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TRANSTORNOS RESPIRATÓRIOS: Problemas respiratórios: tosse, sibilos, dificuldade respiratória Possíveis causas: · Alterações do tônus da musculatura lisa aérea · Congestão vascular do trato respiratório superior · Tampão mucoso ASMA: · Doença heterogênea · Inflamação crônica das vias aéreas · Sintomas variáveis na intensidade e com o tempo · Limitação variável do fluxo aéreo Fisiopatologia: · Exposição a alérgenos · Causas não-elucidadas · Processo inflamatório · Liberação de substâncias: histamina, leucotrieno, prostaglandinas e interleucinas A inflamação crônica pode acarretar em: · Hipersecreção de muco · Fibrose do sub-epitélio respiratório · Vasodilatação, com exsudação plasmática · Edema · Ativação de nervos sensoriais: broncoconstrição · Angiogênese · Obstrução do fluxo aéreo Aspectos clínicos · Tosse frequente e prolongada, geralmente durante a noite, pode ter opressão no peito com dificuldade de respirar · Falta de ar · Sibilos · Constrição torácica · Hiperreatividade brôquica Controle da asma · Manejo das limitações clínicas presentes: · Redução dos sintomas durante o dia, ausência durante a noite · Necessidade reduzida de medicação de alívio de sintomas · Redução/ausência das limitações em exercícios físicos · Redução de riscos futuros · Controle: intensidade com que as manifestações da asma são suprimidas pelo tratamento · Gravidade: quantidade de medicamentos necessária para atingir o controle da doença Classificação: Farmacoterapia: Glicocorticóides (corticosteróides): · Corticosteroide inalado (CSI) · Administração oral ou IV · Tratamento de escolha para pacientes asmáticos · Obs: não revertem o curso da doença → uso profilático de sintomas · Mecanismo de ação: bloqueia fosfolipase A2 (que é do processo inflamatório) · Inalatórios: máxima potência e mínima biodisponibilidade sistêmica: · Nomes: beclometasona, budesonida, flunisolida, fluticasona, triancinolona e ciclesonida · Farmacocinética: ação local na mucosa das vias respiratórios, absorção pelas alvéolos pulmonares, parte do fármaco pode atingir a circulação sistêmica e deposição na orofaringe (deglutição e alcance do TGI) · Profissional precisa ensinar o uso adequado, a fazer a higiene bucal após o uso e ter o espaçamento da boca (espaçador) · Sistêmicos: essenciais nas exacerbações severas → broncoespasmos de emergência · Nomes: prednisona e prednisolona · Efeitos adversos: · Locais (relacionados ao acúmulo na orofaringe): rouquidão, tosse, irritação na garganta e candidíase oral · Sistêmicos (mais raros): supressão do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal, osteoporose, aumento do risco de catarata e glaucoma, diabetes e miopatia aguda Agentes broncodilatadores: · Usados geralmente em conjunto com os glico esteróides Beta 2 agonista: · Ativação de receptores beta 2-adrenérgicos → ativação de proteína Gs → ativação de adenilciclase (aumento dos níveis de AMPc) · Promovem relaxamento da musculatura lisa brônquica e broncodilatação Beta 2 agonistas de ação curta (BAAC): · Tratamento da asma grave aguda · Via inalatória é a preferencial · Baixa taxa de efeitos colaterais · Salbutamol, fenoterol, terbutalina → ação de 4-6h Beta 2-agonistas de ação longa (BAAL, LABA): · Uso em combinação com corticosteróides ou anticolinérgicos → não tratam a inflamação quando usando isoladamente · Inaladores combinados: fluticasona / salmeterol; budesonida / formoterol · Salmeterol, formoterol: ação de aproximadamente 12 horas · Vilanterol: beta 2-agonista de ultralonga duração (24hrs) Broncodilatadores beta 2-agonista: reações adversas: pouca taxa de efeito adverso; taquicardia, tremor, cefaleia, ansiedade, fadiga, náusea e vômito 2a ESCOLHA: Antagonistas de leucotrienos (antileucotrienos): Leucotrienos têm sua produção aumentada na asma: · Contração da musculatura lisa · Aumento da permeabilidade vascular · Hiper-reatividade brônquica · Broncoconstrição · Exsudação de plasma · Secreção de muco · Inflamação eosinofílica ZILEUTON: · Mecanismo de ação: atua diretamente na inibição da enzima lipoxigenase-5: reduz a síntese de leucotrienos ZAFIRLUCASTE e MONTELUCASTE: · Mecanismo de ação: bloqueio do receptor cisteinil-leucotrieno (CysLT): bloqueia o sítio de ação, os receptores de leucotrienos Usos: · Pacientes com asma persistente · Asma pediátrica · Asma alérgica · Dificuldades na terapia com fármacos inalatórios · Rinite alérgica coexistente Efeitos adversos: · Disfunção hepática (casos raros) · Efeitos gastrointestinais, cefaléia, eventos neuropsiquiátricos (Montelucaste) Montelucaste: singulair, em adultos 10 mg 1x dia ao deitar e em crianças > 6 anos 5 mg 1x ao dia Zafirlucaste: accolate, em adultos e crianças > 12 anos 20 mg 2x ao dia; de 7 a 11 anos 10 mg 2 x ao dia e, em idosos, 20 mg 2x ao dia Antagonistas colinérgicos: · Antagonistas competitivos da ACh em receptores muscarínicos · Resultado: inibição da broncoconstrição e redução na secreção de muco · Não há ação sobre os componentes inflamatórios da asma · Uso combinado alfa beta 2-agonista de ação curta ou alternativa a seu uso (menos eficaz) IPRATRÓPIO: · Uso em nebulizadores (3 a 4 vezes/dia) · Início de ação lento e efeito máximo de 1-2 hrs · Mal-absorvido · Efeitos adversas: minimamente relevantes · Boca seca, retenção urinária TIOTRÓPIO: · Anticolinérgico de longa duração · Administração 1x ao dia · Seletividade a M1 e M3 · Uso mais expressivo em DPOC Anticorpos monoclonais: · Asma alérgica: alérgenos ligam-se à IgE de mastócitos OMALIZUMABE: · Anticorpo monoclonal humanizado anti-IgE · Inibe a ligação de IgE a seu receptor de alta afinidade · Uso em pacientes com asma grave e não-controlada · 150 mg → via subcutânea, 1 a 4x ao mês MEPOLIZUMAB: · Anticorpo monoclonal humanizado que inibe a IL-5 · Impede a ligação de IL-5 a seus receptores nos eosinófilos · Reduz a inflamação eosinofílica · Uso em asma grave eosinofílica · 100 mg → via subcutânea 1x ao mês BENRALIZUMBE: · Uso indicado como terapia adicional em casos de asma eosinofílica grave · Liga-se ao receptor de IL-5, induzindo a apoptose dos eosinófilos · Depleção dos níveis de eosinófilos séricos · 30 mg → via subcutâneo, 1x ao mês Imunoterapia: · Administração de doses progressivamente maiores de alérgenos específicos em pacientes sensibilizados · Busca de estados de tolerância pela dessensibilização de alérgenos · Uso em asma alérgica Escolha do tratamento: · Depende do estágio da patologia (I a V), de acordo com o Gina e Gold - gráficos DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA (DPOC) · Doença prevenível e tratável · Limitação do fluxo aéreo → progressiva, associada a resposta inflamatória anormal ou a agentes nocivos · Não é totalmente reversível · Ocorre destruição alveolar, inflamação da mucosa e rigidez brônquica · Pode até ser associado a antibióticos · Sintomas: tosse crônica, produção excessiva de muco, dispneia, respiração ofegante e baixa tolerância a exercícios · Fisiopatologia: comumente associada a irritantes, como fumaça de cigarro. Há predomínio de neutrófilos, macrófagos, linfócitos T citotóxicos e células T auxiliares. Inflamação afeta principalmente as pequenas vias aéreas Tratamento: Broncodilatadores: beta-2-agonista, metilxantinas e anticolinérgicos METILXANTINAS: · Uso de metilxantinas é focado em pacientes com asma grave e/ou DPOC · Teofilina, aminofilina e bamifilina · Teofilina: estrutura análoga à da cafeína · Efeito broncodilatador inferior às demais drogas · Efeitos colaterais são importantes Mecanismo de ação: Ação broncodilatadora: · Inibição de fosfodiesterases, o que gera aumento nos níveis de AMPc · Antagonismo aos receptores de adenosina → adenosina é responsável pela liberação de histaminas e leucotrienos (broncoconstrição) · Efeitos colaterais: arritmias cardíacas e convulsões Ação anti-inflamatória: · Efeitos sobre a transcrição de genes pró-inflamatórios · Efeito sobre a apoptose de granulócitos · Ativação de histona-desacetilase → desligamento de genes inflamatórios · É um fármacode liberação lenta · Uso em DPOC apenas quando as demais drogas broncodilatadoras não são apropriadas · Administração oral ou IV · Metabolização hepática · Efeitos adversos: cefaléia, náuseas, vômitos, ansiedade, transtorno de aprendizagem, arritmias cardíacas, convulsões Corticosteróides: Inalatórios: não modificam o declínio a longo prazo do VEF1 (volume expiratório forçado no primeiro segundo) VEF1 < 50% (grave) com exacerbações repetidas que necessitam de antibióticos ou corticóides orais (efeitos sistêmicos) CRISE DE DPOC: ABCO · Expectoração purulenta → aumento concomitante com antibióticos · Não usar antibióticos com fins profiláticos · Vacinação: · Influenza (gripe): reduz em 50% doenças de caráter grave e óbitos · Vacina pneumocócica: 1 x a cada 5 anos · Terapia broncodilatadora: aumento da dose ou frequência de uso · Oxigenoterapia: manutenção da PO2 > 60 e Sato2 > 90% · Corticosteróides: uso sistêmico (prednisona 40 mg/dia até 10 dias) image4.png image3.png image2.png image1.png