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Ortopedia - Aula 12-Cervicalgias

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Cervicalgias
Profa. Esp. Rafaela Carvalho Gomes
Introdução
• Conhecimento apropriado da coluna cervical e
suas doenças tornam-se indispensáveis
• Queixas inespecíficas  cefaléia e dores
musculares, até quadros de
mielorradiculopatias
Introdução
• Diagnóstico diferencial
preciso  causas
endócrinas, infecciosas,
hematológicas, etc.
• Âmbito da medicina
ocupacional  vem
aumentando
significativamente
Epidemiologia
• Dificuldade em obter estimativa da real
prevalência das cervicalgias  aspectos clínicos
multifatoriais
• Fatores de risco individuais, como características
físicas e psicossociais, até fatores relacionados
com a ergonomia e atividades laborativas
• A cervicalgia é menos freqüente que a lombalgia
Epidemiologia
• A incidência das hérnias discais da coluna
cervical é de difícil estimativa
• Incidência anual de 5,5 por 100.000
habitantes
• O nível discal mais afetado foi C5-C6, seguido
por C6-C7
Epidemiologia
• Necessidade urgente de orientação e de
programas de reeducação postural, com
finalidade de diminuição dos custos gerados
pelas síndromes dolorosas cervicais
• Holanda  gastos diretos e indiretos de cerca
de US$ 4 milhões ao ano com tais condições
Anatomia e Biomecânica
• A coluna cervical é responsável pela
sustentação e movimentação da cabeça e
proteção das estruturas neurais e vasculares
• Estima-se que a movimentação da coluna
cervical ocorra cerca de 600 vezes por hora,
ou a cada seis segundos
Vértebra Cervical
Anatomia e Biomecânica
• É constituída por sete vértebras, sendo que as
duas primeiras (atlas e áxis) apresentam
características anatômicas distintas das
restantes
• As demais vértebras cervicais de C3 a C7 são
mais homogêneas, possuem corpos vertebrais
anteriores e arcos neurais posteriores
Discos intervertebrais
• Os corpos vertebrais são separados pelos discos
intervertebrais
• Compostos por duas porções: uma central, chamada
de núcleo pulposo, o qual é constituído por 90% de
água e proteoglicanos e outra periférica, denominada
de ânulo fibroso, formada por fibras resistentes,
dispostas em lamelas concêntricas
• Responsáveis pela absorção de impactos e pela
dispersão da energia mecânica
Disco Intervertebral
Biomecânica
• A maioria da rotação axial na coluna cervical
alta ocorre na articulação atlanto-axial (50%
do total do movimento)
• Segmentos inferiores (C3 a C7) são
responsáveis pela flexão, extensão,
lateralização e rotação
Exame Físico
• História clínica completa
• Anamnese  emergências  início precoce do
tratamento
• Portadores de lesões expansivas causando
compressões agudas progressivas da medula
espinhal e suas raízes (hérnia de disco) ou
infecção (meningite bacteriana)
Coluna Cervical
Exame Físico
• Os pacientes com compressão medular
podem se apresentar com paraplegia aguda,
fraqueza de extremidades inferiores,
distúrbios da marcha e incontinência urinária
• Inspeção, palpação, mobilização ativa e
passiva e manobras especiais
ADM
• Flexão/Extensão  70°
• Rotação 90° para cada lado
• Lateralização 45°
Testes Especiais
• Teste de Compressão
• Teste de Tração
• Teste de Valsalva
• Manobra de Spurling
• Teste de Adson
Causas de Dor Cervical
• Causas mecânicas
• Doenças reumáticas
• Infecções
• Tumores e lesões infiltrativas
• Doenças endócrinas, metabólicas e hereditárias
• Doenças neurológicas e psiquiátricas
• Dor referida
• Miscelânea
Sinais de Alerta
• Febre/calafrios
• Cefaléia intensa ou dores espasmódicas em 
salvas
• Distúrbios mental
• Edema visível
• Aumento ganglionar
• Sangramento: ouvidos, nariz ou bucal
• Distúrbios visuais, olfativos ou do paladar
Sinais de Alerta
• Parestesias ou fraqueza muscular
• Dor axilar
• Isquemia de membros superiores
• Ausência de pulsos nos membros superiores
• Atrofia em membro superior
Causas da Cervicalgia
• Cervicalgias Mecânicas
• São as causas mais comuns de cervicalgias
• Secundária a utilização excessiva de uma
estrutura anatômica normal (em geral, a
musculatura paravertebral)
• Secundária a dano ou deformidade em uma
estrutura anatômica (hérnia discal)
Causas da Cervicalgia
• Cervicalgias Mecânicas
• São exacerbadas por certas atividades e
aliviadas por outras
• Têm curso autolimitado, com a grande maioria
dos pacientes apresentando resolução
completa dos sintomas
Causas da Cervicalgia
• Distensão Cervical
• Dor cervical não-irradiada, associada a
sobrecargas mecânicas ou posturas anormais
prolongadas da coluna
• Caracteriza-se por dor em região cervical
posterior e em área do músculo trapézio, com
restrições a movimentação ativa e passiva, além
de áreas dolorosas à palpação
Causas da Cervicalgia
• Distensão Cervical
• As condições ocupacionais devem ser
consideradas no desencadeamento e recidiva
desta patologia
• Sua etiologia ainda não está totalmente definida,
porém pode estar relacionada com o
acometimento musculoligamentar secundário a
um evento traumático de intensidade variável ou
a uma sobrecarga mecânica repetitiva
Causas da Cervicalgia
• Distensão Cervical
• A dor é o sintoma mais comum de apresentação
• Cefaléia do tipo tensional
• Geralmente localiza-se na parte média e inferior
da região cervical posterior, podendo ser
localizada ou difusa e bilateral nos casos mais
severos
Causas da Cervicalgia
• Distensão Cervical
• A dor se exacerba com a
movimentação do
pescoço
• Ocorre melhora com
repouso e imobilização
• Pode ocorrer contratura
sustentada do
esternocleidomastóideo e
do trapézio
Causas da Cervicalgia
• Distensão Cervical
• A avaliação radiológica pode ser completamente normal, ou revelar
apenas uma retificação da curvatura fisiológica da coluna cervical
• O torcicolo é decorrente de uma contratura severa da musculatura
do pescoço
• A cabeça assume uma atitude em flexão lateral, com o queixo
rodado para o lado oposto da dor
• O torcicolo pode ser congênito ou adquirido
Torcicolo Congênito
Definição
• Hérnias Discais Cervicais
• “Processo de ruptura do anel fibroso do disco, 
com subseqüente deslocamento da massa 
central para o espaço intervertebral dorsal ou 
dorso-lateral.”
Milani et. al. 2010
Hérnias Discais Cervicais
• Fator inicial:
desidratação do núcleo pulposo
perda das propriedades hidráulicas
> pressão às fibras do ânulo fibroso
suscetível à ruptura
Marques e Yatabe 2009
Hérnias Discais
• Freqüente em região cervical e lombar
• Áreas mais expostas à movimento e carga
• Locais mais freqüentes: C6-C7 / C5-C6
Macêdo et. al. 2008; Marques e Yatabe 2009; Milani et. al. 2010
Causas da Cervicalgia
• Hérnias Discais Cervicais
• A maioria das hérnias ocorrem na posição
póstero-lateral
• Faixa etária de maior incidência: quarta
década
Hérnias Discais Cervicais 
• Etiologia:
- Predisposição genética
- Alterações musculares
- Alterações posturais
- Fatores ambientais
- Degeneração
- Trauma
Milani et. al. 2010
Hérnias Discais Cervicais
• Dor caracterizada por:
• Herniação
• Degeneração do disco 
• Estenose do canal medular 
• Compressão mecânica
• Mudanças inflamatórias ao redor do disco e da raiz do nervo
Negrelli 2001
Quadro Clínico
• Hérnias Discais Cervicais:
• Dor cervical
• Diminuição da ADM
• Alterações de sensibilidade
• Alteração de condução nervosa em MMSS
Macêdo et. al. 2008
Tipos de Hérnia
• Protusas :
Deslocamento do centro do disco, sem rompimento das fibras.
* Gera compressão e dor
Vialle et. al. 2010
Tipos de Hérnia
• Extrusas:
Há rompimento das fibras, mas não extravaza para o canal medular.
*Maior compressão, dor intensa e prolongada
Vialle et. al. 2010
Tipos de Hérnia
• Sequestradas:
Há o rompimento das fibras e o núcleo migra para o canal medular.
*Compressão, dor, inflamação e alteração sensitiva e motora 
Vialle et. al. 2010
Classificação
• Póstero-centrais (conflito disco-dural)
• Póstero-laterais (conflito disco-radicular)
• Anteriores (Scheuermann)
• Verticais (Nódulos de Schmol)
• Circulares
Galace 2009
Diagnósticopor Imagem
• RX:
- PA e perfil
• TC
• RNM
Vialle et. al. 2010
Causas da Cervicalgia
• Hérnias Discais Cervicais
• Nem toda herniação discal é sintomática
• A presença de sintomas depende da
capacidade de reserva do canal medular,
processo inflamatório, tamanho da herniação
e doença cervical concomitante
Hérnia Discal Cervical
Tratamento
• Conservador:
- Bloqueio da raiz afetada com anestésico;
- Fisioterapia:
 Alívio da dor;
 Aumento da capacidade funcional;
 Retardamento da progressão da doença.
Milani et. al. 2010; Vialle et. al. 2010
Tratamento
• Cirúrgico: Descompressão das estruturas nervosas.
- Absolutas: Síndrome da cauda eqüina ou parestesia importante;
- Relativas: Ciática que não corresponde ao tratamento conservador
por pelo menos 6 semanas, déficit motor maior que 3 e dor
radicular associada à estenose óssea foraminal.
Vialle et. al. 2010 
Tratamento
• Cirúrgico:
- Microdiscectomia
*Procedimento minimamente invasivo
- Descompressão e artrodese
Vialle et. al. 2010
Fisioterapia
• Técnicas manuais  alívio do quadro álgico
• Trações
• Mobilização Neural
• Kinesiotaping
• Estabilização segmentar
• Fortalecimento Global  tronco e MMSS (principalmente)
Alongamento???
Estabilização Segmentar
Estabilização Segmentar - Evolução
Osteoartrite Cervical
• Patologia crônica, definida pelo desenvolvimento
osteofitário e outros sinais de degenerativos,
como conseqüência de doença discal também
relacionada com a idade
• Apresentação: artrose isolada, com radiculopatia,
mielopatia ou mielorradiculopatia associada
• Acomete pacientes acima dos 40 anos. Achado
universal após 70 anos de idade
Osteoartrite Cervical
• Pode ocorrer cefaléia
suboccipital
concomitante; dor
referida é comum
• Exame físico: dor à
mobilização cervical
• Exame neurológico
geralmente normal