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Historia em movimento Vol 1-44

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300 Manual do Professor
Capítulo 5
Na terra dos faraós
Conteúdos e procedimentos sugeridos
O Egito antigo é geralmente associado às pirâmides ou às 
múmias, como se representassem a principal produção dessa 
sociedade. Entretanto, outros aspectos de sua história podem 
ser destacados: a longa duração dessa civilização; a rígida or-
ganização social; a forte religiosidade presente tanto na vida 
política (faraó-deus) quanto na produção artística; os conheci-
mentos científicos desenvolvidos; etc.
Para orientar o desenvolvimento dos conteúdos tratados 
no capítulo, alguns questionamentos podem ser propostos: 
Como se iniciou a organização social e política do Egito anti-
go? Quais eram as principais crenças dos egípcios? Que recur-
sos desenvolveram em função delas? Que influência elas exer-
ciam na vida política, social e cultural do Império? 
Ao abordar o início da organização da sociedade egípcia, 
o mapa O antigo Egito pode ser um valioso instrumento para 
compreender as características da região onde ela se estabe-
leceu – abundância de água (rio Nilo) e solos férteis. Essas ca-
racterísticas, aliadas ao esforço comunitário, eram propícias ao 
desenvolvimento da agricultura49.
Caso os alunos confundam o sentido da correnteza do 
Nilo, seria interessante explicar-lhes que esse rio corre das ca-
taratas (no Alto Egito) para o delta (Baixo Egito), desaguando 
no mar Mediterrâneo.
Com relação aos aspectos gerais da sociedade e da cultu-
ra egípcia, vários elementos do capítulo podem servir de ponto 
de partida para trabalhar os conteúdos. A título de exemplo, 
vale mencionar o esquema da pirâmide social (p. 44) e a pintu-
ra com imagens de cenas do cotidiano (p. 44). Os alunos po-
dem ser solicitados a mencionar, por exemplo: qual a relação 
entre a forma da pirâmide e a estrutura da sociedade; o que 
mostram as cenas cotidianas. 
Tratar da religião no Egito antigo significa abranger ou-
tros aspectos que a ela se relacionam. A crença na vida após 
a morte, por exemplo, remete aos conhecimentos científicos 
desenvolvidos, à construção das grandes pirâmides, à técnica 
da mumificação, etc. A leitura do boxe As múmias e do item 
Os cuidados com o corpo podem contribuir para o desenvolvi-
mento desses temas. 
Neste capítulo, o texto da seção Enquanto isso... refere-
-se à medicina chinesa. Vale destacar que, embora sejam con-
temporâneas, diferentes sociedades encontram soluções dis-
tintas para os mesmos problemas. 
Texto complementar 
Em sua obra Um estudo crítico da história, patrocinada 
pela Organização das Nações Unidas (ONU), o cientista políti-
co brasileiro Hélio Jaguaribe propõe uma reflexão sobre a as-
censão e queda de algumas sociedades. No trecho a seguir, ele 
tece comentários sobre o poder do faraó e como ele se trans-
forma ao longo do tempo.
A ideia de natureza sagrada do rei mudou durante 
a história do Egito. No Antigo Reino, a divindade do rei 
era consubstancial. Considerava-se que a monarquia e 
até mesmo o Egito como país [império] tinham origem 
divina, derivada de Osíris e Horus. A condição do faraó 
era divina. Quando um indivíduo exercia o poder real, 
ele era cooptado por Horus, tornando-se uma das suas 
manifestações sem perder as características humanas. 
No Médio Reino, o faraó perdeu em parte seu poder 
cosmologicamente divino, embora mantivesse os atri-
butos divinos da função que exercia, o faraó represen-
tava a humanidade diante dos deuses. No Novo Reino, 
a divindade real adquiriu um sentido físico: o faraó era 
considerado fisicamente filho de Horus ou Re [Ra, na 
terminologia que usamos no Livro do Aluno] que tinha 
assumido o aspecto do rei para engendrar na rainha o 
faraó seguinte. Desde a sua concepção até a morte fí-
sica, o faraó era um deus, embora exibisse todas as ca-
racterísticas de um ser humano. Com o declínio gradual 
da monarquia, e a decadência geral do país [império], a 
origem divina do rei passou a ser, afinal, só uma doutri-
na para legitimar o monarca que ocupava o trono, ainda 
que ele fosse de origem estrangeira.
JAGUARIBE, Hélio. Um estudo crítico da História. 
São Paulo: Paz e Terra, 2001. v. I, p. 154.
Sugestões de leitura
JOHNSON, Paul. História ilustrada do Egito antigo. Rio de Ja-
neiro: Ediouro, 2002.
NOBLECOURT, Christiane Desroches. A mulher no tempo dos 
faraós. Campinas: Papirus, 1994.
Sugestão de site
Tebas – Amplo banco de dados (em inglês) sobre Tebas, 
uma das mais importantes zonas arqueológicas do Egito. 
Disponível em: <http://tinyurl.com/9gov77j>. Acesso em: 2 
dez. 2012.
Organizando aS iDEiaS
1. O território egípcio é quase todo dominado pelo deserto 
do Saara. Por isso, grande parte da população se concen-
tra nas terras férteis próximas ao rio Nilo. Professor, você 
pode ressaltar que esse fenômeno representa uma das 
formas mais antigas de ocupação dos territórios e que a 
dependência atual do homem em relação à natureza per-
manece um fator importante para a ocupação do plane-
ta, apesar dos enormes avanços tecnológicos, em espe-
cial na agricultura.
2. Como foi visto na unidade anterior, a passagem da vida nô-
made para a vida sedentária foi possível graças ao desenvol-
vimento da agricultura. Se antes o nomadismo exigia uma 
luta diária pela sobrevivência e dificultava a armazenagem de 
alimentos, a vida sedentária (com a agricultura e a pecuária) 
ampliou o controle do abastecimento de alimentos e das 
49 O trabalho com mapas pode ajudar os alunos a perceber também o contato entre as sociedades antigas. Ou seja, perceber que elas, de modo geral, se comu-
nicaram e se influenciaram, devido à proximidade geográfica (excetuando as civilizações chinesa e indiana).
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301Manual do Professor
formas de proteção (contra predadores, outros grupos hu-
manos ou as intempéries da natureza). No decorrer dos sé-
culos, as atividades comunitárias e a maior especialização 
profissional permitiram aprimorar técnicas e instrumentos 
agrícolas, ampliando a capacidade de produção. Com o au-
mento das colheitas, havia mais oferta de alimentos, o que 
estimulou o crescimento populacional (havia menos fome e 
mortalidade). Além disso, o excedente propiciou também 
a ampliação das trocas comerciais. A soma desses fatores 
fez com que muitos dos pequenos núcleos populacionais se 
transformassem em povoados. A afirmação também se apli-
ca à sociedade egípcia.
3. A maior parte da população dos nomos vivia da agricultura 
e utilizava o rio Nilo para transporte, comunicação e para 
irrigação, ou seja, para o desenvolvimento das atividades 
agrícolas. Seus governantes, os nomarcas, reuniam o po-
der político e o poder religioso. Aos poucos, os mais des-
tacados entre eles passaram a submeter outros nomos ao 
seu poder. Por volta de 3500 a.C., os nomos haviam sido 
unificados em torno de dois reinos (o Baixo Egito e o Alto 
Egito). Cerca de 300 anos depois, o rei Menés (conheci-
do também por Narmer, Men ou Meni) conquistou todo 
o território e foi coroado, pela primeira vez, como faraó, 
centralizando as funções militares, políticas e religiosas em 
torno da sua pessoa.
4. A sociedade no Egito antigo era rigidamente estratificada. 
No topo da pirâmide social estava o faraó, considerado, ao 
mesmo tempo, monarca e deus. A seguir vinham sucessi-
vamente os sacerdotes, a nobreza, os escribas e os solda-
dos. Na base estavam os camponeses e artesãos. Abaixo 
deles, os escravos.
5. Porque a produção agrícola (de cevada, trigo, legumes e 
frutas) dependia do regime de cheias do rio. No período em 
que as águas se elevavam era impossível cultivar a terra. Por 
isso, nesse período os trabalhadores transportavam pedras 
para as construções, escavavam poços e realizavam ativi-
dades artesanais. Nas épocas de vazante, com o reapareci-
mento das terras cultiváveis, eles se dedicavam novamente 
ao trabalho agrícola. Além disso, construíam canaisde irri-
gação e diques que ampliavam as áreas férteis e produtivas. 
A alimentação era completada pela pesca e a caça, realizada 
nos pântanos formados no delta do Nilo. 
6. O faraó era considerado filho do deus Amon-Rá, rei dos 
deuses e criador de todas as coisas. Para os egípcios, ele 
detinha os poderes e a sabedoria dos deuses; por isso, sua 
palavra era incontestável, pois tinha origem divina. Para 
compreender corretamente o seu governo, é preciso tam-
bém levar em conta o apoio dos sacerdotes e sacerdotisas, 
e dos nomarcas e escribas, que contribuíam decisivamen-
te para manter viva a ideia da origem divina do faraó en-
tre a população.
7. A sociedade egípcia antiga desenvolveu importantes conhe-
cimentos de engenharia hidráulica, graças à construção de 
diques, represas e canais de irrigação. Seus tecelões eram 
hábeis na produção de tecidos de linho. Outros artesãos 
dominavam a técnica da fabricação de vidro. Havia embar-
cações fluviais e marítimas de diversos tipos e para várias 
necessidades. Os egípcios conheciam também a anatomia 
humana e chegaram a utilizar técnicas de anestesia em ci-
rurgias. Além disso, eles conceberam a base do calendário 
utilizado ainda hoje na maior parte do mundo.
Hora DE rEFlETir
O objetivo desta atividade é propiciar uma reflexão so-
bre a formação das cidades com base na própria história lo-
cal. Você pode estimular os alunos a fazer uma pesquisa em 
bibliotecas ou arquivos públicos, a entrevistar moradores mais 
antigos ou pesquisadores locais. Além disso, na própria his-
tória das famílias dos alunos podem-se encontrar referências 
importantes. Professor, mostre aos alunos que é necessário ir 
além de algumas respostas “oficiais” sobre o fundador da ci-
dade (a primeira casa, a primeira igreja, o primeiro prefeito, 
etc.). Esse tipo de história costuma valorizar o ponto de vista 
dos setores políticos dominantes e não leva em conta a di-
versidade de interesses dos grupos sociais que efetivamente 
construíram a cidade. O sociólogo José de Souza Martins, no 
livro Subúrbio (Hucitec/Editora da Unesp), afirma que a histó-
ria local é construída pela memória (dos grupos dominantes 
que criam uma narrativa para dar significado à fundação da 
cidade) e pelo esquecimento dos grupos excluídos dessa his-
tória oficial. Por isso, é importante transformar esse esque-
cimento em memória coletiva, múltipla e, às vezes, contra-
ditória. Uma história local renovada precisa compreender as 
tensões sociais e políticas, a multiplicidade de histórias indi-
viduais e de memórias diversas sobre a cidade. Dessa forma, 
podemos contribuir para uma efetiva apropriação pelos alu-
nos da perspectiva de história coletiva, feita por todos e não 
apenas pelos “pais fundadores”.
Capítulo 6
A civilização chinesa
Conteúdos e procedimentos sugeridos
Este capítulo trata de uma das mais antigas sociedades do 
mundo – a China, que é hoje a terceira potência econômica 
mundial. São muitos os conhecimentos que assimilamos dos chi-
neses, alguns há muito tempo, outros mais recentemente. Essa 
relação presente-passado pode ser o ponto de partida para o es-
tudo do capítulo.
A formação da China está ligada ao desenvolvimento da 
agricultura no vale do rio Amarelo, onde se constituíram al-
deias e, com o tempo, a população crescente organizou-se em 
torno de um poder central. Ao longo dos séculos, sucessivas 
dinastias (Shang, Zhou, Qin, Han) governaram a China, am-
pliando seu território. 
É na dinastia Han que se observa um dos períodos de 
maior desenvolvimento econômico, cultural e de conhecimen-
tos científicos da China antiga. Invenção do papel e da bússola, 
experiências com dissecação de cadáver e cirurgias com anes-
tesia, uso de ervas e prática da acupuntura na cura de doenças, 
desenvolvimento de conceitos matemáticos são alguns exem-
plos das realizações chinesas desse período. Aqui também po-
de-se relacionar presente-passado, observando as permanên-
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302 Manual do Professor
cias. Além disso, o texto da seção Eu também posso participar 
enseja uma reflexão sobre o uso, reutilização e reciclagem de 
papel. É também nesse período que se verifica um maior con-
tato com o Ocidente, o que pode ser demonstrado com a lei-
tura do boxe A Rota da Seda.
Sugestões de leitura
FAirbAnk, John king; GOldmAn, merle. China: uma nova 
História. Porto Alegre: l&Pm, 2006.
lOVEll, Julia. Grande muralha: a China contra o mundo. rio 
de Janeiro: record, 2008.
Sugestão de site
www.cultural-china.com/ – Site em inglês sobre diferentes as-
pectos da história e cultura chinesas. Acesso em: 28 jan. 2013.
¡sso...Enquanto
O Japão antigo
Diálogos
Atividade interdisciplinar com línguas. A escrita ideográ-
fica consiste na representação das ideias por meio de sinais que 
reproduzem objetos concretos; ou seja, ela não se vale de as-
sociações gráficas e abstratas para representá-los, mas de sím-
bolos que procuram se assemelhar ao próprio objeto represen-
tado. Já a escrita fonética é aquela em que os sinais (sílabas ou 
letras) correspondem a determinados sons. Assim, do ponto 
de vista visual, esses sinais em nada se assemelham ao formato 
daquilo que se quer representar. Professor, peça aos alunos que 
montem pequenos painéis (em papel sulfite ou cartolina) com 
os exemplos desenhados. Exponha os painéis na classe. isso 
pode ajudar os alunos a compreender aspectos fundamentais 
de cada tipo de escrita, que nem sempre são compreensíveis 
apenas com a exposição dos conceitos.
Organizando as ideias
1. Segundo pesquisadores, por volta de 5000 a.C. surgiram as 
primeiras aldeias à margem dos rios, sob liderança feminina 
e onde se iniciou a prática da agricultura. Aos poucos, es-
ses povoados formaram pequenos Estados, cujo poder era 
transmitido por laços familiares. Por volta de 2200 a.C., um 
dos chefes, Yü, o Grande, tornou-se rei, unificando esses 
pequenos Estados e dando origem à dinastia Xia.
2. A dinastia Shang ampliou o território chinês de 1 600 km² 
para uma área de 100 mil km²; houve no período um notá-
vel florescimento cultural, com a criação da escrita primiti-
va chinesa, o desenvolvimento do calendário com 365 dias, 
a criação da moeda, de instrumentos musicais e a invenção 
da técnica de fabricação da seda. 
3. Entre 475 a.C. e 221 a.C., a China passou por um conturba-
do período político, no qual vários reinos entraram em luta 
pela hegemonia do território chinês. Essa profunda crise po-
lítica e social provocou a criação de teorias filosóficas, como o 
taoismo e o confucionismo, que pretendiam solucionar as 
disputas sangrentas e definir um papel mais equilibrado 
para o Estado, a sociedade e os indivíduos. Esse período só 
chegou ao fim com a vitória do reino de Qin, sob a liderança 
de Ying Zheng, que estabeleceu uma nova dinastia, dando 
início à fase imperial chinesa.
4. Ying Zheng imprimiu um caráter fortemente centralizador 
ao seu governo, entre 221 a.C. e 210 a.C. Padronizou o 
sistema de pesos e medidas e os diferentes tipos de escrita, 
criou um rígido conjunto de leis e construiu estradas, fa-
cilitando a comunicação e o transporte entre as províncias 
do império. Para defender o território de invasões, man-
dou construir a muralha da China, com 4 200 km de ex-
tensão. Foram mobilizados nessa tarefa mais de 1 milhão 
de trabalhadores.
5. A dinastia Han governou a China a partir de 206 a.C. até 
o século iii d.C. inspirados na filosofia de Confúcio, os Han 
conduziram a China a um notável desenvolvimento eco-
nômico e cultural, significativos avanços tecnológicos na 
agricultura (introdução do arado de boi, instrumentos de 
ferro e canais de irrigação) e a ampliação dos laços co-
merciais com povos vizinhos e com o Ocidente, através da 
rota da Seda.
6. Para Confúcio, uma sociedade só poderia ter harmonia, isto 
é, estar amparada na ordem e na justiça, por meio da capa-cidade de amar, da prática da bondade e do bem, do respei-
to e do interesse para com o próximo.
7. A rota da Seda era um sistema de estradas de aproxima-
damente 7 mil quilômetros de extensão, construído a par-
tir das viagens e descobertas de Chang-Ch’ien, emissário 
do imperador Wu-Ti. Construídas, a princípio, para que o 
imperador chinês comprasse cavalos na Ásia central, as es-
tradas dessa rota serviram também para que mercadores 
chineses e ocidentais realizassem trocas comerciais. A par-
tir do século X, a rota da Seda entrou em declínio e as re-
lações entre a China e o Ocidente também se reduziram 
pouco a pouco.
8. Como parte do legado cultural e científico desse período da 
civilização chinesa, temos: a técnica de fabricação da seda 
a partir dos casulos do bicho-da-seda, a filosofia de Confú-
cio, os monumentos históricos, como a Grande muralha, 
instrumentos de medição da direção dos ventos, o sismó-
grafo, conceitos matemáticos, a bússola, o relógio de sol e 
de água, as técnicas de fabricação do papel, as práticas de 
medicina milenar, como a acupuntura, etc.
Hora de ReFLeTiR
O desenvolvimento do conceito de “cidade educadora” 
liga-se a experiências desenvolvidas nos últimos anos, sobre-
tudo na cidade de barcelona (Espanha). Tem por princípio o 
alargamento das fronteiras da educação para além da institui-
ção escolar, com base na corresponsabilização dos cidadãos 
para que, em conjunto, de forma organizada e participativa, 
remodelem o uso do espaço público e da vida comunitária. 
A seguir, para subsidiar o trabalho do professor, destacamos 
um trecho adaptado do livro A cidade como projeto educati-
vo, organizado pelos autores espanhóis Carmen Gómez-Gra-
nell e ignácio Vila (Trad. daisy Vaz de moraes. Porto Alegre: 
Artmed, 2003).
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303Manual do Professor
Os desafios da sociedade contemporânea exigem 
o envolvimento de toda a sociedade e a introdução de 
modificações em nossas cidades que reformulem com-
portamentos, hábitos e espaços de interação para fa-
vorecer a educação integral e cidadã, assumindo o im-
portante papel de cidades educadoras [...] O conceito 
de comunidade educativa aparece em nossa sociedade 
atual como uma necessidade sentida pelas próprias ins-
tituições escolares, que reconhecem a sua incapacidade 
para assumir sozinhas os atuais conceitos de educação 
integral. Os educadores constatam a inutilidade de seus 
esforços para transmitir alguns valores e atitudes educa-
tivas que, se forem contraditórios com o contexto, nun-
ca chegarão a fazer parte da vida de seus alunos. [...] As-
sim, não faz sentido manter em nossas salas de aula um 
discurso bem-intencionado sobre a poluição e a recicla-
gem de matérias-primas enquanto as crianças veem seus 
vizinhos jogarem lixo na rua. Nossa sociedade não pode 
encomendar dos educadores o trabalho, condenado ao 
fracasso, de pregar em suas aulas valores e atitudes que 
a comunidade não assume como próprios. A conclusão 
é evidente: precisamos que nossas comunidades se en-
volvam na defesa dos valores educativos mais importan-
tes, alguns deles vitais para sua própria manutenção. Não 
é possível continuar pensando em algumas cidades nas 
quais se exija de seus administradores que solucionem 
problemas tão importantes como o do transporte ou o 
da poluição enquanto os cidadãos continuam com seus 
hábitos não solidários, decididos a prosseguir pensando 
que tais problemas devem ser solucionados por “outros” 
para que se siga fazendo o de sempre [...].
GÓMEZ-GRANELL, Carmen; VILA, D. V. de Moraes (Org.). A cidade 
como projeto educativo. Porto Alegre: Artmed, 2003.
Capítulo 7
As civilizações da Índia
Conteúdos e procedimentos sugeridos
Este capítulo trata das origens da complexa sociedade 
indiana e de sua grande diversidade religiosa e cultural. Co-
nhecer essas origens possibilita compreender alguns aspectos 
dessa sociedade na atualidade, como a organização em castas 
(Veja o Texto complementar). Sobre as antigas tradições india-
nas, o texto Contradições indianas, da seção Passado presente, 
traz informações que ampliam o estudo dos conteúdos e pro-
piciam uma rica discussão com os alunos, como, por exemplo, 
a análise de mudanças e permanências na sociedade indiana e 
de seus contrastes.
É interessante observar que a história milenar da Índia 
compreende invasões e domínios por outros povos, mas que 
se mantiveram elementos de sua cultura. 
Com relação à civilização dravidiana, é interessante des-
tacar a arquitetura das cidades (avenidas, plataformas e siste-
mas de água e esgoto) e o artesanato (de roupas de algodão, 
joias e utensílios domésticos) comercializado com outros povos 
(como os mesopotâmios, por exemplo). Tal destaque pode aju-
dar os alunos a compreenderem o desenvolvimento dessa ci-
vilização e o fascínio que ela deve ter despertado nos invaso-
res arianos, guerreiros e nômades, que acabaram promovendo 
uma mescla de culturas, cujo principal resultado foi o hinduís-
mo e a estruturação da sociedade indiana em castas.
Texto complementar
Apesar de ilegal desde 1950, o sistema de castas ainda 
faz parte da cultura indiana e está arraigado em suas relações 
sociais. O texto a seguir, retirado da revista National Geogra-
phic Brasil, aborda certos aspectos da vida dos párias, também 
chamados de intocáveis. 
Nascer hindu na Índia é entrar para o sistema de 
castas, uma das mais antigas formas de estratificação 
ainda em vigor. Arraigado na cultura indiana há 1,5 mil 
anos, o sistema segue um preceito básico: todos são cria-
dos desiguais. A hierarquização da sociedade hindu ori-
ginou-se de uma lenda na qual os quatro principais gru-
pos, ou varnas, emergem de um ser primordial. Da boca, 
vêm os brâmanes – sacerdotes e mestres. Dos braços, os 
xátrias – governantes e soldados. Das coxas, os vaixás – 
mercadores e negociantes – e, dos pés, os sudras – traba-
lhadores braçais. Cada varna, por sua vez, abrange cen-
tenas de castas e subcastas hereditárias, cada qual com 
hierarquia própria.
Um quinto grupo consiste nas pessoas que são 
achuta, ou intocáveis. Não vieram do ser primordial. Eles 
são os excluídos – pessoas demasiado impuras para clas-
sificar-se como seres dignos. [...] Os intocáveis são evi-
tados, insultados, proibidos de frequentar templos e ca-
sas de castas superiores, obrigados a comer e beber em 
utensílios separados em lugares públicos e, em casos ex-
tremos mas não incomuns, são estuprados, queimados, 
linchados e baleados.
O antigo sistema de crença que criou os intocáveis 
prepondera sobre a lei moderna. [...] Um pai ou uma mãe 
intocável gera filhos intocáveis, marcados como impuros 
desde o momento em que começam a respirar. [...]
Os intocáveis executam o “trabalho sujo” da socie-
dade – atividade que requer contato físico com sangue 
e excrementos humanos. Os intocáveis cremam os mor-
tos, limpam latrinas, cortam cordões umbilicais, removem 
animais mortos das ruas, curtem couro, varrem sarjeta. 
Esses trabalhos, e a condição de intocável, são transmi-
tidos aos descendentes. Mesmo os numerosos intocáveis 
que exercem serviços “limpos”, principalmente trabalhos 
agrícolas mal remunerados em terras de grandes proprie-
tários, são considerados impuros. [...]
É verdade que, pelo menos na esfera pública, os in-
tocáveis fizeram progresso desde o tempo em que eram 
espancados se sua sombra tocasse alguém de casta su-
perior, usavam sinos para alertar de sua aproximação e 
levavam baldes para que não contaminassem o chão ao 
cuspir. Eles não podiam entrar em escolas nem se sentar 
em nenhum banco perto de alguém de casta superior.
A constituição de 1950 impõe um sistema de cotas 
em que são reservados cargos na legislatura federal em 
proporção igual à dos intocáveis na população: 15%.[...]
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304 Manual do Professor
Lugares reservados aos intocáveistêm também em legis-
laturas estaduais, conselhos de aldeia, no serviço público 
e nas salas das universidades. [...]
Apesar de todas as leis, porém, o cerne do sistema 
de castas segue inalterado. [...] [Isso por que] o sistema 
de castas hindu tem seu próprio manual de instruções. 
As Leis de Manu, coligidas há pelo menos 2 mil anos por 
sacerdotes brâmanes, prescrevem para cada varna o que 
comer, quem desposar, como ganhar dinheiro, quando 
lutar, como manter-se limpo, a quem evitar.
Extraído de: O´NEILL, Tom. 
National Geographic Brasil. Junho/2003, p. 44-51.
Sugestão de leitura
MELLO, Patrícia Campos. Índia: da miséria à potência. São Pau-
lo: Planeta, 2008.
Organizando aS iDEiaS
1. Em virtude das cheias anuais do rio Indo, decorrentes do de-
gelo do Himalaia, cidades como Mohenjo-Daro eram ergui-
das sobre plataformas de terra batida e entulho que chega-
vam a atingir até 12 metros de altura. Os dravidianos eram 
um povo de pele escura que, por volta de 3000 a.C., ergue-
ram suas cidades ao longo do rio Indo. As residências, de tijo-
los de barro cozido, contavam com sistema de água e esgoto. 
Os dravidianos também fabricavam e comercializavam produ-
tos como joias, utensílios domésticos, brinquedos e roupas de 
algodão, técnica de tecelagem inventada por eles.
2. Ariano é o nome genérico dado às pessoas de pele clara, ori-
ginárias de algumas dos cerca de cinquenta povos nômades 
que habitavam a região do Cáucaso (atuais Rússia, Geórgia, 
Azerbaijão e Armênia). Depois de instalados no vale do rio 
Ganges, os arianos passaram a viver como sedentários. Mui-
to religiosos, foi entre eles que surgiu o hinduísmo, crença 
religiosa que passou a reger, praticamente, todos os aspec-
tos de sua vida cotidiana.
3. Por volta do segundo milênio, os arianos se estabeleceram 
no vale do rio Indo e se tornaram sedentários, incorporando 
aspectos da cultura dravidiana, como o vocabulário e a reli-
gião. A mistura de crenças religiosas desses povos deu origem 
ao hinduísmo, conjunto de práticas religiosas que exerceu e 
ainda exerce papel fundamental na vida cotidiana e na orga-
nização social dos indianos. Os fundamentos do hinduísmo 
estão registrados no Rig Veda, ou “livros do conhecimen-
to”, uma coletânea de 1 028 hinos. Os hinduístas acreditam 
na existência de muitos deuses e na reencarnação.
4. Os sacerdotes brâmanes se destacaram entre as lideranças 
políticas e religiosas dos árias (ou arianos), criando com-
plexos rituais religiosos e valorizando demasiadamente as 
suas funções. Esses sacerdotes afirmavam que eram ca-
pazes de conversar diretamente com os deuses. Por isso, 
ganharam respeito e reconhecimento da população e dos 
próprios líderes políticos. Eles criaram diversas regras que 
se tornaram fundamentais para a maior parte da socie-
dade hindu, como as que estabeleceram um rígido siste-
ma de castas na Índia. O sistema de castas era um tipo 
de estratificação social caracterizado por grupos sociais fe-
chados e ligados às mesmas profissões ou funções sociais. 
Não havia passagem de uma casta para a outra, pois o 
nascimento definia o lugar social dos indivíduos. Na ori-
gem do bramanismo, as castas mais importantes eram for-
madas pelos árias. Os sacerdotes (os brâmanes) estavam 
no topo da hierarquia social, seguidos pelos xátrias (no-
bres, guerreiros e administradores) e pelos vaixás (comer-
ciantes). Entre os não arianos, vinham os sudras (artesãos 
ou trabalhadores manuais) e os párias, excluídos da socie-
dade que estavam proibidos de estudar, ouvir os hinos re-
ligiosos e viver nas cidades.
5. Em linhas gerais, o budismo e o jainismo afirmavam que 
cabia ao indivíduo realizar seu próprio destino, sem neces-
sidade de adorar deuses e praticar complexos rituais, como 
afirmavam os sacerdotes brâmanes. Essas novas religiões 
contrariavam, portanto, a divisão em castas e os privilégios 
que os sacerdotes desfrutavam numa organização social rí-
gida e hierarquizada como era a sociedade védica.
Hora DE rEFlETir
O fato de uma considerável porcentagem de brasileiros 
não contarem com saneamento básico reflete o problema ha-
bitacional do país. Atualmente, existem no Brasil milhões de 
moradias construídas em condições precárias, muitas delas em 
situação irregular, erguidas em áreas impróprias – geralmen-
te invadidas e ocupadas em loteamentos clandestinos –, sem 
aprovação ou controle do poder público. Essa situação tem 
suas raízes no processo sofrido pela maioria das cidades mé-
dias e grandes do país nas últimas décadas: um inchaço provo-
cado pelo fluxo migratório campo-cidade. Aliado a esse fator, 
mais recentemente observa-se um processo de pauperização 
de parte da população dessas cidades que, por motivos como 
desemprego ou perda de renda, abandona áreas dotadas de 
maior infraestrutura urbana (geralmente as regiões mais cen-
trais das cidades), deslocando-se para as zonas periféricas, em 
geral ainda à espera de obras de melhoria urbana. Quanto ao 
papel do poder público, a falta de política eficiente, que ga-
ranta principalmente os investimentos necessários, constitui o 
principal fator que tem adiado a solução do problema.
Capítulo 8
Os fenícios, inventores do alfabeto
Conteúdos e procedimentos sugeridos
Os fenícios organizaram-se em torno do comércio ma-
rítimo, sendo essencial para isso o desenvolvimento de re-
cursos náuticos e de técnicas de navegação. Para compreen- 
der esses aspectos da sociedade fenícia, pode-se observar, 
no mapa da página 62, a localização da região ocupada por 
eles. Além disso, deve-se considerar também a pequena ex-
tensão50 de seu território, o relevo montanhoso e os diversos 
50 Segundo Antonella Giammellaro, “apesar da fertilidade de seu solo, a Fenícia não era capaz de suprir suas próprias necessidades, devido à grande densidade 
demográfica e à falta de terras disponíveis para as culturas agrícolas extensivas [como a do trigo].” Ver GIAMMELLARO, Antonella Spanõ. Os fenícios e os car-
tagineses. In: FLANDRIN, Jean-Louis; MONTANARI, Massino (Dir.). História da alimentação. São Paulo: Estação Liberdade, 1998. p. 92.
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305Manual do Professor
artigos que produziam, como artefatos de vidro, armas, obje-
tos de marfim e tecidos coloridos.
A prática náutica, associada à atividade comercial, contri-
buiu para que se organizassem em cidades-Estado e se estabe-
lecessem fora da Ásia, criando muitas cidades. A principal foi 
Cartago, no norte da África. A leitura do boxe Cartago, uma 
potência ao norte da África fornece informações que dão a di-
mensão dessa cidade na Antiguidade.
É interessante observar que a civilização fenícia organi-
zou-se em torno das práticas náuticas e comerciais, tanto no 
que se refere à vida social, política e econômica, quanto à for-
mação étnica e cultural. O trabalho com a seção Interpretando 
documentos pode ser oportuno nesse momento.
O principal legado dos fenícios para a humanidade foi a 
invenção de um sistema de escrita, o alfabeto. Com relação 
a isso, alguns questionamentos podem orientar uma discus-
são sobre registros históricos, avaliando sua importância para a 
produção de documentos.
Sugestão de leitura
HARDEN, Donald. Os fenícios. Lisboa: Editorial Verbo, 1971.
Organizando as ideias
1. O Líbano atual é uma pequena nação do Oriente Mé-
dio que foi ocupada a partir de 3000 a.C. por povos de 
origem semita que se autodenominavam cananeus, pois 
viviam na região conhecida como Canaã. Eles exerciam 
intensa atividade comercial e fundaram diversas cidades 
portuárias, como Biblos e Tiro. Professor, você pode soli-
citar aos alunos que observem a localização dessas cida-
des no mapa da página 62, ressaltando que se tratavam 
de núcleos urbanos situadas em pontos estratégicos para 
o comércio mediterrâneo.
2. As cidades fenícias se organizavam como cidades-Estado, 
ou seja, eram dotadas de independência política e adminis-
trativa. Eram governadas, em geral,por monarcas com o 
apoio da aristocracia (formada por comerciantes e proprie-
tários de terra) e de um clero poderoso. Professor, se ainda 
perceber dúvidas nos alunos sobre o conceito de cidade-
-Estado, pode-se retornar ao capítulo 4 para uma reflexão 
sobre o assunto.
3. Os fenícios ocupavam uma região às margens do Mediter-
râneo cercada por povos como os arameus, hebreus e filis-
teus. Para prosperar, eles teriam que expandir-se pelo Me-
diterrâneo ou travar guerras contínuas contra seus vizinhos. 
Como haviam atingido um alto estágio de desenvolvimento 
náutico e eram exímios navegadores, o comércio marítimo 
foi sua opção de expansão. Suas embarcações comerciais 
eram escoltadas por barcos de guerra capazes de derrotar 
os piratas que saqueavam os comerciantes no mar Mediter-
râneo. Os fenícios conheciam também as correntes maríti-
mas, as rotas de pássaros migratórios e de alguns peixes e 
os ventos de cada região. Por isso, foram capazes de estabe-
lecer contatos comerciais com áreas longínquas, expandin-
do seus domínios por uma vasta região. Professor, retome 
o mapa da página 62 e solicite aos alunos que observem a 
extensão das rotas de navegação e a área de influência do 
comércio dos fenícios.
4. Nas trocas comerciais, os fenícios obtinham grandes lucros, 
vendendo ou comprando cedro, armas, linho, pedras pre-
ciosas, cobre, ferro, artefatos de vidro, objetos de marfim e 
tecidos coloridos. Além disso, muitos dos lugares de parada 
de suas embarcações transformaram-se, ao longo dos anos, 
em cidades comerciais fenícias, como Cirene, Lepsis e Car-
tago. As relações comerciais provocaram também a incor-
poração de traços culturais de diferentes povos, levando os 
fenícios a um processo de universalização.
5. Entre as principais razões que justificam a expansão e a for-
ça de Cartago, podemos citar a força de seu comércio e a 
existência de um exército grande e poderoso, que possibi-
litou a Cartago subjugar os territórios vizinhos. Estrategica-
mente localizada no norte da África, Cartago era um impor-
tante centro comercial, comprando e vendendo produtos 
das mais variadas regiões da África, Ásia e Europa. Além 
disso, a cidade controlava as rotas comerciais do lado oci-
dental do Mediterrâneo: nenhum navio estrangeiro podia 
seguir com suas mercadorias para oeste de Cartago. Embar-
cações que ameaçassem burlar a vigilância cartaginesa eram 
afundadas pela poderosa frota militar de Cartago. Os navios 
estrangeiros viam-se, portanto, obrigados a atracar em Car-
tago para transferir suas mercadorias aos navios cartagine-
ses, cujos comerciantes as revendiam ao longo do Mediter-
râneo ocidental.
6. Foram as necessidades de controle e registro das atividades 
comerciais que levaram os fenícios à criação de um tipo de 
escrita mais simplificada do que a hieroglífica (dos egípcios) 
e a cuneiforme (dos mesopotâmicos). Assim, por volta de 
1500 a.C., na cidade de Ugarit, começou a se constituir um 
sistema de escrita baseado em 29 caracteres relacionados 
a sons específicos emitidos pela voz humana. Esse sistema 
servia de modo mais prático e direto às finalidades comer-
ciais, pois podia ser utilizado e entendido por pessoas de di-
ferentes idiomas.
7. A escrita alfabética, baseada na relação entre o símbolo grá-
fico e o som fonético, era mais simples e prática porque não 
dependia de conhecimentos sobre centenas de símbolos 
pictóricos que representavam, em geral, objetos específicos 
de uma única cultura. A escrita alfabética podia ser utiliza-
da por qualquer sociedade, necessitando apenas que fosse 
adaptada aos sons específicos do idioma. Era, portanto, um 
instrumento eficaz para a prática comercial.
8. O alfabeto fenício, constituído inicialmente por 29 símbo-
los, foi mais tarde simplificado para 22 símbolos corres-
pondentes às consoantes. As vogais eram “completadas” 
pelo leitor, de acordo com o sentido das palavras. Durante 
o século IX a.C., os gregos incorporaram o alfabeto fení-
cio, mas acrescentaram as vogais. Mais tarde, os romanos 
introduziram novas mudanças no alfabeto greco-fenício e 
criaram o alfabeto latino, difundido posteriormente pelo 
mundo ocidental.
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306 Manual do Professor
Interpretando DOCUMENTOS
1. A existência de duas séries de remos e a amplitude da vela 
içada sugerem que essa embarcação era capaz de atingir 
uma velocidade bastante elevada para a época. Natural-
mente, o uso dos remos (da força física humana) não pode-
ria se prolongar por longos trajetos, mas servia para curtas 
distâncias. Professor, você pode ressaltar que os fenícios ti-
nham as melhores embarcações da Antiguidade. O birreme 
desta atividade tinha, em média, 35 metros de comprimen-
to. Seu modelo foi, posteriormente, copiado pelos gregos e 
pelos romanos.
2. A preocupação notável com a velocidade, o espaço redu-
zido para armazenar produtos comerciais e a presença de 
uma saliência pontuda na proa (na frente) do navio sugerem 
que se tratava de um navio com finalidades militares. Entre 
suas principais atribuições estava a de defender as embar-
cações fenícias que transportavam mercadorias para serem 
comercializadas no mar Mediterrâneo.
Capítulo 9
O Império Persa
Conteúdos e procedimentos sugeridos
Este capítulo trata de um dos maiores impérios da Anti-
guidade – o Império Persa –, que, nos cerca de 8 milhões de 
quilômetros quadrados de seu território (maior extensão), abri-
gou diversos povos e diferentes culturas. Do convívio entre eles 
resultou a difusão de costumes e experiências, que foram assi-
milados pelos persas.
No início do estudo, alguns questionamentos podem 
contribuir para orientar o desenvolvimento dos conteúdos: 
Como um império tão grande se constituiu na Antiguidade? O 
que garantiu sua coesão? Que povos faziam parte do Império 
Persa? O que aconteceu com esse império? O Irã que conhece-
mos hoje é o que restou dele? 
A origem da civilização persa remonta à ocupação do pla-
nalto iraniano por tribos nômades, entre elas medos e persas. O 
processo de unificação desses povos e a formação do império 
ocorreram em torno da dinastia Aquemênida: Ciro foi responsá-
vel pela unificação, e Dario manteve o imenso império unificado. 
O mapa da página 66 e o texto da seção Interpretando 
documentos (p. 70) constituem um valioso instrumento para 
conhecer a vastidão do domínio persa e perceber a relação 
com alguns dos povos estudados nos capítulos anteriores 
(como babilônios, egípcios e fenícios). Além disso, é possível 
explorar o texto como documentação histórica, considerando 
o ponto de vista de seu autor – Xenofonte.
Ainda sobre a vastidão do Império Persa, um rico deba-
te pode ser realizado com base na leitura do boxe Um império 
multicultural (p. 67), tratando da diversidade étnica e cultural 
e das múltiplas possibilidades de intercâmbio entre os povos.
Vale destacar que os persas, em geral, permitiam ao povo 
conquistado o direito de manter sua língua, costumes e reli-
gião. Essa tolerância fez com que o império se tornasse multi-
cultural e que seus líderes fossem, em geral, respeitados pelos 
povos dominados.
Com relação à manutenção do império51, é fundamen-
tal destacar a estrutura administrativa instituída no governo de 
Dario, que, centralizando o poder, garantia sua unidade. 
Merece destaque o item Entre o Bem e o Mal (p. 69), que 
possibilita conhecer as influências (como o juízo final, o paraíso 
e a oposição entre o Bem e o Mal) do zoroastrismo em religiões 
monoteístas, como o cristianismo – um dos temas do capítulo 16.
Olhar especial merece a seção Olho vivo (p. 68), que pro-
move uma reflexão sobre o papel reservado às mulheres na so-
ciedade persa, por meio da análise da imagem de um relevo. 
É importante verificar que o texto da seção Enquanto 
isso... proporciona um exercício de simultaneidade histórica, 
com informações sobre o que ocorria na península Itálica, do-minada pelos etruscos, no mesmo momento em que os medos 
estavam sendo unificados por Déjoces. Além disso, oferece uma 
introdução ao estudo de Roma, a ser iniciado no capítulo 14.
Sugestão de leitura
HOLLAND, Tom. Fogo persa: o primeiro império mundial e a 
batalha pelo Ocidente. Rio de Janeiro: Record, 2008.
Um império multicultural
Sua comunidade
O objetivo desta atividade é ampliar a reflexão sobre a 
diversidade cultural do mundo contemporâneo com base na 
observação da realidade local. As diferenças culturais e de 
origem nas cidades brasileiras passam, muitas vezes, desper-
cebidas pelos alunos ou são vistas com desconfiança e pre-
conceito. Pode-se associar esta atividade à proposta na seção 
Hora de refletir do capítulo 5, sobre a história local. Os re-
sultados das pesquisas podem ser apresentados na forma de 
uma “Feira de Culturas” da própria classe ou da escola, na 
qual cada aluno apresenta o que descobriu. É importante que 
o aluno selecione apenas um traço cultural. Pode ser um pra-
to típico, uma canção, uma peça de artesanato, um tipo de 
vestimenta característico da região onde mora, etc. Professor, 
aproveite a atividade para que os alunos façam apresenta-
ções criativas das suas pesquisas; por exemplo, trazendo uma 
comida típica para degustação ou um grupo de música para 
tocar na classe, etc.
Organizando aS iDEiaS
1. As origens da ocupação da antiga Pérsia remontam à migra-
ção de tribos nômades originárias da Ásia central e da Rússia 
atual, entre as quais os medos e os persas. Os medos se es-
tabeleceram no oeste e no noroeste do planalto e os persas 
se fixaram no sudoeste. 
2. Dario estabeleceu um sistema unificado de impostos, um 
único código de leis e o mesmo sistema monetário. Além 
disso, sob seu governo foi aberta uma rede de estradas des-
tinadas a interligar as várias regiões e a facilitar o desloca-
mento no interior do Império Persa.
51 Esses aspectos administrativos permitem uma melhor visualização do tema central da unidade, pois revelam os diferentes caminhos encontrados pelos admi-
nistradores dos primeiros centros urbanos à medida que estes se tornavam mais complexos.
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