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OrganizadoresOrganizadores Ludmila Barbosa Bandeira Rodrigues EmerickLudmila Barbosa Bandeira Rodrigues Emerick Roberta Martins NogueiraRoberta Martins Nogueira Fabiana Aparecida da SilvaFabiana Aparecida da Silva Guia prático de METODOLOGIAS ATIVAS para oGuia prático de METODOLOGIAS ATIVAS para o ensino superiorensino superior 1ª Edição1ª Edição CuiabáCuiabá –– MT MT Fundação UNISELVAFundação UNISELVA 20222022 iiii E53g E53g Emerick, Emerick, Ludmila Ludmila Barbosa Barbosa Bandeira Bandeira Rodrigues, Rodrigues, et et al.al. Guia prático de metodologias ativas para o ensino superior /Guia prático de metodologias ativas para o ensino superior / Ludmila B. B. R. Ludmila B. B. R. Emerick, Roberta M. Nogueira, FabiaEmerick, Roberta M. Nogueira, Fabiana A. na A. da Silva.da Silva. 1ª edição. Cuiabá-MT: Fundação Uniselva, 2022.1ª edição. Cuiabá-MT: Fundação Uniselva, 2022. Livro Eletrônico. Ilustrado e colorido (MT Ciência.)Livro Eletrônico. Ilustrado e colorido (MT Ciência.) ISBN 978-65-86743-75-3ISBN 978-65-86743-75-3 1. Educação. 2. Aprendizagem. 3. Graduação. 4. Pós1. Educação. 2. Aprendizagem. 3. Graduação. 4. Pós Graduação. Graduação. I. Emerick, LI. Emerick, Ludmila B.B.R. II. udmila B.B.R. II. Nogueira, RoNogueira, Roberta M.berta M. III. Silva, Fabiana A. IV. Título.III. Silva, Fabiana A. IV. Título. CDU 378CDU 378 Copyright © Ludmila Barbosa Bandeira Rodrigues Emerick, Roberta Martins Nogueira,Copyright © Ludmila Barbosa Bandeira Rodrigues Emerick, Roberta Martins Nogueira, Fabiana Aparecida da Silva, 2022.Fabiana Aparecida da Silva, 2022. Os autores são expressamente responsáveis pelo conteúdo textual e imagens destaOs autores são expressamente responsáveis pelo conteúdo textual e imagens desta publicação.publicação. A reprodução não autorizada desta publicação, por qualquer meio, seja total ou parcial,A reprodução não autorizada desta publicação, por qualquer meio, seja total ou parcial, constitui violação da Lei Nº 9.610/98.constitui violação da Lei Nº 9.610/98. A Editora Fundação UNISELVA segue o acordo ortográfico da Língua Portuguesa de 1990,A Editora Fundação UNISELVA segue o acordo ortográfico da Língua Portuguesa de 1990, em vigor no Brasil desde 2009.em vigor no Brasil desde 2009. Ficha catalográfica elaborada pela Seção de Ficha catalográfica elaborada pela Seção de Catalogação e Classificação da BibliotecaCatalogação e Classificação da Biblioteca Regional da UFMT-SinopRegional da UFMT-Sinop BibliotecáriaBibliotecária: : Carolina Alves RabeloCarolina Alves Rabelo CRB1/2238CRB1/2238 Arte da capa e imagens internas:Arte da capa e imagens internas: Roberta Martins NogueiraRoberta Martins Nogueira (imagens por FREEPIK(imagens por FREEPIK –– Licença premium)Licença premium) Editoração e diagramação:Editoração e diagramação: Roberta Martins NogueiraRoberta Martins Nogueira Revisão textual e Revisão textual e normalizaçãonormalização:: Daniele Cristina da SilvaDaniele Cristina da Silva iiiiii CONSELHO EDITORIALCONSELHO EDITORIAL Editora Fundação UniselvaEditora Fundação Uniselva –– MT Ciência MT Ciência EditorEditor Dr. Evaldo Martins Pires Dr. Evaldo Martins Pires (UFMT)(UFMT) Editores de Área:Editores de Área: Ciências AgráriasCiências Agrárias Dr. Marco Antonio de Dr. Marco Antonio de Oliveira (UFV)Oliveira (UFV) Dr. Marcus Alvarenga Soares (UFVJM)Dr. Marcus Alvarenga Soares (UFVJM) Ciência AnimalCiência Animal Dr. Dalton Dr. Dalton Henrique Pereira (UFMT)Henrique Pereira (UFMT) Dr. Artur Kanadani Campos Dr. Artur Kanadani Campos (UFV)(UFV) Ciências BiológicasCiências Biológicas Dr. Leandro Denis Battirola (UFMT)Dr. Leandro Denis Battirola (UFMT) Dr. José Roberto Tavares (UFMT)Dr. José Roberto Tavares (UFMT) Dr. Domingos de Jesus Dr. Domingos de Jesus Rodrigues (UFMT)Rodrigues (UFMT) Ciências ExatasCiências Exatas Dr. Fábio Nascimento Fagundes (UFMT)Dr. Fábio Nascimento Fagundes (UFMT) Ciências da SaúdeCiências da Saúde Dra. Dênia Mendes de Souza Dra. Dênia Mendes de Souza Valladão (UFMT)Valladão (UFMT) Dr. Pacífica Pinheiro Cavalcante (UFMT)Dr. Pacífica Pinheiro Cavalcante (UFMT) Dra. Gisele Facholi Bonfim Dra. Gisele Facholi Bonfim (UFMT)(UFMT) Me. Camila da Silva Turini (UFMT)Me. Camila da Silva Turini (UFMT) EngenhariasEngenharias Dra. Roberta Martins Nogueira Dra. Roberta Martins Nogueira (UFMT)(UFMT) Dr. Juliana Lobo Paes (UFRRJ)Dr. Juliana Lobo Paes (UFRRJ) QuímicaQuímica Dr. Ricardo Lopes Tortorela de Andrade (UFMT)Dr. Ricardo Lopes Tortorela de Andrade (UFMT)Dr. Brenno Santos Leite (UFV)Dr. Brenno Santos Leite (UFV) Educação InfantilEducação Infantil Esp. Anelise Oliveira Torres Valle (SMEC/Sinop)Esp. Anelise Oliveira Torres Valle (SMEC/Sinop) Me. Psicóloga Micheli Me. Psicóloga Micheli Cátia Favaretto (UNIC/Sinop)Cátia Favaretto (UNIC/Sinop) Língua PortuguesaLíngua Portuguesa Me. Rosana de Barros Varela (UNEMAT/Sinop)Me. Rosana de Barros Varela (UNEMAT/Sinop) Fichas TécnicasFichas Técnicas Dra. Paula Sueli Dra. Paula Sueli Andrade Moreira (UFMT)Andrade Moreira (UFMT) Dr. Carlos Vinício VieiDr. Carlos Vinício Vieira (UFMT)ra (UFMT) Dr. Rodrigo Sinaid Zandonadi (UFMT)Dr. Rodrigo Sinaid Zandonadi (UFMT) Dr. Dalton Dr. Dalton Henrique Pereira (UFMT)Henrique Pereira (UFMT) Me. Roberto Carlos Beber (UFMT)Me. Roberto Carlos Beber (UFMT) iviv OrganizadorasOrganizadoras PPrro o LLuu mm a a BBaarr oossa a BB. . RRoo rr gguuees s EEmmeerr cc Bacharel em Enfermagem pela Universidade Federal de AlfenasBacharel em Enfermagem pela Universidade Federal de Alfenas (UNIFAL). Especialista em Processos Educacionais na (UNIFAL). Especialista em Processos Educacionais na saúde com ênfasesaúde com ênfase em Tecnologias construtivistas (Instituto Sírio Libanês de Ensino eem Tecnologias construtivistas (Instituto Sírio Libanês de Ensino e Pesquisa - IEP). Especialista em Desenvolvimento Docente paraPesquisa - IEP). Especialista em Desenvolvimento Docente para Educadores das Profissões da Saúde (Instituto Regional FAIMER -Educadores das Profissões da Saúde (Instituto Regional FAIMER - Brasil). Especialista em Planejamento em Saúde (Universidade FederalBrasil). Especialista em Planejamento em Saúde (Universidade Federal da Bahia - UFBA). Especialista em Saúde Pública e Gestão em Saúdeda Bahia - UFBA). Especialista em Saúde Pública e Gestão em Saúde pela(Unifenas). Mestre em Saúde (Unifenas). Doutora em Saúde pela(Unifenas). Mestre em Saúde (Unifenas). Doutora em Saúde PúblicaPública (Universidade de São Paulo - EERP/USP). Docente no curso de medicina e do mestrado(Universidade de São Paulo - EERP/USP). Docente no curso de medicina e do mestrado em Ciências em Saúde na Universidade Federal de Mato Grosso - UFMT/ Sinop.em Ciências em Saúde na Universidade Federal de Mato Grosso - UFMT/ Sinop. Experiência na gestão pública como Secretária Municipal de saúde (Alfenas - MG).Experiência na gestão pública como Secretária Municipal de saúde (Alfenas - MG). Formadora docente em Metodologias Ativas.Formadora docente em Metodologias Ativas. PPrro o RRoo eerrtta a MMaartrt nns s NNoogguuee rraa Graduada em Engenharia Agrícola e Ambiental pela UniversidadeGraduada em Engenharia Agrícola e Ambiental pela Universidade Federal de Viçosa. Mestre e Doutora em Engenharia Agrícola (UFV).Federal de Viçosa. Mestre e Doutora em Engenharia Agrícola (UFV). Pós-doutora em Biosystems and Agricultural Engineering pelaPós-doutora em Biosystems and Agricultural Engineering pela University of Minnesota (EUA). Professora do curso de EngenhariaUniversity of Minnesota (EUA). Professora do curso de Engenharia Agrícola e Ambiental e do mestrado em Agronomia na UniversidadeAgrícola e Ambiental e do mestrado em Agronomia na Universidade Federal de Mato GrossoFederal de Mato Grosso –– Campus Sinop. Gerente de graduação e Campus Sinop. Gerente de graduação e extensão da UFMTextensão da UFMT –– Campus Sinop. Coordenadora do Projeto de Campus Sinop. Coordenadora do Projeto de extensão MT Ciência, de extensão MT Ciência, depopularização científica.popularização científica. Prof Fabiana Aparecida da SilvaProf Fabiana Aparecida da Silva Bacharel e licenciada em Ciências Biológicas pela Universidade doBacharel e licenciada em Ciências Biológicas pela Universidade doEstado de Mato GrossoEstado de Mato Grosso –– UNEMAT. Especialista em Desenvolvimento UNEMAT. Especialista em Desenvolvimento Docente para Educadores das Profissões da Saúde (Instituto RegionalDocente para Educadores das Profissões da Saúde (Instituto Regional FAIMER Brasil). Mestre em Ecologia e Conservação da BiodiversidadeFAIMER Brasil). Mestre em Ecologia e Conservação da Biodiversidade (UFMT). Doutora em Ciências da Saúde (UFG). Professora do Curso de(UFMT). Doutora em Ciências da Saúde (UFG). Professora do Curso de graduação em Medicina e Mestrado Profissional em Ensino de Biologiagraduação em Medicina e Mestrado Profissional em Ensino de Biologia (UNEMAT). Líder do grupo de pesquisa Ed(UNEMAT). Líder do grupo de pesquisa Educação, Saúde e Sociedade, daucação, Saúde e Sociedade, da UNEMAT. Membro UNEMAT. Membro da Comissão da Comissão Nacional Nacional de Avaliação de Avaliação de Escolde Escolas da as da rea da rea da SaúdeSaúde (CAES/ABEM). Palestrante e formadora na área de Desenvolvimento Docente,(CAES/ABEM). Palestrante e formadora na área de Desenvolvimento Docente, Desenvolvimento de Equipes Colaborativas, Formação de Preceptores para o Ensino naDesenvolvimento de Equipes Colaborativas, Formação de Preceptores para o Ensino na Saúde, Metodologias Ativas. de Ensino e Práticas Colaborativas na AtuaçãoSaúde, Metodologias Ativas. de Ensino e Práticas Colaborativas na Atuação Interprofissional.Interprofissional. vv PREFÁCIOPREFÁCIO Toda pessoa pode ajudar outras a Toda pessoa pode ajudar outras a aprenderem. Ao fazermos isso, noaprenderem. Ao fazermos isso, no dia a dia, escolhemos compartilhar o que sabemos com aqueles que estãodia a dia, escolhemos compartilhar o que sabemos com aqueles que estão a nossa volta e a nossa volta e também para aprendertambém para aprendermos com elas.mos com elas. Ao escolhermos a profissão de professor e educador, nosAo escolhermos a profissão de professor e educador, nos comprometemos com a busca pela excelência nos processos de ensino,comprometemos com a busca pela excelência nos processos de ensino, aprendizagem e avaliação. A melhor imagem que já vi sobre a postura doaprendizagem e avaliação. A melhor imagem que já vi sobre a postura do professor diante deste desafio é oferecida por Harden (Universidade deprofessor diante deste desafio é oferecida por Harden (Universidade de Dundee - Escócia), ao falar da caixa de ferramentas do Professor. AqueleDundee - Escócia), ao falar da caixa de ferramentas do Professor. Aquele conjunto de recursos necessários a realização do ofício de educador. Naconjunto de recursos necessários a realização do ofício de educador. Na origem, somos formados para atuar em outra profissão, diferente daorigem, somos formados para atuar em outra profissão, diferente da docência. No meu caso, a medicina, onde desde cedo percebi que paradocência. No meu caso, a medicina, onde desde cedo percebi que para atuar de maneira qualificada e em alto nível seria preciso manter-meatuar de maneira qualificada e em alto nível seria preciso manter-me atualizado e buscando sempre o que existe de novo na fronteira doatualizado e buscando sempre o que existe de novo na fronteira doconhecimento e basear minha prática em evidências.conhecimento e basear minha prática em evidências. Por que nossa postura seria diferente ao escolhermos exercerPor que nossa postura seria diferente ao escolhermos exercer também a profissão de professor ou professora, educador ou educadora?também a profissão de professor ou professora, educador ou educadora? Este “Guia Prático de Metodologias Ativas” vem preencher uma lacuna noEste “Guia Prático de Metodologias Ativas” vem preencher uma lacuna no campo da educação superior e em especial da Educação nas Profissões dacampo da educação superior e em especial da Educação nas Profissões da Saúde (EPS). As organizadoras, conseguiram de maneira simples e Saúde (EPS). As organizadoras, conseguiram de maneira simples e didáticadidática apresentar um conjunto de estratégias valiosas para o ensino e aapresentar um conjunto de estratégias valiosas para o ensino e a aprendizagem centradas no aprendizagem centradas no aprendiz.aprendiz. A escolha da estrutura: 1. Compreendendo o conceito e a utilidade;A escolha da estrutura: 1. Compreendendo o conceito e a utilidade; 2. Compreendendo o processo; e 3. Compreendendo a dinâmica foi muito2. Compreendendo o processo; e 3. Compreendendo a dinâmica foi muito feliz e efetiva para auxiliar professores (experientes ou iniciantes) efeliz e efetiva para auxiliar professores (experientes ou iniciantes) e estudantes de pós-graduação que desejam conhecer mais sobre asestudantes de pós-graduação que desejam conhecer mais sobre as principais estratégias que promovem aprendizagem de maneira ativa eprincipais estratégias que promovem aprendizagem de maneira ativa e colaborativa.colaborativa. O texto é de leitura fluida e leve, além de balancear de forma efetivaO texto é de leitura fluida e leve, além de balancear de forma efetiva o detalhamento de cada estratégia para sua compreensão, ao mesmoo detalhamento de cada estratégia para sua compreensão, ao mesmo tempo em que traz aquilo que é essencial para sua imediata aplicação, casotempo em que traz aquilo que é essencial para sua imediata aplicação, caso o leitor assim deseje. Deste modo é possível conhecer como implementaro leitor assim deseje. Deste modo é possível conhecer como implementar alguns dos clássicos do ensino e aprendizagem que promovem oalguns dos clássicos do ensino e aprendizagem que promovem o vivi engajamento e uma postura mais participativa, tais como: a engajamento e uma postura mais participativa, tais como: a aprendizagemaprendizagem baseada em problemas; o fish bowl; o jigsaw; o team-based learning, obaseada em problemas; o fish bowl; o jigsaw; o team-based learning, o peer-instruciton, a gamificação e o júri simulado. Também trazpeer-instruciton, a gamificação e o júri simulado. Também traz informações sobre a proposta denominada viagem educacional e oinformações sobre a proposta denominada viagem educacional e o project-based learning que tem crescido de maneira significativa tanto noproject-based learning que tem crescido de maneira significativa tanto no ensino fundamental, médio e na educação superior. Para coroar esta listaensino fundamental, médio e na educação superior. Para coroar esta lista de estratégias as autoras apresentam o de estratégias as autoras apresentam o painel integrado participativo (PIP)painel integrado participativo (PIP) que foi inspirado nos processos de desenvolvimento docente em que o usoque foi inspirado nos processos de desenvolvimento docente em que o uso de textos mais extensos e complexos são necessários. O PIP foi aplicadode textos mais extensos e complexos são necessários. O PIP foi aplicado pela primeira vez como uma estratégia avaliativa em uma disciplinapela primeira vez como uma estratégia avaliativa em uma disciplina conduzida por tutoria - Aprendizagem Baseada em Problemas (ABP), emconduzida por tutoria - Aprendizagem Baseada em Problemas (ABP), em um curso de medicina. É um recurso pedagógico que proporcionaum curso de medicina. É um recurso pedagógico que proporciona interação e discussão entre os participantes, posto que interação e discussão entre os participantes, posto que todos articulam ostodos articulam os conceitos, teorias e/ou informações descritas nos textos estudados, e queconceitos, teorias e/ou informações descritas nos textos estudados, e que os leitores terão prazer de conhecer em mais detalhes.os leitores terão prazer de conhecer em mais detalhes. Este livro vem para ocupar um espaço de apoio e suporte aEste livro vem para ocupar um espaço de apoio e suporteaprofessores de todos os níveis da educação, e de todas as áreas. Comoprofessores de todos os níveis da educação, e de todas as áreas. Como educador da saúde, já educador da saúde, já tive experiências com algumas destas estratégias, etive experiências com algumas destas estratégias, e após a leitura do livro cresceu muito meu interesse em provar daqueles queapós a leitura do livro cresceu muito meu interesse em provar daqueles que ainda não tive oportunidade de utilizar.ainda não tive oportunidade de utilizar. Tenho certeza de que a leitura deste livro vai despertar o interesse eTenho certeza de que a leitura deste livro vai despertar o interesse e a curiosidade de professora curiosidade de professores e educadores que, ao invés de serem o “Sábioes e educadores que, ao invés de serem o “Sábio no Palco” (Sage on the stage) desejam atuar mais como facilitadores dano Palco” (Sage on the stage) desejam atuar mais como facilitadores da aprendizagem de seus estudantes, e ocuparem uma nova posição que éaprendizagem de seus estudantes, e ocuparem uma nova posição que é daquele que guia e está ao daquele que guia e está ao lado dos aprendizes (Guide on the side).lado dos aprendizes (Guide on the side). Valdes Roberto BollelaValdes Roberto Bollela FMRP-USPFMRP-USP viivii APRESENTAÇÃOAPRESENTAÇÃO Neste livro, apresentamos, de modo simples, o passo a passo deNeste livro, apresentamos, de modo simples, o passo a passo de algumas metodologias ativas de ensino aprendizagem para que osalgumas metodologias ativas de ensino aprendizagem para que os professores possam de modo prático, aplicar e vivenciar a experiência deprofessores possam de modo prático, aplicar e vivenciar a experiência de cada método. A proposta da obra não é produzir um livro comcada método. A proposta da obra não é produzir um livro com fundamentos teóricos acerca das metodologias ativas de ensino, mas simfundamentos teóricos acerca das metodologias ativas de ensino, mas sim descrever, de forma simples e prática, o descrever, de forma simples e prática, o conceito, a utilidade e a conceito, a utilidade e a dinâmicadinâmica de cada método.de cada método. Esperamos que o livro possa ser uma opção para a construção deEsperamos que o livro possa ser uma opção para a construção de aulas mais dinâmicas e estudantes mais criativos, engajados eaulas mais dinâmicas e estudantes mais criativos, engajados e protagonistaprotagonistas s no processo no processo de ensino-aprendizagem.de ensino-aprendizagem. Boa leitura!Boa leitura! FabianaFabiana LudmilaLudmila RobertaRoberta viiiviii ixix SUMÁRIOSUMÁRIO INTRODUÇÃOINTRODUÇÃO .......................................................................................................................................................................................... ................ 11 A educação das novas geraçõesA educação das novas gerações ................................................................. 1 ................................................................. 1 Da aplicação à Da aplicação à intencionalidaintencionalidade das de das metodometodologias ativaslogias ativas ..................... 4 ..................... 4 Bibliografia consultadaBibliografia consultada ................................................................................ 5 ................................................................................ 5 Capítulo 1Capítulo 1 ............................................................................................................ 7 ............................................................................................................ 7 APRENDIZAGEM BASEADA EM PROBLEMAS (ABP) -APRENDIZAGEM BASEADA EM PROBLEMAS (ABP) - PROBLEM BASEDPROBLEM BASED LEARNINGLEARNING .......................................................................................................... 7 .......................................................................................................... 7 Compreendendo o conceito e utilidade:Compreendendo o conceito e utilidade: ............................................................................... 7......................... 7 Compreendendo o processo:Compreendendo o processo: .............................................................................................................................. 8................ 8 Compreendendo a dinâmica:Compreendendo a dinâmica: .................................. .................................................................................................. .... 1111 Bibliografia consultadaBibliografia consultada .............................................................................. 14 .............................................................................. 14 Capítulo 2Capítulo 2.......................................................................................................... 15.......................................................................................................... 15 FISHBOWLFISHBOWL - AQUÁRIO - AQUÁRIO .......................................................................................................................................... 15............................ 15 Compreendendo o conceito e utilidade:Compreendendo o conceito e utilidade: ............................................................................. 15....................... 15 Compreendendo o processoCompreendendo o processo .............................................................................................................................. 16.............. 16 Compreendendo a dinâmicaCompreendendo a dinâmica ..................................................................... 16 ..................................................................... 16 Bibliografia consultadaBibliografia consultada .............................................................................. 21 .............................................................................. 21 Capítulo 3Capítulo 3 .................................................................................................................................................................................................. 22.................. 22 JIGSA JIGSAW W - QUEBRA CABEÇA - QUEBRA CABEÇA .................................................................................................................................. 22.................. 22 Compreendendo o conceito e utilidadeCompreendendo o conceito e utilidade ................................................... 22 ................................................... 22 Compreendendo o processoCompreendendo o processo .............................................................................................................................. 23.............. 23 Compreendendo a dinâmicaCompreendendo a dinâmica ..................................................................... 23 ..................................................................... 23 Bibliografia consultadaBibliografia consultada .............................................................................. 25 .............................................................................. 25 xx Capítulo 4Capítulo 4 ......................................................................................................... 26 ......................................................................................................... 26 APRENDIZAGEM BASEADA EM EQUIPES (ABE) - APRENDIZAGEM BASEADA EM EQUIPES (ABE) - TEAM BASED LEARNINGTEAM BASED LEARNING (TBL)(TBL) .......................................................................................................................................................................................................... 2............................ 266 Compreendendo o conceito e utilidadeCompreendendo o conceito e utilidade ...................................................26 ................................................... 26 Compreendendo o processoCompreendendo o processo .............................................................................................................................. 27.............. 27 Compreendendo a dinâmicaCompreendendo a dinâmica ..................................................................... 27 ..................................................................... 27 Bibliografia consultadaBibliografia consultada .............................................................................. 34 .............................................................................. 34 Capítulo 5Capítulo 5 ......................................................................................................... 35 ......................................................................................................... 35 JÚRI SIMULADOJÚRI SIMULADO ..................................................................................................................................................................................... ......... 3535 Compreendendo o conceito e utilidadeCompreendendo o conceito e utilidade ................................................... 35 ................................................... 35 Compreendendo o processoCompreendendo o processo .............................................................................................................................. 36.............. 36 Compreendendo a dinâmicaCompreendendo a dinâmica ..................................................................... 38 ..................................................................... 38 Bibliografia consultadaBibliografia consultada .............................................................................. 40 .............................................................................. 40 Capítulo 6Capítulo 6 ......................................................................................................... 41 ......................................................................................................... 41 VIAGEM EDUCACIONALVIAGEM EDUCACIONAL ................................................ .............................................................................................................. .... 4141 Compreendendo o conceito e utilidadeCompreendendo o conceito e utilidade ................................................... 41 ................................................... 41 Compreendendo o processoCompreendendo o processo .............................................................................................................................. 42.............. 42 Compreendendo a dinâmicaCompreendendo a dinâmica ..................................................................... 42 ..................................................................... 42 Bibliografia consultadaBibliografia consultada .............................................................................. 43 .............................................................................. 43 Capítulo 7Capítulo 7 ......................................................................................................... 44 ......................................................................................................... 44 INSTRUÇÃO INSTRUÇÃO POR PARES POR PARES (PEER INSTRUCT(PEER INSTRUCTION)ION) .......................... ........................................ 4.............. 444 Compreendendo o conceito e utilidadeCompreendendo o conceito e utilidade ................................................... 44 ................................................... 44 Compreendendo o processoCompreendendo o processo .............................................................................................................................. 45.............. 45 Bibliografia consultadaBibliografia consultada .............................................................................. 48 .............................................................................. 48 Capítulo 8Capítulo 8 ......................................................................................................... 49 ......................................................................................................... 49 GAMIFICAÇÃOGAMIFICAÇÃO ................................................................................................. 49 ................................................................................................. 49 Compreendendo o conceito e utilidadeCompreendendo o conceito e utilidade ................................................... 49 ................................................... 49 Compreendendo o processoCompreendendo o processo .............................................................................................................................. 52.............. 52 Compreendendo a dinâmicaCompreendendo a dinâmica ..................................................................... 55 ..................................................................... 55 xixi Bibliografia consultadaBibliografia consultada .............................................................................. 57 .............................................................................. 57 Capítulo 9Capítulo 9 ......................................................................................................... 58 ......................................................................................................... 58 PAINEL INTEGRADO PARTICIPATIVO - PIPPAINEL INTEGRADO PARTICIPATIVO - PIP ........................................................................... 58....................... 58 Compreendendo a origem e utilidadeCompreendendo a origem e utilidade ................................................................................ 58............................ 58 Compreendendo o processoCompreendendo o processo .............................................................................................................................. 59.............. 59 Compreendendo a dinâmicaCompreendendo a dinâmica ..................................................................... 60 ..................................................................... 60 Bibliografia consultadaBibliografia consultada .............................................................................. 63 .............................................................................. 63 Capítulo 10Capítulo 10........................................................................................................ 64........................................................................................................ 64 APRENDIZAGEM BASEADA EM PROJETOSAPRENDIZAGEM BASEADA EM PROJETOS –– PROJECT BASED LEARNING PROJECT BASED LEARNING (PjBL)(PjBL) ................................................................................................................. 64 ................................................................................................................. 64 Compreendendo o conceito e utilidadeCompreendendo o conceito e utilidade ................................................... 64 ................................................... 64 Compreendendo o processoCompreendendo o processo .............................................................................................................................. 66.............. 66 Compreendendo a dinâmicaCompreendendo a dinâmica ..................................................................... 67 ..................................................................... 67 Bibliografia consultadaBibliografia consultada .............................................................................. 74 .............................................................................. 74 Capítulo 11Capítulo11 ................................................................................................................................................................................................ .................. 7575 SALA DE AULA INVERTIDASALA DE AULA INVERTIDA –– FLIPPED CLASSROOM FLIPPED CLASSROOM ............................ ................................ 7.... 755 Compreendendo a origem e utilidadeCompreendendo a origem e utilidade ................................................................................ 75............................ 75 Compreendendo o processoCompreendendo o processo .............................................................................................................................. 76.............. 76 Compreendendo a dinâmicaCompreendendo a dinâmica ..................................................................... 78 ..................................................................... 78 Bibliografia consultadaBibliografia consultada .............................................................................. 82 .............................................................................. 82 APÊNDICE 1APÊNDICE 1 ........................................................................................................................................................................................... ................... 8484 CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DO ESTUDANTE PELOCRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DO ESTUDANTE PELO PROFESSOR/FACIPROFESSOR/FACILITADOR NO LITADOR NO PBLPBL ........................................................................................ 84............................ 84 APÊNDICE 2APÊNDICE 2 ...................................................................................................... 85 ...................................................................................................... 85 Jogo Introdução FenomenalJogo Introdução Fenomenal .............................................................................................................................. 85.............. 85 Obras do Programa MT CIÊNCIAObras do Programa MT CIÊNCIA ................................................................. 96 ................................................................. 96 Guia prático de metodologias ativas para o ensino superiorGuia prático de metodologias ativas para o ensino superior 11 INTRODUÇÃOINTRODUÇÃO A educação das novas geraçõesA educação das novas gerações A educação passou por muitas mudanças ao longo do tempo,A educação passou por muitas mudanças ao longo do tempo, contudo, a rapidez com que essas mudanças chegam ao processo decontudo, a rapidez com que essas mudanças chegam ao processo de ensino e aprendizagem tem sido muito menor do ensino e aprendizagem tem sido muito menor do que a velocidade com queque a velocidade com que a sociedade se moderniza e a tecnologia é introduzida na vida das pessoas.a sociedade se moderniza e a tecnologia é introduzida na vida das pessoas. Esse descompasso entre as mudanças sociais e a sala de aula causaEsse descompasso entre as mudanças sociais e a sala de aula causa inúmeros problemas, tais como: desmotivação de professores e alunos,inúmeros problemas, tais como: desmotivação de professores e alunos, falta de engajamento nas atividades pedagógicas, desinteresse pelafalta de engajamento nas atividades pedagógicas, desinteresse pela educação formal, descrédito das instituições de ensino perante a sociedadeeducação formal, descrédito das instituições de ensino perante a sociedade etc.etc. Educar é preparar para o futuro e se queremos educar para o futuro,Educar é preparar para o futuro e se queremos educar para o futuro, não podemos continuar aplicando métodos do passado. O grandenão podemos continuar aplicando métodos do passado. O grande educador Jean Piaget asseverou que a primeira meta da educação é criareducador Jean Piaget asseverou que a primeira meta da educação é criar homens e mulheres que sejam capazes de fazer coisas novas, nãohomens e mulheres que sejam capazes de fazer coisas novas, não simplesmente repetir o que outras gerações já fizeram. Homens e mulheressimplesmente repetir o que outras gerações já fizeram. Homens e mulheres criadores(as), inventores(as) e descobridores(as). A segunda meta écriadores(as), inventores(as) e descobridores(as). A segunda meta é formar mentes que estejam em formar mentes que estejam em condiçõecondições de s de criticar, verificar e não criticar, verificar e não aceitaraceitar tudo o que a elas se tudo o que a elas se propõe. E nada disto pode ser construídpropõe. E nada disto pode ser construído a partir de umo a partir de um processo educacional mecânico, passivo e pouco cooperativo.processo educacional mecânico, passivo e pouco cooperativo. Nossa sociedade sofreu inúmeras transformações com a chegadaNossa sociedade sofreu inúmeras transformações com a chegada das novas gerações e isto pode das novas gerações e isto pode ser visto em nossas casas, nas ruas, na ser visto em nossas casas, nas ruas, na filafila do supermercado e até mesmo na pracinha do bairro. A tecnologia quedo supermercado e até mesmo na pracinha do bairro. A tecnologia que antes era coisa de filmes de ficção científica, agora está presente no nossoantes era coisa de filmes de ficção científica, agora está presente no nosso dia a dia, como no gerenciamento da segurança, no funcionamento dedia a dia, como no gerenciamento da segurança, no funcionamento de equipamentos em nossa casa, permitindo que pessoas se reúnam mesmoequipamentos em nossa casa, permitindo que pessoas se reúnam mesmo Guia prático de metodologias ativas para o ensino superiorGuia prático de metodologias ativas para o ensino superior 22 estando há milhares de quilômetros de distância, distraindo um bebêestando há milhares de quilômetros de distância, distraindo um bebê enquanto os pais estão envolvidos em outra tarefa, levando-nos a lugaresenquanto os pais estão envolvidos em outra tarefa, levando-nos a lugares inimagináveis mesmo estando sentado no sofá de sua casa, dentre tantasinimagináveis mesmo estando sentado no sofá de sua casa, dentre tantas outras coisas maravilhosas que hoje podemos fazer com todas asoutras coisas maravilhosas que hoje podemos fazer com todas as máquinas que circundam a nossa vida. Mas e a sala de aula? Elamáquinas que circundam a nossa vida. Mas e a sala de aula? Ela acompanhou toda esta evolução?acompanhou toda esta evolução? Se você perguntar para uma pessoa de mais de 70 anos como era aSe você perguntar para uma pessoa de mais de 70 anos como era a sala de aula quando ela estudava: a configuração, o mobiliário, a rotina, osala de aula quando ela estudava: a configuração, o mobiliário, a rotina, o papel do professor e do papel do professor e do aluno, verá que a resposta não será muito diferentealuno, verá que a resposta não será muito diferente daquela dada por uma criança de 7 anos. Apesar de toda a transformaçãodaquela dada por uma criança de 7 anos. Apesar de toda a transformação que ocorreu do lado de fora das Universidades, a maioria de nossas salasque ocorreu do lado de fora das Universidades, a maioria de nossas salas de aula pararam no tempo e desconsideram que o público é outro e que de aula pararam no tempo e desconsideram que o público é outro e que estaesta estrutura não atende mais ao que a nova geração necessita para serestrutura não atende mais ao que a nova geração necessita para ser educada.educada. E por falar em nova geração, como ela nasce? Uma geração seE por falar em nova geração, como ela nasce? Uma geração se refere a um conjunto de pessoas nascidas em uma mesma época e querefere a um conjunto de pessoas nascidas em uma mesma época e que compartilhcompartilham um am um mesmo contexto culturalmesmo contexto cultural, soc, social e econômico, o que ial e econômico, o que levaleva a uma tendência de compartilharem algumas características. Ë por issoa uma tendência de compartilharemalgumas características. Ë por isso que, de tempos em tempos, temos a notícia de que uma nova geração estáque, de tempos em tempos, temos a notícia de que uma nova geração está nascendo e o tempo entre elas nascendo e o tempo entre elas tem ficado cada vez mais curto, justamentetem ficado cada vez mais curto, justamente pela velocidade nas mudanças sociais que estamos vivendo.pela velocidade nas mudanças sociais que estamos vivendo. Estas características em comum são muito relevantes para oEstas características em comum são muito relevantes para o processo de educação de uma geração, já que é preciso lançar mão deprocesso de educação de uma geração, já que é preciso lançar mão de técnicas adequadas a cada grupo para potencializar as ações de ensino etécnicas adequadas a cada grupo para potencializar as ações de ensino e aprendizagem. Vamos viajar no tempo e identificar como o contexto emaprendizagem. Vamos viajar no tempo e identificar como o contexto em que as gerações surgiram impactam na forma como eles que as gerações surgiram impactam na forma como eles aprendemaprendem.. Apesar de termos gerações anteriores, vamos iniciar nossa viagemApesar de termos gerações anteriores, vamos iniciar nossa viagem pelos anos de 1940 a 1960, que gerou a geração conhecida comopelos anos de 1940 a 1960, que gerou a geração conhecida como babybaby boomers.boomers. Representa a primeira grande escalada populacional no planeta,Representa a primeira grande escalada populacional no planeta, após o período da segunda guerra mundial. Eles nasceram sob umaapós o período da segunda guerra mundial. Eles nasceram sob uma sociedade em que as relações familiares eram pautadas em uma hierarquiasociedade em que as relações familiares eram pautadas em uma hierarquia muito rígida, com uma grande militarização na sociedade e sob ummuito rígida, com uma grande militarização na sociedade e sob um ambiente de relações hostis entre diversos países. Esta foi a primeiraambiente de relações hostis entre diversos países. Esta foi a primeira geração a ter contato com a TV na infância e eles viram grandes mudançasgeração a ter contato com a TV na infância e eles viram grandes mudançassociais ainda durante a juventude, principalmente nas décadas de 1960 esociais ainda durante a juventude, principalmente nas décadas de 1960 e Guia prático de metodologias ativas para o ensino superiorGuia prático de metodologias ativas para o ensino superior 33 1970. Para esta geração, o processo de ensino e aprendizagem ocorre por1970. Para esta geração, o processo de ensino e aprendizagem ocorre por meio de um raciocínio mais linear, de forma individualizada e competitiva.meio de um raciocínio mais linear, de forma individualizada e competitiva. Uma parcela desta geração ainda participa ativamente do processo deUma parcela desta geração ainda participa ativamente do processo de ensino e aprendizagem, no papel de professor ou até mesmo comoensino e aprendizagem, no papel de professor ou até mesmo como gestores nas instituições de ensino.gestores nas instituições de ensino. Já os nascidos entre 1960 e 1980 são parte da geração X, queJá os nascidos entre 1960 e 1980 são parte da geração X, que marcou a história pelo questionamento dos costumes e rótulos, alteroumarcou a história pelo questionamento dos costumes e rótulos, alterou muitos padrões sociais e é uma numerosa parcela dos professores quemuitos padrões sociais e é uma numerosa parcela dos professores que estão nas salas de aula de muitas Universidades. Eles viram nascer osestão nas salas de aula de muitas Universidades. Eles viram nascer os primeiros computadores, contudo só foram se tornar digitais na vidaprimeiros computadores, contudo só foram se tornar digitais na vida adulta. Assim, estes indivíduos possuem como característica a tendência àadulta. Assim, estes indivíduos possuem como característica a tendência à aplicação de formatos híbridos (digitais e manuais), valorizam aaplicação de formatos híbridos (digitais e manuais), valorizam a flexibilidade e tem maior tendência à aprendizagem colaborativa, apesarflexibilidade e tem maior tendência à aprendizagem colaborativa, apesar de ainda carregar traços da competição como porta para o sucesso.de ainda carregar traços da competição como porta para o sucesso. Entre 1980 e 1995 nasceram os millenials, ou geração Y, que hojeEntre 1980 e 1995 nasceram os millenials, ou geração Y, que hoje congregam uma nova geração de professores do ensino superior. Estacongregam uma nova geração de professores do ensino superior. Esta geração acompanhou o boom tecnológico e a expansão da internet,geração acompanhou o boom tecnológico e a expansão da internet, tornando-se mais familiarizados com dispositivos eletrônicos móveis etornando-se mais familiarizados com dispositivos eletrônicos móveis e com grande fluxo de informações. Possuem como características seremcom grande fluxo de informações. Possuem como características serem multitarmultitarefas e efas e tem uma tendência a tem uma tendência a um processo de um processo de aprendizagem menoaprendizagem menoss formal.formal. Os nascidos entre 1996 e 2010 Os nascidos entre 1996 e 2010 fazem parte da geração Z, que são afazem parte da geração Z, que são a maior parte dos alunos que temos atualmente no ensino superior, eles sãomaior parte dos alunos que temos atualmente no ensino superior, eles são conhecidos como nativos digitais. Conectconhecidos como nativos digitais. Conectados 24h ados 24h por dia eles por dia eles consomemconsomem a informação em tempo real, através de seus dispositivos móveis, ema informação em tempo real, através de seus dispositivos móveis, em qualquer lugar em que estiverem. Preferem conteúdos em formatos maisqualquer lugar em que estiverem. Preferem conteúdos em formatos mais interativos e visuais, como: vídeos, fotos e jogos. Sua aprendizagem ocorreinterativos e visuais, como: vídeos, fotos e jogos. Sua aprendizagem ocorre de diversas maneiras, são multifocais (podem estar atentos a mais de umade diversas maneiras, são multifocais (podem estar atentos a mais de uma coisa ao mesmo tempo) e multiplataformas (utilizam-se de diferentescoisa ao mesmo tempo) e multiplataformas (utilizam-se de diferentes espaços para interagir socialmente). Seu raciocínio é não-linear, logo, umespaços para interagir socialmente). Seu raciocínio é não-linear, logo, um processo de ensino e aprendizagem estruturado de maneira linear pode serprocesso de ensino e aprendizagem estruturado de maneira linear pode ser um grande desafio para esta geração.um grande desafio para esta geração. Em breve teremos como alunos os nascidos a partir de 2010, aEm breve teremos como alunos os nascidos a partir de 2010, a geração alpha, a primeira 100% conectada. São os filhos dos millenials quegeração alpha, a primeira 100% conectada. São os filhos dos millenials queestão completamente imersos em um mundo conectado, onde a estão completamente imersos em um mundo conectado, onde a tecnologiatecnologia Guia prático de metodologias ativas para o ensino superiorGuia prático de metodologias ativas para o ensino superior 44 é uma extensão de sua é uma extensão de sua forma de conhecer o meio, logo forma de conhecer o meio, logo modos tradicionaismodos tradicionais de ensino e aprendizagem dificilmente serão adequados a eles. Ade ensino e aprendizagem dificilmente serão adequados a eles. A tecnologia na educação será fundamental, já que para eles o digital e otecnologia na educação será fundamental, já que para eles o digital e o mundo real são uma coisa só. Sua capacidade de resolver problemas émundo real são uma coisa só. Sua capacidade de resolver problemas é muito maior que das muito maior que das gerações anteriorgerações anteriores e es e será necessário um processo deserá necessário um processo de educação que atue na aplicabilidade dos conceitos em situações doeducação que atue na aplicabilidade dos conceitos em situações do cotidiano.cotidiano. E assim chegamosà grande mola propulsora para a edição destaE assim chegamos à grande mola propulsora para a edição desta obra: Como criar uma sala de aula que permita a integração harmônicaobra: Como criar uma sala de aula que permita a integração harmônica entre as diferentes gerações, potencializando a aprendizagem eentre as diferentes gerações, potencializando a aprendizagem e garantindgarantindo que o que cada indivíduo possa construir cada indivíduo possa construir as habilidades necessáriasas habilidades necessárias para o futuro?para o futuro? A resposta está nas metodologias ativas de A resposta está nas metodologias ativas de ensino e aprendizagem.ensino e aprendizagem. Da aplicação à intencionalidade das metodologias ativasDa aplicação à intencionalidade das metodologias ativas Ao apresentarmos essa obra como um guia para o uso de métodosAo apresentarmos essa obra como um guia para o uso de métodos ativos, acreditamos na necessidade do professor/facilitador se apropriarativos, acreditamos na necessidade do professor/facilitador se apropriar de estratégias que potencialize a aprendizagem dos estudantes. Para o usode estratégias que potencialize a aprendizagem dos estudantes. Para o uso das metodologias ativas como recurso pedagógico, o professor passa das metodologias ativas como recurso pedagógico, o professor passa a sera ser um facilitador e mediador dos processos de ensino-aprendizagem e oum facilitador e mediador dos processos de ensino-aprendizagem e o estudante torna-se protagonista nessa ação.estudante torna-se protagonista nessa ação. Muitas vezes o uso de estratégias pedagógicas e a aplicação deMuitas vezes o uso de estratégias pedagógicas e a aplicação de diferentes métodos de ensino passa por uma mera reprodutibilidadediferentes métodos de ensino passa por uma mera reprodutibilidade técnica, esvaziamento epistemológico e ausência de intencionalidadetécnica, esvaziamento epistemológico e ausência de intencionalidade pedagógica. Nesse contexto, as metodologias ativas têm um lugar nopedagógica. Nesse contexto, as metodologias ativas têm um lugar no processo de ensino aprendizagem, mas não podem se constituir noprocesso de ensino aprendizagem, mas não podem se constituir no processo como um todo.processo como um todo. A seleção de conteúdos e objetivos somente fazem sentido se osA seleção de conteúdos e objetivos somente fazem sentido se os estudantes são ajudados na formação de suas ações mentais. Por isso, éestudantes são ajudados na formação de suas ações mentais. Por isso, é necessário construir dispositivos didáticos sólidos que permitam anecessário construir dispositivos didáticos sólidos que permitam a identificação das operações mentais a serem realizadas a partir deidentificação das operações mentais a serem realizadas a partir de conteúdos, além de conteúdos, além de prever as situações pedagógico-didáticas em que prever as situações pedagógico-didáticas em que serãoserãopostas em prática (LIBÂNEO, 2012).postas em prática (LIBÂNEO, 2012). Guia prático de metodologias ativas para o ensino superiorGuia prático de metodologias ativas para o ensino superior 55 Para o uso dos métodos ativos apresentados nessa obra,Para o uso dos métodos ativos apresentados nessa obra, defendemos que haja planejamento com intencionalidade pedagógica edefendemos que haja planejamento com intencionalidade pedagógica e responsabilidade do professor/facilitador pelo aprendizado do estudante.responsabilidade do professor/facilitador pelo aprendizado do estudante. Acreditamos que cabe Acreditamos que cabe aos professores/facilitadores envolvidos naaos professores/facilitadores envolvidos na aplicação de qualquer proposta metodológica, um posicionamentoaplicação de qualquer proposta metodológica, um posicionamento político, não abnegando sua posição e função depolítico, não abnegando sua posição e função de professores/facilitadores, ou seja, àquele que possui conhecimentoprofessores/facilitadores, ou seja, àquele que possui conhecimento científico, que deve intencionalmente conduzir o processo ensino-científico, que deve intencionalmente conduzir o processo ensino- aprendizagem.aprendizagem. Neste guia são apresentados os métodos ativos: AprendizagemNeste guia são apresentados os métodos ativos: Aprendizagem Baseada em Problemas (ABP) conhecida comoBaseada em Problemas (ABP) conhecida como Problem Basead LearningProblem Basead Learning,, oo Fish BowlFish Bowl –– Aquário; O Aquário; O Jigsaw Jigsaw - Quebra-Cabeça; a Aprendizagem - Quebra-Cabeça; a Aprendizagem Baseada em Equipes (ABE) Baseada em Equipes (ABE) conhecida comoconhecida como Team Based LearningTeam Based Learning (TBL); o (TBL); o Júri Simulado; a Gamificação; a Viagem Educacional; a Júri Simulado; a Gamificação; a Viagem Educacional; a Instrução Por ParesInstrução Por Pares também conhecida como Peertambém conhecida como Peer InstructionInstruction; a Sala de Aula Invertida e a; a Sala de Aula Invertida e a Aprendizagem Baseada em Projetos ouAprendizagem Baseada em Projetos ou Project Based LearningProject Based Learning (PjBL) e o (PjBL) e o Painel Integrado Participativo (PIP). O PIP é um método ativo que tem sidoPainel Integrado Participativo (PIP). O PIP é um método ativo que tem sido construído em diferentes situações de ensino por uma das autoras.construído em diferentes situações de ensino por uma das autoras. Para todos os métodos apresentados optamos por descrever oPara todos os métodos apresentados optamos por descrever o conceito e a utilidade (Compreendendo o conceito e utilidade), comoconceito e a utilidade (Compreendendo o conceito e utilidade), como ocorre o processo de aplicação do método (Compreendendo o processo) eocorre o processo de aplicação do método (Compreendendo o processo) e como se aplica como se aplica à dinâmica (Compreendeà dinâmica (Compreendendo a dinâmica).ndo a dinâmica). Lembrem-se, aqui estão os caminhos para vivenciar e (re)construirLembrem-se, aqui estão os caminhos para vivenciar e (re)construir experiências pedagógicas!experiências pedagógicas! Bibliografia consultadaBibliografia consultada ANDRADE, L. G. da S. B.; AGUIAR, N. C.; FERRETE, R. B.; SANTOS, J. dos.ANDRADE, L. G. da S. B.; AGUIAR, N. C.; FERRETE, R. B.; SANTOS, J. dos. Geração Z e Geração Z e as metodologias ativas de aprendizagemas metodologias ativas de aprendizagem: : desafios nadesafios na Educação Profissional e Tecnológica.Educação Profissional e Tecnológica. Revista Brasileira da EducaçãoRevista Brasileira da Educação Profissional e TecnológicaProfissional e Tecnológica, [S. l.], v. 1, , [S. l.], v. 1, n. 18, p. e8575, 2020. DOI:n. 18, p. e8575, 2020. DOI: 10.15628/rbept.202010.15628/rbept.2020.8575. .8575. Disponível em:Disponível em: https://www2.ifrnhttps://www2.ifrn.edu.br/ojs/ind.edu.br/ojs/index.php/RBEex.php/RBEPT/article/viePT/article/view/8575.w/8575. Acesso em: 6 maio. 2022.Acesso em: 6 maio. 2022. Guia prático de metodologias ativas para o ensino superiorGuia prático de metodologias ativas para o ensino superior 66 LIBÂNEO, J.C.LIBÂNEO, J.C. Práticas de ensino em um contexto de mudanças.Práticas de ensino em um contexto de mudanças. [S.I.]:[S.I.]: SINPRO-SP. 10 Jun. 2010. 1 SINPRO-SP. 10 Jun. 2010. 1 vídeo (1 hora:50 minutos :42 segundos).vídeo (1 hora:50 minutos :42 segundos). [Webinar][Webinar]. Disponível . Disponível em:em: https://www.youthttps://www.youtube.com/watchube.com/watch?v=AcZE?v=AcZEWkA8--E WkA8--E . . Acesso em: Acesso em: 10 abr.10 abr. 2022.2022. Guia prático de metodologias ativas para o ensino superiorGuia prático de metodologias ativas para o ensino superior 77 Capítulo 1Capítulo 1 APRENDIZAGEM BASEADA EM PROBLEMAS (ABP) -APRENDIZAGEM BASEADA EM PROBLEMAS (ABP) - PROBLEM BASED LEARNINGPROBLEM BASED LEARNING Ludmila Barbosa Bandeira Rodrigues EmerickLudmila Barbosa Bandeira Rodrigues Emerick Michel Leandro de CamposMichel Leandro de Campos Fabiana Aparecida da SilvaFabiana Aparecida da Silva Compreendendo o conceitoe utilidade:Compreendendo o conceito e utilidade: Aprendizagem Baseada em Problemas (ABP), também conhecidaAprendizagem Baseada em Problemas (ABP), também conhecida pela sigla PBL, do inglês Problem Based Learning, refere-se a umapela sigla PBL, do inglês Problem Based Learning, refere-se a uma estratégia educacional, centrada no estudante em que um problemaestratégia educacional, centrada no estudante em que um problema prático constitui a base para o aprendizado de informações relevantes.prático constitui a base para o aprendizado de informações relevantes. Além disso, a metodologia tem em vista a produção de conhecimentoAlém disso, a metodologia tem em vista a produção de conhecimento individual e grupal, individual e grupal, de forma cooperativa.de forma cooperativa. Para a compreensão e resolução de problemas, os participantesPara a compreensão e resolução de problemas, os participantes utilizam técnicas de análise crítica, de forma significativa em pequenosutilizam técnicas de análise crítica, de forma significativa em pequenos grupos e em supervisão/interação contínua com o professor/facilitador.grupos e em supervisão/interação contínua com o professor/facilitador. Neste contexto, o estudante se torna o principal ator no seu processo deNeste contexto, o estudante se torna o principal ator no seu processo de aprendizagem.aprendizagem. A ABP, como uma técnica de ensino autodirigida, estimula oA ABP, como uma técnica de ensino autodirigida, estimula o pensamento crítico do estudante, contribuindo para torná-lo umpensamento crítico do estudante, contribuindo para torná-lo um solucionador de problemas. É baseada em princípios de teorias desolucionador de problemas. É baseada em princípios de teorias de aprendizagem de adultos (Andragogia), o que inclui buscar a motivaçãoaprendizagem de adultos (Andragogia), o que inclui buscar a motivação dos participantes incentivando-os a definir suas próprias metas dedos participantes incentivando-os a definir suas próprias metas de aprendizagem.aprendizagem. Guia prático de metodologias ativas para o ensino superiorGuia prático de metodologias ativas para o ensino superior 88 Na ABP, o ponto de partida para a aprendizagem deve ser umNa ABP, o ponto de partida para a aprendizagem deve ser um problema que o estudante deseje resolver e procurar por conhecimentosproblema que o estudante deseje resolver e procurar por conhecimentos necessários para a elaboração de abordagens satisfatórias. Para tanto, énecessários para a elaboração de abordagens satisfatórias. Para tanto, é necessário o reconhecimento de fatos desencadeados por certosnecessário o reconhecimento de fatos desencadeados por certos elementos de informação. Sendo assim, a ABP não busca apenas resolverelementos de informação. Sendo assim, a ABP não busca apenas resolver o problema, mas o problema, mas constitui-se em oportunidades de aprendizagem.constitui-se em oportunidades de aprendizagem. Compreendendo o processo:Compreendendo o processo: O processo se inicia pela seleção, entre os participantes do grupoO processo se inicia pela seleção, entre os participantes do grupo tutorial, de um coordenador e um secretário. O professor/facilitador,tutorial, de um coordenador e um secretário. O professor/facilitador, então, apresenta o problema. A ABP deve ser desenvolvida seguindo oitoentão, apresenta o problema. A ABP deve ser desenvolvida seguindo oito passos, sendo eles:passos, sendo eles: 1º passo:1º passo: Leitura do problema e definição de termos desconhecidos (oLeitura do problema e definição de termos desconhecidos (o esclarecimento dos termos desconhecidos auxiliarão no enteesclarecimento dos termos desconhecidos auxiliarão no entendimento dondimento do problema apresentado).problema apresentado). O problema deve ser lido atentamente pelo coordenador da sessãoO problema deve ser lido atentamente pelo coordenador da sessão tutorial. Os termos desconhecidos devem ser grifados e posteriormentetutorial. Os termos desconhecidos devem ser grifados e posteriormente comentados no grupo. Busca-se, então, identificar e esclarecer os termoscomentados no grupo. Busca-se, então, identificar e esclarecer os termos desconhecidos, usando um dicionário ou consulta à internet. Para cadadesconhecidos, usando um dicionário ou consulta à internet. Para cada problema, são escolhidos um novo problema, são escolhidos um novo coordenador e um novo secretário.coordenador e um novo secretário. 2º passo:2º passo: Identificação das questões (essa etapa é importante para auxiliarIdentificação das questões (essa etapa é importante para auxiliar na definição dos na definição dos objetivos de aprendizagem).objetivos de aprendizagem). Identificação dos problemas propostos pelo enunciado eIdentificação dos problemas propostos pelo enunciado e levantamento das perguntas a serem feitas.levantamento das perguntas a serem feitas. 3º passo:3º passo: Formulação de hipóteses explicativas para os problemasFormulação de hipóteses explicativas para os problemas identificados no passo anterior (importante para conhecer o que osidentificados no passo anterior (importante para conhecer o que osestudantes já sabem sobre o assunto estudantes já sabem sobre o assunto a ser discutido).a ser discutido). Guia prático de metodologias ativas para o ensino superiorGuia prático de metodologias ativas para o ensino superior 99 Com base nas perguntas elaboradas, os estudantes se utilizam dosCom base nas perguntas elaboradas, os estudantes se utilizam dos conhecimentconhecimentos que dispõem os que dispõem sobre o sobre o assunto.assunto. 4º passo:4º passo: Resumo das hipóteses (essa síntese auxiliará na definição dosResumo das hipóteses (essa síntese auxiliará na definição dos objetivos de objetivos de aprendizagemaprendizagem).). Escolha pelo grupo das hipóteses mais plausíveis, fundamentadasEscolha pelo grupo das hipóteses mais plausíveis, fundamentadas nas discussões e no conhecimento prévio. O professor/facilitador nãonas discussões e no conhecimento prévio. O professor/facilitador não interfere na decisão do grupo. Nesse interfere na decisão do grupo. Nesse passo, o grupo passo, o grupo pode também elaborarpode também elaborar um mapa mentalum mapa mental 11com as ramificações em torno da problemática central.com as ramificações em torno da problemática central. Este mapa mental é útil para visualizar e Este mapa mental é útil para visualizar e sistematizar a discussão do grupo,sistematizar a discussão do grupo, visto que é possível a inclusão de ideias próprias e a flexibilização devisto que é possível a inclusão de ideias próprias e a flexibilização de informações durante a discussão em informações durante a discussão em grupo.grupo. 5º passo:5º passo: Formulação dos objetivos de aprendizagem (orientação sobre oFormulação dos objetivos de aprendizagem (orientação sobre o que deverá ser estudado pelo grupo no momento do que deverá ser estudado pelo grupo no momento do estudo individual).estudo individual). Trata-se da identificação do que o estudante deverá estudar paraTrata-se da identificação do que o estudante deverá estudar para aprofundar os conhecimentos incompletos formulados nas hipótesesaprofundar os conhecimentos incompletos formulados nas hipóteses explicativas. Nesse momento, o mapa mental pode ser utilizado paraexplicativas. Nesse momento, o mapa mental pode ser utilizado para orientar na elaboração desses objetivos de orientar na elaboração desses objetivos de aprendizado.aprendizado. 6º passo:6º passo: Estudo individual dos assuntos levantados nos objetivos deEstudo individual dos assuntos levantados nos objetivos de aprendizado (indispensável para que a sessão tutorial seja finalizada deaprendizado (indispensável para que a sessão tutorial seja finalizada de maneira efetiva).maneira efetiva). 11 O Mapa Mental é elaborado em torno de um tema estudado, seguindo basicamente os seguintesO Mapa Mental é elaborado em torno de um tema estudado, seguindo basicamenteos seguintes passos: Insira o tema principal no centro; crie ramificações a partir do tema principal e por isso deve-passos: Insira o tema principal no centro; crie ramificações a partir do tema principal e por isso deve- se considerar o grau de importância dos temas oriundos de cada tema; por fim, são inseridos osse considerar o grau de importância dos temas oriundos de cada tema; por fim, são inseridos os subtópicos de acordo com a subtópicos de acordo com a palavras-chaves destacada pelo grupo. Essas ramificações são conectadaspalavras-chaves destacada pelo grupo. Essas ramificações são conectadasentre si por setas, as quais podem ser de simples ou de duas pontas. Orienta-se usar giz, pincéis ouentre si por setas, as quais podem ser de simples ou de duas pontas. Orienta-se usar giz, pincéis ou canetas coloridas.canetas coloridas. Guia prático de metodologias ativas para o ensino superiorGuia prático de metodologias ativas para o ensino superior 1010 Preparação para a discussão em grupo novamente. EstudoPreparação para a discussão em grupo novamente. Estudo individual respeitando os objetivos levantaindividual respeitando os objetivos levantados. Vale dos. Vale buscar todas as fontesbuscar todas as fontes de informações confiáveis, inclusive os de informações confiáveis, inclusive os especialistas.especialistas. 7º passo:7º passo: Rediscussão no grupo tutorial e elaboração do mapa conceitualRediscussão no grupo tutorial e elaboração do mapa conceitual Será realizado no segundo momento de encontro do grupo.Será realizado no segundo momento de encontro do grupo. Retorno ao grupo Retorno ao grupo tutorial para rediscussão do problema frente aostutorial para rediscussão do problema frente aos novos conhecimentos adquiridos na fase de estudo anterior. Onovos conhecimentos adquiridos na fase de estudo anterior. O professor/facilitador levanta as professor/facilitador levanta as referreferências consultadas pelos ências consultadas pelos estudantes.estudantes. Durante e/ou ao final da discussão é elaborado o mapa Durante e/ou ao final da discussão é elaborado o mapa conceitualconceitual22,, o qual é importante para consolidação dos conhecimentos adquiridos peloo qual é importante para consolidação dos conhecimentos adquiridos pelo estudante e para o compartilhamento entre os membros do grupo tutorial.estudante e para o compartilhamento entre os membros do grupo tutorial. O mapa conceitual não é O mapa conceitual não é estático, segue princípios construtivistestático, segue princípios construtivistas, em as, em queque o eso estudante constrói gradativtudante constrói gradativamente conhecimentos e significados.amente conhecimentos e significados. O relatório pode ser entregue até a sessão tutorial seguinteO relatório pode ser entregue até a sessão tutorial seguinte (opcional).(opcional). 8° passo:8° passo: Avaliação Formativa: autoavaliação, avaliação inter-pares,Avaliação Formativa: autoavaliação, avaliação inter-pares, avaliação do tutor (Feedback necessário para melhoria do desavaliação do tutor (Feedback necessário para melhoria do desempenho deempenho de todos os atores). (Formulário no Anexo 1).todos os atores). (Formulário no Anexo 1). Deve ser realizada no fechamento de um problema e antes doDeve ser realizada no fechamento de um problema e antes do próximo. Autoavaliação, avaliação pelos pares, avaliação dopróximo. Autoavaliação, avaliação pelos pares, avaliação do professor/facilitador e pelo professor/facilitador; referente professor/facilitador e pelo professor/facilitador; referente à participaçãoà participação e desempenho de cada um no estudo do problema apresentado. Oe desempenho de cada um no estudo do problema apresentado. O professor/facilitador pode dar uma nota para cada estudante pelo seuprofessor/facilitador pode dar uma nota para cada estudante pelo seu 22 O mapa conceitual é construído a partir de um tema ceO mapa conceitual é construído a partir de um tema central que está sendo ntral que está sendo estudado/aestudado/analisado. Apósnalisado. Após o tema central ser elencado é realizada a pesquisa, ou seja, o estudo sobre o assunto. Durante o estudo,o tema central ser elencado é realizada a pesquisa, ou seja, o estudo sobre o assunto. Durante o estudo, as informações são gradativamente coletadas. Na sequência, as informações são gradativamente coletadas. Na sequência, são elencados e são elencados e conectados os subtópicosconectados os subtópicos necessários à compreensão do tema central, necessários à compreensão do tema central, sempre acompanhadsempre acompanhados de os de conceitos breves. As cconceitos breves. As conexõesonexões são feitas por meio do uso de setas e devem considerar o grau cronológico ou de importância. Cadasão feitas por meio do uso de setas e devem considerar o grau cronológico ou de importância. Cadaestudante escolhe os estudante escolhe os conceitos de modo particular, que facilite conceitos de modo particular, que facilite sua compreensão, contudo é importantesua compreensão, contudo é importante que haja a socialização para que que haja a socialização para que outros também possam compreender o conceito.outros também possam compreender o conceito. Guia prático de metodologias ativas para o ensino superiorGuia prático de metodologias ativas para o ensino superior 1111 desempenho e participação ou desempenho e participação ou apenas tecer comentários e fazer anotaçõesapenas tecer comentários e fazer anotações e entregar a nota ao final do bloco.e entregar a nota ao final do bloco. Compreendendo a dinâmica:Compreendendo a dinâmica: Nesta prática, os Nesta prática, os participantparticipantes são, es são, inicialmentinicialmente, apresentados a e, apresentados a umum problema específico sobre o qual deverão debater sobre a solução emproblema específico sobre o qual deverão debater sobre a solução em encontro posterior. São formados grupos tutoriais (de 8 a 10 participantes)encontro posterior. São formados grupos tutoriais (de 8 a 10 participantes) e estes são e estes são estimulados a realizarem uma pesquisa e discutirem sua melhorestimulados a realizarem uma pesquisa e discutirem sua melhor solução.solução. Para que a ABP atinja o objetivo desejado, a organização do grupoPara que a ABP atinja o objetivo desejado, a organização do grupo tutorial é indispensável e imprescindível. O grupo tutorial propicia atutorial é indispensável e imprescindível. O grupo tutorial propicia a participação ativa dos estudantes, facilitando a participação ativa dos estudantes, facilitando a discussão aprofundada dodiscussão aprofundada doassunto, estimula o pensamento crítico dos participantes e desenvolve aassunto, estimula o pensamento crítico dos participantes e desenvolve a capacidade de resolver problemas. Ademais, promove habilidades decapacidade de resolver problemas. Ademais, promove habilidades de grupo e capacidade de comunicação e incentiva à aprendizagemgrupo e capacidade de comunicação e incentiva à aprendizagem autodirigida.autodirigida. Os objetivos de um grupo tutorial deve ser o de incentivar osOs objetivos de um grupo tutorial deve ser o de incentivar os participantes a adotarem uma abordagem mais profunda para aparticipantes a adotarem uma abordagem mais profunda para a aprendizagem pessoal e ser um aprendiz ativo e aprendizagem pessoal e ser um aprendiz ativo e autodirigido.autodirigido. Quando da aplicação da ABP, Quando da aplicação da ABP, a organizaçãa organização do o do grupo tutorial devegrupo tutorial deve considerar os seguintes considerar os seguintes aspectos:aspectos: 1.1. Ser constituído por 8 a 10 participantes e contar com umSer constituído por 8 a 10 participantes e contar com um professor/facilitador; professor/facilitador; 2. 2. Um dos participantes deve ser indicado como coordenador e outroUm dos participantes deve ser indicado como coordenador e outro como secretário da sessão e o professor/facilitador deve assumir acomo secretário da sessão e o professor/facilitadordeve assumir a função de tutor.função de tutor. 3. 3. Os demais participantes devem realizar a discussão seguindo os 8Os demais participantes devem realizar a discussão seguindo os 8 passos descritos anteriormente. passos descritos anteriormente. Guia prático de metodologias ativas para o ensino superiorGuia prático de metodologias ativas para o ensino superior 1212 Compreendendo os papéis na Compreendendo os papéis na dinâmica do grupo tutorialdinâmica do grupo tutorial Atuação do Atuação do Professor/facilitProfessor/facilitador da ador da Sessão tutorialSessão tutorial Estabelecer um ambiente propício para a aprendizagem autodirigida;Estabelecer um ambiente propício para a aprendizagem autodirigida; Tratar os participantes como aprendizes adultos;Tratar os participantes como aprendizes adultos; Promover a cooperação e não a Promover a cooperação e não a competição no trabalho de grupo;competição no trabalho de grupo; Esclarecer as necessidades de aprendizagem e ajudar os estudantes aEsclarecer as necessidades de aprendizagem e ajudar os estudantes a estabelecerem objetivos de aprendizagem e metas;estabelecerem objetivos de aprendizagem e metas; Envolver-se em atividades de aprendizagem para garantir que osEnvolver-se em atividades de aprendizagem para garantir que os estudantes estejam no caminho correto;estudantes estejam no caminho correto; Ajudar os estudantes com planos e estratégias de apre Ajudar os estudantes com planos e estratégias de aprendizagem;ndizagem; Orientar o processo de aprendizagem, estimular a integração doOrientar o processo de aprendizagem, estimular a integração do conhecimento;conhecimento; Deve atuar como facilitador nas sessões tutoriais para ajudar osDeve atuar como facilitador nas sessões tutoriais para ajudar os participantes a se tornarem solucionadores de prob participantes a se tornarem solucionadores de problemas.lemas. É importante que todos os professores/facilitadores estejamÉ importante que todos os professores/facilitadores estejam capacitados e familiarizados com o processo da ABP e que se sintamcapacitados e familiarizados com o processo da ABP e que se sintam preparados para a condução da sessão tutorial. A mudança depreparados para a condução da sessão tutorial. A mudança de “disseminador de informações” para “facilitador da aprendizagem” pode“disseminador de informações” para “facilitador da aprendizagem” pode ser um desafio para os novos professores/facilitadores. Até mesmoser um desafio para os novos professores/facilitadores. Até mesmo aqueles familiarizados com o processo da ABP podem não estaraqueles familiarizados com o processo da ABP podem não estar preparados para a função de preparados para a função de tutor.tutor. Guia prático de metodologias ativas para o ensino superiorGuia prático de metodologias ativas para o ensino superior 1313 Atuação do Coordenador da Atuação do Coordenador da Sessão Tutorial (estudante)Sessão Tutorial (estudante) Coordenar o processo de trabalho do grupo;Coordenar o processo de trabalho do grupo; Introduzir o problema para discussão;Introduzir o problema para discussão; Facilitar a participação de todos os membros, certificando que ninguémFacilitar a participação de todos os membros, certificando que ninguém está dominando ou se ausentando;está dominando ou se ausentando; Estimular o grupo e sumarizar as ideias;Estimular o grupo e sumarizar as ideias; Elaborar e estimular a discussão;Elaborar e estimular a discussão; Observar o tempo e direcionar a discussão;Observar o tempo e direcionar a discussão; Certificar-se do cumprimento de todos os passos dCertificar-se do cumprimento de todos os passos da ABP.a ABP. Atuação do Relator/secretário na Sessão Tutorial (estudante)Atuação do Relator/secretário na Sessão Tutorial (estudante) Prestar atenção na evolução das ideias do grupo;Prestar atenção na evolução das ideias do grupo; Anotar Anotar as ideias as ideias surgidas no surgidas no grupo, grupo, mesmo mesmo se, aparentemese, aparentemente, nte, irreais;irreais; Organizar as ideias, sintetizando-as em conceitos;Organizar as ideias, sintetizando-as em conceitos; Conferir suas anotações com os outros membros do grupo;Conferir suas anotações com os outros membros do grupo; Contribuir com o grupo e facilitar a discussão;Contribuir com o grupo e facilitar a discussão; Resumir os objetivos de aprendizagem decididos pelo grupo ao finalResumir os objetivos de aprendizagem decididos pelo grupo ao final de cada sessão tutorial.de cada sessão tutorial. Guia prático de metodologias ativas para o ensino superiorGuia prático de metodologias ativas para o ensino superior 1414 Atuação dos participantes na ABP Atuação dos participantes na ABP (demais estudantes)(demais estudantes) Ser respeitoso com todos os membros do grupo;Ser respeitoso com todos os membros do grupo; Participar das sessões de abertura e de fechamento da tutoria;Participar das sessões de abertura e de fechamento da tutoria; Compartilhar os conhecimentos adquiridos no estudo individual;Compartilhar os conhecimentos adquiridos no estudo individual; Estar sensível às necessidades de aprendizagem dos colegas,Estar sensível às necessidades de aprendizagem dos colegas, respeitando o tempo de fala de cada um;respeitando o tempo de fala de cada um; Assumir a responsabilidade pelo seu aprendizado. Assumir a responsabilidade pelo seu aprendizado. O cumprimento destes papéis propicia O cumprimento destes papéis propicia um ambiente organizado emum ambiente organizado em que os próprios estudantes extraem os objetivos de estudo a partir doque os próprios estudantes extraem os objetivos de estudo a partir do problema apresentado na abertura. Com os objetivos em mãos, elesproblema apresentado na abertura. Com os objetivos em mãos, eles determinam seu momento e necessidade de estudo se preparando paradeterminam seu momento e necessidade de estudo se preparando para sessão de fechamento. No encontro de fechamento, os estudantessessão de fechamento. No encontro de fechamento, os estudantes demonstram o que aprenderam, consolidando ou corrigindo odemonstram o que aprenderam, consolidando ou corrigindo o conhecimento adquirido ao rediscutir o problema. Por fim, a avaliaçãoconhecimento adquirido ao rediscutir o problema. Por fim, a avaliação formativa qualifica a participação de todos formativa qualifica a participação de todos norteando sua evolução a partirnorteando sua evolução a partir do que foi do que foi apresentaapresentado.do. Bibliografia consultadaBibliografia consultada BOUD, David (Ed.).BOUD, David (Ed.). Problem-based learning in education for theProblem-based learning in education for the professions.professions. Higher Education Research and Development Society of Higher Education Research and Development Society of Australasia, 1985.Australasia, 1985. SCHMIDT, Hendricus Gerard. ProblemSCHMIDT, Hendricus Gerard. Problem‐‐based learning: Rationale andbased learning: Rationale and description.description. Medical educationMedical education, v. 17, n. 1, , v. 17, n. 1, p. 11-16, 1983.p. 11-16, 1983. WALTON, Henry J.; MATTHEWS, M. B. Essentials of problemWALTON, Henry J.; MATTHEWS, M. B. Essentials of problem‐‐based learning.based learning. Medical education,Medical education, v. 23, n. 6, p. 542-558, 1989. v. 23, n. 6, p. 542-558, 1989. Guia prático de metodologias ativas para o ensino superiorGuia prático de metodologias ativas para o ensino superior 1515 Capítulo 2Capítulo 2 FISHBOWLFISHBOWL - AQUÁRIO - AQUÁRIO Ludmila Barbosa Bandeira Rodrigues EmerickLudmila Barbosa Bandeira Rodrigues Emerick Márcio Henrique de SouzaMárcio Henrique de Souza Roberta Martins NogueiraRoberta Martins Nogueira Compreendendo o conceito e utilidade:Compreendendo o conceito e utilidade: OO FishbowlFishbowl, que significa aquário em inglês, foi inspirado em, que significa aquário em inglês, foi inspirado em ambientes de aprendizagem de escolas de medicina, onde especialistasambientes
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