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9
 (
SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO
CURSO DE GRADUAÇÃO EM SERVIÇO SOCIAL
)
 (
cláudia Dos 
Santos Pereira
 baliza
)
 (
as politicas e direitos do idoso
)
 (
São Felix do 
Coribe
 BA 
2016
)
 (
 cláudia Dos 
Santos Pereira
 baliza
)
 (
as politicas e direitos do idoso
)
 (
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade Norte do Paraná - UNOPAR, como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Serviço Social.
Tutor Orientador: Sérgio de Alencar
Prof.
Supervisor
: 
Rosane.A.B.Malvezzi
)
 (
São Felix do 
Coribe
 BA 
2016
)
 (
Aos meus 
pais,
e
 ao meu esposo com toda minha gratidão, carinho e amor, pela fé e força de vontade de proporcionarem-me melhores caminhos.
)
agradecimentos
Agradeço a Deus pela força, sabedoria e entendimento para estar aqui concluindo este trabalho.
A minha família, pelo o apoio e compreensão nestes quatro anos de estudo. Ao meu esposo pela paciência e dedicação ,Aos meus colegas de turma, e todos que estiveram ao meu lado todo esse tempo.
Aos meus queridos professores e tutores de sala que com suas competências e dedicação transmitiram seus ensinamentos e contribuíram em minha formação. 
Enfim a todos que de alguma forma tornaram esta caminho mais fácil de ser percorrido. Muito obrigado a todos.
 (
“A prisão não são as grades, e a liberdade não é a rua; existem homens presos na rua e livres na prisão. É uma questão de consciência.” 
Mahatma Gandhi
)
Cláudia dos Santos PereiraBaliza . As políticas e direitos dos idosos. 2016. 48 p. Trabalho de Conclusão de Curso Serviço Social – Centro de Ciências Empresariais e Sociais Aplicadas, Universidade Norte do Paraná, São Félix do Coribe - Bahia, 2016.
RESUMO
A questão do envelhecimento da população brasileira apresenta diversas dimensões e dificuldades, mas nada é mais justo do que garantir ao idoso a sua integração à vida comunitária. Após os 60 anos de idade, no Brasil, a pessoa é legalmente considerada idosa, vivendo a velhice com diversos benefícios e direitos garantidos em lei. A constituição Federal (BRASIL, 1988) representa um marco importante na trajetória de lutas pelos direitos da pessoa idosa, foi esta que introduziu em suas disposições gerais o conceito de seguridade Social, fazendo com que a rede de proteção social alterasse a sua enfoque estritamente assistencialista, passando a ter uma conotação ampliada de cidadania.A vitimação dos velhos é um fenômeno cultural de raízes seculares e suas manifestações, facilmente reconhecidas, desde as mais antigas estatísticas epidemiológicas, este problema não tem se apresentado como relevância social. Neste momento histórico, a quantidade crescente de idosos oferece um clima de publicização das informações produzidas sobre eles, tornando-as um tema obrigatório da pauta de questões sociais, e é aí que ganharelevância os programas governamentais de captação de denúncias e ouvidoria,destacando o advento do Estatuto do Idoso.Além disso, a população de idosos se dá em um período onde tudo é muito complexo, principalmente nos últimos anos.	Comment by Sergio de Alencar: Inserir espaçamento simples entre linhas
Palavras-chave: DireitoIdoso Violação Dignidade constituição
		SUMÁRIO	Comment by Sergio de Alencar: Retire o negrito dos itens 1.1, 1.2, 1.3, 2.1, 3.1, 3.2, 3.3, 
INTRODUÇÃO	.912
CAPITULO I	12
1.1 O IDOSO NA SOCIEDADE ATUAL	10
1.2 EFETIVAÇÃO DO DIREITO DO IDOSO 	16
1.3 DIREITOS SOCIAIS DO IDOSO	21
CAPÍTULO II	18
2.1VIOLÊNCIAS CONTRA O IDOSO 	18
CAPÍTULO III	28
3.1CONSRUÇÃO DAS POLÍTICAS E DIREITOS DO IDOSO	28
3.2POLÍTICA NACIONAL DO IDOSO 	30
3.3 ESTATUTO DO IDOSO	32
CONCLUSÃO	46
REFERÊNCIAS	47
0
INTRODUÇÃO 
Um dos grandes desafios enfrentado na velhice é a violação dos direitos do idoso, que apesar de instituído o Estatuto do Idoso estabelecendo benefícios aos cidadãos com idade igual ou superior a 60 anos, direitos esses que não são respeitados. Entretanto os desafios apresentados pelo o envelhecimento da população levantam várias questões fundamentais para a sociedade, que além da violação do direito da pessoa idosa, o envelhecimento da população tem diversas dimensões e dificuldades, mas nada é mais justo do que garantir ao idoso os seus direito de cidadão e foi para defender esses direitos que foi criado o Estatuto do Idoso.
O objetivo geral desse TCC é analisar os desafios de que envelhecer em um país onde os direitos do idoso não são respeitados, com issorefletir e avaliar os índices e tipos de violência; 
Os objetivos específicos são:identificação dos mecanismos como o Estado se organiza e desenvolve políticas, programas e ações de atenção, prevenção e combate à violência a pessoa idosa em situação de violência ou violação dos seus direitos;	Comment by Sergio de Alencar: O objetivos específicos devem ser mais de um, pelo menos três.
Dentre as violações sofridas pelo o idoso estão: à violência, os maus tratos, negligência e desrespeito aos direitos da pessoa idosa. 
De acordo com a constituição e ao estatuto o idoso possui também direito, dentre outros direitos fundamentais, à sua integridade, cabendo ao estado a sociedade e a família a responsabilidade sobre a proteção e garantia desses direitos.
Um dos fatores que geram conflitos é a convivência de idosos com indivíduos mais jovens, a dependência obrigatória torna muita das vezes a relação entre ambos insustentáveis, sem abertura para o diálogo e a argumentação franca. Isto pode ocorrer no âmbito familiar, institucional e no convívio social. Nestas situações é comum acontecer o fenômeno da violência contra o idoso.
Garantir o direito do idoso é, antes de tudo, assegurar sua qualidade de vida, promovendo a dignidade da pessoa humana.
Tal dignidade foi alçada ao centro do ordenamento jurídico atual, pelo constituinte originário, logo no artigo 1° da Constituição (BRASIL, 1988) e representa pedra angular para a construção de vários outros princípios. 
Considerando que todos os indivíduos são iguais em dignidade, tal princípio se mostra um verdadeiro guia constitucional, esse entendimento é corroborado por Sarlet (2005, p.35)
	
 [...] na condição de princípio fundamental, a dignidade da pessoa humana constitui valor-guia não apenas dos direitos fundamentais, mas de toda a ordem constitucional, razão pela qual se justifica plenamente sua caracterização como princípio constitucional de maior hierarquia axiológico-valorativa.
A assistência ativa do Estado na proteção dos direitos dos idosos é de fundamental importância para a efetividade dos dispositivos legais que versam sobre estes indivíduos. No entanto, o Poder Público não pode atuar só. Para isso é necessário que Estado, família e sociedade compartilhe do advento da solidariedade para com os idosos, de forma a atuarem sempre articulados para a valorização do idoso enquanto integrante do meio social.
A presença da família como núcleo de convivência do idoso representa forte instituição que deve ter suas ações sempre direcionadas ao amparo dos mais velhos. Uma família de bases sólidas, certamente, proverá boa parte da necessidade do seu idoso, o que o torna mais digno e inserido no contexto social.
O Estatuto do Idoso, aprovado em outubro de 2003 representa a principal lei específica sobre o direito dos idosos. Ele é composto por diversos artigos que garantem os direitos fundamentais destes indivíduos e determinam políticas de atendimentos básicos a serem implementadas. Na Constituição, o artigo 230, também traz o dever do Estado, da sociedade e da família em amparar os idosos. 
Art.230. A família a sociedade e o Estado têm o dever de amparar as pessoas idosas, assegurando sua participação na comunidade, defendendo sua dignidade e bem-estar e garantindo-lhes o direito à vida. 
§ 1º - Os programas de amparo aos idosos serão executados preferencialmente em seus lares.
§ 2º - Aos maiores de sessenta e cinco anos é garantida a gratuidade dos transportes coletivos urbanos.
O artigo 230 prevê o direito do cidadão idoso na participaçãocomunitária, no resguardo de direito à vida, ao bem-estar, dentre outros, nesse ideário é que se embasa o Estatuto do Idoso, com vistas à efetivação desses preceitos
A estrutura deste Trabalho de conclusão de curso está dentro de três capítulos onde o primeiro apresenta o direito dos idosos, a violação de seus direitos e os serviços social para o idoso.
No segundo capitulo o assunto de pesquisa é a violência contra o idoso. 
E por fim o terceiro capítulo com a Constituição Federal e o Idoso, Política Nacional do Idoso e o Estatuto do Idoso.
Através da metodologia de pesquisabibliográfica qualitativa, e de estudo documental em análises de dados encontrados em artigos diversificados comparando as bibliografias e os resultados, na construção desta pesquisa.
Metodologia 
A metodologia utilizada para a pesquisa apresenta caráter bibliográfico qualitativo. Trata de legislações que protegem os idosos, códigos legislativos, como a Política Nacional do Idoso e o impacto do Estatuto na sociedade. 
A prioridade da ação tomou por base a população idosa e seus direitos violados que em situação de vulnerabilidade social, resultou em perceber esses direitos previstos na legislação. Havendo, portanto uma socialização entre todos, despertando a participação social para garantir sua dignidade e inclusão na comunidade.
		
capitulo I
O IDOSO na sociedade atual	Comment by Sergio de Alencar: Retirar o negrito do enunciado assim como solicitadono sumario. Aplicar esta orientação para os demais enunciados de capítulos abaixo no trabalho.
A política nacional do idoso (PNI), Lei nº8. 842, de 4 de janeiro de 1994, e o estatuto do Idoso,Lei nº 10.741,de 1º de outubro de 2003, define Idoso pessoas com 60 anos ou mais. Já a Organização Mundial da Saúde (OMS) (2002) define o idoso a partir da idade cronológica, portanto, idosa é aquela pessoa com 60 anos ou mais, em países em desenvolvimento e com 65 anos ou mais em países desenvolvidos. É importante reconhecer que a idade cronológica não é um marcador preciso para as mudanças que acompanham o envelhecimento. Existem diferenças significativas relacionadas ao estado de saúde, participação e níveis de independência entre pessoas que possuem a mesma idade (Brasil, 2005).
Dias (2007) relata que envelhecer é um processo multifatorial e subjetivo, ou seja, cada indivíduo tem sua maneira própria de envelhecer. Sendo assim o processo de envelhecimento é um conjunto de fatores que vai além do fato de ter mais de 60 anos, deve-se levar em consideração também as condições biológicas, que está intimamente relacionada com a idade cronológica, traduzindo-se por um declínio harmônico de todo conjunto orgânico, tornado-se mais acelerado quanto maior a idade; as condições sociais variam de acordo com o momento histórico e cultural; as condições econômicas são marcadas pela aposentadoria; a intelectual é quando suas faculdades cognitivas começam a falhar, apresentando problemas de memória, atenção, orientação e concentração; e a funcional é quando há perda da independência e autonomia, precisando de ajuda para desempenhar suas atividades básicas do dia-a-dia (PASCHOAL, 1996; MAZO, et al., 2007 apoud Dias, 2007).
O envelhecimento humano não pode ser apenas considerado pela ótica da cronologia, ou seja, da idade, é necessário também ter uma percepção de vários outros aspectos, dentre os quais se destaca neste capítulo o caráter social acerca da velhice.
A sociedade impõe imperativos de produção, agilidade e modernidade. O idoso, por questões biológicas, pode apresentar algumas limitações ou pequenas dificuldades, mas isso não significa a incapacidade de realizar tarefas. Porém, na perspectiva social atual, o idoso é considerado muitas vezes como um incômodo, por não atuar na velocidade e na maneira que os jovens julgam mais corretas ou mais adequadas. Segundo Beauvoir (1990, p. 265), “é a classe dominante que impõe às pessoas idosas seu estatuto; mas o conjunto da população ativa se faz cúmplice dela”.
O envelhecimento populacional constitui uma das maiores conquistas do presente século. Poder chegar a uma idade avançada, já não é mais privilégio de poucas pessoas. Em contraposição, muitas sociedades não são consequentes com essas mudanças demográficas, pois as mesmas atribuem valores relacionados à competitividade para seus grupos, valorizam a capacidade para o trabalho, para a independência e para a autonomia funcional (VELOZ; SCHULZE; CAMARGO, 1999).Como afirma Oliveira (2002, p. 46) “um aspecto marcante é o da ansiedade e impaciência características da sociedade atual. Diante dessa neurose da velocidade, torna-se incompatível e até perda de tempo aceitar um ritmo mais lento por parte dos idosos”. 
Assim, é mais cômodo realizar uma atividade do que possibilitar que o idoso a faça.Numa sociedade que é caracterizada pelo poder, a qual busca desenfreadamente o lucro, o idoso muitas vezes aparece como uma trava no desenvolvimento, desconsiderando toda a contribuição social que estes deram e ainda dão à produção de bens, serviços e conhecimentos.
O idoso, no transcorrer de sua trajetória de vida, vivenciou na juventude e na maturidade papéis sociais, que aos poucos foram sendo apagados ou desconsiderados em sua existência. Este sujeito teve sua representatividade no mercado de trabalho e também na sua família, enquanto pai, mãe ou chefe da mesma. Porém,com o passar dos anos, estes papéis vão se perdendo. 
A visão que se tem acerca da aposentadoria desconsidera todas as atividades desenvolvidas anteriormente pelo aposentado, que lhe garantiram o direito à seguridade da previdência. O aposentado é considerado como um sujeito que não tem mais capacidade de contribuir para sociedade, pois não trabalha e não produz algo útil ou novo. Este posicionamento pejorativo confirma a ausência de um papel social, pois o trabalhador torna-se um inativo, e este não tem mais representatividade.
Na família, o idoso também sofre com a perda ou diminuição de sua função social. Em muitas situações, os filhos e netos desconsideram a trajetória e as atividades desempenhadas ao longo da vida por estes idosos, os quais foram chefes, provedores e responsáveis pela educação. Muitos descendentes desvalorizam toda contribuição dos idosos, apesar de existir em muitos casos a dependência financeira.Ao mesmo tempo em que a família mantém a distribuição de recursos, proteção, cuidados e educação, também negligencia o idoso, atribuindo-lhe um status de inútil.
 Por um longo tempo, a pessoa idosa foi responsável pelo gerenciamento da instituição familiar, tendo que tomar decisões, além de manter todas as necessidades dos seus membros. Mas, quando a velhice chega, o idoso passa a ser visto como frágil, uma pessoa incapaz de dar juízo de valor frente alguma situação ou tomar decisões.
Assim, ao se pensar nos aspectos sociais da velhice remetem diretamente aos papéis sociais que os idosos assumiram durante toda sua vida e a perda destes papéis a partir do momento em que alcançaram esta etapa de vida.
Se na perspectiva social, os idosos são coagidos ao isolamento dado que toda a estruturação da sociedade órbita em torno da população jovem envelhecer leva a uma situação de degradação altamente aversiva e indesejada.Os idosos por sua vez, sentem dificuldade em acompanhar o desenvolvimento dos mais jovens e também por muitas vezes não conseguem admitir o comportamento ou valores destes grupos. Assim, o convívio social do idoso vai se restringindo se este não consegue se adaptar ou ao menos aceitar as mudanças contínuas que ocorrem na sociedade.
Pensar o processo de envelhecimento, alerta para todas as problemáticas sociais que o segmento idoso vem enfrentando na realidade brasileira, não se podendo restringir a focos isolados de dificuldades. A cultura de incapacidadedo idoso compromete a situação social da velhice, impondo que toda pessoa que atinge os 60 anos torna-se incapaz, principalmente se esta for proveniente de uma classe social mais baixa. O idoso vivencia duas das piores situações impostas pela sociedade: “ser pobre e velho, numa sociedade que só glorifica quem tem posses e valoriza quem é suficientemente jovem para produzir e consumir de acordo com os interesses dos detentores dos meios de produção”
Para que a superação dos preconceitos possa ocorrer, além da construção de uma nova cultura da velhice para a população em geral, é imprescindível que o idoso aceite sua condição enquanto sujeito da terceira idade, pois o preconceito do idoso para com os demais idosos é grave ou até mais delicado que o sofrido pelas ações dos mais jovens. Para que estas questões sejam superadas ou ao menos amenizadas, o processo educacional é imprescindível.
A assistência ativa do Estado na proteção dos direitos dos idosos é de fundamental importância para a efetividade dos dispositivos legais que versam sobre estes indivíduos. No entanto, o Poder Público não pode atuar só. Para isso é necessário que Estado, família e sociedade compartilhe do advento da solidariedade para com os idosos, de forma a atuarem sempre articulados para a valorização do idoso enquanto integrante do meio social.
A presença da família como núcleo de convivência do idoso representa forte instituição que deve ter suas ações sempre direcionadas ao amparo dos mais velhos. Uma família de bases sólidas, certamente, proverá boa parte da necessidade do seu idoso, o que o torna mais digno e inserido no contexto social.
O Estatuto do Idoso, aprovado em outubro de 2003 representa a principal lei específica sobre o direito dos idosos. Ele é composto por diversos artigos que garantem os direitos fundamentais destes indivíduos e determinam políticas de atendimentos básicos a serem implementadas. Na Constituição, o artigo 230, também traz o dever do Estado, da sociedade e da família em amparar os idosos. 
Art.230. A família a sociedade e o Estado têm o dever de amparar as pessoas idosas, assegurando sua participação na comunidade, defendendo sua dignidade e bem-estar e garantindo-lhes o direito à vida. 
§ 1º - Os programas de amparo aos idosos serão executados preferencialmente em seus lares.
§ 2º - Aos maiores de sessenta e cinco anos é garantida a gratuidade dos transportes coletivos urbanos.
EFETIVAÇÃO DOS DIREITOS DO IDOSO
Várias Leis federais, estaduais e municipais, garantem a pessoa idosa a efetivação de direitos especiais, emfunção da trajetória de vida que se manifesta na velhice. Esses direitos especiais são uma forma de levar em conta a realidade do envelhecimento social e individual. 
Com efeito, o envelhecimento diz respeito a processos biopsico sócio cultural multidimensionalmente articulados. O conceito de velhice, associado negativamente a perdas ou positivamente a ganhos e conquistas, faz parte da visão contraditória da velhice (Faleiros, 2006). Essa multidimensionalidade e essa visão de ganhos e perdas fazem parte da organização da legislação.
a grande maioria dos idosos, cerca de 80%, vivem de maneira autônoma e independente, mas numa etapa de vida em que existe a previsibilidade de uma dinâmica complexa de equilibração das várias dimensões implicadas nas perdas biológicas, no desenvolvimento pessoal e nas condições sociais. A legislação, inspirada na Constituição, traduz tanto a necessidade de proteção como o incentivo ao protagonismo, à participação e à qualidade de vida.
 Essas três dimensões, de fato, devem ser articuladas na implementação das políticas sociais formalmente assinaladas na Constituição. Destacando apenas a legislação que, no âmbito federal, assegura a proteção, a participação e a qualidade de vida. Nosso enfoque será a Seguridade Social. A cobertura de necessidades se implementa fundamentalmente pela proteção social implica a seguridade social. A seguridade, na própria Constituição está definida como direito à assistência, à previdência e à saúde, com ações tanto dos poderes públicos e da sociedade, que devem conformar um conjunto integrado. (art. 194). 
A proteção social, no âmbito da assistência social, implica, tanto a garantia de renda como de serviços especializados, conforme a Lei nº 8.742, de 7 de dezembro de 1993 – Lei Orgânica da Assistência Social e a Política Nacional de Assistência Social (PNAS/2004). 
De acordo com a LOAS, em seu art. 2º, assistência social tem dentre seus objetivos: “a proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice” (inciso I) e “a garantia de 1 (um) salário mínimo de benefício mensal à pessoa portadora de deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover a própria manutenção ou de tê-la provida por sua família” (inciso VI). 
Para efeitos da Lei considera-se incapaz de prover a manutenção da pessoa portadora de deficiência ou idosa, a família cuja renda mensal per capita seja inferior a 1/4 (um quarto) do salário mínimo. (§ 3º do art. 20). Para inclusão no benefício, é necessário completar 65 anos, conforme o Estatuto do Idoso, de 2003. 
Desta forma, a proteção se efetiva em primeiro lugar pela garantia de renda aos idosos mais pobres. No entanto, o conceito de proteção envolve não somente a renda, como serviços, que devem ser prestados de forma integrada, descentralizada e participativa, não só para o
enfrentamento da pobreza como para “provimento de condições para atender contingências sociais e à universalização dos direitos sociais” (art. 
2º e art. 6º). No art. 23 da LOAS fica claro que a proteção, por meio de serviços, implica “atividades continuadas que visem à melhoria de vida 
da população e cujas ações, voltadas para as necessidades básicas, servem os objetivos, princípios e diretrizes estabelecidas nesta lei”, 
inclusive “programas de amparo às pessoas que vivem em situação de rua”. (Incluído pela Lei nº 11.258, de 2005)
A proteção se vincula a um sistema de garantias de direitos, com participação da sociedade e dos sujeitos de direitos. Na Política Nacional de Assistência Social (Resolução CNAS Nº 145/2004), a proteção é definida como uma segurança de rendimento, de autonomia, de convívio ou vivência familiar, de cuidados e serviços e de projetos operados em rede. A proteção se dispõe em rede e supõe um sistema, embora sistema e rede sejam formas distintas de organização. 
Na Norma Operacional Básica do SUAS – Sistema Único de 
Assistência Social (que implementa o art 6º da LOAS) a proteção social “consiste no conjunto de ações, cuidados, atenções, benefícios e auxílios ofertados pelo SUAS para redução e prevenção do impacto das vicissitudes sociais e naturais ao ciclo da vida, à dignidade humana e à família como núcleo básico de sustentação afetiva, biológica e relacional”. Assim, a proteção social implica, ao mesmo tempo, direitos, sistema de garantias e rede de atores e compromisso. 
CAPÍTULO II
2.1VIOLÊNCIA CONTRA OS IDOSOS
A violência contra o idoso atinge todas as classes sociais no mundo inteiro. E isso ocorre, na maioria das vezes, na própria convivência familiar, numa relação de confiança e num pacto oculto de silêncio, por depender do agressor, estes vivem muitas vezes isolados socialmente, mantendo isolado também o idoso.
Dentre as mais diferentes formas de violência praticada contra o idoso pode-se destacar:maus tratos, violência psicológica,abuso sexual,abandono, abuso financeiro ou econômico, negligência e autonegligência.
O combate à violência ainda é precário, mas está articulado por um “Plano Nacional de Enfrentamento da Violência à Pessoa Idosa”, além de alguns centros vinculados ao âmbito dos direitos humanos, são os CREAS – Centros de Referência Especializados em Assistência Social e o Ministério Público que oferecem,tanto serviços como ações judiciais, respectivamente para a defesa dos idosos. Existe grande variedade de centros de convivência de idosos, que propiciam oportunidades de troca social e de lazer, culturae atividades físicas. Em 2005 havia 54 grupos de convivência registrados no Distrito Federal.
 O SESC foi pioneiro na constituição desses grupos, tendo hoje centros de convivência com demanda maior de inscrições em função do aumento de aposentados (SESC, 2003). Por outro lado, existem as escolas abertas da terceira idade, as Universidades da Terceira Idade e uma maior inserção dos idosos no voluntariado. O Ministério do Esporte vem apoiando atividades físicas para idosos
A Organização Mundial de Saúde (OMS) definiu durante a Convenção sobre Violência e Saúde, na cidade de Genebra em 2002, a violência contra o idoso como: 
O abuso pode ser de natureza física ou psicológica ou pode envolver maus tratos de ordem financeira ou material. Qualquer que seja o tipo de abuso, certamente resultará em sofrimento desnecessário, lesão ou dor, perda ou violação dos direitos humanos e uma redução na qualidade de vida do idoso (OMS, 2002, p. 5)
Os maus tratos contra o idoso representam uma grave violação de seus direitos como cidadãos, corroborando o retrocesso da evolução social quanto às afirmações dos direitos humanos, já que as mudanças ocorrem constantemente no país e no mundo. Entretanto a violência doméstica é a que mais contraria os princípios desses direitos que resguardam e protegem a pessoa idosa prevista na lei jurídico brasileiro e internacional.
Nesse sentido, é fundamental ressaltar que o Estatuto do Idoso, Lei Federal nº 10.741 de 2003, em seu artigo 19, define que:
Os casos de suspeita ou confirmação de maus-tratos contra o idoso serão obrigatoriamente comunicados pelos profissionais de saúde a qualquer um dos seguintes órgãos: I) Autoridade policial, II) Ministério Público; III) Conselho Municipal do Idoso, IV) Conselho Estadual do Idoso, V) Conselho Nacional do Idoso (BRASIL, 2003)
Estabelecem-se algumas categorias para as violências mais praticadas contra a população idosa, que são:
A violência psicológica é praticada por meios de agressões verbais ou gestuais com o objetivo de aterrorizar os idosos, humilhá-los e restringir sua liberdade ou isolá-los do convívio social. Este ato de violência cometida contra o idoso causa danos em sua saúde e em sua autoestima levando este a se sentir inútil, sem valor um peso para os seus e para a sociedade.
O abuso sexual ou violência sexual e uma agressão física ou ameaças é ato ou jogo sexual, utilizando pessoas idosas para obter excitação, relação sexual ou práticas eróticas como os aliciamentos. 
O abandono é uma violência parecida com a negligência, entretanto se resulta numa ausência de ajuda ou de socorro por parte do familiar contra o idoso que necessita de cuidados e de proteção.
O abandono caracteriza-se na ausência do responsável pelo idoso, como pela ausência de familiares, amigos, isso quando o descaso e a falta de preocupação passam a fazer parte da vida das pessoas que possuem laços com estes idosos, e simplesmente os esquecem, afastando-os de todo convívio que antes possuíam junto destas pessoas em quem confiam e por quem têm consideração.
Esta violência pode se caracterizado em dois tipos: o abandono total e o parcial. 
O abandono total é quando o idoso se vê em situação de total abandono, sem ninguém, estando o descaso sempre presente, levando o idoso a situações degradantes, sem os cuidados necessários. 
O abandono parcial se refere à falta temporária dos seus responsáveis, gerando perigo para o idoso devido ao tempo em que ele fica sozinho e sem cuidados.
Conforme Ritt e Ritt (2008, p. 47): 
Também o abandono é uma das formas silenciosas de violência contra o idoso. É muito comum os filhos, dentre outros familiares, abandonarem seus pais e parentes próximos em asilos ou outras instituições que prestam atendimento aos idosos, e essa situação constitui uma das formas mais graves e chocantes de violência.
Entende-se o abandono como uma forma de violência sofrida pelo idoso, pois ele fica em uma situação na qual está sem cuidados e proteção, podendo expor o idoso a diferentes tipos de risco para sua vida. 
O Estatuto do Idoso deixa claro em seu artigo 98, que o abandono, pode gerar pena de 6 meses a 3 anos para o responsável que abandonar o idoso em hospitais, casas de saúde, entidades de longa permanência ou congêneres.
Art. 98. Abandonar o idoso em hospitais, casas de saúde, entidades de longa permanência, ou congêneres, ou não prover suas necessidades básicas, quando obrigado por lei ou mandado:
Pena – detenção de 6 (seis) meses a 3 (três) anos e multa.
O abandono se dá no deixar de lado, no desprezo, na solidão, o abandono expõe o idoso a situações de perigo constante. 
Violência financeira ou econômica é compreendida como sendo um resultado sob pressão de chantagem ou ameaças para que sejam cedidos os bens ou o dinheiro do idoso. Isso existe de várias maneiras como por meio de testamento, doações, retenção de cartão e outros. 
Segundo dados a violência financeira representa a terceira maior causa de denuncia perdendo apenas para negligência e violência psicológica.
As denuncias de violência financeira contra idoso em 2011 foram de 4.052 para 9.418 em 2012 e 16.796 em 2013. As vitimas desses abusos são na maioria mulher com mais de 76 anos.
Fernandes e Fragoso (2002) afirmam ser muito praticado no meio familiar em que os parentes ou cuidadores de idosos se apropriam da poupança ou do rendimento deste para consumo próprio enquanto que o idoso não utiliza seu benefício material como de direito. 
Portanto, há necessidade de buscar estratégias que mantenha e preserve os cuidados aos idosos de maneira integralizada, principalmente, àqueles em condição de dependência ou semi-dependência fragilizados e, ainda, vítimas de violência e maus-tratos no seio da família ou nas instituições de longa permanência.
A negligência é uma das formas de violência mais presentes no Brasil esta se refere à recusa ou à omissão de cuidados necessários aos idosos, por parte dos responsáveis familiares ou institucionais. Esta violência se manifesta associada a outros abusos que podem gerar lesões e traumas físicos, emocionais e sociais, em particular, para as que se encontram em situação de múltipla dependência ou incapacidade.A negligência social se encaixaria na omissão frente à criação de programas de proteção e avaliação de instituições que oferecem assistência, abrigam e cuidam dos idosos.
Esta violência é, portanto integrada no conceito de maus-tratos, preconizado pela declaração de Toronto de 2002 (OMS). Neste documento o conceito é definido como “qualquer ato isolado ou repetido, ou a ausência de ação apropriada, que ocorre em qualquer relacionamento em que haja uma expectativa de confiança, e que cause dano ou incômodo a uma pessoa idosa. Estes atos podem ser de vários tipos: físico, psicológico/emocional, sexual, financeiro ou, simplesmente, refletir atos de negligência intencional, ou por omissão”.
Autonegligência é a conduta da pessoa idosa que ameaça sua própria saúde ou segurança pela recusa a ter cuidados consigo mesma. Neste caso não se trata do "outro" que comete a violência, mas da própria pessoa idosa que se maltrata. Isso ocorre quando a pessoa está tão desgostosa da vida que para de comer direito, para de tomar remédio, para de cuidar de sua aparência física, para de se comunicar, manifestando claramente ou não a vontade de morrer.
Em todos os tipos de violências relatadas há a necessidade de um diligente atendimento ao idoso, pois nem sempre os sinais de violência estão aparentes, e na sua maioria os idosos não querem denunciar seu agressor.
Sanches (2008) afirma que:
A violência envolve todo um contexto que vai desde a família até os profissionais que prestam serviço ao idoso, bem como o sistema de saúde que presta cuidados 34 procurando abarcar as implicações que a situação do idoso violentado acarreta (Araújo et AL, 2012, p.108, apud SANCHES, 2008).
Nesse contexto entende-se que a violência pode estar presente no cotidiano da pessoa idosa em diferentes ambientes, pois quando o direito do idoso é violado este sofre uma violência.
Compreende-se,portanto que a violência contra a pessoa idosa de fato é uma questão complexa que vem acompanhando o fenômeno do envelhecimento populacional, com a ampliação do número de idosos e a diminuição da taxa de natalidade.
Segundo Veras (2003, p. 6), A diminuição das taxas de fecundidade e mortalidade alterou a estrutura etária da população brasileira, ocorrendo uma acentuada redução nas taxas de mortalidade, particularmente nos primeiros anos de vida. Entretanto, mais do que a diminuição da mortalidade, a explicação para o crescimento da população idosa está na drástica redução das taxas de fecundidade, principalmente nos centros urbanos. 
De acordo com Veras (2003) essa mudança deve-se ao intenso processo de urbanização da população, que vive o modo de vida ditado pela sociedade dos grandes centros urbanos. 
Para o autor, a diminuição das taxas de fecundidade ocorre devido à “progressiva incorporação da mulher à força de trabalho e das mudanças nos padrões socioculturais decorrentes da própria migração”.
Para Faleiros (2007, p. 44): 
A violência contra idosos está disseminada na sociedade, mas de modo diferenciado, por região, instituições, família, organização. É também relatada de diferentes formas, além de ser um tema que vem se tornando cada vez mais presente nas investigações científicas e na política pública, com implicações em seu combate e prevenção.
A violência contra o idoso é percebida de diferentes formas já que isto varia de a cultura e do meio social em que vive.
Para Minayo (2003 apud SÃO PAULO cidade, 2007, p. 16) a maioria das culturas, em sua maioria, tendem a separar esses indivíduos, segregá-los e, real ou simbolicamente, a desejar sua morte.
Sabe-se, portanto que o envelhecimento trás consigo diversas demandas que são posta tanto para o Estado quanto para a família do idoso. Para tanto é necessário compreender a violência contra pessoa idosa visualizá-la dentro do contexto social/estrutural em que os indivíduos e as comunidades estão inseridos, porque apesar dos avanços da sociedade em relação à pessoa idosa, a questão da violência ainda se apresenta com um grande desafio social.
Segundo Faleiros (2007, p. 43) o envelhecimento “altera a vida do indivíduo, as dinâmicas e estruturas familiares e a sociedade”.
Com isso pode-se entender que o envelhecimento não altera apenas a vida do idoso, mas todos os que estão a sua volta envolvendo família, estado e sociedade.
Para melhor compreender o conceito, Minayo (2007) amplia a definição da OMS, sobre a violência contra a pessoa idosa: 
A violência à pessoa idosa pode ser definida como ações ou omissões cometidas uma vez ou muitas vezes, prejudicando a integridade física e emocional das pessoas desse grupo etário e impedindo o desempenho de seu papel social. A violência acontece como uma quebra de expectativa positiva dos idosos em relação às pessoas e instituições que os cercam (filhos, cônjuge, parentes, cuidadores e sociedade em geral). (MINAYO apud SÃO PAULO cidade, 2007, p. 28)
Dentre os tipos de violência explicita e mais destacada contra a pessoa idosa pode-se dizer que ainda há um tipo de violência praticada contra o idoso que extrapolam todos os limites das ações violentas dentro da família e da sociedade realizada por seus membros, é uma forma de violação de direitos concretizada sutilmente pelo Estado, Sociedade e Instituições, tão mais grave do que quando um idoso é negligenciado ou maltratado por indivíduos ou familiares esta violência é a “Violência Institucional”.
A “Violência Institucional” é uma agressão de cunho político. Nesse sentido, é o próprio Estado ou a instituição quem a comete de maneira macro--social isso quando o Estado estrategicamente anula, simula ou impede a participação do idoso na sociedade.
De acordo Faleiros (2007) “Relação de poder que infringe direitos reconhecidos e garantias civilizatórias de respeito nas relações profissionais e técnicas, no âmbito de uma instituição ou organização privada ou pública de prestação de serviços, ferindo, inclusive, o disposto no estatuto do idoso.” (FALEIROS, 2007, p.44 -45).
Segundo o Ministério da Saúde (2003) a violência institucional é aquela praticada pelos próprios serviços públicos, por ação ou omissão. Essa violência pode abranger desde a extensão mais ampla da ausência de acesso à má qualidade dos serviços de saúde. Os abusos praticados em virtude das relações de poder dissonante entre usuários e profissionais dentro das instituições, que ocorre até por uma noção mais limitada de dano acompanhada de prescrições de medicamentos inapropriados ou indevidos, buscando formas de desprezar e mascarar os efeitos da violência (Ministério da Saúde, 2003).
Percebe-se, portanto que a violência é o ato de negar valores universais como a igualdade, a justiça, a liberdade e a dignidade; este ato consegue reduzir o valor da vida humana, e se constitui em violação absoluta dos direitos humanos. 
A violência contra o idoso é algo real, existe de fato, acontece na casa ao lado, das formas mais elementares: é do filho que se apodera da pensão da mãe; é o pai que é acomodado no último cômodo da casa; édo neto que destrata o avô ou avó com ameaças e desrespeito ; é a falta de cuidado com a administração da medicação do idoso; é o banho que não foi dado; é a fralda que não foi trocada; é a divisão de bens antes da morte, com mecanismos de persuasão e coação física e psicológica do idoso.
Deve-se, ressaltar que a violência institucional está bem presente na vivência de muitos idosos, tendo em vista que em muitos asilos e clínicas de longa permanência, frequentemente são praticados atos de abusos, maus tratos e negligências que chegam a produzir mortes, incapacitações e provocar processos mentais de depressão e demência nos idosos institucionalizados.
Para Silva e Lacerda (2007),a violência é um dos problemas mais desafiadores para a sociedade desde os tempos remotos e, no que se refere ao idoso, pode-se situá-la nos aspectos socioculturais implicados nos conflitos interpessoais e Inter geracionais que há entre a convivência e a prestação de assistência prestada ao idoso.
Segundo Minayo (2004)nas várias esferas de um poder político, institucional e familiar:
[...] É preciso compreender as relações entre as várias etapas do ciclo de vida e o papel do Estado na organização desses ciclos para que possam ocorrer mudanças positivas na sociedade. Devemos considerar o aspecto histórico que envolve o idoso onde a família tem caráter de instituição bastante sólida (MINAYO, 2004, p. 6).
Sabe-se,no entanto que a violência contra o idoso é uma violação aos direitos humanos e essa é a uma das principais causas de lesões, doenças, perda de produtividade, isolamento e desilusão.
Com isso é preciso chamar atenção para a violência que resulta a falta de acesso aos serviços essenciais, a falta de qualidade no atendimento ou a inadequação no atendimento, o que representa mais uma agressão ao cidadão que busca assistência para diferentes tipos de necessidades. Alertando assim para a violência institucional, porque as pessoas estão propensas aos seus efeitos.
A violência contra os idosos existe no cotidiano da relação social,com isso observa-se que onde quer que o idoso esteja na maioria das vezes sofre algum tipo de maltrato, por mais simples que seja revelando conflitos de relações interpessoais que afetam a coabitação pacífica, a sensibilidade humana e consequentemente a qualidade devida das pessoas.
De maneira mais abrangente, Minayo afirma que:
A violência contra os idosos não ocorre só no Brasil: faz parte da violência
social em geral e constitui um fenômeno universal. Em muitas sociedades,
diversas expressões dessa violência, freqüentemente, são tratadas como
uma forma de agir “normal” e “naturalizada” ficando ocultas nos usos, nos
costumes e nas relações entre as pessoas. Tanto no Brasil como no mundo,
a violência contra os mais velhos se expressa nas formas de relações entre
os ricos e os pobres, entre os gêneros, as raças e os grupos de idade nas
várias esferas de poder político, institucionale familiar.
Nesse sentido pode-se observar que a violência sofrida nos dias de hoje tem suas raízes no processo de civilização dominante ao qual foi instaurado
no Brasil.
Emseu artigo Violência contra o idoso, Minayo (2010, p. 7), ressalta:
No caso dos atendimentos médicos é preciso mais envolvimento dos profissionais no sentido de irem além dos problemas físicos que apresentam nas demandas aos serviços; prestar atenção à aparência do idoso; ao fato de que procure seguidamente seus cuidados para o mesmo diagnóstico; a suas repetidas ausências às consultas agendadas; aos sinais físicos e suspeitos; e às explicações improváveis de familiares para determinadas lesões e traumas.
Sabe-se que a violência contra o idoso não teve início agora. Há vários estudos que comprovam que esta violência já acontecia por muito tempo, por isso é obrigação do Estado, da Sociedade e da Família mudar esta situação, uma vez que um país só chega ao nível máximo de desenvolvimento e crescimento quando a educação e a cultura de sua população atingem o mesmo grau de desenvolvimento.
Em fim, Qualquer pessoa que se aproprie ou desvie bens, cartão magnético (de conta bancária ou de crédito), pensão ou qualquer rendimento do idoso é passível de condenação, com pena que varia de um a quatro anos de prisão, além de multa.
Segundo determinação legislativa a violência cometida contra o idoso não é só quando este apanha ou sofre maus-tratos pelas instituições ou por algum membro da família que deveriam cuidar dele, a violência contra o idoso pode ser caracterizada quando se deixa claramente de cumprir qualquer um dos direitos que lhe são devidos, já que nenhum idoso poderá ser objeto de negligência, discriminação, violência, crueldade ou opressão.
Portanto quem discriminar o idoso, impedindo ou dificultando seu acesso a operações bancárias, aos meios de transporte ou a qualquer outro meio de exercer sua cidadania pode ser condenado e a pena varia de seis meses a um ano de reclusão, além de multa.
Famílias que abandonem o idoso em hospitais e casas de saúde, sem dar respaldo para suas necessidades básicas, podem ser condenadas a pena de seis meses a três anos de detenção e multa.
Para os casos de idosos submetidos a condições desumanas, privados da alimentação e de cuidados indispensáveis, a pena para os responsáveis é de dois meses a um ano de prisão, além de multa. Se houver a morte do idoso, a punição será de 4 a 12 anos de reclusão.
CAPÍTULO III
3.1 A CONSTrUÇÃO DAS POLÍTICAS E DIREITOS DOS IDOSOS
A propagação do fenômeno envelhecimento e de suas questões foi
inicialmente promovida pelas organizações internacionais (Organização Mundial da
Saúde e organização das Nações Unidas) que tiveram papel fundamental na análise
e comunicação do impacto do envelhecimento sobre os países em desenvolvimento
na tentativa de estimulá-los a adotarem medidas para o enfrentamento dessarealidade. Entre essas medidas, duas tinham destaque especial: no campo da
saúde, fomentar o envelhecimento saudável e, no campo social, lutar peloenvelhecimento com direitos e dignidade (Goldman, 2004).
A partir disso, em meados da década de 1980, toma ímpeto omovimento da sociedade civil com novos atores em cena, entre eles professoresuniversitários, associações, idosos politicamente organizados e algunsparlamentares comprometidos com questões sociais, exigindo a valorização e orespeito à pessoa idosa. Esse movimento influenciou a construção da Constituição
Cidadã (1988), primeira Constituição da República Federativa do Brasil a versarsobre a proteção jurídica ao idoso, a qual impõe à família, à sociedade e ao Estado
o dever de amparar os idosos (Uvo; Zanatta, 2005).
Em 1994, foi estabelecida pela Lei n. 8.842, a poítica Nacional do Idoso, esta criou normas que definiram os direitos sociais dos idosos, garantindo a autonomia, a integração e a sua participação efetiva, por meio de canais institucionais de participação popular como o Conselho do Idoso, como instrumentos de cidadania.As ações desenvolvidas, desde a implantação da Política Nacional do Idoso, em 1994, do esforço na implementação do Plano de Ação Internacional para o Envelhecimento, de 2002, culminando com a promulgação da Lei nº 10.741, de 1º de outubro de 2003 que dispõe sobre o Estatuto do Idoso, fez com que o tema da I Conferência se transformasse na principal estratégia técnico-política das organizações sociais e dos órgãos públicos ligados às questões da pessoa idosa. Essa abordagem, estabelecida para a Conferência, demonstra para a sociedade qual é a preocupação central, o foco, a questão prioritária de atenção as violações de direito e que deve receber apoio por parte das políticas governamentais.
A partir desses eventos teve início em todo o Brasil uma campanha para que também os direitos sociais, como o direito à alimentação, ao transporte, à saúde, a habitação, a educação, ao esporte à cultura e ao lazer, aos benefícios sociais enfim os direitos assegurados no Estatuto do Idoso passassem a ter prioridade nas políticas públicas propiciando um gradativo avanço na perspectiva de desenhar uma Rede Nacional de Proteção e Defesa da Pessoa Idosa.
Nessa perspectiva é que, após a realização dos debates, conclusões e deliberações, da I Conferência, saiam definições precisas sobre os papéis e atribuições dos diferentes agentes (estatais e da sociedade civil) responsáveis pela implementação das políticas, assim como a indicação de grupos de monitoramento das propostas (nas esferas nacional, estadual e municipal). Criar e fortalecer os espaços reais de discussão e de definição de ações contituindo-se como questão fundamental para o aperfeiçoamento das políticas públicas de proteção e defesa da pessoa idosa.Para o enfrentamento dessa realidade, os idosos buscam fortalecimento no espaço público gerado pelo movimento social, fóruns e Conselhos de idosos, que lhes permitem se posicionarem pela concretização de ideais democráticos, como a conquista de sua cidadania, reinventando sua própria velhice (Bredemeier, 2003). Também contribui para isso sua significância numérica e qualitativa e sua presençano cenário político por meio do voto e da representação.
	
3.2 POLÍTICA NACIONAL DO IDOSO
A Política Nacional do Idoso (PNI) Lei 8.842 de 4 de janeiro de 1994, assegura os direitos sociais, cria mecanismos que promovem autonomia, integração e participação do idoso na sociedade brasileira.
Esta política foi construída a partir do movimento da sociedade civil, e, na expressão de BARROSO foi o momento mágico de esperança cidadã.
Conforme art. 4º da Lei nº 8.842/94 constituem diretrizes da política nacional do idoso:
 I - viabilização de formas alternativas de participação, ocupação e convívio do idoso, que proporcionem sua integração às demais gerações;
II - participação do idoso, através de suas organizações representativas, na formulação, implementação e avaliação das políticas, planos, programas e projetos a serem desenvolvidos;
III - priorização do atendimento ao idoso através de suas próprias famílias, em detrimento do atendimento asilar, à exceção dos idosos que não possuam condições que garantam sua própria sobrevivência;
IV - descentralização político-administrativa;
V - capacitação e reciclagem dos recursos humanos nas áreas de geriatria e gerontologia e na prestação de serviços;
 VI - implementação de sistema de informações que permita a divulgação da política, dos serviços oferecidos, dos planos, programas e projetos em cada nível de governo;
VII - estabelecimento de mecanismos que favoreçam a divulgação de informações de caráter educativo sobre os aspectos biopsicossociais do envelhecimento;
VIII - priorização do atendimento ao idoso em órgãos públicos e privados prestadores de serviços, quando desabrigados e sem família;
IX - apoio a estudos e pesquisas sobre as questões relativas ao envelhecimento.
Portanto a PNI determina medidas e providencias para possibilitar qualidade de vida ao idoso, bem como participação ativa na sociedade. A leiaté o momento não resultou em mudançassignificativas no cotidiano da vida do idoso.
A primeira norma infraconstitucional de relevância na descrição dos direitos à pessoa idosa é a Política Nacional do Idoso.A lei 8.842/94 baseou-se em uma série de acontecimentos sociais de extrema relevância, como a criação da Fundação da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia.
Sabe-se que a Política Nacional do Idoso – PNIda Lei 8.842 de 1994 no art. 1º determina que:
Art. 1º A política nacional do idoso tem por objetivo assegurar os direitos sociais do idoso, criando condições para promover sua autonomia, integração e participação efetiva na sociedade.
Esta política além de assegurar direitos estabelece princípios e mecanismos de coordenação entre a União, os Estados e os Municípios na execução de programas e projetos que têm como alvo a pessoa idosa.
Os princípios que rege aPNI:
Art. 3° A política nacional do idoso reger-se-á pelos seguintes princípios:
        I - a família, a sociedade e o estado têm o dever de assegurar ao idoso todos os direitos da cidadania, garantindo sua participação na comunidade, defendendo sua dignidade, bem-estar e o direito à vida;
        II - o processo de envelhecimento diz respeito à sociedade em geral, devendo ser objeto de conhecimento e informação para todos;
        III - o idoso não deve sofrer discriminação de qualquer natureza;
        IV - o idoso deve ser o principal agente e o destinatário das transformações a serem efetivadas através desta política;
        V - as diferenças econômicas, sociais, regionais e, particularmente, as contradições entre o meio rural e o urbano do Brasil deverão ser observadas pelos poderes públicos e pela sociedade em geral, na aplicação desta lei.
Em 1996 houve a regulamentação da Lei nº. 8.842, que dispõe sobre a Política Nacional do Idoso no Brasil, pelo Decreto n°. 1.948 de 3 de julho de 1996 definindo:
Art. 3° - Entende-se por modalidade asilar o atendimento, em regime de internato, ao idoso sem vínculo familiar ou sem condições de prover à própria subsistência de modo a satisfazer as suas necessidades de moradia, alimentação, saúde e convivência social. Parágrafo Único - A assistência na modalidade asilar ocorre no caso da inexistência do grupo familiar, abandono, carência de recursos financeiros próprios ou da própria família.
Em 2003 houve a instituição do Estatuto do Idoso com o objetivo de oferecer maior solidez à tutela da pessoa idosa e prevenir o processo de exclusão social dos maiores de sessenta anos. O referido Estatuto, estabelecido pela Lei 10.743/2003, representa verdadeiro microssistema legislativo de proteção específica à pessoa do idoso, conforme demonstrar-se-á a seguir.
3.3ESTATUTO DO IDOSO
O Estatuto do Idoso percorreu um longo caminho no Congresso Nacional até ser aprovado. A luta pelo reconhecimento deste projeto de lei durou mais de 20 anos, inicialmente a população não tinha preocupação com os idosos, não se importavam com os seus direitos. Mas com o crescimento desta população gerou nas autoridades competentes, na sociedade em geral e em seus familiares um choque de realidade fazendo-os repensar a perspectiva de vida que estavam oferecendo-lhes.
A trajetória do Estatuto do idoso teve início em 1983 pela iniciativa dos aposentados e das entidades que defendiam o direito dos idosos, fortaleceu-se até a década de 90. Som isso a luta foi ganhando novas forças e aliados, deixando-a cada vez mais fortalecida e renovada para seguir em busca do seu destino final, uma lei através da qual os idosos possam se resguardar e se sentir seguros, tendo como principal objetivo a garantia de uma moradia digna, saúde e lazer.
Após dois anos este projeto foi aceito, criando-se a Comissão Especial.No entanto só foi aprovado de forma unânime no ano de 2001. Logo após foi se tornando público e se fortalecendo cada vez mais, permitindo aos idosos terem seus direitos reconhecidos e baseados juridicamente.
Um fato importante que ajudou a fortalecer e incentivar a população a olhar para os mais velhos com outros olhos foi uma novela na rede globo “Mulheres apaixonadas” exibida em 2003 O drama vivido pelos idosos Leopoldo (Oswaldo Louzada) e Flora (Carmem Silva) mobilizou público e autoridades do país.
O casal de idoso eram frequentemente maltratados pela neta, que só consegue enxergá-los como um peso, furta dinheiro deles para satisfazer seus caprichos, no entanto os dois sofrem calados. O tema foi manchete em vários artigos de discussões, expostos em jornais, rádios, revistas e internet, dentre outros, fazendo a sociedade a repensar a relação dos problemas encarados pela terceira idade.
Outra referência importante para o fortalecimento no reconhecimento do Estatuto do Idoso foi a Igreja Católica que teve um papel muito importante que através da Campanha da Fraternidade (ano 2003). Com o tema Fraternidade e Pessoas Idosas, Vida, Dignidade e Esperança, mostrou para a população um assunto até então esquecido, fazendo com que as pessoas tomassem consciência da situação em que se encontravam estes idosos e do quão necessário se fazia valer o Estatuto do Idoso, pois uma vez já existindo o Estatuto da Criança e do Adolescente, porque não garantir direitos aos idosos?
O Estatuto do Idoso fruto de um trabalho no qual se reuniram várias forças conjuntas para que se tornasse eficaz, tornou-se um marco na história de toda sociedade.
No ano de 2003, por unanimidade, o Estatuto do Idoso foi aprovado, ficando conhecido em vários países, nos quais despertou interesse pelo nosso projeto, tornando-o conhecido mundialmente.
Depois de muita luta, no dia 1º de outubro de 2003, foi aprovado o Estatuto do Idoso, que serviu para contribuir com a Política Nacional do Idoso. O Estatuto abrangeu diversos direitos garantidos por Lei aos idosos, voltados para o bem-estar físico da população idosa. 
Segundo a Lei nº. 10.741 de 1º de outubro de 2003: 
Art. 1ºÉ instituído o Estatuto do Idoso, destinado a regular os direitos assegurados às pessoas com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos.
Art. 2ºO idoso goza de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei, assegurando-se-lhe, por lei ou por outros meios, todas as oportunidades e facilidades, para preservação de sua saúde física e mental e seu aperfeiçoamento moral, intelectual, espiritual e social, em condições de liberdade e dignidade.
		
Um dos Direitos Fundamentais defendido pelo o estatuto do idoso é a vida que deve ser compreendida em seu contexto geral, que é viver com qualidade e dignidade, pois nenhum idoso deve ser desrespeitado e nem ter uma vida na qual a dignidade não esteja como princípio. Até mesmo porque certas situações a que são submetidos os idosos, não podem ser consideradas como vida.
Para Vilas Boas (2009, p. 13):
O direito à vida, antes do direito à liberdade, é o maior dos direitos, colocado como indisponível e oponível erga omnes, por excelência, a tal ponto que não se pode emitir qualquer enunciado tendente a sua supressão. Ninguém pode negociar a própria vida e, assim sendo ninguém pode transferir ao Estado, o poder de dispor sobre sua própria liberdade, irrenunciável que é. O direito à vida e à liberdade está fora de qualquer pacto, são imprescindíveis, inalienáveis, insusceptíveis de qualquer restrição. A vida, a liberdade e a saúde são inerentes à natureza humana.
		
No entanto vale ressaltar que apesar da lei que assegura o direito do idoso estar aprovada é necessário que estes mudem suas posturase se comprometa com a sua dignidade e respeito, porque se não houver comprometimento das três partes, governo, sociedade e idosos, sempre essa questão será tratada como um sério problema para o país e não como uma solução. 
O Estatuto do Idoso de 2003 garante:
Art. 8º. O envelhecimento é um direito personalíssimo e a sua proteção um direito social, nos termos desta Lei e da legislação vigente.
Art. 9°. É obrigação do Estado garantir à pessoa idosa a proteção à vida e à saúde, mediante efetivação de políticas sociais e públicas que permitam umenvelhecimento saudável e em condições de dignidade.
Apesar de este artigo respaldar o direito à vida e à saúde do idoso, no qual o Estado tem por obrigação resguardar a vida como um direito natural, bem maior, pois sem ela jamais teria como ser protegido um direito essencial como este, resguardar a vida é cuidar e dar condições suficientes para um envelhecimento saudável, tratado com respeito e dignidade, sendo esta dignidade muito cuidada para que o idoso não se sinta ofendido, desrespeitado, ameaçado. 
Resguardar a vida significa por obrigação cuidar para que o idoso não sofra maus-tratos, violência física e psicológica, porque a vida tem como principio a dignidade, o respeito e a liberdade, sendo que um não existe sem o outro, porém, um princípio jamais se tornará sólido sem estrutura, sendo a vida, estruturada pela dignidade e respeito. 
Determina o art.10 do Estatuto do Idoso: 
Art. 10. É obrigação do Estado e da Sociedade, assegurar à pessoa idosa a liberdade, o respeito e a dignidade, como pessoa humana e sujeito de direitos civis, políticos, individuais e sociais, garantidos na Constituição e nas leis.
Parágrafo Primeiro: O direito à liberdade compreende, entre outros, os seguintes aspectos: 
I- Faculdade de ir, vir e estar nos logradouros públicos e espaços comunitários, ressalvadas as restrições legais. 
Parágrafo Segundo: O direito ao respeito consiste na inviolabilidade da integridade física, psíquica e moral, abrangendo a preservação da imagem, da identidade, da autonomia, de valores, idéias e crenças, dos espaços e dos objetos pessoais. 
Parágrafo Terceiro: É dever de todos zelar pela dignidade do idoso, colocando-o a salvo de qualquer tratamento desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou constrangedor.
Se o idoso não possuir liberdade e direito de ir e vir, de frequentar lugares públicos, sociais sem ter medo de ser discriminado, de poder se mover e movimentar, ele ficará preso ao sistema em que vive, não podendo mais ter a mesma rotina diária que mantinha antes de se tornar uma pessoa idosa. Tirar a liberdade do idoso é mais do que excluir, pois, com este pensamento referente à conotação da palavra idoso, estamos contribuindo para o esquecimento e o desprezo desta classe, uma vez que quem só fica em casa não possui vida social, familiar e não pratica atividades que lhe façam bem, sendo, portanto, excluído e discriminado.
A liberdade é um direito de todos, criança, jovem, adulto e idoso. Muita das vezes a pessoa idosa é podada de fazer atividade que fazia antes e lhe dava prazer, essa atitude é o fato de se acreditar que a pessoa idosa não possui mais capacidade de desenvolver as mesmas atividades de antes
Conforme nos demonstra Luft (2010, p. 47):
Ignoramos que velhos também viajam, estudam, passeiam, namoram, trabalham quando podem, curtem amizades e famílias - sem se pendurar nelas como vítimas chorosas. Não importam as décadas acumuladas, eles são mais que velhos: são pessoas. Mas para nós, nesta cultura em alguns aspectos bizarra, a velhice é antinatural, é quase uma enfermidade. Em lugar de saborear os prazeres desta idade, sofremos agonias desnecessárias, agarrados freneticamente à tábua de salvação dos modernos procedimentos estéticos.
Observa-se, assim, que, atentando a prestar alguns cuidados em relação à vida, à liberdade, à dignidade e ao respeito, pode-se tornar a vida das pessoas da terceira idade mais prazerosa e saudável, oferecendo-lhes um envelhecimento digno e saudável.
Dentre os direitos assegurados do idoso está a saúde e não pode ser negado ao idoso, assim como não é negado a nenhum outro ser humano frente às leis brasileiras.
Segundo Vilas Boas (2009, p. 34):
A saúde é prioridade de qualquer plano de governo nas mesmas proporções da educação, em todos os seus níveis. O Sistema Único de Saúde-(SUS), viabilizado pela Lei n. 8.080, de 19 de setembro de 1990, teve por primeira disposição geral o primado da saúde como direito fundamental do ser humano, cabendo ao Estado prover as condições indispensáveis ao seu pleno exercício.
Contudo este é um dos momentos no qual a famíliaé essencial na vida da a terceira idade, pois é ela quem vai incluir estes idosos na vida familiar e social dando a estes tranquilidade e qualidade de vida mais uma vez citada aqui, ela simplesmente se exclui da responsabilidade para com estes idosos, situação que acaba gerando mais desgaste e enfraquecimento emocional destas pessoas com uma idade já tão avançada, fazendo-os sentir vergonha de estarem na presença de seus familiares, gerando um medo de serem um peso na vida deles. Neste momento a família deve garantir a pessoa idosa qualidade de vida cuidando para que o aspecto físico e psicológico não pese tanto como problema na vida deles.
Com relação o direito a saúde o Estatuto do Idoso Prevê:
Art. 15. É assegurada a atenção integral à saúde do idoso, por intermédio do Sistema Único de Saúde - SUS, garantindo-lhe o acesso universal e igualitário, em conjunto articulado e contínuo das ações e serviços, para a prevenção, promoção, proteção e recuperação da saúde, incluindo a atenção especial às doenças que afetam preferencialmente os idosos. Parágrafo Primeiro: A prevenção e a manutenção da saúde do idoso serão efetivadas por meio de: 
I- Cadastramento da população idosa em base territorial; 
II- Atendimento geriátrico e gerontológico em ambulatórios; 
III- Unidades geriátricas de referência, com pessoal especializado nas áreas da geriatria e gerontologia social; 
IV- Atendimento domiciliar, incluindo a internação, para a população que dele necessitar e esteja impossibilitada de se locomover, inclusive para idosos abrigados e acolhidos por instituições públicas, filantrópicas, ou sem fins lucrativos e eventualmente conveniadas com o Poder Público, nos meios urbano e rural; 
V- Reabilitação orientada pela geriatria e gerontologia, para redução de seqüelas decorrentes do agravo da saúde. 
Parágrafo Segundo: Incumbe ao Poder Público fornecer aos idosos, gratuitamente, medicamentos, especialmente os de uso continuado, assim como próteses, órteses e outros recursos relativos ao tratamento, habilitação ou reabilitação. 
Parágrafo Terceiro: É vedada a discriminação do idoso nos planos de saúde pela cobrança de valores diferenciados em razão da idade.
Parágrafo Quarto: Os idosos portadores de deficiência ou com limitação incapacitante terão atendimento especializado, nos termos da Lei. 
Parágrafo sexto: É assegurado ao idoso enfermo o atendimento domiciliar pela perícia médica do Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, pelo serviço público de saúde ou pelo serviço privado de saúde, contratado ou conveniado, que integre o Sistema Único de Saúde - SUS, para expedição do laudo de saúde necessário ao exercício de seus direitos sociais e de isenção tributária.(Incluído pela Lei nº 12.896, de 2013)
Art. 16. Ao idoso internado ou em observação é assegurado o direito a acompanhante, devendo o órgão de saúde proporcionar as condições adequadas para a sua permanência em tempo integral, segundo o critério médico. 
Parágrafo Único: Caberá ao profissional de saúde responsável pelo tratamento conceder autorização para o acompanhamento do idoso ou, no caso de impossibilidade, justificá-la por escrito.
Ainda segundo o Estatuto do Idoso a pessoa idosadeverá ter atendimento preferencial no Sistema Único de Saúde (SUS).
O idoso tem atendimento preferencial no Sistema Único de Saúde (SUS).
A distribuição de remédios aos idosos, principalmente os de uso continuado (hipertensão, diabetes etc.), deve ser gratuita, assim como a de próteses e órteses. Os planos de saúde não podem reajustar as mensalidades de acordo com o critério da idade. O idoso internado ou em observação em qualquer unidade de saúde tem direito a acompanhante, pelo tempo determinado pelo profissional de saúde que o atende.
De acordo com Siqueira (2005, p. 43-44):
A Assistência Social faz parte da Seguridade Social, à qual pertencem ainda a Saúde e a Previdência Social. Ela não requer contribuição alguma para beneficiar as pessoas, diferentementeda Previdência Social, que exige tais contribuições. Pela Previdência a pessoa não poderá receber uma aposentadoria ou pensão do INSS se não preencher determinadas condições, entre as quais, principalmente a condição de segurado. Já na Assistência, basta-lhe a situação de penúria ou de dificuldade econômica, ainda que nunca tenha recolhido para o INSS.
Dentre os direitos estabelecidos pelo o Estatuto um que na maioria das vezes não é respeitado é o direito ao transporte,e na maioria dos casos este desrespeito acontece por parte da própria sociedade. O idoso tem direito a descontos ou até passe livre em muitos transportes públicos, no entanto o que se vê muitas vezes é ônibus passando direto, falta de cadeiras exclusivas, ou até mesmo gente que senta nas cadeiras destinadas ao idoso e deixa o mesmo em pé em viagens longas. As vagas selecionadas para idosos em vias públicas, sempre são utilizadas por pessoas mais jovens e quando este idoso busca por elas, encontra-as ocupadas, desrespeitando de forma brutal o direito do idoso.
Neste sentido o Estatuto do idoso deixa claro em seu artigo 39 e 40 dizendo que:
Art. 39. Aos maiores de 65 (sessenta e cinco) anos fica assegurada a gratuidade dos transportes coletivos públicos urbanos e semi-urbanos,exceto nos serviços seletivos e especiais, quando prestados paralelamente aos serviços regulares.
Parágrafo Primeiro: Para ter acesso à gratuidade, basta que o idoso apresente qualquer documento pessoal que faça prova de sua idade. Parágrafo Segundo: Nos veículos de transporte coletivo de que trata este artigo, serão reservados 10% (dez por cento) dos assentos para os idosos, devidamente identificados com a placa de reservado preferencialmente para idosos. 
Parágrafo Terceiro: No caso das pessoas compreendidas na faixa etária entre 60 (sessenta) e 65 (sessenta e cinco) anos, ficará a critério da legislação local dispor sobre as condições para exercício da gratuidade nos meios de transporte previstos no caput deste artigo.
Art. 40. No sistema de transporte coletivo interestadual observar-se-á, nos termos da legislação específica: 
I – a reserva de 2 (duas) vagas gratuitas por veículo para idosos com renda igual ou inferior a 2 (dois) salários-mínimos; 
II – desconto de 50% (cinqüenta por cento), no mínimo, no valor das passagens, para os idosos que excederem as vagas gratuitas, com renda igual ou inferior a 2 (dois) salários-mínimos. 
Parágrafo único. Caberá aos órgãos competentes definir os mecanismos e os critérios para o exercício dos direitos previstos nos incisos I e II. 
Art. 41. É assegurada a reserva, para os idosos, nos termos da lei local, de 5% (cinco por cento) das vagas nos estacionamentos públicos e privados, as quais deverão ser posicionadas de forma a garantir melhor comodidade ao idoso. 
Art. 42. É assegurada a prioridade do idoso no embarque no sistema de transporte coletivo.
Os idosos também necessitam de atividades motivacionais para, além de ocupar seu tempo e cuidar da saúde, sentir mais disposição. Entre outros motivos relevantes para seu condicionamento físico e prevenção de futuras doenças, uma boa opção é a inclusão nos esportes.
Com isso ganham mais qualidade de vida tanto no aspecto físico como no psicológico, pois não é só de remédio, médico e aposentadoria que o idoso precisa. Vale ressaltar que a cultura faz parte de cada um é necessário que todo ser humano tenha contato com instrumentos e movimentos culturais.
O lazer é uma forma de aumentar a sociabilidade do idoso, por isso o Estatuto prevê o lazer, a cultura,a educação, e o esporte devido a sua importância e aos benefícios trazidos para a qualidade de vida da pessoa idosa. E quanto aos esportes, nada mais claro do que os inúmeros benefícios que a atividade física pode trazer para o idoso, tanto no quesito físico como no psicológico. Outro aspecto nos mostra que os idosos de hoje, mencionando os que estão acima do nível da pobreza, os que já aproveitam de uma boa qualidade de vida condizente com suas idades, preocupam-se com seu bem-estar, dando prioridade a atividades que exercitem tanto o corpo como a mente, e muito interessante citar que o Estatuto do Idoso menciona o direito à educação, à cultura, ao esporte e ao lazer, conforme pode ser visto em alguns dos artigos expressos abaixo:
Art. 20. O idoso tem direito à educação, cultura, esporte, lazer, diversões, espetáculos, produtos e serviços que respeitem sua peculiar condição de idade.
Art. 21. O Poder Público criará oportunidades de acesso do idoso à educação, adequando currículos, metodologias e material didático aos programas educacionais a ele destinados. 
Parágrafo Primeiro: Os cursos especiais para idosos incluirão conteúdo relativo às técnicas de comunicação, computação e demais avanços tecnológicos, para sua integração à vida moderna. 
Parágrafo Segundo: Os idosos participarão das comemorações de caráter cívico ou cultural, para transmissão de conhecimentos e vivências às demais gerações, no sentido da preservação da memória e da identidade culturais. 
Art. 22. Nos currículos mínimos dos diversos níveis de ensino formal serão inseridos conteúdos voltados ao processo de envelhecimento, ao respeito e à valorização do idoso, de forma a eliminar o preconceito e a produzir conhecimentos sobre a matéria.
Art. 23. A participação dos idosos em atividades culturais e de lazer será proporcionada mediante descontos de pelo menos 50% (cinqüenta por cento) nos ingressos para eventos artísticos, culturais, esportivos e de lazer, bem como o acesso preferencial aos respectivos locais.
Art. 24. Os meios de comunicação manterão espaços ou horários especiais voltados aos idosos, com finalidade informativa, educativa, artística e cultural, e ao público sobre o processo de envelhecimento.
Art. 25. O Poder Público apoiará a criação de universidade aberta para as pessoas idosas e incentivará a publicação de livros e periódicos, de conteúdo e padrão editorial adequados ao idoso, que facilitem a leitura, considerada a natural redução da capacidade visual.
O Estatuto do Idoso gerou diversos benefícios para os idosos, desde que o Estatuto entrou em vigor, as denúncias voltadas para as queixas de violência e os maus-tratos se intensificaram, gerando um aumento significativo de denúncias, chegando aproximadamente um aumento de 90% em relação às queixas dos anos anteriores à entrada do Estatuto do Idoso. 
Pode se constatar através de diversas notícias disponíveis na mídia, na maioria dos casos que envolviam violência contra o idoso geralmente o agressor era um familiar ou alguém bem próximo do idoso. Na sua maioria o idoso acabava retirando a queixa devido ao medo de que esse agressor pudesse ser prejudicado. 
Mesmo sofrendo abusos, maus-tratos, violência física e psicológica por estes membros familiares ou não que o auxiliam terá ele coragem para denunciá-los ou manter esta denúncia? O que acontecerá com este idoso depois que ele denunciar um familiar seu? 
Diante deste quadro de questionamentos é necessário que seja feita uma analise com relação a dificuldade que um idoso possa ter para fazer uma denúncia e se esta é a mesma dificuldade que ele encontra para excluir um ente querido ou a própria família de sua vida. Diante disso há necessidade de se criar um órgão fiscalizador o qual será responsável por fiscalizar os maus-tratos, abandono e violências sofridas por estes idosos, a fim de encaminhá-los a outro local em que se preste assistência conforme suas necessidades, retirando-os deste meio em que são submetidos diariamente à violência.
Segundo o Estatuto a vida, a saúde e a integridade física do idoso sempre devem ser preservadas, ou seja, o idoso deve ser protegido de forma que não se permita que familiares façam menos do que podem, às vezes deixando até de providenciar os cuidados necessários para com essas pessoas idosas, negando até os subsídios necessários para a manutenção destes idosos, como a falta de alimentação, remédios, higiene, dentre outros.
Portanto ao deixar de cumprir as obrigações de cuidar do idoso não é apenas um atode abandono, mais pode ser considerado muito mais que isso, pois se trata de um crime que incide em negligência. 
Segundo dados de pesquisas as reclamações que mais foram registradas por parte dos idosos foram delitos de lesão corporal, furtos, maus-tratos, extravio de documentos, ameaças e abandono material, mas entre todas, as mais citadas estão o abandono e a negligência.
Neste sentido, o Código Penal, Decreto-lei nº. 2.848, possui a seguinte redação: 
Art. 133. Abandonar pessoa que está sob seu cuidado, guarda vigilância ou autoridade, e, por qualquer motivo, incapaz de defender-se dos riscos resultantes do abandono: 
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos.
Parágrafo Primeiro: Se do abandono resulta lesão corporal de natureza grave: 
Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos. 
Parágrafo Segundo: Se resulta a morte: 
Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 12 (doze) anos. 
Aumento de pena 
Parágrafo Terceiro: As penas cominadas neste artigo aumentam-se de um terço:
I - se o abandono ocorre em lugar ermo;
II - se o agente é ascendente ou descendente, cônjuge, irmão, tutor oucurador da vítima.
Há diferentes teorias e estudos que explicam as causas de abandono e maus-tratos que os idosos sofrem. Pesquisas já realizada afirmam que o principal fator que gera maus-tratos e o abandono se refere à questão da vulnerabilidade e à falta de proteção que o idoso possui em relação à vida, e os seus agressores se aproveitam desta situação.
Devido à vulnerabilidade em que se encontra o idoso isso acaba gerando uma menor capacidade destes de se proteger e de se defender das situações de perigo a que eles são submetidos.
Em razão de diversos fatores, a vulnerabilidade da pessoa idosa pode ser considerada por diferentes ângulos variando de acordo com o grau de dependência, fragilidade ou mesmo ignorância dos efeitos das ações alheias ou mesmo própria.
No entanto, o maior desafio para a pessoa idosa é viver a própria vida, nos limites em que a plenitude de sua condição lhe permite.
Já o ato da negligência, por ser mais popular, não é encarada por um tipo de violência, embora se enquadre totalmente como tal. 
Martinez (2005, p. 37) diz que: “Negligência consiste em deliberada falta de atenção com os cuidados próprios da senectude. Vale dizer, relegar o idoso, permitir que chegue a indigência, penúria ou outro sofrimento físico ou psíquico por ação e, principalmente, por omissão.”
Portanto o ato de negligenciar é na verdade é deixar de lado as reais necessidades do idoso, ou seja, excluí-lo do seu convívio. 
Neste sentido o Estatuto do Idoso cita que: 
Art. 4°. Nenhum idoso será objeto de qualquer tipo de negligência, discriminação, violência, crueldade ou opressão, e todo atentado aos seus direitos, por ação ou omissão, será punido na forma da lei.
Parágrafo Primeiro: É dever de todos prevenir a ameaça ou violação aos direitos do idoso. 
Parágrafo Segundo: As obrigações previstas nesta Lei não excluem da prevenção outras decorrentes dos princípios por ela adotados.
Ritt e Ritt (2008, p. 38) ressaltam: 
A violência contra o idoso pode ocorrer de várias formas, desde a psicológica, que se manifesta através da negligência e pelo descaso, até as agressões físicas. São comuns os casos de filhos que batem nos pais, tomam seu dinheiro, os dopam, os deixam passar fome ou não dão os remédios na hora marcada, no chamado abandono material.
Enfim, a negligência se resume no ato de não satisfazer as necessidades básicas destes idosos, ou seja, é o ato de negar alimentos, cuidados com higiene, negar a locomoção, segurança e tratamentos médicos adequados à manutenção de sua saúde, e na privação de qualquer direito e dever da sociedade, do Estado, como também de todos os órgãos que visam à proteção da pessoa idosa.
Dentre os maus-tratos sofridos pela a pessoa idosa está a privação de alimentos necessários para a sua sobrevivência. Isso ocorre em grande parte nas clínicas, asilos que abrigam pessoas idosas e nas próprias famílias do idoso dependente desses cuidados.
Estatuto do Idoso diz:
Art. 11. Os alimentos serão prestados ao idoso na forma da lei civil.
Art. 12. A obrigação alimentar é solidária, podendo o idoso optar entre os prestadores.
 Art. 13. As transações relativas a alimentos poderão ser celebradas perante o Promotor de Justiça, que as referendará, e passarão a ter efeito de título executivo extrajudicial nos termos da lei processual civil.
Art. 14. Se o idoso ou seus familiares não possuírem condições econômicas de prover o seu sustento, impõe-se ao Poder Públicoesse provimento, no âmbito da assistência social.
O Estatuto do Idoso, além dos direitos fundamentais declarados que resguardam as garantias de vida digna, elenca ainda uma série de medidas de proteção ao idoso que devem ser aplicadas sem que seus direitos sejam ameaçados ou violados. Essas medidas são aplicadas pelo Ministério Público ou pelo Poder Judiciário, que poderá determinar ações como, por exemplo, o encaminhamento do idoso à família ou curador mediante termo de responsabilidade, abrigo em entidades voltadas ao cuidado com o idoso de forma temporária ou permanente, orientação e acompanhamento socioassistencias, entre outras.
O art. 46 do Estatuto do Idoso, dita que “o atendimento ao idoso far-se-á por meio do conjunto articulado de ações governamentais e não governamentais da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios”. Ou seja, apesar de, ser o Município o ente responsável pela implantação e manutenção das políticas públicas voltadas ao idoso, todos os entes federativos são responsáveis conjuntamente para o bom desenvolvimento dessas ações.
O Estatuto do Idoso apresenta um campo prolífero e  convidativo para que a sociedade se mobilize e exija efetivação das Leis em benefício do idoso.
De acordo o Estatuto é um direito do idoso o exercício de atividade profissional, respeitados seus limites físicos e psíquicos. 
É, portanto proibida a discriminação por idade, inclusive nos concursos públicos, excetuando-se os casos em que o cargo o exigir. Em concursos públicos, para desempate, há preferência para quem tem maior idade. Cabe ainda ao Poder Público estimular a iniciativa privada a contratar os idosos.
Sabe-se que o Estatuto do Idoso, além de reafirmar direitos básicos de cidadania, trabalha com a noção de discriminação positiva: propondo assim atendimento preferencial, imediato e individualizado para o idoso em órgãos públicos e privado, preferência na formulação e na execução de políticas sociais públicas específicas; destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas relacionadas à proteção; criação de formas alternativas de participação, ocupação e convívio com as demais gerações; priorização do atendimento na família, em detrimento do atendimento asilar, salvo situações de exceção.
Reconhece, portanto o despreparo geral da sociedade isso quando se trata da velhice propondo assim a realização de programas de capacitação de recursos humanos e a ampla divulgação de informações sobre aspectos do envelhecimento para que não ocorra tanta violação do direito do idoso já que isso é um dos grandes desafios enfrentados pela população idosa. 
CONCLUSÃO 
A Política Nacional do idoso teve como objetivo principal criar condições reais para promover a longevidade com qualidade de vida, colocando em prática ações voltadas, não apenas para os que estavam mais velhos, mas também para aqueles que iriam envelhecer. 
Entretanto, essa legislação não tem sido eficientemente aplicada por vários fatores, que vão desde contradições dos próprios textos legais até o desconhecimento de seu conteúdo. Há necessidades de soluções mais práticas por meio de intervenções sociais, econômicas e ambientais. 
O envelhecimento da população influencia o consumo, a transferência de capital e propriedades, a arrecadação de impostos e pagamentos de pensões, altera o mercado de trabalho, amplia os gastos com saúde e assistência médica e modifica a composição e organização da família.
A análise da conjuntura envolvida na construção das políticas