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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MINAS GERAIS FACULDADE DE EDUCAÇÃO – CAMPUS BELO HORIZONTE CURSO DE LICENCIATURA EM PEDAGOGIA RELATÓRIOS E PLANOS DE AULA Microscopia, Cromatografia e Pigmentos Naturais Amanda Marçal do Nascimento Ferreira Júlia Carla Silva Belo Horizonte, MG 2022 Amanda Marçal do Nascimento Ferreira Júlia Carla Silva RELATÓRIOS E PLANOS DE AULA Microscopia, Cromatografia e Pigmentos Naturais Atividade avaliativa a ser apresentada à Universidade do Estado de Minas Gerais, Faculdade de Educação Campus Belo Horizonte, como requisito parcial necessário à aprovação na disciplina de Ciências da Natureza: Conteúdos e Metodologias na Educação Infantil e Anos Iniciais Ensino Fundamental do curso de Licenciatura em Pedagogia. Professor: Antônio Belo Horizonte, MG 2022 MICROSCOPIA O microscópio é um aparelho capaz de aumentar a imagem de pequenos objetos, sejam eles orgânicos ou inorgânicos, ele possibilitou o estudo dos organismos, refutando a teoria da abiogênese, permitindo conhecer e estudar os seres, antes invisíveis a olho nu, causadores de diversas doenças e possibilitadores de avanços fármacos e científicos. Tal aparelho foi idealizado na Holanda, em 1591, por Hans Janssen e seu filho Zacarias, que na época eram fabricantes de óculos. O primeiro protótipo do microscópio surgiu por meio da prática de ampliação e observação de imagens por meio de duas lentes de vidro montadas nas extremidades de um tubo. Posteriormente, o holandês Antonie van Leewenhoek, objetivando melhorias no aparelho, construiu microscópios de apenas uma lente, pequena e quase esférica, entre duas placas de cobre, aperfeiçoando o instrumento, tal lente, ainda, serviu de estudos e desenvolvimento para demais lentes, sendo que, a partir destes, em dado momento, Leewenhoek possuía uma lente biconvexa que tinha a capacidade de aumentar imagens cerca de 1 000 vezes. Ademais, considerando que o objetivo da microscopia é a obtenção de imagens ampliadas de um objeto, que nos permitam distinguir detalhes não revelados a olho nu, é importante frisar que os aparelhos utilizados para tais estudos (tanto o microscópio, quanto a lupa), passam por diversas mudanças e aprimoramentos à medida que as tecnologias que os envolvem vão se aprimorando. Contudo, desde a criação de tais aparelhos, a forma mais comum encontrada até a atualidade, é a referente a lupa ou microscópio estereoscópico, seguida do microscópio óptico, que ilumina o objeto com luz visível ou ainda luz ultravioleta. Há também os microscópios eletrônicos, que permitem o estudo mais detalhado da estrutura interna da célula, podendo proporcionar aumentos de 5 mil e 100 mil vezes. Estes ampliam a imagem por meio de feixes de elétrons, estes dividem-se em duas categorias: Microscópio de Varredura e de Transmissão No estudo em questão, os experimentos foram realizados em um microscópio iluminado Primo Star, LED/HAL, binocular, 100X e em uma lupa, que permitiram estudos e visualizações de plantas e raízes, bem como acerca da constituição celular de uma cebola e do aparelho reprodutor de uma flor. Observação de uma cebola e uma flor Como já sabemos a célula é uma unidade estrutural e funcional dos seres vivos. Todos os organismos são formados por células, que diferem em seu tamanho, forma e funções. A superfície de uma célula vegetal (célula eucariótica) é formada por uma membrana plasmática e pela parede celular. Na superfície da célula vegetal há pequenas descontinuidades, que as colocam a célula em contato com aquelas que a cercam os plasmodesmos, canais estreitos delineados pela membrana plasmática e atravessados pelo desmotúbulo (estreita cisterna do retículo endoplasmático). O citoplasma possui vácuos delimitados por uma endomembrana chamada tonoplasto. Em geral, as células vegetais possuem um grande vacúolo que ocupa grande parte da célula e possui a função de armazenar água. Epiderme De Cebola Com Grandes Células Sob O Microscópio. Fonte: IStock O bulbo da Cebola é um eixo cônico achatado que possui em sua epiderme uma fina camada de células, ele é composto por uma base firme correspondente ao caule, que acumula substâncias, contudo, não acumula nutrientes. Ele é formado por uma bainha de folhas, que são carnosas e suculentas, e por escamas secas com coloração correspondente a suas variedades. Mesmo com a utilização do microscópio, a visualização de sua estrutura celular é algo complexo de ser visualizado sem o auxílio de demais substancias. Bulbo da cebola. Fonte: CanStock Suas características celulares são melhor adaptadas em solos profundos, drenados e nutridos com matéria orgânica, preferencialmente em regiões com clima temperado ou subtropical. Já uma flor completa de Angiosperma possui pedúnculo, receptáculo, verticilos protetores e reprodutores. O pedúnculo é a parte responsável pela sustentação da flor, e em sua dilatação é encontrado o receptáculo onde se inserem os verticilos protetores (cálice e corola) e os reprodutores (androceu e gineceu). Fonte: Experimentoteca O cálice é constituído por folhas chamadas sépalas, sendo geralmente de cor verde. Já a Corola é o verticilo protetor mais interno do receptáculo, sendo constituído pelas folhas modificadas, denominadas pétalas, geralmente coloridas. Como aparelhos reprodutores das flores temos o androceu e o gineceu. Androceu é o aparelho reprodutor masculino, formado por unidades chamadas estames, que quando completos encontram-se os filetes e a antera, sendo esta última, a parte fértil do estame, de onde originam os grãos de pólen. O gineceu o aparelho reprodutor feminino, formado por folhas modificadas denominadas carpelos, que quando completas compõe o ovário, responsável pela formação dos óvulos; o estilete, por onde passa o tubo polínico, que germinou do grão de pólen, no estigma, após a polinização; por último o estigma, que possuem a função de facilitar a fixação e a germinação dos grãos de pólen. OBJETIVOS ● Conhecer a morfologia de uma célula eucariótica vegetal; ● Observar núcleo, citoplasma e parede celular; ● Conhecer a constituição de uma flor; ● Observar o aparelho reprodutor de uma flor. DESENVOLVIMENTO Material e métodos: Para a observação da cebola e da Flor de Hibisco foi utilizado os seguintes materiais: ● Cebola ● Raiz da cebola ● Flor de hibisco ● Estilete ● Lâminas de microscopia ● Lamínula ● Microscópio óptico ● Lupa ● Pinça Para analisar a cebola, começamos por realizar uma análise de sua raiz na lupa Em outra cebola, foi realizado um corte com maior espessura para recolhimento de amostras. Em seguida, desse corte, foram retirados outros cortes, com diferentes espessuras, para comparativo de visualização, sendo que uma fina camada da epiderme foi reservada para melhor visualização celular. Posteriormente, realizamos a inserção de tais cortes em lâminas com uma gota de água, cobertas por uma lamínula. Observação das diferentes lâminas no microscópio eletrônico. Observação das diferentes lâminas na lupa e comparação entre ambas. Registro das atividades realizadas. Para analisar a Flor de Hibisco (Hibiscus rosa sinensis), inicialmente foi realizado um corte nos materiais para recolhimento de amostras. Em seguida a flor de hibisco foi colocada em uma bancada para observação das suas estruturas. Com o auxílio de uma pinça identificamos as diferentes estruturas do hibisco, como as pétalas, pólen, estames, anteras, pedúnculos e cálice sépalas. Analisamos os carpelos e o receptáculo, os polens e estames da flor de hibisco, as anteras. Com uma lâmina de estilete expomos o ovário da flor e observamos na lupa os seus óvulos. RESULTADOS E DISCUSSÕES ● Observações sobre a cebola: Ao analisarmos as lâminas com as diversas espessuras (imagem 1), notamos que a densidade do corte influencia na visualização das estruturas celulares (imagem 2), ou seja, quanto maior o corte, menor a visualização das estruturas, e quanto mais fino, maior o número de estruturas visualizadas(imagem 3 e 4). Tal situação ocorre devido a densidade impedir que a luz do microscópio penetre na lâmina observada, e consequentemente, a visualização das células epiteliais. Observamos que para tal visualização, o microscópio possui maior eficiência. Ao comparar as lâminas no microscópio e na lupa (imagem 5 e 6), percebemos que enquanto o Microscópio possibilita a visualização do núcleo e de diversos outros tecidos, como o "Octógono" vegetal (imagem 6), na lupa, a visualização se restringe somente a epiderme. Outro aspecto que pode ser observado no microscópio, foi o de pigmentação da cebola, na lâmina com a cebola roxa, ao observarmos um filete que, a olho nu, possuia um miolo com tonalidade branca e com a borda contendo coloração roxa, ao observarmos no microscópio, identificamos a presença de pigmentos naturais na cor verde, branca e roxa (imagem 7). Também no microscópio, com filetes da raiz de uma cebola, conseguimos visualizar a estrutura da epiderme da raiz. (imagem 8) Imagem 1: Diversas espessuras do filete. Imagem 2: Observação do corte com maior densidade, observa-se que o número de células etpáriais visualizadas é menor comparado aos das demais imagens. Imagem 3: Diferentes cortes da cebola. Imagem 4: Lâmina no microscópio Imagem 5: Lâmina da imagem 5 no microscópio. Imagem 6: Octógono vegetal na lupa. Imagem 7: Pigmentação da cebola nas cores verde, branco e roxo. Imagem 8: Raiz da cebola no microscópio. ● Observações sobre o Hibisco: Após estudarmos a flor de Hibiscus com a lupa podemos identificar as suas estruturas e entender como ocorre sua reprodução. O androceu (Imagem 9) é o órgão masculino de reprodução da flor, que é composto de estames, onde a antera, a região mais dilatada da ponta do estame , forma grãos de pólen (imagem 10 e 11). O órgão feminino chama-se gineceu (imagem 12) e é formado pelo estigma (imagem 13), estilete e ovário, que contém os óvulos (Imagem 14). Quando o pólen é transportado da antera para o estigma, ocorre a polinização, que é a união do óvulo com o pólen dando origem a um ovo ou zigoto. Imagem 9. Análise do androceu, com o tubo estaminal e as anteras. Imagem 10. Análise do pólen e dos estames na lupa. Imagem 11. Analisando os estames na lupa. Imagem 12. Análise do gineceu, com os estigmas, estilete e ovário Imagem 13. Analisando o estigma na lupa. Imagem 14. Analisando os óvulos do hibisco na lupa. PLANO DE AULA INFORMAÇÕES DA TURMA Escola Escola Estadual Paulo Freire Nível de Ensino Ensino Fundamental I (anos iniciais) Série 2 º Ano Componente curricular Ciências DESCRIÇÃO DA(S) AULA(S) Assunto(s) As partes das plantas Objetivos de aprendizagem Identificar as partes de uma planta (raiz, caule, folhas, flores e frutos) associando cada parte às suas respectivas funções. habilidade(s) da BNCC (EF02CI06) Identificar as principais partes de uma planta (raiz, caule, folhas, flores e frutos) e a função desempenhada por cada uma delas, e analisar as relações entre as plantas, o ambiente e os demais seres vivos. Conteúdos Conhecimentos sobre as plantas e sua importância Duração 3 aulas Procedimentos metodológicos Aula 1: ● Levar os alunos para o pátio da escola e pedir para que eles escolham uma árvore no jardim para que possam realizar observação. ● Apresentar para os alunos as partes das plantas, associando-as com as plantas que veem no dia a dia. ● Questione os alunos se eles já observaram essas partes das plantas e se sabem as funções de cada uma delas. ● Peça para que os alunos recolham os alguns galhos da árvore com e sem folhas. Coloque alguns galhos da planta dentro do saco plástico transparente e amarre com um barbante. Em seguida, coloque o vaso em um local onde possa receber luz do sol. Após 15 minutos, observe o interior do saco. ● Nesta experiência será possível notar a presença de gotículas de água na superfície interna do saco plástico. Questione os alunos se eles sabem o porquê isso ocorreu e se eles já presenciaram isso no dia a dia. ● O objetivo é que os alunos identifiquem o fenômeno da transpiração foliar, em que a planta elimina vapor d’água através de estruturas chamadas estômatos, responsáveis pelas trocas gasosas. e perceba que a quantidade de folhas e a dimensão da superfície foliar irá determinar uma maior ou menor taxa de transpiração, o que é essencial para a sobrevivência e nutrição das plantas. ● Peça que os alunos tragam para a próxima aula uma maçã. Aula 2: ● Utilize uma maçã para demonstrar sobre como os frutos protegem as sementes e a maioria deles servem como alimentação. Parta a maçã de cada aluno ao meio para revelar as sementes. ● Questione os alunos se eles sabem para que servem as sementes. ● O objetivo é que os alunos compreendam que é na semente que acontece a germinação. ● Explique para os alunos os principais fatores que afetam a germinação e o nascimento de uma nova planta. ● Peça que os alunos tragam para a próxima aula flores diversas. Aula 3: ● Divida os alunos em grupos e receberá uma folha de instrução para a realização da experiência. Peça para que cada grupo apresente as flores escolhidas e abra as abra para mostrar suas partes internas. O objetivo é que os alunos possam identificar as partes da planta que são responsáveis pela formação do fruto e da semente. ● Proponha aos alunos que façam um desenho de uma planta completa com caule, raiz, folhas, flores e frutos, escrevendo suas partes. O desenho será compartilhado com os amigos numa apresentação em que os alunos explicarão as funções de cada parte desenhada. O professor deverá instruir os alunos que estudem sobre o tema para apresentar com maior propriedade o assunto. Recursos didáticos · Projetor multimídia; Papel A3 e A4; Computador; Impressora; árvores; galhos; saco transparente, barbante; maçã; estilete; flores Avaliação Apresentação do trabalho desenvolvido pelos alunos. Bibliografia Livro didático; Artigos; Sites. CROMATOGRAFIA Cromatografia, de origem grega chroma (cor) e graphein (grafia, escrever), é uma técnica de análise de substâncias desenvolvida no começo do século XX pelo botânico russo Mikhail Tswett, que envolve a separação de misturas utilizando propriedades como solubilidade, tamanho e massa, sendo amplamente utilizada em laboratórios para identificação de elementos químicos orgânicos, substâncias, purificação de compostos e separação de componentes de misturas. Existem três exemplos principais de cromatografias, sendo eles cromatografia líquida clássica, cromatografia líquida de alta eficiência e a cromatografia gasosa de alta resolução. Ela pode ser utilizada para a análise de diversos tipos de misturas em componentes, para separar e identificar substâncias e pode ser utilizada tanto em trabalhos químicos-policiais, como identificação de narcóticos, como na identificação de cores presentes em uma única cor, como na cromatografia de papel. Tal método corresponde a passagem de uma mistura através de duas fases que recebem o nome de móvel, que é quando os componentes de tal mistura, quando isolados se deslocam por um solvente fluido (líquido ou gasoso, neste experimento, será o álcool absoluto), e estacionária, referente a fase que os componentes, durante o processo de separação, permanecem fixos na superfície do outro material (neste experimento, será o papel proveniente do coador de café). Durante a passagem, os componentes da mistura percorrem migrações diferentes, se separando por diferença de afinidade e ficam seletivamente retidos pela fase estacionária. Essa afinidade é regida por propriedades da molécula como a adsorção e a solubilidade. A cromatografia em papel é considerada uma técnica de partição líquido-líquido. Para realizar o experimento, coloca-se a mistura que será diluída, no caso, a tinta de caneta, em um ponto do papel e, mergulha-se esse ponto do papel no solvente, no caso, o álcool absoluto. A separação se dá durante a passagem da fase estacionária e a fase móvel em movimento no papel. OBJETIVOS● Apresentar a constituição das cores; ● Observar o comportamento das cores diante de soluções; ● Discutir a composição das cores de acordo com o círculo cromático; ● Realizar atividades que promovam o ensino de ciências por investigação. DESENVOLVIMENTO Materiais utilizados ● Coador de café; ● Tesoura; ● Canetas coloridas (preferencialmente hidrográficas); ● Fita adesiva, clipes ou pregador; ● Álcool (preferencialmente absoluto); ● Copo ou béquer; ● Palito ou lápis. Procedimentos 1. Recorte o coador de papel em tiras de cerca de 2,0 cm de largura e 8 cm de comprimento; 2. Com a caneta, trace um risco a cerca de 1cm parte inferior da tira de papel. Repita o procedimento com todas as cores; Figura 1: Traço de cor em tira de papel 3. Prenda as tiras na vertical do lápis ou do palito e insira a base com as tiras no copo ou béquer; 4. Coloque uma quantia de álcool suficiente para molhar a ponta da tira de papel sem alcançar a tinta (aproximadamente 0,5 cm) no recipiente; 5. Observe o que ocorre com as tiras de papel; 6. Quando o líquido subir por todo o papel, retire-o e deixe-o secar; 7. Registre as observações. RESULTADOS E DISCUSSÕES Ao realizarmos o procedimento, conseguimos observar a constituição de pigmentação das cores selecionadas. Inicialmente, observamos a separação da mistura de pigmentos existentes em uma cor, bem como a localização dos pigmentos na fase estacionária, no caso, na tira de papel. Conseguimos, também, observar a constituição e o tempo de separação das cores, sendo que todas as cores observadas possuem mais de uma cor em sua constituição e as cores escuras, como o preto e o azul escuro, demoraram mais tempo para se separarem. As misturas que constituem as cores podem ser verificadas na tabela abaixo: Cor principal Misturas Preto Roxo, azul e amarelo Vermelho Laranja e amarelo Verde Azul e amarelo Azul escuro Roxo e azul piscina. PLANO DE AULA INFORMAÇÕES DA TURMA Escola Escola Estadual Paulo Freire Nível de Ensino Ensino Fundamental I (anos iniciais) Série 4º Ano Componente curricular Ciências DESCRIÇÃO DA(S) AULA(S) Assunto(s) As cores do mundo Objetivos de aprendizagem Identificar as cores presentes em uma única cor por meio da cromatografia em papel. Habilidade(s) da BNCC (EF04CI01) Identificar misturas na vida diária, com base em suas propriedades físicas observáveis, reconhecendo sua composição. Conteúdos Conhecimentos sobre cromatografia. Duração 2 aulas Procedimentos metodológicos Aula 1: ● Aula dialogada sobre a constituição das cores; ● Com o auxílio do software Adobe color, discutiremos a constituição e a pluralidade de cores existentes; ● Apresentação online do círculo cromático e observação do comportamento das cores quando misturadas; ● Após interação e levantamento de hipóteses sobre a constituição das cores, os alunos serão orientados a construir um círculo cromático. Aula 2: ● A turma será levada ao laboratório para realização do experimento de cromatografia em papel; ● O professor realizará a explicação do experimento e mediação sobre os procedimentos que deverão ser adotados; ● Após o experimento, a turma será convidada a levantar hipóteses e elaborar um relatório sobre as características observadas. Recursos didáticos ● Computador; ● Datashow; ● Coador de café; ● Tesoura; ● Canetas coloridas (preferencialmente hidrográficas); ● Fita adesiva, clipes ou pregador; ● Álcool (preferencialmente absoluto); ● Copo ou béquer; ● Palito ou lápis. Avaliação Analise dos relatórios desenvolvidos e participação. Bibliografia Artigos e Sites educacionais. PIGMENTOS NATURAIS Os pigmentos naturais são facilmente encontrados ao nosso redor. Estão presentes nas cores que enxergamos nas frutas, vegetais e verduras, como morango, cenoura, couve; nas folhas das árvores, nas rosas, orquídeas do nosso jardim. Desde os tempos mais remotos, o homem utiliza os pigmentos encontrados na natureza para colorir tecidos, os corpos em cerimoniais, os cosméticos e os alimentos. Nos alimentos, tanto em nossa casa quanto na indústria, os pigmentos são utilizados a fim de tornar os produtos mais atrativos, reforçando a cor de algum alimento, ou para compensar a sua cor original perdida durante a fabricação ou preparação. Hoje em dia já se sabe que os pigmentos naturais, além da capacidade de conferir uma cor a um produto, também é capaz de proporcionar efeitos benéficos quando ingeridos. Assim, a associação entre os alimentos com esses pigmentos naturais são estudados para a diminuição da incidência de muitas doenças crônico-degenerativas na população, como doenças cardiovasculares. A coloração dos alimentos é determinada pela presença de pigmentos naturais presentes ou pela adição de corantes artificiais. Os pigmentos naturais podem sofrer alterações em suas condições de processamento devido a sua instabilidade. Essas mudanças de coloração indicam que ocorreram mudanças químicas e bioquímicas que podem alterar também as propriedades nutricionais (STREIT et al., 2000). Os pigmentos naturais podem ser classificados como clorofilas, betalaínas, carotenóides e antocianinas, sendo responsáveis pelas cores verde, vermelha, alaranjada e roxa nos alimentos. Além de serem importantes para a alimentação, devido ao seu valor nutricional, esses pigmentos podem ser utilizados como corantes naturais. As clorofilas são os pigmentos naturais mais presentes nas plantas e vegetais e devido a sua cor verde e suas propriedades físico-químicas, são também usadas como aditivos para produtos alimentícios. Todos os vegetais da cor verde apresentam clorofila, dentre eles o espinafre, brócolis, chá verde, azeitonas verdes, couves de Bruxelas, repolho verde e aipo. Os pigmentos de clorofila são instáveis e sensíveis a luz, calor, oxidação e degradação química. (STREIT et al., 2000). As antocianinas são pigmentos naturais da classe de flavonoides, apresentando as cores laranja, vermelho, violeta e azul, encontrados em alimentos como o repolho roxo, batata roxa, berinjela, açaí, ameixa, amora e uva. São pigmentos reconhecidos pela sua ação antioxidante e cuja estabilidade é influenciada por fatores como, temperatura, oxigenação, estrutura química, o ph. (PIMENTEL, 2005). Os carotenóides subclasse de terpenos, com cores que variam entre amarelo e vermelho. Geralmente são estáveis à luz e, de modo geral, onde betacaroteno propicia cores do amarelo claro ao laranja. Os carotenóides naturais mais presentes nos alimentos são o urucum (annatto), a oleoresina de páprica e o óleo de palma bruto, cenoura e abóbora (PIMENTEL, 2005). A betalaína é presente nas cores vermelha e amarela, facilmente encontradas em vegetais da ordem Centrospermae, a qual pertence, um exemplo é a beterraba. Sua estabilidade irá depender da presenças do ph (excelente entre 4 e 5) sendo instável em presença de luz e oxigênio, é destruída quando submetida a altas temperaturas (PIMENTEL, 2005) OBJETIVOS ● Apresentar os pigmentos naturais; ● Observar o comportamento dos pigmentos naturais diantes soluções; ● Realizar atividades que promovam o ensino de ciências por investigação. DESENVOLVIMENTO Material e métodos: Na realização da extração dos pigmentos naturais foi utilizado os seguintes materiais: ● Béquer ● Proveta ● Gral/almofariz de porcelana ● Pistilo ● Álcool ● Água ● Beterraba ● Folhas de couve ● Areia Lavada ● Tesoura ● Lâmina de estilete ● Filtro de papel ● Funil de vidro ● Kitassato Para iniciar o experimento foi necessário, primeiramente, cortar a beterraba e a couve em pequenos pedaços. Logo após, foi preciso despejar álcool em um béquer e medir 20 ml, da solução com uma proveta. Com auxílio do pistilo, maceramos a folha de couve e os pedaços de beterraba nos almofarizes de porcelana, contendo areia lavada e álcool. A areia facilitou o processo ao triturar o pedaço de couve e beterraba e expor o material do tecido epitelial. Após a maceração, passamos a mistura por um funil de vidro,revestido com filtro de papel, a fim de filtrar e eliminar as impurezas da solução. RESULTADOS E DISCUSSÕES Observamos que ao macerar a beterraba e a couve (Imagem 1 e 2) resultou na diluição dos pigmentos da coloração da beterraba e da couve no álcool e na água, e após a filtragem, seus respectivos líquidos continham em pigmentos de cor vermelha e verde (Imagens 3, 4 e 5). Percebemos que quanto melhor macerados, mais pedaços de couve e beterraba e menos quantidade de álcool se utilizava no procedimento, mais concentrado ficavam os pigmentos naturais, resultando em uma coloração mais escura (imagem 6). Após a filtragem dos pigmentos adicionamos cola branca a fim de criar uma tinta como para pintura. Observamos que a tinta feita com pigmentos da beterraba resultou em uma coloração rosada (imagem 7) e a tinta com pigmentos da couve, resultou em uma tinta de coloração amarelada (Imagem 8) provavelmente devido a alguma reação química sofrida durante sua produção. Imagem 1. Maceração da folha de couve Imagem 2 .Transferência do material macerado para o béquer Imagem 3. Transferência do pigmento do béquer para o funil de vidro com filtro de papel Imagem 4.Filtragem do pigmento vermelho Imagem 5.Filtragem do pigmento verde Imagem 6.Comparação entre as cores obtidas dos pigmentos naturais. Imagem 7. Tinta obtida com mistura de cola e pigmento natural vermelho Imagem 8.Tinta obtida com mistura de cola e pigmento natural verde. PLANO DE AULA INFORMAÇÕES DA TURMA Escola Escola Estadual Paulo Freire Nível de Ensino Ensino Fundamental I (anos iniciais) Série 5 º Ano Componente curricular Ciências DESCRIÇÃO DA(S) AULA(S) Assunto(s) Os alimentos e suas cores Objetivos de aprendizagem Identificar as vitaminas presentes nas verduras, legumes e frutas e incentivando bons hábitos alimentares. habilidade(s) da BNCC (EF05CI08) Organizar um cardápio equilibrado com base nas características dos grupos alimentares (nutrientes e calorias) e nas necessidades individuais (atividades realizadas, idade, sexo etc.) para a manutenção da saúde do organismo. Conteúdos Alimentação saudável. Vitaminas. Duração 3 aulas Procedimentos metodológicos Aula 1: ● Explicar aos alunos os princípios de uma alimentação saudável, incluindo as origens e funções dos alimentos, explicando como as cores dos alimentos ajudam a identificar o tipo de vitamina presente. ● Apresente aos alunos a pirâmide alimentar. ● Perguntar aos alunos quais alimentos da pirâmide eles consomem? Com qual frequência consome cada tipo de alimento? Costumam comer diariamente verduras, legumes e frutas? ● Peça para que os alunos se dividam em grupos e tragam na próxima aula urucum, açafrão, beterraba ralada, couve ralada. Aula 2: ● Peça para os alunos desenharem alimentos saudáveis que apresentem as seguintes cores: amarelo, vermelho e verde. ● Faça questionamentos como: O que elas sabem sobre pigmentos naturais? Quais alimentos que estão presentes nas refeições, possuem coloração e podem ser utilizados como pigmentos naturais? Percebem que alguns alimentos possuem uma coloração bastante perceptível e que são expelidas facilmente no toque (como, por exemplo, beterraba, amora, morango)? ● Divida os alunos em grupos e receberá uma folha de instrução para a realização da experiência. Ofereça ao grupo um recipiente com 50ml de água e outro com 100ml de cola branca, colheres e palitos de sorvete e um recipiente transparente, onde realizarão a mistura. Diga às crianças que produzirão tintas por meio da experiência de misturas e convide-as a misturar os elementos livremente, observando as transformações. ● Peça para os alunos pintarem os alimentos desenhados anteriormente com a tinta produzida. Aula 3: ● Dividir a sala em grupos. Distribuir para cada grupo meia cartolina com as informações sobre o prato colado na parte superior. Peça que o grupo leia o que o prato contém, analise os alimentos, classificando-os pelo tipo de nutrientes presentes. Peça que cada grupo elabore e desenhe um cardápio que contemple as necessidades do nosso corpo. ● Peça para que cada grupo apresente seu desenho, explicando para a turma o prato elaborado. Recursos didáticos Projetor multimídia; Papel A3 e A4; Computador; Impressora; urucum; açafrão; beterraba ralada; couve ralada; cartolina; pincel; cola branca; água; copo descartável; colheres ou palitos de sorvete. Avaliação Apresentação do trabalho desenvolvido pelos alunos. Bibliografia Livro didático; Artigos; Sites. CONCLUSÃO Ao realizar os experimentos através microscópios, análises de cromatografia e dos comportamentos dos pigmentos naturais através da sua extração; podemos perceber sua importância para o ensino prático de ciências nas salas de aula. A realização deste trabalho como parte integrante dos conteúdos práticos da disciplina de “Ciências da Natureza: Conteúdos e Metodologias na Educação Infantil e Anos Iniciais Ensino Fundamental” nos permitiu integrar os conceitos obtidos na realização da pesquisa teórica com a experiência de laboratório, contribuindo de forma significativa para nosso aprendizado. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CHISTÉ, Renan; XAVIER, Ana Augusta Odorissi. Pigmentos Naturais: potenciais fontes e efeitos benéficos. Revista ComCiência. Unicamp. São Paulo. 2020. Disponível em: https://www.comciencia.br/pigmentos-naturais-potenciais-fontes-e-efeitos-beneficos/. Acesso em: 21 nov. 2022. DEDAVID, Berenice Anina; GOMES, Carmem Isse; MACHADO, Giovanna. Microscopia eletrônica de varredura: aplicações e preparação de amostras: materiais poliméricos, metálicos e semicondutores. EdiPUCRS, 2007. 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