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TEORIAS E SISTEMAS PROFA DRA MARIA NATALIA M RODRIGUES Matrizes do Pensamento Psicológico. Reducionismo Sistema de pensamento nascido entre os séculos XVII e XIX, juntamente com a concepção de que os homens seriam como máquinas, cuja natureza se comportava segundo critérios e padrões específicos, submetidos a “leis gerais” de funcionamento; O pensamento da época buscava explicar o homem e seus feitos a partir de uma compreensão que se afastasse do conhecimento religioso e se apropriasse do pensamento filosófico racional, prático e paradigmático, a fim de poder intervir e produzir efeitos de compreensão e previsão do comportamento e funcionamento humano. O Reducionismo constitui-se em um movimento filosófico específico e se consolida como um método de pensamento, cujos conceitos podem ser formulados em termos cada vez mais “simples”, promovendo uma redução ao nível das propriedades e das relações entre suas partes. Contribuições para a Psicologia: Devido à natureza não quantificável de seu objeto – à simultaneidade da condição de sujeito e objeto de estudo, à indivisibilidade do fenômeno psíquico, considerando a transformação do próprio ser humano pela inerente interação com o mundo e demais indivíduos, da sua relativa autonomia e, portanto, relativa liberdade, além das constantes transformações de suas realidades externas e internas –, as diversas teorias explicativas realizadas pelos métodos reducionistas desses fenômenos contribuíram para a ampliação dos modelos teóricos, por vezes complementares, ou tão antagônicos, colocados no bojo da compreensão psicológica: desde o estudo do funcionamento neuroquímico do sistema nervoso central até mesmo as condições inconscientes da constituição subjetiva humana. Abordagem etnocêntrica Considera outras sociedades ou povos como inferiores ao seu próprio grupo étnico. Toda a Psicologia produzida até meados de 1960 e 1970 tinha por pressuposto uma universalidade de homem referendada aos sujeitos brancos, ocidentais, que viviam culturas capitalistas e democráticas, de tradição cultural judaico-cristã, e que compactuavam com a visão de mundo advinda da Europa renascentista, com os ideais da Revolução Francesa ainda pulsando fortemente em suas formas de entender e se relacionar com o mundo. A abordagem etnocêntrica em Psicologia começa a sofrer severas críticas com o desenvolvimento da Psicologia Social, compondo um campo novo, capaz de trabalhar a universalidade dos conhecimentos e dos olhares sobre o acontecimento humano sobre a terra, sem excluir as dimensões singulares e particulares dos modos de ser e habitar o planeta em toda sua diferenciação fundamental. Para essa nova perspectiva, a Psicologia Cultural nascerá como proposta alternativa e eticamente viável na composição do novo saber. Esse esforço pode ser analisado nas recentes apropriações do campo teórico da psicologia na tentativa de explicar fenômenos culturais nos mais diversos espaços de ocupação do homem sobre a terra – primeiramente numa perspectiva puramente descritiva, na tentativa de identificação de o que fazem esses sujeitos, como vivem, como se organizam e como lidam com as adversidades desse modo de vida, etc. Tais esforços aprofundam-se na busca de compreender como se desenvolvem, quais aspectos de personalidade estão mais dispostos a aceitar e inclinados a valorizar, e como reagem diante do desconhecido e dos sentimentos que carregam e apresentam na relação consigo mesmos e com os demais integrantes do grupo. Psicologia transcultural Se caracteriza como um sistema de investigação em Psicologia, que se coloca a estudar a relação do homem em seu contexto social, como ele interage, aprende, demonstra emoções e afetos sob certas circunstâncias de vida. A busca para compreender e estudar as semelhanças e diferenças nos indivíduos e grupos em seus mais diferentes aspectos – sejam eles biológicos, ecológicos, sociais ou psicológicos – constitui-se como um dos principais objetivos de pesquisa e intervenção da Psicologia Transcultural. REFERÊNCIAS FIGUEIREDO, L. C. M.; SANTI, P. L. R. de. Psicologia: uma (nova) introdução. 3. ed. São Paulo: Educ, 2008. HILLIX, W. A.; MARX, M. H. Sistemas e Teorias em Psicologia. 3. ed. São Paulo: Cultrix, 1973. SCHULTZ, D. P.; SCHULTZ, S. E. História da Psicologia Moderna. 5. ed. São Paulo: Cultrix, 1992.