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Métodos e Técnicas de Avaliação em Fisioterapia Disciplina: MTAF- Métodos e Técnicas de Avaliação Fisioterapêutica Profa. Responsável: Hellyangela Bertalha Blascovich (hellybertalha@hotmail.com) Método x técnica • MÉTODO: – Termo grego methodos > “CAMINHO” OU “VIA” e que se refere ao meio utilizado para chegar a um fim. – Conjunto de procedimentos, regras e operações previamente fixados que permitem chegar à determinada meta, fim ou conhecimento. • TÉCNICA: – Conjunto de métodos e processos próprios de uma arte, ciência ou profissão: técnica de escrita; técnica cirúrgica; técnica de ensino. – Maneira de agir, método particular de fazer alguma coisa. CONCEITOS IMPORTANTES CONCEITOS IMPORTANTESSemiologia e Semiotécnica • SEMIOLOGIA: – A palavra vem da união das palavras grega semeion, que significa SINAL, e logos, ESTUDO. – ESTUDO dos SINAIS E SINTOMAS apresentados pelos pacientes. • SEMIOTÉCNICA: – Provem do grego (semeion), SIGNO e (tékne), TÉCNICA) – Termo das ciências da saúde que se refere aos métodos para identificar os sinais de uma doença durante um exame físico. Constituindo-se em um dos pilares fundamentais da formação do Fisioterapeuta. SINAIS X SINTOMAS SINTOMAS • São sensações subjetivas, anormais, sentidas pelo paciente e não visualizadas pelo examinador. • Relatado pelo paciente; CONCEITOS IMPORTANTES SINAIS • São dados objetivos que podem ser notados pelo examinador pela inspeção, palpação, percussão e ausculta, ou evidenciados através de meios subsidiários. • Qualquer dado possível de ser coletado por meio de um técnica. *Sindrome: Conjunto de Sintomas e/ou sinais que ocorrem associadamente e que podem ser determinadas por diversas causas. 1 2 3 4 5 6 Diagnóstico x Prognóstico • Diagnóstico: – Provem do grego dia, que quer dizer “ATRAVÉS” e gignósko, que significa “CONHECER, SABER”. – Determinar e reconhecer uma doença ou condição física (ou mental) através de sintomas, sinais, relatos e realização de exames distintos e específicos. • Prognóstico: – Vem do antigo grego e significa 'SABER ANTECIPADAMENTE‘ – Consiste na suposição do desenvolvimento futuro de um processo; suposição sobre o resultado de um processo. (baseado no diagnóstico) CONCEITOS IMPORTANTES • Diagnóstico: câncer • Prognóstico: diferentes Diagnóstico x Prognóstico Diagnóstico médico x Diagnóstico fisioterapêutico • Clínico: – Reconhecimento de uma doença através da manifestação clínica (sinais e sintomas) -> MÉDICO • Cinético-funcional: – Traduz o distúrbio da função do órgão atingido pela enfermidade; – Capacidades e limitações do paciente a partir do diagnóstico clínico, avaliação fisioterapêutica; – Baseado no CÓDIGO INTERNACIONAL DE FUNCIONALIDADE (CIF) Resolução COFFITO-80: Define as competências e atribuições do Fisioterapeuta: • Artigo 1º. É competência do FISIOTERAPEUTA, elaborar o diagnóstico fisioterapêutico compreendido como avaliação físico-funcional, sendo esta, um processo pelo qual, através de metodologias e técnicas fisioterapêuticas, são analisados e estudados os desvios físico-funcionais intercorrentes, na sua estrutura e no seu funcionamento, com a finalidade de detectar e parametrar as alterações apresentadas, considerados os desvios dos graus de normalidade para os de anormalidade; prescrever, baseado no constatado na avaliação físico-funcional as técnicas próprias da Fisioterapia, qualificando-as e quantificando-as; dar ordenação ao processo terapêutico baseando-se nas técnicas fisioterapêuticas indicadas; induzir o processo terapêutico no paciente; dar altas nos serviços de Fisioterapia, utilizando o critério de reavaliações sucessivas que demonstrem não haver alterações que indiquem necessidade de continuidade destas práticas terapêuticas. Diagnóstico fisioterapêutico/ Cinético-funcional • CÓDIGO INTERNACIONAL DE FUNCIONALIDADE (CIF) – Criado pela OMS; – Utilizada por profissionais da saúde; – Fornecer uma linguagem comum para descrever a saúde e os relacionadas à saúde Diagnóstico fisioterapêutico/ Cinético-funcional Funções fisiológicas do corpo (inclui psicológicas) Partes anatômicas do corpo como órgãos, membros e seus componentes. Problemas nas funções ou nas estruturas do corpo como um desvio importante ou perda. Estrutura Função Diagnóstico fisioterapêutico/ Cinético-funcional É a execução de uma tarefa ou ação pelo indivíduo É o envolvimento em situações de vida diária Compõem o ambiente físico, social e atitudinal no qual as pessoas vivem e conduzem sua vida Mobilidade, cuidado pessoal, vida doméstica, trabalho, vida social e comunitária Avaliação Fisioterapêutica “A Avaliação é o eixo mestre da ação terapêutica” (João Amaro, 2006) Avaliação • É uma coleta (sistemática) de dados qualitativos e quantitativos suficientes e precisos, assim como a observação e a descrição das disfunções; • É um processo contínuo (reavaliação): - Determina a evolução do paciente - Forma base para a modificação do tratamento proposto. • Material de pesquisa científica e também indices de eficiência do tratamento realizado. • Se inicia no momento que o paciente entra. • A confiabilidade aumenta quando o método é padronizado (conceito de reprodutibilidade): - Inter-avaliadores; - Intra-avaliador Objetivos da avaliação Diagnóstico cinesiológico-funcional IDENTIFICAÇÃO DO PROBLEMA • Planejar tratamento efetivo, compatível com as necessidades e metas do paciente e também de seu prognóstico. (curto e longo prazo) Estabelecer objetivos • Material de pesquisa científica e também indices de eficiência do tratamento realizado.Determinar conduta TOMADA DE DECISÕES CLÍNICAS AVALIAÇÃO DO PACIENTE ESTABELECIMENTO DE METAS A LONGO PRAZO ESTABELECIMENTO DE METAS A CURTO PRAZO IDENTIFICAR PROCEDIMENTOS TERAPÊUTICOS APROPRIADOS TRATAMENTO DO PACIENTE 1. Avaliação propriamente dita 2. Análise dos dados 3. Metas 4. Plano de tratamento 5. Tratamento efetivo 6. Reavaliação do paciente e resultados do tratamento Composição da Avaliação Fisioterapêutica • ANAMNESE • EXAMES COMPLEMENTARES • EXAME FÍSICO • DIAGNÓSTICO FISIOTERAPÊUTICO • OBJETIVOS DO TRATAMENTO • CONDUTAS AVALIAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA SUMÁRIO DE PROBLEMA HIPÓTESE DIAGNÓSTICA • O que (PROBLEMA) chamou atenção e relevância no caso clínico; • Crie as hipóteses, confronte-as e responda a pergunta: O que te levou a pensar nela? OBJETIVOS X CONDUTA • Objetivo => Refere-se à sua Meta, ou seja: é tudo aquilo que você pretende alcançar ao tratar o paciente. Os objetivos geralmente são descritos no infinitivo. – Ex: Promover reforço muscular • Conduta => São as técnicas que você vai usar para o tratamento. Em outras palavras: é o caminho que você vai seguir para alcançar seu objetivo. – Ex: Exércicio ativo- resistido (3 x 10) INICIANDO A AVALIAÇÃO ANAMNESE ANAMNESE Histórico de todas informações narradas pelo paciente sobre determinado caso clínico. ANAMNESE - Provém do grego: ana = trazer de novo e mnesis = memória - Trazer de volta à memória do paciente ou de pessoas relacionadas informações referentes a história de uma caso/doença(problema); - Fisioterapeuta deve: - Desenvolver um bom relacionamento com paciente/ acompanhante; - Falar de modo e utilizar termos que possam ser compreendidos pelo paciente; - Saber ouvir o paciente, ser enfático, interessado, cuidadoso e profissional; - Dar ênfase aos aspectos que tenham maior relevância; - Nenhuma área deve ser menosprezada; ANAMNESE Forma Livre Relato espontâneo do pcte. Forma dirigida O avaliador conduz a entrevista de forma livre e objetiva, obtendo dados para o diagnóstico da doença. As perguntas não devem ser tendenciosas ou induzir o paciente Devemos ao redigir a anamnese ter clareza, cronologia, objetividade e caracterização dos sintomas. ANAMNESE 1. Identificação 2. Queixa Principal3. História da Doença Atual (HDA/HMA) 4. História da Doença Pregressa (HDP) 5. História ou Antecedênte Familiar (HF) 6. Histórico social 7. Histórico Medicamentoso IDENTIFICAÇÃO • NOME • SEXO • IDADE/DATA DE NASCIMENTO • RAÇA • ENDEREÇO/TELEFONE • NATURALIDADE • PROFISSÃO • ESCOLARIDADE • ESTADO CIVIL • DIAGNÓSTICO MÉDICO/ENCAMINHAMENTO (quando houver). ANAMNESE QUEIXA PRINCIPAL: É o relato do paciente sobre o motivo que o levou a procurar a assistência fisioterapêutica: Deve ser transcrita exatamente como o paciente relatou; – SIC = SEGUNDO INFORMAÇÕES COLHIDA ANAMNESE Dor Incapacidade Funcional Observações do paciente HISTÓRIA DA DOENÇA ATUAL (HDA/HMA) • O paciente relata sobre o desenvolvimento da doença/problema; • Deve ser dirigida pelo avaliador de forma clara, objetiva e concisa. • Obedecer ordem cronológicas dos fatos – sequência lógica. Paciente desorientado, confuso, inconsciente ???? ANAMNESE • Ainda deve constar: [1] A região do corpo afetada. [2] O início dos sintomas do paciente [3] Fatores de piora e melhora dos sintomas. [4] A qualidade de seus sintomas (Ex: no caso de dor, como o paciente os descreve, localização, se a dor irradia, etc.) [5] A evolução dos sintomas (como eles mudaram ao longo do tempo). [6] Impactos sociais e econômicos (está afastado do trabalho, limitações do convívio social) HISTÓRIA DA DOENÇA ATUAL (HDA/HMA) QP HDA HISTÓRIA DA DOENÇA ATUAL (HDA/HMA) ANAMNESE LOCALIZAÇÃO • ESTRUTURA ESPECIFICA • REGIÃO MAIS GERAL INÍCIO • SÚBITO • INSIDIOSA EVOLUÇÃO PROGRESSIVA; ESTACIONÁRIA; REGRESSIVA; RECIDIVANTE; ONDULANTE; INTERMITENTE, DESCRIÇÃO DA DOR (SENSAÇÃO) • PONTADA; • PROFUNDA; • QUEIMAÇÃO; • AGULHADA; • LATEJANTE; ETC PADRÃO (QUANDO ?) OCASIONAL/PERIÓDICA/CONSTANTE • MANHÃ; TARDE;NOITE • ALMOÇO;JANTAR • HORA DE DORMIR; AO ACORDAR FREQUÊNCIA/DURAÇÃO • QUANTAS VEZES/DIA • QUANTO TEMPO/DIA • CONSTANTE INTENSIDADE • EVA (0 A 10) • NOMINAL (SUAVE;MODERADA;FORTE) FATORES AGRAVANTES OU DESENCADEANTES • MOVIMENTO, QUAL? FATORES ATENUANTES • REPOUSO; • MUDANÇA DE POSIÇÃO • MEDICAÇÃO? REALIZAÇÃO DE TRATAMENTO ANTERIORES • SIM • NÃO • QUAIS RESULTADOS COMPROMETIMENTO E INCAPACIDADE QUAL? Ferramentas de Avaliação da Dor • Escala Visual Analógica • Escala de Intensidade da Dor Numérica Ferramentas de Avaliação da Dor • Escala de Dor de FACES Ferramentas de Avaliação da Dor • Questionário de Dor McGill – Latejante; – Em fisgadas – Em fincada – Aguda – Cólica – Pressionante – Em queimação – Dolorido – Pesada – Dolorida à palpação – Cortante – Cansativa – Nauseante – Amedrontadora HISTÓRIA DA DOENÇA PREGRESSA (HDP) Relato de doenças preexistentes ou comorbidades apresentadas; • Doenças anteriores; • Doenças associadas (outras queixas); • Avaliar todos os sistemas e interferência atual (cicatriz; cirurgias; internações, traumas, Alergias) ANAMNESE HISTÓRICO FAMILIARES (HF) • Relatos de doenças familiares anteriores (Avós, Pais, irmãos e cônjuges) ANAMNESE HISTÓRIA SOCIAL • Conhecer os hábitos e condições de vida, assim como o meio social em que o paciente está inserido auxilia na identificação da causa da doença e na adequação do plano de tratamento. – Atividade física: sedentário, ativo, atleta – Hábitos alimentares – Vícios: tabagismo, etilismo, drogas, – Habitação – Condição sócio econômica HISTÓRICO MEDICAMENTOSO • Registro de quais medicamentos utilizados rotineiramente ou exporadicamente. • Tem por finalidade informar quanto ao controle da doença de base ou das comorbidades que possam interferir no diagnóstico e no tratamento fisioterapêutico. EXAMES COMPLEMENTARES • São exames que complementam aos dados da anamnese e do exame físico para a confirmação das hipóteses diagnósticas e tratamento. • Quando solicitar: – Caso exista dúvida em seu diagnóstico. – Quando não é possível realizar os testes especiais. – Dimensionar extensão de uma lesão ou a sua gravidade. • Resolução-COFFITO nº 80/87, art. 2º: Reconhece a competência do fisioterapeuta para solicitação de laudos técnicos e exames complementares, • Conselho Nacional de Educação (CNE)/Resolução nº 004/2002: Instituindo as Diretrizes Curriculares Nacionais do curso de graduação em Fisioterapia e dispondo, expressamente, em seu art. 5º, a respeito da capacidade de solicitação e avaliação de exames, reconhecendo que a formação do fisioterapeuta tem por objetivo. Caso clínico • Um homem destro com 18 anos de idade, segundo prescrição de um ortopedista, procura uma clínica de fisioterapia para avaliação e tratamento de impacto subacromial no ombro direito. Diz ter começado a sentir dores no ombro, há umas quatro semanas, e atribui essa condição ao fato de ter jogado tênis três vezes na semana anterior depois de um inverno inteiro sem praticar esse esporte. A dor no ombro aumenta quando ele estende o braço para a frente, tenta levar a mão às costas, levanta qualquer tipo de peso com o braço direito ou joga tênis. Além disso, o paciente relata que não consegue enfiar o cinto na presilha na parte de trás, nem enfiar a camisa dentro da calça nas costas, embora fizesse esses movimentos antes sem nenhuma dificuldade. A única posição que alivia a dor é deixar o braço na lateral do corpo. O médico receitou-lhe medicamentos anti-inflamatórios não esteroides, e isso ajudou a reduzir a intensidade da dor. O raio X (tirado pelo médico no consultório) das articulações glenoumeral e acromioclavicular deu negativo para anormalidades ósseas e déficits estruturais. Além disso, apresenta alergia a diclofenaco. • A paciente K.M.S, garçonete, sexo feminino, 37 anos, obesa, diabética, hipertensa, apresentou-se ao consultório de fisioterapia encaminhada por médico ortopedista, com queixa de dor na face plantar do calcâneo direito e diagnóstico de "fasceíte plantar". A mesma relata que a dor aparece após caminhadas e ficar muito tempo em pé, e tem piorado ao longo de 3 meses. Ela atribuía o início do problema o fato de ter começado a praticar caminhadas diárias. E só diminui com repouso ou uso de medicação. Procurou um médico que prescreveu anti-inflamatórios e fisioterapia e aconselhou-a, caso não houvesse melhora, indicaria o procedimento cirúrgico. No raio X solicitado pelo médico, observou "esporões" pequenos e com aparência semelhante em ambos os calcâneos. Refere que devido as dores, não consegue trabalhar. Atividade 2 - Anamnese - Explique cada item que compõem a anamnese, descrevendo as informações que devem constar em cada um deles. - Realizar anamnese em um indivíduo. Slide 1: Métodos e Técnicas de Avaliação em Fisioterapia Slide 2: Método x técnica Slide 3: Semiologia e Semiotécnica Slide 4: SINAIS X SINTOMAS Slide 5 Slide 6: Diagnóstico x Prognóstico Slide 7 Slide 8: Diagnóstico médico x Diagnóstico fisioterapêutico Slide 9: Resolução COFFITO-80: Define as competências e atribuições do Fisioterapeuta: Slide 10: Diagnóstico fisioterapêutico/ Cinético-funcional Slide 11: Diagnóstico fisioterapêutico/ Cinético-funcional Slide 12 Slide 13: Diagnóstico fisioterapêutico/ Cinético-funcional Slide 14 Slide 15 Slide 16 Slide 17: Avaliação Fisioterapêutica Slide 18: Avaliação Slide 19: Objetivos da avaliação Slide 20: TOMADA DE DECISÕES CLÍNICAS Slide 21: Composição da Avaliação Fisioterapêutica Slide 22 Slide 23: AVALIAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA Slide 24: SUMÁRIO DE PROBLEMA HIPÓTESE DIAGNÓSTICA Slide 25: OBJETIVOS X CONDUTA Slide 26: Slide 27: ANAMNESE Slide 28: ANAMNESE Slide 29: Slide 30: ANAMNESE Slide 31: IDENTIFICAÇÃO Slide 32: QUEIXA PRINCIPAL: Slide 33: HISTÓRIA DA DOENÇA ATUAL (HDA/HMA) Slide 34 Slide 35: QP HDA Slide 36: HISTÓRIA DA DOENÇA ATUAL (HDA/HMA) Slide 37: Ferramentas de Avaliação da Dor Slide 38: Ferramentas de Avaliação da Dor Slide 39: Ferramentas de Avaliação da Dor Slide 40: HISTÓRIA DA DOENÇAPREGRESSA (HDP) Slide 41: HISTÓRICO FAMILIARES (HF) Slide 42: HISTÓRIA SOCIAL Slide 43: HISTÓRICO MEDICAMENTOSO Slide 44: EXAMES COMPLEMENTARES Slide 45: Caso clínico Slide 46: Slide 47: Atividade 2 - Anamnese