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28/05/2023, 21:20 Atividade física e doenças metabólicas https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02298/index.html# 1/88 Atividade física e doenças metabólicas Prof. Paulo Farinatti Descrição Os benefícios e as características da atividade física na prevenção e no tratamento das doenças metabólicas. Propósito A compreensão das caraterísticas das doenças metabólicas e os efeitos benéficos do exercício físico como estratégias para sua prevenção e 28/05/2023, 21:20 Atividade física e doenças metabólicas https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02298/index.html# 2/88 tratamento faz-se importante na formação do aluno, porquanto situações de gerenciamento de programas de atividades físicas para grupos com essas condições são frequentes em sua atuação profissional. Objetivos Módulo 1 Programas de exercícios para a prevenção e o tratamento da obesidade Reconhecer os benefícios e as características de programas de exercícios Módulo 2 De�nição e etiologia da síndrome metabólica Módulo 3 Exercícios para a prevenção e o tratamento do diabetes mellitus 28/05/2023, 21:20 Atividade física e doenças metabólicas https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02298/index.html# 3/88 para a prevenção e o tratamento da obesidade. Identificar os benefícios e as características de programas de exercícios para a prevenção e o tratamento da síndrome metabólica. Conhecer os benefícios e as características de programas de exercícios para a prevenção e o tratamento do diabetes mellitus. Introdução A prevalência de sobrepeso e obesidade aumentou substancialmente em todo o mundo nos últimos 40 anos, tornando-se um problema de saúde pública, dadas as consequências negativas na saúde. Indivíduos obesos têm risco aumentado de desenvolverem síndrome metabólica e diabetes do tipo 2, entre outras doenças crônicas não transmissíveis (DCNT). A perda de peso é um processo que é mais eficaz quando inclui a redução da ingestão alimentar através da reeducação alimentar e de um aumento no dispêndio calórico relacionado às atividades físicas. Programas de 28/05/2023, 21:20 Atividade física e doenças metabólicas https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02298/index.html# 4/88 controle de peso que incluem exercícios físicos contribuem com a redução da massa corporal e do percentual de gordura, além de melhorar outros fatores de risco relacionados com o desenvolvimento de doenças cardiovasculares e metabólicas. Síndrome metabólica, obesidade e diabetes são condições patológicas estreitamente associadas, influenciando-se em um ciclo vicioso de agravamento. Um modo de vida fisicamente inativo contribui com o aumento da gordura corporal, da adiposidade visceral, da inflamação e da perda de massa muscular. Tais adaptações resultam em redução da aptidão física, o que exacerba limitações funcionais que levam a mais inatividade, e assim por diante. Neste conteúdo, discutiremos as características das doenças metabólicas, notadamente obesidade, síndrome metabólica e diabetes. Estudaremos as principais características de cada uma dessas condições, bem como recomendações para a elaboração de programas de exercícios para pacientes com elas diagnosticados, além de aspectos relacionados à 28/05/2023, 21:20 Atividade física e doenças metabólicas https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02298/index.html# 5/88 intensidade e ao volume dos exercícios, aos cuidados a serem tomados durante as sessões e aos efeitos esperados. AVISO: orientações sobre unidades de medida. AVISO: orientações sobre unidades de medida. Em nosso material, unidades de medida e números são escritos juntos (ex.: 25km) por questões de tecnologia e didáticas. No entanto, o Inmetro estabelece que deve existir um espaço entre o número e a unidade (ex.: 25 km). Logo, os relatórios técnicos e demais materiais escritos por você devem seguir o padrão internacional de separação dos números e das unidades. 28/05/2023, 21:20 Atividade física e doenças metabólicas https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02298/index.html# 6/88 1 - Programas de exercícios para a prevenção e o tratamento da obesidade Ao �nal deste módulo, você será capaz de reconhecer os benefícios e as características de programas de exercícios para a prevenção e o tratamento da obesidade. 28/05/2023, 21:20 Atividade física e doenças metabólicas https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02298/index.html# 7/88 De�nição e etiologia da obesidade A obesidade é uma desordem nutricional relacionada a diversos fatores de risco à saúde, incluindo hipertensão, resistência à insulina, dislipidemias, doença coronariana, síndrome metabólica e diabetes, problemas respiratórios e câncer. Quais são as consequências da obesidade para a saúde? Veja. A prevalência de sobrepeso e obesidade vem aumentando nas últimas décadas, independentemente de aspectos como nível de desenvolvimento dos países, idade, sexo ou classe social. O Brasil não configura exceção, pois dados dos últimos censos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indicam que os níveis de sobrepeso e de obesidade aumentaram mais de 50% nos últimos 30 anos em todas as regiões do país (BRASIL, 2011). 28/05/2023, 21:20 Atividade física e doenças metabólicas https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02298/index.html# 8/88 O Brasil não configura exceção, pois dados dos últimos censos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indicam que os níveis de sobrepeso e de obesidade aumentaram mais de 50% nos últimos 30 anos em todas as regiões do país (BRASIL, 2011). Intervenções visando à prevenção da obesidade deveriam fazer parte do rol de políticas públicas de saúde, por esse motivo os profissionais que prescrevem exercício devem estar preparados para atender às necessidades desse grupo. Sobrepeso e obesidade são conceitos relacionados, mas que denotam condições diferentes. Saiba mais O sobrepeso pode ser definido como um aumento excessivo da massa corporal em relação à estatura, enquanto a obesidade refere-se a um acúmulo demasiado de gordura que compromete a saúde do indivíduo. O excesso de gordura corporal decorre de um balanço calórico positivo que se dá pela combinação entre ingestão calórica demasiada com gasto energético diário insuficiente. A Organização Mundial da Saúde (OMS) define obesidade 28/05/2023, 21:20 Atividade física e doenças metabólicas https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02298/index.html# 9/88 como uma condição na qual o excesso de gordura acumulada pode afetar negativamente a saúde, aumentando o risco de doenças (WHO, 2000). Em geral, a presença de sobrepeso e obesidade é determinada com base no índice de massa corporal (IMC), que relaciona a massa corporal à estatura (kg/m2). Veja a seguir. Sobrepeso Um indivíduo tem sobrepeso quando seu IMC está entre 25 e 29,9kg/m2 Obesidade Um adulto com um IMC de 30kg/m2 ou mais é considerado obeso. A obesidade tem origem multifatorial, sendo determinada por fatores genéticos, endócrinos, metabólicos e ambientais. Fatores genéticos Os fatores genéticos não se encontram bem esclarecidos, mas parecem envolver aspectos neuro-hormonais responsáveis pela regulação do apetite e da saciedade. Desordens, como hipotireoidismo e problemas no hipotálamo, alterações no metabolismo de corticosteroides, hipogonadismo em homens e ovariectomia em mulheres, síndrome de Cushing e dos ovários policísticos, 28/05/2023, 21:20 Atividade física e doenças metabólicas https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02298/index.html# 10/88 podem levar à obesidade. Além disso, o metabolismo em repouso sofre influência genética com impacto no gasto energético, assim, algumas pessoas gastam mais energia do que outras. No entanto, o aumento da prevalência da obesidade em termos populacionais deve-se a fatores ambientais, principalmente, às dietas hipercalóricas e à redução dos níveis de atividadefísica que, combinados às condições genéticas predisponentes, acarretaram o acúmulo de gordura corporal na população. O controle da obesidade é considerado uma importante estratégia de promoção da saúde pública, pois são inúmeros os benefícios da redução da gordura corporal. Entre os efeitos favoráveis, podemos citar: Redução do risco para doença cardiovascular e metabólica, com atenuação da pressão arterial. Redução do LDL e dos triglicerídeos, concomitante ao aumento do HDL-colesterol e melhor tolerância à glicose. Redução dos marcadores inflamatórios que favorecem o desenvolvimento da aterosclerose. 28/05/2023, 21:20 Atividade física e doenças metabólicas https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02298/index.html# 11/88 As diretrizes relacionadas ao controle do peso em indivíduos com sobrepeso ou obesidade recomendam uma redução mínima de 10% na massa corporal. Todavia, existem estudos que demonstraram efeitos benéficos no risco para doença cardiovascular e metabólica associadas a reduções menores. De fato, melhorias em fatores do risco parecem ocorrer em associação com reduções da ordem de 2-3% da massa corporal em indivíduos obesos (DONNELLY et al., 2009). Entre as estratégias não medicamentosas possíveis, o exercício é o componente mais importante do gasto energético diário e tem grande potencial para melhorar o equilíbrio energético, pois é sabido que dieta e exercícios são componentes importantes nos programas de perda de peso. Indivíduos fisicamente ativos têm menor propensão a ganhar peso e exibem mais facilidade de manter as metas atingidas após programas de emagrecimento com restrição calórica. Assim, além das melhorias na composição corporal, a inclusão de exercícios físicos no tratamento da obesidade favorece a manutenção da perda de peso em longo prazo. Dica 28/05/2023, 21:20 Atividade física e doenças metabólicas https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02298/index.html# 12/88 Deve-se notar que modificações de hábitos por meio da prática de atividades físicas parecem ser mais fáceis de manter em longo prazo do que, unicamente, a restrição alimentar. Portanto, conhecer as características de programas de treinamento físico para pacientes com sobrepeso ou obesidade é um aspecto importante da formação dos profissionais de Educação Física. Atividade física e obesidade: características e recomendações A obesidade é uma desordem decorrente de alta ingestão e do baixo gasto energético, e as evidências sugerem que a ingestão é mais determinante do que o gasto em si. Contudo, a inatividade física tende a potencializar o problema e muitos estudos demonstram associação entre obesidade e inatividade física. Recomendação Mudanças no estilo de vida que associem aumento na quantidade de atividades físicas e reeducação alimentar consistem no melhor tratamento. Os estudos indicam que os benefícios em pacientes obesos podem ser obtidos com atividades físicas de intensidades baixas, moderadas ou altas – na verdade, o gasto calórico é o fator mais importante. 28/05/2023, 21:20 Atividade física e doenças metabólicas https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02298/index.html# 13/88 O gasto energético diário é composto de três grandes componentes: taxa metabólica de repouso (TMR), efeito térmico dos alimentos e efeito térmico da atividade física. A TMR responde pela maior parte do gasto energético (60-80%), correspondendo ao necessário para os sistemas orgânicos funcionarem em repouso. O efeito térmico das atividades físicas é extremamente variável, respondendo por 15 a 40% do gasto energético total, dependendo do tipo, da intensidade e da duração das atividades. TMR Efeito térmico das atividades físicas Efeitos térmicos dos alimentos 28/05/2023, 21:20 Atividade física e doenças metabólicas https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02298/index.html# 14/88 O efeito térmico dos alimentos responde por 10% do gasto energético total, pouco variando com quantidade e composição das refeições. Tratar a obesidade unicamente por restrição calórica pode levar à diminuição da massa muscular, com impacto desfavorável na TMR. Além disso, face à restrição calórica, parece que o organismo tende a “reajustar” o metabolismo em repouso, com redução na TMR (teoria do set point). Esses fatores contribuem com maior dificuldade para a perda de peso e a facilidade para retomar os níveis iniciais, mesmo que se mantenha a restrição calórica. Por isso, muitos autores consideram que intervenções apenas com dietas sejam pouco eficazes em longo prazo. Por outro lado, ao combinar dieta com exercícios físicos, contribui-se para manter a massa muscular e a TMR, com melhores resultados em termos de manutenção dos resultados para perda de peso. O gasto energético das atividades físicas é extremamente variável, podendo ser aumentado de acordo com o tipo e a duração das sessões de treinamento. 28/05/2023, 21:20 Atividade física e doenças metabólicas https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02298/index.html# 15/88 Normalmente, exercícios envolvendo grandes massas musculares, intensidade moderada a elevada e duração adequada podem aumentar em mais de 10 vezes o gasto energético em repouso, como em caminhadas aceleradas, corridas, ciclismo ou natação. Saiba mais Adicionalmente, o exercício físico parece aumentar a TMR em termos agudos, em virtude da oxidação de substratos produzidos (lactato etc.), maiores níveis de catecolaminas, normalização da temperatura corporal e estimulação de síntese proteica. Alguns estudos sugerem que essa elevação da TMR possa persistir várias horas depois de uma sessão de exercícios. Na prática, programas de treinamento visando perda de peso tendem a dar maior ênfase à regularidade (frequência semanal) do que à intensidade dos exercícios. A maior parte dos programas de emagrecimento envolve algum tipo de restrição na ingestão calórica (500 a 1.500kcal/dia) ou deficit calórico advindo da combinação de dieta e exercício visando ao emagrecimento (por exemplo, 900kcal/dia da dieta e 300kcal/dia do exercício, totalizando 1.200kcal/dia). Em princípio, deficits calóricos similares induzem perdas de peso similares, independentemente do fato de serem atingidos por meio de dieta exclusiva ou combinada com atividades físicas. Contudo, o papel das atividades físicas na perda de massa corporal depende do quanto a dieta é restritiva. Veja. 28/05/2023, 21:20 Atividade física e doenças metabólicas https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02298/index.html# 16/88 Quando a ingestão calórica é muito severa (600-1.000kcal/dia), os estudos costumam relatar perdas de massa equivalentes em grupos que se exercitam ou não. Talvez, haja adaptações metabólicas, inclusive a teoria do set point, que resultam na atenuação do efeito somativo da dieta com os exercícios físicos. Quando a restrição dietética é menos severa (500-700kcal/dia), a contribuição das atividades físicas em médio e longo prazos é maior, com perdas de peso cerca de 20% maiores em comparação com programas de dieta isolada. Os exercícios aeróbios são os mais indicados para o tratamento da obesidade, em função das maiores possibilidades de aumentar o gasto calórico e o impacto favorável sobre fatores de risco cardiovasculares e metabólicos em geral (dislipidemia, resistência à insulina, marcadores inflamatórios, função endotelial, hipertensão etc.). O treinamento de força isolado tem pouco impacto no efeito térmico das atividades físicas e altera apenas a TMR. No entanto, há vantagens em incluir exercícios resistidos, devido aos ganhos de força e de massa muscular. No caso da força, há 28/05/2023, 21:20 Atividade física e doenças metabólicas https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02298/index.html# 17/88 impacto positivo na capacidade de realização das atividades cotidianas, como a caminhada, por exemplo. Indivíduos muito obesos têm baixa capacidade de gerar forçaem comparação com a massa corporal (força relativa). O termo sarcopenia refere-se a uma síndrome que associa perda de massa e força muscular e limitações funcionais importantes. Quando a perda de massa muscular coexiste com a obesidade, pode ocorrer uma condição denominada obesidade sarcopênica. Obesidade sarcopênica Nesses casos, apesar de a força absoluta não ser baixa, seus níveis são insuficientes para atender às demandas da massa corporal excessiva. A obesidade sarcopênica associa-se com diversas anormalidades cardiometabólicas e fatores de risco para doença cardiovascular, sendo marcador para maior risco de mortalidade. 28/05/2023, 21:20 Atividade física e doenças metabólicas https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02298/index.html# 18/88 Por outro lado, estudos epidemiológicos sugerem que a participação em 30 minutos diários de atividades físicas com intensidade moderada a vigorosa reduziria em 30% o risco de desenvolvimento de obesidade sarcopênica em pacientes obesos; e quando é complementado por treinamento da força, a redução do risco chega a 70%. (AGGIO et al., 2016). O incremento dos níveis de força em obesos, além de aumentar a capacidade de realização das atividades diárias e diminuir o risco de obesidade sarcopênica, contribui para um desempenho durante a prática dos exercícios físicos, favorecendo a aderência aos programas de treinamento e a estilos de vida mais ativos. Recomendação Com a finalidade de reduzir o risco para doença cardiovascular e metabólica, recomenda-se para a população em geral a prática mínima de 150 minutos 28/05/2023, 21:20 Atividade física e doenças metabólicas https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02298/index.html# 19/88 semanais de atividades físicas com intensidade leve a moderada, durante 5 dias na semana. Isso parece, contudo, não ser suficiente para programas com objetivo de emagrecimento. A frequência e a duração das sessões dependem das condições clínicas e funcionais dos pacientes. Há recomendações sugerindo sessões de 20 a 60 minutos, mas existem debates sobre a pertinência de sessões fracionadas mais curtas, por exemplo, com 10 minutos, feitas diversas vezes ao longo de um único dia. Frequências acima de 5 dias/semana parecem não trazer benefícios adicionais, aumentando o risco de lesões que são contraproducentes para o treinamento. O volume deve preponderar sobre outros aspectos do treinamento em programas de emagrecimento para obesos, que deveriam começar com 150 min/semana, progredindo para 200 a 300 min/semana na mesma intensidade. Caso o paciente não consiga atingir essa meta, deve ser incentivado à medida que sua capacidade aumenta, mas com a recomendação mínima de 30 minutos em 5 vezes/semana. O conceito de progressão pressupõe que o indivíduo esteja adaptado às cargas antes que sejam aumentadas e, quando possível, deve-se aumentar 28/05/2023, 21:20 Atividade física e doenças metabólicas https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02298/index.html# 20/88 volume e intensidade dos estímulos, para que adaptações ocorram. Em programas de exercícios para obesos, incrementos na duração e na frequência devem preceder incrementos na intensidade, para que haja conforto na evolução do treinamento. Deve-se lembrar que o gasto calórico associado a caminhar e correr certa distância é o mesmo, logo, se o indivíduo fica mais confortável ao caminhar ao invés de correr, é possível atingir gasto energético similar mantendo a distância percorrida. Assim, pode-se compensar a decisão de fazer exercícios com menor intensidade, através do aumento da duração das sessões ou mesmo da frequência semanal. Quanto ao treinamento resistido, complementar ao treinamento aeróbio, as recomendações para pacientes obesos incluem, em geral, de 8 a 10 exercícios para os principais grupamentos musculares, realizados com 1 a 3 séries de 8 a 12 repetições máximas, com frequência de 2 a 3 dias não consecutivos na semana. 28/05/2023, 21:20 Atividade física e doenças metabólicas https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02298/index.html# 21/88 Deve-se mencionar que, em termos da promoção da saúde de obesos, efeitos favoráveis sobre fatores de risco para a doença cardiovascular ou metabólica podem ocorrer independentemente da perda de massa corporal. Isso é importante pois, para o paciente, a carência de resultados na balança pode ser desestimulante. Comentário A corrente teórica do fat but fit (“gordo, mas apto”) trabalha com a hipótese de que indivíduos com bons níveis de aptidão física, mesmo com sobrepeso, exibem menor risco de morbimortalidade por doenças cardiovasculares do que indivíduos que possuem peso normal, mas têm aptidão física reduzida. Nesse sentido, é possível diminuir fatores de risco e aumentar a aptidão física em pacientes obesos de idades diversas, sem haver modificações significativas no peso. Lembre-se disso quando avaliar o sucesso de programas de exercícios para obesos. Deve-se notar que a prática de atividades físicas é o melhor preditor da manutenção do peso atingido após programas de emagrecimento. As informações indicam que indivíduos fisicamente ativos têm menor chance de engordar novamente. Essa relação é mais forte à medida que o tempo ocupado com atividades de maior intensidade aumenta, ainda que o volume ideal de atividades físicas para a prevenção do ganho de peso não esteja definido, variando bastante entre os indivíduos. 28/05/2023, 21:20 Atividade física e doenças metabólicas https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02298/index.html# 22/88 Níveis mínimos de 150 min/semana costumam ser recomendados para prevenir o ganho de peso após o emagrecimento, enquanto níveis de 200- 300 minutos de atividades de moderadas a vigorosas parecem ser mais eficazes para prevenção em longo prazo. (DONNELLY et al., 2009). A seguir, vamos acompanhar um resumo das evidências que se referem ao impacto de programas de exercícios visando ao emagrecimento, particularmente em indivíduos com sobrepeso ou obesidade. Rotinas de atividades físicas realizadas por 150- 250min/semana, com gasto calórico de 1.000- 2 000k l/ i h d l 28/05/2023, 21:20 Atividade física e doenças metabólicas https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02298/index.html# 23/88 2.000kcal/semana, para prevenir ganhos de massa corporal acima de 3% na maioria dos adultos. Existe uma relação de dose-resposta entre tempo despendido com atividades físicas e redução da massa corporal. Volumes menores que 150min/semana resultam em perda mínima em comparação com indivíduos inativos; > 150/min em perdas moderadas (2-3kg); entre 225- 420min/semana em perdas da ordem de 5-7,5kg. 28/05/2023, 21:20 Atividade física e doenças metabólicas https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02298/index.html# 24/88 Para prevenir o reganho de peso após emagrecimento, um mínimo de 150 min/semana de atividades físicas moderadas parece ser necessário. Apesar de o montante ideal não estar definido, há evidências de que em longo prazo a manutenção do peso seja mais facilitada por atividades físicas moderadas e vigorosas durante 200-300 min/semana. A prática de atividades físicas contribui com a perda de peso quando a restrição calórica na dieta é moderada (500- 700kcal). Contudo, quando a restrição calórica na dieta é severa (600-1.000kcal), o efeito das atividades físicas é modesto. Exercícios resistidos isolados não parecem ser eficazes para induzir deficit calórico que leve a perdas relevantes na massa corporal, com ou sem restrição dietética. Por outro l d há idê i d ti d t i t 28/05/2023, 21:20 Atividade física e doenças metabólicas https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02298/index.html# 25/88 Exercício físico e obesidade O especialista Paulo Farinatti destaca a prescrição de exercícios para indivíduos obesos. lado, há evidências de que esse tipo de treinamento contribui com a manutenção da massa magra etem impacto favorável em fatores de risco para doença cardiovascular ou metabólica, independentemente de efeitos sobre a massa corporal (HDL-C, LDL-C, insulina, pressão arterial etc.). 28/05/2023, 21:20 Atividade física e doenças metabólicas https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02298/index.html# 26/88 28/05/2023, 21:20 Atividade física e doenças metabólicas https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02298/index.html# 27/88 Falta pouco para atingir seus objetivos. Vamos praticar alguns conceitos? Questão 1 Em relação a pacientes com obesidade, é correto afirmar que: A exercícios com intensidade elevada e volumes reduzidos são a melhor opção para melhorar a condição clínica desses pacientes, pois seu impacto sobre a capacidade cardiorrespiratória é maior do que exercícios com intensidades mais baixas. 28/05/2023, 21:20 Atividade física e doenças metabólicas https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02298/index.html# 28/88 Parabéns! A alternativa B está correta. B os efeitos do exercício físico sobre fatores de risco associados à obesidade parecem independer de modificações na massa e na composição corporal, ocorrendo na proporção do volume de atividades físicas realizado semanalmente. C pacientes obesos são propensos à hipotensão durante o exercício, que, portanto, deve ser indicado com parcimônia. D o emagrecimento é condição primária para que se reduzam os fatores de risco relacionados ao desenvolvimento da síndrome metabólica e diabetes. E sobrepeso e obesidade são sinônimos, já que em ambos os casos há risco aumentado para doença cardiovascular e metabólica. 28/05/2023, 21:20 Atividade física e doenças metabólicas https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02298/index.html# 29/88 O volume de exercícios físicos parece preponderar sobre a intensidade no que tange à redução de fatores de risco para doença cardiovascular e metabólica devidos à obesidade. O exercício, além disso, tem influência independente sobre esses fatores de risco, acarretando adaptações favoráveis mesmo quando modificações significativas na massa e na composição corporal não acontecem. Questão 2 Dentre as características dos exercícios físicos para pacientes com obesidade, é correto afirmar que: A todos os tipos de treinamento são capazes de reduzir a massa e a gordura corporal. B o volume de atividades físicas é um aspecto irrelevante da prescrição dos exercícios, já que não existe uma relação dose- resposta entre atividades físicas e emagrecimento. C dietas muito rigorosas tendem a reduzir a contribuição da prática de exercícios físicos para o emagrecimento em médio 28/05/2023, 21:20 Atividade física e doenças metabólicas https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02298/index.html# 30/88 Parabéns! A alternativa C está correta. A prática de atividades físicas contribui com a perda de peso quando a restrição calórica na dieta é moderada (500-700kcal), mas parece diminuir quando a dieta é severa, talvez por adaptações metabólicas em resposta às condições mais extremas de deficit calórico. e longo prazos. D o treinamento resistido é contraindicado para pacientes obesos, uma vez que não contribui para o emagrecimento e aumenta o risco de lesões articulares. E o conceito de fat but fit sugere que devamos melhorar a aptidão física, sem grandes preocupações com o percentual de gordura dos pacientes. 28/05/2023, 21:20 Atividade física e doenças metabólicas https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02298/index.html# 31/88 2 - Prevenção e tratamento da síndrome metabólica Ao �nal deste módulo, você será capaz de identi�car os benefícios e as características de programas de exercícios para a prevenção e o tratamento da síndrome metabólica. De�nição e etiologia da síndrome 28/05/2023, 21:20 Atividade física e doenças metabólicas https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02298/index.html# 32/88 metabólica Os riscos à saúde relacionados com a obesidade aumentam quando surgem outros fatores de risco, em virtude do acúmulo de gordura central. Não apenas a quantidade, mas a distribuição da gordura corporal tem importância, do ponto de vista clínico, sobretudo no que tange ao desenvolvimento das doenças metabólicas. Sabe-se que o excesso de gordura na região abdominal aumenta a resistência à insulina, com impacto desfavorável no metabolismo lipídico e aumento nos níveis inflamatórios. Esses fatores levam a disfunções vasculares predispondo ao desenvolvimento de hipertensão. Isso caracteriza uma condição conhecida como síndrome metabólica. Saiba mais Também chamada no passado de síndrome X, síndrome da resistência à insulina, ou síndrome plurimetabólica, a síndrome metabólica se caracteriza pela presença conjunta de obesidade central, dislipidemia (níveis altos de LDL- colesterol e triglicerídeos e baixos de HDL-colesterol), hipertensão, resistência à insulina, hiperinsulinemia, intolerância à glicose e diabetes tipo 2. A importância do tratamento precoce da síndrome metabólica reside em sua relação com o desenvolvimento de doenças metabólicas e cardiovasculares. Diversos critérios foram propostos para diagnosticá-la, visando identificar 28/05/2023, 21:20 Atividade física e doenças metabólicas https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02298/index.html# 33/88 indivíduos com risco elevado de desenvolver doenças mais graves, como o diabetes e a doença coronariana. Como tratamento, estratégias envolvendo medicamentos e mudanças na alimentação são importantes. No entanto, como a inatividade física consiste em um dos fatores da síndrome metabólica, diversos estudos demonstram que a prática regular de atividades físicas é importante para sua prevenção e tratamento. Um dos problemas enfrentados pelos estudos refere-se ao fato de a sua definição não ser unânime, dificultando o diagnóstico e o tratamento. Assim, diferentes organizações propuseram algumas definições com o intuito de favorecer comparações entre as pesquisas sobre essa condição. Veja a seguir. Em 1998, critérios para caracterizar a síndrome metabólica foram definidos pela OMS, nos quais incluíam-se a hipertensão, a dislipidemia e o diagnóstico de obesidade. A excreção urinária de albumina (microalbuminúria) aparece como critério, em virtude de sua relação com potencial disfunção renal, com contribuição para a hipertensão. Recentemente, notou-se que a microalbuminúria poderia ser utilizada como marcadora de agressão ao endotélio, passando então a ser considerada como um marcador de risco para doença cardiovascular. 28/05/2023, 21:20 Atividade física e doenças metabólicas https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02298/index.html# 34/88 Presença de três ou mais dos seguintes critérios: Obesidade Relação cintura/quadril > 0,9 em homens e > 0,85 em mulheres e/ou IMC > 30kg/m² Glicose (≥ 110mg/dL) Diabetes, intolerância glicídica ou resistência insulínica comprovada* Triglicerídeos ≥ 150mg/dL HDL < 35mg/dL em homens e < 39mg/dL em mulheres Pressão arterial Pressão sistólica ≥ 140mmHg ou diastólica ≥ 90mmHg, ou tratamento para HA Outros Excreção urinária de albumina ≥ 20mcg ou relação albumina/creatinina ≥ 30mg/g Tabela: Critérios diagnósticos para Síndrome Metabólica propostos pela OMS, 1998. *Dois fatores e obrigatoriamente o componente assinalado. 28/05/2023, 21:20 Atividade física e doenças metabólicas https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02298/index.html# 35/88 A obesidade visceral era considerada secundária, o que foi alvo de críticas, assim como a presença do IMC e a relação cintura/quadril entre os critérios, de menos aplicabilidade clínica e relevância limitada na avaliação da gordura visceral. Por essas razões, em 2001, o National Institute of Health norte-americano formou um grupo de trabalho denominado Third Adult Treatment Panel (ATP III). Como fruto dessas discussões, sugeriu-se um novo critério para caracterizar a síndrome metabólica.Veja a seguir: Presença de três ou mais dos seguintes critérios: Obesidade central Circunferência abdominal > 102cm em homens e > 88cm em mulheres Triglicerídeos ≥ 150mg/dL HDL < 40mg/dL em homens e < 50mg/dL em mulheres Pressão arterial PAS ≥ 130mmHg e PAD ≥ 85mmHg Glicemia de ≥ 110mg/dL 28/05/2023, 21:20 Atividade física e doenças metabólicas https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02298/index.html# 36/88 Presença de três ou mais dos seguintes critérios: jejum Tabela: Critérios diagnósticos para Síndrome Metabólica propostos pela ATPIII. Esse critério revelou-se mais simples e prático, pois não usava o peso e a microalbuminúria, mas requeria a presença de três componentes para a sua determinação. Com as evidências da relação entre obesidade e risco cardiovascular, houve uma tendência a valorizar esse componente para o diagnóstico da síndrome metabólica. Em 2005, a International Diabetes Federation (IDF) recomendou novos critérios para diagnóstico da síndrome metabólica, em que a obesidade central, avaliada pela medida da circunferência abdominal, passava a ser importante (ALBERTI; ZIMMET; SHAW, 2005). Conforme a tabela a seguir, o ponto de corte para a medida dessa circunferência abdominal em populações fora dos Estados Unidos tornou-se mais estrito, sendo ≥ 80cm para mulheres e ≥ 94cm para homens. 28/05/2023, 21:20 Atividade física e doenças metabólicas https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02298/index.html# 37/88 Circunferência abdominal de acordo com sexo e etnia Homens (cm) Mulheres (cm) Norte-americanos 102 88 Europeus 94 80 Sul-asiáticos/Chineses 90 90 Sul- americanos/Africanos 90 80 Japoneses 85 90 Presença de dois ou mais dos seguintes critérios Triglicerídeos > 150mg/dL HDL ≤ 40mg ≤ 50mg/dL Pressão Arterial Sistólica ≥ 135mmHg ou Diastólica ≥ 85mm/Hg 28/05/2023, 21:20 Atividade física e doenças metabólicas https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02298/index.html# 38/88 Circunferência abdominal de acordo com sexo e etnia Glicemia de jejum ≥ 100mg/dL Ou tratamento para dislipidemia e/ou hipertensão Tabela: Critérios diagnósticos para Síndrome Metabólica propostos pela ATPIII. Em 2005, a American Heart Association (AHA) e o National Heart, Lung, and Blood Institute (NHLBI) mantiveram os critérios propostos pelo NCEP ATP III, por não enfatizarem apenas uma etiologia para caracterizar a síndrome metabólica e devido à sua aplicabilidade simples. Alterou-se apenas o corte da glicemia de jejum de 110 para 100mg/dL, por ajustes feitos pela American Diabetes Association no diagnóstico do diabetes (GRUNDY et al., 2005). Publicou-se também a I Diretriz Brasileira de Diagnóstico e Tratamento da Síndrome Metabólica (I-DBSM), com o apoio da Sociedade Brasileira de Cardiologia (2005), que utiliza para diagnóstico os critérios do NCEP ATP III. 28/05/2023, 21:20 Atividade física e doenças metabólicas https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02298/index.html# 39/88 A síndrome metabólica é também caracterizada pela presença de hipertensão, que se faz presente na maior parte dos pacientes com diabetes tipo 2. De fato, a hipertensão é duas vezes mais frequente nos indivíduos diagnosticados com diabetes (SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES, 2017). Embora a relação entre obesidade, síndrome metabólica e hipertensão seja clara, os mecanismos pelos quais ocorrem não estão esclarecidos. Há evidências de que a obesidade central aumenta a pressão intra-abdominal, comprimindo os rins e elevando a pressão intratubular, dificultando a excreção de sódio e a regulação da pressão arterial através da excreção (natriurese pressórica). Paralelamente, a produção de leptina pelo tecido adiposo central estimula o sistema nervoso simpático; níveis elevados de LDL (dislipidemia), marcadores inflamatórios e a hiperinsulinemia prejudicam a função endotelial, gerando aterosclerose. 28/05/2023, 21:20 Atividade física e doenças metabólicas https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02298/index.html# 40/88 Saiba mais Logo, a hipertensão em obesos parece decorrer do efeito combinado de aumento da sensibilidade ao sal, ativação neuro-humoral, alterações metabólicas e problemas microcirculatórios, aumentando a resistência periférica. Assim, a síndrome metabólica decorre de diversas alterações metabólicas, hormonais e inflamatórias que são relacionadas à obesidade e ao acúmulo de gordura central. É uma condição que alia diversos transtornos que contribuem para o desenvolvimento de aterosclerose, disfunção autonômica, intolerância à glicose, resistência à insulina, disfunção renal e dislipidemias. A etiologia, portanto, confunde-se com a gênese da hipertensão e do diabetes tipo 2, o que explica por que a obesidade é considerada como fator de risco para essas patologias. Atividade física e síndrome metabólica: características e recomendações Os benefícios da prática de exercício para a prevenção e o tratamento da síndrome metabólica devem ser compreendidos de forma multifatorial. Assim, os programas devem considerar ao menos três fatores: 28/05/2023, 21:20 Atividade física e doenças metabólicas https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02298/index.html# 41/88 São fortes as evidências de que os benefícios da atividade física sobre a síndrome metabólica podem ser alcançados com intensidade baixa, moderada ou alta, independentemente da modalidade. O exercício pode contribuir para melhorias na massa e na composição corporal. Além disso, efeitos favoráveis nos fatores de risco podem ocorrer independentemente de reduções na massa corporal. Impacto na massa e composição corporal. Impacto na resistência à insulina e dislipidemia. Impacto na pressão arterial. 28/05/2023, 21:20 Atividade física e doenças metabólicas https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02298/index.html# 42/88 No tratamento, algum tipo de restrição alimentar faz-se sempre necessário. No entanto, o uso exclusivo da dieta leva à redução da TMR, em função de declínio na massa muscular, sendo contraproducente na manutenção do peso, mesmo com a restrição calórica. A combinação de restrição calórica com exercício ajuda a manter a TMR, melhorando o prognóstico de programas de emagrecimento. Outra razão para incluir exercícios em rotinas de tratamento de pacientes com síndrome metabólica é o fato de a participação metabólica relacionada às atividades físicas corresponder a 15-40% do gasto energético total diário. Isso facilita o deficit calórico, contribuindo para que a restrição alimentar seja menor e mais tolerável. Exemplo 28/05/2023, 21:20 Atividade física e doenças metabólicas https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02298/index.html# 43/88 Por exemplo, um indivíduo de 90kg gasta aproximadamente 570kcal para caminhar 7km. Se o deficit calórico diário almejado é de 1000kcal, isso significa que a dieta deverá provocar um deficit de apenas 430kcal, caso o paciente caminhe todos os dias. Assim, pode-se recomendar que programas de exercício para indivíduos com síndrome metabólica incluam 150min semanais de atividades moderadas, progredindo-se aos poucos para 200-300min semanais. Lembre-se que restrições calóricas severas podem limitar a contribuição do exercício na perda de peso, principalmente em médio e longo prazos. A melhor tolerância a dietas menos restritivas e a menor eficácia do exercício quando as dietas são radicais, indicam que se busque uma combinação de ambas as estratégias em níveis compatíveis com a aceitação dos pacientes . Em suma, programas de perda de peso para pacientes com síndrome metabólica deveriam associar dieta e exercícios físicos moderados, que favoreçam a incorporação em longo prazo. Vamos falar sobre a resistência à insulina? As relações entre sedentarismo e resistência à insulina são claras. As evidências demonstram que maiores níveis de atividade física melhoram a sensibilidade à insulina, com menor incidência dedoenças metabólicas (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2005). Os efeitos crônicos do exercício sobre a sensibilidade à insulina são claros, tanto em resposta ao treinamento aeróbio 28/05/2023, 21:20 Atividade física e doenças metabólicas https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02298/index.html# 44/88 quanto resistido de maneira isolada ou combinada. Os mecanismos adaptativos desses exercícios são diferentes, assim, a combinação de ambos otimiza os efeitos do treinamento sobre a resistência à insulina e captação da glicose. Além disso, uma única sessão de exercício aumenta a disponibilidade de glicose em indivíduos com e sem doença metabólica, um efeito que pode durar de 3 a 5 dias. Na prática, isso traz duas consequências para os programas para pacientes com síndrome metabólica. As atividades devem ser praticadas com regularidade e em longo prazo, para que sobrevenham adaptações crônicas na sensibilidade à insulina e captação da glicose. A frequência semanal deve ser a maior possível, de maneira que o paciente possa aproveitar-se dos efeitos benéficos agudos da atividade. Independentemente dos efeitos em longo prazo, desde o início já haveria uma menor resistência à insulina, com impacto favorável no perfil glicêmico e na produção de ácidos graxos circulantes. As relações entre síndrome metabólica e hipertensão arterial são evidentes. A terapia medicamentosa é necessária em grande parte dos casos de hipertensão. 28/05/2023, 21:20 Atividade física e doenças metabólicas https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02298/index.html# 45/88 Contudo, outras estratégias otimizam o tratamento, como dieta e exercício. Curiosidade O efeito anti-hipertensivo dos treinamentos aeróbio e de força é claro na literatura. Estima-se que a prática de exercícios aeróbios e resistidos, isolados ou combinados, pode reduzir a pressão arterial em repouso e ambulatorial na ordem de 5 a 7mmHg. Na relação entre intensidade e volume dos exercícios aeróbios, a regularidade seria fator determinante da magnitude do efeito hipotensivo. Assim, apesar de as recomendações mencionarem frequências semanais de 3 a 5 vezes/semana, pode-se pensar que o exercício aeróbio deveria ser feito todos os dias da semana. Outro aspecto que valoriza a regularidade da prática dos exercícios aeróbios é a hipotensão pós-exercício. Hipotensão pós-exercício Após uma sessão de exercícios aeróbios ou de força, há tendência de os valores pressóricos permanecerem reduzidos por várias horas, em relação aos dias em que não se exercita. Então, exercitar-se todos os dias significaria provocar reduções agudas diárias da pressão arterial, com redução do risco cardiovascular nos dias de treinamento. Recomendação 28/05/2023, 21:20 Atividade física e doenças metabólicas https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02298/index.html# 46/88 Assim, recomenda-se que indivíduos hipertensos realizem pelo menos 150 minutos/semana (5 sessões de 30min) de atividade aeróbia com intensidade de moderada a alta. Complementarmente, sugere-se ministrar de duas a três sessões de exercícios resistidos por semana. Pode ocorrer aumento gradativo de até 300min/semana de exercícios aeróbios de intensidade moderada ou de 150min/semana de exercícios aeróbios de alta intensidade. Programas extramuros Adaptações favoráveis na pressão arterial parecem ocorrer em resposta ao treinamento de intensidade moderada (40 a 60% da máxima capacidade cardiorrespiratória). Em geral, os efeitos pressóricos favoráveis ocorrem em uma larga faixa de intensidade; assim, quando se trata de pacientes hipertensos, o volume é um aspecto mais importante do que a intensidade, principalmente a frequência semanal. Isso permite estratégias menos ortodoxas de prescrição do exercício, como é o caso dos programas extramuros (não formais). Com isso, favorece-se a adesão e a independência para a prática de exercícios, com economia de recursos humanos e materiais. Em geral, o tempo para as sessões de exercício aeróbio, contínuas ou intermitentes, varia entre 30 e 60min/dia. Quanto ao tipo de atividades, a maior parte dos posicionamentos oficiais propõe exercícios 28/05/2023, 21:20 Atividade física e doenças metabólicas https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02298/index.html# 47/88 envolvendo grandes grupamentos musculares, que possam ser sustentados por períodos adequados na faixa de intensidade preconizada. Programas extramuros Nesses programas, abdica-se do controle fisiológico e supervisão estrita das atividades, investindo no treinamento dos pacientes para que possam realizar as atividades em casa, sem a dependência da proximidade de centros de treinamento. Muitas são as estratégias, desde encontros para avaliação e treinamento até prescrições que seguem pelos smartphones. No que diz respeito aos exercícios de força, os resultados demonstram que essa modalidade tem efeito anti- hipertensivo isolado, que pode ser similar aos do treinamento aeróbio, ao menos em indivíduos com hipertensão. Além disso, outra contribuição do treinamento de força para o hipertenso é o fato de que se tornará mais forte e as atividades cotidianas representarão menor carga relativa e exercerão menos impacto sobre as respostas hemodinâmicas, reduzindo 28/05/2023, 21:20 Atividade física e doenças metabólicas https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02298/index.html# 48/88 a sobrecarga cardiovascular no cotidiano. A maior parte dos posicionamentos oficiais recomenda uma frequência semanal de 2 a 3 vezes/semana no treinamento de força para hipertensos, com intensidade de 60 a 80% da carga máxima (1RM), o que equivaleria a 8 a 12 repetições em cada série de exercícios. A tabela a seguir apresenta recomendações de exercícios para a redução nos fatores de risco associados à síndrome metabólica. Observe que as atividades com impacto favorável aos fatores de risco são muitas, seja quanto à modalidade ou nas combinações de volume e de intensidade. O princípio de que “qualquer atividade será melhor do que nenhuma” faz-se presente e deve ser levado em conta pelo profissional. Ao deixarem de ser inativos e terem rotina de atividades físicas, por mais leves que sejam, a expectativa é que os pacientes exibam melhora em um ou mais fatores de risco, notadamente aqueles cuja resposta não depende da intensidade do exercício. Recomendações gerais Pelo menos 30 minutos de atividade física leve a moderada de forma contínua ou acumulada na maioria dos dias de semana, incluindo mudanças no cotidiano (subir escadas, usar menos o carro ou realizar atividades de lazer ativo). 28/05/2023, 21:20 Atividade física e doenças metabólicas https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02298/index.html# 49/88 Recomendações gerais Recomendações específicas Frequência 3 a 5 dias/semana (em iniciantes, 2 dias/semana podem ser suficientes). Intensidade As atividades aeróbias são as principais em programas direcionados a pacientes com síndrome metabólica. Na maior parte dos pacientes, atividades de intensidade moderada são suficientes e adequadas. Por exemplo, deve-se conseguir falar durante o exercício. Isso corresponderia a intensidades de 50-70% da FC de reserva ou 50-65% do VO2 pico. Exercícios resistidos são indicados, devendo também ser realizados com carga moderada, correspondendo a aproximadamente 50-60% da força máxima. Tipo Exercícios aeróbios e resistidos isolados ou combinados. Tempo (duração) 30-60 minutos contínuos ou fracionados (mínimo de 10 minutos). 28/05/2023, 21:20 Atividade física e doenças metabólicas https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02298/index.html# 50/88 Recomendações gerais Precauções Em pacientes > 35 anos diagnosticados com síndrome metabólica, uma avaliação clínica e ergométrica é recomendada, antes do início das atividades físicas. Tabela: Recomendações de exercício físico na síndrome metabólica. Atividade física e síndrome metabólica Oespecialista Paulo Farinatti apresentará os principais fatores envolvidos na prática de exercícios para pacientes com síndrome metabólica. 28/05/2023, 21:20 Atividade física e doenças metabólicas https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02298/index.html# 51/88 28/05/2023, 21:20 Atividade física e doenças metabólicas https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02298/index.html# 52/88 Falta pouco para atingir seus objetivos. Vamos praticar alguns conceitos? Questão 1 São variáveis importantes para o diagnóstico da síndrome metabólica: A IMC, relação cintura-quadril e hemoglobina glicada. B Glicemia, HDL, triglicerídeos, pressão arterial e circunferência da cintura. C Triglicerídeos, colesterol, LDL, VLDL e glicemia. 28/05/2023, 21:20 Atividade física e doenças metabólicas https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02298/index.html# 53/88 Parabéns! A alternativa B está correta. Em 2005, a International Diabetes Federation (IDF) recomendou novos critérios para o diagnóstico da síndrome metabólica, em que a obesidade central, avaliada pela medida da circunferência abdominal, passava a ser importante, além dos triglicerídeos, HDL, pressão arterial e glicemia em jejum. Questão 2 Pode-se afirmar, quanto à prescrição do exercício para pacientes com síndrome metabólica, que: D Pressão arterial, hemoglobina glicada, colesterol e IMC. E IMC, relação cintura-quadril, glicemia e colesterol. A Apenas atividades vigorosas são indicadas, pela baixa sensibilidade do HDL a atividades com intensidade reduzida. 28/05/2023, 21:20 Atividade física e doenças metabólicas https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02298/index.html# 54/88 Parabéns! A alternativa C está correta. Programas de exercícios para pacientes com síndrome metabólica deveriam considerar ao menos três fatores: B Uma vez que a dieta dá conta do deficit calórico desejado, a atividade física pode ser considerada dispensável. C Os programas de exercícios devem considerar o impacto na gordura central, porquanto essa variável influencia na resistência à insulina, dislipidemia e pressão arterial. D O volume de atividades é fundamental para provocar efeitos na pressão arterial e HDL, devendo situar-se em torno de 420min/semana. E O treinamento resistido tem pouca contribuição para os fatores de risco para doença cardiovascular e metabólica nesses pacientes. 28/05/2023, 21:20 Atividade física e doenças metabólicas https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02298/index.html# 55/88 a) impacto na massa e composição corporal; b) impacto na resistência à insulina e dislipidemia; c) impacto na pressão arterial. Esses fatores compõem o mosaico de condições patológicas que caracteriza a própria síndrome metabólica, sendo todos decorrentes do acúmulo de gordura central. 28/05/2023, 21:20 Atividade física e doenças metabólicas https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02298/index.html# 56/88 3 - Exercícios para a prevenção e o tratamento do diabetes mellitus Ao �nal deste módulo, você será capaz de conhecer os benefícios e as características de programas de exercícios para a prevenção e o tratamento do diabetes mellitus. De�nição e etiologia do diabetes O diabetes é uma doença caracterizada por hiperglicemia persistente, decorrente de deficiência na produção ou sensibilidade à insulina. Suas complicações incluem distúrbios micro e macrovasculares que resultam em retinopatia, nefropatia, neuropatia, doença coronariana, doença cerebrovascular e doença arterial periférica, gerando complicações, disfunções e insuficiência de vários órgãos, especialmente, olhos, rins, nervos, cérebro, coração e vasos sanguíneos. O diabetes também acarreta problemas no sistema musculoesquelético, digestório, função cognitiva e saúde mental, além de estar associado a diversos tipos de câncer. Existem dois tipos de diabetes. Veja. Diabetes do tipo 1 28/05/2023, 21:20 Atividade física e doenças metabólicas https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02298/index.html# 57/88 O tipo 1 responde por 5-10% dos casos, consistindo em uma doença poligênica que resulta na destruição autoimune das células beta do pâncreas – as quais são responsáveis pela produção de insulina –, ocasionando deficiência completa na produção desse hormônio, tornando necessário o uso de insulina exógena. Isso pode ocorrer em qualquer idade, mas a prevalência é maior em crianças e jovens. O diabetes do tipo 2 (90-95% dos casos) tem etiologia multifatorial, envolvendo componentes genéticos e ambientais, com perda progressiva de secreção insulínica combinada com a resistência. Além da história familiar, hábitos dietéticos e inatividade física destacam-se como fatores de risco, pela sua relação com a obesidade. Em geral, decorre de uma diminuição da secreção de insulina, devido a um estado de resistência insulínica progressiva. Em 80 a 90% dos casos, associa-se ao excesso de peso e a outros componentes da síndrome metabólica. Via de regra, acomete indivíduos a partir de 40 anos. Em suma, podemos compreender da seguinte maneira: Diabetes do tipo 2 28/05/2023, 21:20 Atividade física e doenças metabólicas https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02298/index.html# 58/88 Características Tipo 1 - Insulinodependente Tipo 2 - Não insulinodependente Outro nome Juvenil Adulta Proporção dos diabéticos ~10% ~90% Idade de início < 20 anos > 40 anos Desenvolvimento da doença Rápido Lento Histórico familiar Incomum Comum Necessidade de insulina Sempre Nem sempre (pode ser tratada com medicamentos) Insulina pancreática Nenhuma ou pouca Normal ou elevada Cetoacidose Comum Rara 28/05/2023, 21:20 Atividade física e doenças metabólicas https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02298/index.html# 59/88 Características Tipo 1 - Insulinodependente Tipo 2 - Não insulinodependente Gordura corporal Normal/magro Geralmente obeso Tabela: Diferenças entre diabetes do tipo e 1 e 2. O diagnóstico do diabetes é complexo em virtude de sua gênese multifatorial e pelo fato de se manifestar de maneira assintomática em grande parte dos indivíduos. Normalmente, o diagnóstico é feito por meio do rastreamento de diversos fatores de risco, além da glicemia sanguínea. Atenção! A tolerância à glicose é um aspecto importante da doença, sendo testada por diversos exames, entre eles a glicemia em jejum, teste de tolerância oral à glicose e hemoglobina glicada. A confirmação do diagnóstico exige a repetição dos exames alterados, quando há ausência de sintomas de hiperglicemia. Os parâmetros de normalidade para esses exames e os critérios para pré- diabetes e diabetes estão descritos a seguir. 28/05/2023, 21:20 Atividade física e doenças metabólicas https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02298/index.html# 60/88 Critérios diagnósticos para o diabetes Exame Normal Pré- diabetes Diabetes Glicemia de jejum (mg/dL) < 100 100 a 125 ≥ 126 Glicemia 2h após TOTG com 75g de glicose (mg/dL) < 140 140 a 199 ≥ 200 Hemoglobina glicada (%) < 5,7 5,7 a 6,4 ≥ 6,5 Tabela: TOGT: teste de tolerância oral à glicose. Os fatores de risco para o diabetes do tipo 2 são: história familiar, idade, obesidade, sedentarismo, diagnóstico de pré-diabetes, diabetes gestacional e presença de componentes da síndrome metabólica. A American Diabetes Association (2017) propôs um questionário de risco para o desenvolvimento de diabetes, que leva em consideração: idade, sexo, história de diabetes gestacional, hipertensão arterial e nível de atividade física. Quanto à distribuição da gordura corporal, o acúmulo na região central é de maior risco, indicando-se maior quantidade de gordura visceral. 28/05/2023, 21:20 Atividade física e doenças metabólicas https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02298/index.html# 61/88 O tecido adiposo visceral produz citocinas pró-inflamatórias e gera resistência à insulina. O diabetes do tipo 2 não resulta apenas da quantidade,mas também da distribuição da gordura corporal. O acúmulo de gordura na região abdominal configura o que se conhece como obesidade central, perfil associado à presença de níveis elevados de triglicerídeos e LDL e níveis reduzidos de HDL. Comentário Acredita-se que a resistência insulínica seja o elo entre as respostas fisiopatológicas que caracterizam a síndrome metabólica. Adicionalmente, o tecido adiposo produz muitas substâncias inibidoras da insulina, como marcadores inflamatórios, citocinas, leptina, resistina e adiponectina. Assim, observe que, quanto maior o acúmulo de gordura central, maior é a chance de se observarem altos níveis de insulina – com baixa eficácia para diminuir a glicemia – e de estimular o metabolismo dos ácidos graxos, o que aumenta a propensão à hiperlipidemia. Logo, a fisiopatologia da síndrome metabólica e o diabetes do tipo 2 são relacionados. O agrupamento de fatores de risco como hipertensão, resistência à insulina, hiperinsulinemia, intolerância à glicose e dislipidemia deriva, principalmente, da obesidade central. O depósito visceral de triglicerídeos passaria por um processo de degradação mais rápido que o encontrado no tecido adiposo de outras regiões. Com isso, grandes quantidades de ácidos graxos livres seriam liberadas na circulação, causando hipertrigliceridemia e estimulando a produção de glicose pelo fígado 28/05/2023, 21:20 Atividade física e doenças metabólicas https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02298/index.html# 62/88 (gliconeogênese), que é também liberada na circulação. Como consequência, ocorre hiperglicemia, o que estimula a hiperinsulinemia. Saiba mais Além disso, o excesso de ácidos graxos compete com a glicose enquanto substrato energético utilizado pelos músculos, o que leva à necessidade de cada vez mais insulina para que esta última seja carreada para dentro das células. Os níveis elevados de insulina acabam por provocar resistência à sua ação, bem como intolerância à glicose. Em resumo, o excesso de gordura central provoca diminuição da sensibilidade à insulina, mas as células beta-pancreáticas conseguem compensar essa situação aumentando a sua produção. Nessa etapa, verifica-se hiperinsulinemia e normoglicemia. Posteriormente, a resistência à insulina aumenta; e, mesmo com incremento na secreção, a captação de glicose não normaliza. Ocorre, então, a intolerância à glicose, observando-se simultaneamente hiperinsulinemia e hiperglicemia. A sobrecarga imposta ao pâncreas acaba por limitar a própria produção de insulina, progredindo-se para o diabetes do tipo 2. Sendo o diabetes do tipo 2 uma condição patológica relacionada a problemas de intolerância à glicose e/ou resistência à insulina, compreenda que a obesidade e a síndrome metabólica tendem a aumentar a sua prevalência. Atenção! 28/05/2023, 21:20 Atividade física e doenças metabólicas https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02298/index.html# 63/88 Portanto, o diabetes do tipo 2 é considerado uma das doenças crônico- degenerativas com maior crescimento nas populações. A OMS alerta que glicemia elevada seria o terceiro fator de mortalidade prematura, superada apenas por pressão arterial aumentada e uso de tabaco. Sendo os níveis de morbidade do diabetes relacionados com o aumento da obesidade e do sedentarismo, o exercício físico emerge como estratégia-chave para reverter essa tendência. Atividade física e diabetes: características e recomendações A prática regular de exercícios provoca efeitos que beneficiam pacientes com diabetes. Há efeitos favoráveis na composição corporal e esse fator é o principal responsável por essa condição. Nesse sentido, não existem grandes diferenças em relação aos benefícios da atividade física para pacientes obesos ou com síndrome metabólica. 28/05/2023, 21:20 Atividade física e doenças metabólicas https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02298/index.html# 64/88 Apesar de potencializados pelo emagrecimento, os efeitos do exercício, especialmente os aeróbios, parecem ser independentes de alterações na composição corporal, pois a permeabilidade das fibras musculares à glicose pode aumentar em até cinco vezes. Devido à reposição dos estoques de glicogênio muscular, a captação de glicose permanece elevada por mecanismos independentes da insulina por até 2h e insulinodependentes por até 48h após as sessões de treinamento, dependendo da sua duração. Há estudos que relataram redução dos níveis de glicose da ordem de 50mg/dL durante e após exercício agudo, mesmo quando realizado com duração relativamente curta (30- 45min) em diabéticos do tipo 2 com glicemia moderadamente elevada (COLBERG et al., 2016). Além disso, a sensibilidade à insulina aumenta durante aproximadamente 24h após exercícios curtos (20-30min) realizados com intensidade vigorosa, podendo chegar a 48h após sessões de treinamento mais longas (60min) (CARTEE, 2019). Em obesos, exercícios 28/05/2023, 21:20 Atividade física e doenças metabólicas https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02298/index.html# 65/88 com intensidade moderada e duração curta (30min) podem ter esse efeito (COLBERG et al., 2016). Compreende-se que, idealmente, diabéticos devam exercitar-se na maior frequência possível, com combinação de volume e de intensidade que otimizem o dispêndio energético, de maneira a acelerar as adaptações que melhorem o controle glicêmico. Em longo prazo, considerando outras adaptações como abrandamento das dislipidemias, em virtude de melhor capacidade de transporte lipídico sanguíneo e menor produção de citocinas inflamatórias, melhora a tolerância à glicose e à sensibilidade à insulina. Há fortes evidências de que o treinamento aeróbio reduz os níveis plasmáticos de insulina em resposta às mesmas taxas de glicemia e que esse efeito independe da redução do percentual de gordura, apesar de ser por ela potencializado. Assim, contribui-se para o controle geral do metabolismo, ajudando a prevenir a progressão da síndrome metabólica para o diabetes ou prevenindo o agravamento dos pacientes diabéticos. Saiba mais 28/05/2023, 21:20 Atividade física e doenças metabólicas https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02298/index.html# 66/88 Os incrementos na tolerância à glicose e na sensibilidade à insulina em resposta ao treinamento ocorrem em proporção ao volume de exercícios. Mesmo com volumes relativamente pequenos (cerca de 400kcal/semana), já haveria melhora na ação da insulina em pacientes sedentários e com resistência à insulina. Contudo, as melhores relações de dose-resposta têm sido observadas em volumes equivalentes a 2.500kcal semanais. O treinamento da força também traz benefícios para o diabético, sobretudo em função da preservação da massa muscular, tecido responsável por grande parte da captação da glicose sanguínea. As evidências relatam melhorias na glicemia e resistência à insulina em diabéticos que praticam o treinamento de força isoladamente ou combinado ao treinamento aeróbio. Exercícios aeróbios teriam maior impacto no controle glicêmico, mas ambos têm potencial favorável em fatores de risco cardiovascular observados em diabéticos. Modalidades que combinam exercícios aeróbios e resistidos em alta intensidade parecem ter efeitos superiores sobre os fatores de risco, glicemia e sensibilidade à insulina de diabéticos, do que exercícios aeróbios contínuos. Caso os pacientes reúnam condições clínicas e físicas compatíveis com essas modalidades de treinamento (HIIT, por exemplo), 28/05/2023, 21:20 Atividade física e doenças metabólicas https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02298/index.html# 67/88 bem como motivação para aceitá-las, essas seriam opções que deveriam ser levadas em consideração quando da prescrição de exercícios físicos. A combinação ideal de variáveis do treinamento para a intervenção com diabéticos ainda não está clara, entretanto atividades diárias de intensidade moderada a vigorosa tendema produzir resultados ótimos. Além disso, os posicionamentos oficiais recomendam a combinação de exercícios aeróbios e resistidos para otimização dos efeitos do treinamento sobre o controle glicêmico e saúde em geral (SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES, 2017). As adaptações crônicas dependem do volume e da intensidade do treinamento e das condições clínicas do paciente (aptidão física, comorbidades etc.). Além dos efeitos na função cardiorrespiratória e muscular, o metabolismo da glicose responde favoravelmente. Curiosidade O treinamento provoca redução na secreção de insulina, visto que o exercício contribui com a captação de glicose. Ocorre aumento na expressão do transportador de glicose tipo 4 (GLUT4) nas células musculares, incrementando 28/05/2023, 21:20 Atividade física e doenças metabólicas https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02298/index.html# 68/88 a sensibilidade à insulina. Adicionalmente, os músculos têm a capacidade de armazenamento de glicogênio aumentada. O volume de treinamento corresponde ao produto entre intensidade, duração e frequência das sessões, os objetivos podem ser alcançados através do incremento desses fatores, isolados ou combinados. As recomendações quanto à intensidade e ao volume do treinamento aeróbio ou de força para diabéticos são similares à população em geral. As variáveis do treinamento serão manipuladas de acordo com as condições individuais, buscando-se o maior volume possível. Recomendação Assim, os pacientes acometidos pelo diabetes devem realizar 150min ou mais de atividades físicas de moderadas a vigorosas por semana. Uma vez sob controle metabólico estável, indivíduos diabéticos podem praticar qualquer tipo de exercício, pois há atletas olímpicos de diversas modalidades com diagnóstico de diabetes. Precauções devem ser tomadas no caso dos diabéticos, principalmente no controle da glicemia durante e após os exercícios. Em primeiro lugar, uma avaliação médica pode ser necessária antes de se iniciar um programa, particularmente quando suspeita-se de complicações secundárias ao diabetes, como doença cardiovascular, hipertensão, neuropatia, retinopatia ou comprometimento microvascular. Outra vantagem das avaliações está no 28/05/2023, 21:20 Atividade física e doenças metabólicas https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02298/index.html# 69/88 melhor controle glicêmico durante os exercícios, o que é mais difícil quando os pacientes fazem uso de insulina. Atenção! De forma geral, avaliações médicas são mandatórias no caso de pacientes com mais de 40 anos de idade ou mais jovens, quando diagnosticados com diabetes do tipo 2 há mais de 10 anos ou diabetes do tipo 1 há mais de 15 anos. No caso de pacientes idosos ou com neuropatias, a supervisão direta durante as sessões de treinamento é necessária. Diabéticos do tipo 2 experimentam, frequentemente, queda da glicose durante o exercício. Por que será que isso acontece? Isso é agravado quando utilizam insulina, pois a permeabilidade das fibras musculares à glicose aumenta durante o exercício. Além disso, a atividade física aumenta a absorção de insulina injetada no tecido subcutâneo. Esses fatores predispõem a hipoglicemia em diabéticos, que deve ser prevenida. Uma providência é evitar a ingestão de açúcares de índice glicêmico elevado antes da atividade, pois o pico insulínico provocado soma-se à maior permeabilidade das fibras musculares à glicose, predispondo à hipoglicemia ao invés de evitá-la. A reposição de glicose pode ser feita ao longo das 28/05/2023, 21:20 Atividade física e doenças metabólicas https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02298/index.html# 70/88 atividades prolongadas, de acordo com a intensidade do exercício, e não previamente. Vimos que a sensibilidade à insulina pode permanecer aumentada durante horas após o final de uma sessão de exercícios. Isso eleva o risco de hipoglicemia tardia, que pode ocorrer inclusive quando o praticante está dormindo (hipoglicemia noturna). Recomendação Para prevenir essas intercorrências, aconselha-se o monitoramento frequente da glicemia, redução na administração de insulina e o consumo de lanches, principalmente no início do programa de treinamento. As estratégias para prevenir a hipoglicemia durante as sessões de exercícios incluem a ingestão suplementar de carboidratos ou a supressão das doses de insulina. Veja, a seguir, algumas estratégias para prevenir hipoglicemia antes, durante e após o exercício físico. Medir antes, durante (a cada 30min) e depois do exercício físico. Monitoramento glicêmico 28/05/2023, 21:20 Atividade física e doenças metabólicas https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02298/index.html# 71/88 Em caso de histórico de hipoglicemia tardia, medir a cada 2-4h após o exercício físico. Em caso de hipoglicemia noturna, medir antes de dormir, uma vez durante a madrugada e ao acordar. Ingestão antes do exercício é necessária em caso de glicemia < 100mg/dL (0,5-1,0g/kg peso por h de exercício). Necessária quando a insulina prévia não for reduzida em 50% no caso de sessões > 60min ou 25% em sessões com 30-60min. Quando exercício é feito no pico de ação da insulina, aconselha- se ingestão adicional. Para menor risco de hipotensão noturna, aconselha-se fazer refeições leves perto do horário de dormir (15 a 30g de carboidratos). Ingestão de carboidratos Ajuste da insulina 28/05/2023, 21:20 Atividade física e doenças metabólicas https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02298/index.html# 72/88 Em uso de bomba insulínica, reduzir a insulina basal em 20-50%, 90min antes do exercício físico. Suspender ou desconectar a bomba insulínica no início do exercício. Bombas não podem ser desconectadas em exercícios > 60min sem que haja insulina suplementar. Reduzir a dose de múltiplas doses de insulina 90min antes de exercício: 50% em exercício moderado > 60min; 25% em exercício moderado com 30-60min; 75% em exercícios vigorosos com 30-60min. Não há necessidade de redução em exercícios muito intensos e curtos ou exercícios resistidos. Reduzir a insulina bolus da refeição noturna em 50% para prevenir hipoglicemia noturna. Sempre portar opções de carboidratos durante o exercício. Outras 28/05/2023, 21:20 Atividade física e doenças metabólicas https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02298/index.html# 73/88 Aumentar progressivamente a intensidade e a duração dos exercícios. Intercalar atividades de “explosão” (como corridas curtas) ou realizar exercícios resistidos antes do treino aeróbio. Isso tende a minimizar o efeito hipoglicemiante da atividade aeróbia. Portar contatos de emergência, sobretudo durante exercícios ao ar livre. Horas antes dos exercícios, ingerir carboidrato de lenta absorção. Insulina não deve ser injetada em locais próximos aos grupos musculares exercitados. Anotar treinos, insulina e alimentação, além das glicemias relacionadas, para facilitar a prevenção de eventos hipoglicêmicos. Evitar repor carboidratos apenas após sintomas de hipoglicemia. Deve-se fazê-lo em porções divididas, evitando a queda demasiada da glicose. Em indivíduos com diabetes do tipo 1, casos de hiperglicemia são mais comuns. No caso de doses de insulina aquém do indicado, a prática de exercícios pode piorar esse estado, com produção de corpos cetônicos (cetose) e desidratação que colocam o paciente em risco. 28/05/2023, 21:20 Atividade física e doenças metabólicas https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02298/index.html# 74/88 Atenção! Tradicionalmente, as agências normativas contraindicam a prática de exercícios em caso de glicemia acima de 250mg/dL na presença de cetose ou em caso de glicemia acima de 300mg/dL, mesmo na ausência de cetose. A hiperglicemia pode ser modulada pela administração de insulina. Em alguns casos, aceita-se a realização de atividades aeróbias de baixa intensidade, visando a melhoria aguda dos níveis glicêmicos. Éimportante monitorar a glicemia durante o exercício e após a sessão, para liberação segura do paciente. Aconselhamento é necessário para se controlar os níveis glicêmicos e a administração de insulina, antes do retorno para próximas sessões. No caso de crianças e idosos, é necessário um acompanhamento mais próximo, para um correto aprendizado do impacto da prática de exercícios físicos sobre esses aspectos. Outras precauções remetem às comorbidades presentes em parte dos diabéticos. Como agir nos casos para a indicação de exercícios nesses casos? Acompanhe. É comum haver problemas macro ou microvasculares, que podem ser agravadas com o manejo inadequado da glicemia. Complicações Complicações vasculares 28/05/2023, 21:20 Atividade física e doenças metabólicas https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02298/index.html# 75/88 vasculares ou neurais causam limitações físicas que devem ser consideradas nos exercícios. No caso de doença vascular periférica, a intensidade das atividades deve ser controlada com cuidado, evitando-se grandes aumentos da pressão sanguínea durante os exercícios. Na presença de neuropatia periférica, atenção deve ser dada aos pés, com detecção precoce e tratamento para que se evite ulcerações ou amputações. Um bom conselho seria manter os pés tão secos quanto possíveis dentro dos calçados, com meias apropriadas (evitar meias de algodão) e não incluir atividades em que se transportam cargas elevadas, principalmente quando houver comprometimento da marcha. Pacientes com neuropatia autonômica têm maior propensão à hipotensão ortostática, além de exibirem problemas no controle hemodinâmico de forma geral (aumento da frequência cardíaca no exercício) e termorregulação. Nesses casos, evite atividades com mudanças bruscas de posição, principalmente quando se fica em pé a Neuropatia periférica Neuropatia autonômica 28/05/2023, 21:20 Atividade física e doenças metabólicas https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02298/index.html# 76/88 partir da posição sentada/deitada. Deve-se prover hidratação e evitar exercitar-se em ambientes quentes e úmidos. Muitos diabéticos desenvolvem retinopatia com diferentes graus. Para evitar lesões oculares, são contraindicadas atividades vigorosas, que envolvam impacto, apneia ou ficar de “cabeça para baixo”, a fim de prevenir hemorragias ou o descolamento de retina. Quadros de doença renal podem ser melhorados com exercício físico, mesmo durante sessões de diálise. O volume e a intensidade nesses casos deverão ser definidos de acordo com a gravidade do comprometimento renal e a tolerância dos pacientes. Retinopatia Doença renal Limitações ortopédicas 28/05/2023, 21:20 Atividade física e doenças metabólicas https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02298/index.html# 77/88 Pacientes com limitações ortopédicas às atividades que visam ao controle glicêmico, devem realizar exercícios de mobilidade articular e fortalecimento dos grupos musculares adjacentes às articulações comprometidas de forma complementar. Atividade física e diabetes O especialista Paulo Farinatti apresentará os principais fatores envolvidos na prática de exercícios para pacientes com diabetes. 28/05/2023, 21:20 Atividade física e doenças metabólicas https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02298/index.html# 78/88 Falta pouco para atingir seus objetivos. 28/05/2023, 21:20 Atividade física e doenças metabólicas https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02298/index.html# 79/88 Vamos praticar alguns conceitos? Questão 1 A fisiopatologia do diabetes do tipo 2 compreende os seguintes eventos: A Hipoglicemia, hipertrigliceridemia e hipoinsulinemia. B Hiperglicemia, hiperinsulinemia. C Hipercolesterolemia, hipoinsulinemia, normoglicemia e sarcopenia. D Hiperinsulinemia, dislipidemia e microalbuminúria. E Anemia, dislipidemia e hiperinsulinemia. 28/05/2023, 21:20 Atividade física e doenças metabólicas https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02298/index.html# 80/88 Parabéns! A alternativa B está correta. Na fase de pré-diabetes, o acúmulo de gordura central leva à redução da sensibilidade à insulina, com aumento de sua produção. Assim, verifica-se hiperinsulinemia e normoglicemia. Em seguida, não se consegue mais normalizar a captação de glicose, observando-se simultaneamente hiperinsulinemia e hiperglicemia. A sobrecarga imposta ao pâncreas progride, então, para o diabetes do tipo 2. Questão 2 Entre os efeitos benéficos e as precauções dos exercícios para diabéticos, é correto afirmar que: A Há uma melhoria nas dislipidemias, mas não na função autonômica. As precauções envolvem, principalmente, o risco de lesões musculares. B Pacientes com diabetes se beneficiam mais dos exercícios físicos regulares do que pacientes com síndrome metabólica, pois essa síndrome é muito grave e incurável. Exercícios de 28/05/2023, 21:20 Atividade física e doenças metabólicas https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02298/index.html# 81/88 Parabéns! A alternativa C está correta. intensidade elevada, portanto, são contraindicados para pacientes com síndrome metabólica. C A prática regular de exercícios melhora o controle glicêmico e pode reduzir a necessidade de insulina. No entanto, deve-se prevenir episódios de hipoglicemia ou hiperglicemia, pela manipulação de ingestão de carboidratos e administração de insulina antes, durante e depois das sessões de exercícios. D Atletas não podem ser diabéticos por conta do risco de elevação dos corpos cetônicos. Assim, quando existem, em geral praticam modalidades leves como tiro ao alvo ou hipismo. E Diabéticos devem realizar o treinamento resistido isoladamente, pois a preservação da massa muscular não é importante para manter a glicemia. 28/05/2023, 21:20 Atividade física e doenças metabólicas https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02298/index.html# 82/88 O exercício melhora a captação de glicose, com impacto favorável na necessidade de insulina exógena. Em pacientes com diabetes do tipo 2, são comuns episódios de hipoglicemia, enquanto a hiperglicemia é mais frequente em pacientes com diabetes do tipo 1. Em ambos, uma reeducação na rotina de administração de insulina e ingestão de carboidratos antes, durante e após sessões de exercícios é necessária. Considerações �nais Foram abordadas as características da obesidade, síndrome metabólica e diabetes e os benefícios da prática de exercícios para a prevenção e o tratamento, bem como as características gerais de programas de treinamento com esse propósito. A obesidade é difícil de reverter e aumenta o risco de desenvolvimento de doença cardiovascular e metabólica, em virtude do acúmulo de gordura central. Intervenções dietéticas e aumento do dispêndio calórico através de exercício são capazes de restabelecer o equilíbrio energético, com impacto favorável na quantidade e na distribuição da gordura corporal. Os exercícios podem mitigar 28/05/2023, 21:20 Atividade física e doenças metabólicas https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02298/index.html# 83/88 os fatores de risco cardiovascular e metabólico, mesmo que não haja mudanças na composição corporal. Por essa razão, são indicados como estratégia de intervenção no tratamento de obesos. O maior gasto calórico possível seria desejável em rotinas de treinamento visando o controle do peso e a melhoria do perfil de risco em indivíduos com sobrepeso e obesidade. Portanto, ênfase deve ser dada ao volume de treinamento, em atividades de natureza aeróbia. A síndrome metabólica tem sua gênese ligada ao sobrepeso e à obesidade. O excesso de gordura central eleva a resistência à insulina gerando intolerância à glicose, predispondo às dislipidemias, hipertensão e diabetes. As evidências indicam forte relação entre sedentarismo e os múltiplos fatores de risco para a síndrome metabólica, mas os pacientes diagnosticados beneficiam-se da prática
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