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Aula 5 Reprodução Humana 121 Gravidez ectópica Normalmente a implantação do blastocisto ocorre no endométrio, na porção superior do corpo do útero. Porém, em alguns casos, os blastocistos podem se implantar fora da cavidade uterina, resultando em gravidez ectópica (Figura 10). Alguns fatores que retardam ou impedem a passagem do zigoto para o útero são apontados como causas para a gravidez ectópica. São eles: fatores mecânicos como anormalidades no desenvolvimento das tubas uterinas ou processos infecciosos/infl amatórios que promovam crescimento da mucosa da tuba; fatores funcionais que agem diminuindo a motilidade da tuba; e o próprio processo natural de envelhecimento. A maioria das gestações ectópicas ocorre na tuba uterina (95 a 98%), principalmente na ampola e no istmo (Figura 10). A gravidez ectópica geralmente sofre interrupção (ruptura) entre 6 e 12 semanas, dependendo do local onde está implantada, sendo tanto mais precoce quanto menor o calibre da luz tubária do segmento em que estiver implantada, tendo em vista que a musculatura da tuba uterina é desprovida de fi bras elásticas. Figura 10 – Possíveis locais de implantação do blastocisto. O local usual da implantação na parede posterior está indicado por um X. Os outros locais de implantação ectópica estão indicados alfabeticamente (A, a mais comum; H, a menos comum) Fonte: Moore e Persaud (2008). Em alguns casos, pode-se ter gravidez abdominal. Os blastocistos implantados na ampola ou nas fímbrias da tuba uterina podem ser expulsos para o interior da cavidade peritoneal, onde normalmente se implantam entre o reto e o útero. Em casos excepcionais, uma gravidez abdominal pode chegar a termo e o feto é removido através de incisão abdominal. Aula 5 Reprodução Humana122 A gravidez ectópica pode representar uma emergência cirúrgica, portanto, seu diagnóstico precoce é essencial. Quando ocorre ruptura da musculatura na qual ocorreu a implantação ectópica, há uma hemorragia importante para dentro da cavidade abdominal, e representa a principal causa de morte materna. Gravidez múltipla / gemelaridade A incidência da gravidez múltipla vária de acordo com alguns fatores: grupo étnico, fatores hereditários e o uso de gonadotrofi na no tratamento de infertilidade. Os gêmeos que se originam de dois zigotos são ditos gêmeos dizigóticos, ou fraternos. Quando os gêmeos são originados de um único zigoto são ditos monozigóticos ou gêmeos idênticos. Na gemelaridade monozigótica, pode haver duas placentas distintas, ou uma placenta única monocorial ou monoaminiótica. Nesse caso, os gêmeos são do mesmo sexo, possuem a mesma cor dos olhos, a mesma impressão digital e o mesmo tipo sanguíneo. Já na gestação dizigótica, existem duas ou mais placentas, cada uma com placa coriônica e membrana amniótica independentes. Nesse caso, os bebês podem ser de sexos diferentes, e as semelhanças são as mesmas dos irmãos nascidos em gestações distintas. Figura 11 – Diferenças entre os tipos de gêmeos Fonte: Adaptado de <http://embriologiaufrn.blogspot.com/2010/03/gravidez-multipla-e-sindrome-da_15.html>. Acesso em: 7 maio 2010.