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UNIDADE I TÓPICOS INTEGRADORES III ENFERMAGEM 2 Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste material poderá ser reproduzida ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de armazenamento e transmissão de informação, sem prévia autorização, por escrito, do Grupo Ser Educacional. Edição, revisão e diagramação: Equipe de Desenvolvimento de Material Didático EaD _______________________________________________________________________ Tópicos Integradores III – Enfermagem: Unidade 1 Recife: Grupo Ser Educacional, 2022. _______________________________________________________________________ Grupo Ser Educacional Rua Treze de Maio, 254 - Santo Amaro CEP: 50100-160, Recife - PE PABX: (81) 3413-4611 TÓPICOS INTEGRADORES 3 ENFERMAGEM UNIDADE 1 3 SUMÁRIO PARA INÍCIO DE CONVERSA .......................................................................................................... 4 ORIENTAÇÕES DA DISCIPLINA ..................................................................................................... 4 GESTÃO EM ATENÇÃO BÁSICA E ENFERMAGEM ............................................................... 5 POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO BÁSICA (PNAB) ......................................................... 8 HABILIDADES DE LIDERANÇA ..................................................................................................... 10 Inteligência Emocional ............................................................................................................. 10 Comunicação eficaz ................................................................................................................. 10 Mediação de conflitos .............................................................................................................. 11 Delegação de responsabilidades ........................................................................................... 11 PLANEJAMENTO EM SAÚDE NA ATENÇÃO BÁSICA ....................................................... 13 PROGRAMA DE SAÚDE DA FAMÍLIA ......................................................................................... 14 PALAVRAS FINAIS DO PROFESSOR .......................................................................................... 15 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................................ 16 4 PARA INÍCIO DE CONVERSA Caro (a) aluno (a), como vai? Que bom ver você por aqui! Vamos dar início ao nossos estudos sobre a disciplina de Tópicos Integradores de Enfermagem. Nesta primeira unidade, você será convidado a entender como ocorre o processo de trabalho do Enfermeiro a nível gerencial, enquanto gestor da Unidade de Saúde. Veremos aqui também conceitos relacionados a Política Nacional da Atenção Básica, as habilidades de liderança que um enfermeiro precisará ter, e como deverá ser feito planejamento em saúde na Atenção Básica. Ah! Também veremos como se dará a atuação do enfermeiro no gerenciamento da Sala de Imunização na Atenção Básica e como será a atuação do Enfermeiro nos outros programas da atenção básica. Seja muito bem-vindo (a)! Conto com a sua determinação e a sua garra ao longo de toda a nossa jornada de estudos. ORIENTAÇÕES DA DISCIPLINA A disciplina de Tópicos Integradores de Enfermagem III é dividida em 4 módulos. O primeiro módulo aborda temas essenciais para a formação do aluno, dando ênfase ao Enfermeiro (a) e como ele se insere no processo gerencial da atenção básica de forma ética e fundamentação legal desde graduação ao processo de trabalho. Você verá também as principais políticas públicas relacionadas à atenção primaria da saúde e suas aplicações na vivencia do processo gerencial. 5 PALAVRAS DO PROFESSOR Querido (a) estudante, este guia de estudo é bastante didático, por isso aproveite os textos e as bibliografias sugeridas. Não deixe de consultar seu livro-texto e os links dos sites que estão diretamente relacionados aos assuntos aqui abordados e nem de assistir aos vídeos sugeridos. Ao final da nossa unidade acesse o AVA e responda a atividade avaliativa! Preparado (a)? Vamos começar! Os propósitos desta unidade são: UNIDADE I • Gestão em Atenção Básica e Enfermagem • Política Nacional da Atenção Básica • Habilidades de liderança • Planejamento em Saúde na Atenção Básica • Programa de Saúde de da Família GESTÃO EM ATENÇÃO BÁSICA E ENFERMAGEM Após a reforma da Constituinte, o Sistema Único de Saúde (SUS) preconizou uma mudança estrutural no sistema de saúde em direção à universalidade e à eficácia, fazendo da atenção básica a porta de entrada de um sistema destinado a atender as necessidades da população. A descentralização e a consequente municipalização seriam as formas de viabilizar e aumentar o acesso da população aos serviços de saúde, articuladas com os processos de regionalização e hierarquização dos níveis de atenção, ainda que com a participação do setor privado complementar ao SUS (PONTE, 2010). A Atenção Primária à Saúde (APS) ou Atenção Básica é vista hoje como a melhor estratégia de reordenamento do setor de saúde e como a porta de entrada, preferencial, da população brasileira à assistência em saúde. Apesar de não requerer recursos tecnológicos materiais demasiadamente caros, o desenvolvimento do serviço na APS é complexo. Para Pires et al. (2019), essa complexidade se relaciona a questões típicas da gestão em saúde: 6 • Gestão de pessoas (provimento de força de trabalho em número e qualificação, e gestão das relações de trabalho); • Gestão de materiais e processos (incluindo estrutura, fluxos organizacionais, processos de trabalho, materiais e equipamentos); • Gestão financeira; assume a responsabilidade de prover assistência universal, integral, equânime, eficiente e eficaz. No gerenciamento de uma unidade básica de saúde (UBS), o gerente necessita dominar uma gama de conhecimentos e habilidades das áreas de saúde e de administração ter uma visão geral no contexto em que elas estão inseridas e assumir um compromisso social com a comunidade. Em suma, o gerente de uma UBS tem como atividade precípua a organização da produção de bens e serviços de saúde ao indivíduo ou à coletividade (Passos et al., 2006). Com este enfoque, é importante considerar alguns referenciais teóricos, como, por exemplo, a Norma Operacional Básica - SUS/1996 - NOB 96, que define gerência como sendo a administração de uma unidade ou órgão de saúde (ambulatório, hospital, instituto, fundação etc.), que se caracteriza como prestador de serviços ao Sistema. Diante desse contexto, observa–se que o profissional enfermeiro, componente da equipe multiprofissional da atenção básica, tem um papel fundamental como gestor/ gerência. Como referido por Montezeli et al. (2009), o gerenciamento em enfermagem corresponde a uma das bases para uma assistência convergente com a qualidade exigida pela clientela assistida nos serviços de saúde. A prática gerencial realizada pelo enfermeiro é regulamentada pelo Conselho Federal de Enfermagem (COFEN), no Decreto nº 94.406/87, que estabelece no artigo 8º que este profissional tem como atribuições a direção e chefia, o planejamento, a organização, a coordenação e a avaliação dos serviços de enfermagem (BRASIL,1987). Na resolução nº 194/1997, o COFEN considera que (BRASIL, 1997): “O Enfermeiro pode ocupar, em qualquer esfera, cargo de direção-geral nas instituições de saúde, públicas e privadas cabendo-lhe ainda, privativamente, a direção dos serviços de Enfermagem”. Sendo a gerência uma atividade que se destaca como um elemento estratégico, pois pode colaborar na organização do processo de trabalho em saúde e torná-lo mais qualificado para a oferta de uma assistência integral à saúde (Silva, 2012) VOCÊ SABIA? Estimado (a) aluno (a), você sabia que existe um Decreto que regulamenta a atividade da Enfermagem? Vejaeste decreto na íntegra em: https://www.sindatedf.com.br/arquivos/legislacoes/decretos/1987- decreto-94406-exercicio-da-enfermagem.pdf ??? https://www.sindatedf.com.br/arquivos/legislacoes/decretos/1987-decreto-94406-exercicio-da-enfermagem.pdf https://www.sindatedf.com.br/arquivos/legislacoes/decretos/1987-decreto-94406-exercicio-da-enfermagem.pdf 7 Ser gestor da atenção primaria a saúde, deve alinhar-se com a realidade local, dentro das condições geográficas, socioeconômicas e relações interpessoais, além das competências legais da unidade de saúde. Nessa perspectiva, as competências para se gerir uma unidade de saúde são: • Visão em longo prazo; • Comunicação eficaz; • Processo participativo; • Responsabilidade ética e social; • Liderança e articulação entre as pessoas Entre as atribuições do gerente da Atenção Básica estão (BRASIL, 2017): • Conhecer e divulgar, junto aos demais profissionais, as diretrizes e normas que incidem sobre a AB; • Participar e orientar o processo de territorialização, diagnóstico situacional, planejamento e programação das equipes, avaliando resultados e propondo estratégias para o alcance de metas de saúde; • Acompanhar, orientar e monitorar os processos de trabalho das equipes que atuam; • Assegurar a adequada alimentação de dados nos sistemas de informação da Atenção Básica vigente; • Estimular o vínculo entre os profissionais favorecendo o trabalho em equipe; • Potencializar a utilização de recursos físicos, tecnológicos e equipamentos existentes na UBS; • Qualificar a gestão da infraestrutura e dos insumos; • Conhecer a RAS, participar e fomentar a participação dos profissionais na organização dos fluxos de usuários; • Desenvolver gestão participativa e estimular a participação dos profissionais e usuários em instâncias de controle social. A territorialização da Atenção Básica à Saúde é um processo social e político importante para a realização dos princípios constitucionais do Sistema Único de Saúde (SUS) no Brasil. O SUS é fundamentalmente um projeto de atenção territorializado, organizado em redes de atenção regionalizadas, com centro de comando na Atenção Básica à Saúde (ABS). Por isso, a territorialização reflete o próprio modelo de atenção que se propõe no Brasil. (Faria, 2020). VEJA O VÍDEO Caro (a) aluno (a), não deixe de assistir este vídeo sobre territorialização. Disponível em: https://bit.ly/36CbR3a https://bit.ly/36CbR3a 8 POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO BÁSICA (PNAB) A Política Nacional de Atenção Básica é uma política nascida em 2006, que visa especificamente demonstrar como está organizada a Estratégia de Saúde da Família. Nela, temos a atenção básica como eixo coordenador do cuidado, além de ser o centro da comunicação e ordenadora da rede. De lá pra cá, houveram várias discussões técnicas e várias tentativas de aperfeiçoamento desta política, adaptando as normas para que pudessem ser aplicadas no Programa de Saúde da Família e Programa Agentes Comunitários de Saúde. Os princípios que norteiam essa política são os da universalidade, equidade e integralidade. Já as diretrizes são: • Regionalização e hierarquização; • População adscrita; • Cuidado centrado na pessoa; • Resolutividade; • Longitudinalidade do cuidado; • Coordenar o cuidado; • Ordenar redes; • Participação da comunidade; • Territorialização; • Adstrição A Política Nacional de Atenção Básica (PNAB) coloca como atribuições do Enfermeiro as seguintes atividades (Brasil, 2017): • Realizar atenção à saúde aos indivíduos e famílias vinculadas às equipes e, quando indicado ou necessário, no domicílio e/ou nos demais espaços comunitários (escolas, associações entre outras), em todos os ciclos de vida; • Realizar consulta de enfermagem, procedimentos, solicitar exames complementares, prescrever medicações conforme protocolos previamente estabelecidos, diretrizes clínicas e terapêuticas, ou outras normativas técnicas estabelecidas pelo gestor federal, estadual, municipal ou do Distrito Federal, observadas as disposições legais da profissão; • Realizar e/ou supervisionar acolhimento com escuta qualificada e classificação de risco, de acordo com protocolos estabelecidos; • Realizar estratificação de risco e elaborar plano de cuidados para as pessoas que possuem condições crônicas no território, junto aos demais membros da equipe; • Realizar atividades em grupo e encaminhar, quando necessário, usuários a outros serviços, conforme fluxo estabelecido pela rede local; • Planejar, gerenciar e avaliar as ações desenvolvidas pelos técnicos/auxiliares de enfermagem, Agentes Comunitários de Saúde (ACS), Agente de Combate as Endemias (ACE) e os demais membros da equipe; • Supervisionar as ações do técnico/auxiliar de enfermagem e ACS; 9 • Implementar e manter atualizados rotinas, protocolos e fluxos relacionados a sua área de competência na Unidade Básica de Saúde; • Exercer outras atribuições conforme legislação profissional, e que sejam de responsabilidade na sua área de atuação. Assim, o enfermeiro no âmbito assistencial, educativo e preventivo, com gestão ou execução, é estratégico e indispensável na composição da equipe, como marcos programado dentro desse modelo de trabalho do SUS. Sobre o acesso com equidade deve ser uma preocupação constante no acolhimento à demanda espontânea. A equidade, como um princípio de justiça, baseia-se na premissa de que é preciso tratar diferentemente os desiguais (diferenciação positiva) ou cada um de acordo com a sua necessidade, corrigindo diferenciações injustas e negativas e evitando iatrogenias devido a não observação das diferentes necessidades. Como fazer isso no cotidiano dos serviços, onde muitas vezes chegam, ao mesmo tempo, várias pessoas com necessidades distintas? Uma estratégia importante de garantia de acesso com equidade é a adoção da avaliação/ estratificação de risco e de vulnerabilidades como ferramenta, que possibilita identificar as diferentes gradações de risco, as situações de maior urgência e, com isso, realizar as devidas priorizações. (BRASIL, 2013). Observe a imagem a seguir: Figura 1 – Acolhimento com Classificação de Risco nas Unidades Básicas de Saúde Fonte: Adaptado de BRASIL. Ministério da Saúde. Acolhimento à demanda espontânea: queixas mais comuns na Atenção Básica. Brasília: Ministério da Saúde, 2013, https://bit.ly/3JrNRNT https://bit.ly/3JrNRNT 10 HABILIDADES DE LIDERANÇA É fundamental que o enfermeiro desenvolva algumas habilidades de liderança para influenciar a sua equipe. A partir dessa liderança criada, deve-se haver o estímulo da equipe de Saúde para a resolução dos problemas dos usuários da Unidade, pautadas nos princípios do SUS (FARAH et al., 2017). Contudo, para que enfermeiro desenvolva essa liderança, são necessários alguns requisitos para isto, a saber: INTELIGÊNCIA EMOCIONAL A inteligência emocional pode ser conceituada como a habilidade de entender as suas emoções e aprender a lidar com elas. Está diretamente ligada a uma boa liderança na Atenção Básica, pois, através dela, o enfermeiro é capaz de controlar o estresse e otimizar a capacidade de influenciar o comportamento positivo dos pacientes e da sua equipe. Mas, fica a pergunta: como aprimorar esse tipo de inteligência? Muitas vezes, não é uma habilidade fácil de desenvolver, pois, existem muitas pressões, tanto dos superiores para atingir as metas com poucos recursos, quanto dos usuários que querem a resolução dos seus problemas de saúde com o máximo possível de rapidez. No entanto, o Enfermeiro deve conseguir transformar essa pressão em ação. Uma maneira de desenvolver essa habilidade é através do autoconhecimento e reconhecimento da necessidade de melhorar a sua inteligência emocional. Ela pode ser realizada em terapias individuais ou até mesmo nas reuniões de equipe em grupos, preferencialmente, mediado por um psicólogo. COMUNICAÇÃO EFICAZ A gestão da Atenção Básica deve ser multiprofissional, ou seja, deve ser realizada por toda equipe. Paraque essa comunicação ocorra, é fundamental a troca de experiências entre os envolvidos no processo de trabalho. Pensando dessa maneira, as reuniões de equipe são essenciais, pois todos podem contribuir e planejar as atividades que irão ocorrer e as ações de saúde. Geralmente, elas ocorrem em uma periodicidade semanal. É imprescindível que o Enfermeiro, como coordenador das ações da equipe de Enfermagem, consiga saber ouvir e dialogar para a chegada de um objetivo em comum. Para que as ações de Enfermagem resultem em melhoria das condições de saúde da população é necessária uma comunicação eficaz, pois, na Atenção Básica, a assistência à saúde é ofertada por toda equipe (COUTINHO et al., 2019). EXEMPLO Você entendeu? Deixa eu te dar um exemplo! Supomos que durante a vacinação de uma criança, a mãe do menor, a sra Renata Campos, queixa-se para o técnico de Enfermagem que está com vertigem, e com uma forte dor na região occipital. A partir daí, o técnico de Enfermagem encaminha a genitora para uma consulta com o Enfermeiro da Unidade. Durante a consulta, a Enfermeira verifica a PA e percebe que a pressão está extremamente alterada e 11 encaminha a paciente para uma consulta médica, para o médico possa prescrever o tratamento medicamentoso que mais se adapte aquela paciente. A partir de então, é planejado visita domiciliar constante para a sra Renata Campos para verificação da adesão e da eficácia do medicamento. De acordo com Broca et al. (2015): “Não há interação sem comunicação e ambas são inerentes ao cuidado, sendo habilidades necessárias de serem desenvolvidas para que o cuidado se efetive”. MEDIAÇÃO DE CONFLITOS A habilidade de negociação é uma característica essencial para a chegada de uma solução para um problema e, consequentemente, para realizar o planejamento adequado das ações de saúde. As vezes, é necessário ceder para que seja encontrada uma solução para aquele problema. Segundo Kurcgant, (2010) existem quatro estilos para a resolução dos conflitos e todos podem ser usados em diferentes momentos: • Estilo colaborativo: Indicado quando há interesses diferentes em ambas as partes e o interesse de ambos deve ser preservado. Neste caso, requer um pouco mais de paciência e um maior esforço também, e por consequência, acaba sendo um processo mais demorado; • Estilo contestador: Indicado quando há a necessidade de uma decisão rápida. Estilo de aceitação Indicado quando o interesse da outra parte do conflito é muito mais importante; • Estilo da retirada: Indicado quando o tema não é relevante ou quando não expor determinado assunto gera mais benefícios por ser extremamente conflituoso; • Estilo do compromisso: Possui elementos de todos os outros conflitos, utilizado quando se pode esperar uma situação mais adequada para a chegada de um acordo, caracterizada por muita negociação. DELEGAÇÃO DE RESPONSABILIDADES A delegação do Enfermeiro da Atenção Básica acontece quando ele descentraliza as suas atividades para os técnicos de Enfermagem e os Agentes Comunitários de Saúde (ACS) de acordo com as suas competências de cada um. É importantíssimo essa delegação seja realizada. No entanto, muitos profissionais não entendem assim, e acreditam que a delegação de atividades é uma ação fiscalizatória para o cumprimento de metas (COUTINHO et.al, 2019). A delegação de responsabilidades facilita o trabalho de todos, estimula a equipe por se sentir parte integrante do planejamento da saúde e não sobrecarrega o Enfermeiro. Por exemplo: o enfermeiro poderá delegar aos ACS e aos técnicos de enfermagem a organização de uma campanha de prevenção da dengue na comunidade, supervisionando o seu andamento. A supervisão é uma tarefa contínua do Enfermeiro na Atenção Básica e inclui a avaliação das atividades 12 planejadas realizadas pelos técnicos de enfermagem e ACS, visando o atendimento das necessidades em saúde da população do território. A supervisão é fundamental para a gestão da Atenção Básica, através dela é possível resolver os conflitos da equipe e a adequação do planejamento das ações de saúde (COUTINHO et al., 2019). DICAS Prezado(a) aluno(a), você sabe a diferença entre chefe e líder? Você, enquanto enfermeiro da Atenção Básica, é o responsável pela sua equipe. É a pessoa referência, que todo mundo irá se reportar. Ele tem tendência a ser autoritário, comandar pessoas e distribuir ordens, sempre visando lucros e resultados. Geralmente o chefe não pensa no bem-estar coletivo, ele vê os funcionários como se estivesse abaixo da cadeia da instituição e que devem seguir suas ordens da maneira em que ele acredita ser melhor. O chefe, na maioria das vezes, irá apontar e responsabilizar os outros quando algo não dá certo, mas quando o objetivo é alcançado age como se ele tivesse executado só. O líder, por sua vez, é conhecido como motivador de sua equipe, ele inspira as pessoas, trabalha em parceria com o grupo e sempre procura valorizar as habilidades dos indivíduos, respeitando suas limitações e ajudando a superá-las. Ele não busca apenas os resultados, ele se preocupa com o percurso que irá ser alcançado o objetivo, por não apresentar uma postura de centralizador tem a tendência de ser muito respeitado. Para o enfermeiro que é líder, os técnicos de Enfermagem não são só um número, mas são pessoas que estão dispostas a colaborar. Existem aquelas pessoas que são líderes natos, esses têm a vocação! Possuem iniciativa, capacidade de influência, capacidade de comunicação, e estão a disposição de ajudar, não a fazer para o outro, mas ensiná-lo e orientá-lo para que faça sozinho. Veja a imagem abaixo e observe as diferenças entre ser chefe e ser líder. VISITE A PÁGINA Prezado(a) aluno(a), leia esta matéria e veja mais diferenças sobre o que é ser chefe e ser líder. Veja ainda os conceitos de gerente e de supervisor. https://bit.ly/36A9HRK https://bit.ly/36A9HRK 13 ACESSE O AMBIENTE VIRTUAL A coleta de dados para análise da situação de saúde do território, através dos sistemas de informação gera menor custo e tempo. Os Sistemas de Informação em Saúde são ferramentas que possibilitam a consolidação de dados sobre a situação de saúde da população. Caro (a) aluno (a), acesse o seu livro de Gestão em Enfermagem na Atenção Básica (p 35) e veja alguns dos Sistemas de Informação em Saúde que podem ser utilizados. PLANEJAMENTO EM SAÚDE NA ATENÇÃO BÁSICA O Planejamento das ações de saúde deve ser realizado pela equipe multiprofissional com as atribuições estabelecidas nas reuniões de equipe, realizadas, normalmente, semanalmente. O enfermeiro participa tanto do planejamento quanto da realização e supervisão das ações ativamente. Após realizar o diagnóstico da situação de saúde (realidade que deseja mudar) do território deverá ser realizado o plano para a realização das ações que poderá ser de curto, médio e longo prazo (DAGNINO, 2009). As ações de saúde devem ser realizadas tanto baseadas no diagnóstico da situação de saúde da população do território quanto na observação das necessidades em saúde expressas nas demandas dos usuários. Necessidade em saúde é definido como algo que o usuário do SUS deseja e podem estar relacionadas à ausência de doença ou aos seus determinantes e condicionantes (AMORIM et al., 2017). Uma forma de realizar o caminho para as ações de saúde é o planejamento estratégico organizacional que possui quatro momentos: Diagnóstico A fase do diagnóstico é a primeira etapa. É necessário entender o que está acontecendo, é fazer uma análise da realidade local. É preciso entender o problema maior, passível de solução, que leva aos problemas menores. Esse método é usado para definir o mapeamento e análise das causas geradoras dos pontos fortes e fracos. Identificados nos desdobramentos das atividades Possibilita ainda, identificar os possíveis riscos de exposição aos problemas. Formulação Consiste em realizar o plano com as ações que deverão ser adotadaspara a solução do problema (DAGNINO, 2009). A equipe de saúde poderá fazer um levantamento da situação vacinal dos menores de um ano e promover mutirões para vacinação, descrevendo como e quando será feito, além de identificar os atores responsáveis por essa ação. 14 Estratégia Análise se o plano é possível e descrição de como executá-lo. Operação Será a realização da ação propriamente dita. O planejamento estratégico organizacional é um método muito útil se utilizado com compromisso por toda a equipe da Atenção Básica. Ele requer tempo para ser realizado e tempo para ser avaliado. A Equipe poderá reservar uma reunião mensal de equipe para realizar o planejamento, mas pelo menos semanalmente ele deve ser avaliado. VEJA O VÍDEO Estimado (a) aluno (a), para conhecer como realizar um diagnóstico comunitário. Não deixe de assistir o vídeo abaixo https://bit.ly/3L3EJAl PROGRAMA DE SAÚDE DA FAMÍLIA O Programa de Saúde da Família surgiu em 1994 como uma proposta de reorientação do modelo hospitalocêntrico e ortodoxo que predominava na época. Antes de tornar-se um Programa, essa ideia teve início na cidade do Ceará, e após o sucesso da implantação, foi divulgada para o país todo. Tinha como premissa o desenvolvimento de ações de promoção da saúde e de prevenção de doenças. Essa nova proposta de reorientação do sistema coloca o sujeito como autor da própria história, traz à luz o modelo biopsicossocial, em que a doença é enxergada sob a ótica considerando os aspectos biológicos, psicológicos e sociais. Além disso, esse modelo do sistema propõe o desenvolvimento de ações de saúde para o indivíduo, a família e a comunidade, em um plano terapêutico que promova atividades de natureza integral e preventiva. Diante do exposto, o PSF procura respeitar a à integralidade e a universalidade da assistência, atendendo aos princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde. https://bit.ly/3L3EJAl 15 VEJA O VÍDEO Estimado aluno(a), para ter conhecer detalhadamente a realidade da Estratégia de Saúde da Família, acesse o vídeo abaixo e saiba mais! https://bit.ly/3L8ZTgF VISITE A PÁGINA Caro aluno, assim como em outros níveis de Atenção, na Atenção Primária existem doenças que obrigatoriamente precisam ser notificadas, as chamadas Doenças de Notificação Compulsória. Doenças de notificação compulsória são aquelas que a lei exige sua comunicação às autoridades de saúde pública. Isso serve para que os dados permitam às autoridades monitorizar a doença e prever possíveis surtos. Acesse o link: https://bit.ly/3JAbMfg DICAS Não se atenha à leitura deste guia, consulte o livro-texto e também leia os textos sugeridos, isso facilitará a fixação do conteúdo explanado. PALAVRAS FINAIS DO PROFESSOR E então, caro (a) estudante, o que você esperava dessa unidade foi o que você viu? Espero que tenha sido proveitoso esse momento de estudo e descobertas para você. Teremos mais três unidades pela frente, as quais aprofundaremos a Saúde da Criança, a Saúde do Adulto e da Mulher. Espero encontrar você na próxima unidade! Bons estudos, e até lá! https://bit.ly/3L8ZTgF https://bit.ly/3JAbMfg 16 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BRASIL. Decreto nº 94.406, de 08 de junho de 1987. Regulamenta a Lei nº 7.498 de 25 de junho de 1986, que dispõe sobre o exercício da enfermagem e dá outras providências. Diário Oficial [da República Federativa do Brasil], Brasília, 1987. BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria Nº 2.436, de 21 de setembro de 2017. Aprova a Política Nacional de Atenção Básica, estabelecendo a revisão de diretrizes para a organização da Atenção Básica, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Brasília DF: Ministério da Saúde, 2017. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/ saudelegis/gm/2017/prt2436_22_09_2017.html Acesso em: 19 abr. 2022. BRASIL. Ministério da Saúde. Acolhimento à demanda espontânea: queixas mais comuns na atenção básica. Brasília: Ministério da Saúde, 2012. (Cadernos de Atenção Básica, n. 28, volume 2). BROCA, P. V. et al. Processo de comunicação na equipe de enfermagem a fundamentado no diálogo entre Berlo e King. Esc Anna Nery 2015; 19(3):467-474. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/ean/v19n3/1414-8145-ean-19-03-0467.pdf. Acesso em 13 mar de 2022. COUTINHO, A. F. et.al. Gestão em enfermagem de pessoal na estratégia saúde da família. Revista enfermagem UFPE on-line. Recife, 13(1): 137-47, jan., 2019. FARAH, B. F. et al. Percepção de enfermeiros supervisores sobre liderança na Atenção Primária. Rev Cuid vol. 8 no. 2 Colombia Mai./Ago. 2017. Disponível em: https://www. redalyc.org/pdf/3595/359550872009.pdf . Acesso em: 14 abr. 2022. FARIA, R. M. A territorialização da Atenção Básica à Saúde do Sistema Único de Saúde do Brasil. Ciência & Saúde Coletiva, 25(11):4521-4530, 2020. KURCGANT, P., et. al. Gerenciamento em enfermagem. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2010. Disponível em https://www.academia.edu/45441073/ Gerenciamento_em_Enfermagem . Acesso em: 14 abr. 2022. MONTEZELI, J. H. et al. Competência Gerencial do Enfermeiro: conhecimento publicado em periódicos brasileiros. In: Cogitare Enfermagem, v.4, n. 3, jul – set. p. 553- 8, 2009. https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2017/prt2436_22_09_2017.html https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2017/prt2436_22_09_2017.html http://www.scielo.br/pdf/ean/v19n3/1414-8145-ean-19-03-0467.pdf https://www.redalyc.org/pdf/3595/359550872009.pdf https://www.redalyc.org/pdf/3595/359550872009.pdf https://www.academia.edu/45441073/Gerenciamento_em_Enfermagem https://www.academia.edu/45441073/Gerenciamento_em_Enfermagem 17 PASSOS, J. P. et al. A concepção dos enfermeiros no processo gerencial em Unidade Básica de Saúde. In: Revista da Escola de Enfermagem da USP. São Paulo, 2006. PIRES, D.E. et. al. Gestão na atenção primária: implicações nas cargas de trabalho de gestores. Rev Gaúcha Enferm. 2019. PONTE, C. F.; FALLEIROS, I. Na corda bamba de sombrinha: a saúde no fio da história. Observatório História e Saúde (COC). Observatório dos Técnicos em Saúde (EPSJV). Rio de Janeiro: Fiocruz/COC; Fiocruz/EPSJV, 2010. Disponível em: http:// observatoriohistoria.coc.fiocruz.br/local/File/livro-na-corda-bamba-de-sombrinha.pdf Acesso em: 19 abr. 2022. SILVA, F. H. C. A Atuação dos Enfermeiros como Gestores em Unidades Básicas de Saúde. In: Revista de Gestão em Sistemas de Saúde – RGSS. São Paulo, v. 1, n. 1, p. 67-82, jan./ jun., 2012. http://observatoriohistoria.coc.fiocruz.br/local/File/livro-na-corda-bamba-de-sombrinha.pdf http://observatoriohistoria.coc.fiocruz.br/local/File/livro-na-corda-bamba-de-sombrinha.pdf
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