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Estudar a relação entre voz e respiração oral; BEHLAU e GONÇALVES (1988) comentam que, em média, 25% das crianças com nódulos vocais apresentam alergias, sendo portadoras de rinite alérgica. As autoras explicam que, por apresentarem uma ventilação pobre das fossas nasais, há um aumento de drenagem de secreção para a faringe, o que encharca o recesso piriforme, as aritenoides e a cartilagem cricoide, ocorrendo uma hiperemia e edema, que provocam tosses e pigarros, o que aumenta ainda mais o edema e dificulta o fechamento glótico. Desta forma, força-se a adução da glote membranosa, o que pode gerar uma hemorragia ou lesão na borda livre (nódulo). Respiração: respiração é o mecanismo fisiológico que permite a ocorrência das trocas entre o organismo e o ambiente. Quando há interferência ou desvio no padrão de respiração nasal, por manifestação de determinados fatores etiológicos, ocorre a suplência oral ou respiração mista. Os fatores etiológicos da respiração oral podem ser alterações alérgicas como: rinite ou sinusite; alterações anatômicas na cavidade nasal, como: desvio do septo nasal, hipertrofia de cornetos, hipertrofia de adenóides, hipertrofia das amígdalas palatinas(5-8). A respiração nasal propicia um desenvolvimento e crescimento do complexo craniofacial normal, favorecendo a harmonia estrutural e funcional do indivíduo. O indivíduo respirador nasal mantém seus lábios ocluídos e a mandíbula encontra-se na posição de repouso. A respiração nasal adequada é importante para o bom funcionamento da laringe, faringe, deglutição e sensação de bem estar. A obstrução nasal conduz à respiração oral, resultando em posição alterada da língua e lábios entreabertos. O padrão respiratório inadequado induz às adaptações funcionais, promovendo desequilíbrio muscular da face, modificações posturais, como lábios entreabertos, extensão posterior da cabeça e um posicionamento mais inferior da mandíbula e da língua Vo z A voz, originada pelo fluxo de ar vibrando as pregas vocais, é amplificada nas cavidades da via aérea superior do pescoço e cabeça. Esta amplificação denomina-se ressonância Durante a fonação, o modo respiratório costuma ser misto preferencialmente, devido à necessidade da rápida tomada de ar A voz falada se utiliza de estruturas do aparelho respiratório e do digestivo, na medida em que ocorrem alterações constantes na movimentação dos lábios, língua, véu palatino e da própria laringe(9). O sistema respiratório funciona como o ativador da voz, em que os volumes e a pressão do fluxo de ar expirado, passam pelas pregas vocais que se aproximam e põe-se em vibração, o que produz a voz. Portanto, qualquer comprometimento da função aérea pode provocar um efeito direto sobre a fala e sobre a voz (intensidade, altura, qualidade) Em respiradores orais as funções de fala, mastigação, deglutição e voz podem estar alteradas. Todavia, a voz, muitas vezes, passa despercebida no momento da avaliação(5). A voz apresenta um desequilíbrio ressonantal e de coordenação pneumofônica-articulatória. Nesses indivíduos, a voz pode, ainda, encontrar-se com uma alteração no traço de sonoridade, hiper ou hiponasal, ou rouca A cavidade nasal tem como função filtrar, umedecer e aquecer o ar inspirado. Além de auxiliar na produção da fala. É na cavidade nasal que se encontra a primeira barreira imunológica contra agentes agressores. A via respiratória é recoberta por tecido linfoide, formando o anel de Waldeyer, que é constituído, principalmente, pelas tonsilas linguais, palatinas, faríngea e tubárias, além dos tecidos linfoides. Devido a esta obstrução, que pode ser causada por anormalidades estruturais, patologias nasos sinusais ou hipertrofia do anel linfático de Waldeyer -------------------------------------------------------------- --------------------------------------------------------- --------------------------------------- Considerações teóricas sobre a relação entre respiração oral e disfonia A relação entre distúrbios vocais e alterações das vias aéreas superiores engloba, especialmente, modificações no sistema de ressonância e de projeção vocal, gerando esforço laríngeo como mecanismo compensatório. A postura, a tonicidade e a mobilidade dos órgãos fonoarticulatórios influem diretamente na articulação e interferem na projeção vocal, nos ajustes: laríngeo e faríngeo e, portanto, têm relação com a qualidade vocal e o sistema de ressonância. Várias são as características do respirador oral; dentre elas, pode-se descrever: aumento vertical do terço inferior da face, arco maxilar estreito, posição do osso hióide mais baixa, ressecamento da mucosa oral, alteração das pregas vocais, hipotonia da musculatura elevadora da mandíbula, alteração do tamanho e posição de língua, diminuição da pressão intra-oral, alteração da posição de cabeça e pescoço, tensão da musculatura constritora da faringe, musculatura abdominal flácida e distendida, voz com hiper ou hiponasalidade ou rouca, dentre outras . Em uma pesquisa que levantou as relações existentes entre os distúrbios vocais e os distúrbios musculares orais, foi observado que nos casos em que a respiração nasal não esteja estabelecida, notam-se alterações musculares orais e/ ou alterações vocais, sendo estas últimas, alterações: orgânica ou funcional. Os autores observaram que os sintomas vocais mais frequentes nos pacientes com rinite alérgica foram: rouquidão, pigarro, tosse e secura na boca e/ou garganta, e os sinais vocais mais frequentes foram: voz hiponasal, mais fraca e mais grave Os respiradores orais apresentam uma série de modificações nas estruturas envolvidas no processo respiratório, alterando o crescimento e postura normal da cabeça. Há uma rotação posterior do crânio e a cabeça adota uma postura estendida para favorecer a entrada de ar pela cavidade oral Quando o indivíduo adota o tipo de respiração clavicular, ocorre uma tensão de toda a região cervical. O músculo esternocleidomastoídeo constantemente encontra-se tenso em disfônicos, por manter a caixa torácica elevada. Sendo assim, ocorre tensão no esternocleidomastoídeo, gerando dores no pescoço. Com a tensão desencadeada nesta região ocorre prejuízo na qualidade e comportamento vocal. Entre as crianças disfônicas, o tipo respiratório superior (ou clavicular) com expansão da caixa torácica e elevação dos ombros, costuma ocorrer inadequadamente durante a fonação A dinâmica respiratória da criança que apresenta uma hipercinesia vocal costuma se caracterizar por inspirações superficiais e ruidosas e pelo controle insuficiente da expiração A musculatura envolvida na fonação necessita trabalhar de forma sinérgica, com o objetivo de produzir uma voz equilibrada. No entanto, pode-se notar que quando o respirador oral apresenta alteração na postura corporal, a fim de facilitar a entrada de ar pela cavidade oral, ele acaba por sobrecarregar a musculatura supra e infra-hióidea, modifica a posição da língua, entre outras, o que pode levar o indivíduo desenvolver as alterações vocais e ressonantais No respirador oral, indivíduos de face longa, a qualidade vocal tende a ser abafada, escura e associada à ressonância posterior, sendo que estas diferenças parecem ter origem na forma e configuração do trato vocal A adequada postura corporal tem sido apontada como base de uma boa produção da voz e da fala, influindo até mesmo no suporte respiratório. As alterações posturais de cabeça limitam os movimentos de mandíbula e da própria cabeça, interferindo na produção vocal Articulçaõ da fala Quadros alérgicos e alterações de voz Disfonia organofuncional e queixas de distúrbios alérgicos e/ou digestivos Alergias são respostas anormais e específicas à substâncias que afetam negativamente as pessoas. As mais comuns são: bronquite, asma, rinite, sinusite, laringite, e faringite A rinite alérgica é um grande comprometedor das condições do trato vocal, pois envolve nariz, ouvidos e garganta, o que compromete a boa projeção da voz A alergia agride a mucosa, podendo causar espessamentoe edema das pregas vocais, levando a compensações inadequadas As modificações na camada de muco gera alterações na qualidade vocal, ataques vocais bruscos, sensações de ardor, aperto, e pigarro rouquidão aguda deve-se, na maioria dos casos, à inflamação e edema da laringe, relacionadas ao uso excessivo da voz, infecção do trato respiratório superior ou irritação do mesmo Entender a interface entre as alterações oromiofuncionais e os impactos vocais Influência da disfunção temporomandibular muscular nas alterações da qualidade vocal Os distúrbios mio funcionais orofaciais ( DMO) são definidos como qualquer alteração que envolva a musculatura orofacial, que geram forças desfavoráveis ao equilíbrio do sistema estomatognático. Alguns quadros de DTM manifestam dor que é desencadeada ou que piora com os movimentos mandibulares. A articulação é criada pela variação no tamanho e na forma do trato vocal, o que ocorre por meio do movimento dos lábios, face, mandíbula, palato, língua, dentes e a musculatura envolvida Segundo Bianchini (2000), as disfunções da ATM têm como um dos sinais clínicos, a limitação dos movimentos dos mandibulares. são presença de redução da amplitude do movimento mandibular, gera modificações da qualidade vocal e desvios em lateralidade no percurso mandibular durante a fala. Os prejuízos na articulação da fala e na qualidade de voz, associados aos distúrbios da ATM, Hiperfuncionamento vocal nos pacientes que falam com restrição mandibular severa, o que leva a produção das vogais com a mandíbula trancada, os molares firmemente ocluídos e apenas com o movimento da língua. Esta situação leva aos sintomas de fadiga vocal, dor ou aperto na região hioidea, após fala ou canto prolongado. A respiração clavicular superior prejudica a qualidade da voz, e esse é o tipo que mais tem sido encontrado nos pacientes com DTM. Sendo assim, as contrações cervicais que ocorrem nessa condição podem dissipar-se para a face, provocando hipertonia dos músculos mastigatórios e alterações nas funções das ATMs A postura da cabeça e do pescoço são extremamente relevantes, pois favorecem a postura mandibular. O posicionamento da cabeça e pescoço influencia no estado de tensão muscular de repouso dos músculos relacionados ao osso hióide (MASCARENHAS, DUTRA, 2003). Quando ocorre o rompimento da dinâmica mandibular gerada pela inabilidade dos músculos irá interferir na função de outros sistemas como o fonatório, visto que o osso hióide tem associação direta com a mandíbula e está alterada repercutirá numa utilização inadequada da laringe gerando disfonia. A mandíbula deve ter a possibilidade de movimentos livres no eixo horizontal e vertical, além dos movimentos laterais de rotação, que são básicos na mastigação dos alimentos. O grau de abertura deve variar entre 3 e 5 cm, medidas abaixo ou acima desses limites configuram quadros de abertura reduzida ou excessiva, com interferência direta na articulação dos sons e na projeção da voz no espaço Quanto menor o grau de abertura da mandíbula à fonação, maior à resistência a passagem do ar e maior o esforço. O padrão de abertura horizontal leva a um estado de hipercontração da musculatura supra-hióidea (BEHLAU; PONTES, 1995). Disartria: Tratado de fonaudiologia A disartria é a perda da capacidade de articular as palavras de forma normal. Quando as alterações fonéticas da fala apresentam um acometimento neurológico, como fator etiológico, o quadro clínico é denominado disartria. Ou seja, ocorre uma alteração no controle neurológico da musculatura orofaringolaringeal durante a produção de fala As disartrias referem-se ao comprometimento da sincronia das cinco bases motoras que compõem a fala: respiração, fonação, ressonância, articulação e prosódia. O paciente disártrico pode apresentar na fala as falhas quanto a tempo, pressão e integração dos movimentos articulatórios. Assim, podem ser observados durante a produção de fala: imprecisão ou inabilidade na realização de fonemas plosivos e fricativos, dificuldade do direcionamento de fluxo aéreo pela boca, alteração de ressonância, de velocidade de fala, de prosódia, dificuldade em manter estabilidade dos parâmetros vocais, redução dos tempos máximos de fonação e incoordenação pneumofonoarticulatória, dentre outros sinais clínicos As alterações neuromusculares encontradas em todos os tipos de disartria podem ocasionar quadros de distorção de fonemas, por ajuste ou compensação, e imprecisão articulatória e de travamento, pelo excesso de contração da musculatura mastigatória, o que limita a amplitude do movimento de abertura de boca para a produção da fala Disartria Flácida - Lesão neurônio motor inferior. - Voz soprosa, rouca. Hipernasalidade Disartria Espástica - Lesão neurônio motor superior. - Voz tensa-estrangulada Hipernasalidade Disartria Hipocinética - Voz rouca, soprosa, trêmula. - Imprecisão articulatória (Rigidez, velocidade de fala alterada, tremor de lábios e língua) Disartria Hipercinética - Voz áspera. - Distorção na articulação da vogais. - Interrupção articulatória irregular. - Alterações prosódicas - Incompetência dos ressonadores. Disartria Atáxica - Voz áspera. - Monoaltura e monointensidade. - Imprecisão articulatória (velocidade de fala lentificada, tremor de lábios e língua) Disartria Mista - Se caracteriza por apresentar alterações de diversos tipos de disartria no mesmo quadro. apraxia da fala na infância; Apraxia da fala na infância em foco: perspectivas teóricas e tendências atuais CAS é definida como uma desordem neurológica dos sons da fala na infância, na qual a precisão e consistência dos movimentos que permeiam a fala estão prejudicadas na ausência de déficits neuromusculares. O principal impedimento manifesta-se no planejamento e/ou programação de parâmetros espaço-temporais das seqüências de movimentos, resultando em erros na produção dos sons da fala e prosódia Observa-se na fala dessas crianças uma redução no ritmo, com segregação de sílaba, associada à percepção de isocronia ou tempo similar, sílabas e palavras segregadas ou não co articuladas, consideradas como correlatos prevalentes nos quadros de apraxia da fala a taxa de velocidade lenta, pausas variáveis e longas (quebras na fala) e inconsistência entre as produções18. A fala dos pacientes apráxicos apresenta uma restrita variação de acentuação no nível da palavra e na sentença, além da predominância de ressonância nasofaríngea Loudnnes reduzida, prosódia lentificada, monofrequencia e monointensidade Dispraxia verbal: Alterações de linguagem em crianças com dispraxia verbal Metter (1991) define dispraxia da fala como um distúrbio decorrente de lesão cerebral (em geral, no hemisfério esquerdo) que resulta na debilitação da capacidade de posicionar apropriadamente a musculatura da fala durante a fala seqüencial, independente de fraqueza significativa ou perda da destreza da musculatura , raros são os casos de dispraxia da fala ocorridos isoladamente; clinicamente, são mais observados como parte da síndrome afásica, particularmente da afasia de Broca Allen et al. (1988) descrevem a dispraxia verbal como sendo um subtipo, dentre seis, do distúrbio específico de linguagem: a criança, quando já está falando, apresenta severas alterações articulatórias que prejudicam a inteligibilidade de fala (não melhorando em tarefas de repetição), enunciados curtos e disfluência. Relacionar os diferentes tipos de fissura e as possíveis características vocais. SPECTOS DA FALA DE INDIVÍDUOS COM FISSURA PALATINA E LABIAL, CORRIGIDA EM DIFERENTES IDADES As fissuras labiopalatinas são deformidades congênitas classificadas dentre o grupo das displasias, que têm como característica erros de fusão dos processos faciais embrionários 1, pode acometer o lábio, o palato ou ambos, pode também estar associada a outras malformações mais complexas, envolvendo síndromes, são caracterizadas pela interrupção na continuidade dos tecido do lábio superior, rebordo alveolar superior e palato, podendo ser unilaterais,bilaterais ou medianas. A fissura labiopalatina é a malformação congênita mais frequente na população humana As fissuras podem ser classificadas, quanto à sua manifestação, como: ● Pré-Forame incisivo (unilateral, bilateral ou mediana completa ou incompleta); ● Transforame incisivo (unilateral direito ou esquerdo e bilateral) e ● Pós Forame incisivo (completa ou incompleta) . Essa classificação tem como referencial o forame incisivo, que se constitui na junção do palato primário (pró-lábio, pré-maxila e septo cartilaginoso) e o palato secundário (palato duro e palato mole). Há dois tipos de fissura, não incluídas na classificação de Spina : a fissura submucosa e a fissura submucosa oculta . As fissuras pós-forame, transforame e submucosa (oculta ou não) alteram o fechamento velofaríngea, comprometendo a aquisição dos sons de fala. Distúrbios na fala, mais especificamente na articulação dos sons da fala, acarretam alterações que podem interferir na interação do indivíduo no meio em que vive. Os sons produzidos na laringe são modificados de acordo com o posicionamento dos articuladores, entre lábios, língua e palato mole, os quais ao movimentarem-se na cavidade oral, estabelecem pontos de contato, determinando o ponto de articulação dos fonemas da língua. A fissura labiopalatina e a disfunção velofaringea podem causar distúrbios da comunicação de muitas formas diferentes5 (articulação, ressonância, voz e linguagem). As alterações de fala primárias e secundárias estão relacionadas à disfunção velofaringea, sendo a hipernasalidade e o escape de ar nasal alterações primárias e, alterações secundárias a articulação compensatória juntamente com o movimento facial associado Ainda assim, uma das alterações mais relevantes e impactantes é o comprometimento da inteligibilidade de fala em decorrência da presença de hipernasalidade, do escape de ar nasal audível, da fraca pressão na produção de sons orais, do uso de pontos articulatórios atípicos e também da disfonia. A hipernasalidade e o escape de ar nasal caracterizam a DVF, sendo que a hipernasalidade é a alteração da ressonância que repercute na emissão das vogais e o escape de ar nasal é uma alteração da articulação da fala que prejudica a produção das consoantes de alta pressão como nas plosivas e fricativas. Os distúrbios articulatórios compensatórios, ocorrem na tentativa de compensar o funcionamento inadequado velofaríngeo que causa a hipernasalidade, esse indivíduo desenvolve uma articulação compensatória para produção dos fonemas em pontos diferentes dos que é realizado dentro dos parâmetros da língua portuguesa. Os sons que podem estar mais alterados nos indivíduos com fissura labiopalatina são: as consoantes que necessitam pressão intra-oral em sua produção, as obstruentes: as plosivas, as fricativas e as africadas Outro tipo de alteração de fala é caracterizado pelos distúrbios articulatórios compensatórios como: golpe de glote, fricativa faríngea, fricativa velar, fricativa nasal posterior, plosiva faríngea e plosiva dorso médio palatal , que se manifestam na articulação de sua fala, como o golpe de glote e a fricativa faríngea (que são utilizados como estratégias para compensar a falta de pressão intra-oral Dentre as alterações de fala, encontram-se os distúrbios articulatórios simples, caracterizados por omissão, substituição e distorção dos fonemas da língua e estas são alterações comuns nesse grupo de indivíduos. Indivíduos com fissura labiopalatina apresentam hipernasalidade, hiponasalidade ou nasalidade mista; apresentando também erros na articulação, relacionados com a má oclusão, erros associados com disfunção velo faríngea e erros fonológicos, AVALIAÇÃO FONOAUDIOLÓGICA DO INDIVÍDUO COM FISSURA LABIOPALATINA: FALA E AUDIÇÃO o indivíduo com fissura, a fala pode ser prejudicada pelas configurações dentofaciais decorrentes das cirurgias primárias (queiloplastia e palatoplastia), como a restrição do crescimento maxilar, assim como, também pode ser afetada pela presença de alterações morfofuncionais como a disfunção velofaríngea e/ou a ocorrência de fístulas ou deiscências nos palatos duro ou mole, além de mecanismos compensatórios que podem tornar a fala ininteligível. Tais alterações, quando presentes, dificultam a comunicação do indivíduo com fissura, muitas vezes, estigmatizando-o perante a sociedade. Os distúrbios da fala usualmente ocorrem nos casos de fissuras palatinas (pós-forame incisivo, transforame incisivo ou nos casos de fissura submucosa e submucosa oculta, quando sintomáticas para a fala), as quais dificultam a formação de pressão aérea intra-oral para a produção de diversos fonemas, o que não ocorre com os pacientes com fissuras labiais (pré-forame incisivo), os quais podem apresentar alterações relacionadas à condição dento-oclusal. Sendo assim, independente do tipo de fissura apresentada pelo indivíduo, especial atenção deve ser dada à avaliação da voz, ressonância de fala, inteligibilidade de fala, e articulação. Distúrbios de comunicação nos pacientes com sequela de fissura labiopalatina A área da fala, que se refere à articulação dos sons, pode se apresentar alterada devido a questões morfológicas, como a alteração de função velofaríngea, o desalinhamento dentário e as deformidades alveolares e palatinas. Pode também apresentar alterações funcionais, tais como aprendizagem inadequada de ponto articulatório2,3. A voz se refere ao som gerado na fonte sonora – as pregas vocais – acrescido do efeito de ressonância que ocorre no filtro ressonantal – o trato vocal. Pode principalmente apresentar alteração ressonantal, a hipernasalidade, devido à alteração da função velofaríngea. Pode também apresentar alteração de fonte glótica, por exemplo, rouquidão, relacionada ou não diretamente à fissura labiopalatina A falha na função velofaríngea causa também outra alteração passiva, que é a hipernasalidade. A voz ressoa excessivamente na cavidade nasal. Todos falantes utilizam normalmente a cavidade nasal como caixa de ressonância, porém nesses casos, a ressonância para a região nasal é desequilibradamente maior Terapia: •Avaliação inicial: entender as necessidades daquela pessoa, entender oq ela acha da voz, analisar a qualidade vocal, ressonância, articulação… •Exercícios que reduzam a hipernasalidade, ajustes na ressonância, respiração - controle na hora da fala. •Apoio psicossocial para lidar com tantas mudanças