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Arboviroses: Dengue e Febre Amarela

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ISBN: 978-65-81704-00-1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
É terminantemente proibida a reprodução total ou parcial desta obra, por qualquer 
meio ou processo, sem a expressa autorização do autor e das edições criadas pelo 
Eu Médico Residente ©. A violação dos direitos autorais dessa obra caracteriza 
crime descrito na legislação em vigor, sem prejuízo das sanções civis cabíveis. 
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seu conhecimento naquele tema. 
 
 
Este símbolo indica um trecho que trará, de maneira simples e rápida, conceitos para ajudar na sua 
memorização. 
 
 
Este símbolo indica um trecho do assunto que vale a pena ser relembrado. Nossa intenção é indicar os 
pontos mais importantes para sua prova. 
 
 
Este símbolo indica uma sugestão de resposta para o caso clínico que traremos no início de cada 
apostila. 
 
 
Este símbolo indica que selecionamos uma questão direcionada para aquele trecho que você acabou 
de ler, para que você entenda como determinados conceitos são cobrados nas provas. 
 
 
 
 
 
 
E SE FOSSE VOCÊ NESTE PLANTÃO ......................................................................................................................................... 7 
ARBOVIROSES ......................................................................................................................................................................... 8 
1 DENGUE............................................................................................................................................................................. 9 
1.1 CONCEITOS GERAIS .................................................................................................................................................. 9 
1.2 EPIDEMIOLOGIA ..................................................................................................................................................... 10 
1.3 FISIOPATOLOGIA..................................................................................................................................................... 10 
1.4 HISTÓRIA NATURAL DA DOENÇA ........................................................................................................................... 11 
1.4.1 FASE FEBRIL .......................................................................................................................................................... 11 
1.4.2 FASE CRÍTICA ........................................................................................................................................................ 11 
1.4.3 FASE DE RECUPERAÇÃO ....................................................................................................................................... 11 
1.5 QUADRO CLÍNICO ................................................................................................................................................... 11 
1.6 DIAGNÓSTICO (EXAMES CONFIRMATÓRIOS) ......................................................................................................... 16 
1.7 VACINA ................................................................................................................................................................... 17 
1.8 CONDUTA E TRATAMENTO .................................................................................................................................... 17 
1.9 PREVENÇÃO ............................................................................................................................................................ 20 
2 FEBRE AMARELA (FA) ...................................................................................................................................................... 20 
2.1 CONCEITOS GERAIS ................................................................................................................................................ 20 
2.2 EPIDEMIOLOGIA ..................................................................................................................................................... 21 
2.3 FISIOPATOLOGIA..................................................................................................................................................... 22 
2.4 CLÍNICA ................................................................................................................................................................... 22 
2.5 RESUMINDO ........................................................................................................................................................... 22 
2.6 EXAMES LABORATORIAIS ....................................................................................................................................... 22 
2.7 DIAGNÓSTICO ......................................................................................................................................................... 23 
2.8 CONDUTA E TRATAMENTO .................................................................................................................................... 23 
2.9 ALTA HOSPITALAR .................................................................................................................................................. 24 
2.10 PREVENÇÃO ............................................................................................................................................................ 24 
3 ZIKA ................................................................................................................................................................................. 25 
3.1 CONCEITOS GERAIS: ............................................................................................................................................... 25 
3.2 EPIDEMIOLOGIA ..................................................................................................................................................... 26 
3.3 QUADRO CLÍNICO ................................................................................................................................................... 26 
3.4 EXAMES LABORATORIAIS ....................................................................................................................................... 26 
3.5 DIAGNÓSTICO ......................................................................................................................................................... 26 
3.6 CONDUTA E TRATAMENTO .................................................................................................................................... 27 
4 FEBRE CHIKUNGUNYA ..................................................................................................................................................... 30 
4.1 CONCEITOS GERAIS ................................................................................................................................................ 30 
4.2 EPIDEMIOLOGIA ..................................................................................................................................................... 30 
4.3 FISIOPATOLOGIA..................................................................................................................................................... 30 
4.4 QUADRO CLÍNICO ...................................................................................................................................................30 
4.5 DIAGNÓSTICO LABORATORIAL ............................................................................................................................... 32 
4.6 CONDUTA E TRATAMENTO .................................................................................................................................... 33 
5 RESUMINDO (DEFINIÇÃO DE CASO) ............................................................................................................................... 34 
6 FEBRE DO NILO OCIDENTAL (FEBRE DO OESTE DO NILO) ............................................................................................. 34 
7 FEBRE MAYARO ............................................................................................................................................................... 35 
8 RESUMINDO (ARBOVIROSES) .......................................................................................................................................... 35 
9 REFERÊNCIAS ................................................................................................................................................................... 36 
 
https://www.eumedicoresidente.com.br/
file:///D:/André%20Luiz/Trabalhos/EMR/EMR/Apostilas%20Extensivas/2022/Clínica%20Médica/Clínica%20Médica%20(Aula01%20-%20Final)%20Arboviroses.docx%23_Toc93483181
 
10 QUESTÕES EXTRAS .......................................................................................................................................................... 37 
10.1 COMENTÁRIOS & GABARITOS ................................................................................................................................ 45 
 
 
 
https://www.eumedicoresidente.com.br/
 
 
 
Paciente de 28 anos, sem comorbidades, com história de febre alta (39oC) iniciada há 6 dias, associada a cefaleia “atrás 
dos olhos”, mialgia intensa e náuseas. Procurou o PSF no terceiro dia, quando foi orientado acerca dos sinais de alarme 
da doença e sobre a necessidade de hidratação oral. No sexto dia da doença, decidiu procurar a emergência, porque 
estava apresentando dor abdominal intensa, que não melhorava com analgésicos comuns. Ao exame físico: estado geral 
regular, afebril, corado, desidratado (+/+4). Ausculta cardíaca e respiratória sem alterações. Abdome: fígado palpável 2 
cm abaixo do rebordo costal direito, doloroso. Extremidades: sem edemas. PA = 110 x 60 mmHg. FC 100 bpm. FR: 18 
ipm; foram solicitados exames: Hb 14g/dL, Ht 50%, leucócitos: 4500/mm3, plaquetas: 150.000/mm3, TGO 70 U/L, TGP 
67 U/L, Cr 1,1 mg/dL, Ur 56 mg/dL, K 4,5 mEq/L, Na 125 mEq/L. Baseado no caso clínico, responda às seguintes 
perguntas. 
 
 
 
 
EMR – Eu Médico Residente Ensino Ltda © 2022 
Todos os direitos reservados. 
CNPJ: 34.730.954/0001-71 
1. Diante do quadro clínico, qual a principal suspeita 
diagnóstica? 
2. Com o quadro apresentado, o paciente preenche 
critérios de gravidade? Qual a classificação clínica do 
paciente? 
3. Qual exame deve ser solicitado para confirmar sua 
suspeita diagnóstica? 
4. Baseado no grupo em que o paciente foi classificado, 
qual seria a conduta mais adequada no atendimento? 
5. O paciente tem indicação de internamento? Se sim, 
após adequado tratamento, quais os critérios de alta 
hospitalar? 
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• A classificação de arbovírus engloba todos os vírus transmitidos por artrópodes, principalmente mosquitos. As 
arboviroses são doenças causadas pelos chamados Arbovírus e incluem: dengue, zika, febre chikungunya, febre 
amarela etc. 
• O termo arbovírus não está incluso na classificação taxonômica, o que significa que os vírus de famílias – e até mesmo 
ordens – diferentes poderão ser classificados como tal. Já foram identificadas mais de 50 espécies patogênicas ao 
homem. Esses vírus podem ter morfologia esférica ou em bastonete e, geralmente, são vírus de RNA. 
• Dentre os arbovírus, os principais causadores de doenças no homem são do gênero Flavivírus (vírus da dengue, zika 
vírus e vírus da febre amarela) e Alphavirus (vírus da chikungunya), comumente transmitidos por fêmeas do gênero 
Aedes (A. aegypti e A. albopictus). 
• A ampla distribuição dos mosquitos vetores associados ao fenômeno da urbanização e mudanças climáticas são alguns 
dos fatores que facilitam a cocirculação desses agentes pelos hemisférios. Os arbovírus estão presentes em mais de 
120 países das regiões tropicais e subtropicais, emergindo principalmente em áreas urbanas pobres e porções 
periféricas do mundo. Estima-se que cerca de 4 bilhões de pessoas estejam expostas ao risco de infecção por esses 
vírus. 
• As principais arboviroses de interesse para o nosso estudo e que serão discutidas nesta apostila são: 
− Dengue; 
− Febre amarela; 
− Zika; 
− Febre Chikungunya; 
− Febre do Nilo Ocidental; 
− Febre Mayaro. 
 
Figura 1 – Mosquito Aedes aegypti. 
 
 
UNCISAL-AL 2020 ACESSO DIRETO. Qual das opções abaixo contém apenas Flavivirus? 
A. Hepatite C, Hepatite D, Dengue. 
B. Coxsakie, Mayaro, Febre Amarela. 
C. Dengue, Zika, Chikungunya. 
D. Dengue, Zika, Febre Amarela. 
E. NDA. 
 
COMENTÁRIO: Entre os arbovírus, os principais gêneros causadores de doenças no homem são 
Flavivírus (vírus da dengue, zika vírus e vírus da febre amarela) e Alphavirus (vírus chikungunya), 
comumente transmitidos por fêmeas do gênero Aedes (A. aegypti e A. albopictus). 
RESPOSTA: Letra D. 
 
 
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• A dengue é a mais importante das arboviroses, pelo fato de ser a mais frequente (estima-se que cerca de 50 milhões 
de pessoas contraem a doença anualmente) e pelo seu impacto na produtividade econômica, afastando do trabalho 
o indivíduo afetado por cerca de 10 dias, após o início da doença. 
− Definição: doença febril aguda que, quando sintomática, é sistêmica, dinâmica e de amplo espectro clínico. 
− Período de incubação: 2 a 15 dias. 
− Agente transmissor (vetor): 
✓ No Brasil, a fêmea do mosquito Aedes aegypti (cujo hábito é diurno e vespertino) é o vetor e pode transmitir 
todas as outras doenças virais vistas neste capítulo; 
✓ O mosquito tem autonomia de voo limitada, afastando-se não mais de 200 metros do local de oviposição; 
✓ Aedes albopictus: vetor asiático da doença; 
✓ Existem relatos de transmissão vertical do vírus e há a possibilidade da transmissão por transfusão sanguínea 
(caso o indivíduo infectado doe sangue na fase virêmica). Não há transmissão de pessoa a pessoa, nem por 
contato com secreções. 
 
• Ciclo de Transmissão: 
− A fêmea do Aedes aegypti adquire o vírus se alimentando do sangue de um indivíduo infectado na fase de virêmica, 
que começa um dia antes do aparecimento da febre e vai até o sexto dia de doença. 
− Após 8-12 dias (período no qual o vírus se multiplica nas glândulas salivares da fêmea do mosquito), surge a 
capacidade de transmissão. 
− A fêmea faz a oviposição em coleções de água parada (poços, pneus velhos, vasos de plantas etc.), onde se 
desenvolvem as larvas. 
− Após a oviposição, os ovos são capazes de resistir ao dessecamento durante transporte para outro local. Em uma 
eventual exposição, a chuva reidrata os ovos, que eclodem suas larvas já no ambiente de destino. Os ovos podem 
permanecer viáveis por até um ano. 
 
 
Figura 2 – Ciclo de Transmissão do Vírus da Dengue. 
Fonte: http://repocursos.unasus.ufma.br/atencaobasica_20152/modulo_14/und1/23.html 
 
 
A dengue acompanha de perto a distribuição do mosquito transmissor e, como consequência, sua 
incidência tende a ser maior no verão (período quente e úmido), que favorece a proliferação do vetor. 
 
A água parada e limpa é o 
ambiente ideal para a fêmea 
do mosquito da dengue 
(Aedes aegypti) depositar os 
seus ovos. 
Após atingir a fase adulta, o 
mosquito da dengue tem 
cerca de 45 dias de vida. 
Água Parada. 
Ovos. 
Larva. 
Mosquito. 
Ao picar uma pessoa 
infectada, o mosquito contrai 
o vírus e, em seu ciclo devida, pode contaminar até 
300 pessoas. 
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• A dengue havia sido praticamente erradicada na década de 1920, quando se erradicou o Aedes aegypti com os 
programas de combate à febre amarela urbana. Infelizmente, décadas depois, o mosquito retorna e a dengue se torna 
endêmica, com epidemias recorrentes, intercalando ao longo dos anos. 
• O vírus da dengue (ou DenV), é um vírus de RNA e pertence à família Flaviviridae, uma família de vírus que inclui o 
vírus da febre amarela, da encefalite japonesa, da Febre do Nilo Ocidental (FNO) e o vírus da encefalite do carrapato 
(TBE). É um vírus de RNA que apresenta 5 sorotipos: 
− DenV 1: era o sorotipo mais isolado no Brasil; 
− DenV 2: tornou-se o mais comum no Brasil; 
− DenV 3: juntamente ao DenV 2, considerado o mais grave; 
− DenV 4: voltou a circular em 2010 (> 50% dos casos de 2013); 
− DenV 5: em 2013, foi identificado no material coletado durante um surto, em 2007, em Sarawak, Malásia (ainda 
não foi identificado no Brasil; circula apenas na Ásia); 
− Em termos de virulência, em ordem decrescente, temos os sorotipos: 2,3,4 e 1. 
 
 
A infecção por um sorotipo não cria anticorpos definitivos contra os demais. Na primeira infecção, o 
sistema imune do paciente produz anticorpos neutralizantes contra esse sorotipo (ex.: sorotipo 1), 
denominados anticorpos homólogos, que provavelmente permanecerão pelo resto da vida do 
paciente. Os anticorpos também oferecem proteção contra outros sorotipos (imunidade cruzada ou 
heteróloga), porém, de curta duração (de meses a poucos anos). Se o mesmo indivíduo for infectado 
por outro sorotipo anos depois, eles não serão capazes de neutralizá-lo – pelo contrário, a ligação deles 
ao novo sorotipo facilitará a penetração do vírus nos macrófagos, pelo mecanismo de opsonização. 
Teoricamente, só se pode contrair dengue 5 vezes na vida. 
A dengue grave geralmente ocorre em pacientes que já se infectaram por algum sorotipo do vírus e, 
anos depois, novamente se infectam por outro sorotipo. Essa chance de gravidade é maior quando a 
segunda infecção é causada pelo sorotipo 2. 
 
 
 
• O vírus da dengue infecta células, como: 
− Macrófagos/Monócitos: Liberação de citocinas, como IL-6 (causa febre, sintoma cardinal da dengue) e TNF-alfa. 
− Miócitos (tecido muscular estriado esquelético): Mialgia e dor retro-orbitária. 
• A resposta imunológica começa a surgir já na primeira semana de doença. A imunidade humoral e a celular participam 
do controle da infecção. 
• Os linfócitos T CD8+ citotóxicos são capazes de destruir as células infectadas pelo vírus, por intermédio da ação de 
anticorpos específicos. O vírus também pode ser neutralizado diretamente pelos anticorpos. 
• A liberação maciça de fatores pró-inflamatórios leva ao aumento súbito e generalizado da permeabilidade capilar, o 
que, por sua vez, leva à transferência de líquido do intravascular ao interstício, que pode culminar em hipovolemia, 
hemoconcentração e até choque. 
 
 
Já ouviu falar na teoria da multicausalidade? Essa teoria preconiza que a dengue grave seria um 
conjunto de fatores que interagem levando ao quadro clínico final: 
✓ Fatores Individuais: Predisposição genética, crianças menores de 15 anos, sexo feminino, raça branca, 
enfermidades crônicas (diabetes, hipertensão), preexistência de anticorpos heterólogos, entre outros. 
✓ Fatores Virais: Sorotipos circulantes e virulência das cepas. 
✓ Fatores Epidemiológicos: População suscetível, vetor eficiente, alta densidade vetorial, sequência de 
infecções, entre outros. 
 
 
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• Em resumo, são três fases: 
1. Fase febril (2 a 7 dias); 
2. Fase crítica (3º ao 7º dia de doença; pode sobrepor-se à fase febril); 
3. Fase de recuperação (após a fase crítica). 
 
 
• É marcada por febre, que pode durar de 2 a 7 dias. Associadas a ela, é possível haver cefaleia, dor retro-orbitária, 
artralgias e mialgias. 
• Pode haver sintomas gastrointestinais, tais como: diarreia pastosa (costuma ser branda), vômitos, náuseas, anorexia. 
• Até 50% dos doentes podem desenvolver um rash, que tende a aparecer no fim da febre; esse rash é maculopapular 
e acomete face, tronco e membros (não poupa plantas dos pés ou palmas das mãos). O prurido não é obrigatório. 
• Pode ocorrer linfadenopatia. 
 
 
• Apenas alguns pacientes passam da fase febril à fase crítica. Nessa fase, predominam sinais e sintomas relacionados 
ao fenômeno de extravasamento plasmático. 
• Inicia com a defervescência (redução da febre), que ocorre entre o 3º e o 7º dia do início da doença. Aqui aparecem 
os sinais de alarme (serão definidos logo mais), que podem evoluir para dengue grave. 
• Nessa fase, podemos ter o choque, que ocorre quando um volume crítico de plasma é perdido através do 
extravasamento. Isso geralmente ocorre entre 4-5 dias de doença, comumente precedido de sinais de alarme. 
 
 
• Fase da doença caracterizada pela melhora dos sintomas. No entanto, é uma fase que ainda requer vigilância. 
• Ocorre reabsorção do conteúdo extravasado para o intravascular, com aumento de débito urinário. 
• Importante estar atento à possibilidade de complicações relacionadas à hiper-hidratação, como a hipervolemia (ex. 
hipertensão arterial sistêmica; edema agudo de pulmão). 
• Infecções bacterianas oportunistas poderão aparecer. 
 
 
Em crianças pequenas (principalmente em menores de dois anos), a dengue pode se manifestar com 
sinais e sintomas inespecíficos, como febre, choro persistente, adinamia e irritabilidade. Como esses 
pacientes não verbalizam, isso pode ser indício de dor intensa, mialgias e artralgias. Desse modo, o 
médico pode não suspeitar e os sinais de alarme podem passar despercebidos, com o paciente 
evoluindo para a forma grave da doença. 
 
 
 
• No Brasil, em 2014, houve uma importante mudança na classificação do quadro clínico da dengue adotado pelo 
Ministério da Saúde (MS), visando a uniformização com a Organização Mundial de Saúde (OMS). Nela, a dengue 
clássica, febre hemorrágica da dengue e dengue com complicações deram lugar à classificação atual: dengue, dengue 
com sinais de alarme e dengue grave. 
• Dengue (equivalente à antiga “dengue clássica”): Síndrome Febril Aguda (2 a 7 dias), acompanhada de dois ou mais 
dos seguintes sinais/sintomas: 
− Petéquias/prova do laço positiva; 
− Rash; 
− Dor retro-orbitária; 
− Leucopenia; 
− Cefaleia; 
− Êmese ou náusea; 
− Mialgia; 
− Artralgia. 
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• O achado laboratorial mais comum é a leucopenia com linfocitose relativa e eventuais atipias linfocitárias. 
• Pode haver trombocitopenia leve (não inferior a 100.000/mm3). 
• As transaminases podem subir, principalmente a TGO, com valores de 2 até 3x maiores que o de referência. 
 
 
A Prova do Laço deve ser feita em todos os casos suspeitos de dengue que não apresentam 
sangramentos espontâneos. Ela consiste na insuflação do manguito do esfigmomanômetro (não 
realizar torniquete ou garrote) até o valor médio da pressão arterial (PA) previamente aferida, de 
acordo com a fórmula (PA sistólica + PA diastólica) / 2. Note que não estamos nos referindo à “pressão 
arterial média”, cuja fórmula é (PAS + 2 PAD) / 3. Um quadrado com 2,5 cm de lado deve ser desenhado 
na face anterior do antebraço do paciente, devendo ser observado o surgimento de petéquias ou 
equimoses dentro desse quadrado. No adulto: o teste é realizado em até 5 minutos e é positivo, com 
o surgimento de 20 ou mais petéquias no antebraço. Na criança: o teste é realizado em até 3 minutos 
e é positivo, com o surgimento de 10 ou mais petéquias no antebraço. Quando positiva, a prova deve 
ser interpretada como um indício de fragilidade capilar e já indica hidratação em regime de 
observação. A prova positiva não significa, necessariamente, diagnóstico de dengue, como também 
não deve modificar a conduta (isto é, se um paciente já apresenta outro tipo de sangramento, mas tem 
aprova do laço negativa, não devemos valorizar esse resultado). A prova negativa também não 
significa, necessariamente, ausência da doença. 
 
 
 
Figura 3 – Exemplo de uma Prova do Laço Positiva em um paciente adulto. 
 
 
Lembra do caso clínico que apresentamos no início da apostila? 
1. Diante do quadro clínico, qual a principal suspeita diagnóstica? 
Paciente com quadro clínico de febre alta, associada a dois dos seguintes sinais e sintomas: 
petéquias/prova do laço positiva; rash; dor retro-orbitária; leucopenia; cefaleia; êmese ou náusea; 
mialgia ou artralgia, deve ter dengue como principal consideração diagnóstica. 
 
 
 
SES-PE 2018.2 ACESSO DIRETO. A prova do laço deverá ser realizada obrigatoriamente, durante o 
exame físico, em todos os casos suspeitos de dengue. Sobre essa prova, analise os itens abaixo: 
I. A propedêutica envolve desenhar um quadrado de 2,5cm de lado no antebraço. 
II. Deve ser calculado o valor médio da Pressão Arterial. 
III. O manguito deve ser insuflado até o valor médio da pressão arterial e, em adulto, mantém-se insuflado 
por dez minutos. 
IV. A prova será positiva, se houver 20 ou mais petéquias em adultos na área circunscrita pelo quadrado. 
V. Torniquete com garrote pode substituir o esfigmomanômetro no momento da contagem de petéquias. 
Assinale a alternativa CORRETA: 
A. Todos estão corretos. 
B. Existem, apenas, quatro corretos. 
C. Existem, apenas, três corretos. 
D. Existem, apenas, dois corretos. 
E. Existe, apenas, um correto. 
 
2,5 cm 
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COMENTÁRIO: A prova do laço deve ser realizada em todos os casos suspeitos de dengue que não 
apresentam sangramentos espontâneos. A técnica consiste na insuflação do manguito do 
esfigmomanômetro (não realizar com torniquete ou garrote – item V, incorreto) até o valor médio da 
pressão arterial previamente aferida, de acordo com a fórmula (PA sistólica + PA diastólica) / 2 (item 
II, correto). No adulto, deve ser mantido por 5 minutos; na criança, por 3 minutos (item III, incorreto). 
Um quadrado com 2,5 cm de lado deve ser desenhado na face anterior do antebraço do paciente (item 
I, correto); depois, avaliamos o surgimento de petéquias ou equimoses dentro dele. No adulto, o 
resultado é considerado positivo se houver ≥ 20 petéquias; nas crianças, ≥ 10 petéquias (item IV, 
correto). Quando positiva, a prova deve ser interpretada como um indício de fragilidade capilar e já 
coloca o paciente no grupo B. Desse modo, I, II, IV estão corretas e III e V estão incorretas. 
RESPOSTA: Letra C. 
 
 
• Dengue com Sinais de Alarme: Na doença, ocorre agressão das plaquetas (causando plaquetopenia) e das paredes 
dos vasos. Por volta do 3º ao 4º dia (período da defervescência, isto é, redução da febre) ocorre piora do quadro, 
caracterizando a antiga “febre hemorrágica” da dengue – apesar da denominação, o paciente não morre por 
hemorragia, mas sim por extravasamento plasmático, que leva à hemoconcentração (por essa razão, esse termo caiu 
em desuso). Os sinais de alarme que a caracterizam podem ser classificados em 3 grandes grupos: disfunção de 
órgãos, plaquetopenia e hemoconcentração. 
 
Tabela 1 –Sinais de Alarme para a Dengue. 
Disfunção leve de órgãos: 
Plaquetopenia 
(fenômenos hemorrágicos): 
Hemoconcentração: 
− Dor abdominal intensa e contínua à 
palpação. 
− Vômitos persistentes. 
− Hepatomegalia > 2 cm. 
− Letargia ou irritabilidade (principalmente 
em crianças). 
− Relacionada com o TNF-alfa: 
sangramento de mucosas (gengivorragia, 
metrorragia etc.). 
− Redução dos fatores de coagulação: 
hematoma, hemartrose. 
− Aumento da permeabilidade relacionado 
à histamina. 
− Aumento progressivo do hematócrito. 
− Hipotensão postural (lipotimia). 
− Acúmulo de líquidos (ascite, derrame 
pleural e derrame pericárdico). 
 
 
Sempre internar o doente na presença de sinais de alarme. 
 
• Dengue Grave: Avaliar sinais de choque e sinais de sangramentos graves. 
− Choque: 
✓ Choque (hipotensão) – PAS < 90 mmHg ou PAM < 70mmHg; 
✓ Pressão convergente; 
✓ Pulso filiforme (fino e rápido); 
✓ Extremidades frias, enchimento capilar > 2 segundos; 
✓ Insuficiência respiratória; 
✓ Oligúria (débito urinário < 1,5 mL/kg/h). 
− Sangramento grave: hematêmese, melena, hemorragia no sistema nervoso central (SNC), metrorragia volumosa 
etc. 
− Comprometimento grave de órgãos: encefalite, hepatite (AST ou ALT > 1000 U/L), miocardite etc. 
− O choque na dengue é de rápida instalação e curta duração. Pode levar o paciente a óbito em um intervalo de 12 
a 24 horas, ou a sua recuperação rápida após terapia apropriada. 
 
 
Em casos de dengue grave, recomenda-se um leito de terapia intensiva. As formas graves da dengue 
ocorrem, basicamente, via dois mecanismos: extravasamento plasmático (mediado pela histamina) e 
fenômenos hemorrágicos (por plaquetopenia, devido ao TNF-alfa). 
 
 
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Fatores de risco para a dengue grave: 
✓ História de dengue prévia (de preferência, confirmada); 
✓ Infecção atual pelo sorotipo 2; 
✓ Lactentes de mães com passado de dengue; 
✓ Crianças < 12 anos; 
✓ Idosos > 60 anos; 
✓ Outros: sexo feminino, raça branca, marcadores genéticos. 
 
 
 
Figura 4 – Formas Clínicas da Dengue. Fonte: OMS. 
 
 
Lembra do caso clínico que apresentamos no início da apostila? 
2. Com o quadro apresentado, o paciente preenche critérios de gravidade? Qual a classificação clínica 
do paciente? 
A presença de dor abdominal intensa e contínua, além de hepatomegalia dolorosa e hemoconcentração 
(identificada pelo hematócrito elevado) constituem os sinais de alarme dessa doença. Diante dos 
achados, baseado na classificação mais atual, podemos classificar em: dengue com sinais de alarme. 
Como o paciente tem sinais de alarme, ele será classificado no Grupo C. 
 
 
 
SURCE-CE 2022 ACESSO DIRETO. A fase crítica da infecção pelo vírus da Dengue pode se seguir à fase 
febril, em alguns pacientes, que podem evoluir para as formas graves. O aparecimento dos sinais de 
alarme deve ser rotineiramente pesquisado nos casos suspeitos. Dentre os principais sinais de alarme, 
destacam-se: dor abdominal intensa (referida ou à palpação) e contínua; vômitos persistentes; 
acúmulo de líquidos (ascite, derrame pleural, derrame pericárdico); hipotensão postural e/ou 
lipotimia; hepatomegalia > 2 cm abaixo do rebordo costal; sangramento de mucosa; letargia e/ou 
irritabilidade; aumento progressivo do hematócrito. O que traduzem esses sinais de alarme? 
A. Esses sinais podem traduzir o aumento da pneumonia causada pelo vírus, edema agudo de pulmão 
e evolução para o agravamento clínico do paciente com derrame pleural. 
B. Esses sinais podem traduzir a instalação de insuficiência cardíaca e hipertensão arterial, permitindo 
a evolução para o agravamento clínico do paciente com o potencial de choque ou derrame 
pericárdico. 
C. Esses sinais podem traduzir o aumento da permeabilidade vascular acarretando hipertensão 
arterial, o agravamento clínico do paciente para o choque ou derrames cavitários pelo 
extravasamento plasmático. 
D. Esses sinais podem traduzir o aumento da permeabilidade vascular e evolução para o agravamento 
clínico do paciente, com o potencial de evoluir para o choque ou derrames cavitários pelo 
extravasamento plasmático. 
 
Choque; 
Sangramento grave; 
Disfunção orgânica grave. 
Dor abdominal intensa; 
Hepatomegalia > 2 cm; 
Derrames cavitários; 
Hipotensão postural; 
Sangramento mucoso; 
Aumento do hematócrito; 
Letargia; 
Vômitos incoercíveis. 
Febre alta; 
Exantema; 
Mialgias/artralgias; 
Cefaleia; 
Dor retro-orbitária; 
Leucopenia; 
Prova do laço positiva. 
Grave 
Sinais de 
Alarme 
Clássica 
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COMENTÁRIO: A questão pede o que os sinais de alarme traduzem no contexto da dengue, doença 
que pode evoluir para a fase crítica, momento no qual há extravasamento de líquido para o espaço 
extravascular, diminuindoo volume corrente dentro do vaso e cursando com as manifestações mais 
graves da doença. Os sinais de alarme são assim denominados, porque evidenciam o início do processo 
de extravasamento vascular por aumento da permeabilidade vascular. Analisando cada alternativa: 
A. INCORRETA. Não há correlação entre o aumento da pneumonia causada pelo vírus com os sinais 
de alarme. 
B. INCORRETA. Não há correlação dos sinais de alarme e o aumento da insuficiência cardíaca ou da 
hipertensão arterial. Lembrando que os pacientes que evoluem para dengue grave podem 
apresentar hipotensão postural precedendo o quadro de extravasamento ou durante a fase crítica. 
A hipertensão arterial não é um achado comum nos casos mais graves. 
C. INCORRETA. O aumento da permeabilidade vascular causa hipotensão arterial, e não hipertensão 
arterial. 
D. CORRETA. Traduzem o aumento da permeabilidade vascular e evolução para o agravamento do 
paciente, podendo evoluir para choque e derrames cavitários. 
RESPOSTA: Letra D. 
 
 
 
SES-PE 2017.2 ACESSO DIRETO. Em relação à dengue, é INCORRETO afirmar que: 
A. A prova do laço não deve ser realizada no paciente com suspeita de dengue devido a sua baixa 
sensibilidade diagnóstica. 
B. A primeira manifestação é a febre, que tem duração de dois a sete dias, geralmente alta (39ºC a 
40ºC), de início abrupto, associada a cefaleia, adinamia, mialgia, artralgias e dor retro-orbitária. 
C. O exantema está presente em 50% dos casos, é predominantemente do tipo maculopapular, 
atingindo face, tronco e membros de forma aditiva, não poupando plantas dos pés e palmas das 
mãos. 
D. A diarreia está presente em percentual significativo dos casos; habitualmente não é volumosa, 
cursando apenas com fezes pastosas, numa frequência de três a quatro evacuações por dia. 
E. O choque na dengue é de rápida instalação, tendo curta duração. Pode levar o paciente a óbito, 
em um intervalo de 12 a 24 horas, ou à sua recuperação rápida, após terapia antichoque 
apropriada. 
 
COMENTÁRIO: Avaliando as alternativas: 
A. Incorreta. A prova do laço deve ser feita em todos os casos suspeitos de dengue que não 
apresentam sangramentos espontâneos. Quando positiva, deve ser interpretada como um indício 
de fragilidade capilar, já indicando hidratação em regime de observação. A prova positiva não 
significa o diagnóstico de dengue, visto que qualquer condição que leve à fragilidade capilar pode 
positivar o exame. 
B. Correta. A febre alta é critério obrigatório para caso suspeito de dengue e costuma surgir logo no 
início do quadro. 
C. Correta. O exantema maculopapular está presente em 50% dos pacientes e surge com o período 
de defervescência, diferentemente do zika, em que o exantema aparece junto à febre. 
D. Correta. Na dengue, a diarreia é habitualmente não volumosa, apenas com fezes pastosas, o que a 
diferencia de outras condições, como as enteroviroses, que comumente levam à diarreia mais 
volumosa, líquido-pastosa e com sinais de invasividade (muco, sangue ou pus nas fezes). 
E. Correta. O reconhecimento precoce de sinais de alarme possíveis de predizer a evolução para 
choque é essencial, de modo que uma terapia agressiva de hidratação mais precoce pode diminuir 
a mortalidade desses pacientes. 
RESPOSTA: Letra A. 
 
 
 
 
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• Na fase aguda, até o 5º dia, mas idealmente até o 3º, podemos “procurar o vírus” (no período de viremia): 
− Isolamento Viral: 1º ao 5º dia; mais específico, sendo considerado o padrão-ouro. Pode ser realizado em amostras de 
sangue, líquor e fragmentos de vísceras (fígado, baço, coração, pulmão, entre outros). 
− Pesquisa do Antígeno NS1: 1º ao 3º dia; método imunoenzimático (ELISA de captura), que permite detecção de 
antígenos virais específicos de dengue do tipo NS1. Com especificidade alta (82-100%) e sensibilidade moderada (34-
72%). 
− Reação em Cadeia da Polimerase (PCR): Permite detecção de quantidades reduzidas de ácido nucleico viral presente em 
espécimes biológicas, através da amplificação do c-DNA, obtido a partir do RNA viral. Tem elevada sensibilidade e 
especificidade, mas está restrito a situações em que métodos mais simples foram insuficientes para o diagnóstico 
(principalmente em situações de óbitos e urgências, por se tratar de uma técnica dispendiosa). 
• Após a soroconversão (que ocorre somente a partir do 5º-6º dia), podemos “procurar o anticorpo”: 
− Sorologia: MAC-ELISA (IgM) do 6º ao 29º dia; 
OBS.: A grande questão é: quando solicitar esses exames diagnósticos? Antes, devemos considerar a presença ou não 
de epidemia. 
 
 
Figura 5 – Representação Esquemática dos Métodos Diagnósticos da Dengue. Fonte: Adaptado de http://www.denguevirus.com.br/ 
 
 
A proteína NS1 é essencial para a viabilidade do vírus, expressando-se na superfície de células 
infectadas e solúvel na circulação. Ela se comporta como marcador de infecção aguda ativa (viremia). 
Quando o paciente já possui história prévia de dengue, a sensibilidade do NS1 diminui. Isso acontece 
por causa da memória imunológica. Desse modo, a resposta de anticorpos que clareia o NS1 tende a 
ser mais precoce nessa situação. 
 
 
 
SURCE-CE 2015 R3 CLÍNICA MÉDICA. Paciente avaliado por febre e dor no corpo há 3 dias. Baseado em 
dados clínicos e laboratoriais, é aventada a possibilidade de dengue. Qual dos exames abaixo é capaz 
de realizar confirmação laboratorial de dengue, de forma rápida? 
A. Cultura viral. 
B. IgG específico. 
C. IgM específico. 
D. Antigenemia NS1. 
 
COMENTÁRIO: Na fase aguda, até o 5º dia (idealmente até o 3º dia), podemos identificar o vírus no 
período de viremia. Dentre as opções, temos o isolamento viral que, apesar de ser mais específico e 
considerado o padrão-ouro, leva um tempo maior ao resultado (e o enunciado nos pede algo rápido). 
A pesquisa do antígeno NS1 do 1º ao 3º dia permite a detecção de antígenos virais específicos de 
dengue do tipo NS1, possui boa especificidade (82-100%) e o resultado pode sair em poucas horas, 
sendo, então, a melhor resposta para a questão. Por fim, a procura dos anticorpos, idealmente deve 
ser realizada após o 5º dia (o paciente está no 3º dia), o que torna incorretas as alternativas B e C. 
RESPOSTA: Letra D. 
 
 
Infecção Primária 
Sintomas 
Vírus 
NS1 
IgM 
 0 10 20 30 40 50 
TI
TU
LA
Ç
Ã
O
 
IgG 
DIAS 
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http://www.denguevirus.com.br/
 
 
Lembra do caso clínico que apresentamos no início da apostila? 
3. Qual exame deve ser solicitado para confirmar sua suspeita diagnóstica? 
Após o quinto dia de doença, já podemos pedir a sorologia IgM para dengue, visando a confirmação 
diagnóstica da doença. 
 
 
 
• A vacina tetravalente YF 17/D, de vírus vivo atenuado, não mostrou resultados favoráveis em relação à eficácia. 
• A vacina TAK-003, de vírus vivo atenuado, apresentou resultados favoráveis, porém, ainda não foi avaliada como 
medida de saúde pública. 
 
 
• A doença deverá ser notificada em todas as situações – sendo imediata ou semanal, a depender da gravidade: 
− Dengue Grave ou Óbito: Notificação Imediata; 
− Caso Habitual: Notificação Semanal. 
• No Brasil, há mortes, sobretudo, devido ao despreparo das equipes de saúde ou ao atraso no atendimento inicial. 
Portanto, a medida mais importante para diminuir a mortalidade da doença é a realização de um bom atendimento 
inicial. Não há antiviral específico para a dengue e o tratamento é de suporte. Deverão ser oferecidos a todos os 
pacientes: 
− Hidratação; 
− Sintomáticos: Analgésicos (dipirona e/ou paracetamol), antieméticos (metoclopramida, bromoprida), anti-histamínicos 
(dexclorfeniramina, hidroxizina, entre outros); 
− Contraindicar: Anti-inflamatórios (AINES) e salicilatos, pelo risco de agravamento dos sintomas. Outras drogas com 
potencial hemorrágico também não devem ser utilizadas;− De acordo com a gravidade do quadro, os pacientes são classificados em grupos que devem seguir orientações 
específicas de avaliação laboratorial e hidratação. Veja abaixo: 
 
Tabela 2 – Classificação da Dengue. Fonte: Ministério da Saúde. HAS = hipertensão arterial sistêmica.; DM2 = diabetes mellitus tipo 2; DPOC = doença 
pulmonar obstrutiva crônica; IV = intravenosa. 
Classificação: Características: Regime de Tratamento e Medidas: 
Grupo A 
− Paciente com prova do laço 
negativa; 
− Sem sinais de alarme; 
− Sem risco social ou 
comorbidades. 
− Tratamento ambulatorial; exames complementares a critério médico: 
✓ Hidratação VO: 60 mL/kg/dia (soro de reidratação oral – SRO → 1/3 + outros líquidos caseiros → 
2/3), sendo que 1/3 do montante total deve ser ingerido nas primeiras 4 a 6 horas. Manter essa 
hidratação até 48 horas sem febre; 
✓ Retorno para reavaliação clínica entre o 3º e o 5º dia da doença (fase crítica), ou quando a febre 
recrudescer; 
✓ Não interromper a amamentação. 
Grupo B 
− Sangramento de pele; 
− Prova do laço positiva; 
− Comorbidades: HAS, DM2, 
DPOC, hepatopatias, doenças 
hematológicas crônicas 
(ex.: anemia falciforme); 
− Gestantes; 
− Risco social (ex.: etilista); 
− Extremos de idade 
(< 2 anos ou > 65 anos). 
− Internar em leito de observação. Solicitar hemograma (obrigatório): 
✓ Hidratação semelhante à do Grupo A; 
✓ Hematócrito normal (M: 40%; H: 45%) → acompanhamento ambulatorial; 
✓ Aumento do hematócrito/indício de hemoconcentração (↑ Ht > 10%) ou hematócrito na 
mulher > 44% e no homem > 50% → internação hospitalar + hidratação via oral supervisionada 
(80 mL/kg/dia, sendo 1/3 em 4 horas) ou intravenosa (se não for possível a oral - 40 mL/kg em 4 
horas). Reavaliar hematócrito. 
Grupo C − Dengue com sinais de alarme. 
− Internação hospitalar – período mínimo de 48 horas: 
✓ Pedir novo hematócrito e reavaliar na segunda hora; 
✓ Hidratação IV: expansão com cristaloide (SF ou RL), 10 mL/kg/h na 1ª hora; o total máximo de 
cada fase de expansão é de 20mL/kg em duas horas; 
✓ Reavaliação clínica a cada hora; 
✓ Depois de melhora: manutenção com 25 mL/kg a cada 6-8 horas; 
✓ Se não houver melhora, conduzir como Grupo D. 
Grupo D 
− Dengue grave; 
− Choque. 
− Internação em emergência ou UTI: 
✓ Hidratação endovenosa: cristaloide (SF ou RL), 20 mL/kg em 20 minutos, até 3x; 
✓ Reavaliação clínica a cada 15-30 minutos; hematócrito a cada 2/2 horas; 
✓ Depois de melhora: 25 mL/kg a cada 6-8 horas → retornar para Grupo C; 
✓ Se não houver melhora: coloide e, se necessário, drogas vasoativas; 
✓ Concentrado de hemácias se hemorragia com instabilidade; se coagulopatias avaliar necessidade 
de plasma fresco congelado, vitamina K e crioprecipitado; 
✓ Transfusão de plaquetas, se com valores < 50.000/mm3, com suspeita de sangramento do sistema 
nervoso central ou locais de risco (hematêmese ou enterorragia). 
 
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PARA A PROVA: Os pacientes do GRUPO A ou do GRUPO B, que foram encaminhados para o tratamento 
ambulatorial, devem ser orientados para retorno à unidade básica no momento da defervescência (3-
6 dias de doença), pela possibilidade de evolução para a fase crítica. O retorno deverá ser mais precoce, 
caso surjam os sinais de alarme. 
 
 
• Exames Inespecíficos: Exames laboratoriais solicitados para melhor seguimento do suporte ao paciente: 
− Grupo B: hemograma; 
− Grupos C e D: hemograma e exame confirmatório (obrigatórios), AST, ALT, albumina, radiografia de tórax em PA, 
perfil e Laurell (pesquisa de derrame pleural), ultrassonografia (USG) de abdome (para ascite) e outros exames a 
critério médico (ex.: função renal). 
• Critérios de Alta Hospitalar: Todos os critérios abaixo devem ser preenchidos: 
− Ausência de febre por 48 horas; 
− Melhora visível do quadro clínico; 
− Hematócrito normal e estável por 24 horas; 
− Plaquetas em elevação e acima de 50.000/mm3; 
− Estabilização hemodinâmica durante 48 horas; 
− Derrames cavitários em reabsorção e sem repercussão clínica. 
 
 
Os pacientes que fazem uso contínuo de ácido acetilsalicílico (quando estão em profilaxia secundária 
de eventos trombóticos ou aqueles que implantaram stent coronariano) deverão ter suas plaquetas 
avaliadas, para a decisão de mantê-lo ou não. Caso a plaquetometria seja superior a 30.000⁄mm³, deve 
ser mantido o AAS. Caso seja inferior a esse número, a medicação deverá ser suspensa, admitindo-se 
o paciente para observação, até que o número de plaquetas seja superior a 50.000⁄mm³ 
(reintroduzindo-se, então, a medicação). Aqueles com plaquetometrias intermediárias serão admitidos 
em uso de AAS para observação, até que os valores sejam superiores a 50.000⁄mm³. Observem abaixo 
os fluxogramas mais detalhados sobre o assunto. 
 
 
 
Figura 6 – Conduta em Pacientes em Uso de Antiplaquetários. 
 
Suspender o AAS e o Clopidogrel. 
Admitir em leito de observação e 
realizar contagem diária de 
plaquetas. 
Manter o AAS e o Clopidogrel. 
Admitir em leito de observação e 
realizar contagem diária de 
plaquetas. 
Manter o AAS e o Clopidogrel. 
Realizar contagem diária de 
plaquetas conforme protocolo 
de Grupo B. 
Plaquetas abaixo de 
30x10
9
/L 
Plaquetas entre 
30x10
9
/L e 50x10
9
/L 
Plaquetas acima de 
50x10
9
/L 
Stent farmacológico com menos de seis meses 
e Stent convencional com menos de um mês 
em uso de AAS e clopidogrel. 
Suspender o AAS. Admitir em 
leito de observação e realizar 
contagem diária de plaquetas. 
Manter o AAS. Admitir em leito 
de observação e realizar 
contagem diária de plaquetas. 
Manter o AAS. Realizar 
contagem diária de plaquetas 
conforme protocolo de Grupo B. 
Plaquetas abaixo de 
30x10
9
/L 
Plaquetas entre 
30x10
9
/L e 50x10
9
/L 
Plaquetas acima de 
50x10
9
/L 
Stent farmacológico com mais de seis meses 
e Stent convencional com mais de um mês 
em uso de AAS. 
Profilaxia secundária de doença coronariana 
e cerebrovascular. 
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SES-PE 2018 ACESSO DIRETO. No Brasil, a transmissão da dengue vem ocorrendo de forma continuada, 
desde 1986, intercalando-se com a ocorrência de epidemias, geralmente associadas com a introdução 
de novos sorotipos em áreas anteriormente indenes ou alteração do sorotipo predominante. O maior 
surto no Brasil ocorreu em 2013, com aproximadamente 2 milhões de casos notificados. Sobre o tema, 
assinale a alternativa INCORRETA. 
A. Em crianças pequenas, o início da doença pode passar despercebido, e o quadro grave ser 
identificado como a primeira manifestação clínica. 
B. Em relação a outras arboviroses, mostra menos artralgia que a chikungunya e mais sangramento 
que a zika. 
C. Pacientes sem sinais de alarme (grupos A e B) devem receber hidratação oral com volume calculado 
a depender do peso, sendo indicado que 1/3 desse volume seja soro de reidratação oral e o 
restante oferecido pela oferta de água, sucos e chás 
D. A presença de qualquer sinal de alarme indica reposição volêmica venosa imediata com SF 0,9% 20 
mL/kg em 2 horas com reavaliação clínica e laboratorial (hematócrito) ao término. 
E. Pacientes com sinais de choque, sangramento grave ou disfunção grave de órgãos devem receber 
imediatamente expansão rápida parenteral com solução salina isotônica 20 mL/kg em até 20 
minutos que pode ser repetida até três vezes. 
 
 
COMENTÁRIO: Em crianças pequenas (principalmente menores de dois anos), a dengue pode se 
manifestar com sinais e sintomas inespecíficos, como febre, choro persistente, adinamia e 
irritabilidade. O médico pode não suspeitar e o sinais de alarme podem passar despercebidos, com o 
paciente evoluindo para forma grave da doença, como primeira manifestação da dengue: 
A. Correta. Chikungunya é, das arboviroses, a que tem maior incidência de formas sintomáticas, com 
predomínio das manifestações articulares. Na zika, os assintomáticos podem chegar a 80%. Ela se 
caracteriza como uma ‘’dengue com sintomas leves”, na maioria dos pacientessintomáticos. É 
característico da doença o neurotropismo, que pode estar associado a complicações neurológicas 
graves, apesar de raras. 
B. Correta. A chikungunya tem, caracteristicamente, maior acometimento articular, inclusive com 
queixas crônicas. A dengue tem maior risco de sangramento que a zika. 
C. Correta. A questão traz o conceito de hidratação para os grupos A e B, que deve ser de 60 
mL/kg/dia, com 1/3 desse volume composto por soro de reidratação oral. 
D. Incorreta. Deve ser feita hidratação venosa com soro fisiológico ou ringer lactato, 10 mL/kg/h na 
sua 1ª hora. O máximo de cada fase de expansão é de 20mL/kg em 2 horas, conforme foi dito na 
questão. A “pegadinha” estava na reavaliação clínica, que deve ser feita a cada hora, e a avaliação 
do hematócrito na segunda hora. 
E. Correta. Nos pacientes do grupo D, deve ser feita a hidratação venosa com soro fisiológico ou ringer 
lactato, na dose de 20 mL/kg em 20 minutos, que pode ser repetida até 3 vezes. O paciente deve 
ser reavaliado a cada 15-30 minutos, além de ter avaliação laboratorial com hematócrito sendo 
feita a cada 2 horas. 
RESPOSTA: Letra D. 
 
 
 
Lembra do caso clínico que apresentamos no início da apostila? 
4. Baseado no grupo em que o paciente foi classificado, qual seria a conduta mais adequada no 
atendimento? 
Os pacientes classificados no Grupo C devem ser internados por um período mínimo de 48 horas; 
também devem ser submetidos a expansão volêmica com cristaloides (SF0,9% ou SRL), na dose de 
10mL/kg/h na primeira hora. Além disso, devem ser reavaliados clinicamente a cada 1 hora; se houver 
melhora, manter uma hidratação de manutenção de 25mL/kg a cada 6-8 horas. 
Deve ser solicitado novo hematócrito de 2 em 2 horas, para avaliar a melhoria da “hemoconcentração”. 
O tratamento é basicamente de suporte, sendo a hidratação a conduta realizada mais importante em 
todos os grupos vistos. 
 
 
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5. O paciente tem indicação de internamento? Se sim, após adequado tratamento, quais os 
critérios de alta hospitalar? 
Sim, o paciente do Grupo C tem indicação de internamento. Os principais critérios a serem 
considerados no momento da alta hospitalar são: 
1. Ausência de febre por 48 horas; 
2. Melhora visível do quadro clínico; 
3. Hematócrito normal e estável por 24 horas. 
 
 
 
• Homem: Não existem medidas específicas direcionadas ao homem: 
− Não temos antiviral ou vacina para dengue; 
− Não é necessário isolamento (não há transmissão por secreções ou fômites); 
− Vigilância: notificar casos suspeitos, investigar local provável de infecção e realizar busca ativa de casos. 
• Mosquito: É o único vulnerável na cadeia de transmissão. Para o controle vetorial, temos duas estratégias: 
− Vigilância Entomológica: Reunir informações do vetor, tais como sua distribuição geográfica, índice de infestação 
e depósitos predominantes. 
− Combate ao Vetor: O período não epidêmico é o ideal para a adoção de medidas, visando impedir novas 
epidemias. 
 
 
Figura 7 – Recomendações para o Controle do Vetor Aedes aegypti. Fonte: Ministério da Saúde (2007-2008). 
 
 
• Doença febril aguda, de curta duração e gravidade variável. 
 
• Agente Transmissor (Vetor): 
− Ciclo Silvestre: Haemagogus (mais comum no Brasil) e Sabethes. 
✓ Hospedeiro: primatas não humanos (principalmente os macacos do gênero Cebus, Alouatta, Ateles e Callithrix). 
✓ Macaco → Mosquito Silvestre → Homem. 
− Ciclo Urbano: Aedes aegypti. 
✓ Hospedeiro: homem. 
✓ Homem → Aedes aegypti → Homem. 
 
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Figura 8 – Ciclos Epidemiológicos da Febre Amarela. 
Como o Clico de Infecção se comporta tanto em Ambientes Urbanos quanto em Ambientes Silvestres/Rurais. 
Fonte: http://www.jornaldocampus.usp.br/wp-content/uploads/2019/05/febre.png 
 
• Agente Causador: Arbovírus do gênero Flavivírus (RNA), pertencente à família Flaviviridae; 
• Incubação no Homem: Média 3 a 6 dias (podendo chegar a 10-15 dias); 
• Viremia (Transmissibilidade): 48 horas antes da febre, até 5 dias após o início dos sintomas. 
 
 
Todo macaco morto encontrado deve ser encaminhado para a realização de exames. 
 
 
• Forma urbana erradicada desde 1942. 
• Após erradicação da forma urbana, em 1942, sinais de reinfestação pelo A. aegypti começaram a aparecer 
inicialmente no Pará (1967) e, depois, na Bahia e Rio de Janeiro. Mesmo sem FA urbana, há o risco de reurbanização. 
• A FA silvestre é uma doença endêmica nas regiões tropicais da África, América do Sul e no Caribe, com pequeno 
número de casos registrados habitualmente. São entremeados por surtos que acontecem em intervalos de 5 a 7 anos, 
que se iniciam nos macacos e posteriormente chegam ao homem. 
• Os mais acometidos pela FA silvestre são: aqueles que mais se expõem e acabam se tornando hospedeiros acidentais 
do vírus ao entrarem nas matas (exposição profissional – entre 15-40 anos de idade); pessoas não vacinadas que 
vivem próximas aos ambientes silvestres. 
• Em 2014, houve um surto da febre amarela silvestre, um dos maiores surtos na história do Brasil. Foram atingidas as 
regiões Norte, Centro-Oeste, Sudeste, Sul e Bahia. 
 
 
Não ocorre transmissão pelo contato direto ou através de objetos contaminados. 
 
Pessoa saudável é 
picada e infectada. Mosquito pica a pessoa 
e passa a carregar o vírus. 
Aedes aegypti 
Pessoa infectada. 
Pessoa saudável vai para 
uma área de mata e é 
picado e infectado. 
Mosquito pica o macaco 
e passa a carregar o vírus. 
Haemagogus ou Sabethes 
Macaco infectado. 
Á
R
EA
 U
R
B
A
N
A
 
Á
R
EA
 S
IL
V
ES
TR
E 
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• O vírus da febre amarela, após inoculado, replica-se nos linfonodos locais, células musculares e fibroblastos. 
• Dissemina-se para grandes vísceras (fígado, baço, medula óssea e coração) → comportamento viscerotrópico. 
• O principal órgão afetado é o fígado, em que ocorre apoptose de hepatócitos (necrose médio-zonal), com alterações 
menos exuberantes do que nas hepatites virais. 
 
 
• Os casos, em sua maioria, são assintomáticos/oligossintomáticos (90%). Dos sintomáticos, 15-60% evoluem para a 
forma grave ou maligna; essa forma tem letalidade entre 20-50%. 
• Pode ser dividida em formas leves/moderada, grave ou maligna. 
• O quadro clínico é bifásico, sendo as duas fases separadas por um curto período de remissão: 
− 1° fase (período de infecção): é quando ocorre a viremia. Quadro clínico inespecífico, corresponde às formas leves 
a moderadas; tem duração em torno de 3 dias. 
− Remissão: declínio de temperatura e diminuição dos sintomas, sensação de melhora do paciente; dura poucas 
horas a, no máximo, um a dois dias. 
− 2° fase (período toxêmico): corresponde às formas graves e malignas; o paciente pode evoluir para óbito, após 6º 
ao 7º dia do início dos sintomas. 
• Caso Suspeito: Indivíduo com exposição em área afetada recentemente (em surto) ou em ambientes rurais e/ou 
silvestres, com até 7 dias de quadro febril agudo, acompanhado de dois ou mais dos seguintes sinais e sintomas: 
cefaleia (principalmente de localização supraorbitária), mialgia, lombalgia, mal-estar, calafrios, náuseas, icterícia e/ou 
manifestações hemorrágicas + residente ou procedente de área de risco para febre amarela nos 15 dias anteriores, 
que não tenha comprovante de vacinação para febre amarela ou tenha recebido o comprovante há menos de 30 dias. 
 
Tabela 3 – Manifestações Clínicas e Laboratoriais Comuns da Febre Amarela. Fonte: SAS/MS. 
Forma: Sinais e Sintomas: Alterações Laboratoriais: 
Leve/Moderado: 
Febre, cefaleia, mialgia, náuseas, icterícia ausente ou leve. 
Sinal de Faget; 
Plaquetopenia, elevação moderada de transaminases, 
bilirrubina normal ou discretamente elevada (predomínio 
de direta). 
Grave: 
Todos os supracitados, icterícia intensa, manifestações 
hemorrágicas (melena, hematêmese, entre outras), 
oligúria, diminuição de consciência. 
Plaquetopenia intensa,aumento de creatinina, elevação 
importante para transaminases. 
Maligna: Todos os sintomas clássicos da forma grave intensificados. 
Todos os supracitados + coagulação intravascular 
disseminada. 
 
 
• Forma autolimitada: síndrome febril com “sinais de dengue” + sinal de Faget (dissociação pulso-temperatura: paciente 
febril com frequência cardíaca normal ou baixa → não é um achado obrigatório). Em 2-4 dias, os sintomas são 
aliviados. 
• Forma grave: hepatite/insuficiência hepática + insuficiência renal aguda + hemorragias. Lembrar sempre da tríade: 
icterícia + oligúria + hemorragia. 
• Forma maligna: a forma grave pode entrar em um período de remissão dos sintomas após o 3º a 5º dia. Essa remissão 
pode durar de 6 a 48 horas e evoluir para a forma maligna (atenção nesse período). 
 
 
Duas doenças que geralmente cursam com Sinal de Faget: febre amarela e febre tifoide. Além delas, 
tularemia, brucelose e pneumonia por Legionella e Micoplasma também podem cursar com 
dissociação pulso-temperatura. 
 
 
 
• Alterações laboratoriais são mais comuns nas formas graves e maligna. 
• Leucograma: Leucopenia (1.500-2.500/mm3) com neutropenia; a leucopenia tende a surgir rapidamente após o início 
da doença. 
 
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• Transaminases bastante aumentadas (> 1000 U/L) com padrão de TGO > TGP (pelo acometimento muscular e 
cardíaco); aumento de bilirrubinas, às custas de direta, de colesterol e fosfatase alcalina. 
• Elevação dos níveis de ureia e creatinina, sumário de urina com proteinúria, cilindrúria e hematúria (necrose tubular 
aguda por hipofluxo renal). 
• Aumento do tempo de protrombina, tempo de tromboplastina parcial e tempo de coagulação (diminuição dos fatores 
de coagulação sintetizados pelo fígado – II, V, VII, IX e X). 
 
 
• Biologia Molecular (RT-PCR) / Isolamento Viral: Até o 5º dia de doença. 
• Sorologia IgM (MAC-ELISA): A partir do 5º dia de doença, podendo persistir até 60-90 dias do início dos sintomas. 
• Solicitar sorologia para outras hepatites. 
 
 
Sempre notificar – Febre Amarela → Notificação COMPULSÓRIA E IMEDIATA (Portaria nº 204/2016). 
 
 
• Forma Leve a Moderada: 
− Plaquetopenia acima de 150.000/mm3; hemoconcentração < 10%; transaminases < 2x normalidade; bilirrubina < 1,5x 
normalidade; sem proteinúria. 
− Manejo ambulatorial com sintomáticos para febre e dor; hidratação oral, se houver contexto social favorável. 
− Orientar retorno, se houver piora do quadro ou sinais de alarme. 
• Forma Moderada a Grave: 
− Desidratação moderada a intensa; vômitos; sem hemorragias ativas; leucopenia; plaquetopenia < 150.000/mm3; 
hemoconcentração 10%-20%; transaminases entre 2 a 10x normalidade; bilirrubina 1,5 a 5x normalidade; proteinúria 
até 2+. 
− Internação em enfermaria; sintomáticos para febre e dor; hidratação oral. Considerar hidratação parenteral. 
− Avaliação clínica a cada 4h.; exames laboratoriais diários ou de imediato, caso haja piora clínica/sinais de alarme. 
• Forma Grave a Maligna: 
− Internação em Unidade de Terapia Intensiva (todos com sinais de alerta). 
− Terapia de Suporte: infusão de vitamina K; transfusão de hemácias ou plasma fresco congelado (se houver coagulopatia). 
 
Tabela 4 – Sinais de Alerta para Formas Graves de Febre Amarela. Fonte: SAS/MS. 
Clínicos: Laboratoriais: 
− Icterícia (pele ou escleras amareladas); 
− Hemorragias; 
− Colúria – “urina cor de Coca-Cola”; 
− Oligúria – diminuição do volume urinário; 
− Vômitos constantes; 
− Diminuição do nível de consciência; 
− Dor abdominal intensa. 
− Hematócrito em elevação (20% acima do valor basal prévio ou valor de referência); 
− Transaminases acima de 10 vezes o valor de referência (TGO é, em geral, mais elevada que 
TGP, diferentemente de hepatite aguda); 
− Creatinina elevada; 
− Coagulograma alterado (ex.: tempo de coagulação > 20 minutos). 
 
 
SUS-SP 2018 ACESSO DIRETO. Sobre a febre amarela, é correto afirmar: 
A. As manifestações trombóticas podem ocorrer no 3º ou 4º dia após melhora clínica parcial e piora 
da função hepática. 
B. Na forma moderada, os sintomas são de febre, cefaleia, náuseas, vômitos, icterícia, e o sinal de 
Faget pode estar presente. 
C. O seu agente etiológico é um vírus DNA pertencente à família Flaviridae. 
D. A letalidade da forma grave é baixa após a preconização de terapia de substituição renal precoce. 
 
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COMENTÁRIO: O erro da letra A está em afirmar que se trata de manifestações trombóticas, quando 
na verdade são hemorrágicas. O Sinal de Faget é de extrema importância nas questões de febre 
amarela: ele não é muito sensível nem específico para essa doença, porém, pode estar presente e é 
bastante característico da doença (lembrar que pode estar presente em outras doenças). Lembre-se 
de que o vírus é de RNA (letra C, incorreta), a letalidade da forma grave é muito alta (letra D, incorreta) 
e o período de incubação é curto (3 a 6 dias). 
RESPOSTA: Letra B. 
 
 
 
• Deve ser considerada alta hospitalar após dez dias de doença, para pacientes sem febre nas últimas 24 horas, com 
aspectos clínicos melhorados e exames laboratoriais com índices decrescentes das transaminases e estabilização das 
plaquetas OU após três dias sem febre, independentemente do tempo de doença, com índices decrescentes das 
transaminases e estabilização das plaquetas. Deve-se orientar, caso os sintomas voltem, o retorno ao posto de 
atendimento. 
 
 
• Além de medidas de vigilância epidemiológica (redução da incidência de FA silvestre, impedir transmissão urbana), 
controle de doença (controle vetorial) e educação em saúde, há uma vacina eficaz para prevenção no homem. 
• Vacina Antiamarílica: Vacina de vírus vivo atenuado, da cepa 17 DD, derivado de amostra africana do vírus: 
− Confere proteção individual e coletiva, bloqueando a propagação geográfica da doença, prevenindo epidemias; 
− Altamente imunogênica, com resultados adequados em até 95% dos indivíduos, a partir do 10° de aplicação; 
− Indicações: Rotina para todo o território nacional, incluindo a região Nordeste, que não fazia parte do calendário de 
vacinação. A partir dos 9 meses de idade até os 59 anos; 
− Reações Adversas: De forma geral, é uma vacina segura. Dor local, mal-estar, cefaleia, dores musculares e febre baixa 
podem acontecer. Reações adversas graves, como doença viscerotrópica pelo vírus da vacina, são raras. 
 
Tabela 5 – Indicações e Doses da Vacina de Febre Amarela. Fonte: Adaptada do Ministério da Saúde, 2019. 
POPULAÇÃO-ALVO: INDICAÇÃO: 
Crianças com 9 meses de vida. Uma dose. 
Crianças com 4 anos de idade. Dose de reforço. 
Crianças a partir de 5 anos de idade, que receberam uma dose da vacina até 
os 4 anos, 11 meses e 29 dias. 
Dose de reforço, com intervalo mínimo de 30 dias entre 
a dose e o reforço. 
Pessoas com 5 a 59 anos de idade, nunca vacinadas 
ou sem comprovante de vacinação. 
Dose única. 
 
 
Um assunto bastante cobrado em provas são as contraindicações para a vacina da febre amarela. 
 
• Contraindicações: 
− Crianças menores de 6 meses de idade; 
− Pessoas com história de eventos adversos graves em doses anteriores; 
− Pessoas com história de anafilaxia comprovada em doses anteriores ou relacionada a substâncias presentes na vacina 
(ovo de galinha e seus derivados, gelatina bovina ou a outras); 
− Pacientes com imunodepressão grave, de qualquer natureza: 
✓ Imunodeficiência devido a um câncer ou imunossupressão terapêutica; 
✓ Pacientes infectados pelo HIV com imunodepressão grave, com a contagem de células CD4 < 200 células/mm3 ou 
menor de 15% do total de linfócitos para crianças menores de 13 anos; 
✓ Pacientes em tratamento com drogas imunossupressoras (corticosteroides, quimioterapia, radioterapia, 
imunomoduladores). 
− Pacientes submetidos a transplante de órgãos; 
− Pacientes com história pregressa de doenças do timo (miastenia gravis, timoma, casos de ausência de timo ou remoção 
cirúrgica); 
 
https://www.eumedicoresidente.com.br/− Gestantes (a administração deve ser analisada caso a caso na vigência de surtos); 
− Pacientes portadores de lúpus eritematoso sistêmico ou outras doenças autoimunes, tendo em vista a possibilidade de 
imunossupressão. 
 
 
A vacina não deve ser administrada simultaneamente às vacinas tríplice viral (sarampo, caxumba e 
rubéola), tetra viral (sarampo, caxumba, rubéola e varicela) ou varicela, estabelecendo intervalo 
mínimo de 28-30 dias. 
 
 
 
Figura 9 – Mnemônico TILO-6 das contraindicações clássicas da vacina da febre amarela (*contraindicações relativas). Fonte: Os Autores. 
 
 
 
• O vírus zika (ZIKAV) é um flavivírus (RNA). 
• Agente: Flaviviridae. 
• Foi isolado pela primeira vez em primatas não humanos na floresta Zika, em Uganda. Tem neurotropismo maior que 
outras arboviroses. 
• Vetores: Aedes aegypti (principal), Aedes albopictus. 
• Modos de transmissão: mosquitos (vetores). Também já foram descritas transmissão sexual, por transfusão sanguínea 
(em investigação) e transmissão transplacentária. 
• Período de incubação: 2 a 14 dias. 
 
 
Figura 10 – Formas de transmissão do Zika vírus. Fonte: Adaptado de: https://portugues.cdc.gov/zika/prevention/transmission-methods.html 
 
6 meses 
Gravidez* 6 
Ovos O 
Lúpus L 
Timo T 
Imunossupressão 
Idosos* I 
5 
4 
3 
2 
1 
POR TRANSFUSSÃO DE 
SANGUE: 
O vírus pode ser transmitido 
por meio da transfusão de 
sangue. 
PELO SEXO: 
O vírus da Zika pode ser 
transmitido através do sexo 
de uma pessoa infectada 
para seus parceiros. 
DURANTE A GRAVIDEZ: 
Uma mulher grávida pode 
transmitir o vírus Zika ao 
feto durante a gravidez. 
A infecção por Zika durante 
a gravidez pode causar 
defeitos congênitos graves 
e está associada a outros 
problemas de gravidez. 
Mais pessoas são 
infectadas pelos 
mosquitos. 
Outros mosquitos picam essas 
pessoas e são infectados. 
O mosquito pica outras pessoas 
infectando-as com o vírus da Zika. 
O mosquito se contaminada. 
O mosquito pica uma 
pessoa infectada com 
o vírus da Zika. 
Outras maneiras pelas quais 
as pessoas contraem Zika: 
A maioria das pessoas pega Zika 
por meio de uma picada do mosquito: 
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• O primeiro grande surto foi em 2015, na região Nordeste (Rio Grande do Norte e Bahia foram os pioneiros). Em 2016, 
a Organização Mundial da Saúde declarou estado de emergência em saúde pública. 
 
 
• Mais de 80% das pessoas infectadas são assintomáticas. 
• Autolimitada (3 a 7 dias). 
• Febre, mal-estar, cefaleia leve, conjuntivite não purulenta (hiperemia conjuntival), poliartralgia, edema articular. 
• Rash maculopapular pruriginoso, que aparece no período da febre (na dengue, geralmente ocorre na defervescência). 
• Quadro semelhante uma “dengue mais branda” e com menor potencial de gravidade. 
• Complicações: Associação com a microcefalia (perímetro cefálico: ♂ < 31,9 cm; ♀ < 31,5 cm), Síndrome de Guillain-
Barré e Encefalite. 
 
 
• Inespecíficos: São relatados de discreta a moderada leucopenia e trombocitopenia, ligeira elevação da dosagem de 
desidrogenase láctica sérica, γ-glutamiltransferase e de marcadores de atividade inflamatória (proteína, fibrinogênio 
e ferritina). 
 
 
Durante a gestação, a identificação de feto com alteração de SNC é uma condição de notificação 
compulsória. 
 
 
Em gestante, síndrome febril aguda (pode ser dengue, zika, chikungunya ou STORCH - sífilis, 
toxoplasmose, rubéola, citomegalovírus e herpes vírus) já indica notificação na suspeita, antes mesmo 
da investigação. 
 
 
 
SURCE-CE 2017 R3 PEDIATRIA. Uma criança de 3 anos de idade chega ao pronto-socorro por apresentar 
febre baixa seguida de exantema pruriginoso e dores articulares leves. Ao exame, o médico detecta 
olhos vermelhos e irritados. Qual a principal suspeita diagnóstica? 
A. Zika. 
B. Dengue. 
C. Herpangina. 
D. Chikungunya. 
 
COMENTÁRIO: A questão traz uma criança de 3 anos de idade com febre baixa + conjuntivite não 
purulenta (olhos vermelhos e irritados) + exantema pruriginoso que aparece junto com a febre. 
A principal hipótese diagnóstica é zika! Na dengue, esperamos febre alta e exantema que aparece após 
defervescência (letra B, incorreta). Na Chikungunya, é caraterística a dor articular intensa, e não leve, 
como descrito (letra D, incorreta). A herpangina classicamente apresenta lesões vesiculares e 
ulcerativas na mucosa da orofaringe (letra C, incorreta). RESPOSTA: Letra A. 
 
 
• Isolamento do RNA viral (do 1º ao 4º dia): pesquisa do vírus em sangue, urina ou LCR (líquido cefalorraquidiano). 
• Sorologia: IgM após o 4º dia até a 12ª semana e IgG após o 12º dia. 
• RT-PCR até o 5º dia no sangue e 15º dia na urina. 
 
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Figura 11 – Diagnóstico Laboratorial por RT-PCR e Sorologia (IgM e IgG) p/ Zika. 
Fonte: Adaptado de: Sullivan Nicolaides Pathology, 2014. 
 
 
A identificação do vírus na urina, leite materno, saliva e sêmen, à luz do conhecimento atual, apresenta 
potencial utilidade no diagnóstico da doença, não sendo possível afirmar eventual relevância para 
transmissão do vírus para outra pessoa. 
 
 
• O Ministério da Saúde recomenda a coleta obrigatória de exames confirmatórios nas seguintes situações: 
− Áreas com primeiros casos, se ZIKAV sem confirmação laboratorial; 
− Gestantes suspeitas; 
− Óbitos suspeitos; 
− Pacientes internados com manifestações neurológicas em Unidades “Sentinela”, com suspeita de infecção viral prévia 
(zika, dengue e chikungunya). 
 
 
• Notificação (imediata em gestantes e em casos de óbito). 
• Tratamento de suporte. Evitar AAS e AINEs. 
• Não há vacina contra o ZIKAV. 
• Recomendação: mulheres grávidas, em qualquer trimestre, adiar viagens a áreas com transmissão do vírus. 
 
 
A identificação de feto com alterações do sistema nervoso central durante a gestação, segundo a 
orientação do Ministério da Saúde, é de notificação obrigatória. 
 
• Definição: 
− O feto apresenta as seguintes alterações ao exame ultrassonográfico (podem ser detectados a partir da 18a 
semana de gestação): 
✓ Presença de calcificações cerebrais E/OU; 
✓ Presença de alterações ventriculares E/OU; 
✓ Pelo menos, dois dos seguintes sinais de alterações de fossa posterior: hipoplasia de cerebelo, hipoplasia do 
vermis cerebelar, alargamento da fossa posterior maior que 10 mm e agenesia/hipoplasia de corpo caloso. 
− Achados na ultrassonografia transfontanela (exame de triagem inicial) e tomografia de crânio do recém-nascido: 
✓ Calcificações cerebrais, principalmente periventricular, no parênquima, áreas talâmicas e gânglio basal; 
✓ Ventriculomegalia; 
✓ Lisencefalia (“cérebro liso”, ou seja, faltam sulcos e reentrâncias observados em um cérebro normal). 
− Outros achados ultrassonográficos: artrogripose (contraturas que dificultam a movimentação); retardo do 
crescimento intrauterino; alterações do fluxo arterial nas artérias cerebral ou umbilical; oligoidrâmnio ou 
anidrâmnio. 
 
+1 +2 +3 +4 +5 +6 +7 +8 +9 +10 +11 +12 +13 +14 +15 +16 
| | | | | | | | | | | | | | | | 
Tempo em dias. 
-4 -3 -2 -1 
| | | | 0 
Infecção. 
Aparecimento dos 
Sinais e Sintomas. 
IgM 
IgG 
 
Período de 
Incubação. 
RNA Viral. 
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Figura 12 – Recomendações para diagnóstico específico de Zika em gestantes. 
Fonte: SBI – Guia de Manejo da Infecção pelo Zika Vírus (2016). 
 
 
Figura 13 – Resumo de recomendações a diagnóstico específico de Zika no recém-nascido. 
Fonte: SBI – Guia de Manejo da Infecção do Zika Vírus (2016). 
 
 
Figura 14 – Representação das manifestações da síndrome congênita do zika em fetos e recém-nascidos; Figura A e B: bebês com 1 semana da idade 
com microcefalia desproporcional grave e dismorfismo craniano; Figura C: ultrassonografia Fetal de feto com infecção pelo ZIKAV, 
mostrando a presença de calcificações lineares (Cal), ventriculomegalia (V) e afinamento cortical (C); Figura D: ultrassonografiafetal de feto 
com infecção pelo ZIKAV mostrando aumento dos espaços pericerebrais (S) e ventriculomegalia (V). Fonte: N. Engl. J. Med. 2019; 381: 1444-
1457. 
 
 
SURCE-CE 2017 ACESSO DIRETO. Gestante de 29 anos, parda, casada, procedente do bairro Aldeota, 
em Fortaleza, iniciou o pré-natal com 8 semanas de gestação, logo que descobriu a gravidez. Na 
consulta de 20 semanas, relatou ter apresentado febre há 4 dias, acompanhada de manchas na pele 
com prurido, dor leve e edema nas articulações de quirodáctilos e pododáctilos. Ao realizar o exame 
clínico, estava consciente e orientada, temperatura axilar de 37 °C, pulso de 80 bpm e PA deitada de 
110 x 70 mmHg. Quais os procedimentos mais adequados para o seguimento inicial do caso? 
A. Solicitar sorologia para dengue, zika e chikungunya, notificar a vigilância epidemiológica municipal, 
após resultado dos exames. 
B. Solicitar sorologia para zika, dengue, chikungunya, USG obstétrica e encaminhar a gestante para 
pré-natal de alto risco na maternidade de referência. 
C. Solicitar sorologia para zika no soro e na urina, USG morfológico em torno da 22 semana e 
notificação de caso suspeito para a vigilância epidemiológica. 
D. Solicitar exames específicos para zika, dengue, chikungunya e STORCH e notificar o caso como 
suspeito para vigilância epidemiológica municipal. 
 
COMENTÁRIO: A questão traz uma gestante com febre, manchas na pele e prurido; logo, podemos 
levantar a hipótese de uma síndrome febril aguda, que pode ser zika, dengue, chikungunya ou STORCH. 
 
Grupo 
Gestantes com possíveis 
infecções por Zika durante a 
gravidez. 
Exame laboratorial 
(outros agentes infecciosos) 
Sorologia ou RT PCR: 
− Dengue; 
− Chikungunya; 
− STORCH. 
Exame laboratorial específico para a Zika 
RT PCR até o 5º dia – sangue. 
RT PCR após o 5º dia – urina. 
Sorologia – 3º ao 5º dia após 
o início dos sintomas. 
Sorologia – 2º à 4ª semana após 
a primeira sorologia. 
Sorologia – microcefalia. 
Sorologia – 2 a 4 semanas 
após a primeira sorologia. 
Sorologia e RT PCR – sangue de cordão, 
placenta, líquor - parto. 
Sorologia da mãe – dengue, 
Chikungunya, STORCH. 
Recém-nato com o envolvimento 
de SNC provavelmente 
relacionado à infecção pelo Zika 
vírus, infecção durante a 
gestação – USG ou TC 
(microcefalia, calcificações etc.). 
Grupo 
D C B A 
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Síndrome febril aguda em gestante já indica notificação na suspeita, antes mesmo da investigação 
(Letra A, incorreta). Após a investigação e elucidação diagnóstica, uma notificação negativa ou positiva 
deverá ser enviada. Inicialmente, precisamos fazer a investigação diagnóstica laboratorial (zika, 
dengue, chikungunya e STORCH) – (Letras B e C, incorretas). 
RESPOSTA: Letra D. 
 
 
 
 
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• Doença causada pelo vírus da chikungunya (CHIKV) e que pode infectar humanos por meio da picada do mosquito 
transmissor. 
• A palavra chikungunya vem de um dialeto da Tanzânia e significa “aqueles que se dobram” ou “andar encurvado”. 
• Agente: Vírus CHIKV (RNA de fita simples): Alphavirus (família Togaviridae). É um vírus encontrado em regiões tropicais 
e subtropicais da África, nas ilhas do Oceano Índico, no sul e sudeste da Ásia. Foi isolado pela primeira vez em 1952, 
na Tanzânia. 
• Vetor: Aedes aegypti e Aedes albopictus (como na dengue). 
• Transmissão: Dá-se pela picada do mosquito infectado, havendo raramente contágio interpessoal, transmissão 
vertical ou transfusão sanguínea. O mosquito pode adquirir o vírus CHIKV picando um indivíduo infectado durante o 
período de viremia, que vai de dois dias antes do início dos sintomas até o oitavo dia de doença. 
OBS.: Há relatos de transmissão nosocomial e vertical. Não é transmitido por via sexual. 
− Período de Incubação: 1 a 12 dias (média: 1 a 4 dias); 
− Há imunidade duradoura após a infecção. 
 
 
• No Brasil, a letalidade pelo vírus é alta, quando comparada ao restante da América. Chegou ao Brasil em 2014. Média 
de idade de óbitos: 68 anos. 
• Maior letalidade em extremos de idades. A região com maior concentração de casos e óbitos foi o Nordeste, com 
destaque para o Ceará. 
 
 
• O vírus se replica nos tecidos articulares; é essa replicação que recruta células inflamatórias, como monócitos, 
macrófagos e células natural-killers. A artralgia crônica pode ser devido à persistência viral. 
 
 
• Pode cursar com 3 fases clínicas distintas: a fase aguda (7 dias), a fase subaguda (a partir do 10º dia) e a fase crônica 
(a partir do 60º dia): 
 
 
Figura 15 – Espectro Clínico Chikungunya. Fonte: SVS/MS, 2017. 
 
• Infecções sintomáticas em quase 90% dos pacientes (diferentemente das outras arboviroses, em que a forma 
assintomática predomina). 
• Fase aguda ou febril: 
− Febre alta, súbita e de curta duração (até 5 a 7 dias) + poliartralgia intensa; 
− Cefaleia, mialgia (lombalgia); 
− Náuseas e vômitos; 
− Exantema em 50% dos casos, que se inicia no 2º ao 5º dia, após início da febre, acomete principalmente o tronco e as 
extremidades (incluindo palmas e plantas), podendo atingir a face (diferentemente da dengue). O prurido é presente 
apenas em 25% dos pacientes; 
 
Infecção 
Casos 
Assintomáticos 
Casos 
Sintomáticos 
Formas Típicas 
Fase Aguda 
Formas Típicas 
Fase Subaguda Fase Crônica 
Casos Graves 
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− Poliartrite simétrica (90%): principalmente em mãos, punhos e tornozelos (prefere as articulações de maior carga), de 
intensidade maior que a dengue, podendo ser assimétrica; 
− Pode haver edema e tenossinovite; 
− Pode manter sintomas articulares até 1 a 3 anos (em alguns casos, pode durar pelo resto da vida). 
 
 
Figura 16 – Lesões Articulares de Pacientes com Chikungunya. Fotos: Evolução do mesma paciente no 1º e 5º dias. 
Fonte: SVS/MS, 2017- Foto: Kleber Giovani Luz. 
 
 
A chikungunya é parecida com a dengue, porém, menos grave e com maior sintomatologia articular. 
 
 
• Fase subaguda: Após 7 a 10 dias, o quadro agudo regride. Na fase subaguda, podem ocorrer: 
− Febre desaparece; 
− Poliartrite distal; 
− Exacerbação das dores articulares; 
− Tenossinovite hipertrófica subaguda em mãos, punhos e tornozelos (pode haver síndrome do túnel do carpo). 
• Fase Crônica: 2 a 3 meses do quadro agudo. Caracteriza-se por: 
− Poliatrite distal (nas mesmas articulações acometidas durante as fases aguda e subaguda); 
− Alguns pacientes apresentam artropatia grave e deformante; 
− Síndrome do túnel do carpo – dormência e formigamento em áreas inervadas pelo nervo mediano; 
− Síndrome vascular periférica; 
− Depressão e cansaço. 
• A incidência da fase crônica pode variar com o repouso feito durante a fase aguda. Há relatos da duração de até 6 
anos dessa fase. 
 
 
• São fatores de risco para cronificação: 
− Idade acima de 45 anos; 
− Sexo feminino (incidência significativamente maior); 
− Patologia articular preexistente. 
 
 
 
SES-PE 2017.2 ACESSO DIRETO. Em relação à chikungunya, é INCORRETO afirmar que: 
A. Os sinais e sintomas são clinicamente parecidos com os da dengue – febre de início agudo, dores 
articulares e musculares, cefaleia, náusea, fadiga e exantema. 
B. As drogas de escolha para o tratamento da chikungunya na fase aguda são corticoides e AINEs. 
C. A doença pode evoluir em três fases: aguda, subaguda e crônica. 
D. A poliartralgia tem sido descrita em mais de 90% dos pacientes com chikungunya na fase aguda. 
Essa dor normalmente é poliarticular, bilateral e simétrica, mas pode haver assimetria. 
E. A prevalência da fase crônica é muito variável entre os estudos, podendo atingir mais da metade 
dos pacientes. 
 
A 
https://www.eumedicoresidente.com.br/
 
COMENTÁRIO: Avaliando as alternativas: 
− Letra A: correta. Os sinais e sintomas são parecidos com a dengue, mas a chikungunya tem como 
característica a presença de dor articular muito mais intensa. 
− Letra B: incorreta. Na fase aguda da doença, devemos evitar

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