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Contestação Trabalhistas

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AO EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DO TRABALHO DA 2ª VARA DO TRABALHO DE NITERÓI/RJ
Processo Nº 1412777 
LIMPE BEM LTDA., pessoa jurídica de direito privado, inscrito sob o CNPJ de nº xxx, com sede estabelecida em xxx, vem, por seu advogado que a esta subscreve, regularmente constituído por procuração anexa, com escritório profissional estabelecido em xxx, com base nos artigos 847 da CLT, apresentar CONTESTAÇÃO à reclamatória trabalhista que lhe move LEANDRO SILVA, já qualificado nos autos do processo em epígrafe, pelas razões abaixo aduzidas.
1. DOS FATOS
O Reclamante alega, em sua peça inicial trabalhista, que fora admitido pela Reclamada em 13/05/2010, para exercer a função de auxiliar de serviços gerais. Com jornada de trabalho de 5 (cinco) horas às 15 (quinze), tendo duas horas de intervalo para refeição, de segunda-feira à sexta-feira, sem receber hora extra e adicional noturno.
Informa, ainda, que em 09/11/2016 recebeu aviso prévio a ser trabalhado, e que em 23/11/2016 encaminhou por e-mail à, ora, Reclamada sua candidatura ao cargo de dirigente sindical de sua categoria.
Requerendo, além de sua reintegração ao cargo, diante da suposta dispensa indevida, valores referentes à remuneração pelas horas extras, em tese, trabalhadas.
0. DO MÉRITO
Apesar dos fatos narrados na inicial se amoldarem perfeitamente à realidade fática, é imperioso que se faça a correta análise acerca da matéria de direito que abarca a presente relação trabalhista.
1. DAS HORAS EXTRAS
Como é de sabença, a hora extra será devida ao trabalhador que exceder a jornada normal de trabalho. O artigo 58 da CLT nos traz que a duração normal da jornada não excederá 8 (oito) horas diárias. Portanto, conforme narrado, tendo como horário de início 5 (cinco) horas da manhã e horário de termino as 15 (quinze) horas, com duas horas de descanso (estas que, em consonância ao entendimento alcançado pelo §2º do artigo 71, não deverão ser computadas à duração do trabalho), a jornada de trabalho tem a duração de 8 (oito) horas diárias em consonância com o que dispõe a Lei.
Art. 58 - A duração normal do trabalho, para os empregados em qualquer atividade privada, não excederá de 8 (oito) horas diárias, desde que não seja fixado expressamente outro limite.
Art. 71 - Em qualquer trabalho contínuo, cuja duração exceda de 6 (seis) horas, é obrigatória a concessão de um intervalo para repouso ou alimentação, o qual será, no mínimo, de 1 (uma) hora e, salvo acordo escrito ou contrato coletivo em contrário, não poderá exceder de 2 (duas) horas.
§ 2º - Os intervalos de descanso não serão computados na duração do trabalho.
No que se refere ao descanso entre as jornadas de trabalho, devemos nos ater ao que assevera o artigo 66 da CLT, cujo dispõe que entre duas jornadas de trabalho deverá haver um período mínimo de 11 (onze) horas consecutivas de desconto. Sendo imperioso ressaltar que tal período de descanso sempre esteve garantido ao Reclamante durante a vigência do contrato de trabalho, não havendo que se falar na indenização prevista no §4º do artigo 71.
Art. 66 - Entre 2 (duas) jornadas de trabalho haverá um período mínimo de 11 (onze) horas consecutivas para descanso.
Art. 71 -...
§ 4o  A não concessão ou a concessão parcial do intervalo intrajornada mínimo, para repouso e alimentação, a empregados urbanos e rurais, implica o pagamento, de natureza indenizatória, apenas do período suprimido, com acréscimo de 50% (cinquenta por cento) sobre o valor da remuneração da hora normal de trabalho.
0. DO ADICIONAL NOTURNO
Conforme explana o artigo 73 e seu §2º da CLT, o adicional noturno será devido quando o trabalho for executado entre as 22 horas de um dia e as 5 horas do dia seguinte.
Art. 73. Salvo nos casos de revezamento semanal ou quinzenal, o trabalho noturno terá remuneração superior a do diurno e, para esse efeito, sua remuneração terá um acréscimo de 20 % (vinte por cento), pelo menos, sobre a hora diurna. 
§ 2º Considera-se noturno, para os efeitos deste artigo, o trabalho executado entre as 22 horas de um dia e as 5 horas do dia seguinte.
Portanto, incabível é o dever de pagar o adicional noturno vez que o início da jornada de trabalho se dá a partir do horário estipulado pelo artigo supracitado.
E de forma uníssona e equânime, tem entendido os Tribunais:
AGRAVO EM EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EM EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EM RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO PELO AUTOR . LEI Nº 13.467/2017. DIFERENÇAS DE ADICIONAL NOTURNO. PRORROGAÇÃO EM HORÁRIO DIURNO. NORMA COLETIVA QUE FIXA ADICIONAL NOTURNO DE 35% E PREVÊ O SEU PAGAMENTO APENAS PARA AS HORAS TRABALHADAS ENTRE 22H E 5H. APLICABILIDADE E EXTENSÃO. Nos termos da jurisprudência da SDI-1 desta Corte Superior, a cláusula coletiva que, de um lado, fixa o horário noturno (prevendo o pagamento do adicional apenas para o período compreendido entre 22 horas e 5 horas) e, de outro, prevê adicional noturno em percentual superior ao mínimo estabelecido no art. 73, caput , da CLT, não se aplica para as horas prorrogadas no período diurno. Entendimento contrário implicaria a extensão da cláusula coletiva para situações nela não previstas. Precedentes. Indevido o pagamento do adicional noturno sobre as horas trabalhadas após as 5 horas da manhã. Agravo conhecido e não provido.
(TST - Ag: 135759420165150059, Relator: Claudio Mascarenhas Brandao, Data de Julgamento: 10/11/2021, 7ª Turma, Data de Publicação: 19/11/2021)
0. DO PEDIDO DE REINTEGRAÇÃO AO CARGO
No que tange ao pedido de reintegração ao cargo, diante da suposta, indevida dispensa com fincas no artigo 543, §3º da CLT, devemos nos ater ao fato de que a notificação da candidatura do Reclamante ao cargo de dirigente sindical, de sua categoria, se deu após o aviso prévio feito pelo Reclamado. Logo, o Reclamante não faz jus à estabilidade garantida pelo artigo 543, §3º da CLT.
Tal entendimento encontra amparo diante do que assevera a Súmula 369 do TST. 
Súmula 369 DIRIGENTE SINDICAL. ESTABILIDADE PROVISÓRIA. I - E assegurada a estabilidade provisória ao empregado dirigente sindical, ainda que a comunicação do registro da candidatura ou da eleição e da posse seja realizada fora do prazo previsto no art. 543, § 5º, da CLT, desde que a ciência ao empregador, por qualquer meio, ocorra na vigência do contrato de trabalho. II - O art. 522 da CLT foi recepcionado pela Constituição Federal de 1988. Fica limitada, assim, a estabilidade a que alude o art. 543, § 3.º, da CLT a sete dirigentes sindicais e igual número de suplentes. III - O empregado de categoria diferenciada eleito dirigente sindical só goza de estabilidade se exercer na empresa atividade pertinente à categoria profissional do sindicato para o qual foi eleito dirigente. IV - Havendo extinção da atividade empresarial no âmbito da base territorial do sindicato, não há razão para subsistir a estabilidade. V - O registro da candidatura do empregado a cargo de dirigente sindical durante o período de aviso prévio, ainda que indenizado, não lhe assegura a estabilidade, visto que inaplicável a regra do § 3º do art. 543 da Consolidação das Leis do Trabalho. (redação do item I alterada na sessão do Tribunal Pleno realizada em 14.09.2012) - Res. 185/2012, DEJT divulgado em 25, 26 e 27.09.2012.
0. DOS PEDIDOS
I. Ante o exposto, requer que sejam rejeitados todos os pedidos formulados pelo reclamante, bem como este seja condenado em custas e honorários advocatícios de até 15%, na forma do artigo 791-A, CLT. 
II.   Por fim, requer produção de todas as provas em direito admitidas. 
Nos termos em que,
Pede deferimento
Local e data
Advogado OAB/OAB

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