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3 Atividade física e doenças cardiovasculares

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28/05/2023, 21:20 Atividade física e doenças cardiovasculares
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02297/index.html# 1/89
Atividade física e doenças cardiovasculares
Mauro Mediano
Descrição A importância da atividade física (AF) na prevenção e no tratamento da
hipertensão arterial sistêmica (HAS) e de doenças cardiovasculares
(DCV), incluindo a doença arterial coronariana (DAC) e o acidente
vascular encefálico (AVE).
28/05/2023, 21:20 Atividade física e doenças cardiovasculares
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Propósito Compreender os aspectos relacionados ao treinamento físico e às
doenças cardiovasculares é de fundamental importância para os
profissionais de educação física, uma vez que tais doenças são a
principal causa de morte em todo o mundo e que a atividade física tem
sido uma importante estratégia de prevenção e tratamento para
combatê-las.
Objetivos
Módulo 1
Atividade física na
hipertensão arterial
sistêmica
Identificar os benefícios e principais
aspectos relacionados à atividade física na
hipertensão arterial sistêmica.
Módulo 2
Atividade física na doença
arterial coronariana
Reconhecer os benefícios e principais
aspectos relacionados à atividade física na
doença arterial coronariana.
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Módulo 3
Atividade física no acidente
vascular encefálico
Identificar os benefícios e principais
aspectos relacionados à atividade física no
acidente vascular encefálico.
Introdução
As doenças cardiovasculares (DCVs) constituem a principal causa de
morte em todo o mundo, sendo responsáveis por aproximadamente 18
milhões de mortes anuais. Dessas, 400 mil ocorrem no Brasil, gerando
elevadas taxas de hospitalização e custos de saúde, com importante
impacto na redução da qualidade de vida (SBC, 2021).

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Muitos casos de DCVs poderiam ser evitados por meio de modificações no
estilo de vida, como o cessar do tabagismo, a melhora no consumo de
alimentos, a redução no consumo de álcool, o aumento dos níveis de
atividade física (AF) e a diminuição do sedentarismo.
Baixos níveis de atividade física e elevados períodos em atividades
sedentárias são considerados os mais importantes fatores de risco para as
doenças cardiovasculares. A atividade física (AF) pode ser dividida em
diferentes domínios, sendo os principais: trabalho, doméstico, transporte e
lazer.
O exercício físico é um componente da atividade física de lazer, que é
planejado e estruturado com a intenção de manter ou aprimorar a aptidão
física e a saúde. Por outro lado, o sedentarismo é conceituado como o
tempo gasto em atividades de baixo gasto energético, que normalmente
ocorrem na posição sentada ou deitada.
Neste conteúdo, entenderemos a importância da atividade física na
prevenção e no tratamento da hipertensão arterial sistêmica (HAS) e de
algumas doenças cardiovasculares (DCVs), principalmente a doença
arterial coronariana (DAC) e o acidente vascular encefálico (AVE).
Discutiremos também alguns aspectos relacionados à prescrição de
exercícios físicos, com foco nas informações de quantas vezes, quão
intenso, quanto tempo e quais atividades devem ser realizadas, segundo o
princípio FITT (Frequência, Intensidade, Tempo e Tipo de atividade). Por
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fim, serão apresentados os principais mecanismos relacionados ao efeito
protetor da atividade física nessas populações.
1 - Atividade física na hipertensão arterial sistêmica
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Ao �nal deste módulo, você será capaz de identi�car os benefícios e principais aspectos relacionados
à atividade física na hipertensão arterial sistêmica.
Hipertensão arterial sistêmica
(HAS)
Vamos começar este módulo com uma questão: você sabe o que é hipertensão
arterial sistêmica?
A HAS é uma condição clínica multifatorial na qual a pressão sanguínea
encontra-se cronicamente elevada acima de níveis considerados normais,
aumentando o risco de doenças cardiovasculares (DVCs) e de morte.
No Brasil, considera-se elevado o nível
pressórico de pressão arterial sistólica
(PAS) maior ou igual a 140mmHg e/ou
pressão arterial diastólica (PAD) maior
ou igual a 90mmHg — medida com a
técnica correta, em pelo menos duas
ocasiões diferentes, na ausência de
medicação anti-hipertensiva.
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Os valores pressóricos utilizados para classificação de pressão arterial
encontram-se descritos na tabela a seguir. Acompanhe.
Classificação PAS (mmHg)
PA ótima <120 e
PA normal 120-129 e/ou
Pré-hipertensão 130-139 e/ou
HA estágio 1 140-159 e/ou
HA estágio 2 160-179 e/ou
HA estágio 3 ≥ 180 e/ou
Tabela: Classificação dos níveis pressóricos.
Barroso et al., 2021.
Estima-se que cerca de 1,4 bilhão de pessoas tenham hipertensão arterial
sistêmica (HAS) no mundo todo, sendo 70 milhões no Brasil. A relação entre
pressão arterial elevada e o risco de desenvolvimento de doenças
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cardiovasculares (DCVs) é contínua, consistente e independente de outros
fatores de risco.
Altos níveis de pressão arterial estão
associados a maiores riscos de
desenvolvimento de ataque cardíaco,
insuficiência cardíaca, acidente
vascular encefálico (AVE) e doenças
renais. Além disso, indivíduos com
HAS comumente apresentam outros
fatores de risco para DCVs, tais como
obesidade e diabetes, o que aumenta
ainda mais o risco de um evento
cardiovascular e de morte.
O risco de doenças cardiovasculares (DCVs) dobra para cada aumento de
20mmHg para PAS, e de 10mmHg para PAD para valores de pressão arterial
entre 115/75 e 185/115mmHg.
Atenção!
Mesmo para níveis de pressão arterial considerados normais, um aumento nos
níveis pressóricos está correlacionado a um risco aumentado de
desenvolvimento de DCVs, reforçando a necessidade de um controle mais
intenso dos níveis pressóricos para redução do risco cardiovascular.
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Atividade física como fator de proteção para
hipertensão arterial sistêmica
A atividade física (AF) tem sido
comumente recomendada como uma
importante estratégia baseada na
modificação do estilo de vida para a
prevenção da hipertensão arterial
sistêmica (HAS).
Estudos sobre o assunto trazem algumas constatações sobre a relação
atividade física e hipertensão. Veja a seguir:

Um estudo pioneiro sobre o assunto,
realizado no final da década de 1960,
demonstrou que indivíduos que
realizavam mais de 5 horas semanais
de AF tinham uma incidência de HAS
em torno de 20% menor após duas a
três décadas de acompanhamento,

Trabalhos observacionais e estudos
de intervenção posteriores
confirmaram tais achados,
demonstrando que indivíduos com
maiores níveis de AF tinham um risco
60 a 70% menor de apresentar níveis
pressóricos elevados, quando
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quando comparados àqueles que
realizavam menos de 5 horas de AF
por semana.
comparados a indivíduos fisicamente
inativos (DIAZ; SHIMBO, 2013).
Para além dos níveis de atividade física (AF), o tempo despendido em atividades
sedentárias, principalmente o tempo de tela que é caracterizado como tempogasto em atividades de baixo gasto energético, utilizando algum aparelho
eletrônico como computador, tablet, celular, TV ou videogame, também parece
ser um importante fator associado ao risco aumentado de desenvolver
hipertensão arterial sistêmica (HAS).
Estudos recentes demonstram que o risco de HAS aumenta
em 10 a 12% para cada uma hora assistindo TV.
Dessa forma, estratégias de saúde pública que estimulem a prática de atividade
física (AF) e a diminuição do tempo em atividades sedentárias são de
fundamental importância na prevenção da hipertensão arterial e na consequente
redução do risco de doenças cardiovasculares.
Recomendação
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Indivíduos fisicamente inativos devem aumentar gradualmente seus níveis de AF,
objetivando atingir as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS)
de pelo menos 150 minutos de AF de intensidade moderada ou 75 minutos de
AF vigorosa por semana (BULL et al., 2020).
Benefícios adicionais podem ser observados com maiores volumes de AF em
uma relação dose-resposta, podendo chegar a 300 minutos de AF moderada e
150 minutos de AF intensa por semana.
Entretanto, benefícios de saúde também são observados para volumes de AF
menores do que os recomendados, sendo a realização de qualquer tipo de AF
(inclusive atividades leves) melhor do que não realizar nada. Portanto, a prática
de todos os tipos de AF devem ser estimuladas, sejam elas relacionadas ao
período de lazer, de transporte, de trabalho ou doméstico.
As atividades a serem realizadas devem ser
preferencialmente aquelas pelas quais o indivíduo tenha
maior interesse e que proporcionem maior prazer durante sua
realização, com o intuito de aumentar a adesão a curto, médio
e longo prazo.
A diminuição do tempo em atividades sedentárias pode ser estimulada pela sua
substituição por outras atividades que despendam maior gasto energético,
mesmo que em baixas intensidades (AF leves).
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Exemplo
A interrupção de um prolongado período sentado com a alternância de períodos
em pé ou mesmo com uma leve caminhada por períodos curtos (5 a 10 minutos
de AF leves a cada 60 minutos de atividades sedentárias) pode trazer benefícios
importantes na prevenção de doenças crônicas, incluindo hipertensão.
Quanto menor o tempo gasto em atividades sedentárias, maior a diminuição do
risco de doenças crônicas.
Atividade física no tratamento de hipertensão
arterial sistêmica
Inúmeros estudos têm demonstrado
que a prática de atividade física (AF)
pode levar à redução dos níveis
pressóricos não apenas em indivíduos
hipertensos, mas também naqueles
com valores pressóricos dentro da
normalidade, sendo mais pronunciada
em hipertensos.
A redução da pressão arterial e a melhora da aptidão cardiorrespiratória com a
AF também têm sido observadas em indivíduos com hipertensão de difícil
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controle (hipertensos resistentes), tendo a AF se mostrado como uma estratégia
segura e eficaz no tratamento desses indivíduos.
Instituições científicas de todo o mundo
têm recomendado a AF como uma das
principais estratégias para o tratamento da
hipertensão, com reduções dos valores
pressóricos que podem chegar a 10mmHg
para pressão arterial sistólica (PAS) e
8mmHg para pressão arterial diastólica
(PAD).
(PESCATELLO et al., 2015)
Entretanto, não existe um comportamento padrão para a redução dos níveis de
pressão arterial provocada pela atividade física (AF), podendo essa variação ser
influenciada por diversos fatores. Veja a seguir:
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Aspectos relacionados a
atributos individuais
Idade
Sexo
Fatores genéticos
Aspectos inerentes às
características da AF
realizada
Aspectos do princípio
FITT
Em todos os casos, os benefícios da AF no controle da pressão arterial têm sido
irrefutáveis, tanto por seus efeitos diretos quanto por seus efeitos indiretos,
auxiliando no manejo da obesidade e do diabetes, condições frequentemente
associadas à hipertensão, levando a uma redução de 20 a 30% no risco de
doenças cardiovasculares.
A diminuição do tempo em atividades sedentárias como estratégia de
intervenção também tem demonstrado significativo efeito no controle da
pressão arterial e na diminuição do risco cardiovascular, com reduções que
podem variar de 2 a 16mmHg para PAS e PAD, com maiores valores em
indivíduos hipertensos.
Curiosidade
Atividades simples como ficar de pé, pequenas caminhadas ou pequenos
movimentos de membros superiores e inferiores que interrompam o tempo

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gasto em atividades sedentárias podem trazer benefícios importantes para a
saúde e melhora no controle dos níveis pressóricos.
Frequência da atividade física no tratamento da
hipertensão
A maioria das instituições científicas recomenda a prática diária de exercícios
físicos para controle dos níveis pressóricos. Tal recomendação é baseada no
fato de que os níveis pressóricos são normalmente mais baixos nos dias em que
as pessoas se exercitam, em comparação aos dias em que não praticam
exercícios. Essa resposta fisiológica é denominada hipotensão pós-exercício
(HPE).
Hipotensão pós-exercício
Consiste na redução imediata da pressão arterial em torno de 5
a10 mmHg após uma única sessão de exercício, podendo durar
até 24 horas, dependendo da duração e da intensidade da
atividade realizada.
A HPE é usualmente mais pronunciada em indivíduos
hipertensos, porém também é observada em indivíduos com
valores pressóricos normais.
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Mas será que apenas indivíduos que têm alta frequência de exercícios
apresentam benefícios?
Resposta
Importante ressaltar que, apesar de maiores reduções da pressão arterial terem
sido observadas com maiores frequências de exercício físico semanais,
menores frequências de treinamento também promovem significativas reduções
da pressão arterial, com estudos demonstrando que exercícios realizados uma
única vez por semana podem trazer benefícios no controle dos níveis tensionais
e redução da mortalidade.
Quanto maior o número de sessões, maiores os efeitos na redução da pressão
arterial.
Intensidade da atividade física no tratamento da
hipertensão
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A maioria das instituições científicas
recomenda a prática de atividade
física (AF) moderada para controle
dos níveis pressóricos,
correspondendo entre 40% e 60% do
VO2max ou frequência cardíaca de
reserva. A escala de esforço percebido
de Borg adaptada também pode ser
utilizada como ferramenta para
controle da intensidade do exercício,
com valores entre 3 e 4
correspondendo à intensidade
moderada.
A AF vigorosa tem sido recentemente investigada como estratégia para redução
dos valores de pressão arterial, com resultados promissores. Alguns estudos
sugerem maiores reduções da pressão arterial como resultado de exercícios
vigorosos, principalmente quando realizados de forma intervalada (HIIT), com a
alternância entre curtos períodos de estímulos de intensidade vigorosa
separados por períodos de recuperação a uma intensidade leve.
HIIT
HIIT, do inglês High Intensity Interval Training, é o Treino
Intervalado de Alta Intensidade, em que se intercalam exercícios
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de alta intensidade com um período de recuperação.
Por outro lado, as respostas agudas — durante a atividade — da pressão arterial
tendem a ser mais exacerbadas, com maiores intensidades de esforço, sendo
necessário maior monitoramento da resposta pressórica durante o exercício
vigoroso, de forma a evitar eventos adversos relacionados à prática da AF.
A AF leve também tem demonstrado efeito na redução dos
níveis pressóricos, embora em menor magnitude quando
comparada à AF moderada e vigorosa.
Entretanto, pode ser uma boa opção para iniciar um programa de AF e para os
indivíduos que têm dificuldade em realizar atividades mais intensas, seja por
limitações clínicas, como lesões osteomioarticulares, ou mesmo por questões
pessoais, como menor identificação com atividades intensas.
Tempo da atividade física no tratamento da
hipertensão
Recomenda-se a realização de pelo menos 150 minutos de atividade física (AF)
moderada ou 75 minutos de AF vigorosa por semana para pessoas com
hipertensão. Estudos recentes mostram que esse volume de AF pode ser obtido
de forma contínua (em uma única sessão de 30 minutos) ou acumulada em
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episódios ao longo do dia (três períodos de 10 minutos cada), com benefícios
semelhantes para a redução da pressão arterial em indivíduos hipertensos.
Saiba mais
Não existe mínimo de tempo para os períodos de AF. Qualquer duração de AF
está associada a benefícios de saúde, com redução da mortalidade. Além disso,
o acúmulo de pequenos períodos de AF ao longo do dia pode ser uma
importante estratégia para aumentar os níveis de AF em indivíduos hipertensos,
uma vez que a falta de tempo para se exercitar é muitas vezes um grande
impedimento para iniciar e se manter em um programa regular de exercícios.
Tipo da atividade física no tratamento da
hipertensão
Apesar de os exercícios aeróbios
serem os mais recomendados, em
função dos seus potenciais efeitos
para redução da pressão arterial (PA)
em indivíduos hipertensos, o
treinamento de força tem sido cada
vez mais utilizado. Apesar de alguns
estudos mostrarem efeitos mais
modestos sobre a redução da PA,
estudos mais recentes demonstram
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que os efeitos podem ser equivalentes
aos do treino aeróbio.
Para além do controle pressórico, os benefícios do treinamento de força em
hipertensos estão relacionados à melhora da capacidade funcional promovida
por aumento da força, levando a uma menor sobrecarga cardiovascular, com
menor resposta pressórica para a realização das atividades diárias.
Recomendação
Em linhas gerais, o treinamento de força pode ser realizado de 1 a 3 séries de 8 a
15 repetições para cada exercício com carga moderada por sensação subjetiva
de esforço, totalizando 6 a 12 exercícios de fortalecimento para os principais
grupos musculares. A prescrição varia de acordo com a condição clínica e os
objetivos do indivíduo.
As respostas pressóricas durante o treinamento de força tendem a ser maiores
quando comparadas às do treinamento aeróbio, devendo ser monitoradas
quando do início da realização do programa de exercícios.
Atenção!
Indivíduos com valores de PAS ≥ 160mmHg e PAD ≥ 100mmHg em repouso
devem aguardar um melhor ajuste dos valores pressóricos para iniciar a sessão
de exercícios, principalmente o treinamento de força. Durante o exercício, é
recomendado que a pressão arterial se mantenha inferior a 220/105mmHg.
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Poucos estudos avaliaram os efeitos de exercícios de flexibilidade na redução
dos níveis pressóricos, porém um recente trabalho indicou benefícios desse tipo
de atividade na redução da pressão arterial (PA). Exercícios de equilíbrio podem
ser úteis na manutenção da autonomia e na redução do risco de quedas,
principalmente em idosos cujo níveis de PA tendem a ser mais elevados.
Dessa forma, um programa de treinamento incluindo exercícios aeróbios, de
fortalecimento muscular, de flexibilidade e de equilíbrio é fundamental para
otimizar os níveis pressóricos e a capacidade funcional de indivíduos
hipertensos.
Será que existem mecanismos que, associados aos efeitos da
atividade física, podem reduzir a hipertensão?
Uma variedade de mecanismos tem sido proposta para explicar a redução da PA
com o aumento dos níveis de AF. Esses incluem:
 Menor atividade do sistema nervoso simpático.
 Aumento da sensibilidade barorre�exa.
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Prescrição de exercícios para hipertensos
O especialista Mauro Mediano aborda a seguir os principais aspectos
relacionados à caracterização e epidemiologia da hipertensão, com destaque
 Diminuição da resistência vascular periférica.
 Aumento da sensibilidade à insulina.
 Melhora da função endotelial.

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para a prescrição de exercícios para hipertensos.
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Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Considerando a influência dos níveis de atividade física na prevenção da
hipertensão arterial sistêmica, é correto afirmar que:
A
apenas elevados volumes de atividade física estão
associados à redução do risco de hipertensão arterial
sistêmica.
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Parabéns! A alternativa B está correta.
A atividade física tem sido extensamente recomendada como estratégia para
prevenção da hipertensão e de outras doenças crônicas, principalmente as
relacionadas ao sistema cardiovascular. Apesar de importante relação dose-
resposta, com maiores volumes de atividade física promovendo maiores
B
qualquer elevação nos níveis de atividade física está
associada à redução do risco de hipertensão arterial
sistêmica.
C
o aumento dos níveis de atividade física e sedentarismo estão
associados à redução do risco de hipertensão arterial
sistêmica.
D
o tempo em atividade sedentária não influencia no risco de
hipertensão arterial sistêmica.
E
apenas atividades físicas vigorosas estão associadas à
redução do risco de hipertensão arterial sistêmica.
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reduções no risco de hipertensão, quaisquer elevações nos níveis de
atividade física estão associadas a importantes benefícios de saúde,
incluindo atividade física leve. O sedentarismo é um fator de risco
independente dos níveis de atividade física, com maiores níveis de atividade
sedentária associados a maior risco de hipertensão. Aumento dos níveis de
atividade física e diminuição do sedentarismo devem ser estimulados.
Questão 2
Em relação aos princípios de frequência, intensidade, tempo e tipo de
treinamento físico a serem realizados em indivíduos hipertensos, é correto
afirmar que:
A
o treinamento de força é contraindicado no tratamento da
hipertensão.
B
altos volumes de treinamento são obrigatórios para a redução
da pressão arterial.
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Parabéns! A alternativa C está correta.
Uma maior frequência semanal de treinamento temsido indicada com intuito
de promover uma maior redução da pressão arterial, otimizando o efeito
hipotensor pós exercício, no qual a pressão arterial tende a permanecer
menor durante o período de até 24 horas após uma única sessão de
exercício.
C
maior frequência semanal de exercícios é indicada para a
redução da pressão arterial.
D
exercícios de equilíbrio são fundamentais para a redução da
pressão arterial.
E
programas de treinamento físico em hipertensos devem ser
fundamentalmente intensos.
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2 - Atividade física na doença arterial coronariana
Ao �nal deste módulo, você será capaz de reconhecer os benefícios e principais aspectos
relacionados à atividade física na doença arterial coronariana.
Doença arterial coronariana
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A doença arterial coronariana (DAC) é uma condição clínica na qual o
suprimento de sangue para o coração encontra-se comprometido parcial ou
completamente, como resultado de obstrução nas artérias coronárias (vasos
sanguíneos que irrigam o músculo cardíaco miocárdio), o que ocasiona uma
isquemia.
Isquemia
Entende-se como isquemia miocárdica uma condição de
inadequada irrigação do músculo cardíaco, decorrente de
obstrução da circulação coronariana, tornando o suprimento de
oxigênio e nutrientes insuficiente para suprir as necessidades
fisiológicas do miocárdio.
O principal mecanismo de obstrução das artérias coronárias ocorre por acúmulo
de lipídeos no interior, levando a um estreitamento da luz do vaso num processo
denominado aterosclerose.
A aterosclerose é uma doença oriunda
da disfunção endotelial associada a
um processo inflamatório, com a
formação de placas de gordura, cálcio
e outros elementos na parede das
artérias.
28/05/2023, 21:20 Atividade física e doenças cardiovasculares
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02297/index.html# 30/89
O processo de aterosclerose demora
anos para se desenvolver e está
associado a fatores de risco como
tabagismo, sedentarismo, inatividade
física, alimentação inapropriada,
obesidade, hipertensão, diabetes
dislipidemia e histórico familiar de
DAC.
A doença arterial coronariana (DAC) é a mais frequente doença cardiovascular,
atingindo aproximadamente 126 milhões de indivíduos no mundo todo,
ocasionando cerca de 9 milhões de mortes por ano, sendo uma das principais
causas de óbito geral. No Brasil, a prevalência de DAC vem aumentando ao longo
das últimas décadas, provavelmente em função do envelhecimento da
população, com prevalência estimada de 1,75% para a população acima de 20
anos em 2017.
A DAC foi a principal causa de morte na última década para homens e mulheres,
responsável por aproximadamente 175 mil óbitos por ano. É também
responsável por elevada carga de doença, com altas taxas de anos de vida
ajustados por incapacidade, que traduzem o tempo de vida saudável perdido.
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Gráfico: Prevalência de doença arterial coronariana no Brasil de 1990 a 2017, total e estratificado por sexo.
Atividade física como fator de proteção para a
doença arterial coronariana
A atividade física (AF) é um dos fatores mais importantes na prevenção do
desenvolvimento da doença arterial coronariana (DAC). Veja alguns estudos que
mostram isso:
Um trabalho pioneiro observou que cobradores de ônibus ingleses, cuja
profissão demandava maiores níveis de AF em função de deslocamento
para cobrança da tarifa de transporte, apresentavam redução de 50% no
risco de DAC quando comparados aos seus pares motoristas, cuja
atividade laboral exigia baixos níveis de AF.
Um estudo realizado em 52 países de todos os continentes, envolvendo
15.152 casos de DAC e 14.820 controles sem DAC, revelou que baixos
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níveis de AF são responsáveis por 12,2% dos casos de DAC (YUSUF et al.,
2004).
Além de seus efeitos diretos na
redução do risco de DAC, a AF tem
demonstrado efeitos benéficos sobre
outros importantes fatores de risco
para DAC, tais como melhora do perfil
lipídico, do controle ponderal, dos
níveis pressóricos e da aptidão
cardiorrespiratória. Em conjunto, tais
benefícios têm sido considerados de
extrema relevância na prevenção da
DAC.
O tempo gasto em atividades sedentárias é outro importante fator associado ao
desenvolvimento de doenças cardiovasculares, incluindo a doença arterial
coronariana, sendo seu impacto negativo ainda maior nos indivíduos com baixos
níveis de atividade física.
Um estudo recente de meta-análise demonstrou que
indivíduos com mais de 12,5 horas despendidas em
atividades sedentárias por dia apresentavam risco de
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doenças cardiovasculares 14% maior do que aqueles que
despendiam tempo menor do que 2,5 horas por dia.
Quais seriam as principais estratégias a serem adotadas para prevenir a DAC?
Estratégias que aumentem os níveis de atividade física (AF) e diminuam o tempo
de atividade sedentária devem ser estimuladas como as principais formas de
prevenção primária da doença arterial coronariana (DAC).
Um estudo de meta-análise
demonstrou que os níveis de AF
estavam relacionados à redução do
risco de DAC de forma linear, com
pequenos aumentos nos níveis de AF
associados à redução do risco de
DAC. O risco de DAC foi 14% menor
para aqueles que realizavam 150
minutos de AF moderada e 20% menor
para aqueles que realizavam 300
minutos de AF vigorosa por semana.
Estudos que avaliem os efeitos da diminuição do tempo de atividade sedentária
na incidência de doença arterial coronariana (DAC) ainda são escassos na
literatura. Entretanto, alguns trabalhos têm demonstrado o potencial efeito dessa
estratégia de intervenção na modificação dos fatores de risco para doença
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cardiovascular, como a melhora no perfil lipídico, na sensibilidade insulínica, na
circunferência de cintura e na pressão arterial.
Comentário
Sendo assim, é possível especular que a redução no tempo de atividades
sedentárias também possa estar associada à redução no risco de DAC.
Atividade física no tratamento da doença arterial
coronariana
A atividade física (AF) tem sido
utilizada como importante estratégia
de intervenção no tratamento da
doença arterial coronariana (DAC),
principalmente por meio de programas
de reabilitação cardiovascular (RCV).
Reabilitação
cardiovascular
De acordo com a SBC (2020),
a RCV é definida como um
conjunto de atividades
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necessárias para assegurar
às pessoas com doenças
cardiovasculares (DCVs)
condições físicas, mentais e
sociais que lhes permitam
ocupar seu lugar na
sociedade.
Apesar da RCV ter como principal estratégia de intervenção a prática de
exercícios físicos, programas de RCV são normalmente constituídos por uma
equipe multidisciplinar.
Qual é o objetivo dessa equipe?
Resposta
Tal equipe tem como objetivo avaliar melhor os indivíduos em relação às suas
condições clínicas e à sua capacidade funcional, oferecer maior controle dos
fatores de risco pra DCVs, promover hábitos alimentares saudáveis e a adoção
de um estilo de vida fisicamente ativo, além de oferecer programa de
treinamento físico individualizado, apoio psicológico e orientação quanto ao
retorno às atividadesprofissionais, quando possível.
Os efeitos de programas de RCV têm sido frequentemente documentados com
significativas reduções das taxas de hospitalização e de mortalidade por todas
as causas e por DCVs, além da melhora da capacidade funcional e da qualidade
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de vida, justificando a sua ampla recomendação por sociedades científicas em
todo o mundo.
Curiosidade
Em indivíduos com doença arterial coronariana (DAC), programas de RCV têm
promovido uma redução de 31% nas hospitalizações, com diminuição de 13% na
mortalidade por todas as causas e 26% na mortalidade por doenças
cardiovasculares (DCVs).
Em alguns casos, os benefícios da AF têm sido superiores aos obtidos em
alguns procedimentos cardiológicos invasivos. Um estudo incluindo pacientes
com DAC (HAMBRECHT et al., 2004) observou taxas de eventos adversos 18%
menores e modificação da capacidade funcional (VO2 máximo) 16% maior após
12 meses de acompanhamento naqueles que realizaram um programa de
exercícios físicos, quando comparados com pacientes que realizaram
procedimento coronariano percutâneo.
Mesmo para os indivíduos cujo procedimento cardiológico invasivo seja
considerado a primeira opção terapêutica, um programa de treinamento físico
após a intervenção coronariana tem demonstrado bons resultados:
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Dessa forma, os efeitos benéficos de um programa de RCV com exercícios
físicos encontram-se bem estabelecidos, sendo uma estratégia segura e eficaz
indicada para a grande maioria dos indivíduos com doença cardiovascular,
incluindo a doença arterial coronariana.
 Melhora de 26% do VO2 máximo;
 Melhora de 27% da qualidade de vida;
 Redução de 20% nos eventos cardiovasculares e
hospitalizações.
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É indicado que indivíduos com doença
arterial coronariana (DAC)
preestabelecida realizem avaliação
clínica e da capacidade funcional
antes de iniciar a prática de exercícios
físicos, objetivando estratificar o risco
para participação no programa de
reabilitação cardiovascular (RCV),
minimizando a chance de eventos
adversos durante as sessões de
treinamento e otimizando os
resultados.
A tabela a seguir apresenta as características dos pacientes com indicação de
RCV de acordo com a estratificação de risco. Normalmente, a avaliação pré-
participação consiste em anamnese e exame físico, eletrocardiograma de
repouso de 12 derivações e um teste de exercício, seja teste ergométrico
convencional ou teste cardiopulmonar de esforço, dependendo da
disponibilidade de cada serviço e das necessidades de cada paciente.
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Característica
Estratificação de Risco
Alto Intermediário
Evento
cardiovascular,
intervenção
cardiovascular ou
descompensação
clínica
Inferior a 12
semanas
Superior a 12
semanas e inferior
a 6 meses
Capacidade
funcional
< 5 METs (TE)
Weber C/D
VO2max < 60%
predito
5 a 7 METs (TE)
Weber B
VO2max 60% a 85%
predito
Sinais e sintomas
de isquemia
miocárdica
< 6 METs
VO2 < 15ml.kg-
1.min-1
> 6 METs
VO2 > 15ml.kg-
1.min-1
Sintomatologia
Classe funcional III
e IV (IC e angina)
Classe funcional I e
II (IC e angina)
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Característica
Estratificação de Risco
Alto Intermediário
Outras
características
clínicas
Diálise, queda
saturação de O2
intraesforço,
arritmia ventricular
complexa
De acordo com
avaliação clínica
Tabela: TE (Teste de Esforço); IC (Insuficiência Cardíaca). Estratificação de risco de pacientes com
indicação de RCV.
Carvalho et al., 2020.
Além de identificar possíveis alterações clínicas, eletrocardiográficas e
hemodinâmicas durante o esforço físico, o teste de exercício fornece
importantes parâmetros para a prescrição do exercício, tais como a frequência
cardíaca máxima e em esforços submáximos.
Saiba mais
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A identificação da frequência cardíaca em caso de alterações
eletrocardiográficas ou hemodinâmicas durante o teste de esforço máximo deve
ser considerada como parâmetro de prescrição do exercício em indivíduos com
doença arterial coronariana, cuja intensidade não deve exceder a frequência
cardíaca em que ocorreu tal alteração.
Frequência da atividade física no tratamento da
doença arterial coronariana
O treinamento físico como estratégia
de prevenção secundária da doença
arterial coronariana (DAC) deve ser
realizado ao menos três vezes por
semana, preferencialmente todos os
dias. Em algumas situações, um
menor número de sessões semanais
de exercício pode ser realizado.
A frequência semanal de treinamento depende de inúmeros fatores, incluindo:
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 Tolerância ao exercício;
 Capacidade funcional de cada indivíduo;
 Intensidade e o volume de exercício a ser realizado;
 Condição clínica do paciente;
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Alguns trabalhos sugerem que a frequência semanal de treinamento por si só
não é o principal fator determinante na melhora da capacidade funcional e da
sobrevida de indivíduos com DAC, sendo o volume total de atividade a variável
mais importante.
Intensidade da atividade física no tratamento da
doença arterial coronariana
Em linhas gerais, recomenda-se que indivíduos com doença arterial coronariana
(DAC) realizem inicialmente exercícios de intensidade moderada,
correspondendo a uma taxa entre 40% e 60% do VO2max ou frequência cardíaca
de reserva.
Dois métodos podem ser usados para medir a intensidade do exercício.
Acompanhe a seguir:
 Disponibilidade para realizar as sessões de treinamento.
Escala de esforço percebido de borg 
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A escala de esforço percebido de Borg adaptada também pode ser
utilizada como ferramenta para controle da intensidade do exercício, com
valores entre 3 e 4 correspondendo à intensidade moderada.
Outro método que pode ser utilizado para se manter uma intensidade
moderada durante o exercício é o teste de fala (talk test), no qual o
participante é instruído a se exercitar na maior intensidade possível
enquanto mantém uma conversa com outra pessoa de forma confortável.
A intensidade do exercício deve ser preferencialmente controlada pela
frequência cardíaca, caso sejam encontradas alterações isquêmicas no teste de
esforço pré-participação, devendo ser limitada na frequência cardíaca na qual
foram observadas tais alterações.
Alguns estudos demonstraram bons resultados com treinamentos de alta
intensidade compostos por curtos estímulos de atividade vigorosa, separados
por períodos de recuperação a uma intensidade leve (treinamento HIIT), na
melhora da capacidade funcional de pacientes com doença arterial coronariana
(DAC).
Teste de fala 
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Comentário
Entretanto, estudos clínicos com maior número de participantes e estudos de
meta-análise não têm confirmado tais benefícios, com resultados semelhantes
entre o HIIT e otreinamento contínuo de moderada intensidade para a melhora
da capacidade funcional, da função endotelial e da qualidade de vida (WINZER et
al., 2018).
Adicionalmente, apesar do risco de evento adverso durante a realização das
sessões de exercício físico ser bastante baixo, esse é ligeiramente superior em
atividades de maior intensidade quando comparado à intensidade moderada.
Considerando que em muitas situações o treinamento de alta intensidade é
difícil de ser atingido (principalmente em indivíduos previamente inativos e com
baixa capacidade funcional), a prescrição de exercícios a uma intensidade
moderada deve ser recomendada, principalmente para iniciantes.
Recomendação
Gradualmente, exercícios vigorosos podem ser realizados em pacientes com
DAC, sendo uma alternativa indicada para pacientes que não tenham restrições
clínicas e com interesse em realizar essa intensidade de treinamento.
Atividades leves devem ser estimuladas em substituição a comportamentos
sedentários, como forma de aumentar os níveis totais de AF e diminuir o tempo
de sedentarismo.
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Tempo da atividade física no tratamento da doença
arterial coronariana
Efeitos benéficos em indivíduos com doença arterial coronariana (DAC) são
observados com qualquer incremento nos níveis de atividade física (AF), com
aparente relação dose-resposta.
Indivíduos com DAC podem iniciar a prática de AF com pequenas quantidades
de exercícios, aumentando gradualmente a frequência e a duração ao longo do
tempo. Recomenda-se 150 minutos de exercícios físicos por semana como
estratégia de prevenção secundária em pessoas com DAC. De acordo com as
condições clínicas, tolerância e preferenciais individuais, o volume de exercício
poderá aumentar para 300 minutos por semana.
Volumes muito elevados de AF por semana (maiores do que
300 minutos) têm sido associados a um platô ou até mesmo
a um aumento do risco de morte em indivíduos com DAC.
Esses achados sugerem que o aumento dos níveis de AF pode ser favorável até
determinado volume, a partir do qual os benefícios passam a ser menores.
Entretanto, estudos que confirmem tais achados e identifiquem o volume
máximo de AF a ser realizado ainda são necessários.
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Tipo da atividade física no tratamento da doença
arterial coronariana
Os exercícios aeróbios são tradicionalmente indicados como o principal
componente de um programa de reabilitação cardiovascular (RCV). De fato,
diversos trabalhos têm demonstrado um importante efeito dos exercícios
aeróbios na melhora da capacidade funcional e da qualidade de vida e na
redução da mortalidade em indivíduos com doença arterial coronariana (DAC).
A realização do treinamento de força tem sido recomendada pelo menos duas
vezes por semana em adição aos exercícios aeróbios. Importantes benefícios
cardiovasculares e musculoesqueléticos são observados com a inclusão de
exercícios de força:
 Aumento na força muscular;
 Maior independência funcional;
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Sua realização tem se demonstrado segura em pacientes cardiopatas, com
menor sobrecarga cardiovascular avaliada por meio do duplo-produto durante a
realização dos exercícios.
Duplo-produto
O duplo-produto é uma medida estimada de esforço cardíaco e
de consumo de oxigênio pelo miocárdio, sendo obtido pela
multiplicação da frequência cardíaca (medida em batimentos
por minuto) pela pressão arterial sistólica (medida em mmHg).
Os exercícios de força devem ser realizados com a prescrição variando entre 6 e
12 exercícios para os principais grupamentos musculares, com 1 a 3 séries de 8
 Menor sobrecarga cardiovascular para a realização de
atividades da vida diária;
 Melhora da qualidade de vida.
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a 15 repetições com intensidade moderada por sensação subjetiva de esforço,
de acordo com os objetivos estipulados e as condições clínicas de cada pessoa.
Exercícios de flexibilidade, de
equilíbrio e de coordenação devem ser
incluídos em todo programa de RCV,
promovendo ganho e/ou manutenção
da amplitude de movimento e maior
autonomia para a realização das
atividades da vida diária. Com a
melhora da flexibilidade, também
ocorre a redução da sobrecarga
cardiovascular em movimentos que
exijam maior amplitude.
Dessa forma, programas de RCV devem incluir exercícios aeróbios e treinamento
de força, além de exercícios de flexibilidade, de equilíbrio e de coordenação. Em
conjunto com outras atividades multidisciplinares, os programas de reabilitação
cardiovascular com base na prática de exercícios físicos são de fundamental
importância para melhora da capacidade funcional, controle de fatores de risco,
maior independência para as atividades do dia a dia, melhora da qualidade de
vida e aumento da longevidade de indivíduos com DAC.
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Mecanismos associados aos efeitos da atividade
física na doença arterial coronariana
Diversos mecanismos têm sido propostos para explicar os benefícios da AF em
pessoas com DAC. Entre eles, temos:
 Melhora da função endotelial com aumento da perfusão
miocárdica.
 Atenuação e/ou regressão da placa aterosclerótica com
remodelação externa.
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 Estabilização de placas ateroscleróticas vulneráveis com
diminuição do risco de rupturas.
 Melhoria da capacidade oxidativa do miocárdio e da função
autonômica.
 Redução da demanda de oxigênio do miocárdio.
 Diminuição de mecanismos trombogênicos.
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Prescrição de exercícios para indivíduos
com doença arterial coronariana
O especialista Mauro Mediano aborda a seguir os principais aspectos
relacionados à caracterização e epidemiologia da doença arterial coronariana,
com destaque para a prescrição de exercícios para esses indivíduos.
 Melhora da circulação colateral do miocárdio.
 Diminuição da liberação de mediadores in�amatórios pelo
músculo esquelético e pelo tecido adiposo.

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Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Programas de reabilitação cardiovascular têm sido amplamente indicados
para prevenção secundária de pessoas com doença arterial coronariana,
tendo como principal foco a prática de exercícios físicos. Dentre os principais
objetivos de um programa de reabilitação cardiovascular, podemos citar:
A
Oferecer menor controle dos fatores de risco para doenças
cardiovasculares.
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Parabéns! A alternativa C está correta.
Programas de reabilitação cardiovascular devem oferecer treinamento físico
individualizado de acordo com as necessidades e objetivos de cada
participante, com parâmetros de prescrição de treinamento (tipo, tempo,
frequência e intensidade) manipulados de forma individual com intuito de
garantir a segurança e otimizar as respostas ao treinamento.
B Promoverhábitos alimentares saudáveis sem estimular um
estilo de vida fisicamente ativo.
C Oferecer um programa de treinamento físico individualizado.
D
Fornecer apoio psicológico restrito aos pacientes mais
graves.
E
Orientar quanto à realização de atividades de lazer, sem
preocupações quanto ao retorno das atividades laborais.
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Questão 2
Em relação à realização do treinamento de força em indivíduos com doença
arterial coronariana, é correto afirmar que:
A
promove maior sobrecarga cardiovascular durante o
exercício.
B não é indicado para indivíduos com DAC.
C
promove aumento da força muscular, com maior
independência funcional e piora da qualidade de vida.
D
deve ser realizado apenas com baixa intensidade e número
grande de repetições (>20 repetições).
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Parabéns! A alternativa E está correta.
O treinamento de força tem sido recomendado como parte dos exercícios a
serem realizados por indivíduos com doença arterial coronariana em
programas de reabilitação cardiovascular. Seus benefícios incluem aumento
da força muscular, com redução da sobrecarga cardiovascular para
realização das atividades do dia a dia, e melhora da independência funcional
e da qualidade de vida. Deve ser realizado a uma intensidade moderada pela
escala de esforço percebido, com número de repetições entre 8 e 15,
dependendo das condições clínicas do indivíduo.
E
promove aumento na força muscular e maior independência
funcional, com menor sobrecarga cardiovascular.
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3 - Atividade física no acidente vascular encefálico
Ao �nal deste módulo, você será capaz de identi�car os benefícios e principais aspectos relacionados
à atividade física no acidente vascular encefálico.
Acidente vascular encefálico
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O acidente vascular encefálico (AVE) é uma condição clínica caracterizada pela
interrupção do suprimento de sangue para o encéfalo, privando as cédulas de
oxigênio e de nutrientes necessários para a realização de suas funções.
Interrupção do fluxo sanguíneo encefálico ocasionando acidente vascular encefálico.
O AVE pode ser classificado como isquêmico, hemorrágico ou ataque isquêmico
transitório (AIT). Veja a seguir:
 Ave isquêmico
Ocorre quando uma artéria que fornece sangue ao encéfalo
é obstruída, levando à isquemia de determinada região. É
responsável por cerca de 85% de todos os AVE. O AVE
isquêmico pode ser aterotrombótico ou cardioembólico.
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Aterotrombótico
O AVE isquêmico do tipo aterotrombótico é
caracterizado pela formação de placas de
ateroma nos vasos sanguíneos no encéfalo,
provocando a oclusão do vaso ou a formação
de um trombo (coágulo de sangue) que se
desenvolve na placa de ateroma.
Cardioembólico
O AVE isquêmico do tipo cardioembólico é
ocasionado por um coágulo sanguíneo que se
forma em outro local do sistema circulatório,
geralmente no coração ou nas grandes artérias
da parte superior do tórax e do pescoço. Parte
do coágulo de sangue se solta, entra na
corrente sanguínea e se desloca através dos
vasos sanguíneos até atingir pequenas artérias
no encéfalo, causando a sua obstrução. Uma
importante causa de embolia é a fibrilação
atrial.
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 Ave hemorrágico
É causado pela ruptura de uma artéria enfraquecida no
encéfalo, em que o sangue se acumula e comprime o tecido
encefálico circundante. É responsável por aproximadamente
15% dos casos de AVE. Os dois principais tipos de acidente
vascular cerebral (AVC) hemorrágico são a hemorragia
subaracnoide e a hemorragia intracerebral.
Hemorragia subaracnoide
A hemorragia subaracnoide ocorre quando um
vaso sanguíneo na superfície do cérebro se
rompe e sangra no espaço compreendido entre
a camada interna (pia-máter) e a camada
intermediária (aracnoide) dos tecidos que
envolvem o cérebro (meninges), denominado
espaço subaracnoideo.
Hemorragia intracerebral
A hemorragia intracerebral (ICH) ocorre quando
um vaso sanguíneo sangra no interior do
parênquima cerebral. Dois tipos de vasos
í f id l t
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O AVE é a terceira maior causa de morte no mundo, precedida apenas pelas
cardiopatias em geral e pelo câncer, sendo responsável por aproximadamente 6
milhões de mortes por ano (11% do total). Estima-se uma prevalência de AVE no
mundo de 100 milhões de pessoas, sendo cerca de 2,2 milhões dos casos no
Brasil (OLIVEIRA et al., 2020).
sanguíneos enfraquecidos geralmente causam
AVE hemorrágico: aneurismas e malformações
arteriovenosas (conhecidas como MAVs).
 Ataque isquêmico transitório
É causado por uma interrupção temporária no suprimento
de sangue a uma parte do encéfalo que resulta em falta de
oxigênio. Pode causar sintomas repentinos semelhantes a
um AVE, como distúrbios da fala e da visão e dormência ou
fraqueza no rosto e nos braços e pernas. Os efeitos do AIT
duram de alguns minutos a algumas horas e desaparecem
totalmente em 24 horas. O AIT deve ser visto como um sinal
de alerta de maior risco de desenvolver AVE futuro.
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É a principal causa de incapacidade a
longo prazo, com a maioria dos
sobreviventes apresentando diferentes
graus de deficiência crônica que
limitam suas capacidades funcionais
e cognitivas, afetando a capacidade
de realizar as atividades da vida diária
(AVDs) e diminuindo a qualidade de
vida.
Os principais fatores de risco para AVE incluem:
hipertensão arterial sistêmica;
diabetes;
dislipidemia;
obesidade;
tabagismo;
uso excessivo de álcool;
idade;
inatividade física e sedentarismo;
histórico familiar;
ser do sexo masculino.
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Atividade física como fator de proteção para o
acidente vascular encefálico
A atividade física (AF) tem sido
inversamente relacionada ao risco de
AVE, com maiores níveis de AF
promovendo maior redução do risco.
Um trabalho pioneiro de meta-análise
sobre o assunto publicado em 2003
demonstrou que indivíduos
moderadamente ativos apresentavam
uma redução de 20% no risco de AVE.
Naqueles com maiores níveis de AF a
redução foi de 27% quando
comparados com indivíduos que
apresentavam baixos níveis de AF
(LEE et al., 2003).
O efeito protetor da AF foi observado tanto para casos de AVE isquêmico quanto
para casos de AVE hemorrágico. Trabalhos posteriores confirmaram tais
resultados para diferentes domínios de AF (lazer, transporte e trabalho),
apresentando uma redução de 20% a 40% no risco total de AVE, com aparente
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relação dose-resposta, na qual maiores níveis de AF estiveram associados a
maiores efeitos protetores.
Os benefícios da AF na prevenção do AVE podem ser diretos ou mediados por
seus efeitos sobre outros importantes fatores de risco para AVE, principalmente
por diminuição dos níveis de pressão arterial, melhora do perfil lipídico e redução
do peso corporal.Em conjunto, tais benefícios têm sido considerados de
extrema relevância na prevenção do AVE (GALLANAGH et al., 2011).
Além de seu efeito protetor na redução da incidência de novos casos de AVE, a
atividade física (AF) parece atuar como promotora de um pré-condicionamento
isquêmico que pode atenuar a injúria tecidual, exercendo um efeito neuroprotetor
quando da ocorrência de um AVE.
Estudos têm demonstrado que os níveis de AF anteriores ao
AVE têm sido associados à menor severidade, menor área de
infarto e melhor recuperação funcional quando da ocorrência
do AVE, que podem ser explicados por mecanismos
angiogênicos e neurogênicos.
Recentemente, os níveis de AF anteriores ao AVE também têm sido associados à
menor incidência de morte por doenças cardiovasculares e por todas as causas
por um longo período posterior ao AVE, levando a crer que qualquer AF realizada
ao longo da vida do indivíduo possa trazer algum efeito protetor na saúde a
longo prazo.
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O tempo gasto em atividades
sedentárias também tem sido
associado a uma maior incidência de
AVE. Indivíduos com um tempo maior
que 8 horas por dia despendido em
atividades sedentárias têm um risco
20% maior de AVE, quando
comparados com aqueles que
despendem menos de 4 horas.
Apesar de pouco investigadas na literatura, estratégias que diminuam o tempo
em atividades sedentárias podem trazer significativas reduções do risco de AVE
e até mesmo estarem associadas a uma menor severidade e a uma melhor
recuperação funcional naqueles que sobreviveram ao AVE.
Atividade física no tratamento acidente vascular
encefálico
A prática de atividade física (AF) tem sido recomendada como importante
ferramenta terapêutica em indivíduos que tiveram acidente vascular encefálico
(AVE), usualmente como parte de um programa de reabilitação, com significativo
efeito neuroreparador.
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Indivíduos com AVE podem apresentar
sequelas diversas, motoras ou
cognitivas, que podem trazer
importantes repercussões negativas,
como a redução da capacidade
funcional máxima e a alteração no
controle motor, com diminuição de
eficiência mecânica e da força
muscular e aumento no gasto
energético para realização de alguns
movimentos, levando a uma redução
na capacidade funcional de reserva e
a uma maior dependência para a
realização das atividades da vida
cotidiana.
Normalmente, pessoas que tiveram AVE apresentam níveis mais baixos de AF e
despendem elevados períodos em atividades sedentárias em função de suas
limitações motoras, que dificultam a realização de inúmeras tarefas, até mesmo
as mais simples. Encontram-se, na sua maioria, afastadas da prática de AF para
a manutenção da sua saúde ou da sua condição funcional, o que leva a um ciclo
vicioso de piora da funcionalidade e da qualidade de vida.
Recomendação
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Nesse sentido, torna-se imperativa a orientação quanto à prática de exercícios
físicos, ao aumento dos níveis de AF durante as atividades da vida diária e à
diminuição do tempo em atividades sedentárias.
Estudos com uma variedade de protocolos de intervenção com exercícios físicos
têm demonstrado uma significativa melhora da capacidade funcional máxima,
avaliada pelo VO2max, que variou em torno de 10% a 30% após período de 2 a 6
meses de treinamento.
Entretanto, a maioria dos estudos utilizou indivíduos com
limitações motoras leves, sendo o aumento dos níveis de AF
uma estratégia bastante promissora para esse grupo de
pessoas.
Estudos com indivíduos que apresentam sequelas mais graves da função
motora são necessários. Benefícios relacionados a ganho de força, diminuição
da espasticidade, melhora da mobilidade, da funcionalidade e da qualidade de
vida também têm sido reportados em alguns trabalhos.
Considerando que até 75% dos sobreviventes de AVE apresentam doença
cardíaca coexistente, torna-se necessária a realização de uma avaliação pré-
participação, incluindo avaliação clínica e da capacidade funcional.
Recomendação
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A avaliação clínica deve incluir anamnese e um exame físico tendo em vista a
identificação de alterações clínicas e as comorbidades que exijam consideração
especial ou que sejam uma contraindicação para a prática de exercícios físicos.
Também deve incluir a avaliação de complicações neurológicas e outras
condições e problemas específicos relacionados ao AVE, como fraqueza ou
diminuição do equilíbrio, problemas cognitivos ou comportamentais e problemas
de comunicação.
Também é recomendada a realização de um teste de exercício, seja teste
ergométrico convencional ou teste cardiopulmonar de esforço, com objetivo de
avaliar a capacidade funcional máxima e identificar possíveis alterações clínicas,
hemodinâmicas ou eletrocardiográficas que afetem a segurança para realização
dos exercícios.
Além disso, o teste de exercício
fornece informações importantes
quanto aos parâmetros de prescrição
do treinamento físico, tais como a
frequência cardíaca máxima e em
esforços submáximos.
Por várias razões, para alguns indivíduos sobreviventes de AVE pode não ser
possível a realização de um teste de exercício antes de iniciar um programa de
exercícios. Para os indivíduos com alterações motoras ou cognitivas graves que
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impeçam a realização do teste de exercício, o teste de estresse farmacológico
pode ser uma opção.
Para aqueles cujo teste de exercício não for realizado, o treinamento físico deve
ser feito a uma menor intensidade, que pode ser compensada com o aumento da
frequência ou da duração de treinamento (BILLINGER et al., 2014).
Frequência da atividade física no tratamento do
acidente vascular encefálico
Estudos que avaliem diferentes frequências semanais de treinamento físico em
indivíduos com AVE ainda são escassos na literatura. Entretanto, baseado nas
recomendações gerais de AF para doenças cardiovasculares e de programa de
reabilitação cardiovascular, recomenda-se um mínimo de 3 sessões semanais,
com maiores frequências semanais podendo trazer maiores benefícios na
capacidade funcional.
Dica
Nos casos em que o indivíduo tenha grande dificuldade de deslocamento para o
local de prática de exercícios físicos, um menor número de sessões semanais
pode ser realizado.
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Intensidade da atividade física no tratamento do
acidente vascular encefálico
O controle da intensidade do exercício em pacientes com AVE é influenciado
pelo grau de comprometimento motor e funcional apresentado por cada
indivíduo.
Saiba mais
Indivíduos com sequelas motoras mais graves realizam movimentos com baixa
eficiência mecânica em função da lesão do sistema nervoso central com
comprometimento do controle motor, fazendo com que atividades consideradas
de baixa intensidade demandem elevado gasto energético.
Normalmente, recomenda-se que indivíduos com AVE iniciem os exercícios com
intensidade moderada, correspondendo a uma taxa entre 40% e 60% do VO2max
ou da frequência cardíaca de reserva. Também pode ser utilizada a escala de
esforço percebido de Borg adaptada, com valores entre 3 e 4 correspondendo à
intensidade moderada.
Exercícios de intensidade moderada têm demonstrado diversos benefícios,
como:
Aumento na aptidão cardiorrespiratória;
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Os indivíduos com AVE que apresentam comorbidades devem ficar atentos à
frequência cardíaca durante o exercício, respeitando a zona alvo de treinamento,
principalmente quando da presença de alterações isquêmicas ou de elevações
exacerbadas da pressão arterial.

 Melhoria no padrão de caminhada;
 Controle de fatores de risco cardiovascular;
 Maior ativação do cérebro e melhora da cognição.
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Nesses casos, o limite superior da frequência cardíaca de
treinamento não deve ultrapassar a frequência cardíaca na qual
foi observada a alteração.
O HIIT tem sido utilizado em alguns estudos com pessoas que tiveram AVE, com
resultados mostrando maior proteção cardiovascular e melhora na função
motora (por exemplo, na velocidade da caminhada), quando comparado ao
treinamento de baixa e moderada intensidade. Entretanto, devido ao
descondicionamento cardiorrespiratório e às alterações motoras, é difícil atingir
e/ou manter uma intensidade vigorosa de treinamento em pessoas com AVE.
Exercícios de alta intensidade Exercícios de baixa intensidade

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A indicação do treinamento de alta
intensidade deve ser avaliada de forma
criteriosa, devendo esse ser prescrito
quando bem tolerado em pacientes
clinicamente estáveis.
Por outro lado, a literatura sugere 
exercícios de baixa intensidade sã
tolerados e podem melhorar dese
motor, função de marcha, equilíbri
fatores de risco cardiovascular. De
forma, devem ser indicados como
de aumentar os níveis de AF e sub
comportamento sedentário em ind
após AVE.
Tempo da atividade física no tratamento do acidente
vascular encefálico
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), pessoas que tiveram
acidente vascular encefálico (AVE) devem seguir a recomendação de realizar
150 minutos de atividade física (AF) moderada e/ou 75 minutos de AF vigorosa
por semana. Volumes maiores de AF podem promover maiores benefícios.
Entretanto, por limitações da capacidade funcional, alguns indivíduos podem não
conseguir atingir esse volume de AF inicialmente, devendo ser estimulados a
aumentar seus níveis de AF dentro de suas possibilidades.
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Nesse sentido, qualquer aumento nos níveis de AF parece trazer
benefícios para diversos componentes de saúde.
Em indivíduos com limitações provocadas pelo AVE, períodos curtos de AF (por
exemplo, três sessões de exercícios de 10 ou 15 minutos) podem ser
acumulados ao longo do dia, podendo ser mais bem tolerados do que um único
período de maior duração. Muitos programas de reabilitação indicam a
intervenção de exercício com duração entre 10 e 20 minutos, progredindo
gradualmente para sessões com duração de 40 a 60 minutos, dependendo da
tolerância de cada participante.
Tipo de atividade física no tratamento do acidente
vascular encefálico
Com base nas evidências disponíveis, recomenda-se que pessoas que tiveram
um AVE realizem exercícios regulares para aumentar a capacidade aeróbia e
melhorar a eficiência da marcha, reduzindo assim o risco de queda e melhorando
a independência funcional. A atividade aeróbia também reduz o risco de eventos
cardiovasculares recorrentes.
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O treinamento de força é
recomendado para levar a uma menor
sobrecarga cardiovascular na
realização das atividades cotidianas e
a uma maior independência nas
atividades da vida diária, sem
evidências de piora da espasticidade
ou hipertonia. O treinamento de
flexibilidade também deve ser
realizado para aumentar a amplitude
de movimento e prevenir
deformidades em conjunto com
exercícios de equilíbrio e coordenação
(BILLINGER et al., 2015).
Exercícios aeróbios para indivíduos com AVE devem incluir caminhada (em
esteira ou em outros terrenos), cicloergômetro de membros inferiores ou
membros superiores, ou exercícios funcionais na forma de circuito.
Recomendação
Nos indivíduos com dificuldade em aumentar a velocidade da caminhada por
limitações motoras, a caminhada na esteira ergométrica permite que a
intensidade de treinamento seja aumentada com elevação da inclinação, sendo
uma boa alternativa.
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De forma similar a outras doenças cardiovasculares, exercícios de força devem
ser realizados de 2 a 3 vezes por semana, com um total de 6 a 12 exercícios para
os principais grupamentos musculares por sessão. A prescrição pode variar
entre 1 e 3 séries de 8 a 15 repetições com intensidade moderada por sensação
subjetiva de esforço, de acordo com os objetivos estipulados e as condições
clínicas de cada indivíduo.
Programas de treinamento com
exercícios físicos devem ser
complementados com estímulos para
a realização de atividades diárias,
como caminhadas em intervalos no
trabalho, jardinagem e tarefas
domésticas, com o intuito de
aumentar os níveis totais de AF e
diminuir o tempo em atividades
sedentárias, melhorando o
condicionamento físico e a
funcionalidade.
O uso de realidade virtual e videogames interativos tem sido uma nova estratégia
terapêutica em indivíduos com AVE, com alguns estudos demonstrando melhora
na função motora e uma maior autonomia para a realização das atividades da
vida cotidiana. Alguns jogos interativos demandam elevado gasto energético,
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levando, portanto, a um aumento nos níveis de AF. Estudos que avaliem os
efeitos a longo prazo dessas estratégias de intervenção são necessários.
Mecanismos associados aos efeitos da atividade
física no acidente vascular encefálico
A AF parece atuar como um fator de pré-condicionamento isquêmico que
diminui a injúria do sistema nervoso central, exercendo um efeito neuroprotetor e
neuroreparador que contribui para a melhora funcional em pacientes que tiveram
AVE. O efeito do pré-condicionamento isquêmico no encéfalo parece resultar de
múltiplos processos, tais como:
manutenção da integridade da barreira hematoencefálica;
efeito anti-inflamatório e antitrombótico;
neovascularização;
melhora da função endotelial;
aumento da neurogênese;
otimização da função neuronal.
A prática de exercícios também facilita a neuroplasticidade, podendo levar à
melhora das funções motora e cognitiva. Além disso, uma maior expressão de
fatores angiogênicos e neurogênicos, como o fator de crescimento endotelial
vascular (Vascular Endothelial Growth Factor [VEGF]), o fator estimulador de
colônias granulocitárias (Granulocyte Colony-Stimulating Factor [G-CSF]) e o fator
neurotrófico derivado do cérebro (Brain-Derived Neurotrophic Factor [BDNF]), tem
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sido observada com o treinamento físico, estando esses fatores potencialmente
associados à melhora da função física.
Neuroplasticidade
Entende-se como neuroplasticidade a capacidade das células
cerebrais de se reorganizarem e realizarem uma nova função.
Por fim, a prática de atividade física auxilia no controle dos principais fatores de
risco para doença cardiovascular, gerando redução da adiposidade corporal,
melhora do metabolismo da glicose e do perfil lipídico e controle da pressão
arterial. Em conjunto, todos esses mecanismos atuam como fatores
neuroprotetorese neuroreparadores quando da ocorrência de um insulto
isquêmico.
Prescrição de exercícios no acidente
vascular encefálico
O especialista Mauro Mediano aborda a seguir os principais aspectos
relacionados à caracterização e epidemiologia do acidente vascular encefálico,
com destaque para a prescrição de exercícios para esses indivíduos.

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Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Considerando a influência dos níveis de atividade física na prevenção do
acidente vascular encefálico, é correto afirmar que:
A
elevados níveis de atividade física estão associados apenas à
diminuição do risco de acidente vascular encefálico
isquêmico, sem proteção para acidente vascular encefálico
hemorrágico.
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Parabéns! A alternativa E está correta.
O aumento dos níveis de atividade física e a diminuição do tempo em
atividades sedentárias têm sido recomendados como estratégia para
prevenção do acidente vascular encefálico, independentemente de sua
etiologia (isquêmico ou hemorrágico). Uma elevação do nível de atividade
física em qualquer um dos seus diferentes domínios que proporcione um
B apenas a atividade física de lazer está associada à redução
do risco de acidente vascular encefálico.
C
o aumento dos níveis de atividade física e sedentarismo estão
associados à redução do risco de acidente vascular
encefálico
D
o tempo em atividade sedentária não influencia no risco de
acidente vascular encefálico.
E
elevados níveis de atividade física total estão associados à
diminuição do risco de acidente vascular encefálico.
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aumento no nível total de atividade física está associada à redução do risco
de doenças cardiovasculares, incluindo o acidente vascular encefálico. Sendo
assim, devem ser estimuladas como estratégia de saúde pública.
Questão 2
Sobre o treinamento de força em indivíduos com acidente vascular
encefálico, é correto afirmar que:
A
é contraindicado, pois piora a hipertonia e a espasticidade em
indivíduos com acidente vascular encefálico.
B
é indicado, pois aumenta a força muscular, trazendo possível
melhora da funcionalidade e do desempenho nas atividades
da vida diária.
C
não deve ser realizado, uma vez que indivíduos com acidente
vascular encefálico possuem força muscular aumentada pela
espasticidade.
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Parabéns! A alternativa B está correta.
O treinamento de força é seguro e indicado para indivíduos com acidente
vascular encefálico, que usualmente apresentam níveis de força muscular
diminuídos. Promove aumento da força muscular, diminuindo o esforço e a
sobrecarga cardiovascular para a realização das atividades da vida diária,
sem aumentar a espasticidade ou a hipertonia. Devem ser realizados de 2 a 3
vezes por semana, com um total de 6 a 12 exercícios para os principais
grupamentos musculares, com 1 a 3 séries de 8 a 15 repetições com
intensidade moderada.
D
deve ser realizado com elevado número de repetições, com
enfoque na resistência muscular.
E
aumenta a sobrecarga cardiovascular para a realização das
atividades cotidianas.
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Considerações �nais
Como vimos, o aumento dos níveis de atividade física e a diminuição do tempo
em atividades sedentárias têm sido associados a inúmeros benefícios de saúde,
incluindo a redução do risco de inúmeras doenças crônicas, principalmente
relacionadas ao sistema cardiovascular.
Em linhas gerais, recomenda-se a realização de 150 minutos de atividades
moderadas e/ou 75 minutos de atividades intensas como forma de se otimizar
os benefícios de saúde relacionados à atividade física. Essa recomendação
normalmente pode ser aplicada tanto para indivíduos saudáveis quanto para
aqueles com alguma condição crônica de saúde já instalada, podendo ser
adaptada em caso de necessidade, por exemplo, na limitação da capacidade
funcional de um indivíduo com acidente vascular encefálico prévio.
O aumento dos níveis de atividade física pode ser atingido de inúmeras formas,
sendo a prática de programas de exercício físico a mais tradicional. Programas
de reabilitação com ênfase na prática de exercícios são seguros e indicados
para indivíduos com inúmeras doenças cardiovasculares.
Os benefícios dessa estratégia de intervenção são inúmeros, podendo-se
ressaltar a melhora da capacidade funcional e da qualidade de vida, além de um
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aumento da sobrevida. A atividade física é uma intervenção simples e de baixo
custo, que deve ser considerada e implementada como estratégia prioritária de
saúde pública.
Podcast
Para encerrar, o especialista Mauro Mediano fala sobre a prescrição de
exercícios para as doenças cardiovasculares.

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