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Fundação Centro de Ciências e Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro Centro de Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro Cálculo IV – EP8 – Tutor Exerćıcio 1: Calcule a integral dupla de f(x, y) = xy sobre a região D limitada por x = −1, y = 1, y = x e o eixo x. Solução: O esboço de D é: x y Dx = −1 y = x x = y −1 1 As fronteiras da esquerda e da direita são respectivamente as retas x = −1 e x = y. Logo, −1 ≤ x ≤ y. Como a projeção de D sobre o eixo y é o intervalo [0, 1], então 0 ≤ y ≤ 1. Logo D é do tipo II e D = {(x, y) | 0 ≤ y ≤ 1 , −1 ≤ x ≤ y} . Então: ∫∫ D xy dxdy = ∫ 1 0 ∫ y −1 xy dxdy = ∫ 1 0 [ x2y 2 ]y −1 dy = 1 2 ∫ 1 0 (y3−y) dy = 1 2 [ y4 4 − y2 2 ]1 0 = 1 2 ( 1 4 − 1 2 ) = −1 8 . Exerćıcio 2: Calcule a integral iterada pela reversão da ordem de integração I = ∫ 4 0 ∫ 2 √ y y √ 1 + x5 dxdy . Solução: Temos que I = ∫∫ D y√ 1 + x5 dxdy, onde D = { (x, y) | 0 ≤ y ≤ 4 , √ y ≤ x ≤ 2 } . Na faixa horizontal dada por 0 ≤ y ≤ 4, esboçaremos as curvas x = √ y (ou y = x2 , x ≥ 0) e x = 2. Assim, o esboço de D está representado na figura que se segue. D x y 4 1 2 y=x2 y = 0 Cálculo IV EP8 – Tutor 2 Descrevendo D como tipo I, temos que { 0 ≤ x ≤ 2 0 ≤ y ≤ x2 . Então, I = ∫ 2 0 ∫ x2 0 y√ 1 + x5 dydx = ∫ 2 0 1√ 1 + x5 ∫ x2 0 y dydx = ∫ 2 0 ( 1 + x5 )−1/2 [ y2 2 ]x2 0 dx = 1 2 ∫ 2 0 ( 1 + x5 )−1/2 x4 dx Fazendo u = 1 + x5 temos du = 5x4 dx donde x4 dx = du/5. Se x = 0, temos u = 1 e se x = 2, temos u = 33. Logo, I = 1 2 ∫ 33 1 u−1/2 du 5 = 1 10 · 2 [ u1/2 ]33 1 = 1 5 (√ 33− 1 ) . Exerćıcio 3: Calcule a massa de uma placa contida na região de D : 1 ≤ x2 + y2 ≤ 4, com y ≥ 0, cuja densidade no ponto P = (x, y) é proporcional à distância do ponto à origem. Solução: O esboço de D está representado na figura que se segue. x y D −1−2 1 1 2 2 Como a distância de P = (x, y) à origem é igual a √ x2 + y2 então δ(x, y) = k √ x2 + y2 onde k é o coeficiente de proporcionalidade. Temos: M = ∫∫ D δ(x, y) dxdy = k ∫∫ D √ x2 + y2 dxdy . Passando para coordenadas polares, temos: x = r cos θ y = r sen θ dxdy = rdrdθ x2 + y2 = r2 . Observando a região D vemos que o ângulo polar θ varia de 0 ( em (2, 0) ) até π ( em (−2, 0) ) . Fixando θ, com 0 ≤ θ ≤ π, o raio vetor r deve variar de 1 a 2. Então temos: Drθ : { 0 ≤ θ ≤ π 1 ≤ r ≤ 2 . Portanto: M = k ∫∫ Drθ √ r2r drdθ = k ∫∫ Drθ r2 drdθ = k ∫ π 0 ∫ 2 1 r2 drdθ = k [ r3 3 ]2 1 ∫ π 0 dθ = 7kπ 3 u.m. Fundação CECIERJ Consórcio CEDERJ Cálculo IV EP8 – Tutor 3 Exerćıcio 4: Definimos o valor médio de uma função f(x, y) em uma região D ⊂ R 2 como a integral de f(x, y) em D dividida pela área de D, isto é, m(f,D) = 1 A(D) ∫∫ D f(x, y) dxdy . Calcule o valor médio de f(x, y) = x na região D do primeiro quadrante, limitada por x2 + y2 = 4, y = x e y = 0. Solução: O esboço de D está representado na figura a seguir. y D y = x x (y = 0) π/4 2 A área do setor circular D é: A(D) = 1 8 área do disco de raio 2 = 1 8 π · 22 = π 2 u.a. Cálculo de ∫∫ D f(x, y) dA = ∫∫ D x dA Utilizando coordenadas polares, temos que: x = r cos θ y = r sen θ dxdy = rdrdθ x2 + y2 = r2 . A região D transforma-se em: Drθ : { 0 ≤ θ ≤ π/4 0 ≤ r ≤ 2 . Então: ∫∫ D x dA = ∫∫ Drθ (r cos θ)r drdθ = ∫∫ Drθ r2 cos θ drdθ = ∫ π/4 0 cos θ ∫ 2 0 r2 drdθ = ∫ π/4 0 cos θ [ r3 3 ]2 0 dθ = 8 3 ∫ π/4 0 cos θ dθ = 8 3 [ sen θ ]π/4 0 = 8 3 · √ 2 2 = 4 √ 2 3 . Fundação CECIERJ Consórcio CEDERJ Cálculo IV EP8 – Tutor 4 Assim: m(f,D) = 1 A(D) ∫∫ D x dA = 1 π 2 · 4 √ 2 3 = 8 √ 2 3π . Exerćıcio 5: Use uma integral tripla para determinar o volume do sólido do primeiro octante limitado pelo cilindro parabólico z = 1− y2 e pelos planos y = x, x = 0 e z = 0. Solução: Esboço de W Esbocemos no plano yz a parábola z = 1 − y2 com y ≥ 0 e z ≥ 0. Como a equação não depende da variável x então por pontos da curva tracemos no primeiro octante semirretas paralelas ao eixo x, obtendo assim a superf́ıcie z = 1− y2. x y z z = 1− y2 1 1 No plano xy esbocemos a semirreta y = x com x ≥ 0. Como esta equação não depende da variável z então por pontos da semirreta tracemos paralelas ao eixo z, obtendo assim a porção do plano y = x no primeiro octante. x y z y = x Vemos que os pontos A = (1, 1, 0) e B = (0, 0, 1) são comuns às duas superf́ıcies. Ligando-os temos a curva interseção. Considerando que o sólido é também limitado pelos planos x = 0 e z = 0, temos o sólido W representado na figura que se segue. Fundação CECIERJ Consórcio CEDERJ Cálculo IV EP8 – Tutor 5 x y z W Dxy A B 1 1 1 Descrição de W Projetando W no plano xy, temos a região Dxy, dada por Dxy : { 0 ≤ x ≤ 1 x ≤ y ≤ 1 . x y Dxy entra em y = x sai em y = 1 1 1 Imaginemos uma reta paralela ao eixo z através de W , orientada como o eixo z. Vemos que ela entra em W em z = 0 e sai de W em z = 1− y2. Então: W : { (x, y, z) ∈ R 3 | (x, y) ∈ Dxy e 0 ≤ z ≤ 1− y2 } . O volume de W é dado por V (W ) = ∫∫∫ W dV = ∫∫ Dxy ∫ 1−y2 0 dzdxdy = ∫∫ Dxy ( 1− y2 ) dxdy = = ∫ 1 0 ∫ 1 x ( 1− y2 ) dydx = ∫ 1 0 [ y − y3 3 ]1 x dx = ∫ 1 0 [( 1− 1 3 ) − ( x− x3 3 )] dx = = ∫ 1 0 ( 2 3 − x+ x3 3 ) dx = [ 2 3 x− x2 2 + x4 12 ]1 0 = 2 3 − 1 2 + 1 12 = 1 4 u.v. Exerćıcio 6: Determine a massa e o centro de massa do sólido W limitado pelo parabolóide z = 4x2 + 4y2 e pelo plano z = a, com a > 0, se W tem densidade constante k. Solução: De z = 4x2 + 4y2 e z = a temos 4x2 + 4y2 = a donde x2 + y2 = ( √ a 2 )2 . Então, a interseção do parabolóide com o plano é a circunferência x2 + y2 = ( √ a 2 )2 contida no plano z = a. Fundação CECIERJ Consórcio CEDERJ Cálculo IV EP8 – Tutor 6 x y z W D a √ a/2√ a/2 x y D √ a/2 √ a/2 A massa M do sólido W é M = ∫∫∫ W δ(x, y, z)dV = k ∫∫∫ W dV . Descrição de W em coordenadas ciĺındricas Como a projeção de W no plano xy é o disco Dxy : x 2+y2 ≤ ( √ a 2 )2 , então temos { 0 ≤ r ≤ √ a 2 0 ≤ θ ≤ 2π . Imaginemos, através de W , uma reta paralela ao eixo z, orientada como o eixo z. Ela entra em W em z = 4x2 + 4y2 = 4r2 e sai de W em z = a. Logo, 4r2 ≤ z ≤ a. Assim, temos Wrθz : 0 ≤ r ≤ √ a 2 0 ≤ θ ≤ 2π 4r2 ≤ z ≤ a . . Então: M = k ∫∫∫ Wrθz r drdθdz = k ∫ √ a 2 0 r ∫ a 4r2 ∫ 2π 0 dθdzdr = 2kπ ∫ √ a 2 0 r ∫ a 4r2 dzdr = 2kπ ∫ √ a 2 0 r ( a− 4r2 ) dr = 2kπ ∫ √ a 2 0 ( ar − 4r3 ) dr = 2kπ [ ar2 2 − r4 ] √ a 2 0 = 2kπ ( a2 8 − a2 16 ) = 2kπa2 16 = kπa2 8 u.m. O centro de massa é dado por: Mx = ∫∫∫ W x δ(x, y, z) dV = ∫∫∫ W kx dV My = ∫∫∫ W ky dV Mz = ∫∫∫ W kz dV . Como f(x, y, z) = kx e g(x, y, z) = ky são funções ı́mpares nas variáveis x e y, respectivamente, e Fundação CECIERJ Consórcio CEDERJ Cálculo IV EP8 – Tutor 7 W tem simetria em relação aos planos yz e xz então ∫∫∫ W kx dV = 0 e ∫∫∫ W ky dV = 0. Assim, x = 0 e y = 0. Cálculo de ∫∫∫ W kz dV Temos: ∫∫∫ W kz dV = k ∫∫∫ Wrθz zr drdθdz = k ∫ √ a 2 0 r ∫ a 4r2 ∫ 2π 0 dθdzdr = 2kπ ∫ √ a 2 0 r [ z2 2 ]a 4r2 dr = = kπ ∫ √ a 2 0 r ( a2 − 16r4 ) dr = kπ ∫ √ a 2 0 ( a2r − 16r5 ) dr = kπ [ a2r2 2 − 8r6 3 ] √ a 2 0 = = kπ ( a3 8 − a3 24 ) = kπa3 12 . Logo kπa2 8 z = kπa3 12 donde z = 2a 3 . Portanto, o centro de massa é ( 0, 0, 2a 3 ) . Exerćıcio 7: Calcule a massa do sólido W limitado pelos planos x = 0, y = 0, z = 0, y + z = 1 e x+ z = 1, sendo a densidade δ(x, y, z) = z. Solução: Esboço do sólido W Para esboçar o plano y + z = 1, traçamos inicialmente a reta y + z = 1 no plano yz. Como a equação nãodepende da variável x então por pontos da reta traçamos retas paralelas ao eixo x. Analogamente, esboçamos o plano x+z = 1. Observemos que os pontos A = (0, 0, 1) e B = (1, 1, 0) são comuns aos dois planos. Ligando-os por uma reta, obtemos a curva interseção. Considerando que W é limitado pelos planos coordenados, temos assim o esboço na figura que se segue. x y z W Dxz A B sai em y = 1− z entra em y = 0 1 1 1 x z Dxz sai em z = 1− x entra em z = 0 1 1 Devemos projetar W no plano xz ou no plano yz, pois para projetar W no plano xy devemos dividir W em duas partes, usando o plano y = x. Então, projetemos W no plano xz. Imaginando através de W uma reta paralela ao eixo y, orientada como o eixo y, vemos que ela entra em W em y = 0 e Fundação CECIERJ Consórcio CEDERJ Cálculo IV EP8 – Tutor 8 sai de W em y = 1− z. Portanto: W : { (x, y, z) ∈ R 3 | (x, z) ∈ Dxz e 0 ≤ y ≤ 1− z } com Dxz : { 0 ≤ x ≤ 1 0 ≤ z ≤ 1− x . A massa M do sólido W é: M = ∫∫∫ W δ(x, y, z) dV = ∫∫∫ W z dV = ∫∫ Dxz z ∫ 1−z 0 dydxdz = ∫∫ Dxz z(1 − z) dxdz = = ∫∫ Dxz ( z − z2 ) dxdz = ∫ 1 0 ∫ 1−x 0 ( z − z2 ) dz = ∫ 1 0 [ z2 2 − z3 3 ]1−x 0 dx = = ∫ 1 0 [ (1− x)2 2 − (1− x)3 3 ] dx . Fazendo u = 1− x temos dx = −du. Para x = 0 temos u = 1 e para x = 1 temos u = 0. Então: M = ∫ 0 1 ( u2 2 − u3 3 ) (−du) = − ∫ 0 1 ( u2 2 − u3 3 ) du = ∫ 1 0 ( u2 2 − u3 3 ) du = [ u3 6 − u4 12 ]1 0 = = 1 6 − 1 12 = 1 12 u.m. Exerćıcio 8: Calcule a massa do sólido homogêneo W , limitado pelos planos y + z = 1, x = y, x = 0 e z = 0. Solução: Identificação das superf́ıcies: • y + z = 1 =⇒ plano com geratrizes paralelas ao eixo x e diretriz, rata y + z = 1, no pnao yz; • x = y =⇒ plano com geratrizes paralelas ao eixo z e diretriz, reta x = y, no plano xy; • x = 0 =⇒ plano coordenado yz; • z = 0 =⇒ plano coordenado xy. Esboçando os planos x + z = 1 e x = y, vemos que os pontos A = (0, 0, 1) e B = (1, 1, 0) são comuns aos planos. Logo, a reta AB é a interseção dos planos. x y z 0 1 1 1 A=(0, 0, 1) B=(1, 1, 0) Levando em conta que W é limitado pelos planos x = 0 e z = 0, temos o esboço de W . Fundação CECIERJ Consórcio CEDERJ Cálculo IV EP8 – Tutor 9 x y z 0 1 1 1 W z=1−y z=0 x y 0 x=0 1 Dxy x=y Temos W : (x, y) ∈ Dxy, 0 ≤ z ≤ 1− y. Como W é um sólido homogêneo, então a densidade é constante: δ(x, y, z) = k. Assim a massa M é dada por M = ∫∫∫ W δ(x, y, z) dV = k ∫∫∫ W dV = k ∫∫ Dxy ∫ 1−y 0 dz dx dy = k ∫∫ Dx,y (1− y)dx dy = k ∫ 1 0 (1− y) ∫ y 0 dx dy = k ∫ 1 0 (1− y)y dy = k ∫ 1 0 (y − y2) dy = k [ y2 2 − y3 3 ]1 0 = k 6 . Logo, M = k 6 u.m. Exerćıcio 9: Calcule ∫∫∫ W (x2 + y2+ z2)3 dV , onde W é limitado pelos planos coordenados e pela porção da esfera x2 + y2 + z2 = 1, pertence ao primeiro octante. Solução: Solução: O esboço de W está representado na figura que se segue. x y z W 1 1 1 Fundação CECIERJ Consórcio CEDERJ Cálculo IV EP8 – Tutor 10 Passando para coordenadas esféricas, temos: x = ρ senφ cos θ y = ρ senφ sen θ z = ρ cosφ dV = ρ2 sen φ dρdφdθ x2 + y2 + z2 = ρ2 . Então, ∫∫∫ W ( x2 + y2 + z2 )3 dV = ∫∫∫ Wρφθ ( ρ2 )3 ρ2 sen φ dρdφdθ = ∫∫∫ Wρφθ ρ8 senφ dρdφdθ onde Wρφθ é dado por 0 ≤ ρ ≤ 1, 0 ≤ θ ≤ π/2 e 0 ≤ φ ≤ π/2. Logo, ∫∫∫ W ( x2 + y2 + z2 )3 dV = ∫ 1 0 ∫ π/2 0 ∫ π/2 0 ρ8 sen φ dθdφdρ = ∫ 1 0 ρ8 ∫ π/2 0 sen φ ∫ π/2 0 dθdφdρ = π 2 ∫ 1 0 ρ8 [ − cosφ ]π/2 0 dρ = π 2 (0 + 1) [ ρ9 9 ]1 0 = π 18 . Exerćıcio 10: Seja C uma curva interseção do cilindro eĺıptico 2x2 − 4x + y2 = 0 com o plano x+ z = 1. (a) Apresente uma paremetrização diferenciável para C. (b) Calcule ∫ C √ 2x ds. Solução: (a) Completando quadrados em 2x2−4x+y2 = 0 temos 2 (x2 − 2x+ 1)+y2 = 2 ou (x−1)2+ y2 2 = 1 , que é uma elipse com a = 1 e b = √ 2 . Então, considerando (x, y, z) ∈ C temos que x, y e z satisfazem (x− 1)2 + y2 2 = 1 (1) z = 1− x (2) De (1) temos que x = 1 + cos t e y = √ 2 sen t, com 0 ≤ t ≤ 2π. De (2) temos que z = 1− (1 + cos t) = − cos t. Assim, uma parametrização diferenciável de C é dada por: γ(t) = ( 1 + cos t, √ 2 sen t,− cos t ) com 0 ≤ t ≤ 2π. (b) Temos que γ′(t) = ( − sen t, √ 2 cos t, sen t ) donde ∣ ∣ ∣ ∣γ′(t) ∣ ∣ ∣ ∣ = √ sen2 t + 2 cos2 t+ sen2 t = √ 2 sen2 t+ 2 cos2 t = √ 2 . Como ds = ∣ ∣ ∣ ∣γ′(t) ∣ ∣ ∣ ∣ dt então ds = √ 2 dt. Assim: ∫ C √ 2 x ds = ∫ 2π 0 √ 2(1 + cos t) √ 2 dt = 2 [ t + sen t ]2π 0 = 4π . Fundação CECIERJ Consórcio CEDERJ Cálculo IV EP8 – Tutor 11 Exerćıcio 11: Seja a curva C parte da interseção da esfera x2+ y2+ z2 = 9 com o plano y = √ 2x, situada no primeiro octante. (a) Parametrize C. (b) Calcule a massa de C sendo a densidade dada por δ(x, y, z) = x+ y. Solução: (a) De x2 + y2 + z2 = 9 e y = √ 2x com x ≥ 0, y ≥ 0, z ≥ 0, temos 3x2 + z2 = 9, com x ≥ 0 e z ≥ 0 ou x2 3 + z2 9 = 1, com x ≥ 0 e y ≥ 0. Significa então que a projeção de C no plano xz é a porção da elipse x2 3 + z2 9 = 1, com x ≥ 0 e z ≥ 0. Então x = √ 3 cos t e z = 3 sen t, com 0 ≤ t ≤ π/2. Como y = √ 2x, então y = √ 6 cos t. Assim, uma parametrização de C é dada por γ(t) = (√ 3 cos t, √ 6 cos t, 3 sen t ) , com 0 ≤ t ≤ π/2. (b) Temos que γ′(t) = ( − √ 3 sen t,− √ 6 sen t, 3 cos t ) , donde ds = ‖γ′(t)‖ dt = √ 3 sent+6 sen2 t+ 9 cos2 t dt = √ 9 sen2 t+ 9 cos2 t dt = 3 dt . Como M = ∫ C δ(x, y, z) ds então: M = ∫ C (x+ y)ds = ∫ π/2 0 (√ 3 cos t+ √ 6 cos t ) 3 dt = 3 (√ 3 + √ 6 ) ∫ π/2 0 cos t dt = 3 (√ 3 + √ 6 ) [ sen t ]π/2 0 = 3 (√ 3 + √ 6 ) u.m. Exerćıcio 12: Um arame tem a forma da curva obtida como interseção da semi esfera x2+y2+z2 = 16, x ≥ 0, com o plano y + z = 4. Sabendo que a densidade em cada ponto (x, y, z) é dada por δ(x, y, z) = x, mostre que o momento de inércia em relação ao eixo x é igual a 32M 3 , onde M é a massa do arame. Solução: De x2+ y2+ z2 = 16, com x ≥ 0 e y+ z = 4, temos x2+ y2+ (4− y)2 = 16, com x ≥ 0 ou x2 + 2y2 − 8y = 0, com x ≥ 0 ou x2 + 2 (y2 − 4y + 4) = 8, com x ≥ 0 ou x2 8 + (y − 2)2 4 = 1, com x ≥ 0 (semi-elipse) que representa a projeção de C sobre o plano xy. Então x = 2 √ 2 cos t, y = 2 + 2 sen t, e z = 4 − y = 2 − 2 sen t, com −π/2 ≤ t ≤ π/2 pois x = √ 2 cos t ≥ 0. Assim, uma parametrização diferenciável de C é dada por: γ(t) = ( 2 √ 2 cos t, 2 + 2 sen t, 2− 2 sen t ) com −π/2 ≤ t ≤ π/2. Logo γ′(t) = ( −2 √ 2 sen t, 2 cos t,−2 cos t ) donde ‖γ′(t)‖ = √ 8 sen2 t+ 4 cos2 t+ 4 cos2 t = √ 8 sen2 t + 8 cos2 t = 2 √ 2 . Fundação CECIERJ Consórcio CEDERJ Cálculo IV EP8 – Tutor 12 Assim, ds = ‖γ′(t)‖ dt = 2 √ 2 dt . Como M = ∫ C δ(x, y, z) ds = ∫ C x ds então: M = ∫ π/2 −π/2 ( 2 √ 2 cos t ) 2 √ 2 dt = 8 [ sen t ]π/2 −π/2 = 16 u.m. Por outro lado, o momento de inércia em relação ao eixo x é dado por: Ix = ∫ C ( y2 + z2 ) δ(x, y, z) ds = ∫ C ( y2 + z2 ) x ds = ∫ π/2 −π/2 [ (2 + 2 sen t)2 + (2− 2 sen t)2 ] ( 2 √ 2 cos t ) 2 √ 2 dt = 8 ∫ π/2 −π/2 ( 4 + 8 sen t + 4 sen2 t + 4− 8 sen t+ 4 sen2 t ) cos t dt = 64 ∫ π/2 −π/2 ( 1 + sen2 t ) cos t dt = 64 [ sen t+ sen3 t 3 ]π/2 −π/2 = 64 ( 2 + 2 3 ) = 512 3 = 32 3 · 16 . Logo: Iz = 32M 3 . Exerćıcio 13: Inverta a ordem de integração e calcule o valor de I em I = ∫ 1 0 ∫ √ y √ y/2 ex 3 dx dy + ∫ 4 1 ∫ √ y/2 1ex 3 dx dy. Solução: Temos I = ∫∫ D ex 3 dxdy, onde D = D1 ∪D2 com D1 = { (x, y) ∈ R 2 | 0 ≤ y ≤ 1 , √ y 2 ≤ x ≤ √ y } e D2 = { (x, y) ∈ R 2 | 1 ≤ y ≤ 4 , √ y 2 ≤ x ≤ 1 } . Com as informações dadas acima, podemos ilustrar a nossa região D (ver figura na próxima página). Enquadrando D como tipo I, temos D = { (x, y) ∈ R 2 | 0 ≤ x ≤ 1 , x2 ≤ y ≤ 4x2 } . Então I = ∫ 1 0 ∫ 4x2 x2 ex 3 dydx = ∫ 1 0 ex 3 ( 4x2− x2 ) dx = ∫ 1 0 ex 3 ( 3x2 ) dx = ex 3 ∣ ∣ ∣ ∣ 1 0 = e− 1 . Fundação CECIERJ Consórcio CEDERJ Cálculo IV EP8 – Tutor 13 x y D1 D2 x = √ y 2 ⇒ y = 4x2 x = √ y ⇒ y = x2 x = 1 1 1 4 Exerćıcio 14: Considere a região D = { (x, y) ∈ R 2 ; 0 ≤ x ≤ √ 2, x ≤ y ≤ √ 4− x2 } . (a) Esboce a região D e descreva-a em coordenadas polares. (b) Calcule a integral dupla de f(x, y) = x sobre a região D. Solução: (a) De 0 ≤ x ≤ √ 2, temos que D está contida na faixa vertical, limitada pelas retas x = 0 e x = √ 2. De x ≤ y ≤ √ 4− x2, temos que D está limitada inferiormente pela reta y = x e superiormente pela curva y = √ 4− x2 ou x2 + y2 = 4 com y ≥ 0. Assim, temos o esboço de D: D x y y=x π 4 √ 2 2 2 Descrição de D em coordenadas polares: Drθ : { π/4 ≤ θ ≤ π/2 0 ≤ r ≤ 2. (b) Temos ∫∫ D f(x, y) dx dy = ∫∫ D x dx dy. Passando para coordenadas polares, temos: x = r cos θ, dx dy = r dr dθ. Então, ∫∫ D x dx dy = ∫∫ Drθ (r cos θ) r dr dθ = ∫∫ Drθ r2 cos θ dr dθ Fundação CECIERJ Consórcio CEDERJ Cálculo IV EP8 – Tutor 14 = ∫ π/2 π/4 cos θ ∫ 2 0 r2 dr dθ = ∫ π/2 π/4 cos θ [ r3 3 ]2 0 dθ = 8 3 ∫ π/2 π/4 cos θ dθ = 8 3 [ sen θ ]π/2 π/4 = 8 3 ( 1− √ 2 2 ) = 4 3 ( 2− √ 2 ) . Exerćıcio 15: Use uma integral tripla para calcular o volume da regiãoW limitada pelos paraboloides z = x2 + y2 e z = 36− 3x2 − 3y2. Solução: De z = x2+ y2 e z = 36− 3x2− 3y2 temos 4x2+4y2 = 36 ou x2+ y2 = 9 e z = 9 o que significa que os parabolóides se interceptam no plano z = 9, segundo a circunferência x2 + y2 = 9. Assim, temos o esboço de W representado na figura que se segue. x y z W Dxy 3 3 9 36 x y Dxy 3 3 O volume de W é V (W ) = ∫∫∫ W dV . Calculemos a integral utilizando coordenadas ciĺındricas. Temos x = r cos θ y = r sen θ z = z dV = rdrdθdz x2 + y2 = r2 . Fundação CECIERJ Consórcio CEDERJ Cálculo IV EP8 – Tutor 15 Descrição de W em coordenadas ciĺındricas Como a projeção de W no plano xy é o disco Dxy : x2 + y2 ≤ 9, então { 0 ≤ r ≤ 3 0 ≤ θ ≤ 2π . Imagi- nemos, através de W , uma reta paralela ao eixo z, orientada como o eixo. Ela entra em W em z = x2 + y2 = r2 e sai de W em z = 36− 3x2 − 3y2 = 36− 3r2. Logo, r2 ≤ z ≤ 36− 3r2. Assim, temos Wrθz : 0 ≤ r ≤ 3 0 ≤ θ ≤ 2π r2 ≤ z ≤ 36− 3r2 . . Então: V (W ) = ∫∫∫ Wrθz r drdθdz = ∫ 3 0 r ∫ 36−3r2 r2 ∫ 2π 0 dθdzdr = 2π ∫ 3 0 r ∫ 36−3r2 r2 dzdr = 2π ∫ 3 0 r ( 36− 4r2 ) dr = 2π ∫ 3 0 ( 36r − 4r3 ) dr = 2π [ 18r2 − r4 ]3 0 = 2π (18× 9− 34) = 162π u.v. Exerćıcio 16: Considere a região W = { (x, y, z) ∈ R 3 ; −2 ≤ x ≤ 2, 0 ≤ y ≤ √ 4− x2, 0 ≤ z ≤ √ 4− x2 − y2 } . (a) Esboce a região W e descreva-a em coordenadas esféricas. (b) Calcule a integral tripla de f(x, y, z) = (x2 + y2 + z2)5/2 sobre a região W . Solução: (a) Temos W = { (x, y, z) ∈ R 3 ; (x, y) ∈ Dxy e 0 ≤ z ≤ √ 4− x2 − y2 } , onde Dxy : −2 ≤ x ≤ 2, 0 ≤ y ≤ √ 4− x2 é a projeção de W sobre o plano xy e cujo esboço é: Dxy x y −2 2 2 Dxy x y z −2 2 2 De 0 ≤ z ≤ √ 4− x2 − y2, vemos que a região W está limitada inferiormente pelo plano z = 0 e superiormente pela superf́ıcie z = √ 4− x2 − y2 ou x2 + y2 + z2 = 4 com z ≥ 0. Logo, o esboço de W é: Fundação CECIERJ Consórcio CEDERJ Cálculo IV EP8 – Tutor 16 W x y z −2 2 2 Descrição de W em coordenadas esféricas: Do esboço de Dxy, vemos que 0 ≤ θ ≤ π. De x2+ y2+ z2 = 4 vemos que 0 ≤ ρ ≤ 2. Como z ≥ 0, temos 0 ≤ φ ≤ π 2 . Portanto, Wρφθ : 0 ≤ θ ≤ π, 0 ≤ ρ ≤ 2, 0 ≤ φ ≤ π 2 . (b) Temos, ∫∫∫ W f(x, y, z) dV = ∫∫∫ W (x2 + y2 + z2)5/2dV . Passando para coordenadas esféricas, x2 + y2 + z2 = ρ2, dV = ρ2 senφ dρ dφ dθ. ∫∫∫ W (x2 + y2 + z2)5/2dV = ∫∫∫ Wρφθ (ρ2)5/2 ρ2 sen φ dρ dφ dθ = ∫∫∫ Wρφθ ρ7 senφ dρ dφ dθ = ∫ 2 0 ρ7 ∫ π/2 0 sen φ ∫ π 0 dθ dφ dρ = π ∫ 2 0 ρ7 ∫ π/2 0 senφ dφ dρ = π ∫ 2 0 ρ7 [ − cosφ ]π/2 0 dρ = π ∫ 2 0 ρ7 [ − cos π 2 + cos 0 ] dφ = π ∫ 2 0 ρ7 dρ = π [ ρ8 8 ]2 0 = 32π. Exerćıcio 17: Seja a curva C parte da interseção das superf́ıcies x2 + y2 + z2 = 16, x2 + y2 = 4, situada no primeiro quadrante. (a) Dê uma parametrização diferenciável para C. (b) Calcule a massa de C, sendo a densidade dada por δ(x, y, z) = xyz. Solução: (a) De x2 + y2 + z2 = 16 e x2 + y2 = 4 temos z = 2 √ 3 pois z ≥ 0. Assim, C é um arco da circunferência x2 + y2 = 4, no primeiro octante, contida no plano z = 2 √ 3 . Então, x = 2 cos t, y = 2 sen t e z = 2 √ 3 . Como x ≥ 0 e y ≥ 0 então 0 ≤ t ≤ π/2. Logo, uma parametrização é dada por γ(t) = ( 2 cos t, 2 sen t, 2 √ 3 ) , Fundação CECIERJ Consórcio CEDERJ Cálculo IV EP8 – Tutor 17 com 0 ≤ t ≤ π/2. (b) Temos que M = ∫ C δ(x, y, z) ds = ∫ C xyz ds, onde ds = ‖γ′(t)‖ dt = ‖(−2 sen t, 2 cos t, 0)‖ dt = √ 4 sen2 t + 4 cos2 t dt = 2 dt . Então, M = ∫ π/2 0 (2 cos t)(2 sen t)2 √ 3 · 2 dt = 16 √ 3 ∫ π/2 0 cos t sen t dt = 16 √ 3 [ sen2 t 2 ]π/2 0 = 8 √ 3 u.m. Fundação CECIERJ Consórcio CEDERJ