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Benefícios do Exercício na Depressão

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 EXERCÍCIO FÍSICO E TRANSTORNOS PSICOBIOLÓGICOS: UMA REVISÃO SOBRE OS BENEFÍCIOS DO EXERCÍCIO FÍSICO SOBRE A DEPRESSÃO
Weverson Cavedo[footnoteRef:1] [1: CURSANDO DE GRADUAÇÃO] 
Felipe de Sá[footnoteRef:2] [2: COORDENADOR DE GRADUAÇÃO] 
RESUMO
Todos as pessoas estão condicionadas as diversas patologias desde o nascimento, contudo devido aos novos meios de socialização doenças como a depressão se tornam mais frequentes, nessa vertente destaca-se a depressão que é uma patologia onde o transtorno de humor se caracteriza por manifestações afetivas anormais que variam em relação a sua intensidade, frequência e até mesmo na duração dos sintomas, seu tratamento é relativamente caro e com efeitos colaterais, porém diversos estudos no campo da saúde mental demonstram que além dos tratamentos com medicamentos a prática de exercícios moderadas colaboram na melhora dos quadros depressivos, onde as modificações no humor dos indivíduos que são ativos fisicamente são notadas de maneira satisfatória. Assim o presente artigo se objetiva em entender a depressão a partir dos transtornos psicobiológicos apresentando os benefícios da prática de exercícios físicos como um dos tratamentos da doença além de seus efeitos sob o estado de humor dos indivíduos.
Palavras chaves: DEPRESSÃO. HUMOR. EXERCÍCIOS. TRATAMENTO.
ABSTRACT
All people are conditioned the various pathologies from birth, however due to the new means of socialization diseases such as depression become more frequent, in this strand stands out the depression that is a pathology where the mood disorder is characterized by abnormal affective manifestations which vary in intensity, frequency and even duration of symptoms, their treatment is relatively expensive and with side effects, but several studies in the field of mental health demonstrate that in addition to the moderate drug treatments moderate exercise collaborate in the improvement of depressive disorders, where mood changes of physically active individuals are noted satisfactorily. Thus the present article aims to understand depression from psychobiological disorders presenting the benefits of physical exercise as one of the treatments of the disease besides its effects under the mood of individuals.
KeyWords: DEPRESSION. HUMOR. EXERCISES. TREATMENT.
INTRODUÇÃO
Com as mudanças cotidianas das relações sociais e pessoas acarretaram nos indivíduos um aumento dos problemas de saúde, tal como a depressão. Segundo pesquisas, a depressão é uma desordem psíquica muito frequente atualmente tendo como principais fatores o psicológico, social e genético, acometendo qualquer faixa etária (CUNHA et. al, 2006).
A depressão se caracteriza pelos sintomas de perca de peso, sentimento de culpa, queixa de dores e em alguns casos psicose, além disso os sintomas da depressão interferem drasticamente na qualidade de vida e estão associados a altos custos sociais. O que ocorre nessa doença é uma diminuição na quantidade de neurotransmissores (hormônios) liberados pelo organismo sobrecarregando o sistema nervoso (HOLLENBERG; HAIGHT; TAGER, 2003).
Existe atualmente mais de 8 classes de antidepressivos em todo o mundo para o combate à doença, porém esses farmacológicos que são disponibilizados são relativamente caros e com diversos efeitos colaterais, o que faz com sua procura seja baixa comparadas a outras doenças (VIEIRA et al, 2006).
Segundo LANDERS (s/d; DIMEO et al., 2001; SALMON, 2001) a inatividade física é um fator que tem se associado fortemente a estados variados da doença, o que fez com que psicólogos orientem aos pacientes com depressão, a procurar um profissional para a prática de exercícios físicos.
Os exercícios físicos segundo pesquisas aumentam a cognição do indivíduo que o pratica, além de reduzir a ansiedade, melhorar a autoestima e a autoconfiança diminuindo o stress a partir da liberação de hormônios neurotransmissores como a dopamina e endorfina (FLECK et al., 2003).
Além dos benefícios trazidos no combate a depressão a prática de exercício físico fortalece as estruturas cerebromuscular diminuindo a degradação dos neurotransmissores, aumentando o transporte de oxigênio, melhorando a qualidade de vida, afetando diretamente a autoestima (VEIT, 2015).
Neste contexto o objetivo da pesquisa é mostrar e apresentar a importância da prática de exercícios físicos regulares, sendo uma forma não medicinal e/ou farmalógica, como um auxiliador no tratamento da depressão demonstrando as contribuições dos exercícios físicos para todas as faixas etárias de maneira a contribuir na manutenção do bem-estar principalmente associado a uma doença de cunho psicológico (VEIT, 2015).
A pesquisa se baseia e posteriormente se justifica na importância dos benefícios que a prática de exercícios físicos regulares e com auxílio de um orientador capacitado acarreta na vida dos individuo, uma vez que sua prática melhora o equilíbrio, auxilia no combate a doenças e principalmente auxilia na manutenção da vida (VEIT, 2015).
REFERENCIAL TEÓRICO
DEPRESSÃO 
A depressão atinge hoje cerca de 2 milhões de pessoas por ano no Brasil. As causas podem ser provenientes de fontes biológicas, psicológicas e fatores sociais. Esses fatores acarretam em uma disfunção cerebral, os circuitos neuronais começam a trabalhar de forma incorreta, causando sensações de tristeza, falta de interesse por atividades cotidianas, perda da vontade de conviver em um meio social, cansaço físico elevado, entre outros sintomas (LEAL et al., 2008; VELASCO, 2009).
A sensação de tristeza prolongada e a perda de interesse pela vida começam a refletir vários sintomas físicos e comportamentais, como por exemplo, a perda de apetite, insônia, baixa concentração e nível de energia além de uma autoestima menos elevada que o normal. Nesse Estágio o corpo começa a se debilitar tanto o físico quanto o psicológico (MASCARENHAS et al., 2012).
Vários autores discutem e discorrem sobre diversas vertentes sobre a origem da depressão, porém existem muitas dúvidas sobre o motivo de seu real aparecimento. Atualmente a depressão é referida como uma doença multifatorial, sendo seu desenvolvimento associado a diversas causas como o desequilíbrio hormonal, aspecto físico, fatores sócias ligados a pobreza, desemprego, morte de um ente querido, obesidade, ou algum acontecimento muito traumático, remédios que possuem como efeito secundário a depressão sendo que sua causa principal seja o fator genético (LEAL et al., 2008; VELASCO, 2009).
Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), estimasse que no ano 2020 junto com a doença isquêmica do coração, a depressão seja a maior causa de mortalidade e de incapacidade sobre a população mundial.
EXERCÍCIO FÍSICO E DEPRESSÃO
A prática regular de exercícios físicos tem se associado a manutenção da saúde desde a década de 50 onde estudos foram associados aos benefícios de prevenção e até mesmo redução de doenças variadas, além de auxiliar na manutenção do peso ao longo da vida diminuindo o risco de ocorrências de mortes prematuras.
Ogden (2004) classifica o Exercício Físico como “movimento corporal planeado, estruturado e repetitivo executado para melhorar ou manter um ou mais componentes da boa forma física”.
Já Silva (2012) entende o exercício físico aqueles exercícios que estão diretamente ligados ao esforço mais leve utilizando principalmente do oxigênio para as contrações musculares como por exemplo: natação prolongada, andar de bicicleta e exercícios anaeróbicos utilizando o esforço total que tem menos duração, ou seja, é a musculação, corridas de 200 metros. 
Contudo em um estudo com mulheres com diversas patologias, após seis meses de interrupção dos exercícios, apresentou a redução de doenças de vários gêneros, inclusive o risco de morte, obesidade, redução de estresse, a partir da prática regular de exercícios físicos, pois ficar ativo fisicamente mesmo que de modo moderado pode melhorar a saúde vital dos indivíduos (VIEIRA et al., 2007).
Já Sardinha (2010) destaca em seus estudos que os benefícios que a prática de exercíciosfísicos traz para os indivíduos vão além da diminuição de risco de morte, isso porque, o exercício regular em suas pesquisas mostrou ter um efeito protetor sobre a probabilidade de desenvolvimento de transtornos psiquiátricos após determina evento cardiovascular, dados seus efeitos no humor e na ansiedade, especialmente sobre a ansiedade relacionada à saúde cardíaca, que mais tarde é confirmado por Hammer (2012, p. 896), que afirma que “[...] o exercício físico é um mediador potencialmente importante do link entre estresse e doenças cardiovasculares”.
Hammer (2012) ainda afirma que a prática de execícios se associada a melhoria dos fatores relativos ao crescimento principalmente ligado ao fator neurotrófico cerebral (BDNF), que é o responsável pelos efeitos sob a pessoa ativa fisicamente aliada a prevenção e ao combate a depressão.
A importância de estar e permanecer ativo fisicamente aumenta nas esferas fisológicas um aumento na oxigenação do cérebro, concentração das monoaminas, aumento das endorfinas, independência funcional, além de prolongar a vida junto ao combate de doenças crônicas como osteoporose e hipertensão (PEREIRA, 2013).
Associar a saúde da mente e as desordens metabólicas sistêmicas de pacientes que possuem outras doenças é um grande fator no grau da depressão, como foi demonstrado nos estudos de Teixeira et. al, (2015) que aprofundou nas relações depressão e doenças como hipertensão onde os distúrbios metabólicos se mostraram fortemente presente, sendo a prática de atividades moderadas uma auxiliadora eficaz na regulação de respostas fisiológicas do Sistema Nervoso Simpático, combatente e/ou diminuição os sintomas da depressão, e mudando os parâmetros cardiovasculares como a pressão arterial.
Além das relações de depressão e doenças como a hipertensão, pesquisas de Coelho e Virtuoso Júnior (2014) buscam encontrar explicações para a melhora acentuada das estruturas cognitivas com auxílio da prática de exercícios como: alterações hormonais (catecolaminas, ACTH e vasopressina); na β-endorfina; na liberação de serotonina, ativação de receptores específicos e diminuição da viscosidade sanguínea. 
Assim os autores Coelho e Virtuoso Júnior (2014) destacam que a condição física do indivíduo vai se adaptar a saúde mental e ao bem-estar, pois a o exercício físico tem seu êxito no tratamento da depressão a medida que ocorre um aumento na liberação de hormônios que afetam o psicológico auxiliando na melhoria da qualidade de vida.
McAuley e Rudolph afirmam que o exercício físico fortalece as estruturas cerebromusculares, diminui a degradação dos neurotransmissores, aumenta o transporte de oxigênio, diminui a pressão arterial e consequentemente melhora a qualidade de vida, afetando diretamente a autoestima. Segundo Ransford (1982), o exercício físico provoca uma sensação de bem-estar após o termino auxiliando na melhoria do estado de humor deprimido.
Jacob Filho (2000 apud Hortencio et. al.) em seus estudos, explicam a relação de causa e efeito entre os exercícios físicos e a depressão, através de duas vertentes, onde uma indica a prática de exercício físico com a redução dos sintomas da depressão.
Jacob Filho (2000) e outros estudiosos Ruuskanen; Ruoppila (1995) afirmam, que a prática regular de exercícios físicos, além dos efeitos fisiológicos que trazem aos indivíduos, proporciona benefícios ao bem-estar psicológico, facilitando sua convivência social, melhorando a estado emocional, dos ânimos e consequentemente aumentando a disposição para a prática de exercícios físicos.
Segundo os autores, as emoções podem causar benefícios e malefícios a saúde corporal, ou seja, as emoções positivas colaboram e auxiliam na manutenção e até mesmo na recuperação da saúde do indivíduo, sendo o otimismo um aliado no combate a insatisfação e ao sedentarismo, pois Babyac et al. (2000), informa que a relação entre o exercício físico e estado de humor deprimido leva ao sedentarismo a partir da diminuição da aptidão física.
Os benefícios que os exercícios físicos trazem para os indivíduos com depressão vai depender do diagnóstico obtido e do quadro clínico, uma vez que a depressão pode ser classificada de várias intensidades onde, algumas exigem um tratamento profissional incluindo prescrições de medicamentos sendo a atividade física um complemento para recuperação do paciente, já as pessoas com um estado físico melhor, porém sua depressão é menos severa vai utilizar dos exercícios como facilitador do ânimo (SILVA et al., 2014).
Segundo pesquisas dos autores Coelho e Virtuoso Júnior (2014), os exercícios físicos no tratamento da depressão, tem efeitos positivos em alguns neurotransmissores simulando o efeito de alguns medicamentos antidepressivos, que também ajudam na produção de endorfinas, que promovem a sensação de bem-estar e satisfação diminuindo a tensão nos músculos a partir da distração dos estímulos estressores que consequentemente reduzem os níveis dos hormônios do stress, como o cortisol, aliviando os sentimentos de ansiedade e agitação, melhorando o sono e combatendo as frustrações.
A prática de exercícios físicos no combate a depressão também, aumenta a temperatura do corpo, promovendo a sensação de relaxamento e calmaria, melhorando consideravelmente o fluxo sanguíneo e oxigenação no sistema nervoso, além disso como os exercícios físicos em sua prática liberam hormônios do prazer ocorre na sua prática uma melhora transmissão sináptica (sistema nervoso), que atuam no humor, na autoestima além da obtenção do controle sobre seu corpo e sua vida (SILVA et al., 2014).
Além dos benefícios, fisiológicos e biológicos, a prática do exercício físico pode promover também alterações positivas, psicológicas e emocionais como por exemplo a distração, que leva o indivíduo a se concentrar em outra coisa durante sua realização; confiança, definindo metas de atividades física e a cada dia utilizando daquela meta para chegar aos objetivos, o indivíduo pode começar a reconstruir a confiança e autoeficácia e não menos importante o Autorespeito, pois fazer exercícios todos as dias leva o indivíduo a se conhecer e se respeitar através dos limites e barreiras vencidas.
Salienta-se que os tratamentos antidepressivos são recomendados por médicos psiquiatras, clínicos gerais, psicólogos, e normalmente com o uso de remédios (Teychenne, Ball, & Salmon, 2008). O uso destes tipos de remédios, pode causar nas pessoas uma dependência, tornando-as reféns dessas drogas para o resto de suas vidas. A atividade física vem como uma alternativa saudável ao controle da depressão e ao desatrelamento desses medicamentos no tratamento. Neste sentido estudos apontam que, a atividade física é tão eficiente contra a depressão e ansiedade quanto os tratamentos psicoterapêuticos e farmacológicos, tenso como vantagem ser bem mais econômico e ter uma maior adesão (Petruzzello et al., 1991) (Craft e Landers, 1998).
Existe uma grande quantidade de estudos comprovando a importância do exercício para o tratamento da depressão. Como os antidepressivos nem sempre promovem a recuperação total dos pacientes, outras abordagens se tornaram muito importantes. Na maior parte dos casos os exercícios são usados como tratamentos coadjuvantes, em combinação com os medicamentos, mas casos mais brandos os exercícios podem até promover a melhora sem o uso de remédios (Helena Calil[footnoteRef:3]). [3: Artigo disponível em http://veja.abril.com.br/saude/estudo-recomenda-exercicios-fisicos-para-pacientes-com-depressao/] 
Para que ocorra efetivamente uma melhora no quadro clínico de pacientes com depressão, é necessário não apenas se exercitar, mas saber se exercitar, pois estudos apontam que os exercícios aeróbicos são os mais indicados para pacientes com depressão, apesar de os treinos de resistência também poderem ser utilizados. Rethorst e Trivedi recomendam que o paciente pratique de três a cinco vezes por semana, em sessões de 45 a 60 minutos, como é apresentado por Chad Rethorst e Madhukar Trivedi, em uma publicação no Journal of Psychiatric Practice.
NEUROTRANSMISSORESRELACIONADOS A PRÁTICA DE EXERCÍCIOS FÍSICOS E A DEPRESSÃO
De acordo com estudos realizados nos EUA, afirma-se que a prática ordenada do exercício físico praticados pela população em geral, está associado a poucos sintomas depressivos ou de ansiedade, porém mesmo as pessoas que possuem um quadro clínico depressivo o exercício é um grande aliado na redução dos sintomas que estão presentes na doença.
Depaulo et. al (2000) afirmam que os seres humanos têm facilidade de se alegrar e ao mesmo tempo entristecer, sendo uma coisa normal para o dia-a-dia do indivíduo, contudo em algumas pessoas a variação de humor se torna excessiva em termos de intensidade e/ou duração, interferindo por muitas vezes no seu cotidiano que estão ligadas a depressão.
Assim quimicamente pensando a depressão é causada por uma distorção nos neurotransmissores responsáveis pela produção de hormônios que tenham o objetivo de dar a sensação de conforto, bem-estar ao indivíduo (GUYTON, 2011).
Os neurotransmissores são hormônios ligados ao sistema nervoso que “[...] proporcionam controle rápido e breve por meios de impulsos nervosos que se deslocam rapidamente. ” (PATTON; THIBODEAU, 2002). 
Os principais neurotransmissores são acetilcolina que se relaciona a transmissão de impulsos de células nervosas, de músculos cardíacos, sendo o que se encontra em maior quantidade por todo o corpo humano, além disso a acetilcolina auxilia no controle do tônus muscular; a endorfina que atua como calmante, além do sentimento de euforia e êxtase; dopamina também é responsável pelo sentimento de euforia além de acalmar a dor quando associada a endorfina; noradrenalina caracterizada principalmente pelo hormônio adrenalina com efeito estimulante; serotonina está envolvida na constrição dos vasos sanguíneos tendo diversas funções entre elas o estímulo dos batimentos cardíacos, o início do sono e a luta contra a depressão (as drogas que tratam de depressão preocupam-se em elevar os níveis de serotonina no cérebro) (GUYTON, 2011).
Neste contexto Brandão (1995) tendo todo seu estudo voltado ao cérebro parte da hipótese que a depressão está relacionada a interdependência psicofisiológica, quando fala em emoções do corpo humano, pois o a expressão das emoções vai em concordância com as interações entre áreas subcorticais e corticais do organismo. Ou seja, cada tecido e cada órgão é influenciado por uma interação entre os hormônios, estes por sua vez, vão obedecer à hipófise e ao hipotálamo[footnoteRef:4], onde vai formar uma rede de conexão com o cérebro, que vai afetar de determinados modos todo o desenvolvimento do indivíduo. [4: O hipotálamo regula a maior parte dos processos da vida inconsciente do organismo, como os batimentos cardíacos, a respiração, a pressão arterial, entre outros (ACHTERBERG, 1996).] 
Constanzo (2OO7), apresenta os hormônios como substancias químicas secretadas por células especializadas ou glândulas endócrinas para o sangue e se responsabilizam pelas mudanças fisiológicas do organismo, ou seja, eles aceleram e diminuem as reações do corpo com relação as funções biológicas que são essenciais na manutenção do organismo humano. Além disso, podem ser classificados de três formas com base em sua composição química peptídios, esteroides e derivados.
Ainda segundo Constanzo (2007), todos os hormônios agem de acordo com receptores específicos presentes nas células-alvo, estes que não são fixos variando-se em cada tipo de célula. A partir da união hormônio-receptor ocorre uma regulação das enzimas formando os mecanismos de ação hormonal, que são classificados em dois tipos como apresenta Silva (2010) o primeiro mecanismo se relaciona aos hormônios que possuem seus receptores na superfície, já ocorre quando os hormônios atravessam a membrana plasmática, onde os receptores se localizam no núcleo das células.
Pensando nos neurotransmissores relacionados ao exercícios físicos e a depressão Lohr et. al (1997) nos informa que as emoções são o fator chave na atividade física como tratamento da depressão, pois elas desenvolvem no organismo a liberação de mensageiros químicos sobre o Sistema Nervoso Autônomo, onde vão indicar que o Sistema Nervoso não apenas está ligado ao Sistema Imunológico, como também é essencial para a função imunológica adequada 
Psicologicamente a prática de exercícios físicos moderados alteram de modo significativo os estados de humor de quem o pratica, reduzindo a tensão e aumentando a energia, porém, no desenvolvimento de atividades mais intensas, ocorre uma redução de energia juntamente com a redução da tensão, onde após a sua pratica a pessoa se sente cansada e sua energia vai voltando após um tempo de recuperação, aumentando assim sua resistência. Esse impulso de diminuição e aumento na energia também se dá no humor de quem faz os exercícios físicos, sendo nesse ponto um aliado ao tratamento da depressão onde os picos de energia vão trazendo ao indivíduo uma sensação de ânimo.
Nesse contexto quando um indivíduo realiza uma atividade física, seu corpo vai liberar a endorfina que vai promover a sensação de euforia, bem-estar, além deste hormônio a dopamina também é librada durante a atividade, que atua como tranquilizante, analgésico. Tudo isso ocorre porque o exercício físico desencadeia respostas hormonais com influência fisiológicas e psicológicas, através das alterações hormonais que causam a sensação de relaxamento que posteriormente vai manter um equilíbrio psicossocial a longo prazo.
A libertação das endorfinas, aliada à melhoria da autoestima (na medida em está a fazer algo positivo em benefício da própria saúde) leva a um estado de plenitude e de prazer, que poderá ser eficaz no combate à doença. As modalidades mais calmas e, também, menos exigentes, podem ser uma boa opção para começar a praticar uma atividade física, nomeadamente yoga, pilates, activate e bodybalance. Promovem uma sensação de bem-estar ao mesmo tempo que trabalham a respiração, a concentração e o relaxamento (Marco Graça[footnoteRef:5]) [5: Artigo disponível em http://lifestyle.sapo.pt/saude/saude-e-medicina/artigos/o-exercicio-fisico-ajuda-a-combater-a-depressao] 
Segundo Ingram (2000), a prática de exercícios físicos relacionada com o tratamento da depressão se comunicam com a liberação dos hormônios específicos, também chamados de neurotransmissores opióides endógenos, como, a dopamina e a beta-endorfina[footnoteRef:6], entre outros que estão ligados a sensações de prazer, inibindo de alguma forma a produção e liberação dos hormônios do estresse. [6: A beta-endorfina é uma substância endógena, similar à morfina, que interage com receptores nas áreas cerebrais envolvidas na maior tolerância à dor, melhor controle do apetite, do sono, da temperatura corporal e dos estados de raiva, tensão e ansiedade (POWERS; HOWLEY, 2000).] 
Na prática de exercícios, a dopamina se relaciona com o desempenho motor e a modulação emocional e a beta-endorfina, facilita o aumento cardiovascular regulando os vasos sanguíneos aumentando o catabolismo do glicogênio e a liberação de ácidos graxos (RIBEIRO, 2012).
As principais áreas que explicam a ação dos exercícios físicos na depressão são a fisiológica (ligada aos neurotransmissores) e a psicológica, e ambas estão ligadas aos mecanismos de ação hormonal, principalmente na ação da endorfina que para Khalsa (2005), protege o indivíduo de transtorno psicológicos, pois a liberação da endorfina neutraliza os efeitos do estresse, da dor. Essa substancia pode ser liberada através da prática dos exercícios, uma vez que o estresse físico acarreta a sua liberação, onde o cérebro já possui receptores para essa substancia que vão auxiliar que ela funcione nas células através da fixação.
1 METODOLOGIA
A presente pesquisa se classifica como qualitativa, pois seu objetivo não é representar graficamente e numericamente os resultados, mas sim fazer um paralelo com teórico já discutido e as novas ideias que os discursos oferecem e a prática, utilizando dos porquês como fundamento do pensamento.
Segundo DESLAURIERS (1991, p.58)“na pesquisa qualitativa, o cientista é ao mesmo tempo o sujeito e o objeto de suas pesquisas [...] ”, ou seja, para a realização da pesquisa preocupou-se em descrever e aperfeiçoar ideias sobre o tema, tendo como base a metodologia bibliográfica extraindo as informações mais relevantes no que diz respeito da prática de exercício física e a depressão, baseando-se em livros, revistas, periódicos, bem como buscas na internet através de artigos já publicados, o que possibilitou a utilização de diversos referenciais teóricos na premissa de fazer uma abordagem mais geral sobre o tema.
Com relação a natureza da pesquisa, considera-se o presente artigo como pesquisa básica, gerando novos conhecimentos úteis para utilização posteriores, já quanto aos objetivos, a pesquisa é exploratória onde a familiarização com os problemas propostos vão se tornando explícitos para assim gerar as elucidações necessárias, através do levantamento bibliográfico, análises de problemas.
Ainda enquanto aos objetivos a pesquisa tem caráter descritivo tendo o intuito de investigar informações, explicativo procurando identificar fatores que levam a ocorrências dos problemas.
Já em relação aos procedimentos a caracterização mais adequado é o estudo bibliográfico analisando fontes que norteiam e embasam o tema proposto, utilizando de levantamento de um determinado estudo para um conhecimento direto com a realidade.
2 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Entender a importância da prática de exercícios físicos regulares como um auxiliador no tratamento da depressão é um estudo que vai além do estudar e entender, pois a prática do exercício traz benefícios amplamente aprovados para um bem-estar que consequentemente vai auxiliar em doenças que atingem o sistema nervoso de individuo, pois ela se relacionada a um processo de desenvolvimento mental, interior, crítico e exterior ao sujeito. 
A depressão é uma doença que atinge muitas pessoas e cada dia vai acometendo mais e mais indivíduos, os remédios para seu tratamento é baseado nos hormônios que atuam como neurotransmissores, sendo assim um tratamento relativamente caro para as pessoas, assim a prática de exercícios físicos se torna um benefício e um tratamento de baixo custo para quem se dispõe a utilizar deste para melhorar a depressão.
Os exercícios físicos possibilitam proporcionam tanto na esfera física quanto mental do ser humano uma melhor qualidade de vida, quando utilizado com pessoas com depressão os benefícios vão de melhora na positividade psicológica, diminuindo tensões e estresse, nos sentimentos de competência durante a realização das tarefas diárias, além de diminuir a insônia e aumentar a disposição e energia, porém todos esses benefícios são obtidos com auxílio de um profissional e juntamente com alguns medicamentos. 
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