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I Postura na Negociação ntrodução A postura na negociação refere-se à atitude, comportamento e abordagem adotados durante o processo de negociação. É fundamental ter uma postura adequada para alcançar resultados positivos e satisfatórios para todas as partes envolvidas. Ela pode variar dependendo do contexto, do relacionamento entre as partes e dos objetivos específicos da negociação. É importante adaptar sua postura conforme necessário, mas sempre buscando um ambiente de negociação colaborativo e respeitoso. Objetivos da aula • Construir a Matriz Resultado / Relacionamento • Compreender a Postura Transacional • Compreender a Postura Colaborativa • Determinar qual a Criação de Valor Resumo Matriz de Resultado x Matriz de Relacionamento A matriz Resultado x Relacionamento é uma ferramenta utilizada na negociação para avaliar e equilibrar a importância atribuída aos resultados concretos alcançados e à qualidade do relacionamento construído durante o processo. Ela consiste em categorizar as negociações em quatro quadrantes com base nessas duas dimensões: alto resultado e baixo relacionamento, alto resultado e alto relacionamento, baixo resultado e alto relacionamento, baixo resultado e baixo relacionamento. Vejamos cada um desses quadrantes: Alto resultado e baixo relacionamento: Nesse quadrante, o foco principal é alcançar os resultados desejados, mesmo que isso possa prejudicar o relacionamento entre as partes. Pode haver uma tendência de adotar uma abordagem competitiva, de confronto e até mesmo de manipulação para maximizar os próprios ganhos. Essa postura pode levar a conflitos e ressentimentos, comprometendo relações futuras. Alto resultado e alto relacionamento: Este é o quadrante ideal, em que tanto os resultados quanto o relacionamento são valorizados. As partes buscam alcançar seus objetivos de forma colaborativa, considerando as necessidades e interesses mútuos. Há uma comunicação aberta, confiança mútua e respeito entre as partes. Essa abordagem promove acordos sustentáveis e relações duradouras. Baixo resultado e alto relacionamento: Neste quadrante, o relacionamento entre as partes é priorizado, enquanto os resultados podem ser sacrificados. As partes buscam manter um ambiente harmonioso e evitar conflitos, mesmo que isso signifique abrir mão de suas demandas ou ceder em excesso. Embora seja importante cultivar relacionamentos saudáveis, é necessário garantir que os resultados também sejam alcançados de forma justa. Baixo resultado e baixo relacionamento: Este é o quadrante menos desejável, em que tanto os resultados quanto o relacionamento são negligenciados. As partes podem adotar uma postura competitiva, não se preocupando com os interesses e necessidades uns dos outros. Isso pode levar a impasses e a um clima de desconfiança. Negociações neste quadrante tendem a ser pouco produtivas e podem ter consequências negativas no futuro. A ideia da matriz Resultado x Relacionamento é ajudar a conscientizar sobre a importância de equilibrar essas duas dimensões durante a negociação. Embora seja desejável alcançar resultados concretos, é igualmente importante construir e manter relacionamentos saudáveis e duradouros. O objetivo é buscar o quadrante de alto resultado e alto relacionamento, onde as partes podem obter sucesso mútuo e fortalecer suas relações. Postura Transacional A postura transacional refere-se a uma abordagem na negociação em que as partes envolvidas se concentram principalmente em atingir resultados imediatos e específicos, com menor ênfase no relacionamento contínuo. Nesse tipo de negociação, as partes estão interessadas em fechar o acordo rapidamente, maximizando seus ganhos individuais e minimizando perdas. Alguns aspectos da postura transacional incluem: Foco nos resultados: A prioridade principal é alcançar os resultados desejados, muitas vezes com uma visão de curto prazo. As partes concentram-se em atingir suas metas individuais, mesmo que isso possa resultar em um acordo que não seja necessariamente benéfico para ambas. Ênfase na troca: A negociação transacional geralmente é vista como uma troca direta de concessões e demandas. Cada parte busca obter o máximo possível em termos de ganhos pessoais, sem se preocupar tanto com as necessidades e interesses da outra parte. Minimização do relacionamento: Embora o relacionamento possa ter alguma importância, a ênfase está em fechar o acordo e cumprir os objetivos individuais. O foco está mais na transação em si do que em construir um relacionamento duradouro. Racionalidade e lógica: A negociação transacional tende a ser mais baseada na lógica e nos números, em vez de em elementos emocionais. As partes procuram maximizar os benefícios tangíveis e considerar os aspectos práticos da negociação. Menor ênfase na criação de valor mútuo: Em negociações transacionais, a criação de valor mútuo pode ser menos enfatizada. As partes podem estar mais preocupadas em obter ganhos individuais e podem não explorar oportunidades para benefícios adicionais que poderiam ser obtidos por meio de uma colaboração mais ampla. Embora a abordagem transacional possa ser adequada em algumas situações específicas, é importante reconhecer que ela pode ter limitações. Negociações estritamente transacionais podem resultar em acordos unilaterais e desequilibrados, prejudicando as relações futuras e a confiança entre as partes. Em muitos casos, uma abordagem mais colaborativa e orientada para o relacionamento, em busca de resultados mutuamente benéficos, pode levar a resultados mais satisfatórios a longo prazo. Postura Colaborativa A postura colaborativa na negociação é uma abordagem em que as partes envolvidas trabalham juntas de forma cooperativa e construtiva para alcançar resultados mutuamente benéficos. Ao adotar uma postura colaborativa, as partes se esforçam para criar valor conjunto, levando em consideração os interesses, necessidades e preocupações de todos os envolvidos. Aqui estão algumas características da postura colaborativa: Foco em interesses comuns: As partes buscam identificar e explorar os interesses compartilhados para encontrar soluções que atendam a ambas. Em vez de se concentrarem em posições rígidas, elas focam nos objetivos subjacentes que podem ser alcançados de maneiras diversas. Comunicação aberta e honesta: A postura colaborativa envolve uma comunicação transparente e franca entre as partes. Elas expressam seus interesses e preocupações de forma clara, ouvem ativamente as perspectivas da outra parte e procuram entender as motivações e pontos de vista uns dos outros. Construção de relacionamento: A postura colaborativa valoriza o estabelecimento e a manutenção de um relacionamento positivo entre as partes. As partes trabalham para construir confiança mútua, respeito e empatia, reconhecendo que uma relação saudável pode facilitar acordos mais eficazes e duradouros. Criatividade e flexibilidade: As partes são encorajadas a explorar soluções criativas e flexíveis que possam atender aos interesses de ambas. Estão abertas a pensar além das opções óbvias e a considerar alternativas inovadoras que possam gerar valor mútuo. Ganho mútuo: A postura colaborativa busca criar acordos que beneficiem todas as partes envolvidas. As partes procuram opções que permitam que todos alcancem seus objetivos e obtenham vantagens mútuas, em vez de buscar apenas vantagens individuais. Enfrentamento construtivo de conflitos: Os conflitos são vistos como oportunidades para explorar diferentes perspectivas e encontrar soluções conjuntas. As partes estão dispostas a resolver divergências de forma construtiva, buscando entendimento mútuo e compromisso para alcançar um resultado equilibrado. Foco em relacionamento de longo prazo: A postura colaborativa leva em consideração não apenas o acordo atual, mas também o impacto do relacionamento a longo prazo. As partes reconhecem que a construção de relações duradouras e saudáveis é benéfica para futuras colaborações e negociações. A postura colaborativa na negociaçãopromove um ambiente de trabalho conjunto e cria oportunidades para resultados mais satisfatórios para todas as partes envolvidas. Ao buscar o equilíbrio entre os interesses individuais e o bem comum, as partes podem criar acordos sustentáveis e fortalecer seus relacionamentos. Criação de Valor Negociadores transacionais deixam de cooperar na negociação porque imaginam que os recursos disputados são fixos: é o “mito da torta fixa”. Tendem a acreditar que as situações são todas competitivas do tipo “ganha-perde”. Mas na realidade, apenas um pequeno percentual das negociações é realmente distributivo (disputa em relação a ganho fixo). No mundo dos negócios há a tendência a usar a regra geral de competição e parece haver pouco espaço para cooperação. Nessa luta por acordos que são “melhores que nada”, deixamos passar muitas oportunidades criativas de gerar valor. Para que essa criação de valor aconteça, é importante buscar trocas relevantes que tenham baixo custo para você e alto valor para o outro. O que impede essa estratégia normalmente é a visão de que um ganho para a outra parte implica uma perda sua na mesma proporção, o que não é verdade, já que as partes valorizam de forma diferente cada item. Uma concessão insignificante para você pode ser valiosíssima para o outro. Ao se explorar em conjunto todas as possibilidades, há muito mais a dividir do que havia no início. Ou seja, a torta inicial é expandida. Sempre há algo interessante que as partes podem oferecer para melhorar o cenário geral. Se há vários resultados aceitáveis, então sempre existem soluções que deixarão ambos os lados mais felizes do que se conseguissem apenas um resultado mínimo. Como aplicar na prática o que aprendeu Quais são as vantagens de adotar a postura colaborativa na negociação? A adoção de uma postura colaborativa na negociação pode trazer várias vantagens. Aqui estão algumas delas: Criação de valor: A postura colaborativa permite que as partes envolvidas na negociação busquem soluções criativas e mutuamente benéficas. Ao trabalharem juntas, podem identificar interesses comuns e explorar oportunidades para criar valor adicional, resultando em acordos mais satisfatórios para ambas as partes. Relacionamentos duradouros: Ao adotar uma abordagem colaborativa, as partes têm a oportunidade de construir relacionamentos mais sólidos e duradouros. Ao enfatizar a comunicação aberta, a transparência e a confiança mútua, é possível estabelecer uma base sólida para futuras negociações e parcerias. Melhoria da comunicação: A postura colaborativa incentiva a comunicação aberta e efetiva entre as partes. Isso envolve ouvir ativamente as necessidades e preocupações de cada um, compartilhar informações relevantes de forma clara e transparente e buscar um entendimento mútuo. A melhoria da comunicação pode ajudar a evitar mal-entendidos, reduzir conflitos e facilitar a resolução de problemas. Solução de conflitos de forma construtiva: Com uma abordagem colaborativa, as partes estão mais inclinadas a buscar soluções para os conflitos que surjam durante a negociação. Em vez de adotar uma postura competitiva, onde uma parte ganha e a outra perde, a colaboração permite encontrar soluções que atendam às necessidades e interesses mútuos. Maior flexibilidade e adaptabilidade: A postura colaborativa incentiva a flexibilidade e a adaptabilidade durante a negociação. As partes podem estar dispostas a considerar diferentes opções, ajustar suas posições iniciais e buscar alternativas para superar impasses, permitindo que a negociação avance de maneira mais eficiente e eficaz. É importante destacar que a postura colaborativa não é adequada para todas as situações de negociação e, em alguns casos, pode ser necessário adotar abordagens mais competitivas. No entanto, em muitos cenários, a colaboração pode levar a resultados mais satisfatórios e duradouros para todas as partes envolvidas. Conteúdo bônus Tópicos avançados Vídeo: The Art of Negotiation | Maria Ploumaki | TEDxYouth@Zurich Canal: TEDx Talks Plataforma: Youtube Na sua apresentação no TEDxYouth em Zurique, Maria iluminou o público com sua visão sobre a "Arte da Negociação", destacando a necessidade de equilibrar lógica, emoção e reputação, conceitos que remontam à persuasão aristotélica de ethos, logos e pathos. Ela sublinhou a importância da resiliência, da gentileza e da autogestão, oferecendo orientações práticas para aprimorar interações e resultados em negociações. Sua mensagem ressoa além das mesas de negociação, instigando uma introspecção sobre a forma como conduzimos diálogos e enfrentamos desafios cotidianos. Referência Bibliográfica CARVALHAL, Eugenio do et al. Negociação e administração de conflitos. 4.ed. Rio de Janeiro : FGV, 2015, 213 p. FISHER, Roger. PATTON, Bruce. URY, William. Como chegar ao sim: a negociação de acordos sem concessões. Rio de Janeiro: Imago, 2005. MARTINELLI, D. P.; ALMEIDA, A. P. Negociação e solução de conflitos: do impasse ao ganha ganha através do melhor estilo. São Paulo: Atlas, 1998. Ir para questão
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