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Aula 2 - Transformações Bioquímicas em Frutas e Vegetais. 1. Qual a relação entre as vias metabólicas e as transformações bioquímicas que ocorrem em frutos e vegetais? Relacionar com síntese e degradação de compostos. As rotas metabólicas estão diretamente ligadas com as transformações que ocorrem nos frutos e vegetais. A maturação leva a diferentes mudanças na frutas, como na textura e sabor, e tais mudanças são induzidas pelo metabolismo. Ao serem colhidos, os frutos climatéricos produzem o hormônio etileno, que induz a respiração, para produção de ATP; destaca-se a via glicolítica, o ciclo de Krebs e a via das Pentoses Fosfato. Estas vias levam a conversão do amido em açúcar, sabor ácido (ciclo de Krebs) para frutas que acumulam ácido cítrico, produção de compostos aromáticos e de cor, alteração na textura (degradação das substâncias estruturais, como a pectina e a celulose), etc. 2. Como as frutas são classificadas em relação ao padrão de respiração e como esse perfil afeta as reações bioquímicas? As frutas podem ser classi�cadas como climatéricas e não climatéricas. As frutas climatéricas são aquelas que, após a colheita, ainda realizam processo de respiração promovido pelo hormônio etileno. Essas frutas podem ser colhidas verdes e ainda sim atingem o estádio de maturação ideal com o tempo. Durante o processo de maturação ocorrem mudanças de cor, sabor, aroma e textura até atingirem a senescência, fase onde processos catabólicos são predominantes e a fruta é degradada. Os frutos não climatéricos são aqueles que têm taxa de respiração muito baixa após a colheita (não há aumento na produção de etileno) e, por isso, devem ser colhidos no estádio de maturação ideal para consumo. Alguns frutos classi�cados como não climatéricos possuem atividade respiratória elevada, como o morango, mas não possuem os substratos necessários para o amadurecimento (?????). 3. Quais os principais fatores relacionados às transformações bioquímicas em frutos e vegetais? Enzimas, hormônios, … Em relação aos hormônios, cita-se principalmente o etileno: hormônio responsável por induzir a respiração em frutos climatéricos levando a diversas alterações (cor, sabor, aroma, …) e a maturação do mesmo. Quanto às enzimas, destacam-se aquelas que atuam nas vias metabólicas que ocorrem nas frutas e vegetais, como a via glicolítica, ciclo de Krebs e via das Pentoses Fosfato. Certas enzimas só atuam na presença de certos substratos e/ou O2, por exemplo. Compreender essas especi�cidades é importante para controlar o processo de maturação das frutas e vegetais. 4. Quais as principais formas de controle das alterações bioquímicas em frutos e vegetais e qual o princípio de cada uma. Armazenamento a baixas temperaturas (reduz atividade enzimática, aumentando o tempo necessário para que as reações ocorram e postergando o amadurecimento), atmosfera modi�cada (presença ou ausência de O2/CO2; certas reações só acontecem com ou sem eles), exaustão ou adição do etileno (o hormônio é gasoso e pode ser retirado ou adicionado ao ambiente de estocagem para impedir ou promover o amadurecimento), adição de permanganato de potássio (se liga ao etileno diminuindo seu efeito). Aula 3 - Polifenoloxidases. Polifenoloxidase (PFO): enzimas oxirredutoras que atuam no escurecimento enzimático de frutas e vegetais. Estão presentes nos tecidos vegetais e entram em contato com seus substratos por meio de injúria mecânica. Na presença de O2 (aceptor de elétrons), a creolase hidroxila o monofenol em ortodifenol que, por sua vez, é oxidado pela catecolase em ortoquinona. Reações não enzimáticas transformam a ortoquinona em melanina, composto de cor escura. A catecolase se encontra em concentrações de 10 a 40 vezes maiores que a creolase nos frutos e vegetais, sendo a enzima mais relevante para controle do escurecimento. Certas frutas e vegetais possuem grande quantidade de de PFO, porém não seu substrato, o que impede que ocorra o escurecimento. Dentre os métodos de controle do escurecimento causado pela PFO temos: pH < 3 (enzima não tem atividade), mudança da valência do cobre do sítio ativo das enzimas ou ligá-lo a outra substância (ácido ascórbico e bissul�to de sódio), remoção do O2 do meio, tratamento térmico para inativação das enzimas, uso de sul�tos (reduz a ortoquinona de volta a ortodifenol). Aula 4 - Peroxidases. Peroxidases (POD): enzimas amplamente espalhadas na natureza que catalisam reações de oxidação na presença de H2O2. A enzima necessita de dois substratos, sendo um aceptor (ROOH) e um doador (AH2) de elétrons e, assim como a PFO, só leva ao escurecimento na presença de ambos os substratos. O guaiacol é um aceptor de elétrons e o peróxido de hidrogênio um doador, a peroxidase age nesses substratos levando a formação do tetraguaiacol (composto de cor). A peroxidase ainda sintetiza a lignina, aumentando a rigidez dos tecidos vegetais. A POD é termorresistente e precisa de tratamento térmico a alta temperatura para sua inativação e, por esse motivo, é considerada uma indicadora da e�ciência do tratamento térmico. Os métodos de controle incluem: inativação a pH < 4; compostos inibidores do sítio ativo (ácido ascórbico e bissul�to de sódio). Lipoxigenases: oxida ácidos graxos poli-insaturados na presença de O2. Catalase: decompõe o excesso tóxico de H2O2 dos tecidos vegetais em H2O e O2. 2 H2O2→ 2 H2O + O2 Enzima sensível e perde atividade rapidamente a 35ºC. Instável a pH > 9. Oxidases: catalisa oxidação na presença de O2 molecular. Usada para remover glicose dos alimentos. Leva a formação de compostos escuros. 1. Mecanismos de ação e particularidades de cada grupo das oxidoredutases. 2. Funções biológicas, alterações positivas e negativas das enzimas estudadas. Tabela. 3. Formas de controle associadas às características bioquímicas das oxirredutases. Tabela. Peroxidase Lipoxigenase Catalase Oxidase Funções biológicas Aumentar rigidez da parede celular (ligninas). Decompor excesso tóxico de H2O2. Oxidação da glicose na presença de O2. Outras funções Determinação de glicose; remoção de glicose; remoção de oxigênio em bebidas. Alterações positivas Remoção de H2O2 residual; ↓contagem de microrganismos. Remoção da glicose para evitar reação de Mai�ard; Alterações negativas Aroma e gosto estranho (aldeídos e cetonas), alteração de cor e textura. Formação de sabores estranhos em soja e ervilha. Escurecimento enzimático e perda de vit. C. Controle Trat. térmico↑T.; pH<4; bissul�to de sódio e a. ascórbico. Tratamento térmico. pH>9; T>35ºC; Tratamento térmico. Aula 5 - Enzimas Pectinolíticas. Pectinases: enzimas capazes de hidrolisar as substâncias pécticas (pectina, protopectina, ácido pectinico e ácido péctico). Essas substâncias são capazes de reter água pelas ligações de hidrogênio e formar géis. Com proteínas, as substâncias pécticas formam suspensões coloidais que são �oculadas e precipitadas quando ocorre a neutralização eletrostática pelas pectinases. As pectinases são divididas em protopectinas, enzimas despolimerizantes e esterases. As protopectinases transformam a pectina insolúvel de frutos verdes em pectina solúvel (↓ �rmeza). As enzimas despolimerizantes atuam principalmente sobre a pectina e ácido péctico e podem agir no meio (endo, diminuem viscosidade) ou nas extremidades (exo) das cadeias. As poligalacturonases estão relacionadas ao amolecimento de frutos, porque hidrolisam a parede celular e lamela média. Aula 5 - Enzimas Celulolíticas. Celulases: enzimas que hidrolisam a celulose e estão relacionadas com o amolecimento de frutos, uma vez que a celulose sem função estrutural na parede celular. São produzidos por bactéria e fungos e estão presentes no rúmen de animais ruminantes. A degradação da celulose leva a produção de glicose. Essas enzimas são usadas na indústria em conjunto com as pectinases na extração de suco de frutas e vegetais, e na extração de azeite e óleos essenciais pela hidrólise da parede celular. Também aumentam a extração de compostos bioativos, removem bio�lmes, produção deglicose a partir de bagaço de cana. Produção de etanol de segunda geração.
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