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17 O Gestor


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O Gestor, as fontes e os tipos de poder 
“Defende-se melhor o poder por meio de benefícios do que por meio de armas”. Sêneca Há 
diversas discussões e estudos a respeito das fontes de poder. Um dos mais conhecidos é de 
Likert (1971). Podemos destacar algumas que, tanto podem ser a causa, quanto podem ser a 
solução de conflitos e disputas nas relações interpessoais: • Poder de coerção: baseado na 
imposição, na força, no medo, nas punições. O subordinado se sujeita às demandas do seu 
superior por entender que os prejuízos são maiores se não o fizer. Este é um modelo muito 
utilizado na era industrial, nos primórdios das grandes corporações, quando os objetivos e 
resultados eram obtidos quase que a qualquer custo e os papeis eram bem definidos e 
antagônicos. Aqui a máxima imperante era: “manda quem pode obedece quem tem juízo”. 
Lamentavelmente, a maioria das organizações atuais trazem o ranço dessa visão do século 
passado. Aqui pouco se falava em líderes e muito em chefia. Atualmente, os casos mais 
extremos foram um pouco minimizados pelo risco de processos por assédio moral. Ainda 
assim, o estigma permanece. • Poder de recompensa: não se trata apenas de um subordinado 
receber algum tipo de recompensa material. Baseia-se muito mais na exploração de interesses 
mútuos. Podem ser recompensadas estruturadas e objetivas, desde bônus e premiações por 
desempenho a benefícios velados, como favores e promoções, para citar alguns exemplos. Este 
é um expediente perigoso, visto que pode gerar intrigas e transmitir uma mensagem de 
parcialidade por parte do líder o que irá minar a sua autoridade. A falta de critérios claros, de 
avaliação e de feedback mesmo em recompensas institucionalizadas também podem causar 
mais danos que benefícios e a médio e longo prazos desmotivar as equipes. • Poder de 
referência: esse poder baseia-se no carisma, na atração, na capacidade de identificação entre 
subordinado e líder. Quando o líder consegue envolver e se tornar uma referência. As pessoas 
o admiram e procuram ser como ele. Se por um lado é um tipo de influência positiva, por outro 
pode implicar na construção de uma imagem de perfeição, “endeusamento” que em alguns 
casos pode beirar à idolatria. E nesse ponto, mesmo falhas de caráter e decisões erradas 
podem ser simplesmente ignoradas pelos subordinados, uma vez que têm essa percepção de 
infalibilidade de seu líder. • Poder de perícia: aqui há o reconhecimento das capacidades 
técnicas do líder para o seu cargo. São consideradas suas competências e habilidades para 
estar à frente de determinado projeto, negócio ou equipe. Embora seja uma característica 
importante, devemos ter cuidado para não a colocar como essencial, uma vez que um líder 
pode exercer seu poder de liderança com eficácia mesmo não sendo tecnicamente o 
funcionário mais hábil. Ele pode compensar eventuais deficiência técnicas com sua capacidade 
para extrair o máximo potencial das pessoas. • Poder legítimo: esse é um dos mais tradicionais 
poderes corporativos. Depende do organograma, da hierarquia. É legítimo, porque é conferido 
pela empresa dentro de sua estrutural organizacional, mas nem sempre é uma posição 
respeitada, pois ela por si só não garante a verdadeira liderança. A posição organizacional 
confere ao líder maior poder quanto mais elevada sua colocação no organograma. É uma 
autoridade legal e tradicionalmente aceita, porém não necessariamente respeitada. A máxima 
aqui é a de “bater o crachá na mesa”. Com Idalberto Chiavenato (1995), encontramos uma 
imagem com uma síntese de alguns aspectos semelhantes baseados nos estudos de Likert e 
também de Mcgregor: Idalberto Chiavenato (1995, pág. 489) adaptada. Poderíamos ainda 
discorrer sobre outras formas de poder, mas em essência elas podem ser observadas dentro 
dos tipos citados. Por exemplo, o poder por sedução pode ser aparente dentro do poder de 
atração ou referência. O líder utiliza todo seu carisma para seduzir e por vezes manipular os 
seus subordinados. Um líder irá percorrer ao longo de sua trajetória por todos ou quase todos 
os tipos de poder. O ambiente, as situações e o contexto no qual está inserido irão influenciar 
profundamente o seu posicionamento. Isso faz parte do seu amadurecimento. Mais 
importante que os títulos, se líder, se gestor ou se chefe, ou que conceitos, é a capacidade que 
cada um terá de avaliar o contexto e de especialmente de se auto avaliar a fim de aplicar o 
melhor estilo de liderança para cada ocasião.