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relacionar à própria escrita poética, a qual busca o que nunca é, o que nunca será, o que está sempre em trânsito, sem se fixar jamais. Comentário 5 O texto ironiza o quotidiano, negando à poesia os assuntos e temas convencionais. A poesia brota do poeta, grava-se em sua carne, é feita de um olhar irrecusável ao redor. . Comentário 6 O poema explora o jogo dos sentidos, a polissemia do dizer poético, sua não-determinação. O poeta coloca em cheque o sistema binário ocidental, explora a multiplicidade de olhares ad infinitum, a indefinição entre bem e mal, a indecisão das palavras. Comentário 7 A linguagem poética ressoa indefinidamente, independentemente da presença ou não de seu enunciador. O poema sugere que a linguagem poética é dinâmica, metamórfica, arauto de renovação, de uma proliferação sempre imprevisível de sentidos. Comentário 8 O texto poético é feito de obscuridade, suas estruturas der sustentação estão destruídas, as noções de tempo e espaço são indefinidas. O poema não dá frutos, não produz verdades, não se faz de saber. Comentário 9 O poeta expressa o desejo de encontrar o puro, o significante essencial, como um ser-coisa poético que circulasse no mundo como qualquer outro ser. A busca do poeta é a de uma poesia sem barreiras, sem limitações, tecida por com uma linguagem maior que o mundo. Comentário 10 A poesia não recusa nada, mas não aceita prender-se a tendências estabelecidas. O poema parece ter consciência de sua própria precariedade, de seu inacabamento, mas ainda deixa alternativas aqui e ali. O poema é um ser polimorfo, escorregadio. Comentário 11 O poeta se lamenta por não conseguir escrever seus poemas. As coisas acontecem, o poeta procura a poesia, os elementos ― as lembranças, os motivos, as ideias ― se superpõem na busca ansiosa da criação, que se revela um momento cruel. Comentário 12 O poeta reivindica a expressão poética bruta, em sua condição mais original, mais essencial possível, o signo em seu sentido não-racional. O conhecimento reduz, limita a espontaneidade da criação artística. O poema deve mostrar-se em sua nudez, próximo ao seu desconhecido 76