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Concordância e regência Profª. Valéria Campos Muniz false Descrição Concordância verbal e nominal. Regência verbal e nominal. Colocação pronominal. Propósito Compreender as categorias combinatórias, tanto sintáticas quanto semânticas, realizadas por determinadas unidades no interior do contexto frasal para ampliar a competência linguística e textual. Preparação Tenha em mãos um dicionário de Linguística para consultar os termos específicos da área. Na internet, você pode acessar o Dicionário de termos linguísticos, hospedado no Portal da língua portuguesa. Objetivos Módulo 1 Concordância verbal e nominal Identificar as possibilidades de concordância verbal e nominal. 02/05/2024, 18:23 Concordância e regência https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/02355/index.html?brand=estacio# 1/56 Módulo 2 Regência Identificar as possibilidades de regência verbo-nominal e de colocação pronominal. Entre as incorreções gramaticais mais comuns, chamam a atenção os problemas de concordância verbal e nominal, além do uso inadequado de preposições na sua relação com formas nominais e verbais. Por isso, é importante lembrar antigas lições sobre sintaxe da língua portuguesa estudadas na educação básica e retomá-las, considerando a língua padrão e a gramática normativa, mas sem deixar de fazer algumas observações sobre a língua em situações de comunicação nas quais há um distanciamento do padrão ou da norma culta. Assim, no módulo 1, identificaremos as possibilidades de concordância do verbo com o sujeito e do núcleo do sintagma nominal com os determinantes, de modo a evidenciar de que maneira as relações formais se realizam na cadeia sintagmática. No módulo 2, reconheceremos as diferentes relações estabelecidas entre verbos e nomes com seus complementos como sequências produtoras de significado. Ou seja, vamos identificar as combinações entre preposições e verbos e entre preposições e nomes que necessitam ser armazenadas conforme a intenção comunicativa. Também verificaremos o posicionamento dos pronomes oblíquos no interior do sintagma verbal, identificando as palavras que atraem ou deslocam o pronome para antes ou depois do verbo respectivamente. Introdução 02/05/2024, 18:23 Concordância e regência https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/02355/index.html?brand=estacio# 2/56 1 - Concordância verbal e nominal Ao �nal deste módulo, você será capaz de identi�car as possibilidades de concordância verbal e nominal. Primeiras palavras Neste módulo, compreenderemos a concordância verbal e nominal sob a ótica da gramática normativa, sem desconsiderar a perspectiva da língua em uso. Em relação à concordância entre o substantivo e o adjetivo, lembre-se de que o adjetivo varia em gênero e número em conformidade com o substantivo ao qual ele se refere. Mesmo distanciados, a relação intrínseca entre os dois impõe ajustes morfossintáticos, evidenciando a característica combinatória que se estabelece entre essas categorias. No que diz respeito à relação entre o sujeito e o verbo, também ocorre variação de número – singular e plural. Entretanto, a combinação verbal distingue-se da nominal por exigir um ajuste do número do verbo em relação à pessoa do sujeito (primeira, segunda ou terceira pessoa do singular ou do plural), conforme veremos ao longo deste módulo. A língua e suas relações Ser usuário de uma língua significa se tornar capaz de identificar suas unidades constitutivas (forma e função) e sua consequente combinação na cadeia sintagmática frasal. Re�exão Reconhecer essa articulação é entender que a construção de uma frase exige combinação hierarquizada de seus termos, de modo que seus 02/05/2024, 18:23 Concordância e regência https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/02355/index.html?brand=estacio# 3/56 elementos formem um texto. Embora existam regras estabelecidas que impõem certas restrições, a escrita não configura um produto homogêneo. Há liberdades construcionais que conformam múltiplos significados fundamentados nas experiências de mundo, em que a palavra se submete a desejos e arranjos do escritor numa progressão linear. Pensar o conceito de linearidade é perceber a ordem que os elementos da língua sucessivamente vão ocupando no interior do sintagma. Estes elementos são: fonemas sílabas palavras Essa característica da língua norteia a ortografia e a inversão de elementos, por exemplo: Impede a troca entre fonemas. Brasil - /B/ /r/ /a/ /s/ /i/ /l/, e não Rbasil - /r//b//a//s//i//l/. Ou a troca entre a posição das sílabas. Brasil - silbra. Impede a inversão de determinados elementos no interior de um sintagma.Entre artigo e substantivo, que ocupam lugares fixos no interior do sintagma nominal (“O Brasil”, e não “Brasil o”). E o que seria um sintagma? Para Saussure (1969, p. 142), sintagmas são “composições de duas ou mais unidades consecutivas” que, em virtude da relação estabelecida entre ambos, adquirem funções sintáticas no interior da construção frasal. Exemplo Muitas meninas bonitas vieram para a minha festa. Observe que as palavras “muitas” e “bonitas” estão no feminino e no plural. Por quê? Porque a palavra “meninas” está no feminino e no plural; logo, as palavras que se referem a ela também devem estar no feminino e no plural, concordando em gênero e número. A mesma coisa acontece com as palavras “a” e “minha”, que estão no feminino e no singular por concordarem com a palavra “festa”, à qual ambas se referem. A mesma frase poderia ser construída com outras palavras, as quais, por sua vez, poderiam ocupar a mesma posição e função: Vários estudantes revoltados vieram para o comício. 02/05/2024, 18:23 Concordância e regência https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/02355/index.html?brand=estacio# 4/56 Essas unidades são permutáveis em decorrência do eixo paradigmático da língua, que se constitui numa espécie de acervo a oferecer um banco de unidades capazes de ocupar a mesma posição no interior de um sintagma. A construção dos enunciados está, portanto, organizada em torno desses dois eixos, que possibilitam a escolha das unidades no eixo sintagmático e a combinação delas no interior do eixo sintagmático. Eixo paradigmático Conceito elaborado por Saussure (1969) que corresponde às relações de associação mental entre a unidade linguística em determinada posição na frase e todas as outras que estão ausentes, ainda que pertençam à mesma classe daquela manifesta e que poderia ser substituída naquele determinado contexto. Eixo sintagmático Para Saussure (1969), as relações entre os sintagmas estão baseadas na linearidade da língua, ou seja, a noção é que a língua é constituída de elementos que se sucedem um após o outro na cadeia da fala. Essa relação entre os elementos é chamada de sintagma. Assim, um termo terá valor quando for contrastado com o anterior, o posterior ou ambos, porque um sintagma não pode aparecer ao mesmo tempo que o outro. Isso faz com que as construções frasais constituam um sistema aberto, ou seja, não há um número determinado de frases em uma língua. Não é possível listar todas as possibilidades de construções frasais, à semelhança do que ocorre com a organização das palavras no interior de um dicionário. É possível perceber, desse modo, que as categorias gramaticais ocupam determinadas posições e desempenham funções sintáticas no interior do contexto frasal que lhes permitem uma mobilidade maior ou menor no interior dos sintagmas, como é o caso do adjunto adverbial, que pode vir deslocado de sua posição costumeira no fim da frase para o início ou o meio dela. Observe as frases: 02/05/2024, 18:23 Concordância e regência https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/02355/index.html?brand=estacio# 5/56 No fim do dia, todos estavam exaustos. Todos estavam, no fim do dia, exaustos. Todos estavam exaustos no fim do dia. A mobilidade das palavras no interior da língua permite novas formas dedizer fatos já ditos na língua portuguesa. Essa possibilidade de recriar combinações, desde que submetidas às regras que regem o sistema da língua, conduz ao entendimento do manancial criativo e diferenciado presente na construção dos significados. O controle relativo à organização interna dos elementos na construção frasal integra o que conhecemos como a gramática de uma língua. Esse controle exercido pela gramática é relativo à forma, à função e ao sentido das palavras no interior do discurso. Esse conjunto de prescrições estabelece relações morfossintáticas entre as palavras no interior do discurso que impõem, entre outras articulações, a relação harmônica entre: Palavras Relação harmônica Verbo e sujeito concordância verbal Nome e artigo, numeral, adjetivo, pronome concordância nominal Vamos ao estudo dessas concordâncias! Concordância verbal O que significa concordar o verbo com o sujeito? 02/05/2024, 18:23 Concordância e regência https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/02355/index.html?brand=estacio# 6/56 Trata-se de uma relação de solidariedade que se constrói entre esses termos na qual o verbo precisa estar ajustado ao sujeito em número e pessoa. Confira alguns exemplos: Eu saí de casa cedo. Nós saímos de casa cedo. Fernanda e Claudio saíram mais cedo de casa hoje. A combinação entre o sujeito e o verbo transparece mecanismos de coesão no decorrer do texto, possibilitando inclusive retomadas por elipse. Elipse Omissão de algum termo. Exemplo Ele saiu de casa cedo, mas até agora não voltou. Como podemos perceber, não foi necessário repetir o pronome “ele”, ou seja, foi feita a elipse em virtude da proximidade entre o segundo verbo e o sujeito. Nem sempre, entretanto, esse recurso revela-se possível, principalmente quando o verbo se encontra distanciado do sujeito, sob pena de provocar ambiguidade ou mesmo erro. Tendo isso em vista, analisemos algumas situações listadas pela gramática em relação à concordância verbal: Os casos mais gerais O verbo concorda em número e pessoa com o sujeito, seja ele simples ou composto. Observe as frases a seguir: Muitas pessoas foram vacinadas contra a covid-19. Eu fui vacinada contra a covid-19. Maria e João perderam-se na �oresta. Em relação ao sujeito composto, se ele vier depois do verbo, poderá o verbo apresentar duas situações. São elas: 02/05/2024, 18:23 Concordância e regência https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/02355/index.html?brand=estacio# 7/56 Concordar com o núcleo mais próximo. Perdeu-se, na floresta, o João e a Maria. Ficar no plural como estipula a regra geral. Perderam-se na floresta o João e a Maria. Note que, embora haja essa possibilidade, a opção por uma ou outra forma não é gratuita. Existe, portanto, um procedimento enfático relativo não só à concordância, como também ao próprio deslocamento do sujeito para depois do verbo. Nossas opções na língua demonstram intenções subjacentes. Quando houver, no núcleo do sujeito, a presença de um pronome pessoal do caso reto, indicativo de primeira pessoa (eu), o verbo irá para a primeira pessoa do plural, porque consideramos os dois núcleos, na sua totalidade, como “nós”. Veja o exemplo a seguir: Casos especí�cos que demandam atenção Com expressões partitivas, que indicam quantidade (“a maior parte de”, “grande parte de”, “a maioria de”, “boa parte de”), o verbo deve ficar no singular, concordando com o núcleo do sujeito: A maior parte dos deputados não votou na proposta. Grande parte dos deputados não votou na proposta. A maioria votou na proposta. Quantidade Expressões partitivas que indicam quantidade são: “a maior parte de”; “grande parte de”; “a maioria de”, “boa parte de”. Saiba mais 02/05/2024, 18:23 Concordância e regência https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/02355/index.html?brand=estacio# 8/56 Existe também a concordância atrativa, que ocorre quando essas expressões são seguidas de palavras no plural, o que permitirá ao verbo ficar no plural se o objetivo for ressaltar os elementos contidos na expressão partitiva: Grande parte dos deputados não votaram na proposta. Lembre-se de que a concordância valorizada pela norma culta é a do verbo no singular. Com a expressão “mais de um”, embora o sentido seja de plural, o verbo deverá ficar no singular, concordando com o numeral “um”: Mais de um candidato não conseguiu fazer a prova. Mais de um aluno �cou reprovado. Sujeitos unidos pelas conjunções “ou” e “nem”: O verbo irá para o plural se atribuirmos a ação aos dois núcleos: Nem Carla, nem Paulo ganharam a eleição do sindicato. Perceba que, no exemplo, outro candidato ganhou. O diretor ou sua secretária podem assinar o documento.No exemplo, os dois podem assinar. Quando houver ideia de exclusão, o verbo �cará no singular: João ou Pedro irá comigo no baile.Nesse exemplo, apenas um deles poderá ir comigo. As expressões “nem um nem outro” e “um ou outro” levam o verbo para o singular: Nem um nem outro acertou a questão. Temos, neste exemplo, a ideia de exclusão. É possível, porém, a concordância ocorrer com o verbo no plural com um sentido aditivo, como no exemplo a seguir: Nem um nem outro passaram na prova. Sujeitos ligados pela preposição “com” apresentarão concordância com o verbo tanto no plural quanto no singular. Isso depende do objetivo do escritor. Veja os exemplos para cada caso: 02/05/2024, 18:23 Concordância e regência https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/02355/index.html?brand=estacio# 9/56 Se a ideia for de soma, teremos o verbo no plural: A menina com sua mãe vão arrumar a casa. Se o sentido for de exclusão, o verbo �cará no singular: O gerente, com os funcionários, vai arrumar a loja. Comentário Perceba que, no exemplo “O gerente, com os funcionários, vai arrumar a loja.”, a expressão iniciada por com tem valor de adjunto adverbial, podendo ser deslocada para o fim da frase: O gerente vai arrumar a loja com os funcionários. Quando o sujeito for um nome próprio no plural acompanhado de artigo, o verbo irá para o plural. Mas, se não houver artigo, o verbo fica no singular. Veja a seguir os respectivos exemplos: Os Estados Unidos conseguiram conter a pandemia. Minas Gerais tem muitas mineradoras. Ou seja, o que determina a concordância é a presença ou não do artigo em nomes próprios no plural. Em expressões que indicam porcentagem, o verbo concorda com o numeral: 1,8% da população foi vacinada contra a gripe H1N1 até agora. No entanto, se a expressão que denota porcentagem vier acompanhada de termo preposicionado, o verbo poderá concordar com o número ou o substantivo após a preposição: 20% da câmara não votou. 1,5% dos deputados não votaram. Quando o sujeito for expresso por um coletivo, o verbo ficará no singular. Veja os exemplos: A sociedade está com medo da covid-19. A multidão se revoltou contra a atuação da polícia. Recomendação É comum, quando o verbo está distante do sujeito coletivo, o verbo vir no plural, concordando com a ideia embutida no coletivo. Quando o coletivo vem especificado por palavra no plural, também é comum o verbo vir no plural: 02/05/2024, 18:23 Concordância e regência https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/02355/index.html?brand=estacio# 10/56 Uma multidão de vândalos invadiram as ruas da cidade. Uso incorreto Mas atenção: nenhuma dessas duas concordâncias é endossada pela gramática normativa. Por isso, em situações formais, evite utilizá-las. Concordância com o pronome rel ativo: o verbo concorda com o antecedente do pronome relativo. A menina jogou uma pedra que caiu no lago. O que é que caiu? Uma pedra, que é retomada pelo pronome relativo “que”. Quando o pronome relativo for o pronome quem, o verbo pode concordar tanto com o pronome quanto com o antecedente. Veja os respectivos exemplos: Sou eu quem �z o bolo. Sou eu quem fez o bolo. Com pronomes interrogativos ou indefinidos no plural seguidos do pronome reto“nós”, o verbo pode concordar com: O pronome interrogativo Quantos de nós vão corrigir a prova? O pronome inde�nido Alguns de nós irão ao comício. O pronome reto Quantos de nós iremos à assembleia? Alguns de nós iremos à assembleia. Quando um sujeito composto é resumido por um pronome indefinido, o verbo concorda com o pronome. Por exemplo: Pronome inde�nido Exemplos de pronomes indefinidos: Tudo; Nada; Ninguém. O amor, a tolerância e a empatia, nada o demoveu de sua decisão. 02/05/2024, 18:23 Concordância e regência https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/02355/index.html?brand=estacio# 11/56 O irmão, a mãe, o pai, ninguém conseguiu dissuadi-lo. A concordância com verbos que apresentam a partícula “se” pode ocorrer de duas formas: Indeterminação do sujeito Quando a partícula indicar indeterminação do sujeito, o verbo ficará no singular: Precisa-se de funcionários. Voz passiva Quando a partícula indicar voz passiva, o verbo concordará com o sujeito: Vendem-se casas. Como saber se a partícula “se” indica a indeterminação do sujeito ou a voz passiva? Observe se, depois do verbo, há ou não a presença de preposição. Se houver preposição, será um sujeito indeterminado; se não houver, a frase se encontrará na voz passiva. Verbos impessoais são aqueles que não têm sujeito. Nesse caso, os verbos ficam na terceira pessoa do singular. Veja a seguir: O verbo “chover” indica fenômeno da natureza. Chove muito hoje. O verbo “fazer” indica tempo decorrido. Faz três dias que não o vejo. O verbo “haver” indica tempo. Há três semanas que ele não aparece. Verbos usados na indicação de horas vão concordar com o sujeito: Bateram duas horas no relógio. (O sujeito são as “horas”). O relógio bateu duas horas. (O sujeito é o “relógio”). 02/05/2024, 18:23 Concordância e regência https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/02355/index.html?brand=estacio# 12/56 Com o sujeito oracional, o verbo irá para o singular. Por que isso ocorre? Porque consideramos que a oração tem valor de substantivo, como nos seguintes exemplos: Parece que ele está doente. É bom que ele saia de casa. Nas duas orações, o sujeito é a oração, enquanto o verbo fica na terceira pessoa do singular. Já no próximo exemplo, a situação é diferente, pois o verbo “esperar” tem um sujeito (nós) implícito na terminação verbal: Esperamos que ele venha. Sobre concordância com o verbo “ser”, de maneira geral, o verbo “ser” concorda em número com o sujeito. Veja a seguir: Ele é vereador. Eu sou péssima em cálculo. Mas há casos especiais, como nos exemplos: Exemplo 1 O verbo “ser” concorda com o predicativo quando este está no plural e o sujeito é composto por um pronome: Nem tudo são flores. Aquilo são conversas jogadas fora. 02/05/2024, 18:23 Concordância e regência https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/02355/index.html?brand=estacio# 13/56 Mas, quando o sujeito for representado por pessoa, o verbo “ser” concorda com ele: Maria sempre foi minhas emoções. Exemplo 2 O verbo “ser”, nas orações sem sujeito, concorda com o predicativo quando este é composto por distância, hora e data: Do Rio de Janeiro até São Paulo são 431km. Agora são 14h. Hoje são 13 de maio. Exemplo 3 Mesmo com o sujeito no plural em frases que indicam preço, medida ou quantidade, o verbo das expressões “é muito” e “é pouco” permanece no singular: É muito pouco 200 reais, para este serviço. 2 metros é pouco para fazer esse vestido. Concordância nominal De maneira geral, a regra da concordância, segundo Bechara (1999, p. 543), diz respeito à relação de gênero e número que se estabelece entre artigo, numeral, pronome adjetivo, adjetivos e particípio (vocábulos determinantes) com o substantivo ou o pronome (vocábulos determinados) a que se referem. Casos específicos, que não se enquadram nessa regra, serão vistos mais adiante. Concordância com apenas um substantivo Quando houver apenas um substantivo, os determinantes concordarão em gênero e número com ele: O gesto carinhoso da mãe foi um alívio para o filho. Perceba que o adjetivo “carinhoso” está concordando em gênero e número com o substantivo “gesto”, assim como o artigo. Eles estão quites com o serviço militar. Note que o adjetivo “quites” está funcionando como predicativo do sujeito, concordando também em gênero e número com o pronome “eles”. 02/05/2024, 18:23 Concordância e regência https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/02355/index.html?brand=estacio# 14/56 Concordância entre adjetivo e substantivo Temos inicialmente três situações a considerar: Situação 1 Quando o adjetivo vem depois de um ou mais substantivos de mesmo gênero, o adjetivo irá para o plural, concordando com o gênero dos substantivos: O carnaval e o folclore brasileiros são conhecidos mundialmente. O adjetivo poderá concordar com o mais próximo: O carnaval e o folclore brasileiro são conhecidos mundialmente. A nuvem e o morro baixo baixo compunham o cenário. Situação 2 Se o adjetivo vier depois de um ou mais substantivos e estiver na função de predicativo, ele irá para o plural, mantendo o gênero masculino se os substantivos forem de gêneros diferentes: O rancor e a ofensa são péssimos. Situação 3 Quando o adjetivo está anteposto a dois ou mais substantivos, ele concorda com o mais próximo: São péssimas as ruas e os bares daquela cidadezinha do interior. Ela encontrou rasgada a roupa e os cobertores. Contudo, se o adjetivo se referir a nomes próprios, ele deverá ficar no plural, concordando com o sujeito composto: As engraçadas Andreia e Clélia faziam todos rirem. Atenção! Na situação 1: Se o adjetivo vier depois de um ou mais substantivos de gêneros diferentes e você optar pelo plural, o adjetivo deverá ir para o masculino plural: A mãe e o pai amorosos acalmavam o filho. Casos especiais O adjetivo em função de predicativo, em expressões como “é bom”, “é necessário” e “é proibido”, vai concordar com o sujeito quando este estiver determinado: 02/05/2024, 18:23 Concordância e regência https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/02355/index.html?brand=estacio# 15/56 É necessária a adoção de medidas enérgicas. É proibida a entrada de menores no recinto. É boa a palestra. Nesses exemplos, os sujeitos estão determinados pelo artigo “a”. Quando não houver a presença de determinantes no sujeito, o adjetivo ficará invariável: É necessário empatia entre as pessoas. É proibido entrada de menores no recinto. É bom tapioca de coco. Repare que os adjetivos “necessário”, “proibido” e “bom” não concordaram com empatia, entrada e tapioca, respectivamente. Expressões como “um e outro” e “nem um nem outro” apresentam uma particularidade interessante! Enquanto o substantivo fica no singular, o adjetivo vai para o plural. Veja a seguir: Um e outro plano infalíveis do Cebolinha dá/dão certo. Não encontramos nem um nem outro disponíveis. As palavras “mesmo”, “próprio”, “só”, “anexo”, “incluso” e “obrigado” concordam em gênero e número com a palavra a que se referem: Eu mesma fiz o bolo. Eles próprios se organizaram para viajar. Nós ficamos sós. (= sozinhas) Os documentos vão anexos conforme acordado. Estão inclusas as lembrancinhas. Ela disse muito obrigada. Ele disse muito obrigado. Saiba mais As palavras “mesmo” e “só” podem funcionar como advérbios e, nesse caso, ficam invariáveis: “Elas compraram mesmo o apartamento” (ou seja, elas compraram de fato). “As crianças só queriam chamar a atenção” (Elas queriam apenas chamar a atenção). A expressão “a sós”, que significa sozinho, é invariável: “Eles estão a sós.” Já a expressão “em anexo” é invariável: “Vão em anexo os documentos”. A palavra “tal” concorda em número com o substantivo: Tal fato não me surpreende. 02/05/2024, 18:23 Concordância e regência https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/02355/index.html?brand=estacio# 16/56 Tais resoluções são antidemocráticas. Em uma correlação como a da expressão “talqual”, segundo Bechara (1999, p. 550), a palavra “tal” concorda com o primeiro elemento e “qual”, com o segundo elemento: As palavras “tal” e “qual”, quando formam uma expressão com o sentido equivalente a “como”, ficam invariáveis: Os americanos agem tal qual os ingleses. Algumas palavras ora funcionam como adjetivo, concordando com o substantivo; ora funcionam como advérbio, ficando invariáveis. Isso acontece com palavras, como “sério”, “alto”, “caro”, “barato”, pouco”, “todo” e “alerta”. Nos exemplos a seguir, na primeira coluna, temos exemplos de adjetivos e na segunda, de advérbios: Adjetivos Advérbios “Eles são sérios”. “Ela falou sério”. “As ações estão com cotação alta”. “Eles falam alto”. “As roupas estão caras”. “Os doces custam caro”. “O dólar e o euro estão baratos”. “O presente custou barato”. “Ela comprou pouca coisa”. “As passagens custaram pouco”. “Ela ficou toda sem graça”. “Suas pernas estavam todo enlameadas”. “Os soldados alertas perceberam o inimigo”. “Os soldados estavam alerta ao menor sinal do inimigo”. Exemplos. Quadro: Ealaborado por Valéria Campos Muniz. 02/05/2024, 18:23 Concordância e regência https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/02355/index.html?brand=estacio# 17/56 Vamos prosseguir na compreensão de outros casos especiais de concordância. “Meio”, quando está na função de adjetivo, concorda com o substantivo e tem valor de “metade”. Por exemplo: Comi meio mamão e meia melancia. Na frase acima, a referência é à metade do mamão e à metade da melancia. No entanto, na função de advérbio, “meio” fica invariável e tem valor de “um pouco”, conforme exemplo: Ela está meio chateada. Como você deve ter notado, o sentido da frase é de que ela está um pouco chateada. As palavras “muito” e “bastante” podem funcionar como advérbio de intensidade, ficando invariáveis. Leia a seguir: A gasolina está muito cara. “Muito” está se referindo ao adjetivo “cara”. Ela estudou bastante. ”Bastante” está se referindo ao verbo “estudar”. Porém, se as palavras “muito” e “bastante” estiverem na função de pronome indefinido, significando “vários”, elas vão concordar com o substantivo em gênero e número: 02/05/2024, 18:23 Concordância e regência https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/02355/index.html?brand=estacio# 18/56 Ela tem muitas coisas para fazer. Ela fez bastantes coisas. A palavra “possível” como adjetivo concorda em número com o substantivo a que se refere: As condições climáticas são as mais variadas possíveis. Mas há alguns casos especiais. Vejamos o que acontece: Caso 1 Quando a palavra “possível” forma a expressão “o possível”, ela fica invariável: Elas fizeram o possível para verem a mãe. Caso 2 Em expressões superlativas – “o mais possível”, “o menos possível”, “o melhor possível”, “o pior possível” –, a palavra “possível” também fica invariável: As relações entre o Senado e a Câmara têm sido o mais possível cordiais. A palavra “menos” é invariável: Eles fizeram menos coisas. Há menos pessoas na aula hoje. Atenção! Embora algumas pessoas digam “Hoje tenho menas coisa para fazer”, a palavra “menas” não existe! Uso incorreto Quando o substantivo estiver antes de dois adjetivos, haverá duas possibilidades de construção: A literatura brasileira e a portuguesa devem constar no currículo. As literaturas brasileira e portuguesa devem constar no currículo. A palavra “obrigado” é um adjetivo e deve concordar em gênero e número com a palavra a que se refere: O rapaz disse obrigado, e a moça disse obrigada. Veremos a seguir os adjetivos compostos: O acordo anglo-americano foi bom para ambas as partes. As pessoas anglo-americanas têm livre entrada nos dois países. As reformas político-sociais são urgentes! A escola deve ser rígida com crianças mal-educadas. As blusas verde-escuras devem ser separadas. Há, contudo, exceções em alguns casos. São elas: 02/05/2024, 18:23 Concordância e regência https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/02355/index.html?brand=estacio# 19/56 Exceção 1 As cores azul-marinho e azul-celeste ficam invariáveis: As blusas azul-marinho e os vestidos azul-celeste devem ficar no lado esquerdo da loja. Exceção 2 Quando um dos termos é invariável: Os recém-nascidos necessitam de muitos cuidados. Crianças bem-dotadas merecem ser estimuladas. Os pais fizeram um esforço sobre-humano para manter o filho vivo. Exceção 3 Quando as cores são compostas por um substantivo, elas ficam invariáveis: Estes vestidos são vermelho-sangue. Os copos amarelo-canário foram todos vendidos. A blusa rosa-claro é linda. Exceção 4 Locuções adjetivas indicativas de cor são invariáveis: As blusas cor de abóbora acabaram. A seguir veremos sobre concordância com numeral: Alguns números variam em gênero e número: um/uma. dois/duas. numerais a partir de duzentos (duzentas, trezentas, até novecentas). “Milhar” e “milhão” são masculinos, não admitem flexão de gênero: Dois milhões de pessoas. Os milhares de pessoas. Está gramaticalmente incorreto dizer “duas milhões de pessoas”, assim como “as milhares de pessoas”. 02/05/2024, 18:23 Concordância e regência https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/02355/index.html?brand=estacio# 20/56 A concordância de “milhão”, “bilhão” e “trilhão” se faz com o número: 1,5 milhão de pessoas. 2 bilhões de pessoas. 3 trilhões de pessoas. Só a partir de 2 é que ocorre o plural. Palavras �nais Como você pôde perceber até aqui, há várias regras, detalhes e exceções envolvendo a concordância verbo-nominal. Mais do que memorizar essas regras gramaticais, é importante internalizá-las por meio da leitura atenta de uma diversidade de textos, da prática da escrita (sempre com consulta à gramática quando houver alguma dúvida) e da resolução de exercícios. Concordância verbo-nominal Veja a seguir uma demostração com a aplicação das regras gramaticais sobre concordância verbo-nominal. 02/05/2024, 18:23 Concordância e regência https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/02355/index.html?brand=estacio# 21/56 Falta pouco para atingir seus objetivos. Vamos praticar alguns conceitos? Questão 1 (Adaptado de: FCC - DNOCS - agente administrativo - 2010) Leia o texto e responda: O brasileiro tem elevado grau de consciência sobre sustentabilidade, superior ao de moradores de países ricos como Alemanha e Suécia. Ao mesmo tempo, tem grande dificuldade em trazer o conceito para o seu dia a dia e para suas decisões de consumo. Escassez de água e poluição ambiental, por exemplo, figuram em terceiro lugar entre as maiores preocupações de 61% da 02/05/2024, 18:23 Concordância e regência https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/02355/index.html?brand=estacio# 22/56 população e ficam atrás de educação (68%) e violência (72%). Mudanças climáticas e aquecimento global, por sua vez, são motivo de preocupação para 49% dos brasileiros. Quando a sociedade é questionada sobre suas ações efetivas para proteger o meio ambiente, os números são mais modestos: 27% dos brasileiros reciclam seus resíduos e fazem uso de produtos recicláveis; 20% afirmam conservar árvores; 13% dizem proteger a natureza e apenas 5% controlam o desperdício de água. Esses dados constam de uma pesquisa atual, em que foram ouvidas mais de 24 mil pessoas em dez países diferentes. O estudo também aponta o brasileiro como um dos mais atentos no mundo às práticas de sustentabilidade das empresas: 86% afirmam estar dispostos a recompensar companhias com boas práticas, e 80% dizem punir as que agem de forma irresponsável nas questões socioambientais. Há também ceticismo em relação à falsa propaganda sobre as atitudes "verdes" das empresas. Para 64% dos brasileiros, elas só investem em sustentabilidade para melhorar sua imagem pública. Outro obstáculo é que os produtos "verdes" ainda são vistos como nichos de mercado e ficam restritos a consumidores de maior poder aquisitivo. O porta-voz do estudo no país acreditaque o elevado grau de consciência sobre sustentabilidade pode ser explicado pela presença do tema na mídia e pela percepção de que os recursos naturais são um diferencial no Brasil, considerado um país rico nesse aspecto. Adaptado de: Andrea Vialli. O Estado de S. Paulo. Vida & sustentabilidade, H6, Especial. Publicado em: 30 out. 2009. A concordância verbal está inteiramente correta na frase: A Chegou ao fim as campanhas voltadas para a reciclagem de materiais nas cidades escolhidas no projeto-piloto. B A conscientização dos moradores daquela área contaminada pelos resíduos tóxicos acabaram surtindo bons resultados. C Muitos consumidores se mostram engajados na luta pela sustentabilidade e traduzem seu compromisso em tudo aquilo que compram. D Atitudes firmes e claras voltadas para a sustentabilidade na exploração dos recursos da natureza deve trazer lucros promissores para as empresas. 02/05/2024, 18:23 Concordância e regência https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/02355/index.html?brand=estacio# 23/56 Parabéns! A alternativa C está correta. As formas verbais “mostram”, “traduzem” e “compram” concordam corretamente com “muitos consumidores”. Nas demais alternativas, o correto seria: Chegaram ao fim as campanhas voltadas para a reciclagem de materiais nas cidades escolhidas no projeto-piloto. A conscientização dos moradores daquela área contaminada pelos resíduos tóxicos acabou surtindo bons resultados. Atitudes firmes e claras voltadas para a sustentabilidade na exploração dos recursos da natureza devem trazer lucros promissores para as empresas. Deveriam ser divulgados claramente os princípios que norteiam as atividades empresariais como diretriz para orientar os consumidores. Questão 2 Quanto à concordância nominal, as lacunas do texto a seguir serão corretamente preenchidas por, respectivamente: Os rapazes, eles ........................, montaram o site para a empresa de Parques e Jardins, que solicitou não só a construção do site, como também uma mostra de placas com mensagens de “É ............. a entrada!”, que eles pretendem espalhar em alguns espaços dos jardins da cidade. Depois de terminado o trabalho, eles enviaram o projeto com os documentos .................... ao e-mail. O diretor da empresa elogiou a atitude e o trabalho ................... Depois, levou o projeto para a reunião dos sócios da empresa, que apontaram um e outro ....................... na construção do site. E Deveria ser divulgado claramente os princípios que norteiam as atividades empresariais como diretriz para orientar os consumidores. A Próprios, proibido, anexos, perfeitos, aspecto inaceitáveis. B Mesmo, proibido, anexo, perfeito, aspectos inaceitáveis. C Próprio, proibida, anexos, perfeito, aspecto inaceitável. D 02/05/2024, 18:23 Concordância e regência https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/02355/index.html?brand=estacio# 24/56 Parabéns! A alternativa D está correta. O termo “próprios” deve ser usado no plural para concordar com o pronome “eles”, que retoma o sujeito “os rapazes”. “Proibida” deve ser a palavra usada para concordar com “a entrada”, já que “entrada” é precedida pelo artigo definido “a”, o qual, por sua vez, acaba determinando o substantivo e exigindo a concordância de “proibida”. Já “anexos” deve ser usado para concordar com “documentos”, que está no plural. Perfeitos concorda tanto com “atitude” quanto com “trabalho”; por isso, o adjetivo vai para o plural. Por fim, “aspectos inaceitáveis” concorda com a expressão “um e outro”, que deixa o substantivo no singular (aspecto), mas leva o adjetivo ao plural (aceitáveis). 2 - Regência Ao �nal deste módulo, você será capaz de identi�car as possibilidades de regência verbo- nominal e de colocação pronominal. As preposições Na língua portuguesa, as palavras, no interior da oração, instituem correlações de interdependência morfossintática. No caso da regência, se a relação de complementaridade for estabelecida entre um verbo e o termo regido, teremos um caso de regência verbal, mas, se ela for entre um nome e o termo regido, de Próprios, proibida, anexos, perfeitos, aspectos inaceitáveis. E Mesmos, proibido, em anexo, perfeito, aspectos inaceitáveis. 02/05/2024, 18:23 Concordância e regência https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/02355/index.html?brand=estacio# 25/56 regência nominal. Ou seja, trata-se de associações transitivas entre termo regente e termo regido, residindo a peculiaridade dessas combinações na presença ou ausência de preposição. E o que seriam as preposições? Trata-se de palavras que não são independentes, isto é, não são utilizadas sozinhas como unidade de comunicação. Por sua característica transpositora, a preposição permite que determinadas unidades linguísticas assumam diferentes funções no interior da frase. Nesse sentido, quando juntamos, por exemplo, uma preposição a um substantivo, eles formam uma locução, que pode desempenhar diferentes funções. Clique nos exemplos a seguir: Termo regido É o termo subordinado, dependente. Termo regente É o termo que rege o termo dependente. O diretor chegou de Paris. Neste caso, “de Paris” é uma locução que funciona como adjunto adverbial de lugar. A apostila de português está ótima. Neste último exemplo, a locução “de português” assume a função de adjunto adnominal ao atribuir uma qualificação à “apostila”. Ou seja, a preposição “está sempre apta a originar construções ou locuções de caráter adjetivo ou adverbial”, pontua Azeredo (2008, p. 196). Como um instrumento gramatical, as preposições, diferentemente do léxico, são, na maioria das vezes, exigidas pelo contexto sintático, não sendo escolhidas pelo escritor. Pode a preposição ser exigida pela palavra que a precede, como em “medo de” e “gosto de”, mas também pode ser selecionada por quem escreve em virtude do sentido que deseja atribuir à frase, como em: “Viajou sem destino, viajou com a família, viajou para o Nordeste” (AZEREDO, 2008, p. 197). Exemplo 1 Exemplo 2 02/05/2024, 18:23 Concordância e regência https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/02355/index.html?brand=estacio# 26/56 Agora falaremos um pouco sobre a regência verbal e a relação entre os verbos e as preposições! Regência verbal Você já percebeu a relação da regência verbal com a transitividade verbal? Lembra-se de que a transitividade está relacionada à exigência ou não de um complemento para integrar o sentido do verbo? É aí que a regência entra. Vejamos: Objeto indireto Quando o complemento estiver relacionado ao verbo por intermédio de uma preposição, teremos um caso de regência verbal (A escola precisa de uma impressora), sendo o complemento nomeado como objeto indireto (“de uma impressora”). Objeto direto Quando não há a necessidade de uma preposição para interligar o complemento ao verbo, temos um objeto direto (A escola tem um ótimo pátio). A regência verbal, ou seja, a relação entre o termo regente (o verbo) e o termo regido (o complemento), ocorre aqui sem o intermédio da preposição. Mas o que ocorre quando o verbo não necessita de um complemento, tendo um “sentido completo”? Nesse caso, dizemos que ele é um verbo intransitivo. Cabe ressaltar que, segundo Cunha e Cintra (2008, p. 531), esses verbos figuram em menor número na língua. 02/05/2024, 18:23 Concordância e regência https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/02355/index.html?brand=estacio# 27/56 Quadro: Elaborado por Valéria Campos Muniz. A regência, portanto, diz respeito à forma como o verbo se relaciona com os termos que lhe completam o sentido. Embora não seja o foco deste módulo, é importante observar que alguns adjuntos adverbiais, ainda que sejam termos acessórios, também podem se referir a verbos, completando o sentido desses verbos por intermédio de preposição. Veja nos exemplos a seguir: Exemplo 1 A imigrante era proveniente da Venezuela. Exemplo 2 Os alunosiriam para o Museu de Arte Moderna depois da aula. Diante da impossibilidade de se analisar todos os verbos da língua portuguesa, detalharemos a seguir a regência de alguns verbos de utilização frequente que oferecem dúvidas quanto ao uso ou não de preposição. Assistir Este verbo tem mais de um significado. Quando utilizado no sentido de ver, ele vem acompanhado da preposição a: As irmãs assistiram ao filme de terror. Atenção! Na linguagem coloquial, tal verbo é amplamente utilizado como transitivo direto, contrariando o proposto na gramática normativa: 02/05/2024, 18:23 Concordância e regência https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/02355/index.html?brand=estacio# 28/56 Eles assistem o jogo. Uso incorreto Este é o filme que eu assisti. Uso incorreto Veja que, antes do pronome relativo, na linguagem mais informal, também não é comum inserir a preposição “a”. Ou seja, pela gramática normativa, o correto seria: Eles assistem ao jogo. Este é o filme a que eu assisti. Quando é sinônimo de residir, morar, a preposição utilizada é “em”: Ela assiste em Nova York. Quando tem o sentido de “ajudar, socorrer, acompanhar, prestar assistência” (CUNHA; CINTRA, 2008, p. 535), ele pode ser utilizado tanto com preposição (verbo transitivo indireto) quanto sem preposição (verbo transitivo direto): A madre assistia aos doentes que viviam na rua. A madre assistia os doentes que viviam na rua. O verbo “assistir” ainda pode ser usado como sinônimo de “caber”: Isto não lhe assiste. Neste exemplo, o sentido corresponde a “Isto não lhe diz respeito!”. Obedecer Será sempre transitivo indireto, ou seja, vai exigir preposição independentemente de o complemento se referir a um ser animado (pessoa) ou inanimado (alguma coisa): Ele obedece ao regulamento. Ela obedeceu ao diretor. Preferir O verbo “preferir” aceita dois complementos: um sem preposição e outro com. Eu prefiro frio. Elas preferem quente. O menino preferia bola a carrinho. Maria preferia matemática a português. 02/05/2024, 18:23 Concordância e regência https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/02355/index.html?brand=estacio# 29/56 Ele preferia ir à escola a ficar em casa. Saiba mais Na linguagem coloquial, é comum intensificar o verbo: Ele preferia mais futebol a vôlei. Uso incorreto Ele preferia mil vezes sair a ficar em casa. Uso incorreto É também muito comum encontrar a expressão “do que” no lugar da preposição “a”: Ele preferia mil vezes praia do que cachoeira. Essas construções, entretanto, não são aceitas pela gramática normativa. Lembrar Quando é pronominal (junção da partícula “se”), este verbo se torna transitivo indireto e é utilizado com o sentido de recordar. Quem se lembra, se lembra de algo: A diretora lembrou-se de enviar o ofício. O marido lembrou-se do aniversário da esposa. Quando o verbo “lembrar” não é pronominal, ele é transitivo direto, não necessitando de preposição. Nesse caso, ele pode ter dois sentidos: Quando alguém é parecido com outra pessoa: Pedro lembra muito um namorado que tive na adolescência. O Ricardo lembra o João. Quando algo vem à nossa memória: A brisa suave lembra a Fortaleza (Ceará) da minha infância. O cheiro de chuva lembra os bons tempos da minha infância. Saiba mais O verbo “lembrar” ainda pode ser bitransitivo, isto é, quando ele necessita de dois complementos: Suzana lembrou o aniversário da sogra ao marido. A secretária lembrou o patrão da reunião. 02/05/2024, 18:23 Concordância e regência https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/02355/index.html?brand=estacio# 30/56 Repare que tanto faz se lembramos algo a alguém ou se lembramos alguém de algo. O objeto direto pode ser tanto a pessoa quanto a coisa. A mesma situação acontece com o objeto indireto. Esquecer Este verbo tem comportamento similar ao verbo “lembrar”. Quando pronominal, ele é transitivo indireto: A diretora se esqueceu dos papéis em cima da mesa. deputado se esqueceu de anexar os documentos. Nesses exemplos, podemos ver que, “quem se esquece, se esquece de algo”. Quando não é pronominal, o verbo esquecer é transitivo direto, ou seja, “quem esquece, esquece algo”: A professora esqueceu o dia da reunião de departamento. O garotinho esqueceu o aniversário do colega da escola. Quando o complemento do verbo “esquecer” é uma oração, a mesma regra se aplica: A merendeira esqueceu que não tinha leite para o café das crianças. A cozinheira se esqueceu de que os alunos lanchariam mais cedo. Saiba mais A construção do verbo “esquecer” com a preposição “de” sem ser pronominal é, apesar de condenada pela gramática, bastante utilizada na linguagem coloquial: Ela esqueceu de pôr o sal na comida. Uso incorreto Como a gramática normativa não abona essa construção, lembre-se de utilizar a norma culta quando for escrever: Ela se esqueceu de pôr o sal na comida. O verbo “esquecer” ainda pode ser intransitivo, ou seja, quando não necessita de complemento. Nesses casos, ele é utilizado com o sentido de esquecer algo desagradável. Claro que o complemento está, de certa forma, implícito: 02/05/2024, 18:23 Concordância e regência https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/02355/index.html?brand=estacio# 31/56 Quando ela bebe, é para ficar alegre, não para esquecer. Chegar O verbo apresenta as seguintes variações de sentido: de chegar Quando utilizado no sentido de chegar a algum lugar, a preposição correta é “a”, e não “em”. A família chegou ao seu destino. Note que é incorreto escrever: A família chegou em seu destino. de proveniência Quando utilizado no sentido de proveniência, de “voltar de”, a preposição certa é “de”. Ele chegou da Europa. O presidente acabou de chegar de Portugal. de movimentar Quando utilizado no sentido de movimentar alguma coisa de lugar, o verbo não necessita de preposição, sendo transitivo direto: Chega sua cadeira para lá. Chega o quadro mais para a direita. de alcançar O verbo “chegar” pode ter ainda o valor de alcançar, também sendo utilizado com a preposição “a”: As ações chegaram a valer dois dólares. A inflação chegou a patamares similares a 2010. Em outra variação o verbo “chegar” também pode ser utilizado de forma intransitiva, isto é, quando não necessita de complemento: A encomenda chegou. O presidente chegou. 02/05/2024, 18:23 Concordância e regência https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/02355/index.html?brand=estacio# 32/56 Informar Quem informa, informa alguém de algo: A inspetora informou a diretora da briga no pátio da escola. Quem informa pode também informar alguma coisa a alguém. O motorista informou o roubo à direção da companhia. Observe que tanto a pessoa quanto a coisa informada podem ocupar o lugar de objeto direto (sem preposição) ou indireto (com preposição). Atenção! Tome cuidado para não usar os dois complementos sem preposição (“Ela informou-o os resultados parciais da eleição”) ou com preposição (“Ela informou-lhes sobre os resultados das eleições”). Quando o verbo “informar” é utilizado com dois complementos, um tem de ser direto (sem preposição) e o outro, indireto (com preposição). Nesses casos, as frases corretas seriam: Uso incorreto Ela o informou dos resultados parciais da eleição. Ela lhes informou os resultados das eleições. Quando houver apenas um complemento, utilize o complemento sem preposição: A professora informou o falecimento do aluno. A televisão informou a morte do ator. Implicar Com o sentido de “trazer consequências”, “dar a entender” e “requerer”, este verbo não necessita de preposição: A fofoca implicou reação acalorada entre os participantes do programa televisivo. O trabalho não implica sua participação. (Não requer.) Na linguagem coloquial, entretanto, ele é muito utilizado com a preposição “em”, mas esse uso não é aceito pela gramática normativa: “O avanço do sinal implicou em multa”. Uso incorreto Quando tem o sentido de “ter implicância”,ele é utilizado com a preposição “com”: O menino implicava com o irmão mais velho. O diretor implicava com um determinado funcionário. 02/05/2024, 18:23 Concordância e regência https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/02355/index.html?brand=estacio# 33/56 Quando utilizado com o sentido de “colocar alguém em situação ruim”, o verbo “implicar” é bitransitivo, sendo a pessoa, objeto direto (complemento sem preposição), e a coisa implicada, objeto indireto, utilizados com a preposição “em”: As atitudes do funcionário implicaram o diretor em uma situação muito delicada. Ir Este verbo é transitivo indireto quando significa deslocamento. Seu complemento tem de vir acompanhado, nesse caso, da preposição “a”. O advogado foi ao fórum. Repare que é muito comum, na linguagem coloquial, o verbo “ir” vir acompanhado da preposição “em”, mas esse uso não é aceito pela gramática normativa: “O advogado foi no fórum”. Uso incorreto Utilizado com a preposição “contra”, o verbo “ir” tem o sentido de oposição: As minhas ideias foram contra as do diretor. Saiba mais Duas expressões com o verbo “ir” necessitam da nossa atenção: “Ir ao encontro de” significa que duas coisas vão “na mesma direção”, que há uma concordância entre elas: “Sua opinião ia ao encontro da minha” (ou seja, pensávamos parecido). “Ir de encontro a” dá a ideia de discordância, de oposição: “Suas ideias iam de encontro às minhas” (pensávamos diferente). Há alguns usos corretos presentes na linguagem informal. Clique a seguir e veja os exemplos: O verbo ir + preposição “com” tem o sentido de “simpatizar” com alguém: “Eu não fui com a cara da recepcionista”. Verbo ir + preposição “para” com indicação de tempo decorrido: “Vai para 5 anos que não a vejo”. Visar Exemplo 1 Exemplo 2 02/05/2024, 18:23 Concordância e regência https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/02355/index.html?brand=estacio# 34/56 No sentido de almejar, de ter em vista, ele é utilizado como transitivo indireto com a preposição “a”: A estudante visava ao mestrado na universidade pública. Atenção! Atualmente, várias gramáticas e dicionários já registram o verbo “visar” como transitivo direto: A estudante visava o mestrado na universidade pública. No sentido de autenticar, ele é usado como transitivo direto com o complemento sem preposição: Ela visou a certidão. Chamar No sentido de “pedir que alguém venha”, este verbo é transitivo direto, ou seja, seu complemento não tem preposição: A moça chamou o garçom. O verbo “chamar” pode ser bitransitivo, tendo a pessoa como objeto direto e a denominação da pessoa como objeto indireto com a preposição “de”: Ela chamou o coleguinha de burro. Ele também será bitransitivo quando convidamos alguém para alguma coisa: Ela foi chamada para a reunião. O verbo apresenta as seguintes variações: sentido de quali�car Quando utilizado no sentido de qualificar, tal verbo é utilizado com a preposição “de”: Ele foi chamado de incompetente. sentido de invocar ou pedir No sentido de “invocar, pedir”, ele é utilizado com a preposição “por”: Ele chamou por Deus. Ela chamou por sua mãe. 02/05/2024, 18:23 Concordância e regência https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/02355/index.html?brand=estacio# 35/56 Agradar Com o sentido de “fazer carinho”, o verbo “agradar” não é utilizado com preposição, sendo, assim, transitivo direto: Ela agradou a mãe. Quando utilizado no sentido de “satisfazer”, ele é transitivo indireto e utilizado com a preposição “a”: A palestra agradou ao auditório. Aspirar No sentido de “inspirar”, é transitivo direto, ou seja, o complemento não vem acompanhado de preposição. Veja as frases a seguir: Ele aspirava o ar fresco da região serrana. O aspirador de pó é bom, aspirou todo o pó da casa. “Aspirar”, no sentido de “desejar” ou “almejar”, necessita de complemento com preposição, conforme você pode ler abaixo: O governador aspira à reeleição. A atleta aspirava ao pódio. Atender Aceita tanto complemento com preposição, como sem preposição, estando as duas formas corretas: A secretaria da universidade atendeu os apelos do estudante. A secretaria atendeu aos apelos do estudante. Há uma preferência para o complemento de pessoa ser regido sem preposição: A enfermeira atendeu o paciente. Quando o complemento é a “coisa atendida”, a preferência é pelo complemento com preposição: O rapaz atendeu ao pedido da namorada. 02/05/2024, 18:23 Concordância e regência https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/02355/index.html?brand=estacio# 36/56 Constituir Pode ter vários sentidos, mas todos eles são construídos com complementos sem preposição: Esses tópicos constituem a disciplina de Língua Portuguesa. (fazem parte) Suas ações constituem um exemplo. (são um exemplo). Relembrando Tal verbo, quando utilizado no sentido de “compor”, não vem acompanhado de preposição: A água constitui a maior parte do planeta Terra. Uma exceção a essa regra ocorre quando o verbo é utilizado no sentido de “tornar-se”. Nesse caso, o predicativo vem precedido da preposição “em”: Sua campanha se constituiu num verdadeiro espetáculo. Custar Em seu sentido usual, relativo a preço, ele é intransitivo: A mensalidade custava caro. Pode ainda esse verbo ter o sentido de que algo é difícil. Nesse caso, é bom ressaltar, a gramática normativa condena o uso como verbo pessoal: “Eu custei a entender a matéria”. Uso incorreto Embora as construções “eu custei a” e “eu custei para” sejam bastante utilizadas na linguagem coloquial, o certo, nessas situações, seria dizer: Uso incorreto Custou-me entender a matéria. Custa-me crer em sua atitude. Nesses dois exemplos, a oração que vem depois tem a função de sujeito do verbo “custar”. Pagar Quando pagamos, pagamos algo a alguém, ou seja, pagamos à pessoa (física ou jurídica), que vem como objeto indireto, e a coisa paga, como 02/05/2024, 18:23 Concordância e regência https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/02355/index.html?brand=estacio# 37/56 objeto direto. Leia os exemplos: A mulher pagou a dívida ao banco. O rapaz pagou o que devia ao seu amigo. Prevenir Veja o quadro a seguir: Quando usado no sentido de “avisar”, este verbo é transitivo direto: O rapaz preveniu a senhora. Neste caso, o complemento não vem acompanhado de preposição. Podemos ainda prevenir alguém de algo: Eu o preveni dos riscos da aplicação financeira. (o objeto direto = “o”; objeto indireto = “dos riscos”). Querer Quando utilizado no: sentido de desejar Tal verbo é transitivo direto: Eu quero um país melhor para meus filhos. Ela quer ser professora. sentido de ter afeição Nesse caso ele é transitivo indireto, ou seja, o complemento exige preposição: A moça lhe quer bem. O rapaz quer muito bem à namorada. Saiba mais Para realizar adequadamente a regência verbal, muitas vezes é preciso entender os pronomes oblíquos na função de objeto direto e de objeto 02/05/2024, 18:23 Concordância e regência https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/02355/index.html?brand=estacio# 38/56 indireto. Os pronomes oblíquos “o, a, os, as” (= ele, ela, eles, elas) assumem sempre a função de objeto direto, ou seja, representam complementos do verbo sem preposição. Exemplo: “Eu o encontrei no parque” (o pronome oblíquo “o” está representando uma pessoa: ele). Já os pronomes oblíquos “lhe, lhes” (a ele, a eles, a ela, a elas) assumem sempre a função de objeto indireto. Exemplo: “Eu dei-lhe um presente” > “Eu dei um presente a ela” (quem dá, dá alguma coisa a alguém). Há casos que, em vez de o pronome oblíquo “lhe” funcionar como complemento do verbo, ele assume a função de pronome possessivo (adjunto adnominal). Exemplo: “O rapaz beijou-lhe a face” (beijou a sua face). Regência nominal Ela diz respeito à relação que se estabelece entre os nomes e seus complementos – mais precisamente, entre os substantivos, adjetivos, advérbios e os complementos. Essa relação éintermediada por uma preposição. Conseguimos memorizar algumas regências nominais que utilizamos frequentemente, como é o caso de, por exemplo, “medo de”, “dificuldade em”, “livre de”, “respeito por” e “admiração por”. Mas muitos nomes aceitam mais de uma preposição, sendo necessário analisar o contexto em questão para ver qual delas se encaixa melhor. Tendo isso em vista, apresentamos 31 casos, organizados a seguir em ordem alfabética: Acessível “Este celular é acessível a todos”. Alheio “Ele estava alheio a tudo” (indiferente). “Alheio de todo mau olhado” (livre). 02/05/2024, 18:23 Concordância e regência https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/02355/index.html?brand=estacio# 39/56 Amor “Eu tenho muito amor por você”. “Tenho amor a você”. “O amor dos filhos faz bem a mãe”. Ansioso “Estou ansiosa por vê-la”. “Estou ansioso para começar a estudar”. Capacidade “Ele tinha capacidade para tal cargo”. “Ele tinha excelente capacidade de raciocínio”. Capaz “Ele é capaz de assumir a culpa”. Consciente “Ele nunca foi consciente dos seus direitos e deveres”. Contrário “O rapaz era contrário à vacina”. Descontente “El t d t t ó i id ” 02/05/2024, 18:23 Concordância e regência https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/02355/index.html?brand=estacio# 40/56 “Ele estava descontente com a própria vida”. Di�culdade “O menino tinha dificuldade com as contas de multiplicar”. “Ele sentia dificuldade de se expressar”. “O menino apresenta dificuldade para aprender matemática”. “Ele tem dificuldade em aprender cálculo”. Essencial “Este livro é essencial para a prova”. Grato “Sou grata a você”. “Somos gratos por toda a ajuda recebida”. Inveja “Ela tinha inveja da sua amiga”. “Seu carro novo causou inveja a muitas pessoas”. Interessado “O rapaz estava interessado pela moça”. “A menina estava interessada em estudar sociologia”. 02/05/2024, 18:23 Concordância e regência https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/02355/index.html?brand=estacio# 41/56 Junto “Ele estava junto ao banco”. “Ela saiu junto com o filho”. “A mãe estava junto do filho”. Necessário “Era necessário o aviso de cancelamento da aula”. “É necessário para viajar o passaporte”. Necessidade “Ele não sentia necessidade de pegar sol”. Obediência “Ele devia obediência a seu pai”. Parecido “A filh id i” 02/05/2024, 18:23 Concordância e regência https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/02355/index.html?brand=estacio# 42/56 “A filha era parecida com o pai”. Preferência “Ele tinha preferência por vinho branco”. Preferível “A moto era preferível ao carro”. Próximo “Ele estava próximo do banco”. “Ele era próximo ao pai”. Querido “O filho querido de Jacó”. “Ela era querida por todos da turma”. “Ele era o queridinho de todos”. Relação “O ocorrido não tinha relação com o rapaz”. “Ela não tinha relação de respeito com ele”. “A relação por mensagem não é benéfica”. 02/05/2024, 18:23 Concordância e regência https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/02355/index.html?brand=estacio# 43/56 Necessidade “Ele não sentia necessidade de pegar sol”. Satisfeito “Ele estava satisfeito consigo mesmo” (satisfeito com). “Ele estava satisfeito em agradá-la”. “Ela ficou satisfeita por ter esclarecido o engano”. Semelhante “Suas atitudes eram semelhantes às de seu pai”. Simpatia “A moça sentia simpatia pela jornalista”. “Minha simpatia para com os meninos de rua é enorme”. Suspeito “Ele era suspeito de ter cometido um crime”. “Sou suspeita para falar”. 02/05/2024, 18:23 Concordância e regência https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/02355/index.html?brand=estacio# 44/56 Só poderemos relacionar dois nomes ou dois verbos quando as regências forem iguais. Por exemplo: “Ele era residente e domiciliado em Goiás” (quem é residente, é residente em; quem é domiciliado, é domiciliado em). Porém, no caso de “Maria tem medo e aversão por morcego”, a frase está errada, pois as regências nominais são diferentes. Quem tem medo, tem medo de; já quem tem aversão, tem aversão por. Uso incorreto Do mesmo modo, em “Ele confiava e o queria por perto”, a frase está errada, pois o verbo “confiar” é transitivo indireto e pede a preposição “em”. Já o verbo “querer”, no sentido de desejar, é transitivo direto. Uso incorreto Assim, para ajeitar a frase, é necessário separar os complementos: “Ele confiava nele e o queria por perto”. Dica Veja sempre se os verbos que você está correlacionando apresentam a mesma regência! Colocação pronominal Contextualização Embora a língua portuguesa ofereça certa mobilidade para a construção da frase, o que nos permite mexer com a posição dos termos em seu interior, há determinadas colocações a que devemos obedecer, por exemplo, o artigo, que sempre tem de preceder o substantivo: o certo é “o país”, e não “país o”. Tentativa “Foi uma tentativa de homicídio”. “Era uma tentativa para vencer o medo”. Único “Ele foi o único a vencer a olimpíada da matemática”. “Ele foi o único entre milhares”. 02/05/2024, 18:23 Concordância e regência https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/02355/index.html?brand=estacio# 45/56 Além disso, nossa experiência de mundo também regula a ordem dos termos na frase. Por exemplo, quando olhamos uma gaiola e vemos, em seu interior, um passarinho, jamais construímos uma frase deste tipo: “Estou vendo uma gaiola em volta de um passarinho”. Para Bechara (1999, p. 581), quando o assunto é a sintaxe de colocação, há uma obediência de ordem variada. Essa obediência pode ser: Estritamente gramatical (como é o caso da posição do artigo em relação ao substantivo). De ordem rítmica (ou seja, o que soa melhor). De ordem psicológica (vai depender de cada sujeito). De ordem estilística (em conformidade com o estilo do autor). Em relação à ordem dos pronomes pessoais átonos na frase, determinadas regras gramaticais precisam ser seguidas. Entretanto, alguns poucos autores, como Bechara (1999, p. 587), defendem que a colocação dos pronomes está mais na ordem de uma “questão pessoal de escolha”. Posição do pronome em relação ao verbo O primeiro fato a ser observado é a posição do pronome em relação ao verbo. Acompanhe a seguir: Pronomes pessoais átomos São eles: Me, te, se, o(s), a(s), lhe(s), nos, vos. Próclise Quando o pronome vem antes do verbo. Ênclise Quando o pronome vem depois do verbo. 02/05/2024, 18:23 Concordância e regência https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/02355/index.html?brand=estacio# 46/56 Mesóclise Quando o pronome vem no meio do verbo. O importante é saber posicionar o pronome em relação ao verbo. Cabe destacar que a mesóclise está em desuso, ou seja, é muito pouco utilizada. Próclise Há determinadas palavras que exercem atração sobre o pronome, trazendo-o para perto de si. Veremos tais palavras a seguir: 1. Palavras de sentido negativo: “Nada me surpreende mais”; “Não me venha com reclamações”; “Ninguém nunca o repreendeu assim”. 2. Pronomes indefinidos: “Tudo nos aborrecia”; “Muitos o seguiam”. 3. Pronomes demonstrativos: “Isso a incomodava”. 4. Pronome relativo: “A pessoa que lhe contou essa mentira foi a Maria”. 5. Pronome interrogativo: “Quem lhe disse essas inverdades?”; “Como se saiu na prova?”; “Quem o acusou?”. 6. Advérbio: “Hoje se encontrarão no Fórum”; “Depois se olharam com ternura”. 7. Na expressão: “Em se tratando desse assunto, não me meto”. 8. Oração exclamativa que exprime desejo: “Que Deus me salve!”; “Quem me dera passar no vestibular!”. Atenção! 02/05/2024, 18:23 Concordância e regência https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/02355/index.html?brand=estacio# 47/56 Quando o advérbio ou a locução adverbial que estiver iniciando a frase for separada por vírgula, faça a ênclise: Frequentemente, queixamo-nos da vida. De maneira geral, falamo-nos pouco. Ênclise Não se inicia frase com pronomeoblíquo. Por isso, o adequado é: Dá-me seu número. Encontre-me na esquina. Na linguagem oral, principalmente na forma coloquial, é comum iniciar uma frase com pronome oblíquo (“Me arrependi de ter falado”), mas esse uso é contestado pela gramática normativa. Uso incorreto Por isso, ao redigir, faça a ênclise ou estruture a frase com pronome oblíquo tônico (regido por preposição), conforme as frases a seguir: “Dá-me seu número” (“Dá seu número para mim”). “Encontre-me na esquina” (“Encontre comigo na esquina”). Com verbo no imperativo afirmativo, o pronome também vem depois do verbo. Vejamos: Mande-o para casa cedo. Traga-me o livro amanhã sem falta! Saiba mais No português brasileiro, de maneira geral, há uma preferência pela próclise, o que faz com que, em algumas frases nas quais não haja nenhuma das condições exigidas para a ênclise, a próclise seja mais frequente. Veja os exemplos: “A mãe se desculpou com o filho” em vez de “A mãe desculpou-se com o filho”. “Ela foi à reunião e me passou os informes” em vez de “Ela foi à reunião e passou-me os informes”. Mesóclise 02/05/2024, 18:23 Concordância e regência https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/02355/index.html?brand=estacio# 48/56 Cada vez menos frequente na língua escrita, a mesóclise ainda é encontrada em: Obras literárias mais antigas. Textos jurídicos. Alguns textos formais. Mas em que situações a utilizamos? Clique a seguir e leia cada caso: Dá-lo-emos o brinquedo. Ele emprestá-lo-á o computador. Falar-te-ia umas verdades, se pudesse! Comprá-lo-ia para você se tivesse dinheiro. Atenção! Só ocorrerá a mesóclise se não houver nenhuma das situações descritas para a próclise. Colocação pronominal Colocação pronominal com locuções verbais As locuções verbais são formadas pelo verbo auxiliar mais o verbo principal, que pode estar no infinitivo, no gerúndio e no particípio: Exemplo “Vamos cantar” (“vamos”, verbo auxiliar, mais “cantar”, verbo no infinitivo) “Estamos cantando” (“estamos”, verbo auxiliar, mais “cantando”, verbo no gerúndio) “Havíamos cantado” (“havíamos”, verbo auxiliar, mais “cantado”, verbo no particípio) Como fica a posição do pronome oblíquo átono em uma locução verbal? Observemos as situações apresentadas a seguir: Situação 1 Com verbos no futuro do presente Com verbos no futuro do pretérito 02/05/2024, 18:23 Concordância e regência https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/02355/index.html?brand=estacio# 49/56 Verbo auxiliar + verbo principal no infinitivo ou no gerúndio Quando houver qualquer uma das situações listadas anteriormente para a ocorrência da próclise, o pronome deverá ficar antes do verbo auxiliar ou depois do verbo principal: “Nunca o conseguiremos comprar” ou “nunca conseguiremos comprá-lo”. Situação 2 Quando não houver nada que justifique a próclise, o pronome ficará depois do verbo auxiliar ou depois do verbo principal. “Preciso-lhe entregar os documentos” ou “preciso entregar-lhe os documentos”. É muito comum o pronome oblíquo átono, quando posicionado entre o verbo auxiliar e o verbo principal, vir solto entre eles, mas, segundo o padrão culto da língua, é necessário haver sua união por hífen com o verbo auxiliar: “Mandou-me sair da sala”. Situação 3 Verbo auxiliar + verbo principal no particípio. Se houver alguma situação para a próclise, o pronome ficará antes do auxiliar (e nunca depois do verbo principal): “Nunca o havia visto” (“visto” é particípio irregular). Situação 4 Verbo auxiliar + verbo principal no particípio. Se não houver nada que justifique a próclise, o pronome deverá vir depois do auxiliar: “A menina tinha-lhe ajudado”. É importante estar atento, pois o pronome jamais ficará depois do verbo no particípio. E por que não? Por uma questão de eufonia. Saiba mais Nos verbos terminados em “r”, “s”, “z” + “o, a, os, as”, cortam-se essas letras e se acrescenta um “l” ao pronome: “lo”, “la”, “los, “las”. Nos verbos terminados em “m”, “ão”, “õe” + “o, a, os, as”, não se corta letra nenhuma, apenas acrescenta-se um “n” ao pronome = “no”, “na”, 02/05/2024, 18:23 Concordância e regência https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/02355/index.html?brand=estacio# 50/56 “nos”, “nas”. E como �ca a acentuação? Os verbos seguirão as mesmas regras de acentuação para os vocábulos. Regra Exemplo A oxítona terminada em “a, e, o” é acentuada. Cantá-lo, fazê-lo, pô-lo. A oxítona terminada em “i”, quando o “i” é a segunda vogal do hiato, é acentuada. Retribuí-lo, atribuí-lo, instituí- lo. Quando houver mesóclise, além do acento do verbo, será necessário colocar o acento relativo às palavras oxítonas Comeríamos + “o” em mesóclise = Comê-lo-íamos. Tabela: Elaborada por Maria Lima. Comentário Achou estranho dois acentos? O acento de “íamos” é o acento do verbo sem o pronome (comeríamos). Quando juntamos o pronome, o que acontece com o verbo? Ele ficou com a última sílaba tônica, isto é, passou a atuar como uma oxítona – e as palavras oxítonas terminadas em “a”, “e”, “o” são acentuadas. Desse modo, teremos dois acentos nesse verbo: “comê-lo-íamos”. Regência verbo-nominal e colocação pronominal Você vai acompanhar no vídeo os professores Dallier e Fábio Simas comentarem sobre as regras de regência verbo-nominal e colocação pronominal, com exemplificações das principais dificuldades. 02/05/2024, 18:23 Concordância e regência https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/02355/index.html?brand=estacio# 51/56 02/05/2024, 18:23 Concordância e regência https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/02355/index.html?brand=estacio# 52/56 Falta pouco para atingir seus objetivos. Vamos praticar alguns conceitos? Questão 1 Em qual alternativa é possível reconhecer a regência verbal e nominal realizada adequadamente? Parabéns! A alternativa A está correta. “Obedecer ao código de trânsito” está correto, porque o verbo “obedecer” pede preposição “a”. Também está correto “preferível à direção perigosa”, pois “preferível” é regido pela preposição “a”. As demais alternativas deveriam ser escritas da seguinte forma para que fossem consideradas corretas: Sempre prefiro estudar a perder tempo assistindo a tudo que passa na televisão. Assisti ao filme descontente com tudo. Ele estava consciente de seus deveres e se lembrava de os cumprir. Ela se esqueceu de enviar o relatório e preferiu mentir a falar a verdade. Questão 2 A Obedecer ao código de trânsito é preferível à direção perigosa e irresponsável. B Prefiro estudar do que perder tempo assistindo tudo que passa na televisão. C Assisti o filme descontente de tudo. D Ele estava consciente aos seus deveres e se lembrava a cumprir eles. E Ela esqueceu de enviar o relatório e preferiu mentir do que falar a verdade. 02/05/2024, 18:23 Concordância e regência https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/02355/index.html?brand=estacio# 53/56 Assinale a alternativa em que a colocação do pronome átono respeita a norma culta da língua: Parabéns! A alternativa B está correta. “Disseram-lhe” está correto, porque não se inicia frase com o pronome átono. Também está correto “não se contentou”, pois os advérbios de negação atraem os pronomes átonos. As demais alternativas deveriam ser reescritas da seguinte forma para ficarem corretas: Nunca lhe seria solicitado presença no tribunal. A vaidade nem sempre nos leva a boas atitudes. O amor que se experimenta na adolescência é um despertar. Perguntamo-nos até onde ele iria. Considerações �nais Revisitamos neste conteúdo os conceitos relativos à concordância, à regência e à colocação pronominal. Por isso, registramos e analisamos o comportamento morfossintático dos determinantes em relação aos termos determinados, como também as implicaturas decorrentes da relação entre verbo, sujeito e complementos, percebendo o movimento das palavras que compõem o texto como semelhante ao da trama de um tecido. Ou seja, tudo está intrinsicamenterelacionado. Observamos ainda que as preposições, palavras instrumentais, têm a função de transpositor, permitindo que algumas palavras mudem de função no interior da frase, como é o caso dos substantivos, que, associados a uma preposição, passam a ter função de adjetivo. A Nunca seria solicitado-lhe presença no tribunal. B Disseram-lhe tudo, mas ele não se contentou. C A vaidade nem sempre leva-nos a boas atitudes. D O amor que experimenta-se na adolescência é um despertar. E Nos perguntamos até onde ele iria. 02/05/2024, 18:23 Concordância e regência https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/02355/index.html?brand=estacio# 54/56 Verificamos também o significado de diferentes preposições que podem mudar o sentido da frase quando se agregam a um nome ou a um verbo. Finalmente, tenha em mente que textos escritos exigem a obediência à norma culta da língua. Determinados hábitos e modismos aceitos no discurso oral informal não são tolerados no registro escrito. Esteja sempre atento às normas gramaticais e nunca deixe de fazer a revisão depois de terminar de escrever. Redigir um texto, afinal, constitui um ato lento de construção no qual devemos lapidar as inconsistências, reescrevendo trechos incoerentes e ajustando as frases ao proposto pela gramática normativa. Nunca acredite na possibilidade da escrita sem reescrita. Podcast Aqui você vai ouvir os comentário e exemplos das principais dificuldades gramaticais envolvendo a concordância verbal, concordância nominal, regência verbal e nominal e colocação pronominal. Explore + Assista ao vídeo “Produção de texto e comunicação II: concordância verbal e nominal”, no canal da Univesp no YouTube. Aprofunde os conteúdos sobre concordância verbal e nominal, regência verbal e nominal, assim como de colocação pronominal, em gramáticas de língua portuguesa. Recomendamos a consulta às gramáticas de: Evanildo Bechara. Celso Cunha e Lindley Cintra. Rocha Lima e José Carlos de Azeredo. Você também pode explorar as diversas gramáticas on-line disponíveis para consulta na internet. Prefira sempre as que estejam hospedadas em sites institucionais. Um exemplo é a “Minigramática” disponível no 02/05/2024, 18:23 Concordância e regência https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/02355/index.html?brand=estacio# 55/56 site do Núcleo Interinstitucional de Linguística Computacional (NILC) da USP de São Carlos. Referências AZEREDO, J. C. Gramática Houaiss da língua portuguesa. 2. ed. São Paulo: Publifolha, 2008. BECHARA, E. Moderna gramática portuguesa. 37. ed. Rio de janeiro: Lucerna, 1999. CUNHA, C. F.; CINTRA, L. F. L. Nova gramática do português contemporâneo. 5. ed. Rio de Janeiro: Lexicon, 2008. SAUSSURE, F. Curso de linguística geral. São Paulo: Cultrix; USP, 1969. Material para download Clique no botão abaixo para fazer o download do conteúdo completo em formato PDF. Download material O que você achou do conteúdo? Relatar problema 02/05/2024, 18:23 Concordância e regência https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/02355/index.html?brand=estacio# 56/56 javascript:CriaPDF()