Prévia do material em texto
<p>1</p><p>2</p><p>ICTQ – Instituto de Pesquisa e Pós-Graduação para o Mercado Farmacêutico</p><p>ATENÇÃO FARMACÊUTICA EM ANTIMICROBIANOS</p><p>Volume IV</p><p>Vitae Editora</p><p>Anápolis (GO), 2021</p><p>3</p><p>E-book transcrito a partir da aula do Professor Edson Luiz</p><p>Professor no Instituto de Pesquisa e Pós-Graduação para o Mercado Farmacêutico. Graduado</p><p>em Farmácia pela Universidade Estadual de Londrina. Aperfeiçoamento em Farmacologia</p><p>na Universidade Federal do Paraná (UFPR). Especialização em Fisiologia pela Universidade</p><p>Federal do Paraná (UFPR). Mestrado em Fisiologia na Universidade Federal do Paraná</p><p>(UFPR). Doutoramento em Ciências Médico-Cirúrgicas na Universidade Federal do Ceará</p><p>(UFC). Professor de Graduação – Farmácia. Professor de Pós-graduação- Farmácia Clínica</p><p>e Prescrição Farmacêutica.</p><p>EXPEDIENTE:</p><p>Autor: ICTQ – Instituto de Pesquisa e Pós-Graduação para o Mercado Farmacêutico</p><p>Revisão Técnica: Farmacêutica Me. Juliana Cardoso</p><p>Produção: Vitae Editora</p><p>Edição: Egle Leonardi e Jemima Bispo</p><p>Colaboraram nesta edição: Erika Di Pardi e Janaina Araújo</p><p>Diagramação: Cynara Miralha</p><p>4</p><p>ATENÇÃO FARMACÊUTICA EM ANTIMICROBIANOS</p><p>MACROLÍDEOS</p><p>Essa substância possui um anel central formado por um éster.</p><p>Os macrolídeos conhecidos são: eritromicina, claritromicina, azitromicina e a telitromicina.</p><p>Macrolídeos, Cetolídeos e Oxazolidinonas</p><p>AMINOCICLITOIS (AMINOGLICOSÍDEOS)</p><p>5</p><p>Aminoglicosídeos, Espectinomicina e Lincomicinas</p><p>Cuidados farmacêuticos (aminoglicosídeos)</p><p>Há necessidade do ajuste de dose:</p><p>6</p><p>SULFONAMIDAS E TRIMETOPRIMA</p><p>Esses compostos são inibidores enzimáticos que interferem no metabolismo do ácido fólico:</p><p>As sulfonamidas agem em relação à formação de um metabólito falso ou inibem uma enzima</p><p>chamada ‘diidropteroato sintase’.</p><p>7</p><p>A molécula de trimetroprima inibe a diidrofolato redutase e, consequentemente, interfere</p><p>na formação do ácido tetraidrofólico.</p><p>RESISTÊNCIA MICROBIANA (BACTERIANA)</p><p>É nesse momento que o cuidado farmacêutico precisa ser marcante. O ser humano</p><p>enfrenta uma grande crise de infecções por bactérias. O uso incorreto de um antimicrobiano</p><p>provoca um processo de seleção que causa a eliminação de bactérias sensíveis e a manutenção</p><p>de bactérias resistentes. Ao empregar um antibacteriano, ele promove uma pressão seletiva.</p><p>Por isso, a eficácia do antibacteriano declina.</p><p>É muito importante conhecer os microrganismos e a sensibilidade que eles possuem em</p><p>relação ao antibacteriano, para que seja possível controlar a seleção das bactérias resistentes.</p><p>8</p><p>Resistência é um fenômeno genético que passa de uma geração para outra. A bactéria não</p><p>adquire resistência pelo uso do antimicrobiótico.</p><p>O antibacteriano é enzimaticamente inibido, um exemplo disso é a presença da</p><p>B-lactamase. Outro mecanismo de resistência muito observado é a bomba de efflux. Também</p><p>ocorre a alteração da atividade de enzimas e dos alvos. O resultado é o surgimento da</p><p>resistência.</p><p>Dentro do histórico da resistência, pode-se usar o Estafilococos aureus como referência.</p><p>O princípio de ação da penicilina foi descoberto no final da década de 1920 e fez surgir</p><p>entre a década de 1930 e 1940 um antibacteriano chamado ‘penicilina G’, mais conhecido</p><p>comercialmente como ‘benzetacil’.</p><p>A benzilpenicilina foi introduzida para o uso terapêutico em 1943. Em 1944, identificou-se</p><p>estafilococos resistentes à penicilina. Em 1961, a presença de Estafilococos Aureus Resistentes</p><p>à Oxacilina (SARO) foi descoberta. Em 1997, descobriu-se a GISA e, em 2002, a GRSA.</p><p>Desde então, as bactérias se mostram resistentes. Por isso, é imprescindível fazer um</p><p>antibiograma e reconhecer molecularmente a bactéria para não encontrar fatos como este:</p><p>9</p><p>Em 2010, houve a presença das KPCs, superbactérias que provocam infecções severas,</p><p>podendo resultar em óbito. Isso ocorre na ausência de material antibacteriano para sua</p><p>eliminação.</p><p>A imagem abaixo ilustra uma ‘corrida contra o tempo’, diante da presença de bactérias</p><p>cada vez mais resistentes:</p><p>MRSA (METHICILLIN RESISTANT STAPHYLOCOCCUS AUREUS)</p><p>Trata-se de uma bactéria que apresenta resistência.</p><p>• Está presente na pele, sendo responsável por infecções de pele;</p><p>• Foi a primeira a apresentar resistência à penicilina (1950);</p><p>• OMS – três quartos da sua versão MRSA seja ultra resistente e não responde a vários</p><p>tipos de ATBs.</p><p>10</p><p>GISA – S. aureus com resistência intermediária aos glicopeptídeos;</p><p>GRSA – S. aureus resistente aos glicopeptídeos;</p><p>Fonte: Anvisa, 2010.</p><p>KPC (KLEBSIELA PNEUMINIASE CARBAPENEMASE)</p><p>• Presente nos intestinos e pode ocasionar pneumonia e ITU (Infecções no Trato Urinário);</p><p>• Versão mais resistente (KPC) – sintomas como febre, prostração, tosse e dores no corpo;</p><p>• Em 2010, foram detectados 18 óbitos em Brasília e no Paraná;</p><p>• Em 2013, seis dos doze pacientes com KPC morreram, no Hospital Celso Pierro, em</p><p>Campinas, por causa de hemorragias e descompensação cardíaca. A infecção comprometeu</p><p>o quadro de evolução do paciente, mas não provocou diretamente.</p><p>ESCHERICHIA COLI</p><p>• Presente no Intestino(s);</p><p>• Principal causadora de ITUs;</p><p>• Primeiras evidências de resistência foram identificadas nos anos de 1970;</p><p>• Cerca de 25% das E. coli são resistentes ao grupo de ATBs chamado quinolonas.</p><p>11</p><p>MDR-TB (MULTIDRUG RESISTANT TUBERCULOSIS)</p><p>• Variável da Mycobacterium tuberculosis resistente a mais de um ATB;</p><p>• Número expressivos de novos casos no mundo (2 milhões adicionais).</p><p>A imagem abaixo mostra diferentes grupos: os que são resistentes à isoniazida, rifampicina</p><p>e os resistentes a outros antibacterianos utilizados no tratamento da tuberculose.</p><p>12</p><p>NDM-1 (NEW DELHI METALLOBETALACTAMASE)</p><p>• Enzima identificada em K. pneumoniae e E. coli (origem: Índia);</p><p>• 2009 – Europa, Austrália, EUA e América Latina;</p><p>• 2014 – Cinco pacientes no Rio Grande do Sul foram infectados (bactéria resistente a</p><p>vários ATBs – inclusive carbapenem).</p><p>Um dado interessante é o mapeamento mundial em relação à existência de linhagens</p><p>bacterianas resistentes:</p><p>Um dado que chama a atenção é:</p><p>13</p><p>O ano de 2050 será um marco para a história, pois haverá um risco cada vez maior de</p><p>ocorrência de óbitos devido às infecções bacterianas, sendo as bactérias resistentes a um</p><p>determinado grupo de antibacterianos.</p><p>Diante desse possível cenário, os farmacêuticos devem utilizar a regra dos cinco Ds:</p><p>• Diagnóstico correto;</p><p>• Droga correta;</p><p>• Dose correta;</p><p>• Duração correta;</p><p>• Descalonamento: iniciar a terapêutica com espectro amplo e, depois, reduzi-lo.</p><p>Lutar contra a resistência bacteriana exige a atuação de diversos profissionais, tais como:</p>