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CENTRO UNIVERSITÁRIO CATÓLICO ÍTALO BRASILEIRO – UNIÍTALO
CULTURA AFRO-BRASILEIRA
Expressões Artísticas e Identidade
SÃO PAULO
2023
RESUMO
Esta pesquisa enfoca a inclusão da cultura afro-brasileira no ensino, especialmente por meio das artes, para promoção e respeito. O alvo público é o 8º ano do Ensino Fundamental II, uma fase ideal para introduzir uma riqueza dessa cultura. Os objetivos incluem explorar conceitos culturais, analisar seu papel na sociedade e combater estereótipos. A pesquisa é justificada pela necessidade de abordar essa cultura de maneira mais abrangente e significativa, em conformidade com a Lei nº 10.639/2003 e a BNCC. A abordagem das artes enriquece a educação e prepara os alunos para a sociedade globalizada.
Palavras chave: educação inclusiva, diversidade cultural e igualdade.
1. INTRODUÇÃO
A cultura afro-brasileira, um dos pilares fundamentais na formação da identidade brasileira, frequentemente encontra-se à margem dos currículos escolares, privando os estudantes de um entendimento mais profundo e enriquecedor de sua própria herança cultural. Em meio a essa lacuna educacional, emerge a premente importância de uma análise crítica e aprofundada sobre a inclusão da cultura afro-brasileira no ensino. Mais do que uma obrigação legal, a incorporação dessa rica herança cultural é um ato de justiça social e de reconhecimento das contribuições inestimáveis que a comunidade afro-brasileira fez e continua fazendo para a formação da sociedade brasileira.
Neste contexto, esta pesquisa bibliográfica almeja trazer à tona a relevância vital de integrar a cultura afro-brasileira no contexto educacional, conferindo-lhe um lugar central nos currículos escolares. Com uma ênfase especial na utilização das artes como uma poderosa ferramenta pedagógica, esta pesquisa busca não apenas promover a compreensão dessa herança cultural, mas também estimular a valorização e o respeito por suas múltiplas manifestações artísticas, históricas e sociais. A cultura afro-brasileira é intrínseca à identidade nacional e à construção da sociedade brasileira, e seu reconhecimento e celebração são essenciais para uma educação inclusiva e enriquecedora.
Este estudo se direciona ao público-alvo do 8º ano do Ensino Fundamental II, um grupo de estudantes em uma fase crucial de desenvolvimento acadêmico e cultural. Essa fase é caracterizada pela busca de identidade e compreensão do mundo ao redor, tornando-se o momento ideal para introduzir os estudantes à riqueza da cultura afro-brasileira. Ao fazer isso, não apenas proporcionamos uma formação mais completa, mas também contribuímos para a construção de cidadãos conscientes e respeitosos da diversidade cultural de seu país.
Os objetivos deste estudo estão intrinsecamente alinhados com a missão de promover a inclusão da cultura afro-brasileira no ensino, com foco nas artes como uma ferramenta de expressão e compreensão. Entre esses objetivos, destacam-se:
- Explorar em profundidade os conceitos fundamentais que permeiam a cultura afro-brasileira, evidenciando suas influências profundas no tecido social, cultural e histórico do Brasil;
- Analisar de maneira crítica o papel central desempenhado pela cultura afro-brasileira na formação da sociedade brasileira, reconhecendo suas contribuições significativas que, muitas vezes, foram negligenciadas ou subestimadas;
- Investigar estratégias educacionais que contribuam para a desconstrução de estereótipos e preconceitos, fortalecendo o respeito à pluralidade cultural brasileira e promovendo uma sociedade mais inclusiva e equitativa.
A justificativa para esta pesquisa é profundamente embasada na urgência de abordar a cultura afro-brasileira de maneira mais abrangente e significativa no contexto educacional. Ao negligenciar essa herança cultural, perpetuamos estereótipos e preconceitos que não apenas prejudicam a coesão social, mas também limitam o potencial de aprendizado e crescimento dos estudantes.
A inclusão da cultura afro-brasileira no currículo escolar não é apenas um imperativo moral, mas também uma exigência legal estabelecida pela Lei nº 10.639/2003, que é incorporada na BNCC, determina o ensino da história e cultura afro-brasileira e africana nas escolas. No entanto, a efetiva implementação dessa lei enfrenta desafios significativos, exigindo um esforço conjunto de educadores, gestores e famílias para superar as barreiras que ainda persistem. (BRASIL, 2003)
É fundamental, nesse contexto, enfatizar a importância de ouvir as histórias e perspectivas das pessoas escravizadas, destacando sua resiliência, resistência e contribuições para a cultura e a sociedade. Além disso, trazer à tona a história das lutas e movimentos de resistência contra a escravidão é essencial para demonstrar que as pessoas nunca aceitaram passivamente essa situação de opressão.
Ao discutir os aspectos econômicos e sociais, é crucial enfatizar como a escravidão representou uma violação dos direitos humanos e como as consequências desse período ainda se refletem nas profundas desigualdades raciais que persistem na sociedade contemporânea. O objetivo final é criar um espaço de aprendizado sensível e reflexivo, onde os alunos possam compreender a complexidade da escravidão e refletir sobre as implicações sociais e históricas desse período sombrio. A utilização das artes como veículo de expressão e compreensão desse legado cultural se apresenta como uma estratégia promissora para promover uma educação mais inclusiva e enriquecedora, que celebra a diversidade cultural do Brasil e prepara os estudantes para serem cidadãos ativos em uma sociedade globalizada.
Reconhecendo que a cultura afro-brasileira constitui um componente essencial da identidade nacional, este trabalho busca proporcionar a esse público uma abordagem inclusiva e enriquecedora dessa herança cultural, incorporando as artes como um veículo para sua compreensão mais profunda.
2. DESENVOLVIMENTO
A cultura afro-brasileira é um componente fundamental da rica tapeçaria cultural do Brasil, moldada ao longo de séculos de história e influência africana. Para compreender melhor a contextualização histórica dessa cultura, é necessário analisar diversos elementos, incluindo leis, a Constituição e a Base Nacional Comum Curricular - BNCC. (BRASIL, 2008; BRASIL, 2017)
A presença africana no Brasil remonta ao período colonial, quando milhões de africanos foram trazidos como escravizados para trabalhar nas plantações de cana-de-açúcar, café e outras culturas. Essa migração forçada trouxe consigo uma riqueza de tradições culturais, religiosas e artísticas que contribuíram significativamente para a formação da cultura afro-brasileira.
No entanto, durante séculos, essa cultura foi marginalizada e reprimida. Leis como o Código Negro, de 1758, estabeleceram restrições aos escravizados, incluindo a proibição de praticar suas religiões e cultos tradicionais. Além disso, a Constituição do Império de 1824 e a Lei do Ventre Livre de 1871, embora tenham tido algum impacto na emancipação de escravizados, não garantiram plenos direitos e igualdade para a população negra (MARQUESE, 2004).
O processo de abolição da escravidão, que culminou com a Lei Áurea de 1888, trouxe um grande número de negros e negras para a liberdade, mas também os deixou em situações socioeconômicas precárias, sem acesso à terra, educação e empregos dignos (BRASIL, 1888).
No século XX, ocorreram avanços significativos na legislação brasileira em relação aos direitos civis e sociais. A Constituição de 1988, conhecida como "Constituição Cidadã", promulgou uma série de medidas destinadas a garantir a igualdade racial, a inclusão e a preservação da cultura afro-brasileira. Ela reconheceu a contribuição fundamental da população negra para a formação da nação e estabeleceu o princípio da igualdade racial (BRASIL, 1988).
Além disso, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), estabelecida em 2017, reconhece a importância de ensinar a história e cultura afro-brasileira nas escolas, promovendo uma educação mais inclusiva e consciente.Ela determina que os currículos escolares devem incluir conteúdos que abordem a diversidade cultural e étnico-racial do Brasil, contribuindo para a valorização da cultura afro-brasileira. (BRASIL, 2017)
Em resumo, a cultura afro-brasileira é um elemento essencial da identidade nacional, enraizado em uma história marcada pela escravidão, discriminação racial e luta por igualdade. A legislação, especialmente a Constituição de 1988 e a BNCC, tem desempenhado um papel crucial na promoção da igualdade racial e na preservação dessa rica herança cultural, contribuindo para uma sociedade mais justa e inclusiva. (BRASIL, 1988; BRASIL, 2003)
A importância da cultura africana na formação da cultura brasileira é um tema fundamental na disciplina de Artes, e essa conexão também está respaldada pela Constituição Federal de 1988 e pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Vamos explorar essa relação em detalhes.
 Constituição Federal de 1988: A Constituição de 1988 reconhece a importância da cultura africana na formação do Brasil em seu artigo 215, que destaca a preservação do patrimônio cultural como um dever do Estado. Além disso, o artigo 216 reconhece expressamente a proteção e valorização das culturas populares, indígenas e afro-brasileiras como patrimônio cultural do país. Portanto, o ensino e a promoção da cultura africana nas escolas, incluindo a disciplina de Artes, são um dever do Estado para preservar e valorizar esse importante componente da cultura nacional. (BRASIL,1988)
Base Nacional Comum Curricular (BNCC): A BNCC é um documento que estabelece as diretrizes para o currículo escolar em todo o país. Ela reconhece a necessidade de abordar a diversidade cultural brasileira e promover a igualdade racial no ensino. A cultura africana é mencionada explicitamente na BNCC como parte integrante do conteúdo a ser ensinado na disciplina de Artes (BRASIL, 2004).
A seguir, algumas maneiras pelas quais a cultura africana influencia a disciplina de Artes de acordo com a BNCC (BRASIL, 2003).
 Expressões Artísticas Africanas: A BNCC encoraja o estudo das expressões artísticas africanas, incluindo a música, dança, escultura, pintura, cerâmica, entre outras. Essas manifestações artísticas têm um profundo impacto na formação da cultura brasileira e são essenciais para a compreensão das raízes culturais do país.
Identidade e Representação: O estudo da cultura africana e afro-brasileira na disciplina de Artes também pode abordar questões de identidade e representação. Isso envolve a discussão sobre como a cultura africana e afro-brasileira são representadas nas artes visuais, na música, no teatro, no cinema e em outras formas de expressão artística, promovendo uma visão mais inclusiva e respeitosa da diversidade cultural.
Portanto, a Constituição Federal de 1988 e a BNCC estabelecem a base legal para a inclusão da cultura africana na disciplina de Artes, reconhecendo sua importância na formação da cultura brasileira e promovendo o respeito à diversidade cultural e étnica do país (BRASIL, 2004).
Por meio do ensino da Arte, busca-se a identificação, análise e desmistificação das relações raciais no contexto escolar. Além disso, são exploradas práticas externas para a compreensão da formação do estigma racial, considerando a percepção de que os indivíduos têm de si mesmos e sua expressão externa. Também são propostas medidas afirmativas destinadas ao fortalecimento da identidade dos estudantes, especialmente aqueles de ascendência africana. Alguns autores justificam o ensino da cultura afro-brasileira no ensino de Artes, podendo-se citar: Ana Mae Barbosa e Paulo Freire e algumas de suas contribuições.
2.1 Ana Mae Barbosa
Ana Mae Barbosa foi uma renomada educadora e pesquisadora na disciplina de Artes. Suas contribuições incluem o desenvolvimento de metodologias de ensino artístico que enfatizam a expressão criativa, a apreciação artística e a integração da arte na educação. Ela também promoveu a valorização da cultura popular brasileira nas práticas artísticas e defendeu uma abordagem interdisciplinar para o ensino de artes através da Abordagem Triangular. Suas ideias influenciaram o campo da educação artística no Brasil e internacionalmente.
 Na concepção da Abordagem Triangular surgiu com o intuito de aprimorar o ensino das artes, buscando uma compreensão mais profunda dessa disciplina e promovendo uma aprendizagem significativa. Ela não apenas se concentra no desenvolvimento dos alunos, mas também na capacitação dos professores (BARBOSA, 2015).
Na década de 1990, essa abordagem prática foi formalizada e ficou conhecida como Abordagem Triangular. Seu principal objetivo é orientar a metodologia que os professores adotam em suas aulas práticas, evitando um enfoque teórico rígido. Em vez disso, a abordagem prioriza a flexibilidade, promovendo um diálogo constante e abrindo oportunidades para que os professores aprimorem suas práticas de ensino.
Uma compreensão eficaz do mundo artístico depende do contexto em que vivemos. No entanto, isso vai além do ensino diário dos alunos. O objetivo é capacitar os alunos a fazerem uma análise crítica e contextualizada de imagens multiculturais, permitindo que não apenas apreciem a beleza das imagens, mas também expressem suas opiniões em uma sociedade em constante desenvolvimento sociocultural. Isso cumpre um papel importante na transformação social, partindo do pressuposto de que as imagens artísticas desempenham um papel político significativo.
A Proposta Triangular de Ana Mae Barbosa estabelece três elementos essenciais no ensino das artes: experimentação, apreciação e contextualização. Esses elementos são desenvolvidos em conjunto, levando em consideração as culturas dos estudantes e suas experiências de vida. Isso torna a educação artística uma parte fundamental do processo de formação humana (BARBOSA, 2011).
Como instituição educacional, a escola desempenha um papel crucial ao promover reflexões e contribuir para a quebra de paradigmas culturais impostos como verdades absolutas. Ela pode adotar práticas pedagógicas que apoiam a formação de novos cidadãos, tratando as questões étnico-raciais com igualdade de direitos e promovendo a valorização da diversidade cultural e religiosa como uma oportunidade de aprendizado e respeito mútuo.
2.2 Paulo Freire
Paulo Freire, renomado educador brasileiro, defendeu uma abordagem pedagógica que valoriza a conscientização, o diálogo e a promoção da igualdade. Suas ideias têm relevância direta para o ensino da cultura afro-brasileira na disciplina de artes, pois ressaltam a importância de reconhecer e respeitar as diferentes culturas presentes na sociedade (SAUL & SILVA, 2009).
Freire argumentava que a educação deveria ser um processo emancipatório, no qual os alunos não fossem meros receptores passivos de conhecimento, mas sim participantes ativos na construção do próprio aprendizado. No contexto da cultura afro-brasileira, essa abordagem se traduz em reconhecer a riqueza cultural e a diversidade presente nas manifestações artísticas afro-brasileiras, como a capoeira, o samba, a dança afro e a religião candomblé.
Além disso, o livro "Educação como Prática da Liberdade" de Paulo Freire, onde ele discute a importância da conscientização e do diálogo na educação, pode ser utilizado como referência para embasar a ideia de que o ensino da cultura afro-brasileira nas artes contribui para uma educação mais emancipatória e inclusiva.
Portanto, com base nas ideias de Paulo Freire e no respaldo da BNCC, é justificável e importante incluir o ensino da cultura afro-brasileira no currículo de artes, pois isso não apenas valoriza a diversidade cultural do país, mas também promove uma educação mais democrática e inclusiva, na qual os alunos são incentivados a se tornarem participantes ativos na construção do conhecimento (BARBOSA, 2011).
Desta forma, a integração da cultura afro-brasileira no contexto do ensino de artes recebe respaldo de proeminentes acadêmicos, como Ana Mae Barbosa e Paulo Freire. As perspicazes reflexões deles, juntamente com investigaçõescientíficas, destacam a importância deste enfoque na promoção da diversidade cultural e no enriquecimento da educação dos estudantes. Portanto, a inclusão da cultura indígena no programa educacional é fundamental para forjar uma educação mais abrangente e sensível à riqueza cultural do Brasil.
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nesse contexto, fica evidente a relevância da inclusão da cultura afro-brasileira no ensino de artes, respaldada tanto pela Constituição Federal de 1988 quanto pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Ambos os documentos reconhecem a importância da preservação e valorização da diversidade cultural brasileira, incluindo as contribuições fundamentais da cultura africana.
A Constituição Federal de 1988, em seu artigo 215, estabelece o dever do Estado de preservar o patrimônio cultural, enquanto o artigo 216 reconhece expressamente as culturas populares, indígenas e afro-brasileiras como parte desse patrimônio. Isso reforça a obrigação do Estado em promover o ensino e a promoção da cultura africana nas escolas, especialmente na disciplina de Artes. (BRASIL,1988)
A abordagem pedagógica de Ana Mae Barbosa, com sua Abordagem Triangular, enfatiza a importância da experimentação, apreciação e contextualização na educação artística. Isso permite que os alunos compreendam a cultura africana de maneira mais profunda, relacionando-a às suas próprias experiências e à formação da identidade cultural brasileira.
Por sua vez, Paulo Freire, com sua pedagogia centrada na conscientização, diálogo e igualdade, contribui para a compreensão da cultura afro-brasileira como um elemento enriquecedor da educação. Sua visão de uma educação emancipatória encontra ressonância na valorização da diversidade cultural e racial, promovida pela inclusão da cultura afro-brasileira no ensino de artes.
Assim, a inclusão da cultura afro-brasileira no ensino de artes não apenas atende a diretrizes legais e curriculares, mas também enriquece a formação dos alunos, promovendo uma visão mais inclusiva, respeitosa e consciente da diversidade cultural e étnica do Brasil. Portanto, é imperativo que o sistema educacional continue a priorizar essa inclusão, reconhecendo a sua importância na construção de uma sociedade mais justa e igualitária.
Trabalhos futuros. No contexto de futuras pesquisas sobre a inclusão da cultura afro-brasileira no ensino de artes, diversas áreas de estudo e desenvolvimento merecem destaque e investigação. Algumas dessas áreas incluem:
1. Cultura Material Afro-Brasileira: Investiga a incorporação da cultura afro-brasileira em formas de expressão artística material, como escultura, cerâmica e artesanato, e como isso pode ser ensinado e apreciado nas aulas de Artes.
2. Arte Digital e Multimídia: Explorar como a cultura afro-brasileira pode ser representada e promovida em meios digitais e multimídia, criando oportunidades para a experimentação artística digital.
3. Impacto na Percepção e Identidade dos Alunos: Realizar estudos longitudinais para analisar como a inclusão da cultura afro-brasileira no ensino de artes pode influenciar a percepção cultural e a construção de identidade dos alunos ao longo do tempo.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BARBOSA, A. M. Redesenhando o desenho: educadores, política e história. Cortez Editora, 2015.
BRASIL. Lei nº 11.645, de 10 de março de 2008. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 11 mar. 2008. Disponível em: <https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/lei/l11645.htm> Acesso em 20 de setembro de 2023.
_______. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, DF, 1988.
_______. Lei nº 10.639, de 9 de janeiro de 2003, Brasília, DF, 2003.
_______. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, DF, 2017
_______. Ministério da Educação. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana. Brasília, DF, 2004.
MARQUESE, Rafael de Bivar. Feitores do corpo, missionários da mente: senhores, letrados e o controle dos escravos nas Américas, 1660-1860. Companhia das Letras, 2004. 
SAUL, A. M.; SILVA, A. F. G. O legado de Paulo Freire para as políticas de currículo e para a formação de educadores no Brasil. Revista brasileira de estudos pedagógicos, v. 90, n. 224, p. 223-244, 2009.

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