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Curso On Line Renato Saraiva - TÓPICOS JURÍDICOS CONTEMPORÂNEOS SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHO 1) Meio ambiente do trabalho a) Conceitos "O meio ambiente do trabalho é, exatamente, o complexo máquina-trabalho: as edificações do estabelecimento, equipamentos de proteção individual, iluminação, conforto térmico, instalações elétricas, condições de salubridade ou insalubridade, de periculosidade ou não, meios de prevenção à fadiga, outras medidas de proteção ao trabalhador, jornadas de trabalho e horas extras, intervalos, descansos, férias, movimentação, armazenagem e manuseio de materiais que formam o conjunto de condições de trabalho, etc." (Amauri Mascaro Nascimento). "É possível conceituar o meio ambiente do trabalho como a ambiência na qual se desenvolvem as atividades do trabalho humano. Não se limita ao empregado; todo o trabalhador que cede a sua mão de obra exerce sua atividade em um ambiente de trabalho. Diante das modificações por que passa o trabalho, o meio ambiente laboral não se restringe ao espaço interno da fábrica ou da empresa, mas se estende ao próprio local de moradia ou ao ambiente urbano" (Júlio César de Sá da Rocha). "Compreende-se como meio ambiente de trabalho o conjunto das condições internas e externas do local de trabalho e sua relação com a saúde dos trabalhadores" (Sidnei Machado). b) Disposição Legal Art. 7º, XXII, da CR/88. Lei n. 6.514/77 (alterou os arts. 154 a 201 da CLT). Portaria n. 3.214/78 do MTE (regulamenta a Lei n. 6.514/77). NR´s n. 07 (PCMSO) e 09, dentre outras. c) Art. 154 da CLT: o empregador não pode dizer que, cumprindo as NR´s, está desobrigado de cumprir outras regulamentações sobre a matériai (ncluídas em códigos de obras ou regulamentos sanitários dos Estados ou Municípios, ou oriundas de convenções coletivas de trabalho). d) NR n. 04 do MTE: Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT) Regulamenta o art. 162 da CLT. A classificação das empresas segundo grau de risco de suas atividades (art. 162, p. único, inciso I, da CLT) está presente no Quadro I da NR-04. Há a classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE) e o grau de risco da atividade. O numero mínimo de profissionais especializados exigido de cada empresa (art. 162, p. único, inciso II, da CLT) está presente no Quadro II da NR-04. e) NR n. 05 do MTE: Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) Regulamenta o art. 163 da CLT. O objetivo da CIPA é promover a prevenção de acidentes do trabalho e doenças relacionadas ao trabalho a exemplo do SESMT. A diferença básica entre os dois órgãos internos da empresa reside no fato de que o SESMT é composto exclusivamente por profissionais especialistas em segurança e saúde no trabalho, enquanto a CIPA é uma Comissão paritária (possui o mesmo número de representantes do empregador e do empregado) constituída, via de regra, por empregados normalmente leigos em prevenção de acidentes. Os representantes dos empregadores serão por eles designados (art. 164, §1º, da CLT). Os representantes dos empregados serão eleitos em escrutínio secreto, do qual 1 participem, independentemente de filiação sindical, exclusivamente os empregados interessados (art. 164, §2º, da CLT). Já que são eleitos, o mandato terá a duração de 1 ano, permitida uma reeleição (art. 164, §3º, da CLT). Como os representantes dos empregadores são designados, eles podem ficar mais de um ano, não há mandato com prazo determinado. O empregador designará, anualmente, dentre os seus representantes, o Presidente da CIPA e os empregados elegerão, dentre eles, o Vice-Presidente (art. 164, §5º, da CLT). Estabilidade Provisória do cipeiro Fica vedada a dispensa arbitrária ou sem justa causa do empregado eleito para cargo de direção de comissões internas de prevenção de acidentes, desde o registro de sua candidatura até um ano após o final de seu mandato (art. 10, II, 'a', do ADCT). Os titulares da representação dos empregados na CIPA não poderão sofrer despedida arbitrária, entendendo-se como tal a que não se fundar em motivo disciplinar, técnico, econômico ou financeiro (art. 165 da CLT). ● Motivo ou falta disciplinar: é a inobservância de normas baixadas pela empresa (regulamentos, ordens de serviço). ● Motivo técnico: é aquele resultante da adoção de nova tecnologia ou metodologia operacional, que acarreta a alteração quantitativa da mão de obra utilizada. ● Motivo econômico: está relacionado com a conjuntura econômica adversa à atividade da empresa, no tocante ao processo inflacionário ou mesmo recessivo. ● Motivo financeiro: relaciona-se com a situação de caixa da empresa (receitas e despesas). ● Justa causa: art. 482 da CLT. Ocorrendo a despedida, caberá ao empregador, em caso de reclamação à Justiça do Trabalho, comprovar a existência de qualquer dos motivos mencionados, sob pena de ser condenado a reintegrar o empregado (art. 165, p. único, da CLT) Súmula n. 339 do C. TST: o suplente da CIPA goza da garantia de emprego prevista no art. 10, II, "a", do ADCT. A estabilidade provisória do cipeiro não constitui vantagem pessoal, mas garantia para as atividades dos membros da CIPA, que somente tem razão de ser quando em atividade a empresa. f) NR n. 07 do MTE: Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) Regulamenta o art. 168 da CLT. Será obrigatório exame médico, por conta do empregador na admissão, na demissão e periodicamente (caput). Outros exames complementares poderão ser exigidos, a critério médico, para apuração da capacidade/aptidão física/mental do empregado para a função que deva exercer (§2º). O MTE estabelecerá, de acordo com o risco da atividade e o tempo de exposição, a periodicidade dos exames médicos (§3º). O empregador manterá, no estabelecimento, o material necessário à prestação de primeiros socorros médicos (§4º). f.1) Obrigatoriedade Independente do número de empregados, há obrigatoriedade de elaboração e implementação, por parte de todos os empregadores e instituições que admitam trabalhadores como empregados, do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional - PCMSO. f.2) Responsabilidade a. garantir a elaboração e efetiva implementação do PCMSO, bem como zelar pela sua eficácia; b. custear sem ônus para o empregado todos os procedimentos relacionados ao 2 PCMSO; c. indicar, dentre os médicos dos Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT) da empresa, um coordenador responsável pela execução do PCMSO; d. no caso de a empresa estar desobrigada de manter médico do trabalho, de acordo com a NR 4, deverá o empregador indicar médico do trabalho, empregado ou não da empresa, para coordenar o PCMSO; e. inexistindo médico do trabalho na localidade, o empregador poderá contratar médico de outra especialidade para coordenar o PCMSO. Ficam desobrigadas de indicar médico coordenador as empresas de grau de risco 1 e 2 com até 25 empregados e aquelas de grau de risco 3 e 4 com até 10 empregados. As empresas com mais de 25 empregados e até 50 empregados, enquadradas no grau de risco 1 ou 2 poderão estar desobrigadas de indicar médico coordenador em decorrência de negociação coletiva. As empresas com mais de 10 empregados e com até 20 empregados, enquadradas no grau de risco 3 ou 4 poderão estar desobrigadas de indicar médico do trabalho coordenador em decorrência de negociação coletiva, assistida por profissional do órgão regional competente em segurança e saúde no trabalho Por determinação do Superintendente Regional do Trabalho, com base no parecer técnico conclusivo da autoridade regional competente em matéria de segurança e saúde do trabalhador, ou em decorrência de negociação coletiva, as empresas poderão ter a obrigatoriedade de indicação de médico coordenador, quando suas condições representarem potencial de risco grave aos trabalhadores. Compete ao médico coordenador: a. realizar os exames médicos ou encarregar os mesmos a profissional médico familiarizado com os princípios da patologia ocupacional e suas causas, bem como com o ambiente,as condições de trabalho e os riscos a que está ou será exposto cada trabalhador da empresa a ser examinado; b. encarregar, para a realização dos exames complementares, profissionais e/ou entidades devidamente capacitados, equipados e qualificados. f.3) Exames obrigatórios O PCMSO deve incluir, entre outros, a realização obrigatória dos exames médicos: ● admissional; ● periódico; ● de retorno ao trabalho; ● de mudança de função; ● demissional. Tais exames compreendem: a) avaliação clínica, abrangendo anamnese ocupacional e exame físico e mental; b) exames complementares, realizados de acordo com os termos específicos nesta NR e seus anexos. f.4) Periodicidade dos exames médicos ocupacionais Admissional: antes que o trabalhador assuma as suas atividades. Periódico: será anual para os trabalhadores expostos a riscos o portadores de doenças crônicas e para os menores de 18 e maiores de 45 anos; será a cada dois anos para os trabalhadores entre 18 e 45 anos. Retorno ao trabalho: primeiro dia da volta ao trabalho do trabalhador ausente por período igual ou superior a 30 dias por motivo de doença ou acidente, de natureza ocupacional ou não, ou parto. Mudança de função: antes da data da mudança. Para a NR-07, entende-se por 3 mudança de função toda e qualquer alteração de atividade, posto de trabalho ou de setor que implique a exposição do trabalhador a risco diferente daquele a que estava exposto antes da mudança. Demissional: será obrigatoriamente realizada até a data da homologação, desde que o último exame médico ocupacional tenha sido realizado há mais de: ● 135 dias, para as empresas de grau de risco 1 e 2: se houver negociação coletiva, o prazo sobre para 270 dias (item 7.4.3.5.1 da NR-07); ● 90 dias, para as empresas de grau de risco 3 e 4: se houver negociação coletiva, o prazo sobre para 180 dias(item 7.4.3.5.2 da NR-07); ● A qualquer prazo, se houver determinação do Superintendente Regional do Trabalho. Normalmente isso ocorre quando as condições da empresa representam potencial de risco grave aos trabalhadores. f.5) Atestado de Saúde Ocupacional (ASO) O ASO deverá conter, no mínimo: ● nome completo do trabalhador, o número de registro de sua identidade e sua função; ● os riscos ocupacionais específicos existentes, ou a ausência deles, na atividade do empregado, conforme instruções técnicas expedidas pela Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho (SSST); ● indicação dos procedimentos médicos a que foi submetido o trabalhador, incluindo os exames complementares e a data em que foram realizados; ● o nome do médico coordenador, quando houver, com respectivo CRM; ● definição de apto ou inapto para a função específica que o trabalhador vai exercer, exerce ou exerceu; ● nome do médico encarregado do exame e endereço ou forma de contato; ● data e assinatura do médico encarregado do exame e carimbo contendo seu número de inscrição no Conselho Regional de Medicina. f.6) Prontuário Clínico Individual Deverá nele conter os dados obtidos no exame médico (avaliação clínica e exames complementares). Deverão ser mantidos por período mínimo de 20 anos após o desligamento do trabalhador. A responsabilidade pela preservação do prontuário é do médico coordenador. Havendo substituição do médico, os arquivos deverão ser transferidos para seu sucessor. f.7) Relatório anual Ele deverá discriminar, por setores da empresa, o número e a natureza dos exames médicos, incluindo avaliações clínicas e exames complementares, estatísticas de resultados considerados anormais, assim como o planejamento para o próximo ano. Tal relatório deverá ser apresentado e discutido na CIPA, quando existente na empresa. 2) Acidente do Trabalho a) Conceitos Conceito Prevencionista: ocorrência não programada, inesperada ou não, que interrompe ou interfere no processo normal de uma atividade, ocasionando perda de tempo útil e/ou danos materiais e/ou lesões nos trabalhadores. Conceito Legal: art. 19 da Lei n. 8.213/91. b) Características ■ evento danoso; ■ decorrente do exercício de trabalho a serviço da empresa; 4 ■ que provoca lesão corporal ou perturbação funcional; ■ que causa a morte ou a perda da capacidade para o trabalho. c) Nexo causal: vínculo que se estabelece entre a execução do serviço (causa) e o acidente do trabalho ou doença ocupacional (efeito). Geralmente atribuído pelo médico assistente da empresa. Nexo técnico: reconhecimento técnico do nexo causal. Feito pelo perito do INSS (art. 337 do decreto 3.048/99). Causalidade direta: existe uma vinculação imediata entre a execução das tarefas e o acidente ou doença que afetou o trabalhador. O acidente típico e as doenças ocupacionais estão enquadrados nessa modalidade de nexo causal. d) Consideram-se acidente do trabalho (art. 20 da Lei n. 8.213/91): (i) Doença profissional, assim entendida a produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a determinada atividade e constante da respectiva relação elaborada pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social. Sinonímia: doença profissional típica, tecnopatia ou ergonomia. Há doutrina que sustenta que a relação com o trabalho é presumida juris et de jure, inadmitindo prova em sentido contrário. (ii) Doença do trabalho, assim entendida a adquirida ou desencadeada em função de condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente. Diferentemente das doenças profissionais, as mesopatias não têm nexo causal presumido, exigindo comprovação de que a patologia desenvolveu-se e razão das condições especiais em que o trabalho foi realizado. Ex: síndrome do túnel do carpo: movimentos repetitivos de flexão, mas também de extensão com o punho, principalmente acompanhados por realização de força. Há uma compressão do nervo mediano. Pode ocorrer nas seguintes situações: digitar, fazer montagens industriais, empacotar. e) Não são consideradas como doença do trabalho (art. 20, §1º): ● a doença degenerativa; ● a inerente a grupo etário; ● a que não produza incapacidade laborativa; ● a doença endêmica, entendendo-se aquela que existe em determinado lugar ou região de forma constante. g) Outras questões Uma das diferenças mais marcantes entre o acidente do trabalho e a doença ocupacional é que, enquanto aquele ocorre pelo exercício do trabalho durante o vínculo empregatício, a doença ocupacional, em muitos casos devido ao seu longo tempo de latência, poderá surgir quando o trabalhador já estiver aposentado ou desligado da empresa. É direito do trabalhador, conforme art. 7º, XXVIII, da CR/88, seguro contra acidentes de trabalho a cargo do empregador. De acordo com a Lei n. 8.213/91, em casos de acidente típico, atípico ou de trajeto, ele fará jus a benefícios previdenciários, os quais poderão ser: auxílio-doença; auxílio-acidente; aposentadoria especial; aposentadoria por invalidez; pensão por morte. Responsabilidade Objetiva - Teoria do Risco Social: a sociedade, representada pelo Estado, deve assumir a responsabilidade pelos danos causados pelos acidentes do trabalho, resguardado o direito de regresso contra o culpado direto que não adotou as medidas preventivas necessárias. 5 h) Comunicação de Acidente de Trabalho - CAT (art. 22 da Lei n. 8.213/91) A empresa deverá comunicar o acidente do trabalho à Previdência Social até o 1º dia útil seguinte ao da ocorrência e, em caso de morte, de imediato, à autoridade competente. Infelizmente, temos uma enorme subnotificação. Há motivos para isso. Um dos motivos é que, quando ocorre acidente de trabalho, há interrupção do contrato de trabalho, subsistindo obrigações contratuais, tais como o recolhimento do FGTS (art. 15, §5º, da Lei n. 8.036/90) e, muitas vezes, o empregador não quer efetuar tal recolhimento. Outro motivo é a estabilidade provisória, prevista no art. 118, o qual o empregador não quer que o empregado (que sofreu o acidente de trabalho) tenha. Terceiro motivo, para as empresas que não tiverem empregados acidentados no trabalho, conforme art. 202-A do Decreto n. 3.048/99, há alíquotas reduzidas ematé 50% (bônus); ou, caso haja muitos acidentes, alíquotas aumentadas em até 100% (malus). O acidente de trabalho acarreta maior visibilidade da empresa em relação às auditorias realizadas pelo MTE com penalidades administrativas. Quinto motivo, de acordo com o art. 120 da Lei n. 8.213/91, há ações regressivas propostas pelo INSS e ações decorrentes de responsabilidade civil e criminal em razão de acidente de trabalho (ex: art. 269 do CP). i) Responsabilidade Civil por Acidente do Trabalho Art. 7º, XXVIII, parte final, da CR/88. Arts. 186 e 927 do CC/02. Responsabilidade subjetiva x objetiva Responsabilidade subjetiva: só caberá indenização se estiverem presentes o dano (acidente ou doença), nexo de causalidade do evento com o trabalho e a culpa do empregador. O ônus da prova é atribuído ao autor (empregado). Há, porém, corrente no sentido de aplicar a responsabilidade objetiva no acidente do trabalho, com base no art. 927, p. único do CC/02. Para quem defende a aplicação da responsabilidade subjetiva, a crítica que se faz é que a CR/88, no art. 7º, XXVIII, tem norma expressa estabelecendo, como pressuposto da indenização, a ocorrência de culpa do empregador. A corrente que entende aplicável a responsabilidade objetiva rebate tal argumento dizendo que o rol dos direitos mencionados no art. 7º da CR/88 não impede que a lei ordinária amplie os existentes ou acrescente outros que visem à melhoria da condição social do trabalhador, uma vez que o elenco de direitos relacionados é meramente exemplificativo, admitindo complementação. A responsabilidade pode ser decorrente de dano material, moral e/ou estético. O dano material se subdivide em dano emergente (despesas hospitalares, medicamentos, sessões de fisioterapia, honorários médicos, salários para acompanhantes, gastos com funeral, luto, jazigo) e lucro cessante (rendimentos gerados pelo contrato de trabalho). O dano moral é evidenciado "na dor, na angústia, no sofrimento, na tristeza pela ausência de um ente querido falecido, no desprestígio, na desconsideração social, no descrédito à reputação, na humilhação pública, no devassamento da privacidade, no desequilíbrio da normalidade psíquica, nos traumatismos emocionais, na depressão ou no desgaste psicológico, nas situações de constrangimento moral" (Yussef Said Cahali). O danos estético é "qualquer alteração morfológica do acidentado como, por exemplo, a perda de algum membro ou mesmo um dedo, uma cicatriz ou qualquer mudança corporal que cause repulsa, afeiamento ou apenas desperte a atenção por ser diferente" (Sebastião Geraldo de Oliveira). 6 Art. 114, VI, da CR/88: compete à Justiça do Trabalho processar e julgar as ações indenizatórias de danos materiais e morais. Aplica-se o prazo prescricional civil (art. 206, §3º, do CC/02) ou trabalhista (art. 7º, XXIX, da CR/88)? Prevalece entendimento de que se aplica o art. 206, §3º, CC/02, com prescrição em 3 anos. 3) Atividades ou Operações Insalubres Arts. 189 a 192 da CLT. NR n. 15 do MTE. Serão consideradas atividades ou operações insalubres aquelas que, por sua natureza, condições ou métodos de trabalho, exponham os empregados a agentes nocivos à saúde, acima dos limites de tolerância fixados em razão da natureza e da intensidade do agente e do tempo de exposição aos seus efeitos. OJ 04 da SDI-I do TST: para o empregado fazer jus ao adicional de insalubridade, é preciso que o laudo seja realizado por pessoa competente (médico do trabalho ou engenheiro do trabalho, conforme art. 195 da CLT) e que a atividade esteja prevista nos quadros da NR-15. Súmula n. 248 do C. TST. Art. 191, II, da CLT c/c Súmula n. 289 do C. TST. O exercício de trabalho em condições insalubres, acima dos limites de tolerância estabelecidos pelo MTE (na NR-15), assegura a percepção de adicional, respectivamente, de 40%, 20% e 10% do salário-mínimo, segundo se classifiquem nos graus máximo, médio e mínimo (art. 192 da CLT). Súmula n. 47 do C. TST. 4) Atividades ou Operações Perigosas Arts. 193 a 197 da CLT NR n. 16 do MTE: As atividades que envolvam radiação ionizante também foram consideradas como perigosas pelo MTE e gerou certos questionamentos no sentido da possibilidade de ter sido feita pelo MTE. A OJ n. 345 da SDI-I do C. TST acabou com a polêmica e, com base no art. 200, VI, entendeu que o MTE tem competência para tanto. O trabalho em condições de periculosidade assegura ao empregado um adicional de 30% sobre o salário sem os acréscimos resultantes de gratificações, prêmios ou participações nos lucros da empresa (art. 193, §1º, da CLT). O direito do empregado ao adicional de insalubridade ou de periculosidade cessará com a eliminação do risco à sua saúde ou integridade física (art. 194 da CLT). Art. 195 da CLT c/c OJ 165 da SDI-I do TST. Arguida em juízo insalubridade ou periculosidade, o juiz designará perito habilitado (art. 195, §2º, da CLT). Os efeitos pecuniários decorrentes do trabalho em condições de insalubridade ou periculosidade serão devidos a contar da data da inclusão da respectiva atividade nos quadros aprovados pelo MTE. 7
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