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ARTE, CULTURA ARTE, CULTURA E ESTÉTICAE ESTÉTICA Me. Thais Kawamoto Amarães I N I C I A R introdução Introdução Nesta unidade, destacaremos que a arte dos séculos XIX e XX é marcada pelo grande dinamismo das relações econômicas e sociais. Durante esses dois séculos, a história da humanidade passou por diversas revoluções sociais, con�itos e guerras. O desenvolvimento industrial e suas consequências imediatas in�uenciaram não apenas o modo de vida e o modo de produção, mas também a dissociação entre arte e artesanato. Assim, se no passado o artista estava vinculado à pro�ssão de artesão, no século XIX, assume o status de intelectual. Diante disso, ele passa, cada vez mais, a estar alinhado às correntes �losó�cas de sua época. Desse modo, analisaremos a arte produzida pelos estilos Realismo, Art Nouveau, Impressionismo, Neoimpressionismo, Pós-Impressionismo, Expressionismo, Cubismo, Dadá e Futurismo. O século XVIII foi marcado pelos estilos Neoclássico e Romantismo. As convicções do Iluminismo in�uenciaram o estilo Neoclássico. Já a visão do Romantismo propôs uma ruptura com a estética neoclássica e seu modo racionalista, pregando o recolhimento do artista para o seu eu interior. Durante o século XIX, destacamos dois principais estilos que irão se contrapor ao Romantismo e ao Neoclassicismo, cada um à sua maneira: o Realismo e o Art Nouveau . Enquanto o Realismo propunha o enfrentamento direto e imediato da realidade, o Art Nouveau adere à sociedade industrial e ao ritmo acelerado da vida moderna. Realismo O termo “realismo” é usualmente empregado para de�nir formas de representações objetivas da realidade. O movimento conhecido como Realismo está alinhado a tais modos de representação. Durante a primeira metade do século XIX, esse estilo começou a aparecer lentamente no cenário europeu. Realismo e Realismo e Art NouveauArt Nouveau É importante lembrarmos que esse período foi marcado pela Revolução Industrial e que o homem europeu, diante desse processo, acreditava que deveria ser mais realista, inclusive em suas criações artísticas. Nesse sentido, as obras do Realismo tendem a um cienti�cismo, com a valorização do objeto e a expressão da realidade e dos aspectos descritivos. Temas como �guras mitológicas, deuses e heróis não eram retratados pelos artistas desse estilo. O enfrentamento direto da realidade descartava qualquer tipo de ilusionismo nas técnicas de representação. O artista não tinha pretensão de captar sentimentos, pois buscava-se a superação das tradições do Romantismo. Um dos principais artistas do Realismo foi o pintor francês Gustave Courbet (1819-1877). As telas de Courbet são indiscutivelmente sinceras, pois o pintor queria chocar a burguesia ao protestar contra as convenções aceitas de seu tempo. Em suas pinturas, Courbet retratava temas da vida cotidiana, principalmente das classes populares (ARGAN, 2006). Para esse artista, a pintura deveria representar a realidade tangível das coisas, tanto com relação aos temas quanto ao modo de trabalhar as formas e cores. Vale ressaltar que o Realismo se apresentou como um estilo sóbrio no qual as coisas eram representadas da forma como eram vistas. Figura 3.1 – Autorretrato, por Courbet Fonte: Gustave Courbet / Wikimedia Commons. saiba mais Saiba mais Gustave Courbet foi um dos pintores mais expressivos dentro do Realismo, sendo, inclusive, um dos primeiros artistas desse estilo. A sua exposição individual, denominada Le Realisme, que signi�ca "O Realismo", determinou o nome desse estilo. Para saber mais sobre os primeiros momentos do Realismo, assista ao vídeo Courbet e a tela que marcou o começo do realismo na arte. ASS I ST IR Art Nouveau O termo Art Nouveau signi�ca Arte Nova. Trata-se de um estilo que surgiu na Bélgica e manifestou-se entre 1890 e 1920, tanto na Europa quanto nos Estados Unidos. Os poetas e escritores ingleses John Ruskin e William Morris sonhavam com uma reforma completa das artes, com a substituição da produção em massa por um artesanato mais signi�cativo. Nesse cenário, diversos artistas ansiavam por uma nova arte baseada em uma nova sensibilidade para o desenho e para as possibilidades inerentes em cada material (ARGAN, 2006). Desse modo, o Art Nouveau se inseriu na sociedade moderna contrapondo-se aos estilos desenvolvidos anteriormente no século XIX. A nova arte tinha como objetivo dialogar diretamente com a produção industrial em série. Dessa forma, materiais industrializados, por exemplo, ferro e vidro, eram empregados de modo lógico e racional. Na arquitetura, é possível perceber experimentações de novos tipos de materiais e de ornamentos. As novas tecnologias desenvolvidas nesse período permitiam essa ruptura radical. As principais características do estilo Art Nouveau foram a exuberância decorativa e as formas ondulantes e elegantes. Um dos mais expressivos artistas desse estilo foi o austríaco Gustav Klimt (1862-1918). praticarVamos Praticar O estilo conhecido como Realismo iniciou-se na primeira metade do século XIX, na Europa. Nessa época, a Revolução Industrial já havia consolidado o pensamento realista e cienti�cista na sociedade. Desse modo, é correto a�rmar que as pinturas do Realismo Figura 3.2 – Retrato de Adele Bloch-Bauer I, por Klimt Fonte: Gustav Klimt / Wikimedia Commons. Representavam os sentimentos do artista. Traziam composições com representações abstratas. Trouxeram como temas as cenas do cotidiano. Exploravam a ilusão de ótica. Tinham como temas as histórias sagradas. Não existe um consenso sobre onde e quando se iniciou a Arte Moderna. Para a historiogra�a, a Idade Moderna teve início em 1453, estendendo-se até 1789. Isso signi�ca que a Arte Moderna, ao contrário do que podemos pensar em um primeiro momento, não está inserida na Idade Moderna, mas sim na Idade Contemporânea, que se iniciou em 1789 e perdura até hoje. Independentemente de tais divergências em relação às denominações, a Arte Moderna é associada à transição entre século XIX e XX. Segundo Argan (2006), com a industrialização, a produção artesanal entrou em crise, sendo a Arte Moderna a própria história dessa crise. Desse modo, o cenário social, econômico e político da Europa não foi apenas um pano de fundo para a produção artística, mas fator fundamental para a arte da época. Impressionismo O Impressionismo surgiu na França, em 1860, e manifestou-se por toda Europa até 1880. O nome desse estilo remonta à exposição, em 1874, na qual Claude Monet apresentou sua obra Impressão: Nascer do Sol . O crítico Louis Arte Moderna IArte Moderna I Leroy referiu-se a todo o grupo como impressionistas, de modo pejorativo, com a intenção de dizer que tais pintores não trabalhavam na base de um sólido conhecimento (ARGAN, 2006). A partir disso, é possível imaginar o quanto a arte impressionista chocou em um primeiro momento. As obras incomodaram não apenas os críticos, mas também o público da época. As primeiras reações ao Impressionismo foram negativas, porém é importante lembrar que, nesse momento, o observador ainda estava habituado aos princípios acadêmicos da pintura. A arte impressionista rompeu com as formas de representação do passado e abriu caminho para a pesquisa artística moderna, dando início às tendências que iriam se manifestar posteriormente no século XX. Os artistas desse estilo levaram a fundo o programa desenvolvido por Gustave Coubert no Realismo. Para os impressionistas, o modo como a natureza vinha sendo representada era baseado em uma concepção errônea (ARGAN, 2006). Quando observamos um objeto sob a luz natural, fora de um estúdio, é possível perceber que as sombras produzidas são diferentes daquelas geradas em um ambiente com iluminação controlada. Esse fator foi questionado pelos impressionistas, visto que, para eles, a arte tradicional representava as �guras sob condições muito arti�ciais. Nesse sentido, Manet e seus seguidores desenvolveram técnicas de representação nas quais uma mistura de matizes era combinada para formar uma imagem. Na pintura, as �gurassurgem sem contornos nítidos. O aparente esquematismo das formas não tinha relação com falta de técnica ou desleixo. Os quadros impressionistas deveriam ser observados a uma distância maior para que as manchas ganhassem vida aos olhos do espectador. Figura 3.3 – O tocador de pífaro, por Manet Fonte: Édouard Manet / Wikimedia Commons. Segundo Argan (2006), o Impressionismo contou com o suporte de dois importantes aliados no processo de sua aceitação por parte do público: a fotogra�a e a cromoterapia japonesa. A fotogra�a surgiu no século XIX, no entanto, foi apenas no século XX que a máquina fotográ�ca portátil foi desenvolvida. Graças a essa tecnologia, o encanto da cena casual e do ângulo inesperado passou a ser mais bem aceito pelo espectador. Outro ponto proporcionado pela fotogra�a foi o seu uso em substituição à pintura de retrato. Desse modo, os artistas se viram obrigados a procurar novos campos e a explorar regiões nas quais a fotogra�a não representaria uma concorrência. Durante o século XIX, o Japão entrou em relações comerciais com os continentes europeu e americano. Dessa forma, os artistas europeus passaram a ter contato com as gravuras produzidas no Japão, já que muitas dessas estampas eram usadas como invólucros para os produtos comercializados. O artista impressionista viu nessas pinturas uma arte que não estava “contaminada” pelas regras e clichês da arte acadêmica. As gravuras japonesas ajudaram, então, a re�etir até que ponto as convenções europeias persistiam na arte, mesmo que eles não notassem (ARGAN, 2006). Entre os principais artistas desse período, destacamos Édouard Manet (1832- 1883) e Edgar Degas (1834-1917), ambos pintores franceses. As obras de Manet se caracterizam pelas pinceladas rápidas, cuidando menos dos detalhes e mais do efeito geral como um todo. Na obra de Degas, é possível notar que esse artista valorizava o desenho, e não apenas a cor. Degas buscou realçar a impressão de espaço, movimento e de formas sólidas, vistos de ângulos inesperados. reflita Re�ita Ainda hoje não existe um consenso sobre a fotogra�a ser ou não uma forma de arte. No século XIX, ela permitiu uma transformação nos meios de expressão e representação, contudo diversos críticos da época eram enfáticos em declarar que a fotogra�a não era uma arte. Embora a fotogra�a atual empregue conhecimentos artísticos para a sua composição, sobretudo aqueles encontrados na pintura, o mais correto é denominar tais trabalhos como fotogra�a de autor, em vez de fotogra�a artística. praticarVamos Praticar O estilo impressionista foi marcado pela crítica com relação ao modo como as �guras vinham sendo representadas pelos estilos acadêmicos. Dessa forma, o Impressionismo buscou trazer novas formas de registro. Com base nisso, assinale a alternativa correta. O Impressionismo criticava as técnicas de pontilhismo e divisionismo. O Impressionismo defendia a criação de composições monocromáticas. O Impressionismo propunha a representação abstrata das formas. O Impressionismo a�rmava que a arte, até então, representava as �guras sob circunstâncias muito arti�ciais. O Impressionismo pregava o resgate aos temas sagrados. O Impressionismo foi um movimento experimental que abriu caminhos para o desenvolvimento de novos estilos. Desse modo, analisaremos o Pós- Impressionismo, o Neoimpressionismo e o Fauvismo. Perceba que, embora tais correntes tenham uma proximidade temporal, os resultados obtidos serão bastante diversi�cados. Pós-Impressionismo e Neoimpressionismo O Pós-Impressionismo e o Neoimpressionismo não foram movimentos homogêneos, inclusive, diversos autores não os consideram como estilos propriamente, mas sim como desdobramentos do Impressionismo. O termo Neoimpressionismo foi usado pela primeira vez em 1886, pelo crítico Félix Fénéon. Esse movimento criticava a improvisação impressionista. Desse modo, os artistas neoimpressionistas levavam a cor à tela por meio de Arte Moderna IIArte Moderna II pequenos toques controlados, resultando em novas técnicas de pintura, como o pontilhismo e o divisionismo. O principal artista dentro desse movimento foi o pintor francês Georges Seurat (1859-1891). Em suas obras, as cores nascem da justaposição de tons, o olho passa a recompor o conjunto de pontos e traços formando a imagem �nal. No Pós-Impressionismo encontram-se as obras que exploraram as possibilidades abertas pelo Impressionismo, sobretudo aquelas produzidas entre 1880 e 1890. Entre os artistas que seguiram tais caminhos, destacamos Paul Cézanne (1839-1906), Vincent van Gogh (1853-1890) e Paul Gauguin (1848-1905) (ARGAN, 2006). Para Cézanne, pintor francês, cada forma se destaca nitidamente e podemos visualizá-la como um corpo sólido e �rme, nada era casual ou vago. Embora Cézanne admirasse as descobertas no campo da cor e da forma proporcionadas pelo Impressionismo, queria pintar suas próprias impressões, de modo ordenado. Os quadros impressionistas eram brilhantes, mas também confusos, o que causava desagrado em Cézanne. Em suas pinturas, buscou formas lúcidas e intensas para transmitir os tons ricos da natureza. Figura 3.4 – Tarde de domingo na Ilha de Grande Jatte, por Seurat Fonte: Georges Seurat / Wikimedia Commons. Figura 3.5 – Os jogadores de carta, por Cézanne Fonte: Paul Cézanne / Wikimedia Commons. Já o holandês Van Gogh desejava que suas telas tivessem o efeito direto e forte das gravuras japonesas. Ele absorveu as características do Impressionismo e do Pontilhismo de Georges Seurat. Desse modo, em suas obras aplicava a cor pura através de pontos e pinceladas únicas. Ao observarmos as pinturas de Van Gogh, é possível notar que, ao contrário dos impressionistas, ele não esteve tão interessado na representação correta, mas sim em usar cores e formas para transmitir o que sentia e despertar tais sentimentos no observador. Figura 3.6 – Autorretrato, por Van Gogh Fonte: Vincent van Gogh / Wikimedia Commons. Gauguin, pintor francês, passou grande parte da vida recluso no Taiti, episódio que re�etiu em sua obra. As pinturas de Gauguin são marcadas pela simplicidade e intensidade, o que chocou o público da época, que chamava tais obras de “bárbaras” e “primitivas”. O artista criava formas com contornos simpli�cados e áreas de cores puras e planas. Figura 3.7 – Mulheres de Taiti na praia, por Gauguin Fonte: Paul Gauguin / Wikimedia Commons. Embora em um primeiro momento possa parecer que esses três artistas tinham pouco em comum, é possível notar que, na busca artística de representar a natureza como a vemos, um tanto se perdeu da arte, que era o que tais pintores tentavam resgatar. Esse sentimento de insatisfação levou à criação das vanguardas europeias. A solução de Cézanne guiou o Cubismo; a de Van Gogh, o Expressionismo; e a de Gauguin culminou em várias formas de primitivismo, como a Arte Naïf (ARGAN, 2006). Fauvismo O Fauvismo foi um estilo que se manifestou entre 1904 e 1907. Ao contrário de outras vanguardas europeias, o Fauvismo não apresentou teorias, manifestos e programas de�nidos. Alguns críticos, inclusive, defendem que o Fauvismo não representava um movimento propriamente dito, mas sim um processo de testes e descobertas a partir das possibilidades sugeridas pelos pintores pós-impressionistas (GOMBRICH, 1999). Artistas como Henri Matisse (1869-1954), André Derain (1880-1954) e Maurice Vlaminck (1876-1958) encabeçaram um grupo de estudo de arte, que trouxe a eles o apelido de Les Fauves, ou seja, "As feras". A arte fauvista é caracterizada pela presença de elementos da arte não europeia. Os artistas desse estilo tinham como princípio seguir os instintos primários. Desse modo, linhas e cores nasceriam impulsivamente. O uso da cor era libertador e estimulante, por esse motivo as pinturas fauvistas trazem cores puras e intensas. As formas são simpli�cadas e construídas com pinceladas espontâneas. O Fauvismo foi um dos grupos mais experimentais do período, trazendo consigo grande liberdade de expressão e exagero do desenho e da perspectiva. Entreos principais pintores desse estilo, destaca-se o francês Henri Matisse. Para esse artista, tudo aquilo que não era útil ao quadro era prejudicial. Nesse sentido, suas pinturas apresentam contornos simples e cores vivas, o equilíbrio das cores não deveria vir da simples cópia da realidade, mas sim da expressão do modo de pensar (ARGAN, 2006). praticarVamos Praticar Paul Gauguin (1848-1905) foi um pintor francês que passou grande parte da sua vida no Taiti, tema recorrente em suas pinturas. Muitas de suas obras foram duramente criticadas, pois o público acreditava que eram primitivas. Considerando a obra de Gauguin, assinale a alternativa correta. A obra de Gauguin apresentava contornos simples e falta de tridimensionalidade. Gauguin desconhecia as técnicas de perspectiva matemática. A obra de Gauguin é marcada pela paleta monocromática. Entre os temas mais recorrentes na obra de Gauguin, destaca-se a mitologia. A obra de Gauguin serviu como referência para o Expressionismo na Alemanha. Quando falamos em estilos de Arte Moderna, logo associamos esse período aos movimentos de vanguardas europeias. A expressão vanguarda deriva do termo francês avant-garde, que signi�ca guarda avançada. Desse modo, os estilos de vanguarda serão caracterizados pela ruptura com os modelos vigentes e a busca pelo novo. Expressionismo O Expressionismo foi um estilo que se manifestou entre 1905 e 1930, sobretudo na Alemanha. Toda arte é expressiva, no entanto, essa corrente artística buscou impressionar o observador por meio de gestos visuais que transmitissem emoções, em oposição ao Impressionismo francês (STANGOS, 1991). Esse estilo proporcionou a descoberta de que as composições abstratas poderiam ser tão efetivas quanto os quadros temáticos e �gurativos. As pinturas desse movimento tinham como característica as cores vibrantes e o Vanguardas IVanguardas I dinamismo improvisado. Os temas recorrentes estavam relacionados ao domínio psicológico, ao trágico e ao sombrio. Um dos mais importantes artistas do Expressionismo foi Wassily Kandinsky (1866-1944), que reduziu o naturalismo em sua arte e ampliou o seu poder liricamente expressivo. Ele desenvolveu uma arte sem tema, na qual empregava cores brilhantes e pinceladas intensas. Figura 3.8 – Amarelo, vermelho e azul, por Kandinsky Fonte: Wassily Kandinsky / Wikimedia Commons. O Expressionismo apresentou elevado grau de individualismo, uma vez que o estilo nada mais era do que a transmissão de uma experiência pessoal, na qual a personalidade do artista era explorada. Cubismo O início do Cubismo está relacionado ao quadro Les Demoiselles d´Avignon, de Pablo Picasso, em 1907. Essa pintura representou uma ruptura nas formas de representação, uma vez que o Cubismo recusa a arte enquanto imitação da natureza. É importante destacarmos que o Cubismo não pretendia abolir a representação, mas sim reformá-la. Certamente, Pablo Picasso (1881-1973) é um dos nomes mais famosos dentro desse estilo. Picasso passou por diversas fases artísticas em sua vida, sendo que, após descobrir a arte primitiva e africana, começou a desenvolver a estética cubista. As obras desse estilo são marcadas pela geometrização, a renúncia da perspectiva e a utilização de cores austeras, muitas vezes criando composições monocromáticas. Desde o início do Renascimento até esse período, os artistas se guiavam a partir da perspectiva matemática quando tinham a intenção de representar a tridimensionalidade. Em suas pinturas cubistas, Picasso fragmentou o todo em diversas impressões e retratou todas em uma única imagem (STANGOS, 1991). O Cubismo é dividido em duas fases, o Cubismo Analítico, a primeira fase, que teve como característica a desestruturação da obra em todos os seus elementos; e o Cubismo Sintético, a segunda fase, na qual os pintores começaram a fazer uso de recursos para rea�rmar o realismo de sua visão. Uma das técnicas empregadas neste processo de tornar as formas abstratas novamente reconhecíveis foi o papier collé, desenvolvido por Georges Braque (1882-1963). O papier collé é uma técnica especí�ca de colagem, na qual papéis são aplicados à superfície da pintura para garantir a sensação de relevo e reintroduzir cores à composição. Dadá O Dadá ou Dadaísmo teve início em 1916, em Zurique, como um movimento literário. Ao contrário das demais correntes artísticas, o Dadaísmo apresentou-se como um movimento de crítica cultural amplo, não se limitando apenas ao campo artístico. As obras dadaístas foram transitórias por sua própria natureza e produzidas para entretenimento, agiam como isca para o público, já que o objetivo era provocar e chocar o observador. A arte dadaísta pode ser compreendida como um protesto contra uma civilização que não conseguiria evitar a guerra (STANGOS, 1991). Nas artes visuais, uma das maiores preocupações do Dadaísmo foi a não superioridade dos artistas como criadores, sendo que as ligações entre objeto e autor foram rompidas. A arte se tornou livre do racionalismo e passou a ser entendida como o resultado do automatismo psíquico, no qual elementos eram selecionados e combinados ao acaso. Entre os artistas desse estilo, destaca-se Marcel Duchamp (1887-1968) que criou o conceito de ready-made, que criticava o sistema da arte. Os ready- mades consistiam em objetos escolhidos ao acaso que, após uma intervenção, adquiriam a condição de objeto de arte. Futurismo O Futurismo foi um movimento que nasceu na Itália, em 1909, com o Manifesto Futurista de Filippo Tommaso Marinetti (1876-1944). Nesse primeiro manifesto, Marinetti declara a ruptura com o passado, exaltando a identi�cação do homem com a máquina. Segundo o poeta, as artes deveriam demolir o passado e exaltar a velocidade e a energia das máquinas (STANGO, 1991). Apesar da sua duração efêmera, o Futurismo propagou suas ideias de modo rápido por toda a Europa, caracterizando-se como um dos estilos mais radicais da época. Para os artistas do Futurismo, a tecnologia e o desenvolvimento da sociedade exigiam expressões artísticas mais audaciosas. As obras desse estilo apresentavam a ruptura com a tradição, a valorização do industrial e da tecnologia, o uso de cores vivas e contrastantes, a sobreposição de imagens, as deformações para retratar a ideia de movimento e dinamismo. A exaltação da máquina e da velocidade aparece associada à valorização da técnica e da ciência. Um dos principais artistas dentro do Futurismo foi Giacomo Balla (1871-1958). Em suas obras, ele procurou registrar o dinamismo das formas, exaltando os avanços cientí�cos e técnicos da época. praticarVamos Praticar O Cubismo surgiu na França, em 1907, e contou com grandes nomes, como Pablo Picasso e Georges Braque. Esse estilo é dividido em dois momentos, o Cubismo Analítico e o Cubismo Sintético. Considerando a fase do Cubismo Sintético, assinale a alternativa correta. Consistiu na desestruturação da forma e abstração dos modelos. Foi a primeira fase do estilo cubista. Empregou a técnica papier collé, que consiste em colar papel sobre a tela. Aplicou técnicas como a perspectiva matemática para a construção das formas. Baseou-se no estudo da anatomia humana para a representação das formas. indicações Material Complementar LIVRO Dadaísmo Dietmar Elger Editora: Taschen do Brasil ISBN: 3836514028 Comentário: Por meio da leitura indicada, você poderá aprofundar os seus conhecimentos sobre a arte produzida pelo estilo Dadaísmo. Nessa obra, o autor nos convida a conhecer exemplos do Dadaísmo que vão além do famoso mictório de Duchamp, apresentando-nos artistas como Max Ernst, Johannes Baader, Tristan Tzara, entre outros. FILME No portal da Eternidade Ano: 2019 Comentário: O �lme sugerido conta a história de Vincent van Gogh (1853-1890), um dos grandes pintores do século XIX. Como vimos em nossas análises, Van Gogh desenvolveu uma estética pós-impressionista particular que serviria de base para as futuras vanguardas europeias do século XX, sobretudo o Expressionismo desenvolvido na Alemanha. Na obra indicada,você poderá conhecer um pouco mais sobre a vida e a trajetória conturbada desse grande artista. Para conhecer mais sobre o �lme, assista ao trailer. T R A I L E R conclusão Conclusão Ao �nal desta unidade, percebemos que a Arte Moderna é caracterizada pela ruptura com os modelos acadêmicos de representação. Desse modo, as vanguardas europeias apresentaram críticas aos caminhos que a arte havia tomado, modi�cando o panorama da época. No entanto, a partir de nossas investigações, foi possível notar que essa ruptura não ocorreu de um dia para o outro, mas sim como resultado de um longo processo de transição que teve início ainda no século XIX. Por �m, analisamos que os artistas e, consequentemente, as obras produzidas por eles passaram, cada vez mais, a se relacionar com a cultura, os anseios e os problemas de sua época. Por meio de nossas análises, percebemos que arte, cultura e sociedade converteram-se em conceitos cada vez mais vinculados, tornando-se indissociáveis. referências Referências Bibliográ�cas ARGAN, G. C. Arte Moderna : do iluminismo aos movimentos contemporâneos. São Paulo: Companhia das Letras, 2006. GOMBRICH, H. A História da Arte . 16. ed. Rio de Janeiro: LTC, 1999. STANGOS, N. Conceitos de Arte Moderna . 2. ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor Ltda., 1991. IMPRIMIR