECUNDÁRIA PERITONITE FRANCA (CAUSA) | POLIMICROBIANA LÍQUIDO ASCÍTICO COM ≥ 2 PROTEÍNAS > 1 g/dl GLICOSE < 50 mg/dl LDH elevada ASSOCIAR METRONIDAZOL + AVALIAR CIRURGIA (IMAGEM) ENCEFALOPATIA HEPÁTICA Aumento da amônia (NH3) e outras toxinas. DIAGNÓSTICO CLÍNICA: sonolência, flapping, desorientação, letargia, coma FATORES PRECIPITANTES: hemorragia, PBE, constipação TRATAMENTO DIETA: evitar restrição proteica LACTULONA: laxativo, deixa o pH mais ácido →NH3 vira NH4+ ATB: rifaximina SÍNDROME HEPATORRENAL VASODILATAÇÃO PERIFÉRICA + VASOCONSTRIÇÃO RENAL O hepatopata tem tendência à vasodilatação, pelo aumento de NO. Ocorre naquele hepatopata quando o “rim se suicida”. A vasodilatação esplâncnica diminui a perfusão renal, e os rins fazem vasoconstrição intensa para compensar, sofrendo com isto. Em resumo, é uma vasodilatação periférica + vasoconstrição renal. NO → VASODILATAÇÃO → VASOCONSTRIÇÃO RENAL ↑↑ CIRROSE + ASCITE + OLIGÚRIA, ↑ ESCÓRIAS DIAGNÓSTICO IRA “PRÉ RENAL” QUE NÃO MELHORA COM VOLUME URINA CONCENTRADA E ↓Na NÃO MELHORA COM RETIRADA DE DIURÉTICOS E EXPANSÃO COM ALBUMINA CLASSIFICAÇÃO TIPO 1 RÁPIDA PROGRESSÃO (< 2 SEMANAS) Péssimo prognóstico TIPO 2 INSIDIOSA Cr 1,5-2 TRATAMENTO TRANSPLANTE HEPÁTICO Albumina + Terlipressina DANIELA JUNQUEIRA GOMES TEIXEIRA SÍNDROME DE INSUFICIÊNCIA HEPATOCELULAR A unidade funcional do fígado é o lóbulo hepático, que possui formato hexagonal, e no centro existe a veia centrolobular. Na periferia (vértices do hexágono) estão os espaço-porta, com dois vasos e o canalículo biliar. Os sinusoides hepáticos são lesados na cirrose hepática. Entre o hepatócito e o sinusoide existe um espaço virtual chamado de espaço de Disse, que é onde inicia- se o processo de cirrose. No espaço de Disse encontram-se as células estreladas quiescentes, que se ativam em qualquer agressão crônica do fígado, causando fibrose hepática pela deposição de colágeno, fechando as fenestras dos sinusoides; desta forma, o hepatócito não consegue mais realizar sua função e perde suas microvilosidades. A fibrose “aperta” de fora para dentro o sinusoide hepático, aumentando sua pressão, que é transmitida retrogradamente, atingindo a veia porta. A fibrose forma “ilhas” de hepatócitos, que se tornam insuficientes. Como os hepatócitos tem grande capacidade de regeneração, a biópsia demonstra traves de fibrose com nódulos de regeneração hepática; apesar disso, estes nódulos não têm capacidade plena, pois continuam isolados pela fibrose. O desarranjo estrutural é mais importante do que a perda de células parenquimatosas. Fator de risco para hepatocarcinoma. O processo de lesão-regeneração pode fazer com que ocorra um erro na divisão celular, levando à metaplasia. Logo, a cirrose hepática é um fator de risco para CHC (Carcinoma Hepatocelular). QUADROCLÍNICO AGUDOS E CRÔNICOS ICTERÍCIA + ENCEFALOPATIA + COAGULOPATIA APENAS CRÔNICOS - ESTIGMAS HEPÁTICOS: ↑ ESTROGÊNIO + ↓ ANDROGÊNIO ERITEMA PALMAR | TELANGIECTASIAS | GINECOMASTIA | ATROFIA TESTICULAR - BAQUETEAMENTO DIGITAL - CONTRATURA DE BUPUYTREN (ÁLCOOL) - TUMEFAÇÃO DE PARÓTIDAS (ÁLCOOL) CAUSAS VÍRUS HBV | HCV | HDV TÓXICA Álcool | Não alcoólica AUTOIMUNE Hepatite | Colangite CLASSIFICAÇÃO FUNCIONAL DOENÇA HEPÁTICA ESTEATÓRICA – ESTEATOSE HEPÁTICA - ÁLCOOL - DROGA - ERRO INATO DO METABOLISMO - CRIPTOGÊNICA - METABÓLICA (RESISTÊNCIA À INSULINA) 1 DE 5 FATORES: Obesidade| ↑Glicemia| ↑Pressão arterial | ↑Triglicerídeos | ↓HDL ESTEATOSE METABÓLICA (ANTIGO DOENÇA HEPÁTICA GORDUROSA NÃO-ALCOÓLICA) – D. HEP. ESTEATÓTICA ASSOCIADA À DISFUNÇÃO METABÓLICA (MASLD) ESTEATOSE (25%) ESTEATO-HEPATITE (10-50%) CIRROSE CÂNCER >45 anos, DM, obeso, alteração na elastografia DIAGNÓSTICO USG | RM | BIÓPSIA: dúvida ou maior risco HEPATITE ALCOÓLICA HEPATITE METABÓLICA HISTÓRIA ETANOL: > 140g/sem Febre | Dor abdominal | Icterícia Assintomáticos EXAMES AST> ALT ALT>AST | ↑ Ferritina TRATAMENTO Abstinência | Corticoide ↓ Peso | Glitazona | Análago GLP1 | Vitamina E CLASSIFICAÇÃO DE CHILD-PUGH 1 2 3 BILIRRUBINA (mg/dl) <2 2-3 >3 ENCEFALOPATIA - Grau I e II Grau III e IV ALBUMINA (g/dl) >3,5 3,0-3,5 <3,0 TAP (INR) <1,7 1,7-2,3 >2,3 ASCITE - Leve Moderada 5 – 6 pontos: A | 7-9 pontos: B | ≥ 10 pontos: C CHILD-PUGH B Bilirrubina E Encefalopatia A Albumina T TAP (INR) A Ascite MELD 6-40 pts B Bilirrubina I INR C Creatinina 3,7 x log bilirr. + 11,2 x log INR + 9,57 x log creatinine + 6,43 Estabelece prioridade na fila de transplante BIC é caneta de MELDA CIRROSE = FIBROSE + NÓDULOS DE REGENERAÇÃO DANIELA JUNQUEIRA GOMES TEIXEIRA HEPATITE B CRÔNICA Caracteriza-se por HBsAg (+) > 6 meses EVOLUÇÃO CRÔNICA - Adultos (1-5%) - Crianças (20-30%) - RN (90%) CIRROSE (20-50%) HEPATOCARCINOMA (10%) TRATAMENTO ANTIVIRAL AGUDA Grave (↑ INR, encefalopatia) CRÔNICA INDICAÇÕES: - HBV-DNA ≥ 2.000 UI/ml + ALT ≥ 37 (Mulher) OU 52 (Homem) ALT normal: reavaliar (Elastografia > 9kPa? Biópsia ≥ A2 / F2?) - ↑ escores FIB4 e APRI - Achados de doença avançada: ascite, varizes, circulação colateral - Reativação ou pacientes de risco (ex: quimioterapia) - Coinfecção: HIV | HCV - Manifestações extra-hepáticas - História familiar de hepatocarcinoma ESQUEMAS OBJETIVOS: ↓ HBV-DNA após 6 meses | IDEAL: HBsAg - 1ª LINHA Via oral, tempo indefinido Tenofovir (TDF) Contraindicações: doença renal ou óssea OUTRAS OPÇÕES Entecavir (ETV) Preferir se houver, cirrose, imunossupressão ou QT Tenofovir Alafenamida (TAF) – menos tóxico Contraindicação ao TDF e ETV ALTERNATIVO Alfapeg-inferferon (PEGINF) SC, 48 semanas, apenas se HBeAg (+) Efeitos adversos: insuficiência hepática, autoimune, pancitopenia HEPATITE C CRÔNICA Caracteriza-se por HCV-RNA (+) > 6 meses Vírus que mais cronifica (80-90%) → Cirrose → Câncer TRATAMENTO TODOS: agudo ou crônico ESQUEMAS DEPENDE DO GENÓTIPO OBJETIVO: resposta virológica sustentada (RVS) → HCV-RNA (-) 12 sem após tratamento PANGENOTÍPICO Sofosbuvir/Velpatasvir (“só vem”) - 12 SEMANAS CHILD B/C: Acrescentar ribavirina OU estender para 24 semanas DOENÇA DE WILSON (COBRE) Mutação na ATP7B → ↓ a excreção biliar de cobre → ↑Cobre / ↓ ceruloplasmina O cobre é necessário na fabricação de proteínas e enzimas. O excesso é excretado através do fígado. O indivíduo nasce com uma mutação na ATP7B que diminui a excreção hepática de cobre na bile. O acúmulo inicia-se no fígado e posteriormente no organismo. O excesso de cobre liga-se à ceruloplasmina, assim ocorre cobre aumentado e ceruloplasmina baixa (por não fabricar). CLÍNICA Jovem (5-30a) e rara (1: 30.000) DOENÇA HEPÁTICA (FÍGADO) Aguda | Crônica | Cirrose NEUROLÓGICAS (SNC) Alteração do movimento e da personalidade OFTALMOLÓGICA (OLHOS) Anel de Kayser-Fleisher (lâmpada de fenda) DIAGNÓSTICO TRIAGEM: ↓ceruloplasmina CONFIRMAÇÃO: ANÉIS KF | ↑ cobre urina 24h | Genética DÚVIDA: biópsia hepática TRATAMENTO QUELANTE: trientina | TRANSPLANTE HEPÁTICO DANIELA JUNQUEIRA GOMES TEIXEIRA HEMOCROMATOSE HEREDITÁRIA (FERRO) Mutação do gene HFE → ↑ absorção intestinal de ferro Apesar de afetar geneticamente homens e mulheres, os homens apresentam a doença mais frequentemente, uma vez que as mulheres menstruam e eliminam ferro mensalmente.É uma doença genética causada pela mutação do gene HFE, levando ao aumento da absorção intestinal de ferro e seu consequente acúmulo. CLÍNICA Caucasiano (40-50a) | Comum (1:250) 6H: o HEPATOMEGALIA o HEART o HIPERGLICEMIA o HIPERPIGMENTAÇÃO (“DM BRONZEADO”) o HIPOGONADISMO o HARTRITE (metacarpo falangeana) DIAGNÓSTICO TRIAGEM: ↑ Saturação de transferrina | ↑ Ferritina CONFIRMAÇÃO: genético - mutação C282Y DÚVIDA: RM pode detectar acúmulo tecidual de ferro | Biópsia hepática TRATAMENTO Flebotomia seriada | Quelantes | Transplante
Compartilhar