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Artigo - EJA

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1 
 
CONSTRUINDO SABERES INTEGRADO A REALIDADE DOS ALUNOS DA EJA 
Ivani Francisca dos Santos1 
Resumo: O presente artigo tem o intuito de trazer reflexões acerca dos conteúdos ministrados na 
Educação de Jovens e Adultos, sua significância, bem como as dificuldades de aprendizagem que se 
fazem presentes no referido segmento, não sendo uma característica específica, mas que está 
atrelada intrinsecamente ligada ao processo de ensino e aprendizagem. Para tanto, fez-se necessário 
pesquisas, discussões, observações e aplicação de questionário, para que tais conclusões tivessem 
credibilidade e veracidade, diante do que estava proposto para análise e estudo. 
 
Palavras-chave: processo; aprendizagem; difiuldade de aprendizagem; 
 
Abstract: This article is intended to bring reflections about the content taught in adult and youth 
education, its significance, as well as the learning disabilities that are present in that thread, not a 
specific feature, but is tied intrinsically linked to the teaching and learning process. To this end, 
necessary research, discussions, observations and questionnaires, so that such conclusions 
information credibility and veracity, given what was proposed for analysis and study. 
 
Keywords: process; learning; learning difficulty. 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
Quando se fala em Educação de Jovens e Adultos (EJA) a memória aspectos legais 
que nos fazem pensar sobre os direitos dados a tais sujeitos, sabendo que tal 
segmento faz parte de um sistema, sendo importantíssimo garanti-lo. 
A Constituição Federal de 1988, que em seu artigo 208, assegura a educação de 
jovens e adultos como um direito de to O dever do Estado com a educação será 
efetivado mediante garantia de: 
I – ensino fundamental, obrigatório e gratuito, assegurada, inclusive, sua 
oferta gratuita para todos os que a ele não tiveram acesso na idade própria. 
Art. 1º Os incisos I e VII do Art. 208 da Constituição Federal passam a 
vigorar com as seguintes alterações: Art. 208, I – educação básica 
obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17 (dezessete) anos de idade, 
assegurada inclusive sua oferta gratuita para todos os que a ela não tiveram 
acesso na idade própria. 
O dever do Estado com a educação será efetivado mediante garantia de: 
I – ensino fundamental, obrigatório e gratuito, assegurada, inclusive, sua 
oferta gratuita para todos os que a ele não tiveram acesso na idade própria. 
VII – atendimento ao educando, em todas as etapas da educação básica, 
por meio de programas suplementares de material didático escolar, 
transporte, alimentação e assistência à saúde. 
 
A EJA é tratada como representação de uma dívida social a ser reparada, 
assumindo a tarefa de estender a todos o acesso e domínio da escrita e da leitura 
como bens sociais, seja na escola seja fora dela. 
 
1 Mestranda em Física pela Universidade Federal do Espírito Santo - CEUNES. 
2 
 
Enquanto modalidade de educação básica, a EJA, conforme expressa na Lei de 
Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN), não se consubstancia apenas 
no âmbito da alfabetização. Mas vai além, com função, abrangência e importância 
muito maior. Nesse sentido o Parecer CNE/CEB nº 11/2000 redefine as funções do 
ensino supletivo constantes do Parecer CFE nº 699/72 e atribui à EJA três funções 
básicas: 
 A Função reparadora: A função reparadora constitui-se na restauração do 
direito a uma escola de qualidade, o que significa ter acesso a um bem real, 
social e simbolicamente importante, contribuindo para a conquista da 
cidadania e a inserção no mundo do trabalho, através da aquisição das 
competências exigidas para isso. A função reparadora significa a entrada no 
circuito dos direitos civis pela restauração de um direito negado: o direito a 
uma escola de qualidade e o reconhecimento de igualdade de todo e 
qualquer ser humano. Significa não só a entrada no circuito dos direitos 
civis pela restauração de um direito negado – o direito a uma escola de 
qualidade, mas também o reconhecimento daquela igualdade ontológica de 
todo e qualquer ser humano. 
Função equalizadora: A função equalizadora aplica-se àqueles que antes 
foram desfavorecidos quanto ao acesso e permanência na escola, devendo 
receber, proporcionalmente, maiores oportunidades que os outros, para ter 
restabelecida sua trajetória escolar de modo a readquirir a oportunidade de 
um ponto igualitário no jogo conflitual da sociedade. Por último, a 
qualificação, mais do que função, é o próprio sentido da EJA. Tem como 
base o caráter incompleto do ser humano que busca atualização em 
quadros escolares e não escolares. Jovens empregados, subempregados 
ou não, podem encontrar nos espaços e tempos da EJA, nas funções 
reparadora, equalizadora ou qualificadora, um lugar de melhor capacitação 
para o mundo de trabalho, construindo conhecimentos, habilidades, 
competências e valores (BRASIL, 2000, p.30-39). A função equalizadora 
dará cobertura a trabalhadores e a tantos outros segmentos da sociedade 
possibilitando–lhes a reentrada no sistema educacional. Há que se 
reconhecer no seio da sociedade a existência da diversidade e garantir nas 
políticas públicas a efetivação de oportunidades diferentes para eliminar as 
desigualdades, equalizar o acesso aos bens sociais e o exercício da 
cidadania, fazendo cumprir com o princípio constitucional de que a 
educação é direito de todos. 
Função Permanente ou qualificadora: A educação de jovens e adultos deve 
ser vista como uma promessa de qualificação de vida para todos, 
propiciando a atualização de conhecimentos por toda a vida. Mas do que 
função, ela é o próprio sentido da EJA, que tem como base o caráter 
incompleto do ser humano, cujo potencial de desenvolvimento e de 
adequação pode atualizar-se em quadros escolares ou não-escolares. 
Para poder cumprir com suas funções a EJA precisa ser pensada de modo a 
contemplar, como afirma o parecer Conselho Nacional de Educação/CEB nº 
11/2000, no projeto pedagógico “um modelo pedagógico próprio”, que assegure na 
prática pedagógica, na relação professor aluno e no processo de ensino 
aprendizagem a inclusão de estratégias de valorização da experiência de vida 
3 
 
(social, cultural e profissional), “a fim de criar situações pedagógicas e satisfazer 
necessidades de aprendizagem de jovens e adultos”. 
É impossível falar de processo de ensino e aprendizagem, sem mencionar um 
aspecto extremamente presente no dia a dia escolar, a “dificuldade de 
aprendizagem”. 
A dificuldade de aprendizagem hoje, faz-se presente em todos os segmentos 
educacionais, com níveis diferenciados, bem como as formas de pensa-la e 
combatê-la. Na EJA não é diferente, entretanto, a dificuldade de aprendizagem 
associa-se ao tempo destinado a estudo, e a significância empregada pelo 
educando a determinado conteúdo. 
Há no âmbito escolar um questionamento latente a essa temática, pois ainda não foi 
possível elucidar o por que da facilidade em determinados conteúdos, e tamanha 
dificuldade em outros. O desafio da escola está em minimizar e/ou disseminar tais 
dificuldades, entretanto, a tarefa não é tão simples e fácil, exige esforço, dedicação, 
investigação e estudo, tanto do docente quanto do discente. 
Vale salientar que a referida abordagem, tem como perspectiva propor reflexão no 
que tange ao que e ministrado, bem como sua significância social, priorizando e 
valorizando a realidade do aluno, bem como pautar e pontuar as dificuldades de 
aprendizagem e suas possíveis causas. 
Quando se fala em aspecto formativo, vale salientar que se refere a uma avaliação 
voltada para a formação progressiva do sujeito. 
Segundo Perrenoud (1999. pág. 33): 
É formativa toda avaliação que auxilia o aluno a aprender e a se 
desenvolver, ou seja, que colabora para a regulação das aprendizagens e 
do desenvolvimento no sentido de um projeto educativo. A avaliação 
formativa tem características informativa e reguladora, ou seja, fornece 
informações aos dois atores do processode ensino-aprendizagem. 
Nesse sentido, a Resolução CNE/CEB nº 1, de 5 de julho de 2000 afirma que é 
preciso assegurar: 
I - quanto à equidade, a distribuição específica dos componentes 
curriculares a fim de propiciar um patamar igualitário de formação e 
4 
 
restabelecer a igualdade de direitos e de oportunidades face ao direito à 
educação; 
II - quanto à diferença, a identificação e o reconhecimento da alteridade 
própria e inseparável dos jovens e dos adultos em seu processo formativo, 
da valorização do mérito de cada qual e do desenvolvimento de seus 
conhecimentos e valores; 
III - quanto à proporcionalidade, a disposição e alocação adequadas dos 
componentes curriculares face às necessidades próprias da Educação de 
Jovens e Adultos com espaços e tempos nos quais as práticas pedagógicas 
assegurem aos seus estudantes identidade formativa comum aos demais 
participantes da escolarização básica; 
É necessário considerar o Ensino de Jovens e Adultos como parte importante do 
sistema educacional, entendendo que os educandos por vezes foram vítimas de 
algo ou alguma coisa que lhes impediram de estarem estudando no período de 
infância e adolescência. Jovens e Adultos são inteiramente capazes, portadores de 
competências e habilidades, obviamente, respeitando o tempo, espaço e condições 
de cada aluno. Ressaltando que tal importância não pode passar pelo viés do 
“favor”, pelo contrário, a significância e relevância sócio-educacional perpassam pelo 
âmbito da legalidade, ofertando acima de tudo, um direito incutido no ato de ser 
cidadão. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
2 REFERENCIAL TEÓRICO 
Historicamente no Brasil, a Educação de Jovens e Adultos (EJA) como uma 
modalidade de ensino sempre foi vista como uma prática fragmentada, como um 
suplemento de programas. 
Nas últimas décadas, um marco legal importante foi a Constituição Federal de 1988 
que aborda dois aspectos importantíssimos para a Educação de Jovens e Adultos 
(EJA) primeiramente, a questão da garantia da gratuidade dessa modalidade de 
ensino no nível fundamental (art. 208, inciso I) e, em seguida, o destaque para o 
enfrentamento do analfabetismo como um dos objetivos de um Plano Nacional de 
Educação (art. 214, inciso I). 
Com a Lei 9394/96, houve avanços significativos para a Educação de Jovens e 
Adultos (EJA). A construção de uma modalidade de qualidade que deve ter em 
pauta a realidade dos sujeitos que a frequentam, é o que está previsto no art. 4º, 
apresentado abaixo: 
O dever do Estado com a educação escolar pública será efetivado mediante 
garantia de 
I- ensino fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive para os que a ele não 
tiveram acesso na idade própria; 
[...] 
VI- oferta de ensino regular, adequado às condições do educando; 
VII- oferta de educação escolar regular para jovens e adultos, com 
características e modalidades adequadas às suas necessidades e 
disponibilidades, garantindo-se aos que foram trabalhadores as condições 
de acesso permanência na escola; 
[...] 
Segundo Oliveira (1999, p. 59), a educação de pessoas jovens e adultas, não nos 
remete apenas a uma questão de especificidade etária, mas, primordialmente, a 
uma questão de especificidade cultural. 
De acordo com Oliveira, a Educação de Jovens e Adultos (EJA) é repleta de 
conjunto de indivíduos heterogêneos, com especificidades próprias, na diversidade 
de grupos geracionais e culturais distintos presentes na sociedade atual. Neste 
mesmo pensamento, Gadotti (2002, p. 62) afirma, 
Os perfis dos alunos da EJA da rede pública são na maioria trabalhadores 
proletariados, desempregados, donas de casa, jovens, idosos, portadores 
de deficiências especiais. São alunos com suas diferenças culturais, etnias, 
religião, crenças. 
6 
 
De acordo com Arroyo (2006, p. 33) é preciso considerar a Educação de Jovens e 
Adultos (EJA) como um público específico a partir das especificidades dos 
indivíduos que a procuram e que o autor denomina de “tempos de vida-juventude e 
vida adulta”. 
De acordo com Abarche (2001, p. 22), visualizar a educação de jovens e adultos 
levando em conta a especificidade e a diversidade cultural dos sujeitos que a elas 
recorrem torna-se, pois, o caminho renovado e transformador nessa área 
educacional. 
É sabido por todos que é direito de todos gozar de uma educação de qualidade, seja 
em idade/série correto ou não. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 
(Lei 9.394/96) estabeleceu no capítulo II, seção V, artigo 37 que “A educação de 
jovens e adultos será destinada àqueles que não tiveram acesso ou oportunidade de 
estudos no ensino fundamental e médio na idade própria”. 
Quando se fala em educação de qualidade, é preciso trazer a memória tudo que se 
remete ao termo qualidade, e entender que o mesmo não pode ser dissociado do 
termo “qualitativo”, valorização e formação profissionais. 
Em seu livro “Para onde vai a educação?”, Jean Piaget (1976, p.58) faz o seguinte 
questionamento: 
Questiono o aspecto quantitativo do acesso à educação, não que seja 
contrário a este fator, mas que não houve um acompanhamento da 
revalorização da profissão do magistério, portanto não houve um preparo 
para que o fator quantitativo caminha-se junto ao qualitativo. O Estado tem 
o dever de proporcionar a educação, e normalmente sua maneira de 
demonstrar que está cumprindo seu dever é mostrar quantidade, e que 
também não garante a qualidade. O fator econômico do Estado por outro 
lado exige mão-de-obra para o mercado, que também exige qualidade, no 
entanto na educação, o Estado continua não investindo na qualidade da 
formação do professor. 
Felizmente o cenário mudou, e tal mudança surgiu mediante a legitimização dada a 
Educação de Jovens e Adultos, por meio de resoluções, pareceres e diretrizes 
curriculares, organizado a espinha dorsal desse segmento, ou seja, seu 
organograma de funcionamento e direcionamento. Quando isso aconteceu, cada 
sujeito assumiu seu papel no processo e hoje é perceptível o empenho por parte de 
todos que compõem o âmbito escolar, em oferecer um ambiente propício à 
aprendizagem. Quando se fala em aprendizagem, é preciso enfocar inúmeras 
7 
 
situações, como por exemplo, por que o aluno aprende com tanta facilidade 
determinado conteúdo, e outros ele simplesmente se recusa a aprender, ou não 
consegui assimilar? Nesse sentido, tem-se o intuito de discorrer a partir da pergunta 
acima, sobre tal dificuldade e como o docente auxiliará o educando no processo de 
ensino aprendizagem, no que tange a minimizar dificuldades, bem como resolver 
desafios e conflitos resultantes da realidade da modalidade EJA. 
A dificuldade de aprendizagem não é uma problemática apenas da EJA, tal situação 
é percebida em todos os segmentos educacionais, sendo foco de tensas discussões 
e reflexões. 
Dificuldade de aprendizagem é uma designação geral que se refere a um grupo 
heterogêneo de desordens manifestadas por dificuldades significativas na aquisição 
e na utilização da compreensão auditiva, da fala, da leitura, da escrita, e do 
raciocínio matemático. Tais desordens, consideradas intrínsecas ao indivíduo e 
presumindo-se que sejam devidas a uma disfunção do sistema nervoso central, 
podem ocorrer durante toda a vida. 
Para Kincheloe (1997, p.244): 
Define dificuldade de aprendizagem como: “um atraso, desordem ou 
imaturidade num ou mais processos: da linguagem falada, da leitura, da 
ortografia, da caligrafia ou da aritmética; resultantes de uma disfunção 
cerebral ou distúrbios de comportamentos, e não dependentes de uma 
deficiência mental, de uma privação cultural ou de um conjunto de fatores 
pedagógicos. 
Fonseca ainda afirma que (1999, p.44) 
A dificuldade de aprendizagem como: "desordens psico-neurológicas” da 
aprendizagem para incluir os déficits na aprendizagem em qualquer idade e 
que são essencialmente causadas por desvios no sistema nervoso central e 
que não são devidas ou provocadas por deficiênciamental, privação 
sensorial ou por fatores psicogenéticos. 
Os conceitos de dificuldade acima citados, não englobam qualquer perturbação 
global da inteligência ou da personalidade, ou de eventualmente, qualquer anomalia 
sensorial (auditiva, visual ou tactilo-quinestésica) ou motora. Há um potencial de 
aprendizagem íntegro ou intacto. 
Os alunos com dificuldade de aprendizagem são alunos intactos, portanto, não são 
deficientes mentais ou emocionais nem deficientes visuais, auditivos ou motores 
8 
 
nem devem ser confundidos com alunos desfavorecidos ou privados culturalmente. 
Independentemente de terem uma inteligência adequada, uma visão, uma audição e 
uma motricidade adequada, bem como uma estabilidade emocional adequada, tais 
alunos não aprendem normalmente. Este aspecto é preponderante e fundamental 
para compreender e se definir este grupo de alunos. O prefixo (dislexia, disgrafia, 
disortografia e discalculia) envolve a noção de dificuldade a que pode estar ligada, 
ou não, uma disfunção cerebral. 
Ao contrário o conceito de incapacidade, inclui problemas de gravidade variável, 
exprimindo uma desorganização funcional de atividade anteriormente bem integrada 
e utilizada. 
As incapacidades de aprendizagem englobam distúrbios provocados por lesões em 
zonas secundárias do cérebro, responsáveis pelas funções simbólicas e práticas 
superiores, resultando em incapacidade de distinguir (analisar e sintetizar), 
diferenciar aferências, ordená-las e conservá-las e /ou controlar, regular e reprecisar 
interferência, em “feedback” com aferências. 
A National Advisory Comimttee on Handicapped Children (NACHC) contribuíram 
para formulação e compreensão do termo. As concepções são expressas a seguir: 
São uma condição crônica de suposta origem neurológica que interfere 
seletivamente no desenvolvimento, integração e/ou não verbais. As 
dificuldades de aprendizagem específicas existem como uma condição 
incapacitante e variam em suas manifestações e no grau de severidade. Ao 
longo da vida, a condição pode afetar a autoestima, a educação, a vocação, 
a socialização, e/ou as atividades da vida diária.” (ACLD, 1986, p.15) 
 As crianças com dificuldades de aprendizagem especiais (específicas – 
linguagem, leitura, escrita e matemática) possuem uma desordem em um 
ou mais dos processos psicológicos básicos envolvidos na compreensão ou 
uso da linguagem falada ou escrita. Estas dificuldades podem manifestar-se 
por desordens na recepção da linguagem, no pensamento, na fala, na 
leitura, na escrita, na soletração ou na aritmética. Tais dificuldades incluem 
condições que têm sido referidas como deficiências perceptivas, lesão 
cerebral, disfunção cerebral mínima, dislexia, afasia de desenvolvimento, 
etc. Elas não incluem problemas de aprendizagem resultantes 
principalmente de deficiência visual, auditiva ou motora, de deficiência 
mental, de perturbação emocional ou de desvantagem ambiental. (NACH, 
1968, p.34). 
Ao pensar sobre tal problemática vem à tona o papel do docente nesse processo, 
sendo que o mesmo é responsável por zelar pela aprendizagem do aluno. 
 
9 
 
A LDB em seu Art. 13 afirma que entre os deveres dos docentes estão: 
Participar Proposta pedagógica da escola, - Elaborar um PLANO DE 
TRABALHO DOCENTE (PTD), Zelar Aprendizagem dos alunos, - Elaborar 
estratégias para os alunos de menor rendimento. Ministrar aulas nos dias 
letivos estabelecidos pela escola, Participar do Planejamento, à avaliação e 
ao desenvolvimento profissional. Articular-se com as famílias dos alunos e a 
comunidade. 
Nesse sentido, Codo & Gazzotti (1999, p. 50) afirmam que: “…o papel do professor 
acaba estabelecendo um jogo de sedução, onde ele vai conquistar a atenção e 
despertar o interesse do aluno para o conhecimento que ele está querendo 
abordar.” Segundo Freire (1996) um dos primeiros passos para um educador 
seduzir seus alunos é procurar conhecê-los. Quem são esses alunos? A quais 
culturais pertencem? Quais são os seus interesses? Para conquistar a curiosidade e 
a atenção, temos que conhecer. Outro passo importante é legitimar as suas falas e 
seus saberes, valorizando todos os seus conhecimentos e as culturas às quais 
pertencem. 
Sendo assim cabe ao docente antes de quaisquer situações, ser investigador, ou 
seja, buscar conhecer seus discentes, e posteriormente, proporcionar, oportunizar, 
dinamizar, e, sobretudo elaborar estratégias, ou seja, o professor é responsável por 
dar credibilidade àquilo que ele está ministrando, sendo ele mesmo responsável por 
dar veracidade e utilidade ao que está sendo exposto. 
Ao se tratar do assunto conteúdos, vale lembrar que o efeito significativo da ação, 
está no quanto a mesma é útil, nesse sentido é importante trazer para o âmbito 
educacional questionamentos e reflexões inerentes a realidade do discente. 
Nesse sentido a LDB nº 9.394/96 alude ao princípio da realidade no ensino (BRASIL, 
1996) ao referir-se no parágrafo 2º do artigo 1º que: “a educação escolar deverá 
vincular-se ao mundo do trabalho e à prática social” e o reforça ao indicar no artigo 
3º como princípios do ensino: a “valorização da experiência extra-escolar” (inciso X) 
e a “vinculação entre a educação escolar, o trabalho e as práticas sociais” (inciso 
XI). 
Menezes e Santos (2007. p. 26) afirmam que: 
Trate os conteúdos de ensino de modo contextualizado, aproveitando 
sempre as relações entre conteúdos e contexto para dar significado ao 
10 
 
aprendido, estimular o protagonismo do aluno e estimulá-lo a ter autonomia 
intelectual (MENEZES E SANTOS, 2007). 
Quando paramos para pensar no termo realidade, nos remetemos a olhar 
criticamente para o referido termo e refletir sobre o mesmo no sentido de entender o 
que venha ser “realidade”. 
Fontes (2007, p. 62) diz que: 
a) a realidade é fruto da observação sensorial e existe independente da 
consciência das pessoas; 
b) a realidade é uma construção e prende-se ao conceito de objetividade. É 
real tudo aquilo que possa ser objeto de consenso, provado ou refutado. 
Cada ciência nos dá uma visão particular da realidade; 
c) a verdadeira realidade está nas próprias pessoas e não nas coisas; está 
em nossas percepções. 
 
Deste modo, não é possível falar em realidade, e sim em realidades particulares, 
onde os sujeitos desenvolvem valores, pensamentos, significações, crenças, entre 
outros. 
Para Demo (2001. p.38) “a melhor forma de estabelecermos um diálogo com a 
realidade e sua cultura é a pesquisa seja ela considerada em sua vertente 
experimental, fenomenológica, interpretativa ou etnográfica”. Por este instrumento se 
pode reconhecer, descrever e interpretar as representações e significados 
científicos, culturais e sociais dos quais as pessoas se apropriaram em diferentes 
momentos e contextos de suas vidas (EZPELETA e ROCKELL, 1986, p.72). 
Em suma, é preciso estar perceptível a todos, de que o aluno precisa ser valorizado 
e respeitado, dando-lhe crédito, no sentido de proporcionar ao mesmo um 
crescimento e amadurecimento, entendendo que a significância de algo ou alguma 
coisa está na diferença que o mesmo faz em sua vida. Sendo assim, é possível 
compreender que cabe ao docente estar atento a tudo que o cerca, e principalmente 
olhar criticamente para todos os lados, e não só para frente. 
 
 
 
 
 
11 
 
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Falar dos mais diversos sujeitos que estão inseridos no cerne da instituição escolar 
não é tarefa fácil, definir perfil, se é que se pode assim dizer, exige acima de tudo, 
sensibilidade diante das situações, pois cada aluno busca algo diferente dentro do 
âmbito em que está inserido, por tal motivo, é de suma importância considerar as 
metas e objetivos traçados por cada sujeito, respeita as diversidades de opiniões e 
vivências. 
Por muito tempo a Educação de Jovens e Adultos, não foi vista com bons olhos, 
sempre havia uma desconfiança, e era inevitável ouvir sussurros pelos corredores,onde professores se recusam a trabalhar nesse seguimento, muitos viam como 
perda de tempo e até como meio fácil de ganhar dinheiro, ou seja, quem aceitava o 
desafio era taxado como alguém que não fazia nada. 
A educação de jovens e adultos deve estar alicerçada no aspecto formativo, 
considerando as situações, os perfis dos estudantes, as faixas etárias e se pautará 
pelos princípios de equidade, diferença e proporcionalidade na apropriação e 
contextualização das diretrizes curriculares nacionais e na proposição de um modelo 
pedagógico próprio. 
Para tanto, a valorização da modalidade EJA é o aporte necessário para que de fato, 
o referido segmento exerça sua função formativa, respeitando todos que fazem o 
processo acontecer. Considerar cada sujeito como único é fundamental, de modo 
que todas as ações sejam pensadas na perspectiva da evolução do ser humano, de 
modo que o exercício da empatia esteja intrinsecamente ligada a prática 
pedagógica. 
 
 
 
 
 
 
 
12 
 
4 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
1. ARROYO, M. G. Educação de jovens - adultos: um caminho de direitos e de 
responsabilidade pública. Belo Horizonte: Autêntica, pg.33. 2006. 
2. ARBACHE, Ana Paula. A Formação de educadores de pessoas jovens e 
adultos numa perspectiva multicultural crítica. Dissertação de Mestrado. Rio 
de Janeiro. Papel Virtual Editora, 2001. 
3. BRASIL. Ministério da Educação. Diretrizes Curriculares Nacionais: 
Educação básica/Brasil. Conselho Nacional de Educação. Brasília – DF, 2004. 
4. CODO, W. (Coord.) Educação: carinho e trabalho. 4 ed. Petrópolis, RJ.: 
Vozes/Brasília, Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação, 
Universidade de Brasília, Laboratório de Psicologia do Trabalho, 1999. 
5. ______ Constituição Federal de 1988, artigo 208. 
6. DEMO, Pedro. Pesquisa: princípio científico e educativo. São Paulo: Cortez, 
2001 p 38. 
7. EZPELETA J. & ROCKWELL, E. Pesquisa Participante. São Paulo: Cortez: 
Autores Associados, 1986 p 72. 
8. FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática 
educativa. 29 ed. São Paulo: Paz e Terra, 1996. 
9. FONTES, Carlos. A realidade em questão. 2007 p.62. 
10. FONSECA Victor da 1999; Uma introdução as dificuldades de aprendizagem. 
Editorial Noticias Lisboa. 
11. GADOTTI, Moacir. Boniteza de um sonho: Ensinar e aprender com sentido. 
São Paulo: Cortez, pg. 62. 2002. 
12. GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 3. ed. São Paulo: 
ATLAS, 1996. 
13. KINCHELOE, J. L. A formação do professor como compromisso político: 
mapeando o pós-moderno. Porto Alegre: Artes Médicas, 1997. 
14. LDB - Leis de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. LEI No. 9.394, de 20 
de dezembro de 1996. D.O. U. de 23 de dezembro de 1996. 
15. MENEZES, Ebenezer T. de; SANTOS, Thais H. dos. Contextualização (verbete). 
Dicionário Interativo da Educação Brasileira – EducaBrasil. São Paulo: 2007 
p.26. 
13 
 
16. National Advisory Comimttee on Handicapped Children (1968). Special 
education for handicapped children (first annual Report). Washignton, 
DC:Departament of Health, Education, & Welfare. Disponível em 
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