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Dinâmicas e facilitação
Estudo de 
Caso
Professora: Esp. Tatiana Gaulia Ferreira
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Unicesumar
estudo de 
caso
Estudo de caso sobre a shoes&art – desenvolver 
lideranças e empoderar pessoas para atingir re-
sultados satisfatórios
As mudanças tecnológicas, econômicas e políticas têm exigido das empresas, dos mais 
variados segmentos, maneiras diferentes de conduzir e gerir negócios. Essas mudanças 
exigem um novo posicionamento estratégico, de maneira que possam atuar de forma mais 
eficiente a fim de se diferenciar e inovar em um mercado altamente competitivo. E esta é 
uma realidade da empresa SHOES&ART. 
Fundada em 1985, pelos catarinenses Jorge Petrunio Chuababi e Ana Maria Leonora. 
Trata-se de uma empresa de sapatos femininos que nasceu frente a um desejo de ofertar 
calçados confortáveis, modernos a um custo acessível. Oriundo de uma família de descen-
dentes armênios, desde cedo Jorge conheceu o oficio de sapateiro pelo seu pai que lhe 
ensinara todo o processo de produção de um calçado. Assim, o conhecimento técnico na 
produção de calçados possibilitou a Jorge conduzir a empresa com a expertise necessária. 
Já Ana Maria, formada em design, viveu alguns anos na França, berço da moda. Ela é a res-
ponsável pela criação e desenho de todos os modelos de sapatos da SHOES&ART. Para Ana 
Maria, “mais que um acessório do vestuário, os sapatos são um companheiro inseparável de 
uma mulher, e por isso que todas sonham com sapatos únicos que impactem por sua beleza, 
estilo e conforto”. E assim, surgia uma empresa tímida, mas com fonte de inspiração e uma 
determinação de gigante. Na época em que fora fundada, a SHOES&ART, contava com 8 fun-
cionários e uma produção de 80 pares por dia. 
Em 2007 estreou no varejo e abriu a sua primeira loja, na cidade de Porto Alegre, no Rio 
Grande do Sul. Em 2009, frente aos resultados positivos obtidos com a abertura da primeira 
loja e, motivada pela vontade de marcar presença em outros estados, iniciou seu processo 
de abertura de mais 4 (quatro) lojas, nas seguintes capitais: Curitiba (PR); Rio de janeiro (RJ); 
Vitória (ES) e Natal (RN). Nesta época a empresa já contava com cerca de 250 funcionários 
envolvidos e distribuídos por 20 setores nas 2 fábricas, e ainda 25 funcionários distribuídos 
nas respectivas lojas fora do estado. A produção diária de calçados passou para 700 pares, 
totalizando uma produção mensal em torno de 14.000 pares, dos quais 60% se destinavam 
a venda para grandes redes de lojas de calçados.
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O plano de expansão nunca esteve tão alinhado com a missão, visão e valores da empresa, 
conforme descritos no quadro abaixo.
Missão
Enaltecer a beleza feminina por meio de calçados belos, confortáveis e modernos e que 
a tornem ainda mais bonita. 
Visão
Se tornar referência no país pela oferta de calçados femininos de qualidade e bom gosto.
Valores
Liderança
Inovação
Confiança
Excelência 
Respeito
Transparência
Todavia, o crescimento da SHOES&ART, demandava novas exigências e competências de 
seus colaboradores que passaram a assumir novos cargos criados à medida que a empresa 
expandia sua produção e seus negócios. A empresa foi dando oportunidades para todos os 
colaboradores de maneira que cada um pudesse ir galgando seu espaço. Desta forma, fun-
cionários que ingressaram como auxiliares de produção, por exemplo, alcançaram cargos 
de Líder e Gerente de Produção. 
Em um ambiente de negócios em franca expansão, como era o caso da SHOES&ART, abrir 
mão do controle centralizado era a única solução viável para promover velocidade, flexibili-
dade e capacidade produtiva. As decisões não deveriam partir apenas dos fundadores e dos 
diretores da empresa. Muito pelo contrário, era preciso delegar autoridade e responsabilidade 
a todos os níveis. Isso significava ainda valorizar e confiar nas pessoas, dando-lhes liberdade 
e autonomia de ação. Afinal, as palavras: Confiança, Respeito e Transparência, que compõem 
alguns dos valores da empresa, não deviam ficar apenas expostas em quadros espalhados 
por toda a empresa, era preciso vivê-los tão quanto os demais valores da SHOES&ART. 
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Desta forma, exigia-se mais pro atividade dos funcionários que passariam do papel 
 “realizadores de tarefas” para tomadores de decisões frente as situações e cenários especí-
ficos. O problema é que as pessoas tinham receio de tomar decisões, pois até o então, não 
era essa a cultura da empresa.
Outro grande desafio, é que a empresa cresceu sem uma padronização na gestão de pro-
jetos e tampouco, na forma que esta padronização podia ser alcançada. Era preciso adotar 
uma metodologia de gerenciamento de projetos capaz de trabalhar as prioridades e entre-
gar resultados de forma eficiente.
Diante desse cenário, os fundadores se reuniram com os diretores da SHOES&ART a fim 
de deliberar quais seriam as medidas e ações a serem tomadas. E concluíram que era fun-
damental: criar um Programa formal para as lideranças da empresa; e ainda nesta direção, 
trabalhar a cultura do Empowerment. Fazia-se necessário também implantar uma metodo-
logia de gestão de projetos que fosse eficientemente boa ágil para o processo de tomada 
de decisões, mas que priorizasse mais as pessoas e menos burocracia.
Como primeira ação, foi implantado um Programa de Desenvolvimento de Líderes, que 
consistia em um conjunto de ações como Coaching, e encontros semanais nos quais os 
líderes das áreas se reuniam para resolver “questões problematizadoras” que lhes eram apre-
sentados. Os assuntos tinham grande proximidade com a realidade vivida seja sobre metas, 
resultados ou sobre as competências necessárias para se tornar um bom líder. 
Por meio de técnicas de dinâmicas de grupo, o facilitador da área de Gente e Gestão, 
Juliano Alves, conduzia o grupo no sentido de promover uma troca de papéis, e, provocar 
um exame nas atitudes, agora pela perspectiva de um subordinado, por exemplo. Assim po-
deriam refletir e expor como se sentiam. Juliano Alves acreditava que além de proporcionar 
uma experiência única (vivência), tais técnicas proporcionavam uma reflexão que promove-
ria uma mudança de comportamento. 
Como segunda ação, a introdução do Empowerment na cultura organizacional da 
SHOES&ART, teve o marco inicial pela apresentação do Programa de Bonificação – Bonoshoes, 
assim denominado. Destinado a todas as equipes que atingissem as metas das suas áreas, 
mas também colaborassem efetivamente para o atingimento das metas globais da empresa. 
Todavia, para que as metas fossem atingidas se fazia necessário o desenvolvimento urgente 
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de competências críticas, tais como: conhecimento do negócio; capacidade de execução; 
tomada de decisão e iniciativa e dinamismo. Sendo assim, a empresa investiu de forma sig-
nificativa em ações de treinamento e desenvolvimento, de modo que tais competências 
pudessem ser desenvolvidas proporcionando atitudes inovadoras com foco no alcance dos 
resultados. Cabia também as lideranças das áreas, de posse de um novo mindset, estimu-
lar e motivar suas equipes de forma com que os funcionários participassem ativamente dos 
processos de decisão da empresa, contribuindo com sugestões e ideias de melhorias.
Como terceira e não menos importante ação, a Diretoria de Ti, responsável atual pela 
gestão de projetos na SHOES&ART, investiu na qualificação do Gerente de Ti Fabio Junqueira 
que obteve certificação Scrum. No papel de facilitador, Fabio treinou e conduziu com toda 
a equipe de Ti (suporte; desenvolvimento; infraestrutura e banco de dados) no processo de 
implantação da metodologia Scrum na respectiva diretoria. Fabio pode perceber, em um 
pequeno espaço de tempo, um avanço significativo não só nas entregas do Product Backlog 
como no envolvimento e comprometimento da equipe.
Após seis meses de implantação das respectivas ações, a SHOES&ART já se percebia como 
uma “empresade cara nova”. Tal sentimento pode ser concretizado com a apresentação dos 
resultados da pesquisa de Clima Organizacional que dentre vários indicadores de desempe-
nho destacou itens como: Liderança; relacionamento interpessoal; estímulo à criatividade; 
importância no processo de tomada de decisão e agilidade, que obtiveram aumento nas 
respostas favoráveis (87% de concordância).
Para uma empresa que “tem o céu como limite”, ainda há muitos desafios a superar. Sua 
próxima ação será a implantação da metodologia Scrum nas áreas de Marketing e Venda de 
maneira que estas áreas ganhem velocidade nas entregas de seus “ProductBacklogs”, mas 
ainda, desenvolvam equipes altamente eficazes e com foco nos resultados esperados. 
Referências
CHIAVENATO, Idalberto. Comportamento organizacional: a dinâmica do sucesso das 
Organizações. 2 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005
 
CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de Pessoas. 2 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005
Fonte: própria autora

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