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INTERPRETACAO E ANALISE DE EXAMES LABORATORIAIS NO CONTEXTO DA SAUDE E DO ESPORTE - APOSTILA (1)

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INTERPRETAÇÃO E ANÁLISE 
DE EXAMES LABORATORIAIS 
NO CONTEXTO DA SAÚDE E 
DO ESPORTE
 
 
 02 
 
 
 
1. CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE EXAMES LABORATORIAIS. 4 
Solicitação de exames laboratoriais pelo profissional nutricionista5 
 
2. EXAMES LABORATORIAIS NO CONTEXTO DA SAÚDE 10 
Leucócitos (Leucograma) 10 
Eritrócitos (Eritrograma) 13 
Índices hematimétricos 14 
Glicemia 15 
Perfil lipídico 16 
 
3. EXAMES LABORATORIAIS NO CONTEXTO ESPORTIVO 20 
Parâmetros imunológicos 20 
Eritrograma 22 
Indicadores de lesão muscular 22 
Indicadores da síndrome de overtraining 23 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 255 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
INTERPRETAÇÃO E ANÁLISE DE EXAMES LABORATORIAIS NO CONTEXTO DA SAÚDE E DO ESPORTE 
 
 
1. CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE EXAMES 
LABORATORIAIS 
Os exames laboratoriais são 
uma ferramenta de extrema 
importância na prevenção, 
diagnóstico e tratamento de 
enfermidades, sendo um 
componente vital do tratamento 
médico, bem como do tratamento 
nutricional. 
Quanto ao aspecto nutricional, 
considera-se até mesmo imprudente 
que o nutricionista estabeleça a sua 
conduta nutricional sem a avaliação 
dos exames laboratoriais. Por 
exemplo, sem a análise de exames 
bioquímicos, não é possível 
reconhecer um indivíduo com pré-
diabetes, logo, o plano alimentar 
poderia conter alimentos que 
agravariam o quadro. De modo 
contrário, se o fato do pré-diabetes 
fosse conhecido, certamente o plano 
alimentar seria focado em 
minimizar este agravo, de modo a 
evitar o desenvolvimento do 
diabetes. 
Nesta seção serão apresentadas 
considerações gerais acerca dos 
exames laboratoriais, incluindo 
informações específicas ao 
profissional nutricionista. 
 
 
5 
INTERPRETAÇÃO E ANÁLISE DE EXAMES LABORATORIAIS NO CONTEXTO DA SAÚDE E DO ESPORTE 
 
 Solicitação de exames 
laboratoriais pelo profissional 
nutricionista 
O nutricionista tem permissão 
de solicitar exames laboratoriais que 
auxiliem na elaboração da sua 
conduta. Logo, salienta-se que o 
profissional nutricionista deve 
solicitar apenas exames que ele é 
capaz de interpretar, bem como que 
envolvam aspectos que ele é capaz 
de solucionar. Neste sentido, o 
nutricionista não deve solicitar um 
exame de biópsia de um possível 
câncer de próstata, por exemplo, 
pois ele não será capaz de 
interpretar este exame, como 
também não será capaz de tratar o 
problema caso haja o diagnóstico de 
câncer. Dessa forma, a solicitação de 
exames laboratoriais pelo 
nutricionista deve ser coerente. 
 
Em 17 de setembro de 1991, na 
Lei nº 8.234 (Inciso VIII, art. 4º), é 
atribuída ao nutricionista a 
competência de solicitar exames 
laboratoriais necessários ao 
acompanhamento nutricional. Na 
Resolução nº 306/03, do Conselho 
Federal de Nutricionistas (CFN), são 
estabelecidos critérios para a 
solicitação de exames laboratoriais 
pelo nutricionista, sendo enfatizada 
a importância desta ferramenta 
(exames laboratoriais) para o 
diagnóstico e o acompanhamento 
nutricional. Não obstante, em 2016, 
o CFN ainda publicou uma 
recomendação sobre exames 
laboratoriais (Recomendação nº 
005 de 21 de fevereiro de 2016). De 
um modo geral, o diagnóstico 
nutricional deve ser respaldado em 
dados clínicos, dietéticos, 
antropométricos e bioquímicos, 
sendo que o nutricionista deve 
solicitar apenas os exames 
necessários à avaliação, prescrição e 
evolução nutricional. Os métodos e 
técnicas dos exames solicitados 
devem ser aprovados 
cientificamente e todos os exames 
solicitados devem ser 
fundamentados e justificados pelo 
nutricionista. 
 
Para solicitar exames 
laboratoriais, o receituário deve 
conter a data, o nome do paciente, a 
indicação clínica, o tipo de material 
que será necessário, os exames 
solicitados, o nome do profissional e 
o seu número no CRN, além da sua 
assinatura (Figura 1). O 
nutricionista pode incluir ainda uma 
justificativa por solicitar os exames 
em questão, embora esta 
informação não seja obrigatória. 
 
 
 
6 
INTERPRETAÇÃO E ANÁLISE DE EXAMES LABORATORIAIS NO CONTEXTO DA SAÚDE E DO ESPORTE 
 
 
 
Figura 1. Solicitação de exame laboratorial 
pelo nutricionista. 
Vale salientar que, apesar do 
nutricionista ser autorizado por lei a 
solicitar exames laboratoriais, 
muitos convênios médicos ainda 
não aceitam solicitações de exames 
emitidas por profissionais 
nutricionistas. 
 
Cores dos tubos 
 
 Os tubos utilizados para a 
elaboração de exames bioquímicos 
cujo o material biológico é o sangue 
possuem diversas cores de tampa, 
de acordo com o seu propósito, 
sendo estas cores universais, tendo 
em vista que este regimento vigora 
em todo o mundo. 
 
Exemplificando, o tubo com 
tampa lilás contém o anticoagulante 
EDTA, enquanto os tubos com 
tampa vermelha e salmão não 
possuem anticoagulantes. De um 
modo geral, na prática clínica, é 
mais comum o uso de tubos com 
tampa lilás, isto é, aqueles que 
contêm o anticoagulante EDTA. 
 
Separação do sangue 
 
 Após a coleta de sangue em 
tubos contendo anticoagulantes 
(como EDTA ou heparina), este 
(sangue) é centrifugado. Após a 
centrifugação, o sangue é separado 
em três porções – plasma, leucócitos 
e plaquetas (camada branca fina), e 
hematócrito (eritrócitos) (Figura 2). 
 
 
Figura 2. Separação do sangue após 
centrifugação. 
 
 Quando não há anticoagulante 
no tubo, forma-se um coagulo (parte 
sólida), que se separa da parte 
líquida, que é o soro (Figura 3). 
 
 
7 
INTERPRETAÇÃO E ANÁLISE DE EXAMES LABORATORIAIS NO CONTEXTO DA SAÚDE E DO ESPORTE 
 
 Logo, a diferença entre plasma e 
soro é que o primeiro é obtido 
utilizando-se anticoagulantes, 
enquanto o segundo é obtido na 
ausência de anticoagulantes. Tanto 
plasma quanto soro podem ser 
utilizados para análise de 
parâmetros bioquímicos, como 
proteínas (albumina, proteína C 
reativa - PCR, lactato desidrogenase 
– LDH etc.). 
 
 
Figura 3. Separação do soro. 
 
O sangue – parte líquida e 
sólida 
 
 Um homem com 75 kg possui 
cerca de 5 litros de sangue, sendo 
que destes 2 litros correspondem a 
células e 3 litros correspondem ao 
plasma. A parte líquida do sangue, 
isto é, o plasma, contém 
aproximadamente 92% de água, 
enquanto os outros 8% 
correspondem a proteínas 
(albumina, PCR, imunoglobulinas 
etc.) e hormônios. 
 
 O eritrócito, também 
denominado de hemácia ou glóbulo 
vermelho, é a célula mais prevalente 
no sangue, sendo que para cada 
1.000 eritrócitos há apenas 1 
leucócito. Estima-se que, em apenas 
um segundo, a medula óssea libere 
cerca de 2 milhões de eritrócitos no 
sangue. Um eritrócito possui 60% de 
água e 40% de fase sólida, sendo que 
da fase sólida o principal 
componente é a hemoglobina (Hb). 
No sangue, há cerca de 800 gramas 
de Hb, o que é equivalente a 2,5 
gramas de ferro. 
 
 Além dos eritrócitos, a parte 
sólida do sangue é composta 
também por plaquetas (com a 
função de assessorar na coagulação 
do sangue) e os leucócitos, também 
chamados de glóbulos brancos, que 
são as células imunes/de defesa do 
organismo. Estas células serão 
discutidas com mais detalhes na 
aula 02. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 
INTERPRETAÇÃO E ANÁLISE DE EXAMES LABORATORIAIS NO CONTEXTO DA SAÚDE E DO ESPORTE 
 
 Considerações finais 
 
 Salienta-se que, na prática 
clínica, diversos diagnósticos são 
realizados de forma equivocada 
devido à interpretação errônea de 
exames laboratoriais. Neste 
contexto, sugere-se que os exames 
laboratoriais não sejam os únicos 
parâmetros considerados durante 
um diagnóstico e/ou tratamento – 
seja ele médico ou nutricional. Sob o 
aspecto nutricional, o CFN 
recomenda que sejam considerados 
não somente os exames 
laboratoriais, como também os 
dados clínicos, dietéticos e 
antropométricos, a fim de que se 
estabeleça um diagnóstico 
nutricional mais preciso e uma 
condutanutricional mais eficaz. Não 
obstante, ressalta-se a importância 
da capacitação dos profissionais da 
área da saúde no tocante à 
interpretação de exames 
laboratoriais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 10 
INTERPRETAÇÃO E ANÁLISE DE EXAMES LABORATORIAIS NO CONTEXTO DA SAÚDE E DO ESPORTE 
 
 2. EXAMES LABORATORIAIS NO CONTEXTO DA 
SAÚDE. 
 
Leucócitos (Leucograma) 
 Cinquenta por cento dos 
leucócitos estão aderidos nos vasos 
sanguíneos. Logo, os valores de 
leucócitos obtidos nos exames 
laboratoriais representam metade 
da quantidade de células brancas 
que realmente existem no 
organismo. Isso acontece porque o 
exame não é capaz de detectar os 
leucócitos aderidos nos vasos, 
apenas os leucócitos livres. 
 
 Os leucócitos, até atingirem a 
sua forma madura, vão evoluindo a 
partir de uma célula original. 
Quando ocorrem infecções, por 
exemplo, aumenta-se o 
recrutamento de leucócitos, o que 
muitas vezes acarreta na liberação 
de células imaturas da medula óssea 
a fim de suprir a demanda orgânica. 
Na prática clínica, esta situação 
(aumento de leucócitos imaturos no 
sangue) é denominada de 
leucocitose com desvio à esquerda. 
 
 
 
 11 
INTERPRETAÇÃO E ANÁLISE DE EXAMES LABORATORIAIS NO CONTEXTO DA SAÚDE E DO ESPORTE 
 
 Todos os leucócitos 
apresentam apenas um núcleo, 
porém algumas células apresentam 
o núcleo segmentado, sendo que as 
células com núcleo segmentado são 
aquelas em estágio mais avançado 
de maturação do que as com núcleo 
não segmentado (também 
chamadas de bastonetes). 
 
 Vale salientar que os valores 
de referência da contagem de 
leucócitos apresentam-se na forma 
de valores absolutos e porcentagens, 
sendo sempre preferível avaliar os 
valores absolutos. Isso porque a 
porcentagem de uma célula pode se 
alterar em vista da mudança na 
porcentagem de outra célula, não 
significando anormalidade nos 
resultados da primeira, apenas um 
reflexo à mudança da segunda. 
 
Neutrófilos 
 
 Os neutrófilos são células 
imunes cuja a principal função é a 
fagocitose. Estas são as primeiras 
células a aumentarem no sangue em 
decorrência de infecções bacterianas 
(nas primeiras 48 horas). 
 
Durante a infecção, 
interleucinas (IL), como IL-6, IL-1β, 
IL-8 e TNF-α, estimulam a liberação 
de neutrófilos da medula óssea. Não 
obstante, o aumento do cortisol e 
outros hormônios estimula o 
descolamento de neutrófilos dos 
vasos sanguíneos. Estes neutrófilos 
são, então, direcionados para o 
tecido a fim de combater a infecção 
bacteriana por meio de fagocitose. 
Dessa forma, na primeira fase da 
infecção bacteriana ocorre 
leucocitose em vista do aumento de 
neutrófilos. 
 
Os valores de referência dos 
neutrófilos são: 1.700 – 8.000 uL 
(valores absolutos) e 40 – 65% 
(valores relativos). 
 
Monócitos 
 
 Os monócitos são as células 
que dão origem aos macrófagos nos 
tecidos. Os macrófagos apresentam 
elevada capacidade fagocítica, sendo 
capazes de fagocitar moléculas 
maiores, quando comparados aos 
neutrófilos. Neste contexto, em uma 
infecção bacteriana, o aumento de 
neutrófilos (vide tópico anterior) é 
precedido pelo aumento de 
monócitos, os quais darão origem 
aos macrófagos nos tecidos, fato que 
auxilia no combate à infecção. Em 
infecções fungícas, como na 
candidíase, há também aumento de 
monócitos e, consequentemente, de 
macrófagos, pois estas células são 
capazes de fagocitar patógenos 
grandes. 
 
 
 12 
INTERPRETAÇÃO E ANÁLISE DE EXAMES LABORATORIAIS NO CONTEXTO DA SAÚDE E DO ESPORTE 
 
 
Os valores de referência dos 
monócitos são: 200 – 900 uL 
(valores absolutos) e 4 – 10% 
(valores relativos). 
 
Basófilos 
 
 Basófilos são células presentes 
no sangue que, quando necessário, 
migram para os tecidos. As 
principais funções destas células são 
liberar grânulos de histamina e 
outros agentes ativos, participando 
na resposta imunológica frente a um 
processo alérgico. Logo, em meio a 
alergias, há aumento da 
concentração desta célula no 
sangue. 
 
Os valores de referência dos 
basófilos são: 0 – 90 uL (valores 
absolutos) e 0 – 1% (valores 
relativos). Considerando estes 
valores, é possível perceber que não 
existe basopenia (diminuição de 
basófilos no sangue), pois é possível 
ter zero destas células no sangue. No 
entanto, é possível ter basofilia, isto 
é, aumento de basófilos no sangue, 
que normalmente ocorre em 
processos alérgicos. 
 
Eosinófilos 
 
 Estas células também se 
localizam no sangue, migrando para 
os tecidos quando necessário. Suas 
principais funções são fagocitose e 
citotoxicidade mediada por 
anticorpos. Em suma, estas células 
são responsáveis pelo combate a 
parasitas, aumentando-se no sangue 
nestas situações (acometimento por 
parasitas, em especial parasitas 
grandes), bem como durante 
processos alérgicos. O cortisol é 
capaz de diminuir a produção 
medular de eosinófilos, por isso 
medicamentos à base de corticoides 
são utilizados no combate a alergias. 
 
Os valores de referência dos 
eosinófilos são: 50 – 400 uL (valores 
absolutos) e 1 – 4% (valores 
relativos). 
 
Linfócitos 
 
 Existem dois principais tipos 
de linfócitos: os linfócitos T e os 
linfócitos B, sendo que 80% dos 
linfócitos são do tipo T. Os linfócitos 
T (em especial CD4 – Th e CD8 – Tc) 
se localizam nos órgãos linfoides e 
no sangue, migrando para os tecidos 
quando necessário. A principal 
função destas células é efetuar a 
imunidade adaptativa celular, o que 
inclui a secreção de citocinas que 
ativam outras células, como 
macrófagos, células NK, linfócitos B 
etc. Os linfócitos T exterminam 
patógenos intracelulares. 
 
 
 13 
INTERPRETAÇÃO E ANÁLISE DE EXAMES LABORATORIAIS NO CONTEXTO DA SAÚDE E DO ESPORTE 
 
 
 Os linfócitos B, que também se 
localizam nos órgãos linfoides e no 
sangue, fazem parte da imunidade 
adaptativa humoral, secretando 
anticorpos (imunoglobulinas A, D, 
M, E e G), que exterminam 
patógenos extracelulares. 
 
 Infecções virais normalmente 
causam linfocitose (aumento da 
concentração de linfócitos no 
sangue). Não obstante, os linfócitos 
aumentam na terceira fase de uma 
infecção bacteriana, após o aumento 
de neutrófilos e monócitos (vide 
tópicos anteriores). Neste caso, os 
linfócitos objetivam adquirir 
memória, o que facilitará no 
combate do mesmo patógeno caso o 
organismo seja infectado 
novamente. 
 
Os valores de referência dos 
linfócitos são: 900 – 3.100 uL 
(valores absolutos) e 20 – 30% 
(valores relativos). 
 
No Quadro 1, os valores de 
referência absolutos e relativos dos 
leucócitos são apresentados. 
 
Quadro 1. Valores de referência dos 
leucócitos. 
 
CÉLULA ABSOLUTO (UL) RELATIVO 
Leucócitos 3.500 – 10.500 - 
Neutrófilo 1.700 – 8.000 40 – 65% 
Linfócito 900 – 3.100 20 – 30% 
Monócito 200 – 900 4 – 10% 
Eosinófilo 50 – 400 1 – 4% 
Basófilo 0 – 90 0 – 1% 
Eritrócitos (Eritrograma) 
 Do momento que o eritrócito 
começa a ser produzido, até o 
momento em que ele efetivamente 
chega ao sangue demora sete dias. 
No primeiro dia desta célula no 
sangue, ela está sob a forma de 
reticulócito e nos dias posteriores 
(119 dias) sob a forma de eritrócito. 
Assim, um eritócito tem uma meia 
vida de aproximadamente 120 dias. 
A quantidade de reticulócitos 
no sangue pode aumentar em 
diversas situações, como no início de 
um tratamento de anemia, elevadas 
altitudes (limita o transporte de 
oxigênio e por isso passa a produzir 
mais células), após uma doação de 
sangue, após grandes hemorragias 
 
 
 14 
INTERPRETAÇÃO E ANÁLISE DE EXAMES LABORATORIAIS NO CONTEXTO DA SAÚDE E DO ESPORTE 
 
 etc. É possível solicitar a contagem 
destas células por exame 
laboratorial (eritrócito com 
contagem de reticulócito). 
 A contagem de eritrócitos e 
demais parâmetros similares é 
influenciada pelo gênero, visto que a 
eritropoietina(hormônio que 
estimula a síntese de eritrócitos) é 
estimulada por hormônios sexuais 
masculinos. Logo, homens 
apresentam maior concentração de 
eritrócitos no sangue, de 
hemoglobina (Hb) e de hematócrito 
do que mulheres (Quadro 2). 
Quadro 2. Eritrograma – valores de referência para homens e mulheres. 
PARÂMETRO HOMENS MULHERES 
Eritrócito (x 
106/uL) 
4,5 – 5,9 4,0 – 5,2 
Hemoglobina 
(g/dL) 
13,5 – 17,5 12 – 16 
Hematócrito (%) 39 – 50 36 – 46 
Vale ressaltar que o valor do 
hematócrito corresponde ao valor da 
hemoglobina multiplicada por três. 
Em casos de anemia ferropriva, um 
dos principais parâmetros alterados 
é a hemoglobina e, 
consequentemente, o hematócrito. 
Índices hematimétricos 
Volume corpuscular médio 
(VCM) 
 
 Este parâmetro indica o 
tamanho da célula, evidenciando se 
a célula é microcítica, normocítica 
ou macrocítica. Na anemia 
ferropriva, as células tendem a ser 
microcíticas, enquanto na anemia 
megaloblástica, as células 
apresentam caráter macrocítico. 
Logo, este parâmetro é crucial no 
diagnóstico do tipo de anemia, caso 
ela exista. 
 O VCM é calculado por meio 
da multiplicação do hematócrito por 
10, divido pela contagem de 
eritrócitos (hematócrito x 10 / 
contagem de eritrócitos). Os valores 
de referência são: 81 – 95 fL. 
 
Concentração de 
hemoglobina corpuscular 
média (CHCM) 
 
 
 
 15 
INTERPRETAÇÃO E ANÁLISE DE EXAMES LABORATORIAIS NO CONTEXTO DA SAÚDE E DO ESPORTE 
 
 Este parâmetro avalia a 
coloração da célula, sendo que a 
anemia ferropriva é hipocrômica, 
enquanto a megaloblástica é 
hipercrômica. No entanto, ressalta-
se que este parâmetro, de forma 
isolada, não é um bom marcador 
para diagnosticar anemia. 
 
O CHCM é calculado por meio 
da multiplicação da hemoglobina 
por 100, dividido pelo hematócrito 
(hemoglobina x 100 / hematócrito). 
Os valores de referência são: 31 – 36 
g/dL. 
 
Hemoglobina corpuscular 
média (HCM) 
 
Este parâmetro avalia a 
quantidade de Hb presente nas 
células, diminuindo na anemia 
microcítica e aumentando na 
anemia macrocítica (a célula é maior 
e, por consequência, consegue 
abranger maior quantidade de Hb). 
É calculado por meio da 
multiplicação da Hb por 10, dividido 
pela contagem de eritrócitos (Hb x 
10 / contagem de eritrócitos). Os 
valores de referência são: 26 – 34 pg. 
 
Amplitude de distribuição 
dos eritrócitos (RDW) 
 
 Este parâmetro determina a 
diversidade e variabilidade entre as 
células, isto é, ele é aumentado 
quando as células variam muito de 
tamanho, independente se elas são 
microcíticas ou macrocíticas. O 
valor de referência é de: 11,6 – 16%. 
Glicemia 
 Além dos exames previamente 
mencionados, outros parâmetros 
frequentemente avaliados na prática 
clínica são a glicemia e o perfil 
lipídico. A glicemia é especialmente 
utilizada para diagnóstico de pré-
diabetes ou diabetes. Segundo a 
Sociedade Brasileira de Diabetes 
(2017 – 2018), a glicemia em jejum 
normal (normoglicemia) é aquela 
inferior a 100 mg/dL, enquanto 
aquela indicativa de pré-diabetes 
está entre 100 e 126 mg/dL e a 
indicativa de diabetes está acima de 
126 mg/dL. 
 
 Vale ressaltar que para o 
diagnóstico de pré-diabetes e 
diabetes, preferencialmente, devem 
ser utilizados mais parâmetros, 
como o teste de tolerância oral a 
glicose (TTOG) e a hemoglobina 
glicada (HbA1c). O TTOG consiste 
na ingestão de 75 gramas de glicose 
e avaliação da glicemia duas horas 
após esta sobrecarga de glicose. Os 
valores de referência do TTOG são: 
normoglicemia: inferior a 140 
mg/dL, pré-diabetes: de 140 a 200 
 
 
 16 
INTERPRETAÇÃO E ANÁLISE DE EXAMES LABORATORIAIS NO CONTEXTO DA SAÚDE E DO ESPORTE 
 
 mg/dL e diabetes: acima de 200 
mg/dL. 
 Quanto a HbA1c, este 
parâmetro reflete a média da 
glicemia nos últimos 2 a 3 meses. 
Valores abaixo de 5,7% são 
considerados normais, entre 5,7 e 
6,5% são considerados como pré-
diabetes e acima de 6,5% são 
indicativos de diabetes. Os valores 
de referência dos parâmetros 
mencionados são apresentados no 
Quadro 3. Para diferenciação do 
tipo de diabetes – diabetes melito 
tipo 1 ou tipo 2 – pode-se ainda 
dosar a insulinemia em jejum (6 
– 27 uUI/mL) ou pós-prandial. 
 
 
Glicemia em 
jejum 
(mg/dL) 
TTOG 
(mg/dL) 
HbA1c (%) Observações 
Normal < 100 < 140 < 5,7 
A OMS adota o 
valor de corte de 110 
mg/dL para 
normalidade da 
glicemia em jejum. 
Pré-diabetes 
Entre 100 e 
126 
Entre 140 e 
200 
Entre 5,7 e 
6,5 
Positividade de 
qualquer um dos 
parâmetros 
diagnostica pré-
diabetes. 
Diabetes > 126 > 200 > 6,5 
Positividade de 
qualquer um dos 
parâmetros 
diagnostica 
diabetes. Na 
ausência de 
sintomas, 
recomenda-se 
repetir os exames. 
Quadro 3. Valores de referência – glicemia, TTOG e HbA1c.Adaptado de Sociedade Brasileira de 
Diabetes (2017 – 2018). 
Perfil lipídico 
 O perfil lipídico inclui, 
principalmente, os parâmetros: 
colesterol total, LDL (lipoproteína 
de baixa densidade), HDL 
(lipoproteína de alta densidade) e 
triglicérides. A importância de 
investigar o perfil lipídico consiste 
no fato de que alterações nestes 
 
 
 17 
INTERPRETAÇÃO E ANÁLISE DE EXAMES LABORATORIAIS NO CONTEXTO DA SAÚDE E DO ESPORTE 
 
 parâmetros (dislipidemias) estão 
associadas com o maior risco de 
desenvolvimento de doenças 
cardiovasculares (DCV). 
Considerando que as DCV são as 
principais causas de mortalidade no 
mundo todo, prevenir ou tratar os 
fatores de risco destes agravos é de 
suma importância no contexto da 
saúde pública. 
 
 No tocante ao colesterol total, 
segundo a Sociedade Brasileira de 
Cardiologia, é desejável que este 
parâmetro esteja abaixo de 200 
mg/dL, sendo que valores entre 200 
e 239 mg/dL são considerados 
limítrofes e valores acima de 240 
mg/dL são considerados altos. 
 
 A LDL é a lipoproteína 
responsável por transportar 
colesterol do fígado para os tecidos. 
Logo, valores inferiores a 100 
mg/dL são considerados excelentes, 
enquanto valores entre 100 e 129 
mg/dL são desejáveis, valores entre 
130 e 159 mg/dL são limítrofes, 
valores entre 160 e 189 mg/dL são 
altos e, finalmente, quando superior 
a 190 mg/dL este parâmetro é 
considerado como muito alto. 
 
 A HLD é a lipoproteína 
responsável por efetuar o transporte 
reverso do colesterol, ou seja, 
transporta o colesterol dos tecidos 
ao fígado. Dessa forma, é desejável 
que este parâmetro seja superior a 
60 mg/dL, sendo que valores 
inferiores a 40 mg/dL são 
considerados como baixos. 
 
 Quanto aos triglicérides, é 
desejável que este parâmetro seja 
inferior a 150 mg/dL, enquanto 
valores entre 150 e 200 mg/dL são 
considerados limítrofes, valores 
entre 200 e 499 mg/dL são 
considerados altos e, por fim, 
considera-se muito alto quando este 
parâmetro ultrapassa 500 mg/dL. 
Os valores de referência do perfil 
lipídico para adultos (acima de 20 
anos) são apresentados no Quadro 
4. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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INTERPRETAÇÃO E ANÁLISE DE EXAMES LABORATORIAIS NO CONTEXTO DA SAÚDE E DO ESPORTE 
 
 
Parâmetro 
Valores 
(mg/dL) 
Categoria 
Colesterol total 
< 200 Desejável 
200 - 239 Limítrofe 
> 240 Alto 
LDL 
< 100 Ótimo 
100 - 129 Desejável 
130 - 159 Limítrofe 
160 - 189 Alto 
> 190 Muito alto 
HDL 
> 60 Desejável 
< 40 Baixo 
Triglicérides 
< 150 Ótimo 
150 - 200 Desejável 
200 - 499 Alto 
> 500 Muito alto 
Quadro 4. Valores de referência do perfil lipídico. 
Adaptado de Sociedade Brasileira de Cardiologia (2013). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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INTERPRETAÇÃO E ANÁLISE DE EXAMES LABORATORIAIS NO CONTEXTO DA SAÚDE E DO ESPORTE 
 
 3. EXAMES LABORATORIAIS NO CONTEXTO 
ESPORTIVO. 
 
 
 
 
Tal como com indivíduos 
sedentários e moderadamente 
ativos, o tratamento médico e 
nutricional de atletas também 
necessita incluir exames 
laboratoriais. No entanto, a 
interpretação destesdados será 
diferenciada para atletas, pois 
alguns parâmetros são alterados em 
vista do maior esforço físico. Não 
obstante, alguns marcadores 
específicos podem ser solicitados 
para atletas a fim de compreender 
melhor o estado de saúde. A 
interpretação de exames 
laboratoriais no contexto esportivo 
será abordada nesta seção. 
Parâmetros imunológicos 
 É fato conhecido que atletas, 
especialmente aqueles envolvidos 
em exercícios exaustivos de 
endurance (resistência), 
apresentam maior incidência de 
infecções no trato respiratório 
superior (ITRS). A incidência de 
ITRS aumenta após uma sessão de 
 
 21 
INTERPRETAÇÃO E ANÁLISE DE EXAMES LABORATORIAIS NO CONTEXTO DA SAÚDE E DO ESPORTE 
 
 exercício vigoroso ou em períodos 
com elevada carga de treinamento, 
como períodos próximos a 
competições. Isso porque há 
alteração de diversos parâmetros 
imunológicos, como contagem e 
atividade de células imunes, após 
uma única sessão de exercício 
exaustivo (Quadro 5). 
PARÂMETRO 
IMUNOLÓGICO 
VALORES BASAIS 
(NO DESCANSO) 
APÓS TREINAMENTO 
INTENSO 
Contagem de leucócitos Normal Sem alteração 
Contagem de 
granulócitos 
Normal Sem alteração ou aumento 
Contagem de linfócitos Normal Sem alteração ou redução 
Contagem de células NK 
Normal ou 
aumentada 
Reduzida 
Atividade de neutrófilos Reduzida Reduzida 
Ativação ou proliferação 
de linfócitos 
Aumentada Aumentada 
Atividade da célula NK 
citotóxica 
Aumentada Reduzida 
Concentração sérica de 
imunoglobulinas 
Reduzida Sem alteração 
Concentração de IgA de 
mucosa 
Normal ou reduzida 
Reduzida de forma 
proporcional à intensidade 
do treino 
Concentração 
plasmática de 
glutamina 
Normal ou reduzida Reduzida ou aumentada 
Quadro 5. Parâmetros imunológicos de atletas no repouso ou após treinamento intenso. 
Abreviações: NK – Natural Killer; IgA – imunoglobulina A. Adaptado de Mackinnon (2000). 
Com base no Quadro 5, é 
possível perceber diversas 
alterações imunológicas em atletas 
mesmo no repouso, por exemplo: 
reduzida atividade de neutrófilos e 
reduzida concentração sérica de 
imunoglobulinas, aumentada 
ativação/proliferação de linfócitos e 
maior atividade de células NK 
citotóxicas. 
Imediatamente após uma 
sessão de exercício físico intenso, 
mais parâmetros se alteram, como: 
reduz-se a contagem de células NK, 
a atividade de neutrófilos, a 
atividade de células NK citotóxicas e 
a concentração de IgA na mucosa, 
 
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INTERPRETAÇÃO E ANÁLISE DE EXAMES LABORATORIAIS NO CONTEXTO DA SAÚDE E DO ESPORTE 
 
 enquanto aumenta-se a 
ativação/proliferação de linfócitos. 
 
Perceba que alguns parâmetros 
podem aumentar ou diminuir, visto 
que são influenciados por 
características individuais e do 
exercício físico praticado. Por 
exemplo: exercícios de curta 
duração tendem a aumentar a 
concentração sérica de glutamina, 
porém, exercícios de longa duração 
(como ultramaratonas e triátlon) 
reduzem temporariamente os 
valores séricos deste aminoácido. 
Eritrograma 
 Atletas em treinamento 
intenso podem ter maiores perdas 
de ferro no suor, urina, fezes e 
hemólise intravascular, o que pode 
favorecer o desenvolvimento de 
anemia ferropriva. Não obstante, 
atletas mulheres, por terem perdas 
durante a menstruação, e atletas 
vegetarianos e veganos, que 
possuem menor ingestão de ferro 
dietético, estão sob um risco ainda 
maior de desenvolver anemia 
ferropriva. Neste sentido, é 
importante o acompanhamento 
constante do eritrograma, 
destinando atenção especial aos 
parâmetros hemoglobina e 
hematócrito. 
 
Vale destacar que alguns atletas 
podem apresentar uma diminuição 
transitória da hemoglobina no início 
do treinamento devido à 
hemodiluição, conhecida como 
"anemia esportiva" ou "dilucional", 
e podem não responder à 
intervenção nutricional. Essas 
mudanças parecem ser uma 
adaptação benéfica ao treinamento 
de endurance e não afetam 
negativamente à saúde e o 
desempenho. Logo, é preciso que 
haja muita cautela para que não se 
confunda esta hemodiluição 
(redução singela de Hb e 
hematócrito), que é natural em 
atletas de endurance, com anemia 
ferropriva. 
Indicadores de lesão muscular 
 Dos indicadores de lesão 
muscular, os mais utilizados na 
prática clínica e em pesquisas são 
creatina quinase (CK) e lactato 
desidrogenase (LDH). Estas 
proteínas intracelulares extravasam 
para o meio extracelular após 
microrupturas na membrana da 
célula muscular. Em outras 
palavras, após a lesão muscular, 
estas proteínas vão para o sangue e 
podem ser quantificadas. Dessa 
forma, a CK e a LDH podem indicar 
dano muscular em atletas em 
decorrência da prática de treinos 
exaustivos. 
 
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INTERPRETAÇÃO E ANÁLISE DE EXAMES LABORATORIAIS NO CONTEXTO DA SAÚDE E DO ESPORTE 
 
 Recentemente, tem se 
observado que a mioglobina 
plasmática é um parâmetro ainda 
mais acurado para detectar o dano 
muscular, no entanto, comparado 
com as análises de LDH e CK, a 
mioglobina pode ser mais custosa. 
Indicadores da síndrome de 
overtraining 
 A síndrome de overtraining 
decorre do excesso de treinamento, 
sem descanso adequado, por um 
período crônico. Considerando a 
rotina exaustiva de atletas, a 
incidência e a prevalência desta 
síndrome são bastantes comuns no 
meio esportivo. 
 
 Em decorrência do 
overtraining, ocorrem diversas 
alterações de saúde, nos aspectos 
imunológico, hormonal, 
neurológico, psicológico etc. Não 
obstante, o atleta experimenta um 
estado incessante de fadiga e há 
grave comprometimento do 
desempenho físico por período 
indeterminado. 
 
 Diversos parâmetros são 
utilizados para investigar o 
overtraining, sendo que nenhum 
marcador, aplicado de forma 
isolada, é capaz de diagnosticar esta 
síndrome. Dentre os parâmetros 
mais utilizados na prática clínica e 
em pesquisas, destaca-se a IgA 
salivar (diminui no overtraining), a 
concentração de glutamina 
plasmática (diminui no 
overtraining, embora haja 
discordâncias na literatura), a 
concentração de testosterona livre 
(diminui no overtraining), a 
concentração de cortisol basal 
(aumenta no overtraining), e a 
razão plasmática testosterona livre: 
cortisol (diminui no overtraining).
 
 
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INTERPRETAÇÃO E ANÁLISE DE EXAMES LABORATORIAIS NO CONTEXTO DA SAÚDE E DO ESPORTE 
 
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de setembro de 1991 (DOU 
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determina outras providências. 
 
Conselho Federal de 
Nutricionistas. Resolução N° 
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na área de nutrição clínica, revoga a 
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outras providências. 
 
Conselho Federal de 
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2012. 
 
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