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UNIVERSIDADE PAULISTA 
INSTITUTO DE CIÊNCIA DA SAÚDE 
CURSO DE NUTRIÇÃO 
 
 
 
LEONARDO JONATA CERVENCOVE 
NATÁLIA CARNAVALE 
YASMIN HARUMI KUBO 
 
 
 
ESTUDO DE CASO: 
OBESIDADE 
 
 
 
 
 
 
 
SOROCABA-SP 
2021 
 
 
 
 
 
LEONARDO JONATA CERVENCOVE D04BAH4 
NATÁLIA CARNAVALE D77ABI1 
YASMIN HARUMI KUBO N290889 
 
 
 
 
 
ESTUDO DE CASO: 
OBESIDADE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SOROCABA-SP 
2021 
Estudo de caso referente ao estágio 
obrigatório na área de nutrição clínica, 
apresentado à Universidade paulista – 
UNIP. 
Prof.° Orientadora: Jackeline 
Rodrigues. 
Supervisora: Karina da Silva Timpanari. 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
1. INTRODUÇÃO 4 
1.1 Epidemiologia da doença 4 
1.2 Conceito 4 
1.3 Fisiopatologia 5 
1.4 Quadro Clínico 7 
1.5 Diagnóstico 8 
1.6 Tratamento 8 
2. IDENTIFICAÇÃO DO PACIENTE 11 
2.1 Sigla do nome, sexo, idade, estado civil, profissão, procedência. 11 
3. EVOLUÇÃO DO CASO. 12 
3.1 História da moléstia atual/História pregressa da moléstia atual. 12 
3.2. Avaliação nutricional. 12 
3.2.1 Anamnese alimentar. 13 
3.2.2 Antropometria. 19 
3.2.3 Bioquímica / Imunologia 26 
3.2.4 Farmacologia. 28 
3.2.5 Discussão e Diagnostico Nutricional. 29 
3.3 Recomendações e Prescrição. 29 
3.3.1 Recomendações Dietéticas 30 
3.3.2 Prescrição Dietoterápica 31 
4. CONDUTA NUTRICIONAL 34 
5. EVOLUÇÃO CLÍNICA E DIETOTERAPIA 37 
6. CONCLUSSÃO 41 
REFERENCIA BIBLÍOGRÁFICA. 42 
APÊNDICES. 45 
 
4 
 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
1.1 Epidemiologia da doença 
Segundo os dados do Ministério da Saúde (2020), ocorreu um grande 
aumento de 72% na incidência da obesidade no período entre o ano de 2006 e 
2019, onde subiu significativamente de 11% para 20,3% da população do Brasil, 
o número de pessoas com IMC maior que 30, significando que a cada dez 
brasileiros, 2 estão sendo classificados como obeso (ABESO, 2018). 
A mudanças nos hábitos alimentares da população brasileira pode ser 
notado através da evolução da disponibilidade domiciliar de alimentos, 
baseando-se nas Pesquisas de Orçamento Familiar POFs, realizadas em 2002-
2003, 2008-2009 e 2017-2018, que indicaram que alimentos in natura, os 
minimamente processados e ingredientes culinários da alimentação base como 
o arroz e o feijão vêm cada vez mais perdendo espaço para alimentos 
processados e, sobretudo, para alimentos ultraprocessados. Entre os produtos 
que apresentaram aumento de suas quantidades per capta média, adquiridas 
entre os períodos de realização das POFs nacionais, destacam-se os alimentos 
preparados e misturas industriais (56%), as Bebidas alcoólicas (19%) e as 
Bebidas não alcoólicas (17%) (IBGE, 2020). 
De acordo com a Organização Mundial de Saúde, a obesidade é um dos 
problemas de saúde mais graves que o mundo vem enfrentando. Estima-se que 
até 2025, cerca de 2,3 bilhões de adultos em todo o mundo estarão com 
sobrepeso, o que significa que 700 milhões de pessoas serão obesas, com o 
IMC (Índice de massa corporal) superior a 30 (ABESO, 2018). 
1.2 Conceito 
A obesidade pode ser entendida como sendo o acúmulo de gordura 
corporal excessiva, decorrente do desequilíbrio entre a ingestão calórico-
energética, na maioria dos casos, é o resultado de um superávit calórico por um 
relativo e estendido espaço de tempo, onde se ingere mais calorias do que se 
utiliza, existem condições clínicas adversas, além de erros de metabolismo, que 
também fazem com que o processamento, utilização e armazenamento dos 
macros e micronutrientes sejam modificados, de forma que leva o indivíduo a 
5 
 
 
 
desenvolver um quadro de obesidade de modo secundário, por exemplo, os 
distúrbios relacionados a glândula tireoide (SILVA, 2017). 
A Obesidade pode ser entendida como sendo uma condição clínica de 
causas multifatoriais, que envolvem fatores genéticos e epigenéticos, onde 
acontece um acúmulo excessivo de gordura corporal, a um nível patológico, ao 
ponto de colocar a saúde e a vida do indivíduo acometido em risco. Atualmente 
é classificada a nível de pandemia, pois vem crescendo no Brasil e no mundo. A 
dimensão do problema da obesidade rompe as fronteiras da biologia do indivíduo 
que é afetado por essa condição, têm impacto social, econômico, político, 
científico e tem se tornado uma preocupação mundial (SILVA, 2017). 
Segundo o alerta da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e 
Metabolismo - SBEM, a obesidade vai muito além do acúmulo excessivo de 
gordura corporal, pois está relacionada a diversas doenças da fisiologia 
endócrina e metabólica, proporcionando um estado de suscetibilidade às 
doenças endócrinas e metabólicas (SBEM, 2021). 
Entretanto, o ministério da saúde declara que, a obesidade se constitui 
em um problema de saúde pública grave, pois segundo pesquisas de Vigilância 
de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas, 55 % da população 
adulta no Brasil está com o excesso de peso e 20% está classificada como obesa 
(MINISTERIO DA SAÚDE,2020). 
1.3 Fisiopatologia 
Normalmente uma das primeiras causas da obesidade está relacionada 
com os hábitos alimentares e o estilo de vida sedentário, ocorre na maioria das 
vezes um desequilíbrio do balanço energético, onde se ingere mais calorias do 
que se utiliza, induzindo ao acúmulo excessivo de células adiposas (LIDIANE, 
H.O, PABLO.A, 2012). 
O balanço energético do nosso organismo, é controlado pelo sistema 
nervoso central (SNC), moléculas circulantes na corrente sanguínea são 
capazes de sinalizar a quantidade de energia armazenada sob a forma de 
gordura. O impulso por se alimentar é controlado por dois mecanismos 
principais, a fome fisiológica, decorrente de uma necessidade metabólica, para 
eliminar a sensação de fome e pelo estímulo de recompensa imediata (SILVA. 
2017). 
6 
 
 
 
O hipotálamo é a estrutura do cérebro que controla o balanço energético, 
onde há neurônios específicos, que participam deste processo, como é o 
exemplo do neurônio ag/RP/NPY, que é ativado em situação de balanço 
energético negativo e perda de peso, através de feedback da concentração 
plasmática dos hormônios insulina e leptina, esse neurônio atua criando 
impulsos de hiperfagia. Alguns estudos demonstram que a inibição deste 
neurônio, também chamada de silenciamento, faz com que o impulso hiperfagico 
seja controlado (SILVA. 2017). 
A grelina é um hormônio que atua ativando esse neurônio, sendo uma 
reguladora de curto prazo desse mecanismo, da sensação de fome e do impulso 
alimentar, é produzida em células neuroendócrinas do estômago, e quando este 
órgão está vazio, a produção de grelina é aumentada (SILVA. 2017). 
Por outro lado, o neurônio POMC/CART, que é considerado um neurônio 
anoréxico, atua de modo antagônico ao neurônio ag/RP/NPY, sendo ativado pelo 
hormônio leptina, criando então um mecanismo de resposta de saciedade, a 
leptina tem sua produção aumentada na presença de conteúdo alimentício no 
estômago. O neurônio POMC/CART produz a melanocortina, que atua sobre 
outros neurônios inibindo o desejo de comer (SILVA. 2017). 
A melanocortina atua sobre receptores neuronais, sendo assim, 
neurônios com poucos receptores, ou com alguma espécie de defeito nesses 
receptores, fazem com que não ocorra a inibição do apetite e da vontade de 
comer, do modo normal como deveria acontecer, o que resulta em hiperfagia, 
compulsão alimentar, ausência de saciedade (SILVA. 2017). 
A expressão da leptina é controlada por diversas substâncias, como 
os glicocorticoides, citocinas pró-inflamatória e insulina, endotoxinas e estados 
infecciosos podem levar também a elevação da concentração plasmática da 
leptina (SILVA. 2017). 
A Redução dos níveis circulantes da leptina é ocasionada por situações 
de estresse, exercícios físicos intensos e jejum prolongado. O aumento 
exagerado é comum em pessoas com excesso de peso, ocorrido devidamente 
a dessensibilizaçãodos respectivos receptores da leptina, ou devido a 
7 
 
 
 
alguma deficiência relacionada no transporte, precisamente na passagem pela 
barreira hematoencefálica (SILVA, 2017). 
Campos (2011) afirma que a deficiência desse respectivo hormônio pode 
ser um dos causadores do excesso de peso e o desencadeamento de diabetes, 
o peptídeo semelhante ao glucagon 1 e a colecistoquinina, após a liberação por 
células do trato gastrointestinal, esses dois hormônios vão ao sistema sensorial 
ascendente via nervo vago, até atingirem neurônios do trombo encefálico 
induzindo a processos compensatório de saciedade. 
Estudos avaliando os fatores genéticos da obesidade avaliando gêmeos 
e crianças adotadas, estimam que cerca de 25 e 50% do risco para o 
desenvolvimento da obesidade estão atrelados a genética, cerca de 80% dos 
filhos de pais obesos também são obesos, contra 10% de filhos de pais não 
obesos, sabe-se que diversas regiões espalhadas em torno do DNA são 
responsáveis por influenciarem no quadro de obesidade, mas especificamente 
no metabolismo dos nutrientes. A exemplo do gene FTO (Fat mass and obesity-
associed proteín) (CAMPOS, 2011). 
1.4 Quadro Clínico 
O quadro clínico da obesidade fica evidenciado através do acúmulo 
excessivo de gordura corporal, subcutânea ou visceral, através dos subtipos 
mais reconhecidamente como obesidade ginóide e androide, também designado 
como tipo pera e tipo maçã, muita das vezes é acompanhado de circunferência 
abdominal elevada, IMC maior do que 30, essa condição apresenta sinais e 
sintomas clínicos como a dificuldade para caminhar, respirar, o cansaço mais 
frequente, a presença de dores e inflamações, além de poder conjuntamente 
apresentar sinais metabólicos e bioquímicos detectáveis através de exames 
como a alteração nos níveis de triglicérides e de colesterol, hiperglicemia, entre 
outros (ABESO, 2016). 
O quadro clínico da obesidade se estende também a esfera psicológica e 
social, sendo em muitos casos acompanhados de depressão, descontentamento 
com a imagem corporal, a presença de distúrbios alimentares, compulsão e entre 
outros (ABESO, 2016). 
A Obesidade é por si só, um fator que induz ao desenvolvimento de 
diversas co-morbidades, as principais são doenças cardiovasculares como o 
8 
 
 
 
acidente vascular encefálico, infarto, insuficiência cardíaca congestiva, 
hipercolesterolemia, triglicérides alterado, diabetes, a síndrome metabólica, 
osteoartrite, alguns cânceres como (Intestino, colorretal, renal, esofágico 
endometrial, mamário, ovariano e prostático), dificuldades respiratórias como 
hipoventilação crônica (síndrome de Pickwick) e apneia do sono, infertilidade 
masculina, colelitíase, esteatose, refluxo gastroesofágico, transtornos 
psicossociais e hipertensão arterial sistêmica (OMS, 2015). 
1.5 Diagnóstico 
O diagnóstico da obesidade no público adulto é dada principalmente 
através da antropometria, utilizando-se o índice de massa corpórea, que é a 
relação entre o peso e a altura, sendo necessário obter um valor maior do que 
30 kg/m² para ser considerado como obeso, se tratando de pessoas de 19 a 59 
anos, não atletas, porém esse valor do IMC deve vir acompanhado de um 
acúmulo excessivo de gordura, o que pode ser detectado através de 
bioimpedância, a circunferência abdominal e de outros compartimentos, o 
método através do IMC não deve ser utilizado para fechamento do diagnóstico 
de obesidade, principalmente em atletas, pois apresentam em muitos casos, IMC 
de sobrepeso e de obesidade porém com a ausência do excesso de gordura e 
alta concentração de musculo (SILVA, 2017). 
1.6 Tratamento 
● Estilo de vida (alimentação e atividade física) 
O tratamento da obesidade tem por objetivo não só a redução do peso, 
mas também corrigir os fatores de risco e propensão ao desenvolvimento de 
doença cardiovascular e outras doenças crônicas não transmissíveis de cunho 
metabólico, que dependem da resistência à insulina (SBEM,2021). 
Nessa fase do tratamento consiste em conduzir o indivíduo a realizar 
escolhas alimentares mais saudáveis e equilibradas, através de reeducação 
alimentar. Corrigir os hábitos sedentários através de uma vida fisicamente mais 
ativa. Pode também ser necessário apoio e acompanhamento psicológico para 
um melhor resultado. Mesmo nessa fase inicial de tratamento, pode-se observar 
a importância da abordagem multidisciplinar e multifatorial, tendo em vista que 
9 
 
 
 
as causas da obesidade são multifatoriais e a esfera de atuação de cada 
profissional é limitada (SBEM,2021). 
Segundo Leitner aborda que vários estudos relataram efeitos aditivos na 
perda de peso quando é combinado com uma dieta restrita à energia. Isso pode 
ser alcançado por uma dieta de baixo teor de gordura, baixo carboidrato ou pelo 
estilo mediterrâneo, por exemplo. De qualquer forma, uma dieta com baixo teor 
de gordura deve ter uma fonte de carboidratos adequada com carboidratos 
complexos. No entanto, não é o tipo de dieta que determina o sucesso da perda 
de peso e da redução do fator de risco cardíaco é a adesão sustentada da dieta 
(LEITNER et al., 2017). 
Um passo em direção a esse objetivo pode ser o uso de um amplo 
espectro de diferentes opções de dieta para melhor corresponder às 
preferências alimentares individuais, estilo de vida e condições médicas do 
paciente. Dietas de baixa caloria contribuem para a perda de peso (LEITNER et 
al., 2017). 
● Medicamentoso 
O acompanhamento médico e medicamentoso se faz necessário quando 
as ações primarias mais básicas de alteração do estilo de vida não foram 
suficientes para surtir efeito na reversão do quadro, existem casos mais 
complexos, que exigem uma atuação multidisciplinar, fazendo necessidade de 
intervenção médica, o tratamento medicamentoso visa reestabelecer o equilíbrio 
neuroendócrino de regulação do apetite e da saciedade, corrigir desvios do 
funcionamento metabólicos, como é o exemplo das alterações da tireoide, do 
funcionamento do pâncreas, entre outras alterações que podem desencadear 
em quadros de obesidade e/ou dificuldade para reversão 
● Cirúrgico 
O principal tratamento cirúrgico da obesidade são as aplicações de 
técnicas cirúrgicas de gastroplastia (bariátrica), que se resumem em reduzir o 
tamanho do estômago, de modo que a pessoa se sinta saciada posteriormente 
com menos comida. Independentemente do tipo de cirurgia bariátrica realizada, 
10 
 
 
 
seus efeitos na perda de peso e nas comorbidades associadas são superiores 
quando comparados com intervenções não cirúrgicas (RUBAN et al., 2019). 
O Estudo Sueco de Obesidade (SOS), é um dos maiores estudos 
prospectivos até o momento fornecendo dados observacionais sobre o impacto 
da cirurgia bariátrica na obesidade e nos desfechos a longo prazo. O estudo 
relatou maior grau de perda de peso no grupo cirúrgico do que o grupo controle, 
bem como grandes melhorias nas comorbidades relacionadas à obesidade. De 
fato, a cirurgia está emergindo como a opção de gestão mais econômica para 
pacientes com comorbidades relacionadas à obesidade (RUBAN et al., 2019). 
A indicação cirúrgica de gastroplastia, segundo critérios estabelecidos 
pela Organização Mundial de saúde (OMS) são pacientes com IMC maior do que 
35 Kg/m², associada a complicações do sono como Apneia, HAS, DM(Diabetes 
Tipo 2), triglicérides alterado, que consistem em um quadro de síndrome 
metabólica, problemas de articulação, ou pacientes que apresentem IMC >40 
Kg/m², que não tenham tido êxito na perda e peso em pelo menos 2 anos de 
tratamento (RUBAN et al., 2019). 
A cirurgia de gastroplastia consiste em subtipos e aplicações diferentes, 
cabendo ao médico avaliar qual melhor alternativa depois de avaliar o paciente, 
entre as opções têm-se as restritivas, mistas e do tipo disabsortivas. As 
restritivas são as técnicas cirúrgicas de banda gástrica ajustável, gastroplastia 
vertical também conhecida como Sleeve. Hátambém cirurgias que envolvem 
combinações de técnicas cirugicas entre elas a redução associada a 
disabsortiva, desviando o transito intestinal (RUBAN et al., 2019). 
Sob a ótica nutricional e médica os pacientes que são submetidos a 
gastroplastia devem ter acompanhamento continuo, serem bem orientados e ter 
um suporte adequado para que seja possível evitar desvios e carências 
nutricionais importantes no pós cirurgico, quanto mais disabsortivo for o 
tratamento cirúrgico, maior será necessidade de atenção e monitoramento 
nutricional, pois aumenta-se as chances de desenvolver quadros clínicos de 
anemia ferropriva e megaloblástica, deficiências de vitaminas e minerais 
importante (RUBAN et al., 2019). 
11 
 
 
 
2. IDENTIFICAÇÃO DO PACIENTE 
2.1 Sigla do nome, sexo, idade, estado civil, profissão, procedência. 
Nome: 
 
E.L.P 
Estado civil: 
 
Casada 
Idade: 
 
40 Anos e 1 mês 
Sexo: 
 
Feminino 
Profissão: 
 
Do lar 
Procedência: 
 
Policlínica setor de Psiquiatria. 
 
 
 
 
 
 
 
 
12 
 
 
 
3. EVOLUÇÃO DO CASO. 
3.1 História da moléstia atual/História pregressa da moléstia atual. 
 Paciente encaminhada para o serviço de nutrição e dietética da clínica de 
nutrição da UNIP de Sorocaba pelo serviço de psiquiatria da policlínica municipal 
de Sorocaba, para auxilio no tratamento da obesidade. 
Paciente relatou em primeira consulta descontentamento com a imagem 
corporal e com o ganho de peso excessivo nos últimos 6 meses, tendo a mesma 
atribuído tal fato a alteração no estilo de vida após se casar e uma acidente 
doméstico que a limitou em termos de atividade física. Seu peso habitual a 6 
meses era de 50kg, segundo relatado pela paciente e o peso atual no momento 
da primeira consulta de 65, conforme aferido. Seu IMC em primeira consulta é 
de 32,10 Kg/m2. 
Não possui antecedentes familiares de obesidade, ou outras 
comorbidades como diabetes, hipertensão ou qualquer outra doença, segundo 
relato da paciente. Relata também não ter sido afetada com sobrepeso e 
obesidade quando criança ou adolescente ou qualquer tipo de distúrbio 
alimentar. 
 Devido ao casamento, permanecer muitas horas em casa, se exercitar 
pouco, ter melhorado seu acesso a alimentos, não haver equilíbrio de quantidade 
e de qualidade em sua alimentação, são fatores que podem ter contribuido para 
o quadro desenvolvido segundo nossa análise da anamnese alimentar e do estilo 
de vida da paciente. 
3.2. Avaliação nutricional. 
Durante o processo de avaliação nutricional, foram coletados valores 
antropométricos (peso, altura, IMC, circunferência de cintura, circunferência de 
braço, dobras cutâneas tricipital, bicipital, subescapular, supra ilíaca) para 
estimar o percentual de gordura corporal, também foi empregado recordatório de 
24 horas (R24), questionário de frequência alimentar, avaliação bioquímica com 
os exames que a mesma portava no momento da consulta, a utilização da 
semiologia como método subjetivo de avaliação nutricional e complementar, foi 
observado olhos, cabelos, pele, unha, houve emprego de perguntas 
13 
 
 
 
complementares ao roteiro de avaliação nutricional para uma análise mais 
aprofundada, no que diz respeito a área social e a semiologia do paciente. 
3.2.1 Anamnese alimentar. 
Tabela 1: anamnese alimentar do paciente 
Apetite: Bom. 
Mastigação: Normal. 
Ingestão Hídrica: 1 litro. 
Aversões alimentares: não relatou ter 
Preferencias alimentares: Frutas e carnes. 
Hábito Urinário: Relatou que é amarelada, devido a baixa ingestão hídrica 
diária. 
Hábito intestinal: Irregular, duas vezes na semana. (constipada) 
Atividade física: Sedentária 
Fonte: Clinica de nutrição UNIP, 2021. 
● Recordatório de 24 horas. 
Em seu primeiro recoratório alimentar consta: 
Café da manhã 8:20 Total: 177,7 kcal. 
Pão francês: 1 unidade 
Margarina: 3 pontas de faca. 
Colação 9:30 Total: 39,28 kcal 
Banana prata: 1 unidade média 
Almoço 13:00 Total: 638,16 kcal 
Arroz branco cozido: 1 col. sopa 
Feijão: 3 conchas grande 
Peito de frango cozido: ½ unidade pequena 
Coxa de frango: 1 unidade média 
Suco de laranja (ades): 1 copo americano 
14 
 
 
 
Lanche da tarde 16:00 Total: 287,55 Kcal 
Pão francês: 1 unidade 
Margarina: 3 pontas de faca 
Jantar 19:00 Total: 140,9 kcal 
Banana Prata: 1 unidade média 
Maçã: 1 unidade 
Beterraba crua: ½ unidade média 
Leite de vaca integral: 300 ml 
 De acordo com o primeiro recordatório de 24 horas da paciente, pelo fato 
de a mesma relatar ser o habitual e relativamente repetitivo na maioria das 
vezes, pode-se observar que a mesma possui algumas inadequações de 
quantidade, de qualidade, de harmonia nas combinações e distribuição das 
porções, ficando muito tempo sem se alimentar. 
Os valores nutricionais encontrados nesse recordatório, foram obtidos 
através da utilização do software DietPro e foram respectivamente: 
Tabela 2: Cálculos do primeiro recordatório 29/09/2021: 
Nutrientes Atingido Recomendações 
DRI (2006) / EER 
Kcal 1545 1761 
Carboidrato 185,53 g 242 a 330g 
Proteína 71,78 g 44 a 66g 
Lipídios Totais 60,78 g 39,13 a 58,7g 
Gordura Saturada 25,35 g 13,74 g 
Fibras 38,83 g 25g 
Sódio 1034 mg 1500 mg 
15 
 
 
 
Cálcio 1041 mg 1000mg 
Ferro 9,01 mg 8,1mg 
Vitamina A 323,46 mcg 700mcg 
Vitamina C 47,71 mg 75mg 
Fonte: DietPro,2021. DRI, 2006. 
Nesse primeiro R24, paciente mostrou ter realizado uma dieta 
hipocalórica, sendo hipoglicidica, hiperproteica, hipolipidica, com alto consumo 
de fibras, atingiu os valores de cálcio, de ferro, porém apresentou déficit de 
vitamina C e A. Sendo 18,22% de PTN, 34,70% de Lipidios e 47,08% CHO 
Em seu segundo recordatório de 24 horas consta: 
Café da manhã 8:00 
Café: 1 xícara 200 ml 
Açúcar: 1 col. sopa 
Pão Francês :1 unidade 
Margarina: 1 ponta de faca 
Almoço 13:00 
Arroz branco cozido 
Bife contra-filé frito: 1 unidade média 
Salada de Pepino, Alface, Tomate: 1 Prato raso 
Limão Tahiti: 1 unidade 
Sal 1 pitada 
Jantar 21:00 
Fatia de pizza (calabresa, bacon, queijo): 1,5 fatia 
Refrigerante Tubaína: 1 copo americano 
 
16 
 
 
 
Os valores nutricionais encontrados nesse segundo recordatório, obtidos 
através da utilização do programa software DietPro, foram respectivamente: 
Tabela 3: Cálculos do segundo recordatório 08/10/2021 (sexta-feira): 
Nutrientes Atingido Recomendações 
DRi´s (EAR) / EER 
Kcal 1510 1761 
Carboidrato 187 242 a 330g 
Proteína 76,20 44 a 66g 
Lipídios totais 57,10 39,13 a 58,7g 
Gordura Saturada 19,43 13,74g 
Fibras 7,34 25g 
Sódio 1,45 1,5g 
Cálcio 542 1000mg 
Ferro 11,53 8,1g 
Vitamina A 43,50 700 mcg 
Vitamina C 61,40 75mg 
Fonte: DietPro,2021. Dri´s 2006 
O recordatório da segunda consulta mostrou que em termos de caloria a 
paciente atingiu um valor bem próximo do recomendado, segundo equação EER 
(Estimated Energy Requirement) para sobrepeso/obesidade, porém com relativo 
déficit calórico, mostrou ter realizado dieta hipoglicidica, hiperproteica, 
normolípidica, baixo consumo de fibras, não atingiu suas necessidades de cálcio, 
vitamina A e vitamina C. Porém a paciente relatou não ter sido habitual, que foi 
um dia atípico. 
 
17 
 
 
 
● Questionário de frequência alimentar da paciente 
O questionário de frequência alimentar foi aplicado como método 
subjetivo e complementar de avaliação nutricional, a seguir está o resultado do 
questionário aplicado, ele serve de base para apoiar a formulação do plano 
dietoterápico, é uma ferramenta que permite ir um pouco mais afundo no 
conhecimento dos hábitos alimentares do paciente. 
Tabela 4: questionário de frequência alimentar aplicado ao paciente 
Alimentos Diário Semanal Raramente Nunca 
Café/Chá x 
Refrigerante 
comumx 
Refrigerante 
Zero 
 x 
Bebidas 
alcoólicas 
 x 
Doces x 
Chocolate x 
Embutidos x 
Frituras x 
Pizza x 
Lanches x 
Refeições de 
restaurante 
 x 
Frutas x 
Verduras x 
18 
 
 
 
Legumes x 
Leite x 
Carne 
bovina 
x 
Frango x 
Peixe x 
Porco x 
 
Ovos x 
Achocolatad
o 
 x 
Bolacha 
doce 
 x 
Bolacha 
recheada 
 x 
Bolacha 
Salgada 
 x 
Fonte: Clinica de Nutrição – UNIP. 
● Semiologia 
A semiologia, é uma ferramenta de avaliação subjetiva do estado 
nutricional do paciente e de seu estado de saúde, onde utiliza-se a observação 
de sinais clínicos que são detectáveis, de suposta deficiência ou de superávit 
nutricional, observa-se a pele se há existência de cravos e espinhas, erupções 
cutâneas, manchas suspeitas, oleosidade e ressecamento, com relação aos 
olhos observa-se principalmente sua coloração, se há ou não presença de 
palidez/amarelamento ou outra anormalidade, com relação ao cabelo é 
percebido o grau de opacidade e de brilho e perguntado sobre os episódios de 
19 
 
 
 
queda, com relação às unhas quando possível observar e perguntar sobre sinais 
de fraqueza e quebra com facilidade (SAMPAIO, 2012) 
● Cabelo: Brilhoso, sem sinais de opacidade ou quebradiços 
● Olhos: sem sinais de palidez/amarelamento ou qualquer outra 
anormalidade 
● Pele: aparentemente normal, sem sinais de super oleosidade, de 
ressecamento, sem presença de espinhas, erupção ou mancha. 
● Unhas: fortes e sem sinais de fraqueza ou aspecto quebradiço. 
3.2.2 Antropometria. 
Tabela 5: Classificação do Estado Nutricional da paciente ELP, 40 anos. 
RESULTADO DO IMC Classificação 
 
 IMC: (kg/m²) = Peso (kg) 
 Altura (m)² 
 
 IMC = 65,5kg 
 (1,43)² 
 
 IMC = 32,10 kg/m² 
 
 
 
Obesidade I 
Fonte: WHO, 1995,1998. 
Tabela 6: Tabela de Classificação segundo IMC. 
Classificação IMC: (kg/m²) 
Desnutrição grave <16,0 
Desnutrição Moderada 16,0 – 16,9 
Desnutrição Leve 17,0 – 18,4 
Desnutrição <18,5 
Normal 18,5 – 24,9 
Pré-Obesidade 25,0 – 29,9 
20 
 
 
 
Obesidade I 30,0 – 34,9 
Obesidade II 35,0 – 39,9 
Obesidade III > 40,0 
Fonte: WHO, 1995,1998. 
 
● Peso ideal (PI). 
IMC Ideal (20,8 kg/m²) x Estatura (1,43)² = 42,43 kg. 
Calculo do peso ideal (PI) pelo IMC médio (Desejado). 
IMC desejado (Homens) 22 kg/m² 
IMC desejado (Mulheres) 20,8kg/m² 
Fonte: WHO, 1995. 
 
● Equação: % de adequação de peso. 
 (Peso atual / Peso ideal) x 100 = ( 65,5 / 42,4) x 100 = 154,4% 
Tabela 7: Classificação do estado nutricional de acordo com a adequação 
do peso. 
Adequação de peso % Estado nutricional 
< 70 Desnutrição Grave 
70,1 – 80 Desnutrição Moderada 
80,1 – 90 Desnutrição Leve 
90,1 – 110 Eutrofia 
110,1 – 120 Sobrepeso 
> 120 Obesidade 
Fonte: Blackburn e Thornton,1979. 
 
 
 
 
21 
 
 
 
● Classificação da circunferência do braço (CB), da paciente ELP, 40 
anos. 
Resultado Classificação 
 CB Obtida = 34 cm 
 CB Percentil 50 = 29.7 
 
 % Adequação = 114,47 
 
De acordo com a tabela de 
classificação de Blackbun e 
Thornton,1979. 
110,1 a 120 % = Sobrepeso 
 
% Adequação = CB Obtida (cm) X 100 
 CB Percentil 50 
 = 34 cm X 1000 
 29.7 
 % Adequação = 114,47 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
22 
 
 
 
Figura 1: Distribuição de circunferência do braço (CB) segundo 
Idade para mulheres. 
 
 Fonte: Frisancho,1990. 
 Tabela 8: Resultado Dobra cutânea tricipital (DCT). 
Resultado Classificação 
 
DCT Obtida = 25.6 (Média das 3 
aferições). 
DCT percentil 50 = 24.5 
% Adequação = 100,7 % 
 
De acordo com a tabela de 
classificação de Blackbun e 
Thornton,1979. 
 
90 a 110¨% = Eutrófica 
 
 
 
 
 
23 
 
 
 
% Adequação = DCT Obtida (cm) X 100 
 DCT Percentil 50 
 = 25.6 cm X 100 
 25.4 
% Adequação = 100,7 % 
Figura 2: Distribuição de percentis de dobra cutânea tricipital (DCT) 
segundo Idade para mulheres. 
 
 Fonte: Frisancho,1990. 
 
 
 
 
 
 
24 
 
 
 
Tabela 9: Circunferência da cintura (CC). 
Resultado Classificação 
 
CC obtida = 94 cm 
 
Risco muito elevado para 
complicações metabólicas. 
Fonte: Frisancho,1990 
Tabela 10: Risco de complicações metabólicas associadas à obesidade 
segundo os valores de circunferência da cintura (CC). 
Sexo Risco elevado Risco muito elevado 
Mulheres Maior ou igual a 80 cm Maior ou igual a 88 cm 
Homens Maior ou igual a 94 cm Maior ou igual a 102 cm 
Fonte: GEDIIB- Grupo de Estudos da Doença Inflamatória Intestinal do Brasil, 
2019. 
Tabela 11: Estimativa de gordura corporal para somatória de Dobras 
Cutâneas 𝛴 4 Dobras = Bicipital + Tricipital + Subescapular + Supra ilíaca. 
Resultado Classificação 
 
DCB = 19,3 
DCT = 25,6 
DCSE = 20 
DCSI = 38 
102,9 
 
% Gorduras = 39,7 
 
Classificação = Obesidade 
elevada 
 
 
 
 
 
 
25 
 
 
 
Tabela 12: Classificação do nível de obesidade por meio do percentual de 
gordura de acordo com o gênero. 
Obesidade Mulheres (%) Homens (%) 
Leve 25 a 30 15 a 20 
Moderada 30 a 35 20 a 25 
Elevada 35 a 45 25 a 30 
Mórbida > 40 >30 
Fonte: Rossi,2017. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
26 
 
 
 
Figura 3: Percentual estimado da dobra corporal, obtido por meio da soma 
de quatro dobras cutâneas. 
 
Fonte: Durnin & Wormersley. 
 
3.2.3 Bioquímica / Imunologia 
Paciente trouxe seus exames laboratoriais mais recentes, que foi 
realizado em 11 de setembro de 2021, a maioria dos resultados do paciente 
apresentaram-se dentro dos valores normais de referência, dos parâmetros 
usados, exceto no exame de colesterol total e Prolactina - PRL que apresentou 
valor acima da referência recomendada. 
27 
 
 
 
Tabela 13: exames do paciente: 
Exames Referências Resultados 
TSH 0,34 a 5,60 UI/mL 1,98 UI/mL 
Glicemia em jejum 70 a 99 mg/dl 84 mg/dl 
Colesterol Total < 190 mg/dl 232 mg/dl 
Colesterol LDL < 130 mg/dl 129 mg/dl 
Triglicerídeos em Jejum < 150 mg/dl 123 mg/dl 
Gama glutamil 
transferase - GGT 
7 a 50 UI/mL 55 UI/mL 
TGP 7 a 56 U/L 23 U/L 
Uréia 16 a 40 mg/dl 30 U/L 
PRL 2,83 a 25 3g/dl 131,6 mg/dl 
Fonte: Próprio Autor, 2021 
 
Em relação ao valor elevado da prolactina – PRL. Pode ser justificado 
pelo efeito colateral dos medicamentos psicotrópicos que a mesma faz uso, a 
literatura científica tem muito bem documentado sobre os efeitos do 
medicamento fluoxetina na alteração dos níveis de prolactina, onde altera a sua 
secreção, por um inibidor seletivo da recaptação da serotonina – ISRS, assim 
interferindo na interpretação dos valores de dosagem laboratorial da prolactina 
em mulheres (LEITE, et al 2007). 
Em geral os níveis de Gama Glutamil Transferase- GGT, são indicadores 
da função hepática, quando elevados indicam que pode estar ocorrendo alguma 
lesão Hepática e/ou processo inflamatório crônico, entretanto o aumento pode 
ser ocasionado devido ao consumo de álcool e/ou outros quadros como 
insuficiência cardíaca congestiva. 
A paciente demonstrou através de exames laboratoriais, valores de 
colesterol elevado, provavelmente atribuído ao alto consumo de gordura 
saturada que a mesma realiza, constatado através do cálculo dos valores 
28 
 
 
 
nutricionais de seu recordatório de 24 horas confrontado com seu questionário 
de frequência alimentar, que indica consumo frequente de frituras, por imersão 
em óleo vegetal, reaproveitando o óleo várias vezes. 
3.2.4 Farmacologia. 
● Cloridrato de fluoxetina 
Este medicamento é indicado para o tratamento da depressão, associada 
ou não à ansiedade. Também é indicado para o tratamento da bulimia nervosa, 
do transtorno obsessivo-compulsivo(TOC) e do transtorno disfórico pré-
menstrual (TDPM), incluindo tensão pré-menstrual (TPM), irritabilidade e disforia 
(mal-estar provocado pela ansiedade). Em pacientes com diabetes, ocorreu 
hipoglicemia (baixa taxa de açúcar no sangue) durante a terapia com este 
medicamento e hiperglicemia (alta taxa de açúcar no sangue) após a suspensão 
do medicamento (BRASIL,2021). 
● Cloridrato de clomipramina 
Antidepressivo tricíclico. Inibidor da recaptação de noradrenalina e 
preferencialmente de serotonina (inibidores não seletivos da recaptação de 
monoamina), este medicamento contém açúcar (BRASIL,2021). 
● Risperidona 
Os medicamentos antipsicóticos afetam compostos químicos que 
permitem a comunicação entre as células nervosas (neurotransmissores). Estes 
compostos químicos são a dopamina e a serotonina. Não se sabe exatamente 
como risperidona funciona. Entretanto, parece reajustar o equilíbrio entre a 
dopamina e a serotonina no organismo. O controle dos sintomas é observado 
com o decorrer do tratamento. Distúrbios metabólicos e nutricionais: anorexia 
(falta de apetite), aumento do colesterol sanguíneo, aumento das triglicérides 
sanguíneas, hiperglicemia (aumento do açúcar no sangue), polidipsia (sede 
excessiva), diminuição do peso (BRASIL,2021). 
● Lorazepan 
Controle dos distúrbios de ansiedade ou para alívio, a curto prazo, dos 
sintomas da ansiedade ou da ansiedade associada comsintomas depressivos. A 
ansiedade ou tensão associadas ao estresse da vida cotidiana não requer, 
usualmente, tratamento com um ansiolítico (BRASIL,2021). 
29 
 
 
 
3.2.5 Discussão e Diagnóstico Nutricional. 
 O Diagnóstico com base na antropometria, na relação peso/altura através 
do IMC, indicou a classificação de obesidade grau I e com base no somatório 
das dobras cutâneas, obteve-se um indicador de 39,7% de gordura corporal, 
associado a uma circunferência de cintura elevada, indicando alto risco para o 
desenvolvimento de complicações metabólicas, para mulheres dessa faixa 
etária. A mesma também apresenta estilo de vida sedentário, no momento sem 
condições de se exercitar. 
 Segundo os parâmetros bioquímicos revelado através de seus exames, 
paciente apresenta colesterol total elevado e alteração nos valores hormonais 
de prolactina, podendo os valores alterados da prolactina ser em decorrência do 
efeito colateral do uso de medicamentos psicotrópicos ( 
 Considerando aspectos do questionário de frequência alimentar e o 
recordatório de 24 horas, pode-se observar que a paciente possui em seu 
repertório alimentar um consumo de alimentos bem variado, porém apresenta 
inadequações de quantidade, de harmonia em algumas combinações, na 
distribuição dos horários das refeições, ficando por vezes muitas horas sem se 
alimentar. 
 A semiologia não mostrou nenhum aspecto que gerasse preocupação e 
necessidade de investigação, devido a carência e /ou déficit nutricional. 
3.3 Recomendações e Prescrição. 
A conduta nutricional e a prescrição dietoterápica foi embasada nas 
diretrizes preconizadas pela ABESO (2016), no tocante ao tratamento 
dietoterápico da obesidade. 
A diretriz da ABESO recomenda uma distribuição de macronutrientes 
equivalentes ou próxima de 60% de CHO, 20% de PTN, 20% de Lipídios. 
Associada a uma restrição calórica entre 500 e 1000kcal, valores menores do 
que 25 kcal por KG de peso. 
A prescrição consistiu em oferecer um cardápio de 1500 kcal, que 
consistiu em uma oferta de 22,9 kcal por kg de peso corporal, fracionado em 6 
refeições, com intervalo entre elas de aproximadamente de 3 horas, com aporte 
30 
 
 
 
proteico em todas as refeições, elevado aporte de fibras solúveis e insolúveis de 
modo a melhorar seus níveis de triglicérides e o trânsito intestinal, foi dado 
atenção aos valores ofertados de gordura saturada, de modo que não 
ultrapassasse um valor equivalente a 7% do VET, como preconiza a organização 
mundial de saúde para o tratamento da obesidade e da dislipidemia. Espera-se 
também que com o aporte de frutas e legumes ofertado no plano alimentar, a 
mesma possa receber e ter os benefícios da função pré-biótica desses alimentos 
no sentido de reequilibrar a flora intestinal. 
A importância do perfil lipídico do plano alimentar foi levado em 
consideração no sentido de prescrever os alimentos que pudessem oferecer 
ácidos graxos essenciais e fontes de gordura poli-insaturada, como é o caso do 
azeite de oliva extravirgem, que possui diversas comprovações mostrando seu 
benefício na manutenção dos níveis do perfil lipídico, incluso em seu plano 
alimentar. 
A prescrição hídrica consistiu em propor o equivalente a 35ml por kg de 
peso corporal, sendo então o valor equivalente a 35 x 65,5 = 2,27Lts de água. 
A prescrição, as recomendações e orientações apresentadas à paciente 
durante a consulta nutricional foram pautadas nos parâmetros e princípios 
estabelecidos por Pedro Escudero, para uma alimentação saudável e 
equilibrada, por meio da lei da quantidade, da qualidade, da harmonia e da 
adequação. 
3.3.1 Recomendações dietéticas. 
 Atualmente existe mais de uma diretriz sobre o tratamento dietoterápico 
da obesidade, da ABESO, da Organização Mundial de Saúde, da Sociedade 
Brasileira de Endocrinologia, até mesmo do conselho federal de nutricionista 
(CFN), entre outras, no Brasil e no mundo. 
 Todas as diretrizes têm em comum consenso que, o tratamento 
dietoterápico da obesidade está pautado em uma prescrição hipocalórica, que 
nesse caso pode ser considerada como hipocalórica, dietas que oferecem 
menos do que 25 kcal por Kg de peso corporal, ou que restrinjam sobre o valor 
energético total do paciente o equivalente a 500 e 1000 kcal, distribuição de 
31 
 
 
 
macronutrientes que giram em torno de 55 a 60% de CHO, 15 a 20% de PTN, 
15 a 20% de LIP. Além de considerar teor de fibras e ingestão de água mínima 
de 30 ml por kg de peso corporal, gordura saturada a valores menores do que 
7% do VET (ABESO, 2016). 
 Outro aspecto que tange sobre a alimentação saudável e adequada, diz 
respeito à priorização de alimentos in natura em face dos processados e 
ultraprocessados, o adequado e melhor fracionamento, das refeições de modo 
a melhorar questões de absorção, de biodisponibilidade e de saciedade. 
3.3.2 Prescrição Dietoterápica 
 Foi realizada a prescrição dietoterápica do paciente de acordo com as 
informações adquiridas durante o atendimento. 
 Para a estimativa do valor calórico total da dieta foi utilizando as seguintes 
fórmulas: 
● Cálculo do Gasto Energético Total, segundo a classificação de IMC de 
Sobrepeso e Obesidade. 
 
Tabela 14: Equação para estimativa do GET – DRIS, 2002. 
Equação para GET (Kcal/dia) 
 GET: 448 – (7,95 x Idade) + NAF X (11,4 x peso) + (619 x altura) 
 
GET: 448 – (7,95 x Idade) + NAF X (11,4 x peso) + (619 x altura) 
448 – (7,95 x 40) + 1,0 x (11,4 x 65,5) + (619 x 1,43) 
448 – 318 + 1,0 x (746,7 + 885,17) 
130+ 1,0 x 1.631,8 
 
1.761,8 kcal 
 
 
 
32 
 
 
 
● Restrição calórica. 
 Foi restrito um valor equivalente a 261 kcal sob o valor energético total, 
estimado através do EER (Estimated Energy Requiriment), sendo assim foi 
proposto uma dieta de 1500 kcal, que divido pelo peso corporal equivale a 
22,9 kcal por kg de peso corporal. 
 As diretrizes do tratamento dietoterápico da ABESO (2016) recomendam 
que seja restrito valores entre 500 e 1000 kcal sob o valor do energético total 
para promoção do emagrecimento, porém devido as limitações de conduta 
existentes na clínica, somente foi autorizado prescrever dieta com no mínimo 
de 1500 kcal. Sendo assim não foi possível aplicar por completo as 
recomendações das diretrizes do tratamento da obesidade preconizado pela 
ABESO. 
● Fator de Atividade, 
 O fator de atividade utilizado para o paciente foi de 1,0 (Sedentário), pois 
devido a paciente estar se recuperando de uma cirurgia do tornozelo teve seu 
nível de atividade física reduzidodrasticamente, tendo a mesma relata estar 
apenas deambulando, caminha somente quando há necessidade. 
A distribuição de macro e micronutrientes do cardápio respectivamente foi 
distribuído da seguinte forma: 
Tabela 15: Distribuição de Macro e Micronutriente e porções por grupo – 
Dieta 1.500 kcal 
Macronutrientes Micronutrientes Porções 
PTN: 77,5g Cálcio: 1073mg Cereais: 5 
CHO: 245,75g Ferro:13,8mg Óleo: 1 
LIP: 37,19g Sódio: 2127mg Fruta:4 
Fibra: 26,9g Vitamina A: 672 mcg Legumes:2 
 Vitamina C: 154mg Lácteos:2 
Kcal: 1.447 Leguminosas:2 
gordura saturada: 
7g 
 Proteína Animal: 2 
 Açucar:1 
 Fonte: Dietpro, 2021. 
33 
 
 
 
Tabela 16: Recomendações segundo a Dri´s para macro e micronutrientes. 
Macronutrientes Micronutrientes 
PTN: 44 a 66g Cálcio:1000mg 
CHO:242 a 330g Ferro: 8,1mg 
LIP: 39,13 a 58,7g Sódio: 1,5g 
 Vitamina A: 700mcg 
Fibras:25g Vitamina C: 75 mg 
Fonte: Dris,2006. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
34 
 
 
 
4. CONDUTA NUTRICIONAL 
 
 Em primeira consulta foi aplicado a anamnese alimentar para avaliar seu 
padrão de comportamento e relação com os alimentos que consome, foram 
coletadas diversas informações de ordem biopsicossocial para conhecer a 
história clínica do paciente. Após a avaliação nutricional e física, a paciente foi 
reagendada para voltar em outro dia pegar seu cardápio 
Para formular a prescrição dietoterápica foi consultado as diretrizes do 
tratamento da obesidade da ABESO e com base nas diretrizes da ABESO 
(2016), sobre o tratamento dietoterápico da obesidade e o sobrepeso, foi 
estipulado dieta hipocalórica, hipolipídica, Normoproteica, com distribuição 
respectiva de macronutrientes sendo 20% de PTN, 60% de CHO, 20% de 
Lipídios sendo 7g de gordura saturada, equivalente calórico 1447 Kcal, sendo 
portanto, uma restrição de 314 kcal. Ofertando o equivalente a 22 kcal por kg de 
peso corporal. 
Foi utilizado a pirâmide alimentar de 1500 Kcal para fazer a distribuição 
das porções dos grupos de alimentos ficando respectivamente com 5 de cereais, 
4 de frutas, 2 de legumes, 2 de lácteos, 2 de proteína animal, 2 de oleaginosas, 
1 de açúcar, 2 de óleos e gorduras. 
Foi estipulado um fracionamento de 6 refeições, com periodicidade média 
de 3 horas entre uma refeição e outra, com a estratégia de comer a salada antes 
da refeição principal, como entrada. Foi ofertado um bom aporte de fibras, com 
isso é inspirado uma maior produção de saciedade, além dos efeitos prebióticos 
que esse grupo de alimento pode ofertar. 
Prescrição hídrica foi equivalente a 35 ml por quilo de peso corporal, 
recomendando só em gestão no intervalo entre as refeições, paciente também 
foi orientado a reduzir o consumo de fritura e de gordura saturada, foi explicado 
que essa pode ser uma das causas do seu nível de colesterol alterado, como 
mostrou os seus exames. 
 Foi orientada a respeitar o horário das refeições, a mastigar lentamente, 
incluir temperos naturais e especiarias como alho, cebola, açafrão, colorau, entre 
outros. 
35 
 
 
 
A tabela a seguir reflete o cardápio prescrito para paciente 
Tabela 17: cardápio prescrito de 1500 calorias 
 
Cardápio de 1500 kcal para paciente E.L.P 
● Café da manhã. Horário: 08:00 
Leite de vaca Desnatado 200 ml 
Banana 1 unidade média 
Farelo de aveia 3 colheres de sopa 
● Lancha da manhã Horário: 10:30 
Abacaxi 1 fatia media 
● Almoço Horário: 13:00 
Arroz 6 colheres de sopa 
Feijão carioca 1 concha média 
Lombo de porco (assado) 50 gramas 
Couve manteiga (Crua) 1 folha média 
Beterraba crua 24 gramas 
Cenoura 2 colheres de sopa 
Azeite de oliva 8 ml 
Limão tahiti 1 unidade 
● Lanche da tarde Horário: 15:30 
Leite de vaca desnatado 200 ml 
Cacau 10 gramas 
Torrada integral 4 unidades 
● Jantar Horário: 19:00 
Pão integral 1 unidade 
Alface roxa 1 Folha media 
Tomate 2 farias pequena 
Carne moída refogada 1 colher de sopa 
Pimentão amarelo 1 Colher de sopa 
Pimentão vermelho 1 colher de sopa 
36 
 
 
 
Pimentão verde 1 colher de sopa 
Azeite de oliva 8 ml 
● Ceia Horário: 21:30 
Água de coco 200 ml 
Batata doce 1 fatia média 
Fonte: Próprio Autor, 2021 
 
37 
 
 
 
5. EVOLUÇÃO CLÍNICA E DIETOTERAPIA. 
No dia 29 de setembro de 2021 a paciente E.L.P, compareceu serviço de 
nutrição e dietética da clínica de Nutrição da Unip de Sorocaba, encaminhada 
pelo setor de psiquiatria da policlínica municipal de Sorocaba, para 
acompanhamento nutricional no tratamento da obesidade. 
Paciente se queixa de descontentamento com a imagem corporal e com 
o progressivo ganho de peso nos últimos 6 meses, sendo seu peso atual 65kg, 
seu peso habitual há 6 meses atrás era de 50 kg, tendo ganho 15 Kg, ou 30% 
no período de 6 meses. A paciente atribuiu esse ganho a mudança no seu estilo 
de vida após casar-se, justamente a 6 meses atrás. 
No momento desse primeiro atendimento paciente se encontrava com 
dificuldades para caminhar, fazendo uso de bengala, devido ao fato de 
recentemente ter realizado uma intervenção cirúrgica em sua perna, devido a um 
acidente doméstico, sendo esse também um dos fatores que a conduziu para 
um quadro de sedentarismo. 
Paciente não possui histórico familiar de obesidade ou demais 
comorbidades, tanto por parte de pai quanto por parte de mãe, apenas declarou 
que a mãe é portadora de diabetes tipo 2. Atualmente faz tratamento psicotrópico 
contra depressão, desde os 23 anos de idade, tendo completado 17 anos de 
terapia e uso continuo de medicamentos como Fluoxetina, Clomipramina, 
Risperidona e Lorazepam, podendo ser atribuído a terapia medicamentosa o 
efeito colateral da elevação dos níveis séricos de prolactina apresentado em 
seus exames bioquímicos. 
Paciente relatou ter hábito intestinal irregular (constipação) e também 
azia, principalmente em períodos e situação de stress, possui urina amarela 
escura devido ao fato de ingerir pouca água diariamente, em torno de 1Lt 
aproximadamente. Tem sono regular, com duração média de 10 horas, sem 
despertar noturno, ou qualquer outro distúrbio do sono. 
Seu questionário de frequência alimentar demonstrou em frequente e 
excessivo consumo de gorduras, trans, saturadas e de frituras, podendo este ser 
38 
 
 
 
um dos motivos que tem causado seus valores alterados de colesterol, como 
mostram seus exames bioquímicos. 
Através do recordatório alimentar de 24 horas, como a paciente afirmou 
ser relativamente habitual e repetitivo, foi possível detectar inadequações de 
quantidade, de qualidade, de harmonia e de adequação, ficando longos períodos 
sem comer, as vezes consome 3 frutas em uma única vez. 
Paciente relatou está fortemente motivada para implementar mudanças 
no seu estilo de vida e alcançar a perda de peso e com base nesse primeiro 
atendimento e na avaliação nutricional e também antropométrica foi proposta, 
em comum acordo e livre consentimento do paciente, as seguintes metas 
Meta 1: Aumentar o consumo de água de 1 litro para 2 litros; 
Meta 2: Diminuir o consumo de margarina para no máximo 3 pontas de 
facas 
Meta 3: Fracionar as refeições em um número maior de vezes 5-6 com 
intervalo médio de 3 horas entre uma refeição e outra. 
Em seguida foi reagendado uma nova consulta para entrega do plano 
alimentar no dia 08 de outubro de 2021. 
Nesse retorno e novo atendimento, a paciente teve um ganho de peso de 
500g, passando a pesar 65,5 kg, já nesse momento não fazia mais uso da 
bengala para caminhar, porém ainda continua sedentária. Continua fazendo uso 
dos medicamentos psicotrópicos para o tratamento da depressão, sem qualquer 
tipo de alteração, seguindo os mesmos protocolos de antes. 
Paciente relata que não sofreu qualquer tipode alteração no apetite, 
aumentou sua ingesta de água para 2 litros, a coloração de sua urina tem estado 
mais clara do que anteriormente, tem consumido diariamente frutas verduras e 
legumes, ainda continua obstipada, porém tem ido ao banheiro com mais 
frequência do que anteriormente. 
Relatou ter melhorado o fracionamento de suas refeições, não ficando 
mais do que 4 horas sem comer, durante o dia. Relatou ter dificuldades em 
reduzir o consumo de margarina, proposta como meta na primeira consulta. 
39 
 
 
 
Seu recordatorio de 24 horas, aplicado nessa consulta de retorno, 
demonstrou piora em todos os sentidos, porém a paciente relata que não foi um 
dia típico, nesse dia a paciente não fez a colação, nem o lanche da tarde e a 
ceia, tendo realizado, portanto apenas 3 refeições no dia, tendo consumido pizza 
recheada com mussarela, bacon e calabresa, além de um copo de refrigerante. 
Nessa consulta lhe foi entregue o cardápio, uma receita, a lista de 
substituição, também foi orientada em como realizar as substituições e as 
equivalências de quantidade, apoiando-se na pirâmide alimentar para explicar a 
função e os grupos de alimentos. 
Foi orientada a continuar seguindo as metas anteriormente estabelecidas, 
como manter a ingestão de água em 2L, ingerir diariamente frutas verduras e 
legumes, de preferência de cores diferentes, quando possível. 
Nessa consulta foi estabelecido novas metas, sendo elas: 
Meta 1: Respeitar os horários das refeições. 
Meta 2: Comer a salada antes das refeições principais. 
Em seguida foi agendado uma nova consulta para o dia 19/11, onde foi 
apresentado o plano de intervenção, de combate ao sobrepeso e a obesidade, 
destinado a paciente em questão. 
O plano de ação apresentado nessa consulta para a paciente encontra-
se nos apêndices. 
Nessa consulta em questão realizada no dia 19/11, paciente registrou 
perca de peso equivalente a 1,2 kg, pesando 64,3kg. Relatou quem está 
aderindo o hábito de caminhar todos os dias, por volta de 1 hora, na companhia 
do marido. 
Manteve sua ingesta de água em valores próximo de 2L, tem consumido 
frutas verduras e legumes todos os dias, tem fracionado melhor suas refeições 
e não tem ficado mais do que 4 horas sem comer, tem optado por comer frutas, 
verduras e legumes de cores diferentes. Mesmo tendo melhorado o seu hábito 
intestinal, ainda vai ao banheiro com a frequência menor do que deveria. 
40 
 
 
 
Paciente relatou ter conseguido reduzir o consumo de frituras, tem optado 
por consumir os alimentos cozidos e grelhados, assim como também tem optado 
por consumir carnes branca e carnes vermelhas de cortes magros como patinho 
e coxão mole. 
Não relatou alteração de apetite, continua fazendo uso dos medicamentos 
psicotrópicos de acordo com os protocolos de sempre, sem qualquer alteração, 
continua dormindo bem, não relatou ter sinais e sintomas de azia. 
Paciente relatou e demonstrou felicidade em estar conseguindo a redução 
de peso, mesmo sendo em valores abaixo de sua expectativa inicial. No término 
da consulta a paciente foi informada de que no mês de janeiro entrariam em 
contato para reagendar outra consulta de retorno. 
 
 
 
 
 
 
 
41 
 
 
 
6. CONCLUSÃO 
Da mesma maneira em que a causa da obesidade se dá por múltiplos 
fatores, o tratamento muitas vezes se faz necessário se dar de modo 
multiprofissional para maximização de resultados. Conclui-se também que o 
conhecimento das diretrizes do tratamento dietoterápico da obesidade é de 
fundamental importância para embasamento da conduta e da prescrição 
dietoterápica pelo nutricionista. 
Percebe-se também a importância de alinhar as expectativas do paciente 
em cima da realidade do tratamento da obesidade, que na prática acaba por ser 
um processo relativamente longo e demorado, da mesma forma que se deu o 
ganho de peso e que o sucesso do processo de reeducação alimentar e 
nutricional se dá quando o paciente não depende mais dos profissionais de 
saúde para conseguir ter um estilo de vida saudável e equilibrado, traduzindo 
em autonomia e protagonismo do próprio paciente no processo, ele próprio como 
o agente responsável por suas mudanças e resultados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
42 
 
 
 
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45 
 
 
 
APÊNDICES. 
APÊNDICE A: Plano de ação 1, cartilha de recomendações para o combate ao 
sobrepeso e a obesidade. 
figura 1: capa frontal e posterior da cartilha 
 
Fonte: Próprio Autor, 2021 
Figura 2: páginas da cartilha 
 
Fonte: Próprio Autor, 2021 
Figura 3: páginas da cartilha 
 
Fonte: Próprio Autor, 2021 
46 
 
 
 
Figura 4: Páginas do catálogo 
 
Fonte: Próprio Autor, 2021 
Figura 5: páginas da cartilha 
 
Fonte: Próprio Autor, 2021 
 
Figura 6: Páginas da cartilha 
 
Fonte: Próprio Autor, 2021 
 
47 
 
 
 
Figura 7: Páginas da Cartilha 
 
Fonte: Próprio Autor, 2021. 
 
 
APÊNDICE B: Plano de ação 2, atividade interligar os alimentos aos conteúdo 
de sal, açúcar e gordura. 
Figura 1:Preparação para apresentação do plano de ação 
 
Fonte: Próprio Autor, 2021 
48 
 
 
 
Figura 2: Disposição dos elementos do plano de ação
 
Fonte: Próprio Autor, 2021 
Figura 3: Disposição dos elementos do plano de ação 
 
49 
 
 
 
Fonte: Próprio Autor, 2021 
Figura 4: Disposição dos elementos do plano de ação 
 
Fonte: Próprio Autor, 2021 
 
Figura 5: Aguardando paciente para atendimento 
 
50 
 
 
 
Fonte: Próprio Autor, 2021 
Figura 6: Simulando apresentação do plano de ação para registro fotográfico 
 
Fonte: Próprio Autor, 2021

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