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Doenças infecciosas e parasitárias em cirurgia ambulatorial

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CLINICA INTEGRADA I/ ISABELLA AFONSO
as doenças infecciosas e parasitárias de interesse em cirurgia ambulatorial
🦠Podemos classificá-las em:
1. Doenças produzidas por vírus Molusco
contagioso; Herpes-zóster; Verrugas
2.Doenças produzidas por bactérias Sífilis;
Linfogranuloma venéreo; Tuberculose
cutânea; Doença da arranhadura do gato
3.Doenças produzidas por fungos
Paracoccidioidomicose; Esporotricose;
Criptococose
4. Doenças produzidas por protozoários
Leishmaniose cutâneo-mucosa
5.Doenças produzidas por helmintos
Cisticercose cutânea; Larva migrans
cutânea
6. Doenças produzidas por artrópodes
Tungíase; Pediculose;
7.. Escabiose; Miíase
8 Manifestações cutâneas na AIDS
Molusco Contagioso
🦠É uma doença viral benigna e
autolimitada que acomete principalmente
a faixa etária pediátrica.
🦠pápulas pequenas, da cor da pele ou
esbranquiçadas, com umbilicação
central. 🦠Os imunodeprimidos
apresentam risco elevado de lesões
maiores e de doença disseminada e
persistente.
🦠a biópsia pode confirmar o
diagnóstico-> O exame histopatológico
revela os corpos de inclusão
citoplasmática eosinofílica nos
queratinócitos.
🦠A infecção é geralmente autolimitada
em indivíduos imunocompetentes, e não
tratá-la é uma opção terapêutica
adequada. Quando localizado na região
genital, deve ser tratado, devido ao
potencial de transmissão sexual.
🦠podemos fazer uso de crioterapia,
curetagem, cantaridina ou podofilotoxina
(>12 anos).
🦠Acomete as áreas expostas da
epiderme de crianças, predominando o
tronco, a face e a região genital.
🦠O período de incubação é variável,
de 2 a 7 semanas, podendo
estender-se por até 6 meses.
🦠Apresentam-se como pápulas
arredondadas, da cor da pele, de 2 mm
a 4 mm, com umbilicação central.
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TRATAMENTO: Não existe tratamento
sistêmico específico.
🦠Curetagem das lesões com pequena
cureta afiada OU Punção das lesões com
pequena lâmina ou agulha e espremedura.
🦠Crioterapia com nitrogênio líquido,
isoladamente ou precedendo a curetagem.
🦠Cauterização com eletrocautério ou
diatermia.
🦠Aplicação de laser de CO2
🦠Cauterização química com fenol puro
liquefeito, nitrato de prata, ácido
tricloroacético a 10%.
🦠Imiquimod a 5%: Tem sido utilizado
com boa resposta clínica em pacientes
com doença disseminada e em pacientes
HIV-positivos.
🦠 Radiocirurgia.
Herpes-zóster
🦠causado por um vírus-> varicela-zóster,
responsável pela doença varicela.
🦠Acredita-se ser uma recorrência da
varicela, tendo o vírus permanece latente
no organismo e recidivado por causas
ainda não bem determinadas.
🦠Os sinais premonitórios incluem dor em
queimação e hiperestesia, geralmente
correspondentes às áreas de distribuição
de nervos espinais ou cranianos
(dermátomos), principalmente os torácicos
e os lombares.
🦠Surgem, 48h a 72h após, lesões
eritematosas maculopapulares, que se
transformam rapidamente em vesículas de
forma e tamanho variados, geralmente
isoladas, mas que podem coalescer
🦠Muito importante é a unilateralidade das
lesões que nunca ultrapassam a linha
média.
🦠A cura das lesões e o desaparecimento
espontâneo da dor ocorrem após 10 a 15
dias, mesmo após a resolução das lesões,
pode persistir a sensação de dor, conhecida
como nevralgia pós- herpética.
Tratamento : é sintomático e visa a
combater a dor.
🦠O uso de retroviral diminui o número de
novas lesões, reduz o tempo de formação
destas, acelera a cura, alivia a dor local e a
neurite aguda.
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🦠Aciclovir dose oral é de 800 mg, 5 vezes
ao dia, por 7 a 10 dias. (06h – 10h – 14h
– 18h – 22h)
🦠Em crianças de 2 a 16 anos, a dose oral
é de 20 mg/kg, 4 vezes ao dia (máximo de
800 mg por vez), durante 5 dias.
🦠Valaciclovir VO na dose de 1 g, 3 vezes
ao dia, por 7 a 10 dias.
🦠Fanciclovir dose oral 500mg 8/8h por 7
dias.
VERRUGAS
🦠São lesões causadas pelo papilomavírus
humano (HPV).
🦠A transmissão pode ocorrer diretamente
por meio de contato pele com pele, ou,
indiretamente, mediante contato com
partículas infectadas (fômites) e
autoinoculação.
🦠Verrugas comuns (vulgares). – Verrugas
filiformes. – Excrescências córneas
cutâneas.
🦠Verrugas plantares.
🦠Verrugas planas (juvenis).
🦠Verrugas anogenitais (condiloma
acuminado).
🦠Apresentam-se como pápulas
hiperqueratósicas, vegetantes, pequenas, em
geral com milímetros de diâmetro, de
consistência firme e coloração amarelada ou
pardacenta. Os limites são geralmente
precisos, a superfície é rasa e áspera.
Tratamento
🦠Medicamentos de uso sistêmico
-A cimetidina, agonista dos receptores H2,
tem sido utilizada no tratamento das
verrugas recidivantes.
-Dose recomendada é de 30 a 50
mg/kg/dia, dividida em 4 tomadas, por um
período de 3 meses.
🦠Medicamentos de uso tópico
-Os principais são os cáusticos, ácidos e
queratolíticos.
-Solução saturada de ácido
monocloroacético a 80% ou os ácidos
dicloroacético ou tricloroacético (30% a
90%) aplicados a cada 2 a 3 semanas
durante até 16 semanas,
-Solução de ácido salicílico + ácido láctico
+ coloide elástico (1:1:4), aplicada a cada
24 h (de preferência à noite) durante até
12 semanas.
🦠Tratamento cirúrgico, Curetagem e
cauterização / Radiocirurgia
🦠Exérese cirúrgica / EletrocauterizaçãO
🦠Criocirurgia / Cirurgia com laser de CO
LEISHMANIOSE CUTÂNEA
🦠Doença infecciosa crônica produzida pela
Leishmania braziliensis, que acomete
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usualmente a pele, podendo atingir
secundariamente as mucosas.
🦠Transmitida ao homem por insetos da
família Lutzomyia.
🦠No local da picada do inseto surge, de
início, pápula eritematosa pequena, única ou
múltipla.
🦠Durante a sua evolução, a lesão torna-se
papulovesiculosa,papulopustulosa,úlcero
crostosa.
🦠Nesta última, a retirada da crosta
mostra pequena ulceração, com bordas
salientes e fundo recoberto por exsudato
seroso ou seropurulento.
🦠O comprometimento mucoso é
secundário, ocorrendo meses a anos após o
início da doença.
🦠Eritema e infiltração do septo nasal, com
progressão para o vestíbulo, asa do nariz,
assoalho da fossa nasal, palato mole,
pilares, úvula, faringe, laringe e, mais
raramente, traqueia.
A leishmaniose tegumentar americana
(LTA) pode apresentar as seguintes
formas clínicas:
🦠cutânea (LC): pápula eritematosa
que evolui para/ uma úlcera geralmente
indolor, que aparece no local da picada
do vetor
🦠 disseminada (LD): múltiplas lesões
papulares e de aparência acneiforme
que acometem vários segmentos
corporais, envolvendo c/ frequência a
face e o tronco.
🦠mucosa (LM): lesão secundária que
atinge principalmente a orofaringe, c/
comprometimento do septo
cartilaginoso e demais áreas associadas.
🦠clínica difusa (LCD): inicia de
maneira insidiosa, c/ lesão única e má
resposta ao tto, evoluindo de forma
lenta c/ formação de placas e múltiplas
nodulações não ulceradas recobrindo
grandes extensões cutâneas.
🦠O critério de cura da LTA é clínico e
definido pelo Ministério da Saúde como
“epitelização das lesões ulceradas, regressão
total da infiltração e eritema, até três
meses após conclusão do esquema
terapêutico.
DIAGNÓSTICO
Os métodos incluem identificação dos
amastigotas nas lesões, crescimento de
promastigotas na cultura, histopatologia
e testes imunológicos.
TRATAMENTO
🦠O medicamento de primeira escolha é
glucantime (antimoniato N -
metilglucamina-Sb+5 ), recomendada dose
de 10 mg a 20 mg/kg de peso por dia por
20 a 28 dias.
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🦠Nos casos resistentes ao glucantime,
está indicado o uso de anfotericina B, na
dose de 0,5 mg/kg a 1 mg/kg de peso
corporal por dia.
MIÍASE
🦠Define-se quando as larvas de algumas
espécies de moscas, infectam a pele
normal, a ulcerada ou as cavidades naturais
do organismo.
🦠Larvas que se instalam em tecidos
sadios ou cavidades naturais, sendo
parasitos obrigatórios. Entre elas
encontramos a larva da Cochliomyia
hominivorax,Dermatobia hominis e Oestrus
ovis. São conhecidas como berne.
🦠Larvas que se instalam em lesões
preexistentes.
🦠Alimentam-se à custa do tecido
necrosado,podendo levar à disseminação da
infecção e ao aumento da área de necrose.
🦠Entre estas, as mais comuns são: larva
de mosca doméstica, Cochliomyia
macellaria, Fannia sp., Calliphora sp.,
Sarcophaga sp. Estas são conhecidas como
bicheira.
🦠A fisiopatologia da miíase depende
da espécie da mosca: Pode ocorrer
infestação por depósito dos ovos das
moscas no corpo de insetos hematófagos,
que passam a servir de vetores para
disseminar a infestação
🦠O calor da pele induz os ovos a eclodir,
liberando larvas que invadem o tecido
subcutâneo e se alimentam dele. 🦠Em
5-10 semanas, se o ciclo não for
interrompido, as larvas saem do
hospedeiro, caem no chão e formam
moscas em 2-4 semanas. As larvas se
alimentam de tecido humano vivo ou
necrosado, a depender da espécie de
mosca.
Classificação:
🦠Primária ou furunculóide (berne):
larvas da mosca Dermatobia hominis
(mosca berneira) se alimentam de tecido
vivo. Geralmente ocorrem uma ou mais
lesões nodulares com 1 a 3 cm, que
apresentam um orifício central por onde a
larva sai para respirar. Por ele pode sair
secreção serosa. O orifício é
frequentemente doloroso e pode
assemelhar-se a um furúnculo.
🦠Secundária (bicheira): larvas da
Cochliomya hominivorax (mosca varejeira),
Callitroga macelaria ou espécies do gênero
Lucilia, as quais se alimentam de tecidos
saudáveis, ou mais raramente de tecidos
necrosados da pele ou de mucosas. Na
forma cutânea, as larvas são vistas
movimentando-se na superfície da
ulceração na pele, em meio à secreção
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purulenta. Na forma cavitária, as larvas
são encontradas em cavidades e orifícios
naturais infectados.
TIPOS
Miíase Furuncular – Pápula eritematosa
pruriginosa que inicia seu desenvolvimento
em 24h após sua penetração, aumentando
até 1 a 3 cm de diâmetro e quase 1 cm de
altura, com ponto central com fluido
serossanguinolento; essa lesão pode se
tornar purulenta e c/ crosta. É comum o
paciente perceber o movimento das larvas,
que podem se projetar através da abertura
central. As lesões podem ser dolorosas. Pode
ocorrer reação inflamatória peri-lesional com
linfangite e linfadenopatia regional
concomitante.
Miíase da Ferida– as larvas são depositadas
diretamente em uma ferida supurada ou em
tecido em decomposição. Os vermes podem
ser visíveis na superfície, dentro e/ou ao
redor da ferida, ou podem se alojar abaixo
da superfície.
Miíase Cavitária– Pode acometer os olhos,
o nariz, intestino, a boca, o ouvido, entre
outros locais. Algumas espécies de mosca
têm maior predileção por locais específicos,
como a Oestrus ovis, que causa
oftalmomiíase.
DIAGNOSTICO
Diagnóstico – Clínico. Apesar de não ser
necessário, o hemograma pode demonstrar
leucocitose e eosinofilia.
TRATAMENTO
🦠Retirada manual das larvas com a devida
assepsia, pode-se fechar o orifício com
vaselina, esparadrapo, éter, por um tempo e
pinçá-las quando vierem à superfície
respirar.
🦠Quando a lesão é muito extensa, a
remoção pode ser feita sob anestesia local.
🦠Ivermectina pode também ser utilizada
no tratamento.
REFERÊNCIAS
SAVASSI-ROCHA, Paulo R.; SANCHES,
Soraya Rodrigues de A.; SAVASSI-ROCHA,
Alexandre L. Cirurgia de Ambulatório.
[Digite o Local da Editora]: MedBook
Editora, 2013. E-book. ISBN
9786557830215. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/b
ooks/9786557830215/. Acesso em: 07 abr.
2024.

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