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MÓDULO 2 – FUNDAMENTOS MORFOLÓGICOS DO ORGANISMO HUMANO PROBLEMA 1: A Teoria da Endossimbiose ▪ EXPLICAR COMO OCORREU A EVOLUÇÃO DAS PRIMEIRAS CÉLULAS E CITAR QUAIS FORAM OS ORGANISMOS PRIMITIVOS Se formos pensar nos organismos procariontes, seguramente encontraremos as bactérias. Elas possuem o design corporal mais simples entre os seres vivos, reproduzem-se numa taxa incrivelmente elevada e são os organismos mais antigos da Terra. As bactérias e as algas azuis (ou cianobactérias) pertencem ao Reino Monera que reúne todos os organismos procariontes. São organismos minúsculos que só podemos enxergá-los através do microscópio óptico. A grande maioria é heterótrofa e se alimentam obtendo os nutrientes diretamente do meio, por absorção. Há bactérias autótrofas que produzem os seus próprios nutrientes por quimiossíntese ou por fotossíntese (fotossíntese bacteriana). Essas bactérias fotossintéticas possuem um fotopigmento chamado bacterioclorofila. Os outros seres fotossintetizantes, inclusive as cianobactérias, possuem a clorofila a. As bactérias que usam a bacterioclorofila não produzem O2, ao contrário da fotossíntese vegetal e das cianobactérias. Resumindo, na Terra primitiva, tudo o que chamamos de vida antes da atmosfera ficar abundante de O2 era povoado por bactérias heterótrofas e bactérias autótrofas fotossintetizantes não-produtoras de O2. Finalmente, o grande salto evolutivo aconteceu quando uma das bactérias fotossintetizantes passou a captar a luz visível por meio de um fotopigmento, utilizar o CO2 como fonte de carbono e a H2O como fonte de hidrogênio. Por essa condição favorável, a atmosfera terrestre, agora rica em oxigênio possibilitou a diversificação dos organismos utilizadores de oxigênio que hoje representa a grande maioria dos seres vivos desse planeta. Supõe-se que a origem das células eucariontes a partir de organismos ancestrais procariontes anaeróbios, deva ter ocorrido, há cerca de 1,7 bilhões de anos. A célula eucarionte unicelular (de protozoários como a ameba) ou pluricelulares (das plantas e animais) fundamenta- se no desenvolvimento de dobras membranosas que invaginaram formando compartimentos intracelulares com formas e funções diferenciadas, além de possibilitar e proteção do material genético, pela carioteca. Assim, as diversas organelas: os lisossomos, os retículos endoplamáticos liso e rugoso, os peroxissomos, o complexo de Golgi, os plastos (reserva ou de pigmentação) e as mitocôndrias, dinamizaram o metabolismo celular. ▪ COMPREENDER E DEBATER A TEORIA DA ENDOSSIMBIOSE A maior diferença entre procariontes e eucariontes é que os eucariontes possuem organelas especializadas, revestidas por membrana, incluindo um núcleo verdadeiro. A simbiose é uma relação entre dois tipos diferentes de organismos que vivem em contato íntimo. Caso um deles viva dentro do outro, a relação é conhecida como endossimbiose. De acordo com essa teoria, as organelas das células de Eucariotos surgiram a partir da associação de dois ou mais micro- organismos, sendo que um deles foi interiorizado. Essa relação tornou-se obrigatória e promoveu o aparecimento das primeiras células eucariotas. Sugere-se que a primeira célula ancestral de Eucariotos era semelhante a uma ameba, que, de alguma maneira, desenvolveu um núcleo. Sabendo-se que porções de membrana celular se destacam facilmente para formar vesículas, por isso é fácil imaginar que um cromossomo primitivo pode ter sido envolvido por uma membrana, criando, desse modo, um núcleo rudimentar. Esse Eucarioto primitivo era provavelmente uma célula fagocítica, que absorvia nutrientes provenientes do meio e englobava outras células. Apesar de a maioria das células procarióticas engolfadas ter sido provavelmente digerida e usada para nutrir o fagócito, algumas aparentemente sobreviveram e tornaram-se resistentes e permanentes dentro do citoplasma. Sabe-se que muitas dessas células evoluíram como organelas. Ambos os organismos beneficiaram-se dessa combinação. Os procariontes absorvidos foram protegidos e nutridos. O ancestral adquiriu novas habilidades como a respiração aeróbia, a fotossíntese e a locomoção. Evidências atuais da teoria endossimbiótica: As mitocôndrias e cloroplastos possuem tamanhos e formatos semelhantes às bactérias Gram negativo. Possuem DNA próprio, em forma circular e ribossomos 70 S, semelhantes aos bacterianos. Sintetizam proteínas de forma semelhante às bactérias. Realizam reprodução própria, por divisão binária e possuem duas membranas como a parede celular de bactérias Gram-negativo. Os cloroplastos são semelhantes à cianobactérias e possuem clorofila. Flagelos e cílios ocorreram da associação simbiótica com bactérias móveis, conhecidas como espiroquetas. A incorporação de espiroquetas contribuiu para a formação do citoesqueleto das células eucariotas. ▪ DESCREVER E ESQUEMATIZAR A DIFERENÇA ENTRE CÉLULAS EUCARIONTES E PROCARIONTES A maior diferença entre procariontes e eucariontes é que os eucariontes possuem organelas especializadas, revestidas por membrana, incluindo um núcleo verdadeiro. ▪ DEFINIR O QUE SÃO ORGANELAS ENDOMEMBRANOSAS E QUAIS SÃO ELAS O sistema de endomembranas é uma estrutura exclusiva das células eucariontes e corresponde ao seu compartimento mais volumoso, é constituído por vários compartimentos, na forma de cisternas sacos e vesículas, que se comunicam entre si. Fazem parte do sistema de endomembranas as seguintes organelas: o retículo endoplasmático, o complexo de golgi, os endossomos e os lisossomos. Uma característica comum a todas estas organelas é o fato delas serem revestidas por uma dupla camada lipídica semelhante à membrana plasmática. Esta semelhança é um dos pontos principais que suportam a hipótese de sua origem evolutiva ter sido devido a invaginações que se desprenderam da própria membrana plasmática. Portanto, se você visualizar o sistema de endomembranas como uma rede de cisternas, sacos e vesículas revestidas por bicamada lipídica irá facilmente deduzir que uma das camadas de lipídios desta membrana fará contato com o citoplasma da célula enquanto que a outra estará voltada para a cavidade interior da organela, ou seja, para o seu lúmen. Assim, para facilitar a apresentação deste conteúdo, iremos denominar tais camadas respectivamente como: face citosólica e face luminal. ▪ IDENTIFICAR OS TIPOS E APLICAÇÕES TÉCNICAS DOS MICROSCÓPIOS - Microscópio Óptico: nos permite aumentar as células até 1.000 vezes e resolver detalhes tão pequenos quanto 0,2 μm a) Uma luz incandescente deve ser focalizada sobre o espécime por lentes no condensador. b) O espécime deve ser cuidadosamente preparado para permitir que a luz passe através dele. c) Um conjunto apropriado de lentes (objetiva e ocular) deve ser arranjado para focalizar a imagem do espécime no olho. - Microscópio de Fluorescência: agentes fluorescentes são utilizados para corar as células visualizadas em microscópio similar ao microscópio óptico comum, a diferença é que a luz que ilumina atravessa dois conjuntos de filtros a) O primeiro filtra a luz antes que ela alcance o espécime, passando apenas aqueles comprimentos de onda que excitam o agente fluorescente em particular. b) o segundo bloqueia essa luz, e passam apenas aqueles comprimentos de onda emitidos quando o agente fluorescente emite fluorescência. os objetos corados aparecem com cor brilhante sobre um fundo escuro. - Microscópio Confocal: tipo especializado de microscópio de fluorescência que monta uma imagem por meio da varredura do espécime com um feixe de laser. esse feixe é focado sobre um único ponto a uma profundidade específica no espécime, e um orifício de abertura no detector permite que apenas a fluorescência emitida a partir desse mesmo ponto seja incluída na imagem. a varredura do feixe através do espécime gera umaimagem bem- definida do plano de foco – uma secção óptica. uma série de secções ópticas a diferentes profundidades permite que uma imagem tridimensional seja construída. - Microscópio Eletrônico de Transmissão (TEM): similar a um microscópio óptico, mas utiliza um feixe de elétrons, em vez de um feixe de luz, e bobinas magnéticas para focar o feixe, em vez das lentes de vidro. O espécime, que é colocado no vácuo, deve ser muito fino. O contraste normalmente é introduzido corando-se o espécime com metais pesados densos de elétrons, que absorvem ou espalham localmente os elétrons, removendo-os do feixe à medida que atravessam o espécime. O TEM apresenta um poder de aumento útil de até um milhão de vezes, e com espécimes biológicos pode resolver detalhes tão pequenos como cerca de 1 nm. - Microscópio Eletrônico de Varredura (SEM): o espécime, que foi coberto com um filme muito fino de um metal pesado, é varrido por um feixe de elétrons focalizados no espécime por bobinas eletromagnéticas que agem como lentes. a quantidade de elétrons varridos ou emitidos à medida que o feixe bombardeia cada ponto sucessivo na superfície do espécime é medida pelo detector e utilizada para controlar a intensidade dos pontos sucessivos em uma imagem montada na tela de vídeo. o microscópio cria imagens impressionantes de objetos tridimensionais com grande profundidade de foco e pode resolver detalhes entre 3 nm e 20 nm, dependendo do instrumento. ▪ ESCLARECER O QUE É MATERIAL GENÉTICO E ONDE ELE É ENCONTRADO O DNA das células procariontes está localizado em uma região chamada Região Nucleóide, na qual o material genético está concentrado, mas não está envolvido por nenhuma barreira de contenção como o envoltório nuclear. O DNA das células eucariontes está contido no interior do núcleo e jamais é removido deste compartimento. Porém, a síntese de proteínas, que depende das informações que se encontram no DNA, ocorre exclusivamente no citoplasma. Então, como você imagina que esta informação chega ao citoplasma e é traduzida em proteínas? Simples: na forma de RNA mensageiro ou RNAm. O RNA é um tipo de ácido nucléico que é produzido a partir do DNA e que é capaz de transitar do núcleo para o citoplasma. Deste modo, uma seqüência de DNA ou gene é usada como molde para a produção de uma molécula de RNA que contém o código correspondente à seqüência de aminoácidos que uma proteína específica terá. ▪ EXPLICAR COMO OCORRE A SÍNTESE, ENDEREÇAMENTOS E PROCESSAMENTOS DAS PROTEÍNAS DNA - Replicação, reparo e recombinação RNA - Transcrição (no núcleo, sentido 5’ -> 3’; RNAm) e processamento dos RNAs Proteínas - Tradução (no ribossomo) e processamento de proteínas (mudanças pós-traducionais) Cada proteína recebe em seu DNA uma sequência sinal (sequência curta de aa que se encontram no início da proteína), que é responsável pelo endereçamento das proteínas. Cada molécula possui uma proteína específica do citoplasma que reconhece a sequência sinal e encaminha a proteína para o local correto Dentro do RER, ocorrem as mudanças pós-traducionais. Para que as proteínas consigam adentrar o lúmen do RER, elas são transportadas por outras proteínas da membrana do RER, que formam canais (proteínas translocon). Nesse caso, a proteína citoplasmática SRP é a responsável por reconhecer a sequência sinal e encaminhar quais proteínas devem ir para o retículo endoplasmático rugoso. As vezes, as proteínas produzidas e já modificadas são encaminhadas parar a própria membrana do RER, com a finalidade de serem parte da membrana e atuarem como proteínas canais ou de reconhecimento (transmembranas). Nessa etapa, o Complexo de Golgi forma e sinaliza as vesículas para encaminhamento ao local correto. Recebe, processa e separa as proteínas do retículo, e encaminha para a membrana plasmática, lisossomos ou vias secretoras. Essas vesículas são carreadas, ou seja, são transportadas pela célula através de proteínas motoras que se ligam ao citoesqueleto e permitem a movimentação. As vesículas são envolvidas por proteínas de identificação, como a Clatrina, COP I e COP II, e elas que são responsáveis pelo encaminhamento das moléculas aos locais corretos. MÓDULO 2 – PROBLEMA 1 – Gabriela Dias Mattos Montagna REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALBERTS, B.; BRAY, D.; HOPKIN, K.; JOHNSON, A.; LEWIS, J.; RAFF, M.; ROBERTS, K.; WALTER, P. Fundamentos da biologia celular. Porto Alegre: Artmed, 2017. V.4 , p. 10-11. CARELI, R. T. ; DUARTE, E. R. Microbiologia Básica para Ciências Agrárias/Eduardo Robson Duarte, (ed.). Montes Claros: Instituto de Ciências Agrárias da UFMG, 2011. p. 25 – 27. NISHIDA, S. M.; SILVA, M. S. Vida primitiva: como teriam surgido os primeiros seres vivos?. Disponível em: < https://www2.ibb.unesp.br/Museu_Escola/6_origem/origem_vida/origem.htm >. Acesso em: 21/03/2023 ALBERTS, B.; et al. Molecular biology of the cell. 5 ed. New York: Garland Science. 2008. CARVALHO, Hernandes F.; RECCO-PIMENTEL, Shirlei M. A célula. 2 ed. Barueri: Editora Manole. 2007. 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