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TÉCNICAS DE LIDERANÇA JUST IN TIME SUMÁRIO MÓDULO 1 – Elementos da Gestão Empresarial 1.1 A Organização Empresarial na Sociedade 1.2 Realizações da Organização Empresarial 1.3 Aspectos e Funções do Gestor MÓDULO 2 – A Escola Japonesa de Administração e o Just in Time 2.1 Análise do Contexto das Organizações 2.2 Elementos da Escola Japonesa de Administração 2.3 Características do Just in Time MÓDULO 3 – Just in Time nas Organizações 3.1 Missão e Visão Organizacional 3.2 Just in Time no Cotidiano Organizacional 3.3 Aprimoramentos nas Organizações MÓDULO 4 – Conceito e Aplicabilidade da Liderança 4.1 Conceito de Liderança 4.2 Ações de Liderança 4.3 Liderança e Motivação Elementos da Gestão Empresarial Carlos Eduardo Damian Leite Disciplina: Técnicas de Liderança e Just in Time / Módulo 1 – Elementos da Gestão Empresarial – Faculdade Campos Elíseos (FCE) – São Paulo – 2017. Guia de Estudos – Módulo 1 – Elementos da Gestão Empresarial. 1. Elementos 2. Gestão 3. Empresarial. Orgs.: Cláudia Regina Esteves Faculdade Campos Elíseos Conversa Inicial No primeiro módulo da disciplina “Técnicas de Liderança e Just in Time”, discutiremos a organização empresarial na sociedade, as realizações da organização empresarial e os aspectos e funções do gestor. Agora, com a descrição de toda a trajetória, podemos iniciar a nossa jornada de estudos. Ótimo aprendizado! 1.1 A Organização Empresarial na Sociedade O ser humano caracteriza-se pela forma com que convive com outros de sua espécie, agindo sobre sua realidade e coordenando a comunidade em que vive, a fim de que todos possam garantir a existência de cada indivíduo, a partir do coletivo. A necessidade de viver em grupos também é observada em outras espécies animais, mas o homem diferencia-se com relação às regras que estabelece, na busca por viver em harmonia com outrem. O homem primitivo estabelecia grupos como forma de preservar a integridade das famílias envolvidas, procurando garantir objetivos diretamente relacionados à sobrevivência de seus membros, realizando a caça, a pesca, a extração de frutos e raízes, além da disputa por água ou território. O descobrimento e aperfeiçoamento do manejo de ferramentas possibilitaram a realização de ações mais complexas, como o plantio, a criação de animais e a defesa do grupo. Assim, à medida que as habilidades humanas aumentavam nos agrupamentos, novas descobertas eram efetivadas, para que fosse estabelecida a convivência de todos. Se antes eram nômades, podiam então se estabelecer em local determinado por mais tempo, delegando funções para cada integrante do grupo, garantindo a semeadura e colheita dos campos, por exemplo, assim como as tecnologias que lhes permitiam tais procedimentos. Estas realizações também permitiram o desenvolvimento social, com a consequente ação do homem para com a natureza, gerando as primeiras comunidades em que novas atividades se faziam necessárias, além das que visavam garantir com que todos se mantivessem vivos. Visando, portanto, o estabelecimento de regras voltadas à manutenção do convívio diário, surge uma preocupação humana em torno de uma conduta que seria a mais apropriada para atingir a satisfação plena e mútua dos envolvidos: a Ética, que apresentava uma referência ao comportamento considerado ideal pelo grupo. Os elementos que surgem com a Ética são reforçados pelo questionamento das atitudes humanas, pois são estas que norteiam o indivíduo com relação ao âmbito político – relacionado ao modo como os governantes fazem a administração dos recursos e das relações daqueles que vivem sob seu regimento – ao âmbito econômico – quais necessidades devem ser satisfeitas e quais os recursos necessários para tal procedimento – e ao âmbito sociocultural – no que se refere às crenças, hábitos e valores adotados pela comunidade em questão. O que define se uma pessoa é ética ou antiética? Focando-se no aspecto econômico, verifica-se que o convívio social pode ser pautado com base no nível de produção fundamental à satisfação das necessidades de um grupo, como também nas funções voltadas à produção. Conforme estas funções se diversificam e intensificam, surgem as relações trabalhistas, no contexto das relações sociais – que, por sua vez, também se tornam mais complexas. A fim de que as questões trabalhistas sejam definidas e sistematizadas, os indivíduos iniciam uma organização da sociedade do ponto de vista sistêmico. Sistema, de acordo com Ludwig von Bertalanffy (apud CATTANI, 2002), é a forma pela qual se organiza um organismo vivo, que a partir de partes menores – como por exemplo, os órgãos – realiza seu pleno funcionamento e manutenção de suas funções vitais. A fim de que em um sistema (ou organismo) tudo funcione da devida maneira, cada parte integrante deve cumprir com seu papel, com a finalidade do bem sistêmico comum. Caso alguma parte integrante – como um ou mais órgãos – não cumpra com sua função de modo adequado, o sistema tende a sofrer as consequências, desde uma pequena disfunção a graves problemas, ou mesmo a falência total. Ao adaptar-se a visão de Bertalanffy para a organização social, tem-se uma concepção sistêmica de sociedade, a partir da qual a mesma funcionaria como um organismo. Deste modo, os indivíduos podem ser comparados a células, com funções específicas dentro dos órgãos aos quais pertencem e estes, por sua vez, teriam a sua importância determinada pela própria sociedade, como em um só corpo. Analisando-se os setores da sociedade, têm-se indivíduos responsáveis pelo da alimentação (produção agrícola, agropecuária e industrial), pelo da educação, pelo da saúde e assim por diante, mantendo o organismo social vivo e ativo, a partir do desenvolvimento pleno de cada órgão e suas células específicas. Entretanto, da mesma forma como em um organismo, se na sociedade um ou mais indivíduos falham, não cumprindo suas funções de modo a garantir o pleno funcionamento social, o(s) órgão(s) ao(s) qual(is) este(s) indivíduo(s) pertence(m) acabam tendo falhas também, o que pode, certamente, comprometer o bom andamento das questões referentes à sociedade. Do ponto de vista sistêmico, quais são os órgãos que mais comprometem o funcionamento pleno do organismo social? A concepção sistêmica da sociedade pode ainda ser aliada à sociocultural, a fim de que a cultura simbólica do ser humano seja devidamente compreendida, em suas características e funções para com os indivíduos. Qualquer substância que adentra um organismo é modificada por outras células, sendo então passados para ele após esta modificação. Assim também o é com a cultura, quando o organismo social é interpretado e representado pelos indivíduos, por meio de símbolos diversos, ganhando novo significado ou função. A chave para que uma organização utilize da devida maneira o que é produzido no âmbito cultural vem a ser a não restrição das interpretações e representações simbólicas, por parte dos indivíduos, considerando relevantes as diversas categorias de símbolos produzidas. Isso gera um caráter organizacional de sistema aberto, ou seja, a capacidade de um sistema, seja ele político, econômico ou sociocultural, em reutilizar o que nele for gerado para a criação de novos valores, ideias e realizações. Síntese O ser humano é essencialmente social, com relação a sua necessidade de conviver com outros indivíduospara garantia de sobrevivência, além do uso da linguagem e propagação de conhecimentos. À medida em que as comunidades se desenvolvem, também ocorre o mesmo com ideias e atitudes voltadas ao convívio social, surgindo a noção de Ética para a avaliação das realizações humanas nos âmbitos político, econômico e sociocultural. Focando-se a sociedade enquanto sistema, verifica-se que ela se comporta como um organismo, em que cada indivíduo possui funções específicas para o bom funcionamento. A renovação de elementos, como a cultura, se efetiva conforme a sociedade se reorganiza para funções diversas, tais como a profissional. 1.2 Realizações da Organização Empresarial Na formação da sociedade, a humanidade seguiu o princípio sistêmico de organização, inclusive no setor profissional, que da busca pela satisfação das necessidades básicas dos indivíduos, passou a produzir para gerar lucro, contando com a ação dos trabalhadores, que disponibilizavam sua mão-de- obra para esta finalidade, em troca de recursos financeiros que também garantissem sua sobrevivência, em meio ao modo de produção capitalista. A sociedade, enquanto organização maior, seria então subdividida em organizações menores, as empresas, responsáveis pela oferta de produtos serviços a outros indivíduos que neles necessitam, denominados consumidores, por meio de negociações cotidianas. Tais negociações são regidas por uma relação entre oferta e demanda, em que um produto ou serviço é oferecido por uma oferta (preço de venda) baixa, para que haja uma alta demanda (procura). Com o aumento da demanda, a oferta tende a aumentar, até que haja uma diminuição na procura inicial, que faz com que o processo reinicie com uma nova queda na oferta. No entanto, a busca pelo desenvolvimento econômico não se torna exclusiva na existência do ser humano. Para se considerar bem-sucedido, também se esforça para obter o desenvolvimento intelectual, sociocultural e ético. Especificamente no âmbito sociocultural, existe um estado em que se encontra o indivíduo em uma determinada ocasião, a que se denomina “status”. Existem vários momentos nos quais o mesmo se manifesta: no caso de uma compra, o indivíduo sente-se satisfeito não apenas com o produto ou serviço que adquiriu, mas também com suas funções e características, além de outros atributos que irão diferenciar o consumidor dos demais, em todo o mercado. A marca, enquanto identificação de uma empresa, normalmente representada por um logotipo, é um dos elementos que contribui para esta diferenciação. O ato de transferir valores a mais para um mesmo produto ou serviço, inclusive com a intenção de classificá-lo como diferente ou inovador, é chamado de valor agregado. Nas estratégias de mercado das organizações, isso auxiliará não somente na oferta, como também na fixação do produto ou serviço na mente do consumidor, tornando-o fiel ao mesmo. Trata-se de um dos princípios do Marketing, enquanto conjunto de princípios e técnicas voltados à satisfação dos consumidores, por meio da oferta de produtos e serviços. Com base no Marketing, as organizações seguem estratégias voltadas ao produto ou serviço, ao custo que o mesmo terá na venda, o local em que esta será realizada e a promoção (veículos de comunicação). Diante dessas questões, relacionadas ao modo como um produto é aceito e promovido, dentro do ciclo capitalista de produção, venda e consumo, vale destacar que produzir, mesmo tendo ligação direta com o consumir, depende cada vez mais do modo de ofertar. No ato de ofertar um produto ou serviço, inclusive por meio da venda, além da preocupação com esta ação e com o lucro a ser obtido, também há um esforço voltado à garantia de que o consumidor fique verdadeiramente satisfeito com o que lhe é oferecido. Nesse momento, o consumidor deve ter a confiança de que está usufruindo de algo diferenciado e com características únicas. O consumo pode satisfazer plenamente a um indivíduo? Quanto aos procedimentos que viabilizam a produção, verifica-se a adoção de uma forma padronizada, desde o início do século XX, que orientou o contexto organizacional por meio de duas correntes específicas da gestão administrativa: o Fordismo, criado por Henry Ford e o Taylorismo, elaborado por Frederick Winslow Taylor. Ambos buscavam otimizar as ações dos trabalhadores das organizações industriais, para que por meio de movimentos específicos, a velocidade e a eficiência de cada indivíduo pudesse melhorar significativamente. No Fordismo, a produção era guiada por meio de um trilho (ou linha) de trem, a que se denominava “linha de produção”, na qual o automóvel Ford T era movimentado e criado por etapas. Os funcionários, divididos em grupos, seriam responsáveis cada qual pela fabricação de uma determinada parte deste produto, ao invés de todos se dedicarem a construir o automóvel de uma vez. Essa corrente viria a ser modelo de produção e organização empresarial até os dias atuais, com mudanças gradativas em relação às funções dos trabalhadores como para com os movimentos necessários à fabricação. O esforço dedicado de modo uniforme, a fim de que as partes fossem construídas simultaneamente, pudessem gerir um ciclo produtivo e eficaz. O Taylorismo, por sua vez, formalizou-se por meio de um conjunto de teorias que visavam aprimorar os movimentos dos funcionários de forma ainda mais minuciosa. Taylor considerava a análise de elementos relacionados à postura, ao posicionamento de mãos e pés, desenvolvendo ações pré-definidas aos funcionários, a fim de que pudessem garantir a produção com rapidez e qualidade. Sua rigorosidade nos métodos tornou Taylor conhecido como “pai” da Administração Científica. Os preceitos do Fordismo e do Taylorismo, formulados em busca de padrões e sistemas que trouxessem rapidez e eficácia à produção, ofereceram também reflexões a respeito do papel dos funcionários nas organizações. Não apenas com relação a serem mão-de-obra, mas também indivíduos que possuem um relacionamento interpessoal e buscam a valorização de seus feitos, a fim de que sejam devidamente reconhecidos pela organização e pela sociedade. Surge na concepção organizacional o conceito de meritocracia: uma forma de regimento da organização por meio do mérito, em que o funcionário é considerado colaborador da instituição em que atua e tem o trabalho reconhecido ou recebe propostas de melhorias junto à organização, tendo a possibilidade de ascensão profissional. A meritocracia destaca elementos como as realizações dos funcionários, as inovações efetivadas no setor em que atua ou o período em que integra a organização. A exemplo da meritocracia aplicada no Japão, o principal elemento para valorização do colaborador é a idade que, inclusive, possibilita a ascensão profissional. Tem-se, portanto, uma questão cultural que norteia a organização, já que a sociedade japonesa tende a valorizar o indivíduo mais velho, enquanto fonte de sabedoria e experiência de vida. Elementos como esse são fundamentais para que a cultura organizacional seja devidamente instaurada e compreendida pelos colaboradores, bem como pela sociedade como um todo. Síntese Com relação ao sistema de produção organizacional, pode-se perceber que há uma estreita relação com o ato de consumir, sendo que a oferta e a demanda obedecem a uma lei de mercado, na qual o aumento da primeira conduz à diminuição da segunda e vice-versa. Técnicas de produção foram analisadas, como o Fordismo e o Taylorismo, que definiram o uso da “linha de produção” e da otimização da postura do funcionário. Também foi analisada a meritocracia, enquanto forma de valorização da ascensão profissional por meio do mérito individual. 1.3 Aspectos e Funções do Gestor Ao se considerar as relações interpessoais no contexto organizacional,deve-se reconhecer que as mesmas são pautadas, em maior ou menor grau, dependendo do que é realizado na hierarquia, ou seja, na posição ocupada pelo indivíduo em um cargo de maior ou menor importância em relação aos demais, em uma mesma organização. Nesse sentido, comparando-se novamente a organização à sociedade, pode-se esquematizá-la como em uma pirâmide, na qual os colaboradores formariam sua base e, na sequência até o topo, teríamos os cargos de gerência, supervisão e presidência da mesma. Ainda se considerando a esquematização organizacional em pirâmide, cabe ainda analisar-se a forma como a comunicação pode ser efetivada. Pode-se dizer que o processo comunicacional entre os participantes da organização será efetivado de duas maneiras: horizontal e verticalmente. Isso significa que, quando colaboradores de uma mesma posição hierárquica desejam compartilhar uma mensagem, a comunicação é realizada de modo horizontal. Caso se deseje transmitir a mesma mensagem às posições mais altas da hierarquia dessa organização, será realizada a comunicação de modo vertical, atingindo-se um ou mais níveis hierárquicos superiores (e vice-versa). As relações trabalhistas, em um contexto geral, sempre tiveram como base o nível de poder exercido dentro da organização – representado, inclusive, pela pirâmide hierárquica descrita há pouco. As diferenças podem ser notadas na forma como os indivíduos, em diferentes cargos da organização, se relacionavam: se pautados apenas na obediência e no cumprimento de deveres e exigências pré-determinados, em relação ao relacionamento pautado na comunicação de livre acesso. O foco das organizações é, dentro de regras determinadas e pré- estabelecidas, garantir que a comunicação seja realizada de maneira eficaz, respeitando-se elementos que se referem à individualidade de seus integrantes, a fim de que a intimidação possa ser, gradativamente, substituída pela compreensão e pelo devido direcionamento nas funções. O que gera mais resultado: a intimidação ou a compreensão? A função administrativa reside no exercício da liderança em todos os níveis hierárquicos, a fim de que a organização seja eficaz nos processos de comunicação e no estímulo da motivação, necessárias a toda atividade que requeira o envolvimento geral de seus colaboradores. Tais elementos são relevantes a todos os envolvidos, portanto, a fim de que sejam atingidas as devidas metas organizacionais, a partir da interpretação das ações necessárias. Para que se atinja o sucesso organizacional, devem estar as relações de poder pautadas não por ameaças aos colaboradores, mas sim a um patamar mais digno e respeitoso, principalmente com relação aos cargos de níveis mais baixos da pirâmide hierárquica. O poder da organização tende a desenvolver uma cultura voltada para o inter-relacionamento e para a aplicação de opiniões diversas em suas realizações. Em relação ao pensamento das organizações consideradas inovadoras que, com princípios diferenciados, tendem a se destacar no mercado, diante das que ainda assumem uma atitude conservadora, podem ser considerados três níveis de abordagem: institucional, intermediário e operacional. O primeiro nível aborda a organização como um todo, o segundo aborda cada setor de forma detalhada e o terceiro, cada operação em separado. Uma organização é apenas considerada conservadora diante de sua cultura, quando a mesma apresenta padrões rígidos, sem qualquer consideração a crenças e valores individuais. Também é um indicador o modo pelo qual o colaborador se comporta diante do cotidiano, sempre preocupado não em realizar o trabalho necessário a sua maneira, mas sim em se portar da forma como a organização realmente julga correta. Normalmente, as organizações geridas por uma política familiar tendem a ser conservadoras, pois a cultura que permeia esse âmbito organizacional é aquela colocada por essa política, enquanto padrão para todos os que nele atuam. Contudo, tal visão do relacionamento interpessoal não considera as individualidades, os hábitos, as crenças e os valores que os colaboradores trazem para a organização como bagagem sociocultural. As organizações inovadoras tendem a buscar a manutenção do clima organizacional – nível de equilíbrio das relações interpessoais – respeitando o indivíduo nas questões pertinentes ao que ele vivencia fora deste contexto. Seus valores e crenças são considerados e respeitados, inseridos no contexto que o colaborador vivencia junto à organização. A liberdade de concepções, portanto, é o que diferencia uma organização inovadora da conservadora, apresentando em sua cultura concepções e ações próprias, com base nos princípios trazidos pelos próprios colaboradores. A tendência das organizações que desejam o reconhecimento social é a valorização destes elementos, para que a manutenção da relação interpessoal ocorra de forma positiva, seja entre colaboradores de um mesmo setor ou ainda entre superiores e subordinados. Se for analisada a teoria comportamental de Likert (apud CHIAVENATO, 1994), existem variáveis importantes como o processo decisorial, os sistemas de comunicação, o relacionamento interpessoal dos membros da organização e os sistemas de punições e recompensas comumente adotadas. Tais variáveis podem ser trabalhadas junto à cultura organizacional, com o apoio das decisões dos níveis hierárquicos superiores. No processo decisorial, o gestor pode centralizar todas as decisões na organização ou pode descentralizar as decisões de maneira conjunta com as pessoas envolvidas, optando por uma administração direta, rígida e fechada ou ainda uma genérica, aberta, democrática e orientadora. Quanto aos sistemas de comunicação, pode adotar um sistema descendente de fluxos de comandos ou um sistema de informação para acesso a todos os colaboradores, de forma flexível e simultânea. Em relação ao relacionamento interpessoal, o gestor pode trabalhar com tarefas segmentadas, que impeçam a comunicação efetiva, ou então criar desenhos de cargos que permitam o trabalho em grupo, de forma enriquecedora e criativa. No que se refere aos sistemas de punições e recompensas, o gestor pode optar por exigências constantes, sob ameaça de consequências intimidadoras, ou então adotar um esquema de recompensas à meritocracia, obtendo o devido comprometimento e motivação. Síntese A relação interpessoal nas organizações reflete na cultura organizacional, inclusive na forma como se relacionam superiores e subordinados. Neste sentido, pode-se considerar o clima organizacional como o nível de equilíbrio no relacionamento entre os colaboradores. Assim, verificou-se que organizações conservadoras tendem a impor uma cultura própria, enquanto as inovadoras incorporam a bagagem trazida por seus colaboradores. As variáveis de Likert podem ainda fomentar a forma como punições dão lugar a incentivos. Considerações Finais Finalizando o módulo, esperamos que você tenha compreendido a organização empresarial na sociedade, as realizações da organização empresarial e os aspectos e funções do gestor. A Escola Japonesa de Administração e o Just in Time Carlos Eduardo Damian Leite Disciplina: Técnicas de Liderança e Just in Time / Módulo 2 – A Escola Japonesa de Administração e o Just in Time – Faculdade Campos Elíseos (FCE) – São Paulo – 2017. Guia de Estudos – Módulo 2 – A Escola Japonesa de Administração e o Just in Time. 1. Administração 2. Escola Japonesa 3. Just in Time. Orgs.: Cláudia Regina Esteves Faculdade Campos Elíseos Conversa Inicial No segundo módulo da disciplina “Técnicas de Liderança e Just in Time”, discutiremos a análise do contexto dasorganizações, os elementos da Escola Japonesa de Administração, bem como as características do Just in Time. Agora, com a descrição de toda a trajetória, podemos iniciar a nossa jornada de estudos. Ótimo aprendizado! 2.1 Análise do Contexto das Organizações A organização empresarial obedece a certas funções na sociedade, incluindo a oferta de produtos e serviços, de acordo com as necessidades específicas das pessoas, dentre a produção de alimentos, artigos de vestuário, calçados e acessórios, automóveis, cosméticos, móveis e decoração, produtos de higiene pessoal, dentre outros. Além da fabricação, as organizações podem exercer funções específicas, como o atendimento voltado à saúde, à educação, às realizações bancárias, turísticas, artísticas e desportivas. Assim, podemos ter como outros exemplos de organização os hospitais, postos de saúde e clínicas de exames laboratoriais; as escolas, faculdades e universidades; os bancos e instituições de crédito financeiro; as agências de viagens e passeios turísticos; os teatros, cinemas e museus, bem como os clubes e academias. Assim, pode-se realizar uma comparação da sociedade a um organismo gigantesco, funcionando com base em outras organizações menores, que cumprem funções determinadas, mas fundamentais para garantir o bem estar geral de todos os indivíduos que dela fazem parte – e que, por sua vez, efetivam seu trabalho em meio às realizações organizacionais. Enfim, as organizações podem ainda ser consideradas como entidades que possuem valores específicos, a partir do que apreendem com relação à sociedade na qual se inserem. Tais especificidades são os elementos que auxiliam na caracterização não apenas das organizações em si, mas também da forma com que a sociedade cria laços com as mesmas. Afinal, não são apenas as organizações que precisam da sociedade para se estabelecer e gerar suas realizações, como também a sociedade demanda certas ações das organizações, de acordo com os objetivos que a mesma define com relação aos seus produtos/serviços, ou ainda para com seus públicos. Quais realizações organizacionais influenciam efetivamente a sociedade? Ao longo dos anos em que o colaborador atua em uma organização, ele pode organizar uma lista dos contatos mais próximos, relacionando aos mesmos os indivíduos que foram indicados por cada um, inclusive fora do ambiente de trabalho, bem como a interrelação entre todos, para que seja organizada uma rede efetiva de relacionamento interpessoal dentro e fora da organização. Pode-se ainda considerar que o networking não possibilita apenas estabelecer relações vantajosas, por meio das quais se alcança um determinado cargo ou valores financeiros. Na verdade, o networking trata de desenvolver e efetivar expectativas nos outros, a fim de que eles possam suprir as necessidades que se possa ter em meio às realizações organizacionais. A fim de que o networking seja cada vez mais aprimorado, Darling (2007) apresenta três aspectos que podem ser trabalhados nas etapas de seu planejamento, sendo o primeiro a organização da lista de contatos, com a devida avaliação dos mesmos, a fim de que seja priorizado um método de trabalho voltado à expansão desta rede de relacionamentos. O segundo ponto a ser trabalhado é o reconhecimento da importância dos relacionamentos elencados, bem como a forma com que podem ser úteis, ao longo de diversas realizações organizacionais. O terceiro ponto é desenvolver as devidas técnicas e condutas em função da manutenção destes relacionamentos. Cabe reconhecer que efetivar o networking condiz com a necessidade de atender às próprias necessidades, mas também de satisfazer ao que os outros precisam. Assim, a troca de favores muitas vezes pode ser desigual, no que se refere a um lado precisar de um auxílio maior, mas é fundamental que ambos sejam beneficiados. Enfim, verifica-se o relacionamento interpessoal com base no networking como uma atitude empreendedora, pois o colaborador, ao realizá-lo é amplamente favorecido por poder contar com uma rede de relacionamentos devidamente fortalecida e diversificada. O capital social gerado ao participar de uma rede e manter as devidas relações ajuda o colaborador no acesso a informações importantes, no ganho de confiabilidade, bem como a colaboração de outras pessoas, para designar funções a outros colaboradores, formar alianças empresariais, receber investimentos e tornar-se bem-sucedido. Síntese A organização empresarial obedece a certas funções na sociedade, incluindo a oferta de produtos e serviços, de acordo com as necessidades específicas das pessoas. Pode-se realizar uma comparação da sociedade a um organismo gigantesco, funcionando com base em outras organizações menores, que cumprem funções determinadas, mas fundamentais para garantir o bem-estar geral de todos os indivíduos que dela fazem parte – e que, por sua vez, efetivam seu trabalho em meio às realizações organizacionais. Enfim, as organizações podem ainda ser consideradas como entidades que possuem valores específicos, a partir do que apreendem com relação à sociedade na qual se inserem. Tais especificidades são os elementos que auxiliam na caracterização não apenas das organizações em si, mas também da forma com que a sociedade cria laços com as mesmas. Ao longo dos anos em que o colaborador atua em uma organização, ele pode organizar uma lista dos contatos mais próximos, relacionando aos mesmos os indivíduos que foram indicados por cada um, inclusive fora do ambiente de trabalho, bem como a interrelação entre todos, para que seja organizada uma rede efetiva de relacionamento interpessoal dentro e fora da organização. O capital social gerado ao participar de uma rede e manter as devidas relações ajuda o colaborador no acesso a informações importantes, no ganho de confiabilidade, bem como a colaboração de outras pessoas, para designar funções a outros colaboradores, formar alianças empresariais, receber investimentos e tornar-se bem-sucedido. 2.2 Elementos da Escola Japonesa de Administração Dentre os modelos teórico-práticos da Administração no século XX, tem- se um exemplo que ilustra o esforço e a perspectiva da nação japonesa para a entrada no mercado mundial, a fim de que pudessem modificar as empresas e o sistema clássico de Administração ocidental, por meio de técnicas indutivas. Surge a Escola Japonesa de Administração. O surgimento da Escola Japonesa pode ser creditado à busca de transferência para o oriente de tecnologias das nações ocidentais, como Estados Unidos e Alemanha. Na década de 1950, após a Segunda Guerra Mundial, é implantada na Toyota Motor Company, pelo engenheiro Tichi Ohuo (VIVER 5 S, 2016). O modelo japonês de Administração surge no chamado “chão de fábrica”, que corresponde aos setores operacionais da manufatura, para que fosse difundida a filosofia de que qualquer desperdício deveria ser evitado, como forma de promover a mudança de hábitos e o melhoramento contínuo, ao que se denominou kaizen (kai = mudança; zen = para melhor). Este melhoramento contínuo proposto pelo kaizen, enquanto essência da Administração Japonesa, é um processo voltado ao Controle de Qualidade Total e aos resultados que podem ser obtidos, sendo a jornada até o resultado de sucesso o objetivo principal das organizações. Para que o resultado de sucesso seja alcançado, todos os colaboradores devem ter a mesma missão: trabalhar e viver da forma mais equilibrada possível, aumentando a produtividade e melhorando a qualidade. A busca pela melhoria contínua manteve-se como base da Escola Japonesa de Administração, além de ser um modelo de gestãofortemente embasado na participação direta dos funcionários. A tarefa executada pelos mesmos sempre envolve produtividade e experiência. Possui ainda como objetivo a harmonização do ambiente e, como filosofia, o Confucionismo, que prega a benevolência, adequação, sabedoria e obediência, além da prevalência do coletivo sobre o individual. O Controle de Qualidade Total é efetivamente realizado em nosso país? Segundo Yoshimori (1989), a união entre os valores humanos japoneses e os conhecimentos técnico-administrativos norte-americanos realizou-se a partir de julho de 1950, quando W. E. Deming foi convidado a ir para o Japão e ensinar o controle estatístico da qualidade, em um seminário organizado pela JUSE (Japanese Union of Scientists and Engineers) ao longo de oito dias. A JUSE, em conjunto de uma série de outras instituições, promoveu a ascensão da economia japonesa no período Pós-Guerra. Em julho de 1954, J. M. Juran foi convidado a ensinar aos japoneses a Administração do Controle da Qualidade. As ideias de Deming e Juran foram muito bem recebidas pelos japoneses, devido à harmonia que as mesmas apresentavam com o tradicional espírito oriental de consenso de grupo (YOSHIMORI, 1989). O gerenciamento estratégico da qualidade é uma abordagem sistemática para o estabelecimento e obtenção de metas de qualidade por toda a empresa, sendo delegada a todos os colaboradores, não a um departamento específico, como o de Gestão da Qualidade. O objetivo do administrador é aperfeiçoar o sistema empresarial como um todo, pois sem uma administração voltada ao sistema, a tendência é que haja subestimações e que estas gerem perdas. Este controle das perdas é premissa para que a empresa obtenha o Controle de Qualidade Total. Conforme W. E. Deming enfatizou a importância do processo de interação constante entre pesquisa, projeto, produção e vendas, para que a empresa atinja altos níveis de qualidade, os japoneses passaram a fomentar a ideia de que o Controle de Qualidade Total teria de ser produto da integração entre setores, a fim de se satisfazer o consumidor. Neste sentido, três quesitos devem ser atendidos para que a produtividade gere um resultado positivo, em função do Controle de Qualidade Total: a estabilidade financeira e emocional ao empregado, o clima organizacional agradável e o ambiente de trabalho simples, funcional e harmonioso. A estabilidade financeira e emocional é atingida por meio do emprego vitalício, para que sejam evitadas preocupações de sobrevivência e sustento da família. O clima organizacional agradável é alcançado por meio da prioridade dada pelos japoneses ao ambiente de trabalho, para que todos convivam bem, apesar das diferenças. Isto se deve pelo desenvolvimento do espírito japonês do Wa, que significa “harmonia em todo”, seja no igual ou no contrário. Por isso, são propagados ideais voltados à cooperação e compreensão das diferenças pela Escola Japonesa. Assim, tende-se a desenvolver um ambiente de trabalho simples, funcional e harmonioso, a partir do qual é desenvolvido o Just in Time. Síntese O modelo japonês da Escola Japonesa de Administração surge no chamado “chão de fábrica”, que corresponde aos setores operacionais da manufatura, para que fosse difundida a filosofia de que qualquer desperdício deveria ser evitado, como forma de promover a mudança de hábitos e o melhoramento contínuo, ao que se denominou kaizen (kai = mudança; zen = para melhor). Este melhoramento contínuo proposto pelo kaizen, enquanto essência da Administração Japonesa, é um processo voltado ao Controle de Qualidade Total e aos resultados que podem ser obtidos, sendo a jornada até o resultado de sucesso o objetivo principal das organizações. Para que o resultado de sucesso seja alcançado, todos os colaboradores devem ter a mesma missão: trabalhar e viver da forma mais equilibrada possível, aumentando a produtividade e melhorando a qualidade. A busca pela melhoria contínua manteve-se como base da Escola Japonesa de Administração, além de ser um modelo de gestão fortemente embasado na participação direta dos funcionários. A tarefa executada pelos mesmos sempre envolve produtividade e experiência. 2.3 Características do Just in Time A metodologia Just in Time foi criada na Escola Japonesa de Administração, como forma de controlar os processos organizacionais, inclusive o de produção, a partir do momento em que se deixa de fazer um estoque de suprimentos em função da compra imediata, de acordo com a demanda da organização. Isto também pode ser direcionado à gestão, conforme se intensificam os esforços em função do controle de realizações empresariais, por meio do registro de cada ação necessária, bem como o prazo em que a mesma será cumprida (se será a curto, médio ou longo prazo), sem que quaisquer outras questões venham a interferir no que é estritamente necessário ao que foi planejado. O uso de ferramentas complementares, como o kanban, pode ser muito relevante para o Just in Time. O kanban é organizado por meio de fichas em que são registradas as atividades fundamentais ao cotidiano empresarial. Tais elementos são relevantes a todos os envolvidos, portanto, a fim de que sejam atingidas as devidas metas organizacionais, a partir da interpretação das ações necessárias. Para que se atinja o sucesso organizacional, devem estar as relações de poder pautadas não por ameaças aos colaboradores, mas sim a um patamar mais digno e respeitoso, principalmente com relação aos cargos de níveis mais baixos da pirâmide hierárquica. O poder da organização tende a desenvolver uma cultura voltada para o inter-relacionamento e para a aplicação de opiniões diversas em suas realizações. Em relação ao pensamento das organizações consideradas inovadoras que, com princípios diferenciados, tendem a se destacar no mercado, diante das que ainda assumem uma atitude conservadora, podem ser considerados três níveis de abordagem: institucional, intermediário e operacional. O primeiro nível aborda a organização como um todo, o segundo aborda cada setor de forma detalhada e o terceiro, cada operação em separado. Uma organização é apenas considerada conservadora diante de sua cultura, quando a mesma apresenta padrões rígidos, sem qualquer consideração a crenças e valores individuais. Também é um indicador o modo pelo qual o colaborador se comporta diante do cotidiano, sempre preocupado não em realizar o trabalho necessário a sua maneira, mas sim em se portar da forma como a organização realmente julga correta. Normalmente, as organizações geridas por uma política familiar tendem a ser conservadoras, pois a cultura que permeia esse âmbito organizacional é aquela colocada por essa política, enquanto padrão para todos os que nele atuam. Contudo, tal visão do relacionamento interpessoal não considera as individualidades, os hábitos, as crenças e os valores que os colaboradores trazem para a organização como bagagem sociocultural. As organizações inovadoras tendem a buscar a manutenção do clima organizacional – nível de equilíbrio das relações interpessoais – respeitando o indivíduo nas questões pertinentes ao que ele vivencia fora deste contexto. Seus valores e crenças são considerados e respeitados, inseridos no contexto que o colaborador vivencia junto à organização. Quais os aspectos do Just in Time que o gestor deve priorizar em meio ao contexto organizacional? A liberdade de concepções, portanto, é o que diferencia uma organização inovadora da conservadora, apresentando em sua cultura concepções e ações próprias, com base nos princípios trazidos pelos próprios colaboradores. A tendência das organizações que desejam o reconhecimento social é a valorização destes elementos, para que a manutenção da relação interpessoal ocorra de forma positiva,seja entre colaboradores de um mesmo setor ou ainda entre superiores e subordinados. No processo decisorial, o gestor pode centralizar todas as decisões na organização ou pode descentralizar as decisões de maneira conjunta com as pessoas envolvidas, optando por uma administração direta, rígida e fechada ou ainda uma genérica, aberta, democrática e orientadora. Quanto aos sistemas de comunicação, pode adotar um sistema descendente de fluxos de comandos ou um sistema de informação para acesso a todos os colaboradores, de forma flexível e simultânea. A gestão pode se apoiar no método Just in Time, para garantir o sucesso da organização. Isto porque não apenas os recursos empregados na produção podem ser utilizados de forma controlada e de acordo com a demanda empresarial, mas também as ações e atitudes podem ser dosadas, sendo realizadas aos poucos, a fim de que as decisões se tornem processos organizacionais, de forma gradativa e eficaz. Síntese A metodologia Just in Time foi criada na Escola Japonesa de Administração, como forma de controlar os processos organizacionais, inclusive o de produção, a partir do momento em que se deixa de fazer um estoque de suprimentos em função da compra imediata, de acordo com a demanda da organização. Isto também pode ser direcionado à gestão, conforme se intensificam os esforços em função do controle de realizações empresariais, por meio do registro de cada ação necessária, bem como o prazo em que a mesma será cumprida (se será a curto, médio ou longo prazo), sem que quaisquer outras questões venham a interferir no que é estritamente necessário ao que foi planejado. O uso de ferramentas complementares, como o kanban, pode ser muito relevante para o Just in Time. O kanban é organizado por meio de fichas em que são registradas as atividades fundamentais ao cotidiano empresarial. Tais elementos são relevantes a todos os envolvidos, portanto, a fim de que sejam atingidas as devidas metas organizacionais, a partir da interpretação das ações necessárias. Considerações Finais Finalizando o módulo 2, esperamos que você tenha compreendido a análise do contexto das organizações, os elementos da Escola Japonesa de Administração, bem como as características do Just in Time. Just in Time nas Organizações Carlos Eduardo Damian Leite Disciplina: Técnicas de Liderança e Just in Time / Módulo 3 – Just in Time nas Organizações – Faculdade Campos Elíseos (FCE) – São Paulo – 2017. Guia de Estudos – Módulo 3 – Just in Time nas Organizações. 1. Just in Time 2. Gestão 3. Organização. Orgs.: Cláudia Regina Esteves Faculdade Campos Elíseos Conversa Inicial No terceiro módulo da disciplina “Técnicas de Liderança e Just in Time”, discutiremos a missão e visão organizacional, o Just in Time no cotidiano organizacional, bem como os aprimoramentos nas organizações. Agora, com a descrição de toda a trajetória, podemos iniciar a nossa jornada de estudos. Ótimo aprendizado! 3.1 Missão e Visão Organizacional Pode-se afirmar que a empresa desenvolve concepções para que as ações adotadas por seus colaboradores sejam totalmente de acordo com as necessidades de seus consumidores e com as exigências de mercado. Assim, são desenvolvidas a missão, a visão e os valores da organização, a fim de que tais elementos integrem o planejamento estratégico da mesma. O planejamento estratégico consiste em um conjunto de procedimentos voltados à antecipação, por parte da empresa, de momentos positivos, como o lançamento de um produto, ou negativos, como uma crise financeira. Para que saiba quais ações empresariais devem ser tomadas, é importante que se efetive um planejamento relativo a tais preocupações. A missão pode ser analisada como um compromisso firmado pela empresa para com a sociedade, a fim de que sua rotina administrativa, bem como a conduta de seus colaboradores, sejam pautadas por esta definição inicial. Já a visão consiste em uma ação, ou um conjunto de ações, que projetam a empresa para outro patamar, relacionado a seu futuro, envolvendo o crescimento da mesma, ou ainda sua atuação junto a novos mercados e públicos, por meio de novos produtos ou com a inovação constante dos mesmos. Qual a importância da missão e da visão para as organizações contemporâneas? Quanto à estipulação de valores, a empresa deve criá-los para que venham a orientar as atividades e as operações da organização, independentemente de seu porte. A importância do estabelecimento de valores reside em um complemento do planejamento estratégico, no que se refere à orientação de seus colaboradores, com base na reação rápida que toda empresa deve ter em momentos inesperados, gerando diversos benefícios, dentre os quais: ✓ Criação de diferencial competitivo diante do mercado; ✓ Direcionamento do processo decisório da organização; ✓ Orientação do comportamento da organização; ✓ Direcionamento do processo de formulação estratégica; ✓ Orientação do recrutamento e seleção de pessoas; ✓ Fundamentação do resultado e da avaliação da organização. A fim de que uma empresa venha a estabelecer sua Declaração de Valores, contendo uma mescla das crenças de seus colaboradores e os valores que a mesma defende, algumas perguntas podem ser elaboradas, tais como: O que a organização defende? Como a organização é vista pela sociedade em que atua? Qual o entendimento da organização sobre comportamento ético? Como incentivamos e valorizamos os funcionários? Tais questionamentos apresentam não apenas maneiras de se definir os valores organizacionais, como apresentam as principais características do perfil da empresa. Isto permite que a mesma possa reconhecer as premissas que conduziram sua criação e desenvolvimento no contexto socioeconômico, como também venha a associar tais crenças às dos colaboradores, para que seja estabelecida uma associação de princípios entre os mesmos. A criação é acompanhada pelo aprimoramento de forma complementar, com base na criatividade individual e nos estímulos fornecidos pela organização, a fim de que se possa planejar, criar e inovar com todo e qualquer elemento presente na sociedade contemporânea. Ambas as ações, de criar e de aprimorar, fazem parte de uma cultura voltada ao empreendedorismo e inovação. Empreendedorismo diz respeito à visualização de oportunidades por um ou mais indivíduos, em diversos cenários, por mais inoportunos e arriscados que sejam. Afinal, um empreendedor sempre consegue perceber possibilidades e enfrentar riscos, em quaisquer circunstâncias. A inovação, por sua vez, se refere a questões mais dinâmicas, que envolve não apenas a observação de necessidades já satisfeitas no mercado, como também àquelas que ainda não foram trabalhadas, gerando-se também possibilidades em torno do estímulo do desejo do consumidor, com algo nunca antes fabricado – ou mesmo pensado. Síntese Pode-se afirmar que a empresa desenvolve concepções para que as ações adotadas por seus colaboradores sejam totalmente de acordo com as necessidades de seus consumidores e com as exigências de mercado. Assim, são desenvolvidas a missão, a visão e os valores da organização, a fim de que tais elementos integrem o planejamento estratégico da mesma. A missão pode ser analisada como um compromisso firmado pela empresa para com a sociedade, a fim de que sua rotina administrativa, bem como a conduta de seus colaboradores, sejam pautadas por esta definição inicial. Já a visão consiste em uma ação, ou um conjunto de ações, que projetam a empresa para outro patamar, relacionadoa seu futuro, envolvendo o crescimento da mesma, ou ainda sua atuação junto a novos mercados e públicos, por meio de novos produtos ou com a inovação constante dos mesmos. A fim de que uma empresa venha a estabelecer sua Declaração de Valores, contendo uma mescla das crenças de seus colaboradores e os valores que a mesma defende, algumas perguntas podem ser elaboradas, tais como: O que a organização defende? Como a organização é vista pela sociedade em que atua? Qual o entendimento da organização sobre comportamento ético? Como incentivamos e valorizamos os funcionários? Tais questionamentos apresentam não apenas maneiras de se definir os valores organizacionais, como apresentam as principais características do perfil da empresa. 3.2 Just in Time no Cotidiano Organizacional Ao se pensar em atitudes inovadoras, verifica-se que diversas técnicas podem ser empregadas em função da exploração de possibilidades variadas, em torno de realizações bem-sucedidas, tanto no aspecto comercial/vendas como no econômico e sociocultural. Nesse sentido, há também vários tipos de estímulos que podem ser fornecidos pela organização, em ordem de incentivá-los à criação, como forma de contribuir com o sucesso organizacional, ou ainda em função da análise de mercado, em busca de possíveis aprimoramentos e que, no contexto de uma cultura de inovação, podem ser efetivamente valiosos. O Just in Time pode ser utilizado na ambientação de uma empresa, junto da cultura organizacional, de maneira totalmente voltada aos preceitos inovadores, enquanto um elemento que pode ser primordial para que os colaboradores se sintam estimulados a direcionar suas atuações em relação à criação e à iniciativa empreendedora, com base em recursos simples, mas com efeitos significativos. O Just in Time pode ser considerado um método que conduz à inovação? Quando se fala em ambientação, trata-se da estrutura física oferecida para os colaboradores, em prol de estímulos para que exercem suas funções da melhor maneira. Para que os colaboradores sejam estimulados à criatividade e inovação, cabe oferecer-lhes um ambiente que propicie a troca de ideias e o devido conforto, para que o foco seja justamente voltado àqueles dois elementos. O ser humano possui uma tendência natural ao ócio, mas não no sentido deste como sinônimo da indisposição ao trabalho, mas sim ao descanso temporário para a recuperação de energia e manutenção do vigor físico e/ou mental – sendo que o desgaste de um deles, ou de ambos, ocorre em uma jornada diária nas organizações. Assim, para que haja essa possibilidade de recuperação de energias, verifica-se a necessidade de se adotar, no ambiente organizacional, espaços que possam oferecer tal descanso esporádico, que pode ser por meio de um repouso, relaxamento ou ainda atividades lúdicas, que possam distrair ou mesmo relaxar os colaboradores. Muitas organizações que adotam explicitamente o caráter inovador também buscam seguir essa premissa, a partir da qual é criada uma ambientação favorável a locais de repouso no horário de almoço, de relaxamento em espaços adaptados ou ainda o entretenimento por meio de salões de jogos, ou até mesmo espaços para eventos e confraternizações. O Just in Time entraria nas realizações organizacionais, aliado à cultura que permeia as atitudes dos colaboradores em seu âmbito, a fim de que venha a se tornar um método de controle, por meio do qual se possa trabalhar, desenvolver e criar nos momentos mais propícios, mas que também se saiba usufruir do ócio para o devido estímulo à capacidade de inovação. De certa forma, não se atinge realmente a inovação com um produto ou serviço sem a devida formação de ideias. Isto significa que a ideia é o principal para que possa se efetivar uma iniciativa verdadeiramente inovadora e empreendedora. Riscos são corridos, mas podem ser calculados, de acordo com as possibilidades visualizadas por aquele (s) que decidem investir em um negócio. Uma organização inovadora, de certo modo, possui essa tendência a incentivar seus colaboradores a buscar um olhar diferenciado para com o mercado, para com os públicos fidelizados e em potencial (que foram conquistados e os que ainda podem ser), fazendo com que seja algo a se tornar uma cultura organizacional de inovação – já que a criatividade acaba por ser alvo desta forma de atuação. Nesse contexto, verifica-se ainda uma tendência maior à troca de ideias e experiências, pois apenas desta forma é que novas possibilidades são analisadas pelos colaboradores, com o apoio da gestão, em busca de recursos e processos que possam efetivar a inovação como ação inerente à essência da organização. Nesse sentido, o que se pode avaliar com relação ao uso do Just in Time no contexto organizacional é que o mesmo traz para o ambiente das empresas novas formas de agir e conviver, pois o método da Escola Japonesa de Administração possui como base a disciplina e o controle, sobre si mesmo e sobre as questões que devem feitas e/ou resolvidas pelo indivíduo. Síntese Ao se pensar em atitudes inovadoras, verifica-se que diversas técnicas podem ser empregadas em função da exploração de possibilidades variadas, em torno de realizações bem sucedidas, tanto no aspecto comercial/vendas como no econômico e sociocultural. O Just in Time pode ser utilizado na ambientação de uma empresa, junto da cultura organizacional, de maneira totalmente voltada aos preceitos inovadores, enquanto um elemento que pode ser primordial para que os colaboradores se sintam estimulados a direcionar suas atuações em relação à criação e à iniciativa empreendedora, com base em recursos simples, mas com efeitos significativos. O Just in Time entraria nas realizações organizacionais, aliado à cultura que permeia as atitudes dos colaboradores em seu âmbito, a fim de que venha a se tornar um método de controle, por meio do qual se possa trabalhar, desenvolver e criar nos momentos mais propícios, mas que também se saiba usufruir do ócio para o devido estímulo à capacidade de inovação. Nesse sentido, o que se pode avaliar com relação ao uso do Just in Time no contexto organizacional é que o mesmo traz para o ambiente das empresas novas formas de agir e conviver, pois o método da Escola Japonesa de Administração possui como base a disciplina e o controle, sobre si mesmo e sobre as questões que devem feitas e/ou resolvidas pelo indivíduo. 3.3 Ações Organizacionais Contemporâneas No contexto contemporâneo em que se inserem as organizações, pode- se analisar o conhecimento como os conteúdos apreendidos pelo colaborador, que serão, por sua vez, aplicados por ele em situações pertinentes ao mesmo e/ou à empresa, como a resolução de problemas, a fim de que sua atuação esteja cada vez mais voltada às contribuições que o mesmo pode oferecer à instituição em que atua. Com relação às habilidades, são desenvolvidas por orientações e/ou capacitações específicas, que vão preparar o colaborador em relação a ações necessárias para o exercício de sua(s) função(ões), de acordo com as responsabilidades do departamento no qual ele se insere. As habilidades podem ainda ser aprimoradas, inclusive pela prática profissional. Com relação às atitudes, estas podem ser estimuladas por meio das capacitações promovidas pela empresa, mas não necessariamente asseguradas pelo mesmo de que serão efetivadas pelos colaboradores. Cabe a estes que desenvolvam a capacidade de ter determinada proatividade em função de ocasiões empresariais específicas, para que se evitem, por exemplo, problemas com o consumidor ou ainda a manutenção de ações que nortearão a empresa. Verifica-se que uma empresa inovadora se preocupa com algo além das ações referentes à produção e planejamento, mas também buscar a efetivaçãoda atuação dos colaboradores em todas as realizações pertinentes ao sucesso organizacional. É claro que tais ações são fundamentais, seja pela devida divulgação da empresa, dentro e/ou fora de seu ambiente, bem como da análise de perfil desejado em função de um determinado cargo e função. Empresas inovadoras, em suas ações mais básicas, tendem a se utilizar de novas tecnologias, ao avaliar candidatos à distância, por meio de videoconferências, ou ainda por meio de simulações apresentadas na forma de exercícios, a serem resolvidos online, como também por meio de jogos eletrônicos, nos quais o objetivo principal é verificar se o candidato consegue resolver uma determinada situação, da forma mais efetiva possível. Entretanto, não basta selecionar o melhor colaborador, mas também fazer com que este esteja em sintonia com a empresa na qual se insere, tendo o acesso às informações mais importantes, como também sendo estimulado a utilizar seus conhecimentos, habilidades e atitudes, inclusive ampliando suas competências, em função de uma atuação mais criativa e inovadora, de acordo com as exigências de mercado. Qual a importância das tecnologias na atuação de uma organização contemporânea? A liberdade de concepções, portanto, é o que diferencia uma organização inovadora da conservadora, apresentando em sua cultura concepções e ações próprias, com base nos princípios trazidos pelos próprios colaboradores. A tendência das organizações que desejam o reconhecimento social é a valorização destes elementos, para que a manutenção da relação interpessoal ocorra de forma positiva, seja entre colaboradores de um mesmo setor ou ainda entre superiores e subordinados. Trabalhar com a ideia de liberdade de concepções envolve os colaboradores, que promovem a gestão empresarial, de maneira efetiva, com base nos estudos e ações que ofertam à sociedade um serviço de qualidade, priorizando-se os valores que podem ser considerados fundamentais, a fim de que esta instituição esteja sempre pronta a atender às necessidades de cada indivíduo, ainda com base na ética e na cidadania. Síntese No contexto contemporâneo em que se inserem as organizações, pode- se analisar o conhecimento como os conteúdos apreendidos pelo colaborador, que serão, por sua vez, aplicados por ele em situações pertinentes ao mesmo e/ou à empresa, como a resolução de problemas, a fim de que sua atuação esteja cada vez mais voltada às contribuições que o mesmo pode oferecer à instituição em que atua. Com relação às habilidades, são desenvolvidas por orientações e/ou capacitações específicas, que vão preparar o colaborador em relação a ações necessárias para o exercício de sua(s) função(ões), de acordo com as responsabilidades do departamento no qual ele se insere. As habilidades podem ainda ser aprimoradas, inclusive pela prática profissional. Com relação às atitudes, estas podem ser estimuladas por meio das capacitações promovidas pela empresa, mas não necessariamente asseguradas pelo mesmo de que serão efetivadas pelos colaboradores. A liberdade de concepções, portanto, é o que diferencia uma organização inovadora da conservadora, apresentando em sua cultura concepções e ações próprias, com base nos princípios trazidos pelos próprios colaboradores. A tendência das organizações que desejam o reconhecimento social é a valorização destes elementos, para que a manutenção da relação interpessoal ocorra de forma positiva. Considerações Finais Finalizando o módulo 3, esperamos que você tenha compreendido a missão e visão organizacional, o Just in Time no cotidiano organizacional, bem como os aprimoramentos nas organizações. Conceito e Aplicabilidade da Liderança Carlos Eduardo Damian Leite Disciplina: Técnicas de Liderança e Just in Time / Módulo 4 – Conceito e Aplicabilidade da Liderança – Faculdade Campos Elíseos (FCE) – São Paulo – 2017. Guia de Estudos – Módulo 4 – Conceito e Aplicabilidade da Liderança. 1. Conceito 2. Aplicabilidade 3. Liderança. Orgs.: Cláudia Regina Esteves Faculdade Campos Elíseos Conversa Inicial No quarto módulo da disciplina “Técnicas de Liderança e Just in Time”, discutiremos o conceito de liderança, as ações de liderança, bem como a relação entre liderança e motivação. Agora, com a descrição de toda a trajetória, podemos iniciar a nossa jornada de estudos. Ótimo aprendizado! 4.1 Conceito de Liderança Pode-se afirmar que o gestor, no papel de líder, deve estimular o desenvolvimento de competências, considerando que cada indivíduo possui um conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes, que podem ser direcionadas para suas funções dentro da organização, com o devido apoio e compreensão do gestor. Pode-se compreender a atuação do gestor, portanto, como aquele que será o regente em meio às competências apresentadas pelos colaboradores, em função das realizações da organização, de modo que estes indivíduos possam, dentro das mais diversas posições hierárquicas, interagir entre si, a fim de que venham a contribuir para com uma efetiva atuação em equipe. Da mesma forma que a sociedade atua como um sistema orgânico, no qual todos possuem funções específicas, dentro dos mais diversos segmentos, a organização também pode assumir tal característica sistêmica, a fim de que todos possam seguir a regência do gestor com relação às realizações que lhes são cabíveis. Cabe-se ainda analisar a melhor forma para que o gestor possa ser um verdadeiro regente em meio à organização, compreendendo as capacidades e diferenças de cada colaborador, buscando uma atuação empreendedora e efetiva de todos os envolvidos. Ao analisar-se a função do gestor em uma organização, verifica-se que o mesmo deve acompanhar as realizações de todos os públicos envolvidos, desde os consumidores aos acionistas e colaboradores, em todos os níveis hierárquicos. Nesse sentido, a ideia é que ele possa trabalhar com uma análise criteriosa das características de cada um, bem como incentivar a forma com que possam aprimorar as ações organizacionais. Quais as características fundamentais que um líder organizacional deve apresentar? Assim, é fundamental que o gestor se disponha a atuar com foco nas premissas da liderança, para que possa assumir verdadeiramente a regência de seus colaboradores, bem como das competências e individualidades que cada um apresenta. Pode-se considerar, enquanto características da liderança, a motivação constante da equipe; a postura otimista diante dos obstáculos enfrentados pela organização; a transmissão igualitária, clara e objetiva das informações; a realização de críticas construtivas, individuais e em grupo; a realização de elogios feitos individual ou coletivamente, além do reconhecimento de conquistas da organização como mérito de todos os colaboradores. Ser líder é vital para que a equipe seja devidamente direcionada com relação ao uso das competências com total disposição, pois somente deste modo a equipe pode alcançar os melhores resultados, em prol do progresso do departamento em que as mesmas se encontram, bem como para a organização como um todo. Também pode ser analisado que a postura do líder não apenas direciona a equipe para as devidas funções da mesma, mas serve de base para que eventuais conflitos sejam sanados da melhor maneira, garantindo-se que os erros sejam analisados de modo construtivo e as ações sejam efetivadas em busca do desenvolvimento da organização. Ser líder está relacionado com a ideia de que se pode trabalhar com as diferenças (e não apesar de), a fim deque todas as realizações organizacionais possam ser desenvolvidas com base em ideias conjuntas, formadas pelo que há de melhor em cada colaborador, diante das competências apresentadas pelos mesmos, empregadas de forma efetiva, com o devido direcionamento do gestor. A função administrativa reside no exercício da liderança em todos os níveis hierárquicos, a fim de que a organização seja eficaz nos processos de comunicação e no estímulo da motivação, necessárias a toda atividade que requeira o envolvimento geral de seus colaboradores. Tais elementos são relevantes a todos os envolvidos, portanto, a fim de que sejam atingidas as devidas metas organizacionais, a partir da interpretação das ações necessárias. Para que se atinja o sucesso organizacional, devem estar as relações de poder pautadas não por ameaças aos colaboradores, mas sim a um patamar mais digno e respeitoso, principalmente com relação aos cargos de níveis mais baixos da pirâmide hierárquica. O poder da organização tende a desenvolver uma cultura voltada para o inter-relacionamento e para a aplicação de opiniões diversas em suas realizações. Síntese O gestor, no papel de líder, deve estimular o desenvolvimento de competências, considerando que cada indivíduo possui um conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes, que podem ser direcionadas para suas funções dentro da organização, com o devido apoio e compreensão do gestor. Pode-se compreender a atuação do gestor, portanto, como aquele que será o regente em meio às competências apresentadas pelos colaboradores, em função das realizações da organização, de modo que estes indivíduos possam, dentro das mais diversas posições hierárquicas, interagir entre si, a fim de que venham a contribuir para com uma efetiva atuação em equipe. Pode-se considerar, enquanto características da liderança, a motivação constante da equipe; a postura otimista diante dos obstáculos enfrentados pela organização; a transmissão igualitária, clara e objetiva das informações; a realização de críticas construtivas, individuais e em grupo; a realização de elogios feitos individual ou coletivamente, além do reconhecimento de conquistas da organização como mérito de todos os colaboradores. Ser líder é vital para que a equipe seja devidamente direcionada com relação ao uso das competências com total disposição, pois somente deste modo a equipe pode alcançar os melhores resultados, em prol do progresso do departamento em que as mesmas se encontram, bem como para a organização como um todo. 2.2 Ações de Liderança A busca das organizações contemporâneas em torno de uma atuação de seus colaboradores, pautada no compromisso, na inovação e na proatividade, faz com que se pense em relação às competências que os mesmos podem desenvolver, tanto em relação às técnicas (referentes a conhecimentos e habilidades) quanto às comportamentais (referentes a atitudes e emoções do colaborador). Nesse sentido, para que os colaboradores sejam efetivamente estimulados a desenvolver suas competências de forma plena, os gestores, na postura efetiva de líderes organizacionais, tendem a adotar metodologias que possibilitem tais procedimentos, como também a obtenção de resultados válidos. Um exemplo de metodologia empresarial em função da liderança e estímulo é o Coaching. O Coaching nada mais é do que um processo no qual o indivíduo é estimulado a perseguir novos procedimentos e atitudes diferenciadas em função de sua atuação organizacional. Dentre as principais funções de Coaching, destaca-se as que dizem respeito a conectar projetos organizacionais de curto e longo prazo, a trabalhar a totalidade do indivíduo e da organização, com base em valores essenciais, promovendo os atributos imprescindíveis à empregabilidade. Pode-se verificar a comunicação como um elemento fundamental da gestão de pessoas, em relação a um processo que envolve emissor e receptor com foco a uma mesma mensagem. O conceito de feedback, consiste na técnica de realizar retornos de modo sistêmico, onde os gestores podem cooperar para que seus funcionários tenham conhecimento de seu empenho, sendo assim considerada uma ferramenta eficaz. Em muitas situações os administradores não constituem bons emissores e assim todo processo dentro da organização acaba não sendo efetivo, uma vez que a comunicação deve ocorrer de forma igualitária e nem sempre o receptor está preparado para processar as informações advindas dos emissores, para que assim ocorra o diálogo de maneira efetiva. Como as organizações podem realizar o estímulo efetivo de seus colaboradores? No Coaching Executivo, o feedback é obtido como consequência do plano de ação. Já no Coaching Ontológico, o feedback é dado em momento específico para o mesmo, durante sua aplicação. É importante que não haja qualquer omissão diante da obtenção do feedback, pois é ele que mostra, dentre os resultados alcançados, se os mesmos foram efetivos e, caso contrário, quais erros foram cometidos – proporcionando a devida análise para que os mesmos, em um outro momento, sejam corrigidos. Com relação ao Coaching de Carreira, pode-se afirmar que o feedback é alcançado, neste processo de Coaching, da mesma maneira que no Executivo, isto é, ao final do processo são analisados os procedimentos adotados, os resultados obtidos e os erros cometidos, bem como formas de aprimoramento, a fim de que os mesmos não sejam cometidos novamente, ou ainda, sejam corrigidos, como forma de tornar a aplicação do Coaching totalmente eficaz. Por fim, com relação ao Coaching com PNL (Programação Neurológico) depende de todo o processo utilizado. Este processo de Coaching se utiliza de todo um conjunto de procedimentos e técnicas, em relação à análise de perfil e linguagem do “coachee”, a exemplo do espelhamento – técnica em que postura, gestos e tom de voz são copiados, a fim de que ele se sinta seguro, a ponto de se apresentar integralmente. São estes elementos que conduzem, consequentemente, a um feedback pleno e positivo. No processo de Coaching, vários elementos são fundamentais para que o coach possa desenvolver seu trabalho da devida maneira. Neste sentido, uma das técnicas mais empregadas para dar início, principalmente, ao Coaching com PNL, é a denominada “Roda da Vida”. Trata-se de um procedimento que divide a vida de um colaborador em áreas, sendo que a satisfação para com cada uma é apontada pelo próprio “coachee”, por meio de quantidades expressas por meio de porcentagens. A “Roda da Vida” pode ser dividida, na aplicação do Coaching com PNL, em oito áreas distintas: finanças, saúde, carreira, meio ambiente físico, romance, relacionamento, diversão/recreação e autodesenvolvimento. Por meio desta técnica, o “coach” desenvolve seu trabalho com base nas expectativas do “coachee”, como forma de analisar minuciosamente os aspectos que o integram enquanto pessoa e profissional. Ao proporcionar a análise detalhada da vida do coachee, esta técnica potencializa os efeitos do Coaching, inclusive oferecendo a possibilidade de serem considerados os elementos que lhe trazem satisfação – e podem reforçar as características motivacionais – e aqueles com que o indivíduo não se contenta – e que podem ser aprimorados. Síntese Para que os colaboradores sejam efetivamente estimulados a desenvolver suas competências de forma plena, os gestores, na postura efetiva de líderes organizacionais, tendem a adotar metodologias que possibilitem tais procedimentos, como também a obtenção de resultados válidos. Um exemplo de metodologia empresarial em função da liderança e estímulo é o Coaching. O Coaching nada mais é do que um processo no qual o indivíduo é estimulado a perseguir novos procedimentos e atitudes diferenciadas em função de sua atuação organizacional. Dentre as principaisfunções de Coaching, destaca-se as que dizem respeito a conectar projetos organizacionais de curto e longo prazo, a trabalhar a totalidade do indivíduo e da organização, com base em valores essenciais, promovendo os atributos imprescindíveis à empregabilidade. Neste sentido, pode- se verificar a comunicação como um elemento fundamental da gestão de pessoas, em relação a um processo que envolve emissor e receptor com foco a uma mesma mensagem. O conceito de feedback, consiste na técnica de realizar retornos de modo sistêmico, onde os gestores podem cooperar para que seus funcionários tenham conhecimento de se empenho, sendo assim considerada uma ferramenta eficaz. 4.3 Liderança e Motivação Um dos pontos para que as relações dentro do âmbito organizacional sejam bem sucedidas é, certamente, o uso adequado da comunicação. As capacidades do colaborador devem consistir na compreensão e na transmissão efetiva de ideias. Com a Revolução Industrial surgiu de necessidade de se pensar na comunicação organizacional. Contudo, apenas na década de 1960 o assunto passou a ser alvo de estudos acadêmicos. Nesse momento, a comunicação organizacional adotou este nome como oficial e passou a contribuir para a dinâmica das relações organizacionais. Os Estados Unidos foram pioneiros no desenvolvimento de concepções e práticas da comunicação organizacional, tendo em vista as ações realizadas em prol da comunicação para as massas. A evolução das mídias, principalmente do rádio e da televisão, propiciaram novas formas de convivência e comunicação entre os indivíduos. A concepção de comunicação organizacional tende a se tornar mais complexa, conforme as formas de divulgação de informações também criam novos atrativos e novas possibilidades de atrair e convencer espectadores. A forma como se trabalha com os ruídos pode prejudicar diretamente o desenvolvimento da comunicação organizacional. As fontes têm dificuldades em dominar os temas, sem que o mesmo seja aprofundado ou que não seja compreendido em sua profundidade, sem que as ideias do mesmo sejam devidamente propagadas, uma vez que ocorre tal dificuldade na expressão de ideias. Dentre as teorias dos processos comunicacionais, existem os funcionalistas Merton e Lazarsfeld, que desenvolveram o método Two Steps Flow (“Fluxo de Duas Etapas”). Tal teoria destaca o fato de que uma mesma informação não mantém o mesmo fluxo, mas que segue duas etapas na qual os gestores elaboram e disseminam a informação entre si, na íntegra, para que então, em um segundo momento, a mesma informação seja transmitida de um modo alterado, para um grupo maior de pessoas – no caso, os funcionários. É possível pensar na motivação dos colaboradores sem que se efetive o processo de comunicação nas organizações? Existem outras redes de comunicação informal que operam no âmbito organizacional, que acabam, por sua vez, gerando informações que adquirem significados próprios, já que as mesmas não vêm dos cargos superiores de maneira adequada, com os devidos esclarecimentos para com um determinado fato para os demais indivíduos. Pode-se também analisar as concepções com relação ao gatekeeper, em função de um indivíduo, ou um grupo, que recebe as informações da cúpula organizacional, para que então venham a repassá-la com modificações, de acordo com interesses subjetivos, gerando reações de acordo com o interesse daqueles que manipulam os conteúdos. Nesse sentido é que surgem os boatos dentro de uma organização. Dentro das organizações, destacam-se duas inteligências que são fundamentais para o convívio em bom andamento de tal âmbito, sendo elas a Inteligência Intrapessoal e a Interpessoal. Tais inteligências consistem nas habilidades e competências necessárias para o convívio social e também para que o desenvolvimento de projetos e objetivos dentro dos meios organizacionais. Em relação à inteligência intrapessoal podemos salientar que o indivíduo deve estar primeiramente em harmonia com seu interior, tendo sentidos em suas habilidades e competências tendo certeza de suas aptidões profissionais e que nesse sentido se agrade de sua função para que possa exercê-la com maestria, sendo a inteligência interpessoal por sua vez pautada na relação com outro, na habilidade de interagir com os demais indivíduos em âmbito organizacional, em muitos momentos cooperando na resolução de conflitos. Síntese Um dos pontos para que as relações dentro do âmbito organizacional sejam bem-sucedidas é, certamente, o uso adequado da comunicação. As capacidades do colaborador devem consistir na compreensão e na transmissão efetiva de ideias. Com a Revolução Industrial surgiu de necessidade de se pensar na comunicação organizacional. Contudo, apenas na década de 1960 o assunto passou a ser alvo de estudos acadêmicos. Nesse momento, a comunicação organizacional adotou este nome como oficial e passou a contribuir para a dinâmica das relações organizacionais. Os Estados Unidos foram pioneiros no desenvolvimento de concepções e práticas da comunicação organizacional, tendo em vista as ações realizadas em prol da comunicação para as massas. Existem outras redes de comunicação informal que operam no âmbito organizacional, que acabam, por sua vez, gerando informações que adquirem significados próprios, já que as mesmas não vêm dos cargos superiores de maneira adequada, com os devidos esclarecimentos para com um determinado fato para os demais indivíduos. Considerações Finais Finalizando o módulo 4, esperamos que você tenha compreendido o conceito de liderança, as ações de liderança, bem como a relação entre liderança e motivação. Referências Bibliográficas Módulo 1 CATTANI, A. (Org.). Dicionário Crítico sobre Trabalho e Tecnologia. 4. ed. rev. e ampl. Porto Alegre: Ed. da UFRGS, 2002. CHIAVENATO, I. Administração: teoria, processo e prática. São Paulo: Makron Books, 1994. FLEURY, M. T. L.; FISCHER, R. M. Cultura e Poder nas Organizações. Rio de Janeiro: Atlas, 2004. FREITAS, M. E. de. Cultura Organizacional: grandes temas em debate. Rev. de Adm. de Empresas. São Paulo, v. 31, n. 2, p. 63-8, jul-set 2001. HARVEY, D. Condição Pós-Moderna. 12. ed. São Paulo: Loyola, 2003. TAVARES, M. das. G. de P. Cultura Organizacional: uma abordagem antropológica da mudança. São Paulo: Qualitymark, 2010. WOOD JR., T. Mudança Organizacional: uma abordagem preliminar. Rev. de Adm. de Empresas. São Paulo, v. 32, n. 3, p. 74-9, jul-set 2002. Módulo 2 CATTANI, A. (Org.). Dicionário Crítico sobre Trabalho e Tecnologia. 4. ed. rev. e ampl. Porto Alegre: Ed. da UFRGS, 2002. CHIAVENATO, I. Administração: teoria, processo e prática. São Paulo: Makron Books, 1994. FLEURY, M. T. L.; FISCHER, R. M. Cultura e Poder nas Organizações. Rio de Janeiro: Atlas, 2004. FREITAS, M. E. de. Cultura Organizacional: grandes temas em debate. Rev. de Adm. de Empresas. São Paulo, v. 31, n. 2, p. 63-8, jul-set 2001. TAVARES, M. das. G. de P. Cultura Organizacional: uma abordagem antropológica da mudança. São Paulo: Qualitymark, 2010. WOOD JR., T. Mudança Organizacional: uma abordagem preliminar. Rev. de Adm. de Empresas. São Paulo, v. 32, n. 3, p. 74-9, jul-set 2002. Módulo 3 CATTANI, A. (Org.). Dicionário Crítico sobre Trabalho e Tecnologia. 4. ed. rev. e ampl. Porto Alegre: Ed. da UFRGS, 2002. CHIAVENATO, I. Administração: teoria, processo e prática. São Paulo: Makron Books, 1994. FLEURY, M. T. L.; FISCHER, R. M. Cultura e Poder nas Organizações. Rio de Janeiro: Atlas, 2004. FREITAS, M. E. de. Cultura Organizacional: grandes temas em debate. Rev. de Adm. de Empresas. São Paulo, v. 31, n. 2, p. 63-8, jul-set 2001. HARVEY, D. Condição Pós-Moderna. 12. ed. São Paulo: Loyola, 2003.
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