Termos da oração

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Termos da oração
Profa. Milca Tscherne
Descrição
Você vai aprender sobre os termos da oração: complemento relativo,
adjunto adverbial, agente da passiva, predicativo, complemento nominal,
adjunto adverbial, aposto e vocativo.
Propósito
Compreender os termos integrantes e acessórios da oração é
fundamental para ampliação do conhecimento linguístico e gramatical,
além do bom desempenho na docência de língua portuguesa.
Objetivos
Módulo 1
Complemento relativo e agente da passiva
Reconhecer o complemento relativo e o agente da passiva como
termos da oração.
Módulo 2
Predicativo
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Reconhecer o predicativo do sujeito e o predicativo do objeto na
oração.
Módulo 3
Complementos nominais e adjunto adverbial
Reconhecer os complementos nominais e o adjunto adverbial na
oração.
Módulo 4
Aposto e vocativo
Reconhecer o aposto e o vocativo como termos da oração.
Introdução
Ao estudarmos os termos da oração, devemos nos lembrar de
que a oração se estrutura em torno de um verbo e que ela, ao
contrário da frase, não precisa ter sentido completo. A oração, no
entanto, é formada por outros elementos além do verbo, a que
chamamos, justamente, de termos.
O sujeito e o predicado, por exemplo, são termos essenciais. Já
os complementos verbais, comumente identificados como
objetos direto e indireto, o complemento nominal e o agente da
passiva são os termos integrantes. Há, ainda, os termos
acessórios, como o aposto e os adjuntos adverbial e adnominal.
Também o vocativo constitui um dos termos da oração.
Neste conteúdo, o foco será sobre alguns desses termos. Você
vai perceber que, a despeito de a Nomenclatura Gramatical
Brasileira (NGB) ter proposto uma unificação terminológica, há
divergências de denominações e atribuição de funções
sintáticas. E começaremos, exatamente, com uma delas –
complemento relativo ou objeto indireto – para depois
estudarmos outros termos da oração.
Vamos aos estudos!

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1 - Complemento relativo e agente da passiva
Ao �nal deste módulo, você será capaz de reconhecer o complemento relativo e o agente da
passiva como termos da oração.
Complemento relativo
De�nição de complemento relativo
O gramático e linguista Rocha Lima (2011, p. 311) define o
complemento relativo como: “um complemento que, ligado a um verbo
por uma preposição determinada (a, com, de, em etc.), integra com valor
de objeto direto, a predicação de um verbo de significação relativa”.
De imediato poderíamos pensar: não seria o complemento relativo, já
que introduzido por preposição, um objeto indireto? Para a
Nomenclatura Gramatical Brasileira (NGB), sim.
A NGB considera apenas dois tipos de complemento verbal dos verbos
transitivos:

Objeto direto

Objeto indireto
Essa é a subdivisão oficialmente adotada para o estudo dos verbos e
seus complementos, sendo a que encontramos nas gramáticas
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escolares e nos livros didáticos.
No entanto, gramáticos como Rocha Lima trabalham com outra
distinção e argumentam que o complemento relativo se distingue
nitidamente do objeto indireto por duas circunstâncias:
1. Por não se tratar de pessoa ou coisa a que se destina a ação.
2. Por não corresponder às formas pronominais átonas de 3ª pessoa
lhe, lhes, mas às formas tônicas ele, eles, ela, elas, precedidas de
preposição.
Exemplos:
1. Assistir a um filme
2. Depender do juiz
3. Precisar de
vistorias
4. Anuir a uma
decisão
5. Gostar de carros
�. Reparar nos
detalhes
1. Assistir a ele
2. Depender dele
3. Precisar delas
4. Anuir a ela
5. Gostar deles
�. Reparar neles
Resumindo, o complemento relativo tem valor de objeto direto porque é
o ser sobre o qual recai a ação verbal e jamais aceita as formas
pronominais átonas. Jamais substituímos “Vamos assistir a um filme”
por “Vamos assistir-lhe”. Pelo contrário, em vez da forma átona,
colocamos sempre a forma tônica do pronome: “Vamos assistir a ele”.
Concorrência de complementos: objetos e complemento de
relação
Evanildo Bechara (1986) é outro gramático e linguista que traz o
conceito de complemento relativo em sua gramática, mas apresenta
uma ligeira diferença na terminologia: em vez de complemento relativo,
usa complemento de relação.
Como sua gramática informa que foi feita com base na Nomenclatura
Gramatical Brasileira, Bechara sempre traz a indicação de que, para a
NGB, tal complemento é considerado objeto indireto.
Ao tratar das espécies de complementos verbais, destaca que há três
principais possibilidades de concorrência de complementos.
Primeira possibilidade
Sabemos, por exemplo, que um verbo transitivo pode vir acompanhado
de dois objetos. Desse modo, como primeira possibilidade de

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concorrência, Bechara aponta: Objeto indireto de pessoa (com o uso das
preposições a ou para) e objeto direto de coisa.
Exemplos:
Entreguei a prova ao delegado.
O fisco requisitou todos os dados ao contribuinte.
Todos os palestrantes agradeceram o convite aos organizadores
do congresso.
Comentário
Os verbos transitivos entregar, requisitar e agradecer receberam dois
complementos cada um. Notemos que prova, dados e convite são
objetos diretos de coisa e delegado, contribuinte e organizadores são
objetos indiretos de pessoa.
Segunda possibilidade
Objeto direto de pessoa e um complemento de relação (a que a NGB
chama objeto indireto). Por exemplo:
A paciente acusou o médico de abuso.
Os funcionários da clínica a ameaçaram de morte.
Comentário
Nesses exemplos, temos “de abuso” e “de morte” como complementos
relativos. Como objetos diretos, temos, respectivamente, “o médico” e o
pronome oblíquo átono “a”.
Terceira possibilidade
Objeto indireto de pessoa e complemento de relação (a que a NGB
chama de objeto indireto). Por exemplo:
Queixou-se de má condição de trabalho ao diretor.
Desculparam-se da ausência com os (aos) amigos.
Comentário
Aqui, o complemento relativo é “de má condição” e “da ausência” e os
objetos indiretos são, respectivamente, “ao diretor” e “com os amigos”.
Diante desse caso, poderíamos nos perguntar se haveria a possibilidade
de se construir uma oração com dois objetos indiretos, uma vez que a
NGB considera o complemento relativo um objeto indireto. A resposta é
sim.
Em virtude do cruzamento de diferentes construções podem aparecer
dois objetos diretos (hoje raramente) ou indiretos. Vejamos:
1. Rogar alguém que faça alguma coisa.
2. Ensinar a alguém a ler ou lembrar a alguém de alguma coisa.
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Outra observação se faz necessária: no complemento verbal coisa e
pessoa, pessoa e coisa e sua correspondência com objeto direto e
indireto, muitas combinações podem ocorrer, pois alguns verbos podem
admitir duas ou mais construções como:
Ensinar alguma coisa a
alguém
Ex.: O professor ensina cálculo
ao aluno.
Ensinar alguém a fazer
alguma coisa
Ex.: O professor ensina o aluno a
calcular.
Avisar alguma coisa a
alguém
Ex.: Eu avisei o dia do
vencimento da parcela a ele.
Avisar alguém de alguma
coisa
Ex.: Eu avisei o porteiro de que
iria chegar encomendas hoje.
Aconselhar alguma coisa a
alguém
Ex.: A empresa aconselhou a
adesão ao programa de
demissão voluntária aos
funcionários.
Aconselhar alguém a fazer
alguma coisa
E A lh
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Neste vídeo, vamos abordar o conceito de complemento relativo e as
possibilidades de concorrênciade complementos.
Agente da passiva
O entendimento do agente da passiva mobiliza, pelo menos, duas
noções: a de sujeito e a de vozes verbais. Vamos, então, a uma
brevíssima e fundamental recapitulação de conteúdos vistos ainda na
educação básica.
As vozes verbais e o sujeito
As vozes do verbo são três: ativa, passiva e reflexiva.
Ex.: A empresa aconselhou os
funcionários a aderir ao
programa de demissão
voluntária.
Perguntar alguma coisa a
alguém
Ex.: Perguntei o valor total da
compra ao fornecedor.
Perguntar alguém sobre
alguma coisa
Ex.: Perguntei o fornecedor sobre
o valor total da compra.
Voz ativa 
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Apresenta o sujeito como agente da ação verbal, ou seja, o
sujeito pratica a ação verbal.
Exemplos:
Eu plantei dez árvores recentemente.
Nós reconhecemos o seu esforço.
Os Estados Unidos cortaram as relações diplomáticas com
a Rússia.
Apresenta o sujeito como paciente, ou seja, o sujeito recebe a
ação expressa pelo verbo, por isso ele é passivo.
Exemplos:
Dez árvores foram plantadas por mim recentemente.
O seu esforço foi reconhecido por nós.
As relações diplomáticas com a Rússia foram cortadas
pelos Estados Unidos.
Esses três exemplos da voz passiva constituem exemplos da voz
passiva analítica, ou seja, aquela formada com um dos verbos
ser, estar ou ficar seguido de particípio. Há, contudo, outra
maneira de formar a voz passiva, a que chamamos voz passiva
sintética ou pronominal, formada pelo verbo acompanhado do
pronome oblíquo se, no caso, pronome apassivador.
Plantaram-se dez árvores.
Reconheceu-se o seu esforço.
Cortaram-se as relações diplomáticas com a Rússia.
Perceba que na voz passiva sintética o verbo concorda com o
sujeito paciente: se dez árvores foram plantadas, teremos de, na
voz passiva, colocar o verbo no plural seguido do pronome
apassivador se:
Plantaram-se dez árvores.
Apresenta o sujeito agente e paciente da ação verbal e é
formada de verbo seguido de pronome oblíquo de pessoa
idêntica à que o verbo se refere. Por isso, o verbo empregado na
voz reflexiva é chamado de pronominal.
Exemplos:
Eu me vesti rapidamente.
Ele se feriu sem perceber.
Voz passiva 
Voz reflexiva 
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As crianças se enfeitavam para a festa.
É importante você também saber que há verbos que possuem sentido
passivo, como, por exemplo, o verbo receber: “Os alunos receberam o
diploma”. Embora denote passividade do sujeito, a voz do verbo é ativa.
Caso passássemos para a passiva, ficaria: “O diploma foi recebido pelos
alunos”, ou seja, a passividade do sujeito nem sempre corresponde à
voz passiva.
Agora avancemos para o agente da passiva.
Caracterizando o agente da passiva
Se na voz ativa a atividade verbal parte do sujeito e se dirige para o
objeto; na voz passiva, a atividade verbal é recebida pelo sujeito e parte
do agente da passiva.
O agente da passiva designa o ser que pratica a ação recebida ou
sofrida pelo sujeito.
Ele sempre é regido de preposição de e por. Por exemplo:
As boas lembranças foram esquecidas por nós.
Por quem eles foram atingidos?
Todas as fronteiras do território nacional são monitoradas pela
Polícia Federal.
Nessas três orações, os agentes da passiva são, respectivamente, por
nós, por quem e pela Polícia Federal.
Se fosse necessário colocarmos essas orações na voz ativa, teríamos
como sujeitos: nós, quem e Polícia Federal, pois quando transformamos
uma oração na voz passiva em uma oração na voz ativa, o agente da
passiva passa a sujeito da oração. O verbo assume a forma ativa e o
sujeito se torna objeto direto. Por exemplo:
Nós esquecemos as boas lembranças.
Quem os atingiu?
A Polícia Federal monitora todas as fronteiras do território
nacional.
Atenção!
Só há voz passiva com verbos transitivos diretos ou verbos bitransitivos.
Por exemplo: o verbo precisar é transitivo indireto. Quando lemos placas
do tipo: “Precisa-se de vendedor com experiência”, a partícula se não é
um pronome apassivador e, sim, um índice de indeterminação do
sujeito, pois não é possível colocar verbos transitivos indiretos na voz
passiva. Não é possível dizermos “Vendedores com experiência são
precisos”. Tal afirmação, aliás, gera outro sentido, em que “precisos”
correspondem a “exatos”.
Por isso, nesse caso, o verbo não é flexionado, permanecendo sempre
na terceira pessoa do singular: “Precisa-se de costureiras”; jamais,
“Precisam-se de costureiras”.
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Com verbos transitivos diretos, precisamos estabelecer a concordância:
“Vende-se terreno” e “Aluga-se casa por temporada”, quando no plural, o
correto é: “Vendem-se terrenos” (= terrenos são vendidos) e “Alugam-se
casas de temporada” ( = casas de temporada são alugadas).
Muito bem, se o agente da passiva sempre é regido de preposição de e
por, apenas teremos um agente da passiva quando a voz passiva for
analítica, pois apenas na voz passiva analítica é que o agente da passiva
fica explícito.
Em: “Aluga-se casa” ou “Vende-se terreno” não há agente da passiva.
Nem mesmo quando transformamos em passiva analítica: “Casa é
alugada” ou “Terreno é vendido”, pois falta a informação do agente.
Neste vídeo, vamos explicar os conceitos de sujeito e vozes verbais para
compreensão da noção de agente da passiva.
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
1. Leia as afirmações a seguir:
I. Para a NGB, o complemento relativo equivale ao objeto indireto.
II. Segundo a NGB, o complemento de relação equivale a objeto
direto.
III. Segundo Rocha Lima, o complemento relativo tem valor de
objeto direto.
Está correto apenas o que se afirma em:
A I.
B II.
C III.
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Parabéns! A alternativa D está correta.
Há uma discordância entre o que determina a NGB e o que orienta
algumas gramáticas, como a de Rocha Lima, por exemplo. Para a
NGB, há dois tipos de complementos verbais: objeto direto e objeto
indireto. O complemento relativo, por ser mediado por preposição, é
considerado objeto indireto pela NGB. Já para Rocha Lima, o
complemento relativo tem função de objeto direto e se difere do
objeto indireto por duas razões: por não se tratar de pessoa ou
coisa a que se destina a ação e por não corresponder às formas
pronominais átonas de 3ª pessoa lhe, lhes, mas às formas tônicas
ele, eles, ela, elas, precedidas de preposição.
Questão 2
Sobre a oração: “Os cofres foram arrombados ontem à noite por
uma quadrilha altamente especializada”, é correto afirmar que
Parabéns! A alternativa B está correta.
O verbo arrombar não possui sentido passivo, pelo contrário. A
oração é que se encontra na voz passiva analítica. Como o agente
da passiva vem sempre acompanhado pelas preposições por ou de,
não é difícil encontrá-lo: “por uma quadrilha altamente
D I e III.
E II e III.
A
“os cofres” são agente da passiva, pois
desempenham a função de sujeito.
B
constitui agente da passiva “por uma quadrilha
altamente especializada”.
C
só é possível determinar o agente da passiva se a
oração for colocada na voz passiva sintética.
D
a oração está na voz ativa, por isso, não é possível
identificar o agente da passiva.
E o verbo arrombar possui sentido passivo.
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especializada” é o agente da passiva, pois é quem pratica a ação
verbal.
2 - Predicativo
Ao �nal deste módulo, você será capaz de reconhecer o predicativo do sujeito e o predicativo
do objeto na oração.
De�nição e tipos de predicativos
De�nição de predicativo
Predicativoé uma palavra muito parecida com predicado, não é mesmo?
Então, vamos definir predicado para que não haja confusão com o
predicativo.
Predicado é tudo o que se afirma sobre o sujeito. Na análise de uma
oração, quando retiramos o sujeito, o que resta é o predicado.
Há três tipos de predicados:
Predicado verbal
Exprime uma ação que o sujeito pratica ou sofre. O seu
elemento central é o verbo.
Exemplo: James Joyce escreveu o romance Ulysses entre 1914
e 1921.
Predicado nominal
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Exprime uma qualidade, estado ou condição. O seu elemento
central é um nome, a que chamamos de predicativo. O
predicativo pode ser um adjetivo ou substantivo que se refere a
outro nome (sujeito) da oração.
Exemplo: James Joyce era irlandês.
Predicado verbo-nominal
Exprime uma ação e, também, enuncia um estado, qualidade
ou condição. O predicativo pode se referir ao sujeito ou ao
objeto direto.
Exemplos:
Líamos James Joyce impactados. (predicativo do
sujeito).
Nomearam Joyce um dos mais importantes escritores do
século XX. (predicativo do objeto).
O predicativo é, portanto, um termo da oração que se encontra no
predicado nominal e no predicado verbo-nominal. Sua função é
caracterizar o sujeito ou os objetos direto e indireto com qualidades,
estados ou condições.
Por isso, existem dois tipos de predicativo:

Predicativo do sujeito

Predicativo do objeto
É comum o predicativo do sujeito ser mediado por um verbo que está ali
exclusivamente para fazer a ligação entre o sujeito e o predicativo. Não
à toa, o verbo que desempenha essa função chama-se verbo de ligação.
Antes de avançarmos no estudo do predicativo do sujeito, vamos
relembrar os verbos de ligação.
Principais verbos de ligação
Os verbos de ligação apresentam um estado permanente, passageiro,
de mudança, de continuidade ou de aparência do sujeito. Os mais
comuns são:
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Temos como exemplo as seguintes sentenças:
Ele é feliz. (estado permanente)
Ele está feliz. (estado transitório)
Ele ficou feliz. (estado de mudança)
Ele parece feliz. (estado de aparência)
Ele continua feliz. (estado de continuidade)
Nesses exemplos bastante simples, percebemos a função do verbo de
ligação. Ele serve para relacionar o sujeito com o predicado, mas não
possui função predicativa alguma. Ao ocultarmos cada verbo, a ideia
Ele/feliz permanece, porque o conteúdo semântico fundamental está no
núcleo nominal do predicado e não no verbo.
Ser
Estar
Ficar
Andar
Parecer
Tornar-se
Continuar
Permanecer
Virar
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Como costuma ocorrer em sintaxe, não há como decorar os verbos de
ligação. É preciso analisar o contexto de ocorrência, pois há verbos que
em determinados contextos funcionam como verbos de ligação e em
outros, como verbos comuns. Nas orações seguintes, temos dois
empregos diversos do verbo andar.
Ele anda feliz desde que recebeu a notícia.
Ele anda com dificuldade desde que fraturou o tornozelo.
No primeiro caso, o verbo andar funciona como verbo de ligação e
corresponde a “Ele está/ tem estado feliz ultimamente”. Já no segundo
exemplo, temos o verbo andar em seu sentido próprio, ou seja, o de
locomover-se com as pernas. O critério para traçar essa diferença é
semântico.
Veja outra sequência de exemplos:
Ele virou a noite. (VIROU = passou, atravessou)
Ele virou um monstro. (VIROU = tornou-se/ficou)
Ele virou a esquina. (VIROU = tomou outra posição)
Ele virou os bolsos. (VIROU = pôs do avesso, inverteu o lado)
Ele virou o disco ou a panqueca. (VIROU = inverteu a posição em
que estava)
Quando o verbo tem o seu sentido bem-marcado, ele não desempenha a
função de verbo de ligação. Pelo contrário, ele é fundamental ao bom
entendimento da oração.
Os verbos de ligação estabelecem um elo e a sua ausência
não inviabiliza por completo a compreensão da oração.
Façamos o teste nos exemplos dados e eliminemos o verbo!
Ele virou a noite.
Ele virou um
monstro.
Ele virou a
esquina.
Ele virou os
bolsos.
Ele virou o disco
ou a panqueca.
Ele - a noite.
Ele - um monstro.
Ele - a esquina.
Ele - os bolsos.
Ele - o disco ou a
panqueca.
Apenas a oração “Ele virou um monstro quando soube da verdade”
permanece inteligível, pois é nela que o verbo virar foi empregado como
verbo de ligação.
Neste vídeo, vamos explicar o conceito de predicativo, destacando sua
diferença em relação ao predicado e o papel dos verbos de ligação.

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Predicativo do sujeito e predicativo
do objeto
Predicativo do sujeito
Avancemos agora na compreensão dos dois tipos de predicativos: do
sujeito e do objeto.
O predicativo do sujeito é um dos termos integrantes da oração. É,
portanto, um termo fundamental na complementação do sentido da
oração.
Atenção!
Embora o predicativo do sujeito faça parte do predicado, a sua função é
qualificar o sujeito da oração. Um bom exemplo de predicativo do sujeito
é aquela costumeira fala, que tanto pode ser sincera quanto
dissimulada, proferida por quem está em posição privilegiada de alguma
hierarquia, que se resume em: “Eu não sou diretora da escola; eu estou
diretora” ou “Eu não sou presidente; eu estou presidente da companhia”.
Trata-se de um bom exemplo, pois essas orações apresentam dois
importantes verbos de ligação, que são ser e estar, seguidos de
predicativo do sujeito.
Pois bem, esse tipo de fala coloca em evidência o caráter transitório do
cargo, sendo usada como argumento de empatia. Veja:
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Ser
Em: “Eu não sou
diretora da escola”, o
verbo ser constitui um
verbo de ligação: eu -
não diretora da escola.
O verbo ser confere
condição permanente
ao sujeito da oração e,
no caso, ele está sendo
usado em uma frase
negativa.
Estar
Já o verbo estar confere
condição transitória ao
sujeito da oração e a
frase é afirmativa: “Eu
estou diretora da
escola”, que equivale a:
eu - diretora da escola.
Isso significa dizermos
que “diretora” ou
“presidente” são
predicativos do sujeito.
O núcleo do predicado nunca será o verbo de ligação, e sim o nome que
está sendo ligado ao sujeito pelo verbo.
Vamos comparar outros casos:
Eu fui pesquisador.
Ele era cardíaco.
Nós somos mães.
Tais afirmações possuem valor permanente, não é mesmo?
Agora, quando dizemos:
Eu estou ansioso.
Ele está atento.
Nós estamos esperançosas.
Tais afirmações indicam, claramente, um estado transitório.
Em todos esses casos, os verbos ser e estar introduzem um predicativo,
que modifica o sujeito da oração, conferindo-lhe uma qualidade, estado
ou condição. Para isso, foram usados tanto substantivos (pesquisador,
mães) quanto adjetivos (ansioso, atento, esperançosas).
São igualmente exemplos de predicativos do sujeito esta próxima
sequência:
A série parece original. O elenco e as atuações permaneceram
excelentes e a segunda temporada foi um sucesso.
Na primeira oração, o estado do sujeito é de aparência; na segunda e na
terceira orações, de permanência. Em destaque, os nomes original e
excelentes (adjetivos) e sucesso (substantivo), desempenhando a
função de predicativos do sujeito.
Vamos prosseguir para a compreensão do predicativo do objeto.
Predicativo do objeto

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No predicado verbo-nominal, como já sabemos, o predicativo tanto pode
se referir ao sujeito quanto ao objeto direto.
O predicativo do objeto exprime uma qualidade, estado ou condiçãoacerca do objeto direto ou indireto da oração. Ele pode ser um
substantivo ou um adjetivo, uma locução substantiva ou uma locução
adjetiva. Predicativo do objeto é o núcleo nominal do predicado.
Exemplos de predicativo do objeto direto:
O Supremo Tribunal Federal declarou o réu culpado.
O Tribunal de Contas da União considerou os relatórios
incompletos.
A Câmara dos Deputados condenou discursos de homofobia.
Os verbos declarar, considerar e condenar são transitivos diretos e, por
isso, pedem o objeto direto como complemento. Sendo assim, réu é
objeto direto de declarou; relatórios é objeto direto de considerou e
discursos é objeto direto de condenou.
Esses três objetos diretos foram modificados pelos adjetivos “culpado”
e “incompletos” e pela locução adjetiva “de homofobia”, que
corresponde ao adjetivo homofóbico.
Exemplos de predicativo do objeto indireto:
Chamaram-lhe de fora da lei.
Necessito de esportes de fim de semana.
Precisamos de você animada.
Aqui, temos verbos transitivos indiretos: chamar, necessitar e precisar,
cujos objetos indiretos são, respectivamente, “lhe” (= a ele/ ela),
“esportes” e “você”.
“Fora da lei” e “fim de semana” são locuções substantivas que dão
características ao objeto indireto, assim como o adjetivo “animada”.
Desempenham, portanto, a função de predicativos do objeto que, no
caso, é indireto.
Para os gramáticos que defendem não se tratar de objeto indireto o que
não pode ser substituído por lhe, como vimos ao estudarmos o
complemento relativo, não há predicativo do objeto indireto, apenas do
objeto direto.
Atenção!
Excepcionalmente, o verbo chamar pode pedir predicativo do objeto
indireto. Ainda assim, Celso Cunha (1986, p. 203) cita referências
importantes, como Epifânio Dias, Ribeiro de Vasconcelos e Martins de
Aguiar, que consideram o lhe, nesse caso, objeto direto.
Para finalizarmos, vamos a algumas observações importantes:
Ambos os predicativos, do sujeito ou do objeto, podem vir
precedidos de preposição. Por exemplo:
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O advogado de defesa classificou o argumento de
inconsistente.
A estátua avariada era de marfim.
O predicativo do sujeito concorda em gênero e número com o
sujeito. O predicativo do objeto concorda em gênero e número
com o objeto a que se refere, como é possível perceber em
todos os exemplos dados.
Nos casos em que o verbo ser e estar são impessoais, eles
continuam, da mesma forma, sendo verbos de ligação e vêm
acompanhados de um predicativo.
Era tarde.
São quatro horas.
De repente ficou escuro.
Está frio.
Neste vídeo, vamos explicar e exemplificar a noção de predicativo do
sujeito e predicativo do objeto. Acompanhe conosco e esclareça suas
dúvidas sobre esse importante conceito da gramática.
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
A classificação de um verbo depende da situação em que se acha
empregado na oração. De acordo com os vários sentidos que
podem assumir, muitos verbos ora entram no grupo dos verbos de
ligação, ora são intransitivos, ora são transitivos diretos ou
indiretos. Assinale a alternativa em que o verbo “passar” emprega-
se como verbo de ligação.
A Ela passou a CEO em dois anos.
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Parabéns! A alternativa A está correta.
Em “Ela passou a CEO em dois anos”, o verbo passar está no
sentido de tornar-se, portanto, funciona como verbo de ligação
entre o sujeito e o predicativo do sujeito (CEO). Já nos outros casos,
o verbo passar encontra-se como: transitivo indireto (passou pela
fronteira) com sentido de atravessar; verbo intransitivo (A chuva
passou) com o sentido de acabar; transitivo direto (passar doenças)
com o sentido de transmitir; transitivo direto e indireto (passou a
bola para o adversário) com o sentido de transferir algo a alguém.
Questão 2
Assinale a alternativa que traz a correta associação entre o termo
em destaque e a sua função sintática:
B A embarcação passou pela fronteira.
C A chuva passou.
D O jogador passou a bola para o adversário.
E
Proteger-se é fundamental para si próprio e para não
passar doenças a outras pessoas.
A
Os detidos permaneceram imóveis. (predicativo do
sujeito)
B
Os imóveis foram vendidos ainda na planta.
(predicado)
C
Não gosto de semblantes imóveis. (predicativo do
sujeito)
D
Encontrei imóveis as crianças. (predicativo do
sujeito)
E
A posse dos imóveis desapropriados já foi liberada.
(predicativo do objeto)
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Parabéns! A alternativa A está correta.
A alternativa que traz a correta associação é a que aponta como
predicativo do sujeito a oração “Os detidos permaneceram
imóveis”, pois “imóveis” caracteriza o sujeito “detidos” e a ele se
articula com o verbo de ligação “permanecer”. Já as orações “Não
gosto de semblantes imóveis” e “Encontrei imóveis as crianças”
são, ambas, exemplos de predicativo do objeto, pois “imóveis”
qualifica, respectivamente, o objeto indireto “semblantes” e o objeto
direto “crianças”. Em “A posse dos imóveis desapropriados já foi
liberada”, “imóveis” é complemento nominal de “posse” e, por fim,
em “Os imóveis foram vendidos ainda na planta”, “imóveis” é
apenas sujeito da oração.
3 - Complementos nominais e adjunto adverbial
Ao �nal deste módulo, você será capaz de reconhecer os complementos nominais e o adjunto
adverbial na oração.
Os complementos nominais
A transitividade nos nomes
A transitividade não é prerrogativa apenas dos verbos. Há também
nomes, como substantivos, adjetivos e advérbios, que são transitivos, ou
seja, solicitam um complemento para que obtenham um sentido
completo e sejam satisfatoriamente expressos. Quando isso acontece,
estamos diante de um complemento nominal.
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O complemento nominal é um termo integrante da oração
que se relaciona diretamente com outro nome.
Observemos como alguns substantivos, adjetivos e advérbios regem
complementos introduzidos por preposições, à semelhança do que
ocorre com os verbos. Aqui, a lista será curta, mas há gramáticas que
trazem muitos exemplos. Basta consultá-las na parte reservada aos
estudos de regência nominal.
admiração a, por
aversão a, para, por
atentado a, contra
bacharel em
capacidade de, para
devoção a, para com, por
doutor em
dúvida acerca de, em, sobre
horror a
impaciência com
medo a, de
obediência a, respeito a, com, para com
respeito a, com, para com, por
acessível a
acostumado a, com
agradável a
ansioso de, para, por
capaz de, para
compatível com
contrário a
descontente com
equivalente a
fácil de
favorável a
grato a, por
impróprio para
necessário a
prejudicial a
relacionado com
relativo a
Substantivos 
Adjetivos 
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acima de
atrás de
através de
dentro de
detrás de
junto de, a
longe de
perto de
próximo de
Todo elemento que é colocado diante desses nomes, a fim de
complementá-los, exerce a função de complemento nominal.
Por exercer função substantiva da oração, o núcleo do complemento
nominal é, em geral, um substantivo, podendo também ser um pronome
substantivo, um numeral substantivo ou qualquer palavra desde que
substantivada.
Agora, vamos conferir como o complemento nominal se manifesta na
oração.
O complemento nominal na oração
Casamento.
Em cerimônias de casamento, por exemplo, é comum ouvirmos o
seguinte juramento:
Prometo ser-lhe fiel em todos os momentos: na alegria e na tristeza, na
saúde e na doença, na pobreza e na riqueza até que a morte nos separe.
Qual éa função do pronome lhe nesse caso?
“Ser-lhe fiel” equivale a dizermos “Ser fiel a você”, não é mesmo? Ao
noivo ou à noiva. Fiel é um adjetivo que solicita um complemento. Ser
fiel a alguém, a alguma causa ou crença etc.
Se lhe complementa o adjetivo fiel, lhe é um pronome substantivo que
desempenha a função de complemento nominal e o adjetivo fiel atua,
Advérbios 
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sintaticamente, como núcleo do predicativo do sujeito.
Veja esta oração:
A realização do casamento é fundamental a algumas culturas.
Temos dois nomes que pedem complemento: o substantivo “realização”
e o adjetivo “fundamental”. São complementados, respectivamente, por
“do casamento” e “a algumas culturas”.
Caso não complementássemos esses dois nomes com os devidos
complementos nominais, teríamos uma oração absolutamente
deficiente: “A realização é fundamental”, pois estamos diante de nomes
transitivos, ou seja, que exigem complemento.
Agora, confira o seguinte enunciado:
A leitura de textos clássicos seria imprópria para crianças?
Nessas duas orações, há dois nomes que solicitam complementos. O
primeiro deles é o substantivo “leitura” e o segundo é o adjetivo
“imprópria”. Caso eles não recebessem os respectivos complementos
nominais que receberam: “de textos clássicos” e “para crianças”,
teríamos uma frase interrogativa muito vaga: “A leitura seria imprópria?”.
De imediato, perguntaríamos: “A leitura de quê?”. Se a resposta fosse,
por exemplo, “A leitura de textos clássicos”, ainda assim, o sentido
ficaria estranho e insatisfatório, pois sabemos que ler os clássicos é
muito bom.
Seria necessário outro esclarecimento: “Imprópria para quem?”.
Saiba mais
É importante considerarmos a possibilidade de uso dos nomes sem a
necessidade do complemento nominal. Em: “A leitura faz bem” ou a
“Hoje a água está imprópria” são frases satisfatórias, sobretudo, se
estivermos em uma biblioteca ou em uma praia.
Nem sempre é necessário complementar o sentido de um nome, mas,
caso seja, será feito por um complemento nominal, que é dos termos
integrantes da oração.
Neste vídeo, vamos explicar a noção gramatical de complemento
nominal, destacando a transitividade dos nomes e a manifestação do
complemento nominal na oração.
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Adjunto adverbial
Termo acessório da oração
O adjunto adverbial é um termo acessório da oração, desempenhando a
função de modificador do verbo.
Dizer que o termo é acessório não significa que ele
seja dispensável, pelo contrário, quando a oração o
solicita é porque ele é fundamental para a
comunicação satisfatória.
Na verdade, ele se classifica como acessório simplesmente porque não
faz parte da estrutura básica da oração, cuja organização se dá em
torno de um verbo e dos nomes que se ligam a ele.
Se o complemento nominal exerce uma função substantiva na oração,
como vimos há pouco, o adjunto adverbial exerce uma função adverbial
na oração. Essa função sintática é desempenhada pelos:
Advérbios
Fundamentalmente,
expressam as
circunstâncias do que
se expressa na oração.
Locuções verbais
Fazem a mesma coisa,
mas, como são
locuções, elas se
apresentam na forma
de expressões
formadas por duas ou
mais palavras.
Ontem é um advérbio. Já a expressão equivalente no dia anterior não é
advérbio. Ela é composta por preposição + artigo (em + o = no),
substantivo (dia) e adjetivo (anterior), no entanto, ela possui valor
adverbial. Trata-se de uma locução adverbial de tempo, tal como ontem
é um advérbio de tempo. Morfologicamente, pertencem a classes
gramaticais diferentes. Sintaticamente, ambos podem desempenhar a
mesma função na oração, a de adjunto adverbial.
Eis algumas circunstâncias que os adjuntos adverbiais podem
expressar:

A�rmação
Sim, com certeza, irei.
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Negação
Nunca acreditei em
investimentos com rendimentos
milagrosos.
Dúvida
Talvez desista de sair.
Finalidade
Aprontei-me para a entrevista.
Meio
Voltei de carro.
Companhia
Fomos viajar com a família toda.
Concessão
O coquetel aconteceu apesar
dos imprevistos.
Assunto
Discutiram sobre meio
ambiente.
Condição
Esse valor não é liberado sem
autorização do banco.
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Ocorrência do advérbio na oração
Agora, vamos a exemplos de como o adjunto adverbial se manifesta na
oração.
Veja a seguinte oração:
No interior do Brasil, muitos indígenas ainda morrem de gripe.
Eis um exemplo que ilustra a importância do adjunto adverbial, pois é ele
o responsável por indicar as circunstâncias em que o processo verbal se
desenvolve.
Se considerarmos apenas os termos essenciais da oração, ou seja, a
sua estrutura básica formada por sujeito e predicado, teríamos uma
afirmação genérica que pouco ou nada comunicaria: “Muitos indígenas
morrem”. É por meio do adjunto adverbial que sabemos, por exemplo, a
respeito do lugar onde se desenvolve a ação verbal: “No interior do
Brasil” (locução adverbial de lugar).
Também somos informados acerca das circunstâncias temporais. O
adjunto adverbial “ainda” (advérbio de tempo) pressupõe uma ação
Instrumento
Costuramos toda a roupa à mão.
Causa
Com a crise, os preços subiram.
Intensidade
O dólar está muito alto.
Lugar
Morei em Taubaté.
Tempo
Neste inverno, as temperaturas
serão amenas.
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verbal que se mantém no presente, mas que fora iniciada no passado.
Ocupando a posição final da oração, encontramos um terceiro adjunto
adverbial que esclarece a causa da morte, indicada pela locução
adverbial “de gripe”.
É fundamental, quando se busca identi�car o adjunto
adverbial e o seu papel na oração, atentar para o verbo.
Todas as circunstâncias que vimos se ligam diretamente ao verbo
morrer. O prefixo –ad, presente tanto em adjunto quanto em adverbial,
designa direção, aproximação, isto é, próximo ao verbo ou direcionado
ao verbo.
Veja o seguinte enunciado:
Cheguei pontualmente ao anfiteatro. Um dos palestrantes leu
apressadamente o seu trabalho e saiu do evento com indiferença.
Aqui há três orações, formadas em torno de três verbos: chegar, ler e
sair. Os dois primeiros verbos foram modificados por advérbios de
tempo e modo e o terceiro, por uma locução adverbial também de
modo. Confira:
Afirmar que chegou ao anfiteatro é diferente de dizer que chegou
pontualmente, não é mesmo? Trata-se de uma informação a
mais que, a depender do contexto, pode ser muito relevante.
Chegar na hora, chegar no horário marcado, chegar em cima da
hora, chegar atrasado ou chegar na semana seguinte são noções
adverbiais e, na oração, desempenham a função sintática de
adjunto adverbial.
O modo como se lê algo também faz diferença. No exemplo
dado, o palestrante leu de modo apressado, leu depressa, leu
com pressa, leu apressadamente. Podemos ler com entusiasmo,
com dificuldade, como também ler fluentemente um texto. Trata-
se, em todos esses casos, de noções adverbiais que inserimos
na estrutura básica da oração e que atuam sobre o verbo, a fim
de esclarecer como se deu a ação verbal.
Por fim, sair com indiferença, sair à francesa, sair em silêncio,
sair silenciosamente ou alegremente são modos possíveis de
Chegar 
Ler 
Sair 
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sairmos de um lugar. Em todos esses exemplos, o verbo é
modificado pelos adjuntos adverbiais.
Os advérbios terminados em –mente, em geral, são advérbios de modo,
pois exprimem o modo comoalgo se deu: de modo alegre =
alegremente; de modo oportuno = oportunamente; de modo definitivo =
definitivamente. Mas também podem expressar circunstâncias de
tempo, como pontualmente, ultimamente, diariamente, anualmente etc.
O adjunto adverbial também atua sobre o adjetivo e sobre o próprio
advérbio.
Confira mais este enunciado!
Suas atividades estão muito alinhadas com a visão da nossa
instituição de ensino.
O aluno passou muito mal.
Aqui, temos o advérbio “muito” conferindo intensidade tanto ao adjetivo
“alinhadas”, que é o núcleo do predicativo do sujeito, quanto ao advérbio
“mal”, que é núcleo do adjunto adverbial de modo. Sintaticamente,
“muito alinhadas” e “muito mal” são adjuntos adverbiais.
Para finalizarmos, duas observações importantes:
1. os advérbios são invariáveis (O aluno passou muito mal/ Os
alunos passaram muito mal), ou seja, não vão para o plural;
2. possuem muita mobilidade no interior da oração (Não vou
trabalhar hoje/ Hoje não vou trabalhar/ Não vou, hoje, trabalhar).
Neste vídeo, vamos abordar o conceito de advérbio como termo
acessório da oração e sua manifestação na oração.
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Leia as orações a seguir:
I. É insalubre morar perto de áreas industriais.
II. A aquisição da casa própria é sempre a realização de um sonho.
III. Ser fiel a si mesmo é fundamental à saúde mental.
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É correto afirmar que há mais de um complemento nominal
Parabéns! A alternativa E está correta.
Há complementos nominais em todas as orações, sendo que a II e
a III apresentam dois complementos nominais cada uma. Em II:
“aquisição da casa própria” e “realização de um sonho”. Em III: “fiel
a si mesmo” e “fundamental à saúde mental”. Já em I, há apenas
um complemento nominal: “perto de áreas industriais”.
Questão 2
Assinale a alternativa em que há um adjunto adverbial que expresse
circunstância de lugar.
A apenas na alternativa I.
B apenas na alternativa II.
C apenas na alternativa III.
D nas alternativas I e II.
E nas alternativas II e III.
A
O meio ambiente envolve todos os elementos
físicos, químicos e biológicos que estão ligados aos
seres vivos.
B
O meio ambiente é constituído por todos os fatores
presentes nas quatro camadas da Terra: litosfera,
atmosfera, hidrosfera e biosfera.
C
A conservação ambiental precisa urgentemente de
ações humanas mais sustentáveis.
D
No Brasil, o meio ambiente é defendido por lei na
Constituição Federal e pelo Ministério do Meio
Ambiente.
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Parabéns! A alternativa D está correta.
A única alternativa possível é a que inicia com o adjunto adverbial
de lugar “No Brasil...”. Também é adjunto adverbial, mas de tempo, a
locução adverbial “Desde a década de 1970” e o advérbio
“urgentemente”. Já nas demais alternativas não há adjunto
adverbial.
4 - Aposto e vocativo
Ao �nal deste módulo, você será capaz de reconhecer o aposto e o vocativo como termos da
oração.
Conceito e tipos de aposto
De�nição de aposto
O aposto é um termo acessório da oração que serve para ampliar,
explicar, individualizar, desenvolver ou resumir outro termo (substantivo
ou pronome). Ele tem caráter nominal, ou seja, exerce uma função
substantiva na oração e equivale sintaticamente ao termo ao qual se
refere.
Vamos a um exemplo!
Annie Ernaux, vencedora do Prêmio Nobel de Literatura de 2022,
exerceu por muitos anos a profissão de professora de francês.
E
Desde a década de 1970, os encontros para a
discussão sobre o meio ambiente são
desenvolvidos.
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Afirmar que o aposto equivale sintaticamente ao termo ao qual se refere
significa dizer que o aposto e o substantivo ao qual se justapõe
designam sempre o mesmo ser. “Annie Ernaux” é a “vencedora do
Prêmio Nobel de Literatura de 2022” e a “vencedora do Prêmio Nobel de
Literatura de 2022” é “Annie Ernaux”.
Em geral, o aposto é isolado por vírgulas.
Vamos conferir um exemplo a seguir:
Foi do pai, Johann, que Beethoven recebeu suas primeiras lições
de música. Sua mãe, Maria Magdalena Keverich (1746–1787), era
filha do chefe de cozinha do príncipe da Renânia.
Na frase o pai = Johann e a mãe = Maria Magdalena Keverich.
Há apenas um tipo de aposto em que não usamos vírgula: o aposto que
individualiza o ser. Vejamos os exemplos!
O romance Perto do Coração Selvagem foi publicado em 1943.
O cantor Gilberto Gil tomou posse aos 79 anos na Academia
Brasileira de Letras.
O rio Ganges é um dos vinte maiores rios do mundo.
O arquiteto brasileiro Oscar Niemeyer foi considerado uma das
figuras-chave no desenvolvimento da arquitetura moderna.
Os termos destacados são substantivos próprios que funcionam como
aposto especificativo dos substantivos comuns romance, cantor, rio,
arquiteto.
Vamos considerar agora estes exemplos:
A cidade de Roma é a capital da Itália.
O dia de domingo é considerado o último da semana pelos
cristãos.
Nesse caso, é importante diferenciar quando há ou não identificação
entre os termos. Roma e cidade se identificam, pois Roma é uma cidade;
dia e domingo também, pois domingo é um dos dias da semana.
Não devemos nos confundir com construções do tipo:
Os restaurantes de Roma são geralmente tradicionais.
Os programas de domingo são os mais cansativos.
Nesse caso, o que temos são locuções adjetivas que equivalem aos
adjetivos romanos e dominicais. Não há identificação entre restaurante
e Roma nem entre programas e domingo, pois Roma não é restaurante
nem domingo são programas.
Tipos de aposto
Há vários tipos de aposto que se diferenciam pela relação que
estabelecem com o termo ao qual se referem. Podemos classificar o
aposto em:
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Por exemplo:
A metáfora, figura de linguagem responsável por
comparações implícitas, relaciona elementos semânticos,
relativos ao significado, que apresentem semelhanças.
Por exemplo:
Conhecemos a Era Clássica na literatura e nas artes aos
estudarmos três importantes escolas: o Classicismo, o
Barroco e o Arcadismo.
Contudo, há uma observação: entre o substantivo fundamental e
o aposto podem aparecer locuções explicativas, como: isto é, a
saber, por exemplo, dentre outras.
Por exemplo:
As virtudes teologais, a saber, a fé, a esperança e a
caridade, foram baseadas em um texto do apóstolo Paulo.
Por exemplo:
O romance Esaú e Jacó de Machado de Assis tem como
protagonistas dois irmãos gêmeos. Pedro e Paulo são
idênticos na aparência, mas opostos em tudo; este é
republicano e decide cursar direito em São Paulo, aquele é
monarquista e faz medicina no Rio de Janeiro.
Por exemplo:
Tenho apenas um medo na vida: perder a memória.
Por exemplo:
Explicativo 
Enumerativo 
Distributivo 
Oracional 
Recapitulativo ou resumidor 
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Parentes, amigos, colegas de trabalho, ninguém
compareceu presencialmente à formatura.
Os candidatos aprovados estavam ainda na cidade, o que
facilitou a convocação.
Observação: Em geral, o elemento sintetizador é um pronome
indefinido (tudo, nada, ninguém, alguém, quem, algo), fato, o
mais, o restante etc. podem igualmente a mesma função.
Exemplo:
Os preços das passagens aéreas subiram muito, fato que me
impediu de viajar nas últimas férias.
Por exemplo:
A angústia humana, um poço sem fundo, é constitutiva na
nossa condição.
Como podemos observar, o aposto, em qualquer das relações que
estabeleça com o(s) substantivo(s) ou o pronome(s) que o antecede(m),
é um importanterecurso de clareza ou elemento de realce na oração.
Neste vídeo, vamos falar sobre aposto – um termo que pode causar
confusão em muitas pessoas quando se trata de gramática. Vamos
tratar da noção de aposto e dos seus tipos, destacando alguns
exemplos.
Vocativo
De�nição de vocativo
Vocativo é um termo que nomeia o interlocutor a quem se dirige a
palavra, que pode ser alguém ou coisa personificada. Trata-se de um
termo independente da oração, pois não pertence nem ao sujeito nem
ao predicado. Serve apenas para chamar.
Comparativo 
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Como desempenha função substantiva na oração, o
vocativo é sempre formado por substantivos,
pronomes, numerais substantivos ou qualquer palavra
substantivada. Em muitos casos, o vocativo vem
antecedido pela interjeição ó.
O vocativo possui uma função gramatical usada a todo instante nos
textos escritos e falados do cotidiano, além de ser um importante
elemento estilístico e apelativo.
Atendente de loja.
Mal chegamos a uma loja ou prestadora de serviços e já nos perguntam
como nos chamamos. Isso ocorre porque quando interrompemos uma
narração, uma conversa, um discurso, ou qualquer tipo de texto para nos
dirigirmos diretamente ao ouvinte ou leitor, produzimos um efeito maior
de subjetividade entre ambos.
Na estilística, o vocativo corresponde à figura de pensamento
denominada apóstrofe. A apóstrofe funciona como um recurso
expressivo que, em geral, é usado nos textos literários para acentuar
afetividade, proximidade, intimidade ou atenção maior do leitor, como
tanto gostava de fazer Machado de Assis, como para invocar deuses,
musas, exércitos, amores, estados de alma na poesia épica ou lírica,
bem como chamar personagens nas narrativas e textos dramáticos.
Usos do vocativo
Na fala, ele se expressa pelo chamamento. Sempre quando chamamos
alguém pelo seu nome ou função, título ou pronome de tratamento,
apelido ou que seja um xingamento, estamos usando o vocativo.
Confira alguns exemplos!
Pai, pode vir me buscar?
Não grite, idiota!
Totó, desça daí!
Não entendi, Daniel.
Crianças, agora já podem sair.
O que eu fiz, meu Deus, para merecer isso?
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Em textos escritos, usamos o vocativo em correspondências, como os
e-mails e cartas comerciais, em documentos empresariais, como os
memorandos e as comunicações internas, também nos ofícios da
correspondência oficial, bem como em documentos administrativos,
como comunicados, bilhetes, circulares, requerimentos.
Exemplo 1 - Requerimento
Senhor Diretor da Faculdade de Economia da UFRJ:
Nair de Souza, aluna regularmente matriculada no segundo semestre de
Economia desta Universidade, vem requerer o trancamento de sua
matrícula, em virtude de problemas de saúde.
[...]
(GOLD, 2005, p. 132)
Exemplo 2 - E-mail
Olá, Tutores, boa tarde!
Passando para compartilhar dois arquivos com orientações sobre o
SAVA e SEC.
Em breve enviaremos mais novidades e atualizações.
Diretoria de Operações Digitais
O vocativo deve sempre vir isolado por algum tipo de pontuação. Pode
ser isolado por vírgulas, como no exemplo 2, e pode ser isolado por dois
pontos, como no exemplo 1. Pode igualmente receber um ponto de
exclamação ou de interrogação, a depender do contexto. O importante é
separá-lo do restante do conteúdo frasal.
Confira os exemplos de vocativo e o emprego da pontuação!
Podemos remarcar a defesa, professora?
Parabéns pelo excelente trabalho, pessoal!
Posso ligar para o senhor se eu precisar, Dr. Carlos?
Bom dia, Juliana e Carla!
Agora, vejamos alguns exemplos de como o vocativo, em forma de
apóstrofe, se manifesta na literatura.
Senhor Deus dos desgraçados!
Dizei-me vós, Senhor Deus,
Se eu deliro... ou se é verdade
Tanto horror perante os céus?!...
Ó mar, por que não apagas
Co'a esponja de tuas vagas
Do teu manto este borrão?
02/05/2024, 18:24 Termos da oração
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Astros! noites! tempestades!
Rolai das imensidades!
Varrei os mares, tufão! ...”
(ALVES, 2007, p. 16)
Este é um fragmento do poema O navio negreiro, de Castro Alves, poeta
do Romantismo brasileiro.
Deus.
O eu lírico invoca Deus para dizer se o horror que ele vê é verdadeiro.
Também clama a vários elementos da natureza, como o mar, os astros,
as noites e as tempestades para rolarem das imensidades e pede ao
tufão que varra os mares a fim de acabar com a infâmia que era o tráfico
humano.
Todos esses nomes em destaque são chamamentos em tom de clamor,
vocativos e, portanto, apóstrofes que brotam do interior do texto lírico.
Nos diálogos dos textos dramáticos, assim como nas conversas do
cotidiano, os interlocutores se referem uns aos outros pelos nomes ou
por qualquer outra forma de chamamento.
Exemplo:
“JOÃO GRILO – E você não estava com os braços amarrados, Chicó?
CHICÓ – João, na hora do aperto, dá-se um jeito a tudo!”
(SUASSUNA, 2005, p. 44)
Nesse exemplo de O auto da Compadecida, os personagens principais,
Chicó e João Grilo, chamam um ao outro pelo nome próprio.
Vamos concluir em grande estilo – e com mais vocativos – com
citações do romance Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado
de Assis.
O autor do Realismo brasileiro invoca com frequência o leitor em seus
contos e romances. Trata-se evidentemente de um recurso de
metalinguagem, pois nos faz lembrar da nossa condição de leitor diante
de uma obra de ficção, além de conferir certo humor à narrativa.
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A minha ideia, depois de tantas
cabriolas, constituíra-se ideia fixa.
Deus te livre, leitor, de uma ideia fixa;
antes um argueiro, antes uma trave
no olho [...]
(ASSIS, 1971, p. 18)
No interior de suas narrativas, Machado de Assis também costumava
inserir outros gêneros textuais, dentre eles, o bilhete, como este
endereçado ao próprio Brás Cubas:
Meu bom amigo,
Dona Plácida está muito mal. Peço-
lhe o favor de fazer alguma coisa
por ela; mora no Beco das
Escadinhas; veja se alcança metê-la
na misericórdia.
Sua amiga sincera
(ASSIS, 1971, p. 161)
Dessa forma, percebemos o uso necessário e constante do vocativo
tanto na vida quanto na ficção, pois explicitar a quem nos dirigimos à
palavra é fundamental à comunicação e à interação linguística.
Neste vídeo, vamos explicar o conceito de vocativo e analisar seu
emprego na comunicação e em obras literárias.
Falta pouco para atingir seus objetivos.
02/05/2024, 18:24 Termos da oração
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Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Assinale a alternativa que contém, respectivamente, um aposto e
um vocativo.
Parabéns! A alternativa D está correta.
“Meu caro”, “pessoal do grupo”, “mãe” e “meus queridos amigos”
são vocativos. “Tudo é terra e da terra”, “servidor do Estado como
agente da lei”, “médico psiquiátrico antigo”, “jornal O Estado de São
Paulo” e “paz, amor e vocês ao meu lado” são apostos. A única
alternativa que se apresenta da forma como o enunciado da
questão solicita é “Você sabe onde o jornal “O Estado de São Paulo”
foi guardado, mãe?”, com o aposto especificativo “O Estado de São
Paulo”, aliás, o único que não pontuado com vírgulas, seguido do
vocativo “mãe”.
Questão 2
Leia com atenção os seguintes trechos do romance Memórias
póstumas de Brás Cubas:
I. “Já o leitor compreendeu que era a Razão que voltava a casa, e
convidava a Sandice para sair, clamando, e com melhor jus, as
A
Homens, animais e árvores, meu caro, tudo é terra e
da terra.
B
O delegado, servidor do Estado como agente da lei,
é um profissional concursado e graduado em
Direito.
C
Pessoal do grupo, o dr. Aquiles, médico psiquiátrico
antigo na cidade,passou a atender em sua própria
residência.
D
Você sabe onde o jornal “O Estado de São Paulo” foi
guardado, mãe?
E
Meus queridos amigos, só queria três coisas na
vida: paz, amor e vocês ao meu lado.
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palavras de Tartufo [...]." (ASSIS, 1971, p.27)
II. “Não, alma sensível, eu não sou cínico, eu fui homem; meu
cérebro foi um tablado em que se deram peças de todo gênero, o
drama sacro, o austero, o piegas, a comédia louçã, a desgrenhada
farsa, os autos, as bufonerias, um pandemônio, alma sensível, uma
barafunda de coisas e pessoas, em que podias ver tudo, [...].”
(ASSIS, 1971, p. 66)
III. “Começo a arrepender-me deste livro. Não que ele me canse; eu
não tenho que fazer; e, realmente, expedir alguns magros capítulos
para esse mundo sempre é tarefa que distrai um pouco da
eternidade. Mas o livro é enfadonho, cheira a sepulcro, traz certa
contração cadavérica; vício grave, e aliás ínfimo, porque o maior
defeito deste livro és tu, leitor. Tu tens pressa de envelhecer, e o livro
anda devagar [...]” (ASSIS, 1971, p. 102)
Encontramos o uso do vocativo em quais fragmentos?
Parabéns! A alternativa E está correta.
Embora no fragmento I apareça o substantivo leitor, ele não
constitui um chamamento. Ele está como sujeito da oração, ou seja,
como um termo essencial e não como um vocativo. Já no
fragmento III, leitor é explicitado como o interlocutor do narrador, ou
seja, como vocativo. No fragmento II, o narrador simula uma
conversa com uma alma sensível e, para isso, usa duas vezes alma
sensível como vocativo.
Considerações �nais
A Apenas no I.
B Apenas no II.
C Nos fragmentos I, II e III.
D Apenas no I e no III.
E Apenas no II e no III.
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Os termos da oração podem ser essenciais, integrantes e acessórios.
Neste conteúdo, aprendemos sobre alguns dos termos da oração,
destacando o complemento relativo, o agente da passiva, o predicativo,
os complementos nominais, o adjunto adverbial, o aposto e o vocativo.
Mais do que definir esses termos, estudamos alguns empregos ou usos
dos termos da oração tanto em situações de comunicação ou interação
do dia a dia quanto em textos literários ou comunicação oficial.
Terminamos este estudo com pelo menos uma certeza: todos os
termos são importantíssimos. Sejam os essenciais, os integrantes ou os
acessórios, todos, quando presentes na oração, estruturam o texto e
asseguram o sentido pretendido.
Certamente avançamos um pouco mais na compreensão da oração,
esta unidade sintática que ora nos parece simples, ora nos parece
complexa.
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portuguesa. Nela você encontrará conteúdos sobre os termos da
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São Paulo), para isso, basta fazer a seguinte busca: gramática Rocha
Lima edisciplina.
Referências
ALVES, C. O navio negreiro e outros poemas. São Paulo: Saraiva, 2007.
ASSIS, M. de. Memórias Póstumas de Brás Cubas. São Paulo: Abril
Cultural, 1971.
BECHARA. E. Moderna gramática portuguesa. São Paulo: Companhia
Editora Nacional, 1986.
GOLD, M. Redação empresarial. São Paulo: Pearson, 2005.
LIMA, R. Gramática normativa da língua portuguesa. 49. ed. Rio de
Janeiro: José Olympio, 2011.
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SUASSUNA, A. Auto da Compadecida. Rio de Janeiro: Agir, 2005.
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