Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.
left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

Prévia do material em texto

<p>Semiologia da criança e do adolescente - 5P 2023.2 Maria Clara Noel - MED 60 FMP</p><p>Questionário COMPLETO P1+P2 Semiologia da criança e do adolescente:</p><p>Aula 2 - aleitamento materno:</p><p>1. Até qual idade a OMS recomenda o aleitamento materno exclusivo? 6 meses.</p><p>2. Até qual idade a OMS recomenda o aleitamento materno complementar? 2 anos ou</p><p>mais.</p><p>3. Quando a amamentação deve começar? Dentro da primeira hora de vida (ainda na sala</p><p>de parto).</p><p>4. Quais são os benefícios do aleitamento materno para o bebê? Desenvolvimento de</p><p>imunidade, maior vinculo com a mãe, nutrição adequada, desenvolvimento de uma</p><p>microbiota/ melhor desenvolvimento intestinal, menos desvios nutricionais (menor</p><p>risco de obesidade e desnutrição) - menos DM e HAS, melhor desenvolvimento do</p><p>aparelho fonador, melhor QI, melhor visão, menos risco de alergia respiratória ou</p><p>digestória, melhor desenvolvimento do aparelho fonador - menos complicações de otite</p><p>média aguda, proteção contra diarreia, menos infecção do trato urinário no período</p><p>neonatal, menos enterocolite necrosante, menor risco de desenvolvimento de</p><p>morbidades, menor mortalidade, menos doenças de base imunológica (como doença de</p><p>Crohn e colite).</p><p>5. Mães com HIV e HTLV podem amamentar? Não!!! Contraindicação absoluta.</p><p>6. Quais são os benefícios do aleitamento materno para a mãe? Mais facilidade no retorno</p><p>do peso, menor risco de anemia, menor risco de câncer de mama, ajuda a retardar uma</p><p>nova gravidez (por ação da prolactina).</p><p>7. Quais são os benefícios do aleitamento materno para a família? Menos gasto com leite de</p><p>caixa, farmácia e menos idas a emergência e hospital.</p><p>8. Quais são os benefícios do aleitamento materno para o país? Menor custo, menor</p><p>morbidades…</p><p>9. Quais são os benefícios do aleitamento materno para o planeta? Maior sustentabilidade</p><p>(menor desperdício)</p><p>10. Quando o leito humano é considerado colostro? Até 5 dias</p><p>11. Quando o leite humano é considerado de transição? Do 5 ao 15 dia</p><p>12. Quando o leite é considerado maduro? A partir de 15 dias</p><p>13. O leite anterior tem mais presença de que? Água</p><p>14. O leite posterior tem mais presença de que? Gordura</p><p>15. O leite humano possui menos caseína do que o leite de vaca? O que a caseína causa no</p><p>bebe? SIM. A caseína tem função essencialmente nutricional, favorecendo absorção de</p><p>cálcio, porém ela faz o coalho no vômito do neném, portanto uma menor quantidade de</p><p>caseína facilita a digestão do leite humano.</p><p>16. Qual o principal carboidrato encontrado no leite materno? Ele está presente em qual</p><p>fração do leite materno? Lactose, presente na fração anterior.</p><p>17. A galactose é importante para o que? Desenvolvimento do SNC.</p><p>18. A lactose facilita e promove o que? Facilita a absorção de cálcio e ferro e promove</p><p>colonização do intestino.</p><p>19. A quantidade de gordura no leite é afetada pela dieta da mãe? E de proteína? Gordura</p><p>sim, mas proteína não.</p><p>Página de 1 57</p><p>Semiologia da criança e do adolescente - 5P 2023.2 Maria Clara Noel - MED 60 FMP</p><p>20.Qual a principal fonte de energia para o bebê? Gorduras, presentes na fração posterior.</p><p>21. Qual é o componente mais variável do leite? Gordura.</p><p>22.Quais são as propriedades do colostro? Tem densidade alta e pouco volume, rico em</p><p>imunoglobulinas , rico em ácidos graxos poli-instaurados (importantes para a retina e</p><p>SNC), presente desde o último trimestre da gestação, rico em anticorpos (defesa),</p><p>muitos leucócitos (infecções), laxante (expulsa o mecônio), fatores trópicos</p><p>gastrointestinais…</p><p>23.Pode amamentar durante uma gestação? Até quando? SIM, até o final da gestação, se</p><p>não tiver histórico de abortamento.</p><p>24.Quais são as partes da mama envolvidas na lactação? Mamilo (passagem do leite para o</p><p>bebê), aréola, glândulas de Montgomery (proteção da pele do mamilo), seios lactíferos</p><p>(armazenam), ductos lactíferos (transportam até os seios lactíferos), alvéolos (onde é</p><p>produzido), tecido de sustentação, células mioepiteliais, células alveolares.</p><p>25.O que é a prolactina? Hormônio produtor do leite. Os níveis sobem quando o bebê suga.</p><p>Secretada após a mamada para produzir a próxima mamada. Inibe a ovulação.</p><p>26.Como manter os níveis de prolactina altos? Boa pega, livre demanda, amamentar a noite</p><p>quando a liberação de prolactina é maior.</p><p>27. O que é a ocitocina? Hormônio responsável pela ejeção do leite. Faz contração das</p><p>células mioepiteliais e do útero. Atua antes ou durante a mamada para fazer o leite</p><p>descer. Mãe sente sede, fisgadas, formigamentos no peito e cólica uterina.</p><p>28.Como manter os níveis de ocitocina altos? Pensar no bebê com carinho, olhar o bebê,</p><p>ouvir sons do bebê e ter apoio da família para ter menos estresse e preocupações.</p><p>29.Quais são os sinais e sintomas de uma reflexo de ocitocina ativo? Contrações uterinas ou</p><p>sede repentina, vazamento do leite quando pensa ou ouve sons do bebê, formigamentos</p><p>ou fisgadas nas mamas, sucções lentas e profundas seguidas de deglutição, gotejamento</p><p>da mama contralateral.</p><p>30.O que pode ser inibidor do leite materno? Seio permanecer cheio de leite.</p><p>31. O que diminui a liberação de ocitocina? Preocupação, estresse, dúvidas, dor.</p><p>32.Quais são os reflexos do bebê durante a mamada? Reflexo de busca e apreensão, reflexo</p><p>de sucção, reflexo de deglutição.</p><p>Página de 2 57</p><p>Semiologia da criança e do adolescente - 5P 2023.2 Maria Clara Noel - MED 60 FMP</p><p>33.Como é a pega correta? Queixo tocando a mama, boca bem aberta, lábio inferior voltado</p><p>para fora, bochechas arredondadas, sobra mais aréola acima da boca do bebê, mama</p><p>arredondada.</p><p>34.Como é uma pega incorreta? Queixo não toca a mama, boca pouco aberta, lábios</p><p>apontados para frente e inferior para dentro, bochechas encovadas, sobra mais areola</p><p>abaixo ou acima e abaixo da boca, mama estirada.</p><p>35.Ao terminar uma mamada o que se deve fazer? Deve-se amamentar até o bebê soltar o</p><p>peito. Oferecer o segundo peito após o bebê ter soltado o primeiro. Oferecer peitos</p><p>alternadamente. Não retirar o bebê do peito se ele ainda estiver sugando e deglutindo.</p><p>Se a mãe precisar interromper a mamada, pode inserir suavemente um dedo no canto</p><p>da boca do bebê para retirada suave do mamilo, protegendo a arêola.</p><p>Página de 3 57</p><p>Semiologia da criança e do adolescente - 5P 2023.2 Maria Clara Noel - MED 60 FMP</p><p>Aula 3 - Triagem neonatal:</p><p>TESTE DO CORAÇÃOZINHO:</p><p>1. Quando é realizado o teste de coraçãozinho? Bebês acima de 35 semanas e entre 24-48h</p><p>2. Abaixo disso fazemos o que? Ecocardiograma.</p><p>3. O que o teste de coraçãozinho busca? Cardiopatias congênitas critícas, que são as</p><p>dependentes do canal arterial.</p><p>4. Como é feito o teste do coraçãozinho? É utilizado um oxímetro de pulso, deve-se fazer</p><p>uma medida primeiro no membro superior direito (para pegar a saturação antes do</p><p>canal arterial) e uma no membro inferior (depois do canal). É preciso de um tempo para</p><p>o oxímetro estabilizar.</p><p>5. Quando temos um teste positivo? Saturação inferior a 89%. Demandando</p><p>ecocardiograma.</p><p>6. Se entre 90-94% ou com divergência maior ou igual a 4% o que devemos fazer? Refazer</p><p>após 1 horas. Se após 2 repetições for alterado, o teste é positivo.</p><p>7. Quando o teste é negativo? Saturação superior ou igual a 95% e divergência entre MSD e</p><p>MMI menor ou igual a 3%</p><p>TESTE DA LINGUINHA:</p><p>1. O que o teste da linguinha avalia? Frênulo lingual.</p><p>2. Quem deve realizar este teste? Profissionais de saúde capacitados em assistência ao</p><p>bebê, normalmente fonoaudiólogos.</p><p>3. Quando deve ser realizado? Antes da alta do bebê, nas primeiras 48hrs.</p><p>4. O que diz o protocolo Bristol? Deve-se verificar a aparência da ponta da língua (onde se</p><p>insere o frênulo), quanto a língua eleva-se ao chorar ou ao abrir a boca do bebê e a</p><p>projeção da língua. Se o somatório ficar em torno de 4-5 há um resultado</p><p>de idades,</p><p>prevenindo anemias)</p><p>TARDIO: A termo: 1 a 3 min / Pré termo: 30s a 1 min</p><p>IMEDIATO: HIV, HTLV / se tiver qualquer intercorrência como circulação placentária não</p><p>intacta / hipoativo, não iniciar respiração</p><p>2. Identificação do RN (nome da mãe, registro hospitalar, data e hora do nascimento,</p><p>sexo do RN)</p><p>3. Exame físico completo do RN (peso, comprimento, PT, PC e PA, anamnese neonatal,</p><p>solicitar exames complementares, calcular idade gestacional, colocar no gráfico)</p><p>4. Checar sorologias maternas (HIV do ultimo trimestre ou solicitar teste rápido /</p><p>VDRL do ultimo mês ou solicitar na internação / detecção de incompatibilidade</p><p>sanguínea materno-fetal - RH)</p><p>5. Preencher a caderneta de saúde da criança</p><p>6. Declaração de nascido vivo</p><p>7. Banho do RN (após 24hrs ou pelo menos 6hrs) - em caso de HIV, Hepatite B e C e</p><p>Herpes Vírus deve ser feito banho imediato.</p><p>8. Após o parto, RN estáveis devem permanecer com a mae e serem transportados</p><p>juntos ao alojamento conjunto</p><p>4. Quais as funções do verniz caseoso? Ação antimicrobiana, hidratante, diminuição da</p><p>escamação e termorregulação.</p><p>5. Fale sobre a conjuntivite gonocócica. O inicio dos sintomas se dá 24-48 horas após</p><p>o parto, sendo estes edema palpebral importante, hiperemia conjuntival, secreção</p><p>purulenta em grande quantidade. Causada pela Neisseria Gonorrhoea.</p><p>6. O que deve conter na 1a prescrição do RN?</p><p>1. Alojamento conjunto + Seio materno a vontade (se HIV e HTLV- do último trimestre) ou</p><p>fórmula / banco de leite</p><p>2. Profilaxia para oftalmia gonocócica (neisseria gonorrheae e chlamydia trachomatis) - 1</p><p>gota do colírio de nitrato de prata em cada olho CREDÉ</p><p>3. Profilaxia da doença hemorrágica do RN- Vitamina K 0,1 ml IM para bebês acima de 1kg</p><p>4. Vacina hepatite B - 0,5 ml IM no vasto lateral da coxa e BCG 0,5mL intradérmica se</p><p>disponível (mãe com hepatite B-> oferecer imunoglobulina pro bebê até o 7 dia de vida)</p><p>5. Álcool a 70% no coto umbilical - faz desidratação do coto umbilical ajudando na</p><p>mumificação e vai exercer ação bactericida, passar a cada troca de fraldas</p><p>6. Controle de hipoglicemia para recém nascidos de risco (PIG, GIG, PRM, mãe diabética )</p><p>1h/2h/4h/6h e depois de 6 em 6 hrs</p><p>8. Peso diário (perda de 3 a 10% nos 4/5 primeiros dias de vida)</p><p>9. Cuidados gerais (diurese, eliminação do mecônio, controle da temperatura)</p><p>Página de 26 57</p><p>Semiologia da criança e do adolescente - 5P 2023.2 Maria Clara Noel - MED 60 FMP</p><p>Aula 16 - Diarreia aguda e desidratação:</p><p>1. Qual a classificação para a duração da diarreia aguda? 14 dias.</p><p>2. Qual a classificação para a duração da diarreia persistente? Meio termo entre os 2.</p><p>3. Qual a classificação para a duração da diarreia crônica? Acima de 30 dias de episódios</p><p>de diarreia ou 3 ou + episódios curtos dentro de um período de 2 meses.</p><p>4. Quais as características da diarreia aguda? 3 ou + evacuações No dia de fezes liquidas ou</p><p>mais frequente que o habitual. Dissemina-se através de água e alimentos contaminados,</p><p>contato interpessoal e hábitos ruins de higiene.</p><p>5. Quais as características da diarreia grave? Perdas hídricas importantes e ameaçadoras</p><p>à vida.</p><p>6. Quais os fatores de risco para diarreias? Desmame precoce, desnutrição, menores de 5</p><p>anos, lactentes, imunodeficientes e portadores de doenças crônicas.</p><p>7. Qual o principal agente etiológico viral para a diarreia? Rotavírus.</p><p>8. Como uma disfunção do intestino delgado vai se apresentar? Diarreia líquida e sem</p><p>sangue (pode conter restos alimentares).</p><p>9. Como uma disfunção do intestino grosso vai se apresentar? Presença de sangue ou pûs e</p><p>urgência ou tenesmo.</p><p>10. Como é feito o diagnóstico da gastroenterite? Clínico. Pela presença de diarreia,</p><p>vômitos, dor abdominal, desidratação, estado geral, cor da pele, presença de saliva,</p><p>presenças de lágrimas, etc.</p><p>11. O que é a desidratação? Depleção significativa de água do corpo e geralmente de</p><p>eletrólitos.</p><p>12. Quais os sinais e sintomas de desidratação? Sede, letargia, mucosa seca, oligúria, e a</p><p>medidas que progride taquicardia, hipotensão e choque.</p><p>13. O que se avalia para ver o grau de desidratação? Enchimento capilar, pulso, sinal da</p><p>prega, sede, boca e língua, lágrimas, olhos, sensório.</p><p>14. Quais os critérios para não ter desidratação? Enchimento capilar normal (até 3</p><p>segundos), pulso cheio, sinal da prega desaparece rapidamente, bebe normalmente,</p><p>boca e língua úmidas, lágrimas presentes, olhos normais, bem alerta.</p><p>15. Quais os critérios para desidratação? Enchimento capilar prejudicado (de 3 a 5</p><p>segundos), pulso rápido e débil, sinal da prega desaparece lentamente, sedento, bebe</p><p>rápido e avidamente, boca e línguas secas, lágrimas ausentes, olhos fundos, irritado.</p><p>16. Quais os critérios para desidratação grave? Enchimento capilar prejudicado (mais de 5</p><p>segundos), pulso muito débil ou ausente, sinal a prega desaparece muito lentamente,</p><p>bebe mal ou não é capaz de beber, boca e línguas muito secas, lágrimas ausentes, olhos</p><p>muito fundos, comatoso e hipotônico.</p><p>17. Qual a abordagem terapêutica para uma criança com desidratação mínima ou sem</p><p>desidratação? PLANO A- Reposição das perdas (SRO) - 60 a 120ml de SRO a cada</p><p>episódio de diarreia ou vômito para menores de 10kg e 120ml a 240ml para maiores de</p><p>10 kg, continuar AM e retornar a dieta normal para a idade.</p><p>18. Qual a abordagem terapêutica para uma criança com desidratação leve a moderada?</p><p>PLANO B - Terapêutica de reidratação (SF) - 50 a 100mL/kg de peso durante 3 a 4</p><p>horas, reposição das perdas (SRO) - 60 a 120ml de SRO a cada episódio de diarreia ou</p><p>Página de 27 57</p><p>Semiologia da criança e do adolescente - 5P 2023.2 Maria Clara Noel - MED 60 FMP</p><p>vômito para menores de 10kg e 120ml a 240ml para maiores de 10 kg, continuar AM e</p><p>retornar a dieta normal para a idade.</p><p>19. Qual a abordagem terapêutica para uma criança com desidratação grave? PLACO C -</p><p>Terapêutica de reidratação (SF) - ranger lactato ou sf 20ml/kg de 20 a 30 min /</p><p>avaliar melhora da perfusão ou do sensório / avaliar a diurese clara e abundante ou com</p><p>densidade de urina menor que 1020 + manutenção + reposição das perdas (SRO) -</p><p>taxa hídrica diária + reposição das perdas a cada episódio de vômito ou diarreia,</p><p>continuar AM e retornar a dieta normal para a idade.</p><p>*Caso de criança que esta vomitando com SRO -> Conduta = diminuir o volume das doses e</p><p>aumentar a frequência da administração.</p><p>20.Quais são os 7 passos para o tratamento da criança com diarreia e desidratação?</p><p>1. Soro de reidratação oral (SRO) deve ser utilizado somente para reidratação</p><p>2. Reidratação dever ser realizada rapidamente: isto é, 3 a 4 horas</p><p>3. Recomendar dieta apropriada para a idade</p><p>4. Continuar o aleitamento materno quando possível</p><p>5. Não há necessidade de diluir o leite utilizado</p><p>6. Leites especiais não são normalmente necessários</p><p>7. Testes laboratoriais ou medicações desnecessárias não devem ser realizadas</p><p>21. Quais são as medidas de prevenção para a diarreia? Educação, melhores condições de</p><p>higiene, melhores condições de saneamento básico e vacinação para rotavirus.</p><p>Página de 28 57</p><p>Semiologia da criança e do adolescente - 5P 2023.2 Maria Clara Noel - MED 60 FMP</p><p>Aula 17 e 18 - Semiologia cardiovascular pediátrica e HAS na infância:</p><p>1. Quais as características do sopro inocente? Muito comum em pré-escolares. Será um</p><p>sopro sistólico, suave, sem irradiação, classificação no máximo até 3+ pois não tem</p><p>frêmito.</p><p>2. Qual é um sinal de insuficiência cardíaca em crianças? Hepatomegalia.</p><p>3. Quando se deve medir a pressão arterial em crianças? Deve ser feita em todas as</p><p>crianças acima de 3 anos na consulta de puericultura anualmente.</p><p>4. Com se deve medir a pressão arterial em crianças?</p><p>O comprimento do manguito deve</p><p>ser 80 a 100% do braço e a largura a 40% do comprimento do braço, posicionado de 2 a 3</p><p>cm da fossa cubital. Deve ser avaliada com a criança calma, relaxada, em pelo menos 3</p><p>medidas no braço DIREITO na altura do coração. Se alterada, medir em MSE e MI</p><p>(descartar coartação). Medida com aparelho digital pode ser feita mas tem ausência de</p><p>parâmetros e tendencia a superestimar. Se der alterada com o digital, deve-se repetir</p><p>com manual.</p><p>5. Para avaliamos nas tabelas quais dados iramos usar? Idade, sexo e altura.</p><p>*NÃO SE USA PESO!</p><p>6. Qual a definição de hipertensão? PAS e/ou PAD maior ou igual ao p95 para sexo, idade e</p><p>percentil de altura em 3 ou mais ocasiões.</p><p>Página de 29 57</p><p>Semiologia da criança e do adolescente - 5P 2023.2 Maria Clara Noel - MED 60 FMP</p><p>7. Quais as causas de HAS secundaria? Doenças renais, coartação da aorta, doenças</p><p>endócrinas, hipertensão intracraniana, distúrbios do sono, prematuridade e PIG,</p><p>drogas.</p><p>8. Quais as suspeitas para HAS secundária? Idade abaixo de 6 anos, PA muito elevada</p><p>(principalmente diastólica), HAS que não responde bem a mudanças no estilo de vida e</p><p>a medicações, ausência de fatores de risco para HAS primária (obesidade, dislipidemia,</p><p>DM, sedentarismo, história familiar).</p><p>9. Qual o tratamento para a HAS?</p><p>PA elevada: Mudanças no estilo de vida -> 6 meses -> medir PA em MII e reforçar medidas</p><p>-> 6 meses -> investigação inicial + especialista</p><p>HAS estagio I: Mudanças de estilo de vida -> 2 semanas -> medir PA em MII e investigação</p><p>inicial -> 3 meses -> especialista + tratamento medicamentoso + mapa</p><p>HAS estagio II: Mudanças de estilo de vida e medir PA em MII -> 1 semana -> investigação</p><p>inicial + MAPA + Tratamento medicamentoso</p><p>Página de 30 57</p><p>Semiologia da criança e do adolescente - 5P 2023.2 Maria Clara Noel - MED 60 FMP</p><p>Aula 19 - A consulta do adolescente:</p><p>1. A região frontal responsável pelo julgamento fica pronta próximo a qual idade? 24 anos.</p><p>2. Quais são atitudes fundamentais do pediatria na consulto com o adolescente? Evitar</p><p>julgamentos, atuar como mediador, esclarecer que a pessoa central da consulta é o</p><p>adolescente, deixar claro que nada será tratado com seus pais/responsáveis sem que ele</p><p>seja informado antes.</p><p>3. Em quais ocasiões/ informações é necessária a quebra do sigilo? Presença de qualquer</p><p>tipo de violência (emocional, maus tratos, sexual, bullying, interpessoal no namoro), uso</p><p>escalonado cada vez maior de álcool e outras drogas ou sinais de dependência química,</p><p>autoagressão, ideações suicidas ou de fuga de casa, tendência homicida, gravidez,</p><p>abortamento, sorologia HIV+, não adesão aos tratamentos, diagnóstico de doenças</p><p>graves, quadros depressivos e outros transtornos do campo mental.</p><p>4. Em quais ocasiões/ informações pode se manter sigilo? Ficar, namoro, iniciação sexual</p><p>(excluída a violência!!), experimentação de psicoativos sem sinais de dependência,</p><p>orientação sexual, conflitos de identidade de gênero, prescrição de contraceptivos, IST</p><p>(desde que tenha maturidade para adesão ao tratamento e afastada violência sexual).</p><p>5. O que consiste a abordagem HEEADSSS na anamnese? Método indireto para avaliar</p><p>comportamentos e complementar a anamnese do adolescente podendo ser incorporada</p><p>na pratica cotidiana. Feita apenas com o adolescente.</p><p>• H - home</p><p>• E - education</p><p>• E - eating disorders</p><p>• A - activities</p><p>• D - drugs</p><p>• S - sexuality</p><p>• S - suicide/depression</p><p>• S - safe - segurança e violência</p><p>6. Quais os intervalos de consultas? Inicio da puberdade (3 em 3 meses), aceleração (4 em</p><p>4 meses) e desacelaração (uma vez ao ano até finalizar o crescimento).</p><p>7. Quais os objetivos da consulta do adolescente? Determinar o grau de desenvolvimento</p><p>biopsicossocial daquele adolescente, identificar os reais problemas (físicos, psicológicos,</p><p>sociais), estabelecer uma relação terapêutica adequada ao seu desenvolvimento,</p><p>fomentar o dialogo entre o adolescente e os seus pais, incentivar o adolescente a fazer</p><p>escolhas responsáveis e estilos de vida saudáveis.</p><p>Página de 31 57</p><p>Semiologia da criança e do adolescente - 5P 2023.2 Maria Clara Noel - MED 60 FMP</p><p>Aula 20 - Avaliação da condição nutricional da criança:</p><p>1. Quais os objetivos da avaliação nutricional na infância? Classificar o estado nutricional,</p><p>identificar situações de risco e distúrbios nutricionais, monitorar o crescimento de</p><p>forma contínua, planejar ações estratégicas para controle e monitorar as ações</p><p>nutricionais implementadas.</p><p>2. O que inclui a avaliação do estado nutricional? Avaliação clínica e antropométrica,</p><p>avaliação dietética, avaliação bioquímica (só deve ser usada por necessidade). A</p><p>combinação dos diferentes métodos de avaliação do estado nutricional, permitirá</p><p>realizar o diagnóstico equilibrado e prognostico mais preciso.</p><p>3. O que mostra o indicador Peso/Idade (P/I)? Demonstra a situação global - não diferencia</p><p>comprometimento nutricional atual/agudo do crônico ou pregresso.</p><p>4. O que mostra o indicador Estatura/Idade (E/I)? Analisa o crescimento linear, é afetado</p><p>por agravos crônicos.</p><p>5. O que mostra o indicador Peso/Estatura (P/E)? Identifica a harmonia do crescimento,</p><p>sendo comprometido por agravos agudos. Indica peso apropriado para a estatura atual,</p><p>mesmo em paciente com desnutrição crônica e isso exige interpretação cuidadosa.</p><p>6. Como deve ser a forma de avaliação nutricional que devemos utilizar? Fácil, factível,</p><p>replicável, acessível e disponível.</p><p>Comprimento e Altura:</p><p>1. Qual a técnica para medir o comprimento de < 2 anos? Deve ser feito em uma superfície</p><p>plana, estática, com anteparos que se movem (um fixo e outro móvel) que conseguimos</p><p>deixar a criança reta, sem esticar e sem deixar encolher. Deve ser feita a quatro mãos.</p><p>Estatura ao nascimento vai nortear o crescimento nos primeiros anos de vida e ao longo</p><p>da vida desta criança.</p><p>2. Qual a técnica para medir o comprimento de > 2 anos? Deve ser medido com a criança</p><p>ereta. O ideal é que sejam regras fixas na parede sem rodapé.</p><p>3. Qual a velocidade do crescimento no primeiro ano de vida? 15cm no primeiro semestre</p><p>e 10 cm no segundo semestre. Ou seja, média de 25cm no primeiro ano.</p><p>4. Qual a velocidade do crescimento no segundo ano de vida? Media de 10cm.</p><p>5. Qual a velocidade do crescimento de 2 a 12 anos? 5 a 7cm por ano.</p><p>Página de 32 57</p><p>Semiologia da criança e do adolescente - 5P 2023.2 Maria Clara Noel - MED 60 FMP</p><p>Aula 21 - Desnutrição:</p><p>1. Qual a definição de desnutrição? Estado mórbido, secundário a uma deficiência ou</p><p>excesso, relativo ou absoluto, de um ou + nutrientes, que se manifesta clinicamente ou é</p><p>detectado por métodos bioquímicos, antropométricos e fisiológicos.</p><p>2. Qual a fórmula do IMC? Peso medido (kg) / estatura (m)^2</p><p>3. Quais as repercussões da desnutrição a curto prazo? Prejuízo do equilíbrio metabólico e</p><p>funcionamento de órgãos e sistemas.</p><p>4. Quais as repercussões da desnutrição a longo prazo? Prejuízo do crescimento e</p><p>desenvolvimento neuropsicomotor. Aumento do risco para desenvolvimento de doenças</p><p>crônicas não trasmissíveis.</p><p>Classificação de Gomez (P/I):</p><p>1. O que visa a classificação de Gomez? Índice Peso/ Idade</p><p>2. Qual a formula? Peso / idade = (Peso encontrado / peso ideal) x 100</p><p>3. Quais as possíveis classificações?</p><p>• Eutrófico – déficit de até 10%</p><p>• Desnutrido Grau 1 – déficit de 11 a 25%</p><p>• Desnutrido Grau 2 – déficit de 26 a 40%</p><p>• Desnutrido Grau 3 – déficit maior que 40%</p><p>Classificação de Waterlow (E/I):</p><p>1. O que visa a classificação de Waterlow? Índice Estatura/ Idade.</p><p>*Em desnutrição,</p><p>o primeiro parâmetro afetado é o peso. A altura, por sua vez, apenas será</p><p>alterada em caso de desnutrição crônica.</p><p>Altura ideal:</p><p>1. O que visa o indice E/I (%)? Estatura medida / estatura esperada (P50) x 100.</p><p>2. Qual o normal? Adequação = ou > 95%</p><p>3. Qual a atura ideal? Cerca de 75 cm ao completar 1 ano</p><p>Classificação de Mclaren (DEP):</p><p>1. O que avalia a classificação de Mclaren? Edema, alterações de pele, alterações de cabelo,</p><p>hepatomegalia, albumina. Classificando em Marasmo ou Kwashiorkor.</p><p>Página de 33 57</p><p>Semiologia da criança e do adolescente - 5P 2023.2 Maria Clara Noel - MED 60 FMP</p><p>Marasmo:</p><p>1. Quais as características da criança com Marasmo?</p><p>- Mais comum.</p><p>- Criança de baixa idade (menores de 1 ano)</p><p>- Desmame precoce</p><p>- Pequena para a idade</p><p>- Fácies senil (desaparecimento da bola de bichat) e irritada</p><p>- Membro delgados devido a atrofia muscular e subcutânea</p><p>- Costelas proeminentes</p><p>- Pele se mostra solta e enrugada na região das nadegas</p><p>- Apresenta infecções constantes</p><p>- Comumente é irritadiça e seu apetite é variável</p><p>Kwashiorkor:</p><p>1. Quais as características da criança com Kwashiorkor?</p><p>- Crianças mais velhas (acima de 2 anos)</p><p>- Pós desmame com inhame, arroz, mandioca, batata doce</p><p>- Déficit importante de estatura</p><p>- Massa muscular consumida</p><p>- Tecido gorduroso subcutâneo preservado</p><p>- Alterações de pele dos membros inferiores</p><p>- Alterações dos cabelos</p><p>- Hepatomegalia, face de lua, anasarca e baixa concentração sérica de proteínas e</p><p>albumina</p><p>- Área perineal frequentemente irritada com dermatites e escoriações devido a diarréias</p><p>- Apatia exagerada, raramente responde a estímulos e não apresenta apetite</p><p>- Africa, Sudeste Ática, Caribe</p><p>- Deficiência proteica</p><p>- Déficit pondero/estatural</p><p>- Edema - anemia</p><p>- Alterações mentais e comportamentais estão presentes (apatia, anorexia, hipoatividade,</p><p>desinteresse) – NÃO SORRI - irritabilidade</p><p>Página de 34 57</p><p>Semiologia da criança e do adolescente - 5P 2023.2 Maria Clara Noel - MED 60 FMP</p><p>Aula 22 - Vitaminas e micronutrientes:</p><p>Ferro:</p><p>- Anemia ferropriva é a carência nutricional mais comum!</p><p>- Ferro baixo: prejudica o desenvolvimento mental e motor, reduz resistência a infecções</p><p>- Prevenção: 1000 dias, clampeamento tardio do cordão melhore as reservas de ferro ate 6</p><p>meses de idade, evitando anemias</p><p>- Fator de risco: dieta pobre em carnes e verduras escuras, prematuridade, aleitamento</p><p>materno inadequado, leite de vaca (diminui a absorção)…</p><p>- P/ lactentes sem fator de risco deve-se suplementar 1mg/kg/dia - iniciando aos 3 meses</p><p>de vida e mantendo ate os 24 meses</p><p>- Vitamina C e acidez gástrica aumenta sua absorção</p><p>- Cálcio diminui sua absorção.</p><p>Vitamina D:</p><p>- Fontes: sol (90%) e alimentação (10%)</p><p>- Baixa exposição: Uso de roupas, inverno, poluição</p><p>- ÚNICA VITAMINA COM QUANTIDADE INSUFICIENTE NO LEITE MATERNO</p><p>- Fundamental para a formação do esqueleto</p><p>- Clinica: Raquitismo (crescimento), osteolamacia (maduro)</p><p>- Deve-se suplementar vitamina D 400ui/dia para bebes de 1 semana a 1ano e 600ui/dia</p><p>de 1 ano até completar 2 anos</p><p>Vitamina K:</p><p>- Fontes: vegetais de folhas verdes, olhos vegetais, fígado, bactérias intestinais gram -</p><p>- A microbiota infantil é pobre e incapaz de proteger-se por si mesma, demandando</p><p>suplementação</p><p>- Suplementação no momento do parto é fundamental para prevenir a doença hemorrágica</p><p>do recém- nascido.</p><p>Vitamina A:</p><p>- Fundamental para desenvolvimento e funcionamento da VISÃO e sistema imune</p><p>- Deficit: Causa diarreia, doenças respiratórias e nictalopia (incapacidade de enxergar</p><p>bem)</p><p>- Suplementada em região norte e nordestes e outras áreas de risco</p><p>Zinco:</p><p>- Funções estruturais, regulatórias e metabólicas</p><p>- Participa da aceleração da maturação dos enterócitos.</p><p>- Em alguns tipos de diarreia aguda, há morte do enterócito, reduzindo a capacidade</p><p>absortiva. Assim, a suplementação com zinco favorece a reconstrução intestinal.</p><p>- Suplementar:</p><p>• À termo: 1mg/kg/dia -> observar resposta em 5-10 dias de uso. Se há carência, 1-2 mg/</p><p>kg/dia de zinco elementar por via oral e correção dietética.</p><p>• Em diarreia aguda, 20mg/dia para crianças acima de seis meses e 10mg/dia para</p><p>abaixo de seis meses</p><p>Página de 35 57</p><p>Semiologia da criança e do adolescente - 5P 2023.2 Maria Clara Noel - MED 60 FMP</p><p>Aula 23 - Arboviroses - Dengue, Zika e Chikungunya:</p><p>DENGUE:</p><p>- Doença febril exantemática aguda e grave</p><p>- Doença única, dinâmica (tem varias fases) e sistêmica</p><p>- Fase febril: febre de inicio alto, abrupto e de periodo prolongado</p><p>• Cefaleia, mialgia, artralgia e DOR RETRO-ORBITARIA</p><p>• Exantema maculo-papular</p><p>• Manifestações do TGI</p><p>- Fase critica: Dengue com sinais de alarme, dengue grave, choque, hemorragias graves e disfunção</p><p>de órgãos</p><p>• Sinais de alarme: dor abdominal intensa e continua, vômitos persistentes, lipotimia,</p><p>hepatomegalia, sangramento de mucosa, hemorragia importante, sonolência e/ou irritabilidade,</p><p>diminuição da diurese, hipotermia, aumento repentino de hematócrito (desidratado), queda</p><p>abrupta de plaquetas e desconforto respiratório</p><p>- Fase de recuperação: Quando o paciente supera a fase critica, reabsorve gradual dos líquidos</p><p>extravasados, controle de fenômenos hemorrágicos e aumento da diurese</p><p>- CRIANÇA: PODE SER ASSINTOMÁTICA, APRESENTAR-SE COMO UMA SÍNDROME FEBRIL</p><p>CLÁSSICA VIRAL OU SINAIS E SINTOMAS INESPECÍFICOS</p><p>• INVESTIGAR EXANTEMA E PETÉQUIAS!</p><p>- Prova do laço: Teste pra avaliar a presença de sangramento</p><p>• Iremos medir a PA do paciente</p><p>- EX: Digamos que foi 100x60 mmHg com PAM: 80</p><p>• Ao chegar na PAM, colocamos o manguito, inflamos até a PAM por 3 minutos e se aparecer 10</p><p>petéquias ou mais no espaço de 2,5cm x 2,5cm no quadradinho do antebraço o teste é positivo</p><p>• No adulto são 5 minutos e tem que ter mais de 20…</p><p>- GRUPO A: Tranquilo, sem sinal de gravidade</p><p>- GRUPO B: Sem sinais de alarme + tem comorbidades (idoso, gestante ou <2 anos) ou tem sinal do</p><p>laço</p><p>- GRUPO C: Presença de algum sinal de alarme</p><p>- GRUPO D: Presença de sinais de choque, desconforto respiratório, sangramento grave ou disfunção</p><p>grave dos órgãos</p><p>ZIKA: Transmissão vertical, por via sexual e por hemotransfusão</p><p>- NÃO HÁ RELATO DE TRANSMISSÃO ATRAVÉS DO ALEITAMENTO MATERNO, URINA E SALIVA</p><p>- PI: 3 a 12 dias</p><p>- Clínica: Maioria assintomática. Pode-se ter exantema, prurido, febre baixa ou ausência de febre,</p><p>mialgias, artralgia, edemas articulares, cefaleia.</p><p>• Pode-se ter quadro exantemático mais acentuado e hiperemia conjuntivas, sem alteração na</p><p>contagem de leucócitos e plaquetas</p><p>• Vírus tem tropismo pelo SNC, fígado e coração -> Síndromes neurológicas e Guillain Barre</p><p>CHIKUNGUNYA: 70% tem infecções sintomáticas. Acometimento da articulação.</p><p>- Transmissão vertical principalmente intraparto com gestantes virêmicas, levando a infecção</p><p>neonatal grave</p><p>- Fase aguda: febre alta, artralgia, exantema maculopapular que pode ser vesículo bolhoso, cefaleia,</p><p>mialgia, vômitos</p><p>• Exantema normalmente maculopapular e surge do 2o ao 5o dia após inicio da febre</p><p>- Fase subaguda: defervescência da febre e recrudescência das artralgias, poliartralgia distal,</p><p>exacerbação da dor articular, astenia e prurido generalizado</p><p>• Alguns pacientes evoluem com persistência da dor articular após a fase aguda</p><p>- Fase crônica: Sinais e sintomas inflamatórios, articulares e musculoesqueléticas por mais de 3</p><p>meses, acometimento poliarticular e simétrico</p><p>Página de 36 57</p><p>Semiologia da criança e do adolescente - 5P 2023.2 Maria Clara Noel - MED 60 FMP</p><p>Aula 24 - Febre na infância:</p><p>- Recomendação para aferição da febre: Termômetro axilar digital, por 3-5 minutos</p><p>- Manifestações clínicas de uma complexa reação orgânica a agressões geralmente</p><p>externas</p><p>- INFECCIOSAS: Vírus, fungos, bactérias e toxinas</p><p>- NÃO-INFECCIOSAS: Antígeno-anticorpo resultantes da destruição celular, reabsorção de</p><p>hematomas, necrose tumoral, cicatrização tissular etc.</p><p>- PIRÓGENOS EXÓGENOS: Agentes capazes de desencadear a febre, gerados tanto por</p><p>febres infecciosas quanto não infecciosas</p><p>- Queixa mais frequente nos atendimentos pediátricos (ambulatorial e emergência)</p><p>20-30% das consultas pediátricas têm a febre como sintoma principal!</p><p>- MÉTODOS FÍSICOS (banho frio/compressa): Não são recomendados</p><p>• Rápido início de ação, mas com pequena duração do efeito na redução da temperatura</p><p>corpórea</p><p>• Aumento no desconforto do paciente (calafrios e irritabilidade)</p><p>• Uso possível em casos de hipertermia (maior ou igual a 40 graus celsius) com</p><p>alterações no SNC</p><p>- FEBRE SEM SINAIS LOCALIZATÓRIOS: Ocorrência de febre com menos de 7 dias de</p><p>duração em que a história clínica e o exame físico não revelaram a causa</p><p>• Maioria doenças infecciosas aguda autolimitada ou pódromo de uma doença infecciosa</p><p>benigna; poucos têm uma infecção bacteriana grave ou potencialmente grave</p><p>• Comprometimento do estado geral</p><p>- Sim (independente da idade): Internação, HMC/URC/Líquor, RX tórax e</p><p>antibioticoterapia empírica</p><p>- Não: Conduta de acordo com a idade</p><p>- ANTITÉRMICOS: Recomendar no caso de desconforto evidente (choro intenso,</p><p>irritabilidade, redução da atividade, redução do apetite, distúrbio do sono)</p><p>- USO PREVENTIVO DE ANTITÉRMICOS: Não é recomendado pré vacinação (redução de</p><p>antígenos vacinais) e não é recomendado para prevenção de convulsões febris</p><p>- USO ALTERNADO OU ASSOCIADO DE ANTITÉRMICOS: Não é recomendado (risco de</p><p>superdosagem)</p><p>Página de 37 57</p><p>Semiologia da criança e do adolescente - 5P 2023.2 Maria Clara Noel - MED 60 FMP</p><p>Aula 25 - Desenvolvimento infantil:</p><p>2 meses:</p><p>- SUSTENTA A CABEÇA QUANDO SENTADO!</p><p>- SORRI SOCIALMENTE</p><p>- REAGE AO SOM</p><p>- Postura tônico cervical assimétrica</p><p>- Segue objetos ultrapassando linha média</p><p>4 meses:</p><p>- RI ALTO</p><p>- EXCITA-SE AO VER COMIDA</p><p>- OBSERVA A MÃO</p><p>- Postura simétrica com mãos abertas</p><p>- Pega objetos a distância, podendo solta-los e leva-los a boca</p><p>- Quando colocada de bruços, levanta a cabeça e os ombros</p><p>- Emite sons e vocaliza</p><p>6 meses:</p><p>- SENTA-SE COM APOIO</p><p>- ROLA</p><p>- Transfere objetos de uma mão para outra</p><p>- Monossílabas (experimenta sons)</p><p>- Refere a mãe e gosta de espelho</p><p>7 meses:</p><p>- Senta-se com tronco inclinado para frente e com as mãos apoiadas</p><p>- Pega objetos com 3 dedos</p><p>- Lalação (“mmmm”)</p><p>- Brinca com os pés e brinquedos</p><p>9-10 meses:</p><p>- Engatinha</p><p>- Fica de pé com apoio</p><p>- Come biscoito sozinho, dá tchau e bate palminhas</p><p>- Pega objetos com o polegar e indicador</p><p>12 meses:</p><p>- ANDA com apoio (12m) e sozinho (15m)</p><p>- Diz 1 ou 2 palavras, aponta partes do corpo</p><p>- Ajuda a se vestir</p><p>- Vira página de um livro</p><p>18 meses:</p><p>- USA COLHER</p><p>- INÍCIO DO CONTROLE ESFINCTERIANO</p><p>- Escala escadas e cadeiras</p><p>- Imita uma linha, faz torre de 4 cubos</p><p>- dá nome aos desenhos e objetos</p><p>2 a 6 anos (pré escolar):</p><p>- Aprimoramentos das habilidades (comunicação, locomoção, manuseio de objetos)</p><p>- Idade do explorar e brincar</p><p>- Capacidade de elaboração simbólica.</p><p>6 a 12 anos (escolar):</p><p>- Capaz de fazer avaliação própria e do outro</p><p>- Desenvolvimento emocional e social</p><p>- TDAH e dislexia podem ser identificados nessa época….</p><p>Página de 38 57</p><p>Semiologia da criança e do adolescente - 5P 2023.2 Maria Clara Noel - MED 60 FMP</p><p>Aula 26 - Anemias:</p><p>1. O que é anemia? Anemia é definida como redução do número da concentração de</p><p>hemoglobina abaixo dos valores normais em pessoas saudáveis de diferentes faixas</p><p>etárias - abaixo de dois desvios padrões.</p><p>2. Quais as possíveis origens da anemia? Formação deficiente de hemácias, destruição</p><p>exagerada das hemácias (hemólise) e perda por hemorragia (Rh).</p><p>3. O que é o VCM? Volume Corpuscular Médio. Índice hematimétrico mais importante para</p><p>o diagnóstico da anemia, definindo-a conforme o tamanho das hemácias como</p><p>Microcítica (pequena), Normocítica (normal) e Macrocítica (grande).</p><p>4. O que é o RDW? Índice de anisocitose (Reflete o grau de variação do tamanho das</p><p>hemácias e é expresso em percentual). Nas anemias, o RDW pode estar normal ou</p><p>aumentado (acima de 14%). Este índice quando aumentado indica a presença de</p><p>populações anormais de hemácias, sejam elas de tamanho reduzido ou aumentado,</p><p>demonstrando o grau de anisocitose.</p><p>Anemia Ferropriva:</p><p>1. O que é a anemia ferropriva? Anemia por deficiência de ferro</p><p>2. Quais são as possíveis causas de uma deficiência de ferro? Aumento da necessidade -</p><p>elevado crescimento, excesso de perda, má absorção gastrintestinal de Fe (leite de</p><p>vaca), dieta deficiente em Fe , anemia materna e hemólise neonatal</p><p>3. Qual a relação da anemia ferropriva com a infância? Importância significativa nos</p><p>primeiros 2 anos e adolescência - fase de crescimento acelerado</p><p>4. O que a deficiência de ferro afeta? Desempenho cognitivo, comportamento e crescimento</p><p>físico de crianças e adolescentes. Afeta sistema imune, aumenta incidência de doenças</p><p>infectocontagiosas. Alteração da função endócrina e liberação de neurotransmissores.</p><p>Crianças na fase escolar terão atraso no desenvolvimento neuropsicomotor - perda de 5</p><p>a 10 pontos de QI.</p><p>5. Qual o quadro clínico da anemia ferropriva? Sintomas gerais da anemia (cansaço,</p><p>fadiga, sonolência, prostração), glossite atrófica, perversão alimentar (pica), disfagia</p><p>intensa, amenorreia, diminuição da libido e queda do rendimento intelectual.</p><p>6. Qual o diagnóstico laboratorial? RDW aumentado (>14%), microcitose, hipocromia,</p><p>ferritina baixa, capacidade de saturação de transferrina alta.</p><p>7. Como deve ser feito o tratamento da anemia ferropriva? Correção da causa da epoliação</p><p>do Fe, adequação dietética e sulfato ferroso via oral (3 a 5g/kg/dia), o qual deve ser</p><p>dividido em 1 a 2 tomadas, 30 a 60 minutos antes das refeições, em média por 3 a 4</p><p>meses para tratar a anemia e também repor o estoque de ferro.</p><p>8. O que fazer para melhorar a absorção do sulfato ferroso? Ingerir de estômago/intestino</p><p>vazio.</p><p>9. Em caso de intolerância ao tratamento oral de ferro o que se deve fazer? Administrar</p><p>após a refeição, reduzir a dose diária e administrar junto com suco cítrico.</p><p>Página de 39 57</p><p>Semiologia da criança e do adolescente - 5P 2023.2 Maria Clara Noel - MED 60 FMP</p><p>Anemia por deficiência de vitamina B12:</p><p>1. Qual a maior fonte de vitamina B12? Alimentos de origem animal (carne, leite, ovos) e</p><p>por isso existe maior chance de serem negligenciados por veganos.</p><p>2. Quais as possíveis causas de anemia por deficiência de B12? Anemia perniciosa -</p><p>deficiência de fator intrínseco produzido pelas células parietais do fundo gástrico; Má</p><p>absorção intestinal e carencial.</p><p>3. Qual a clinica de uma anemia por deficiência de B12? Sintomas neurológicos (parestesia</p><p>de membros inferiores e mãos, dificuldade de locomoções, pertubações esfincterianas,</p><p>hipo ou hiperreflexia, alucinações e demência).</p><p>4. Qual o diagnóstico laboratorial? RDW aumentado (>14%), macrocitose, anisocitose,</p><p>leucopenia, neutrófilos hipersegmentados.</p><p>5. Como deve ser feito o tratamento? Reposição de vitamina B12 intramuscular.</p><p>Anemia por deficiência de Ácido Fólico:</p><p>1. Qual a maior fonte de Acido Fólico? Vegetais de folhas escuras.</p><p>2. Quais as possíveis causas de anemia por deficiência de Ácido Fólico? Má absorção</p><p>intestinal e carencial.</p><p>3. Qual o diagnóstico laboratorial? RDW aumentado (>14%), macrocitose, anisocitose e</p><p>dosagem sérica de folato baixa.</p><p>4. Qual o quadro clinico da anemia por deficiência de Ácido Fólico? Sintomas gerais da</p><p>anemia (cansaço,</p><p>fadiga, sonolência, prostração).</p><p>Página de 40 57</p><p>Semiologia da criança e do adolescente - 5P 2023.2 Maria Clara Noel - MED 60 FMP</p><p>Aula 27 - Dificuldade escolar:</p><p>1. De acordo com a pirâmide de aprendizado de William Glasser qual a melhor forma de</p><p>aprender? Ensinando outros (aprendizado ativo).</p><p>2. Qual o conceito de transtorno de aprendizagem? Dificuldade para aprender, com</p><p>desempenho abaixo do esperado para a faixa etária, considerando o nível de</p><p>escolaridade.</p><p>3. Quais são os fatores de risco pré-natais para transtornos de aprendizados? Causas</p><p>cromossomas (como a síndrome de down), síndromes genéticas (erros inatos no</p><p>metabolismo), genética das próprias dificuldades de aprendizado (dislexia, discalculia,</p><p>TDHA, autismo) e ambientais (desnutrição materna, abuso de substâncias, infecção</p><p>congênita, idade avançada dos pais, saude mental dos pais).</p><p>4. Quais são os fatores de risco peri-natais (22 semana da gestação até 1 semana da vida)</p><p>para transtornos de aprendizados? Saúde materna (DM), complicações (hipoglicemia,</p><p>icterícia, infecções), asfixia neonatal, prematuridade.</p><p>5. Quais são os fatores de risco pós-natais para transtornos de aprendizados? Ambiente</p><p>(nível de escolaridade dos pais, privação, estimulo, estresse, violência, negligencia,</p><p>dinâmica familiar, pais desempregados, pais com uso de drogas e limites educacionais),</p><p>causas da criança em si (como problema na visão, audição, presença de doenças,</p><p>desmotivação, desatenção, timidez e gagueira) e a escola em que essa criança frequente</p><p>(levando em conta sua segurança, metodologia, qualidade dos professores e matérias).</p><p>Déficit intelectual:</p><p>1. Qual a etiologia? Diversas etiologias possíveis, mas em 70% dos casos não se descobre a</p><p>causa.</p><p>2. Qual o tratamento? Adaptação do currículo. A escola deve fazer tudo para que a criança</p><p>se mantenha em uma escola regular.</p><p>3. Qual o tratamento para um déficit intelectual de grande porte? Eliminar objetivos e</p><p>conteúdo e introduzir novos, organização diferenciada, avaliação modificada e modificar</p><p>os critérios de promoção.</p><p>4. Qual o tratamento para um déficit intelectual de pequeno porte? Organização, adaptação</p><p>de materiais (modificar o nível de complexidade), priorizar objetivos e conteúdos,</p><p>adaptação de técnicas nas avaliações e tempo previsto.</p><p>TDA e TDAH:</p><p>1. Como identificamos a desatenção? Frequentemente não presta atenção em tarefas de</p><p>baixa motivação, tem dificuldade em manter a atenção em tarefas ou jogos, parece não</p><p>ouvir quando lhe falam diretamente, possui dificuldade para seguir instruções e</p><p>atribuições, dificuldade em organizar, evita tarefas que exigem esforço mental,</p><p>frequentemente perde coisas necessárias, distraído com facilidade e esquecido em</p><p>atividade diárias.</p><p>2. Como identificamos a impulsividade? Frequentemente dá respostas precipitadas, tem</p><p>dificuldade para aguardar a sua vez e frequentemente interrompe os outros.</p><p>3. Quais critérios são necessários para um diagnostico correto? Deve-se saber distinguir</p><p>TDAH do comportamento normal para a idade, os sintomas devem ser frequentes e</p><p>ocorrer nos diferentes ambientes, trazer prejuízo social e acadêmico.</p><p>4. Qual a etiologia? Biológica, com componente genético importante.</p><p>Página de 41 57</p><p>Semiologia da criança e do adolescente - 5P 2023.2 Maria Clara Noel - MED 60 FMP</p><p>5. Quais sao diagnósticos diferenciais para o TDAH? Agitação “normal”, falta de motivação,</p><p>transtorno de ansiedade, depressão infantil, transtorno bipolar, co-morbidades, tiques e</p><p>higiene do sono.</p><p>Dislexia:</p><p>1. Qual a característica da dislexia? Problema para correlacionar a letra com o som.</p><p>Transforma os estímulos visuais em estímulos auditivos, memoriza a sequencia dos</p><p>sons, problema com o processamento fonológico das palavras lidas e com isso não</p><p>consegue decodificá-las para sons.</p><p>2. Qual a etiologia? Existe pré disposição genética, mas pode estar relacionada com a</p><p>prematuridade ou outras complicações perinatais.</p><p>3. O que pode-se encontrar em uma criança com dislexia? Atraso de fala, inversão de</p><p>letras dentro de palavras ou de palavras dentro de frases, dificuldade para retirar letras</p><p>ou sílabas de palavras, velocidade de leitura lenta para a idade, dificuldade para</p><p>nomeação e para memória de trabalho fonológica, dificuldade para compreensão do que</p><p>leu.</p><p>4. Quais os sinais de alerta para dislexia? Dificuldade para nomeação, em brincadeiras de</p><p>rima, para aprender as letras e seus sons, para identificar as silabas contidas nas</p><p>palavras, para soletrar e para retirar letras ou sílabas de palavras, para memorização</p><p>de letras de música, alfabeto, dias da semana e meses do ano.</p><p>5. O que se deve fazer diante uma criança com sinais de alerta para dislexia? Encaminhar</p><p>para tratamento especializado para adquirir a consciência fonológica - fonoaudiologia.</p><p>Disortografia:</p><p>1. Qual a característica da disortografia? Semelhante à dislexia, mas somente com</p><p>dificuldade ortográfica.</p><p>Discalculia:</p><p>1. Qual a característica da discalculia? Dificuldade matemáticas (compreender</p><p>quantidades, reconhecer símbolo numérico e operações) abaixo do esperado para idade,</p><p>inteligência e nível educacional.</p><p>2. Qual a etiologia? Existe pré disposição genética. Entretanto, o transtorno de ansiedade</p><p>pode ser causa da discalculia.</p><p>20% dos TDAH apresentam discalculia e 30% desses apresentam também dislexia.</p><p>Página de 42 57</p><p>Semiologia da criança e do adolescente - 5P 2023.2 Maria Clara Noel - MED 60 FMP</p><p>Aula 28 - Maus tratos na infância:</p><p>1. Quais são os sinais e sintomas sugestivos de um síndrome de maus tratos? Alteração de</p><p>comportamento (agressividade, labilidade emocional, embotamento social e inapetência),</p><p>regressão de algum marco do desenvolvimento neuro psicomotor (fala, despertares noturnos</p><p>mais frequentes e controle esfincterianos), déficit escolar, comportamento excessivamente</p><p>erotizado para a idade, criança muito chorosa ao exame físico, lesões escoriativas em genitália,</p><p>equimose em locais atípicos e muito comum haver representações da genitália do agressor nos</p><p>desenhos feitos por uma criança que sofre violência.</p><p>2. Quais são as formas de violência? Violência institucional (escola, abrigos e hospitais), violência</p><p>social urbana / macro violência (pobreza, trafico de drogas), negligência* mais comum</p><p>(abandono, situação de rua), psicológica (maior subnotificação), física (segunda mais comum em</p><p>meninos) e sexual (segunda mais comum em meninas).</p><p>3. Normalmente quem é o agressor? Em 65% dos casos, o agressor é o pai ou a mãe.</p><p>4. O que se deve fazer diante uma suspeita de maus-tratos contra a criança e o adolescente?</p><p>Notificação compulsória obrigatória à autoridade de saúde. A violência sexual e tentativa de</p><p>suicido são de notificação compulsória imediata a secretaria municipal de saúde e a violência</p><p>doméstica ou outras violências de notificação compulsória semanal. Maus tratos se comunica ao</p><p>conselho tutelar também.</p><p>5. O que é a síndrome de Munchausen por procuração? É uma condição psiquiátrica que os</p><p>responsáveis sofrem. Situação na qual o paciente é trazido para cuidados médicos, mas os</p><p>sintomas e sinais que apresentam são inventados ou provocados por seus pais ou responsáveis.</p><p>Essa prática impõe sofrimentos físicos e psíquicos ao paciente, como exigência de exames</p><p>complementares desnecessários, uso de medicamentos ou ingestão forçada de substâncias pelas</p><p>múltiplas consultas e internações sem motivo.</p><p>6. O que é bullying ou violência entre iguais? Compreende todas as atitudes agressivas, intencionais</p><p>e repetidas, sem motivação evidente, geralmente em escolas, e adotadas por um ou mais</p><p>estudantes contra outros, causando dor e angústia, numa relação desigual de poder cuja</p><p>assimetria pode ser consequência da diferença de idade, tamanho,</p><p>desenvolvimento físico ou</p><p>emocional, ou do maior apoio dos demais estudantes.</p><p>7. O que é cyberbullying? Outra forma de bullying, observada com frequência cada vez maior em</p><p>nível global - trata- se da tecnologia da informação e comunicação (e- mails, mensagens por</p><p>celulares, fotos digitais, sites pessoais e/ou ações difamatórias on-line) como recurso para adotar</p><p>comportamentos deliberados, repetidos e hostis, de um indivíduo ou grupo que pretenda causar</p><p>danos a outros.</p><p>8. O que é sexting? Consiste na veiculação de mensagens de conotação sexual.</p><p>9. O que é cyber grooming? Estabelecimento de uma conexão emocional com a criança ou</p><p>adolescente, geralmente novatos na rede, e, algumas vezes, com sua família, baixando suas</p><p>defesas com o objetivo de abuso sexual, prostituição, produção de pornografia infantil e</p><p>chantagem.</p><p>10. O que é autoagressão ou violência autoinfligida? Busca de forma frequente ou constante, objetiva,</p><p>inconsequente e progressiva, de causar danos a si mesmo. Tem-se um crescimento deste tipo de</p><p>violência a partir dos 8 anos até a adolescência, sendo que suas origens vem de outras violências</p><p>sofridas ao longo da vida. É uma doença grave e de mau prognostico, pois pode evoluir para o</p><p>suicídio.</p><p>11. Quais sao tipos de lesões factícias e mutilações? Cutting (se cortar) e tricotilomania (arrancar</p><p>cabelos).</p><p>12. Quais são os desafios e brincadeiras que podem levar a um desfecho fatal? Jogo da baleia azul,</p><p>quebra crânios e desafio da Momo.</p><p>Página de 43 57</p><p>Semiologia da criança e do adolescente - 5P 2023.2 Maria Clara Noel - MED 60 FMP</p><p>Aula 29 - Sobrepeso e obesidade:</p><p>1. Qual a definição de sobrepeso / obesidade? Acúmulo de tecido gorduroso localizado ou</p><p>generalizado provocado por um desequilíbrio nutricional associado ou não a distúrbios</p><p>genéticos ou endócrinos.</p><p>2. Quais as características epidemiológicas a cerca do sobrepeso e da obesidade? Aumenta</p><p>em até 10x o risco de DM; Consiste na 2a causa de morte evitável; Risco de morte pré-</p><p>matura 2x maior quando o IMC>35; Obesos tem 2x mais dias doentes do que os não</p><p>obesos; 50% dos hipertensos deixariam de tomar medicação com a diminuição ponderal;</p><p>Vem aumentando entre a população de baixa renda; No Brasil a obesidade supera os</p><p>índices de desnutrição; 33% das crianças são obesas; Crianças obesas tem até 70% de</p><p>probabilidade de serem adultos obesos; Quando se tem os 2 pais obesos a probabilidade</p><p>da criança ser obesa é de 80%, quando se tem apenas 1 a probabilidade é de 50% e</p><p>quando se tem pais magros é de 9%; Crianças que assistem TV 5h/dia aumentam 35% as</p><p>chances de serem obesas; 15,9% das propagandas na TV aberta e 37,7% nas de</p><p>assinatura são sobre alimentos; Nos EUA o gasto com tratamentos para emagrecer</p><p>superam 50 bilhões de dólares enquanto o investimento em pesquisas é de 35 milhões</p><p>de dólares; Estima-se que até 2050 toda a população americana será obesa.</p><p>3. Qual a característica e tratamento para a obesidade exógena ou primária? O</p><p>crescimento da criança nesta esta acelerado e o tratamento se baseia em mudanças do</p><p>estilo de vida.</p><p>4. Qual a característica e tratamento para a obesidade endógena/ endócrina ou</p><p>secundária? Nesta, o crescimento da criança está normal ou baixo. Se deve investigar a</p><p>etiologia e o tratamento é hormonal.</p><p>5. Qual a classificação quanto a distribuição de gordura? Generalizada, androide (forma de</p><p>maça - mais relacionada a obesidade pois tem uma maior produção de citocinas</p><p>inflamatórias ), ginecóide (forma de pêra) e visceral (pior prognóstico - resistência</p><p>insulínica).</p><p>6. Como pode ser feito o diagnóstico do sobrepeso e obesidade? Medidas antropométricas,</p><p>IMC, massa gordurosa e distribuição de gordura.</p><p>7. Como é feito o calculo do IMC e diagnóstico do sobrepeso e obesidade na infância?</p><p>Calculado pela divisão do peso em kg pela altura em metros elevada ao quadrado.</p><p>Entretanto, para a criança apenas isso não é satisfatório, uma vez que o IMC varia com</p><p>a altura e idade. Dessa forma o limite de normalidade em crianças é estabelecido por</p><p>curvas de IMC especifico por idade e sexo.</p><p>8. Quando se considera sobrepeso? Percentil >= 85 ou acima de 1 D-score / DP</p><p>9. Quando se considera obesidade? Percentil >= 95 ou acima de 2 D-score / DP</p><p>10. Como pode ser interpretada a circunferencia abdominal para crianças? É normal</p><p>quando abaixo de 61cm e quando acima de 71 indica um aumento do risco</p><p>cardiovascular futuro.</p><p>11. Qual as etiologias da obesidade? Fatores genéticos (determina 1/3), ambientais</p><p>(determina 2/3 - sendentarismo, padrão dietético, privação do sono - grelina é liberada</p><p>no decorrer da noite do sono e é fundamental para o controle do peso, interação de</p><p>fatores ambientais + estresse, fatores biológicos (gestação), doenças que cursam com</p><p>ganho ponderal e medicações (corticoides, anti-depressivos).</p><p>Página de 44 57</p><p>Semiologia da criança e do adolescente - 5P 2023.2 Maria Clara Noel - MED 60 FMP</p><p>12. Qual os fatores de risco para obesidade? Desmame precoce, introdução alimentar uso de</p><p>formulas e RCIU.</p><p>13. Quais são causas endócrinas (obesidade secundária)? Cushing, hipotireoidismo,</p><p>deficiência de gh, pseudohipoparatireoidismo. Cursam com baixa estatura e velocidade</p><p>de crescimento baixa.</p><p>14. Como funciona a regulação neuroendócrina do balanço energético? Substâncias</p><p>orexígenas atuam no centro da fome estimulando a fome e inibindo a saciedade.</p><p>Substâncias anorexígenas (ex. leptina) fazem oposto, inibindo o centro da fome.</p><p>15. O que é o adipócito? Células endócrinas, que produzem diversas substâncias</p><p>inflamatórias promotoras de disfunção endotelial. A abundância desses aumenta riscos</p><p>cardiovasculares. Atuam promovendo resistência a insulina e leptina, fazendo com que</p><p>não haja saciedade e promovendo fome.</p><p>16. Qual a diferença do adipócito abdominal para o periférico? O adipócito abdominal tem</p><p>baixa diferenciação e proliferação, é maior, tem baixa sensibilidade a insulina e tem alta</p><p>lipólise. O adipócito periférico, tem alta proliferação e diferenciação, é menor e tem</p><p>baixa lipólise.</p><p>17. Qual a principal causa de cirrose hepatica? Sindrome metabolica.</p><p>18. Quais outras doenças a obesidade pode levar? Doença pulmonar, hepática, litíase</p><p>vesicular, anormalidades ginecológicas, osteoartrite, doença de pele, gota, flebite,</p><p>câncer, pancreatite severa, doença coronariana, catarata, hipertensão idiopática e</p><p>intracraniana.</p><p>É importante que seja tratada a matriz do problema, que é a obesidade, ao invés de</p><p>somente tratar as doenças provocadas.</p><p>19. Como deve ser feito o tratamento da obesidade? Tratamento dietético, comportamental</p><p>(mudança do estilo de vida), exercício/ atividade física e farmacológico após 3 a 6 meses</p><p>d tratamento medicamentoso sem sucesso (liberadas a partir dos 12 anos e a única</p><p>liberada é a Liraglutida que aumenta a resposta de saciedade).</p><p>A definição de células adiposas é feita antes da puberdade, dessa forma é possível</p><p>reverter a obesidade antes da puberdade!</p><p>Apesar do esforço para emagrecer, a célula adiposa não desaparece, apenas atrofia. Desse</p><p>modo, há chance de recuperação do peso mas o tratamento é pra vida!</p><p>20.Quais as recomendações da OMS a cerca da obesidade? Volta da alimentação caseira e</p><p>comer na mesa com a família unida, promoção do consumo de alimentos saudáveis,</p><p>incentivo a atividade física, atenção as gestantes, orientação quanto alimentação e</p><p>atividade física na infância e controle do peso.</p><p>Síndrome de Prader Willi:</p><p>1. Qual a causa dessa síndrome? Mutação no cromossomo 15 com resistência a leptina e</p><p>dessa forma tem uma forma hipotalâmica (que nada cessa).</p><p>2. Qual a clínica? A criança será hipotética não primeiro ano de vida. Grande déficit</p><p>cognitivo, provocando retardo mental.</p><p>Obesidade + atraso cognitivo = pensar em causa genética.</p><p>Página de 45 57</p><p>Semiologia da criança e do adolescente - 5P 2023.2 Maria Clara Noel - MED 60 FMP</p><p>Aula 30 - Linfadenomegalia</p><p>Cervical:</p><p>1. Por que as crianças tem uma quantidade proporcional de tecido linfoide muito maior que</p><p>o adulto? Por haver uma menor exposição antigênica em relação ao adulto e também</p><p>por a via imunológica utilizada pela criança ser uma via celular (NK), com reação</p><p>imunológica específica.</p><p>2. Quais as causas de uma linfadenomegalia? Proliferação de tecidos linfáticos normais ou</p><p>invasão de células inflamatórias (adenite) ou por células neoplásicas.</p><p>3. Qual a causa mais comum de massa cervical? Adenomegalia cervical.</p><p>4. Quais são as áreas de drenagem de linfonodos cervicais? Língua, ouvido externo,</p><p>parótida, tecidos superficiais da cabeça e pescoço, laringe, traquéia e tireóide.</p><p>5. Como se da a classificação de uma linfadenomegalia? Aguda (até 14 dias) x subaguda</p><p>(14-30 dias) e Crônica (acima de 30 dias). Disseminada (+ 2 cadeias em 2 sítios</p><p>diferentes) x localizado. Unilateral x Bilateral. Doloroso com sinais flogísticos x indolor.</p><p>6. Qual a etiologia de uma linfadenomegalia aguda bilateral? Mais comumente viral.</p><p>7. Qual a etiologia de uma linfadenomegalia aguda unilateral? Infecção bacteriana (uma</p><p>das mais comuns de adenite cervical em crianças).</p><p>8. Qual a etiologia de uma linfadenomegalia subaguda ou crônica unilateral? Pode ser</p><p>toxoplasmose ou doença da arranhadura do gato (Baronesa henselae).</p><p>9. Qual a etiologia de uma linfadenomegalia subaguda ou crônica bilateral? Pode ser</p><p>tuberculose (em crianças a tuberculose acomete mais linfonodos do que pulmão) ou HIV.</p><p>10. Quais sao possíveis etiologia de uma linfadenomegalia não infecciosa? Cistos</p><p>congênitos, mal formação vascular, anormalidades de glândulas salivares / tireoide,</p><p>neoplasias e lesão traumática.</p><p>11. Quais são as características de uma linfadenomegalia benigna? Localização típica (ex:</p><p>supraclavicular e cervical posterior não é típico!), consistência fibroelástica (borracha),</p><p>móvel, não aderido a planos profundos, menor que 2cm, normalmente ativo,</p><p>inflamatório ou infeccioso.</p><p>12. Quais são as características de uma linfadenomegalia possivelmente maligna, indicando</p><p>a realização de biopsia? Localização supraclavicular ou cervical posterior; Tamanho</p><p>maior que 2 cm - que persiste por 2 semanas / não diminui em 4-6 semanas e não volta</p><p>ao normal em 8-12 semanas; Consistência firme / ulcerado / sem dor / sem inflamação;</p><p>Disseminação mediastinal ou generalizada; Associado a febre, perda de peso,</p><p>hepatoesplenomegalia, epistaxe recorrente, paralisia facial e sem evidência de doença</p><p>infecciosa como etiologia.</p><p>Página de 46 57</p><p>Semiologia da criança e do adolescente - 5P 2023.2 Maria Clara Noel - MED 60 FMP</p><p>Aula 31 - Câncer na infância:</p><p>1. Quais são as características do câncer na infância? Os sintomas muitas vezes sao</p><p>similares aos de doenças comuns da infância, raramente é hereditário (normalmente</p><p>associado a mãe que foi irradiada ou que usou substâncias ilícitas), acomete mais</p><p>crianças menores de 5 anos e adolescentes entre 15 e 19 anos, maioria é congênito =</p><p>nasce com o tumor.</p><p>2. Por que o diagnóstico inicial é feito tardiamente em um grande número de casos? Pela</p><p>desinformação de pais e médicos, pelos medo/ negação do diagnóstico, pela</p><p>inespecificidade dos sintomas, por problemas socioeconômicos e pelas características do</p><p>próprio tumor.</p><p>3. Qual o principal sitio de tumor solido em crianças? Renal e suprarrenal, cujo são</p><p>dificilmente palpáveis, sendo palpáveis apenas quando a massa já é absurdamente</p><p>grande e podem dar sintomas ou não.</p><p>4. Qual o fator de risco para câncer testicular? Criptorquidia.</p><p>5. Quais são as características do câncer na criança, em comparação com o adulto? Os</p><p>tumores malignos na criança tem um menor tempo de latência, crescem rapidamente,</p><p>tem evolução rápida, são geralmente invasivos mas respondem melhor a quimioterapia.</p><p>Dessa forma, se for diagnosticado em um período inicial tem grande chance de cura.</p><p>6. Quais os tumores mais comuns na criança? Leucemias, tumores do SNC, linfomas,</p><p>tumores do SN simpático, retinoblastoma, tumores renais, tumores ósseos, sarcomas de</p><p>partes moles.</p><p>7. Quais são os principais sinais de alerta para câncer na infância? Febre persistente sem</p><p>causa aparente, perda de peso (qualquer valor), linfonodomegalia progressiva, massas</p><p>(principalmente abdominais), dores persistentes em ossos ou articulações sem</p><p>correlação com insulto traumático, protusão de globo ocular, opacificação de reflexo de</p><p>fundo de olho, cefaleia associada a vômitos, perda de campo visual, deficit de equilíbrio,</p><p>sangramento, equimoses atípicas (face, tronco…) e anemia persistente sem causa</p><p>aparente.</p><p>CASOS CLÍNICOS:</p><p>8. Criança de 2 anos é levada a consulta de Puericultura e sua mãe relata emagrecimento</p><p>nos últimos 3 meses, associado a febre ocasional vespertina baixa com calafrios sem</p><p>causa aparente. No exame físico você observa massa abdominal endurecida, aderida a</p><p>planos profundos, predominante em hipocôndrio esquerdo que ultrapassa linha média.</p><p>O que vc faz? Internação hospitalar.</p><p>9. Criança de 6 anos foi tratada há 1 semana de um possível caso de amigdalite bacteriana</p><p>com antibioticoterapia e mantem aumento de gânglio cervical submandibular direito</p><p>que se apresenta ao exame algo doloroso, móvel, fibroelástico e de aproximadamente</p><p>3cm. o que vc faz? Observar (remarcar retorno entre 1 a 2 semanas). Em 1 mês deve</p><p>estar menor!!! Pra retornar ao tamanho normal pode levar 3 meses.</p><p>10. Criança de 2 anos é levada pela sua mãe a ambulatório de Ortopedia com a queixa de</p><p>dores em membros inferiores de evolução de aproximadamente 3 meses, com dores</p><p>progressivamente maiores, sem horário definido e algo limitante. Mãe diz achar ser</p><p>consequência de traumas uma vez que identificou também inúmeras equimoses em</p><p>membros no mesmo período. O que fazer? Encaminhar imediatamente para emergência.</p><p>Página de 47 57</p><p>Semiologia da criança e do adolescente - 5P 2023.2 Maria Clara Noel - MED 60 FMP</p><p>Aula 32 - Exame neurológico na pediatria:</p><p>1. Qual a sequencia do exame neurológico? “Eugênia Maria Foi Toda Contente Rever Seu</p><p>Namorado Inteligente”</p><p>• E - Estática</p><p>• M - Marcha</p><p>• F - Força muscular</p><p>• T - Tônus e trofismo</p><p>• C - Coordenação</p><p>• R - Reflexos superficiais e profundos</p><p>• S - Sensibilidade</p><p>• N - Nervos cranianos</p><p>• I - Irritação meníngea</p><p>2. Na primeira etapa (Estática) o que avaliamos? Avaliamos o equilíbrio estático pela</p><p>manobra de Romberg. Feito em crianças acima de 4 anos.</p><p>3. Na segunda etapa (Marcha) o que avaliamos? Iremos pedir para que o paciente ande</p><p>livremente, ponta dos pés, calcanhares e pé ante pé (a partir de 5 anos).</p><p>• Paraparética = paraparesia espástica (perda de forca em MMII), cruzamento em tesoura,</p><p>comum em lesão bilateral da via piramidal como na paralisia cerebral, esclerose múltipla</p><p>e compressão medular</p><p>• Tanolante = perda da propriocepção, eleva o joelho com altura excessiva e bate o</p><p>calcanhar, comum em neuropatia periférica e lesão do cordão posterior da medula</p><p>• Cerebelar / Atáxica = marcha de base alargada, abertura da base e de forma</p><p>incoordenada, visto em ataxia cerebelar aguda</p><p>• Anserina = Acentuação da lordose lombar com báscula da bacia durante os passos, anda</p><p>como se tivesse rebolando, lembrando um pato. Indica fraqueza da musculatura proximal</p><p>dos MMII e da cintura pélvica, ocorre na distrofia muscular de Duchennne.</p><p>• Hemiplégica = Ocorre movimento de semicírculo da perna, por fraqueza em apenas um</p><p>dimídio do corpo. Indica lesão unilateral do 1NM.</p><p>• Escarvante = Observa-se queda do pé e elevação do joelho com dificuldade de fazer</p><p>dorsiflexão por redução da força dos músculos de flexão dorsal. O comprometimento</p><p>bilateral</p><p>indica neuropatia periférica e o comprometimento unilateral indica lesão do</p><p>nervo fibular.</p><p>4. Na terceira etapa (Força muscular) o que avaliamos? Iremos avaliar a capacidade do</p><p>músculo de superar ativamente uma resistência que se impõe contra ele, comparando</p><p>ambos os lados e a região proximal e distal. Paresia é a diminuição da força e plegia é a</p><p>ausência. Pode ser graduado pela escala MRC de 0 a 5 graus.</p><p>• PROVA DE MINGAZZINI: Em decúbito dorsal, levantar as pernas ou braços, colocar um do</p><p>lado do outro e se um membro cair ele é parético.</p><p>• PROVA DE BARRE: Mesma coisa mas em decúbito ventral.</p><p>5. Na quarta etapa (trofismo) o que avaliamos? Iremos avaliar o volume e forma dos</p><p>grupamentos musculares, palpando-os. Pode se alterar com hipertrofia, hipotrofia ou</p><p>atrofia.</p><p>Página de 48 57</p><p>Semiologia da criança e do adolescente - 5P 2023.2 Maria Clara Noel - MED 60 FMP</p><p>6. Ainda na quarta etapa (tônus muscular) o que avaliamos? Iremos avaliar o grau</p><p>mínimo de contração muscular que permite manter uma posição, postura e equilíbrio.</p><p>Avaliar o tônus axial (musculatura cervical e paravertebral) e o apendicular (se refere</p><p>ao tons das extremidades), realizar manobras de flexão e extensão passivas nas</p><p>articulações do MMSS e MMII e avaliar o equilíbrio cervical e do tronco em lactentes.</p><p>• Hipertonia (espástica): Indica lesão piramidal (1NM).</p><p>• Hipertonia (rigidez): Indica lesão extrapiramidal, “movimento em dentada”</p><p>• Hipotonia:</p><p>• MANOBRA DE TRAÇÃO= Pegamos o neném, seguramos pela mão e</p><p>trazemos como se fosse sentar (testa o tônus cervical)</p><p>• SUSPENSÃO PELA BARRIGA= Suspendemos o neném pela barriga e se</p><p>ele tiver um tônus normal, ele irá fletir os membros</p><p>Síndrome piramidal (1NM): Paralisia estatística, Hiperreflexia, sinal de</p><p>babinski (hiperextensão do hálux), hipertonia (espasticidade), não vai</p><p>ter tanta atrofia muscular (se tiver vai ser por desuso e tardia), aumento do tônus</p><p>muscular e não vai ver tremor dos músculos.</p><p>Síndrome do 2NM: Paralisia flácida, hiporreflexia ou arreflexia (ausência de reflexos),</p><p>miofasciculação (sinal de desnervação), atrofia muscular intensa e precoce, não tem sinal</p><p>de babinski, diminuição do tônus muscular.</p><p>7. Na quinta etapa (coordenação) o que iremos realizar?</p><p>• Prova index-narix= Realizada a partir de 5 anos. A criança fica de frente para o</p><p>examinador, sem mexer a cabeça, e faz movimento de extensão do dedo e encostar na</p><p>ponta do nariz, com os olhos abertos e fechados. Com isso, conseguimos ver se existe</p><p>algum tremor, principalmente próximo de alcançar o alvo.</p><p>• Prova calcanhar-joelho= Feito a partir de 6/ 7 anos. Em decúbito dorsal, elevar o</p><p>calcanhar, encostar no joelho contralateral e voltar a posição estendida. Sem dificuldade =</p><p>eumetria / com dificuldade = dismetria</p><p>• Prova das marionetes e manobra de contar dedos= Feito a partir de 10 anos. Pedimos a</p><p>criança para virar as palmas das mãos pra cima e para baixo. Avalia a capacidade do</p><p>paciente de realizar movimentos rápidos e alternados (diadococinesia) / quando não</p><p>consegue = disdiadococinesia. Nas crianças menores, pode-se usar a manobra de contar</p><p>dedos, pedindo que a criança realiza a contagem dos dedos de maneira rápida e alternada.</p><p>8. Na sexta etapa (reflexos superficiais) o que iremos realizar?</p><p>• REFLEXO CUTÂNEO-PLANTAR= Pegar a face romba do martelo ou a ponta de uma caneta</p><p>e fazer um formato de arco, esperando o movimento de flexão dos dedos.</p><p>- SINAL DE BABINSKI= Extensão do hálux com abdução dos demais = lesão na via</p><p>piramidal = 1NM</p><p>- Só é confiável após 1 ano de idade, pois pode estar presente antes da criança começar a</p><p>andar</p><p>- Quando normal = reflexo cutâneo plantar em flexão</p><p>Página de 49 57</p><p>Semiologia da criança e do adolescente - 5P 2023.2 Maria Clara Noel - MED 60 FMP</p><p>• SUCEDÂNEOS DE BABINSKI (p/ confirmar o sinal de babinski)=</p><p>- Chaddock: Estimulo da face lateral do pé</p><p>- Oppenheim: 2 dedos fazendo estimulação em pressão na face anterior da tíbia</p><p>- Gordon: Compreensão da panturrilha</p><p>• REFLEXO CUTÂNEO-ABDOMINAL= Pegar a face romba do martelo e estimular de fora</p><p>para dentro na direção da cicatriz umbilical em 4 sentidos, esperando um desvio dela com</p><p>estimulação. Quando abolido, pode ser indicativo de síndrome piramidal, mas, uma</p><p>parcela da população normal também não apresenta esse reflexo.</p><p>9. Ainda na sexta etapa (reflexos profundos) o que iremos realizar? A estimulação deve</p><p>sempre ser rápida e súbita. Normalmente, estarão aumentados nas síndromes de 1NM</p><p>(fase crônica) e reduzidos ou abolidos na lesão de 2NM (e na fase aguda da lesão do</p><p>1NM). Ainda, podem estar pendulares nas lesões cerebelares.</p><p>MMSS:</p><p>• REFLEXO BICIPITAL= Semi-flexão de antebraço sobre braço, com mãos em</p><p>posição supina e com o antebraço sendo sustentado pelo examinador; palpa-se</p><p>tendão do bíceps e, sobre o próprio dedo, percute-se o tendão → deve cursar com</p><p>contração (aumento da flexão) de antebraço sobre braço</p><p>• REFLEXO ESTILORRADIAL= Percute-se no processo estilóide do rádio (local de</p><p>inserção do músculo braquirradial), normalmente com o antebraço sobre a coxa</p><p>→ resposta: pronação e flexão do antebraço sobre o braço.</p><p>• REFLEXO TRICIPITAL= Percute-se à 1 cm do olecrano, pretendendo observar</p><p>extensão de antebraço, com braço em abdução e antebraço pendente sobre o</p><p>braço do examinador</p><p>MMII:</p><p>• REFLEXO PATELAR= Percute-se abaixo da patela, na inserção do músculo</p><p>quadríceps, com as coxas fletidas sobre o quadril, e pernas pendentes → observa-</p><p>se contração de quadríceps com extensão de joelho</p><p>• REFORÇO DO REFLEXO PATELAR= Criança faz força nas mãos e deixa perna</p><p>relaxada, pois perde a atenção do reflexo patelar</p><p>• REFLEXO DE AQUILEU= Pode ser testado com o paciente deitado (pode-se fazer</p><p>uma leve dorsiflexão do pé do paciente), ou com o paciente com perna fletida e</p><p>pés pendentes do leito, também realizando-se dorsiflexão leve. A resposta</p><p>esperada é a flexão plantar</p><p>Página de 50 57</p><p>Semiologia da criança e do adolescente - 5P 2023.2 Maria Clara Noel - MED 60 FMP</p><p>• Hiperreflexia (acima do normal) = 3+ ou 4+</p><p>• Normorreflexia (normal) = 2+</p><p>• Hiporreflexia (diminuido) = 1+</p><p>• Arreflexia (ausente) = 0+</p><p>• Graduação em até 4+:</p><p>• 0 - ausente</p><p>• 1+ - diminuido</p><p>• 2+ - normal</p><p>• 3+ - vivo</p><p>• 4+ - exaltado</p><p>10. Na sétima etapa (sensibilidade) o que avaliamos? Iremos avaliar a sensibilidade</p><p>superficial (tatil, térmica e dolorosa), sensibilidade profunda (vibratória - através do</p><p>diapasão e propriocepcção - segurando na lateral do dedo e perguntando se o dedo esta</p><p>pra cima ou pra baixo) e a sensibilidade complexa</p><p>• Sensibilidade complexa:</p><p>- Estereognosia - capacidade de reconhecer um objeto sem a visão, apenas pelo tato -</p><p>possível a partir de 6 anos de idade</p><p>- Gafestesia - capacidade de identificar um número ou forma quando escrito na face</p><p>palmar da mão.</p><p>- Discriminação de dois pontos - toca o paciente com dois objetivos pontiagudos com</p><p>distancias cada vez menores e pergunta se o paciente sente os dois pontos ou só um.</p><p>11. Na oitava etapa (nervos) o que avaliamos? Iremos avaliar os 12 pares de nervos</p><p>cranianos.</p><p>12. Na nona etapa (irritação meníngea) o que avaliamos?</p><p>• Rigidez de nuca= Sinal mais amplamente reconhecido, caracterizado por espasmo,</p><p>enrijecimento do pescoço e dor em reposta a tentativa de movimento voluntario e</p><p>resistência a movimentação passiva da cabeça.</p><p>• SINAL DE KERNIG= O examinador deve flexionar o quadril e o joelho da criança em um</p><p>angulo reto e tentar estender o joelho. Gera dor, resistência e a incapacidade de estender</p><p>o joelho = inflamação difusa das raizes nervosas e das meninges.</p><p>• SINAL DE BRUDZINSKI= Flexão espontânea das pernas durante a manobra para a</p><p>pesquisa de rigidez de nuca.</p><p>Página de 51 57</p><p>Semiologia da criança e do adolescente - 5P 2023.2 Maria Clara Noel - MED 60 FMP</p><p>Aula 33 - Prevenção de acidentes na infância e adolescência:</p><p>1. Qual a definição de acidente? Evento não intencional e evitável, causador de lesões</p><p>físicas e/ou emocionais no âmbito domestico ou nos outros ambientes sociais (trabalho,</p><p>transito, esportes ou lazer).</p><p>2. Quais as possíveis consequências de um acidente? Lesões físicas incapacitantes,</p><p>desequilíbrio emocional e óbito.</p><p>3. Quais são os fatores de suscetibilidade para que ocorra um acidente? Criança suscetível,</p><p>ambiente inseguro e agente desencadeante.</p><p>4. Como se pode prevenir um acidente? Por meio de campanhas, politica nacional de</p><p>redução de morbimortalidade por acidentes e violências, código de transito, leis e</p><p>educar os pais -> função do pediatra.</p><p>- Acidentes mais prevalentes por faixa etária:</p><p>NASCIMENTO até 6 MESES: Queimaduras (verificar temperatura do banho e não beber</p><p>líquidos quentes com a criança no colo), quedas (berço e cercadinho são os únicos lugares</p><p>seguros, o carrinho e bebê conforto devem possui sinto de segurança), brinquedos</p><p>(devem ser grandes, resistentes e sem ponta), transporte (a criança deve sentar no meio</p><p>do assento traseiro, com cadeirinha e sinto de segurança) e deve-se lembrar de manter</p><p>longe da criança objetos pequenos que possam ser engolidos, bexigas, sacos plásticos, fios</p><p>longos, correntes e travesseiros fofos (o travesseiro da criança deve ser pequeno e fino).</p><p>7 a 12 MESES: Afogamentos (tomar cuidado com banheira), brinquedos, cozinhas (a</p><p>criança deve estar longe), medicamentos e produtos tóxicos (não pode estar ao acesso</p><p>da criança), quedas (cuidado com escadas), transporte (ja pode se assentar nas laterais,</p><p>mas deve-se continuar com cadeirinha e sinto de segurança) e lembrar de manter facas,</p><p>tesouras e objetos quebráveis fora do alcance da criança e proteger tomadas.</p><p>1 a 2 ANOS: Quedas e cortes (bloquear acesso para escadas e ruas, usar tapete</p><p>antiderrapante e utilizar pratos e copos de plástico), queimadura e choques elétricos</p><p>(cuidado com ferro de passar roupa), sufocantes (cuidado com pipoca, amendoim e</p><p>chiclete), afogamento (tomar cuidado com balde, bacia e piscina) e trânsito (deve-se ter a</p><p>trave de segurança nas portas dos carros e segurar a criança ao atravessar a rua).</p><p>2 a 3 ANOS: Trânsito, parque infantil (ficar atento na criança o tempo todo),</p><p>afogamentos (piscina, represa, lago), queimaduras (cuidado com fósforo e álcool), altura</p><p>(ambientes altos devem ter grades e portões) e envenenamento.</p><p>3 a 5 ANOS: áreas perigosas de brinquedos, mordida de animais, objetos perigosos e</p><p>venenos, afogamento, trânsito, escola (deve cumprir as normas de segurança).</p><p>6 a 12 ANOS: Trânsito (sai da cadeirinha e tem só apoio de segurança, mas é importante</p><p>dar o exemplo de usar sinto de segurança), arma de fogo (nunca deixar em contato),</p><p>esportes e recreação (deve-se usar equipamento de proteção), fogo e afogamento.</p><p>12 ANOS: Trânsito, álcool e drogas, esportes, afogamentos, arma de fogo e arma branca</p><p>(briga de colegio).</p><p>Página de 52 57</p><p>Semiologia da criança e do adolescente - 5P 2023.2 Maria Clara Noel - MED 60 FMP</p><p>Aula 34 - Abordagem do adolescente - Puberdade:</p><p>1. Qual a definição de adolescência? Período de vida entre 10 e 20 anos de idade incompletos.</p><p>Caracterizado por importantes transformações físicas típicas, a maturação sexual e o</p><p>crescimento físico (estirão) – fase em que o indivíduo mais cresce.</p><p>2. Qual a definição de puberdade? Passagem da infância para vida adulta, quando ocorre a ativação</p><p>do sistema hormonal que controla a função das gônadas, ao mesmo tempo em que acelera e</p><p>consolida o crescimento somático, capacitando o indivíduo à reprodução.</p><p>3. Quais os fatores que podem influenciar o inicio da puberdade? Urbanização / habitação (meninas</p><p>de áreas urbanas tende a ter a puberdade mais cedo do que as meninas de áreas rurais),</p><p>ambiente / nutrição (obesidade tende a antecipar a puberdade), esportes (excesso de esporte</p><p>retarda o inicio), características raciais (negros e pardos tendem a ter uma antecipação.</p><p>4. Quando acontece a puberdade normal em meninas? 8-13 anos</p><p>Hipotálamo -> (GnRH) Hipófise -> (LH/FSH) Ovários -> (Estrogênios) Aparecimento das mamas,</p><p>aumento de tamanho de útero e ovários, ciclos menstruais, fechamento das epífises ósseas</p><p>Supra-renais -> (Androgênios) pelos pubianos, acne</p><p>Sequência mais comum: Telarca (aparecimento do broto mamário) -> ou JUNTO -> estirão puberal</p><p>(aceleração da velocidade de crescimento) -> pubarca (inicio da pilificação pubiana) -> menarca</p><p>(primeira menstruação)</p><p>Estágios de Tanner -Mamas:</p><p>- Estágio M1: Mamas infantis</p><p>- Estágio M2: Broto mamário com pequena elevação da mama e da papila</p><p>- Estágio M3: Crescimento da mama e da aréola, parecendo uma pequena mama adulta, mas sem</p><p>separação do contorno da mama</p><p>- Estágio M4: Crescimento e projeção da aréola, formando uma elevação acima do corpo da mama</p><p>- Estágio M5: Mama adulta</p><p>Estágios de Tanner - Pêlos pubianos:</p><p>- Estágio P1: Ausência de pêlos pubianos</p><p>- Estágio P2: Crescimento em pouca quantidade de pêlos finos, discretamente pigmentados, e ao</p><p>longo dos grandes lábios</p><p>- Estágio P3: Pêlos se tornam mais escuros, mais espessos, mais encaracolados e distribuídos na</p><p>sínfise pubiana</p><p>- Estágio P4: Pêlos do tipo adultos, porem não chegam a atingir a superfície interna da coxa</p><p>- Estágio P5: Pêlos adultos, em típica quantidade e já atingindo a raiz da coxa</p><p>5. Quando acontece a puberdade normal em meninos? 9-14 anos</p><p>Hipotálamo -> (GnRH) Hipófise -> (LH/FSH) Testiculos -> (Testosterona) Virilização</p><p>Supra-renais -> (Androgênios) Virilização</p><p>Sequência mais comum: Aumento do volume testicular (>4ml) com produção de testosterona -></p><p>pubarca -> desenvolvimento genital -> mudança no tom da voz -> aparecimento da barba -> estirão</p><p>puberal</p><p>Estágios de Tanner - Genitália:</p><p>- Estágio G1: Pênis, testículo e bolsa escrotal de aspecto infantil</p><p>- Estágio G2: Crescimento do testículo (principalmente da bolsa escrotal) e a pele começa a ficar</p><p>mais escurecida, mas ainda não há aumento do pênis</p><p>- Estágio G3: Continua o crescimento da bolsa escrotal mas o pênis já começa a ter um aumento do</p><p>crescimento (principalmente no comprimento)</p><p>- Estágio G4: Continua o crescimento dos testículos e escrotos, aumento do pênis em comprimento e</p><p>diâmetro - tornado-se muito próximo a genitália adulta</p><p>- Estágio G5: Genitália adulta em tamanho e forma</p><p>Página de 53 57</p><p>Semiologia da criança e do adolescente - 5P 2023.2 Maria Clara Noel - MED 60 FMP</p><p>Estágios de Tanner - Pêlos pubianos:</p><p>- Estágio P1: Ausência de pêlos pubianos</p><p>- Estágio P2: Crescimento em pouca quantidade de pêlos finos, discretamente pigmentados, lisos ou</p><p>pouco encaracolados, na base do pênis</p><p>- Estágio P3: Pêlos se tornam mais escuros, mais espessos, mais encaracolados e distribuídos na</p><p>sínfise pubiana</p><p>- Estágio P4: Pêlos do tipo adultos, porém não chegam a atingir a superfície interna da coxa</p><p>- Estágio P5: Pêlos adultos, em típica quantidade e já atingindo a raiz da coxa</p><p>6. O que é o estirão do crescimento? Período em que se ganha 20% da estatura final. Acontece por</p><p>meio de uma interação entre os hormônios gonadais e adrenais com o hormônio do crescimento</p><p>(GH). Nas meninas ocorre no inicio da puberdade (M2) e nos meninos na fase intermediária</p><p>(G4).</p><p>7. Qual a media de velocidade de crescimento na puberdade? Meninas 8 a 10cm/ano e meninos 10 a</p><p>12cm/ano.</p><p>8. Qual é o calculo da altura, levando em conta o alvo genético ?</p><p>- Meninos: estatura do pai + estatura da mãe + 13 / 2</p><p>- Meninas: estatura do pai - 13 + estatura da mãe / 2</p><p>O hormônio que faz o fechamento das epífises é o estrogênio, ambos em meninos e meninas. Temos</p><p>a conversão periférica de testosterona, em níveis elevados, em estrogênio.</p><p>Defeito no receptor de estrogênio: Um paciente que, por exemplo, tenha defeito no receptor de</p><p>estrogênio, não terá o fechamento das epífises ósseas, e continuará crescendo.</p><p>9. O que é a ginecomastia e até quanto</p><p>pode ser considerada fisiológica? Consiste no aumento das</p><p>mamas no sexo masculino, que ocorre quando o tecido glandular é exposto a uma diminuição na</p><p>relação entre androgênicos e estrogênios (excesso de estrogênios e diminuição de androgênios).</p><p>Quando a testosterona sobe, a ginecomastia tende a desaparecer. É considerado fisiológico</p><p>quando tem ate 4 cm e normalmente desaparece em 3 anos.</p><p>10. O que é a telarca precoce isolada? Aumento bilateral das mamas, antes dos 8 anos em meninas,</p><p>sem outros caracteres associados. É benigna, autolimitada, sem aceleração da velocidade de</p><p>crescimento. Ovários e úteros com volumes pré-puberais. Não há chance de perda da altura final</p><p>ou risco de evoluir para uma menarca. Pode regredir espontaneamente ou permanecer ate o</p><p>desenvolvimento puberal na idade normal. Pode ter relação com os disjuntores endocrinos</p><p>(substancias químicas sintéticas que pela similaridade estrutural com o estrogênio ligam-se e</p><p>ativam os receptores estrogênicos). Alguns casos podem ser determinados por exposição</p><p>estrogênica ambiental. Geralmente ocorre antes dos 2 anos de idade, sua incidência diminui</p><p>entre 2 e 5 anos e se eleva após essa faixa etária. Diagnóstico diferencial com lipomastia</p><p>(acumulo de tecido adiposo frequente em crianças obesas).</p><p>11. O que é a adrenarca precoce? Aumento da produção de andrógenos, caracterizada por aumento</p><p>da espessura da zona reticular adrenal, com aumento dos níveis de DHEA e DHEA-S. Geralmente</p><p>se inicia 2 anos antes da gonadarca (6/7 anos). Caracteriza-se pelo aparecimento de pêlos</p><p>pubianos, pêlos axilares, acne ou aumento de oleosidade da pele e odor axilar adulto.</p><p>12. O que é a pubarca precoce isolada? Surgimento de pelos pubianos antes dos 8 anos nas meninas e</p><p>antes dos 9 anos em meninos, sem outro sinais de virilização ou maturação sexual. Não se</p><p>observa progressão puberal ou comprometimento da altura final. Fatores de risco incluem baixo</p><p>peso ao nascer, obesidade, resistência insulinica, progressão para síndrome do ovário policístico.</p><p>Diagnóstico diferencial com hiperplasia adrenal congênita, tumores gonadais ou adrenais e</p><p>síndrome de Cushing.</p><p>Página de 54 57</p><p>Semiologia da criança e do adolescente - 5P 2023.2 Maria Clara Noel - MED 60 FMP</p><p>Aula 35 - Triagem do Espectro Autista:</p><p>1. Qual é o tripé clássico do autismo? Interação social + Comportamento e interesses repetitivos e</p><p>estereotipados + comunicação. Para o diagnóstico é fundamental que a criança tenha sintomas</p><p>nos 3 grupos.</p><p>2. Quais são as características da interação social no transtorno? É o marco principal do</p><p>transtorno, podendo variar desde o isolamento total até uma dificuldade leve. Costuma ter</p><p>interesses peculiares que o adulto acha curioso. As vezes se relacionar com adultos é mais fácil</p><p>do que se relacionar com crianças, pois seus assuntos não interessam outras crianças. Pode ser</p><p>desde uma pessoa que fica isolada, até uma pessoa que fica muito focada em determinado assunto</p><p>sem socializar. Formas muito sutis vão desde dificuldade para lidar com relacionamentos ou em</p><p>entrevista de emprego.</p><p>3. Quais são as características da dificuldade na comunicação no transtorno? Diz a respeito de</p><p>gestos, contato ocular, apontar, dar tchau e falar. Vai desde pessoas que não tem nenhum tipo de</p><p>comunicação, nem verbal nem não verbal até pessoas onde a dificuldade é só com a linguagem</p><p>figurada. Pode-se ter crianças com fala professoral que não combinam com a faixa etária</p><p>(imitação), dificuldade pragmática de linguagem (para entender ditos populares, como piadas,</p><p>linguagem figurada e metáforas).</p><p>4. Quais são as características do comportamento e interesses repetitivos e estereotipados no</p><p>transtorno? Movimentos repetidos corporais e estereotipados, muito frequentes no autismo não</p><p>verbal. Ou também rigidez com o comportamento. Como por exemplo, brincar repetitivo,</p><p>alinhando brinquedos, brincar de maneira inadequada com brinquedos, gostar muito de ver</p><p>movimentos de objetos (rodinhas, ventiladores) e um prazer pelo que não muda (dinossauros,</p><p>logotipos, números, letras).</p><p>5. Quais são as características do desconforto sensorial no transtorno? Além do tripé, 60-70% das</p><p>pessoas com TEA tem desconforto sensorial que pode ser auditivo, tátil e visual. Como por</p><p>exemplo, desconforto com sons muito altos, roupas e tecidos específicos, cortar cabelo, paladar e</p><p>textura de comidas. Este desconforto sensorial pode invadir a área da comida e se misturar com</p><p>a área da repetição, como seletividade de textura, cheirar a comida, etc. Estes são os sintomas</p><p>mais difíceis de resolver.</p><p>6. Quais são as características fundamentais para serem observadas para realizar um diagnostico</p><p>precoce?</p><p>- Se a criança olha no olho, se olha quando chamamos pelo nome (deveria estar presente com 1 mês</p><p>de idade)</p><p>- Se a criança compartilha a atenção (deveria estar presente entre 6-18 meses)</p><p>- Se aponta (deveria estar presente a partir de 13 meses) e se olha pra onde você aponta</p><p>- Se ela triangula o olhar - atenção compartilhada (mostrar um objeto pra criança e ela olhar pro</p><p>objeto e ver se depois olhar pra você de novo pra ver se você nomeia o que apontou)</p><p>- Se existe a imitação</p><p>- Se dá função aos brinquedos</p><p>- Se antecipa o que você vai fazer (1, 2, 3 e.......) - dados de conexão social</p><p>- AVALIAÇÃO QUALITATIVA: Sentar-se para brincar, conversar, andar, pular, desenhar, ler piadas,</p><p>narrativa de filme, avaliar argumentação.</p><p>7. Como se avalia de forma quantitativa o TEA? Usamos escalas com perguntas para auxiliar o</p><p>diagnóstico. Existe a CARS que é especifica do autismo e a M-CHAT que é para o generalista para</p><p>saber quando vamos encaminhar a criança para o especialista. A M-CHAT é usada de 18 a 30</p><p>meses e são feitas perguntas para a mãe e vemos o número de quesitos que o gabarito bate, uma</p><p>criança que tenha pelo menos 3 itens do total ou que tenha pelo menos 2 itens críticos deve ser</p><p>encaminhada.</p><p>8. Como se dá o tratamento do TEA? Deve-se procurar profissionais especializados. Decidir qual a</p><p>melhor estratégia (escola regular com facilitador, escola especial ou atendimento individual,</p><p>inclusão na faculdade, mercado de trabalho), estar sempre avaliando os resultados. O tratamento</p><p>é feito com psicólogos e terapeutas ocupacionais e é baseado em ensinar a prestar atenção ></p><p>imitação > brincar > falar</p><p>Página de 55 57</p><p>Semiologia da criança e do adolescente - 5P 2023.2 Maria Clara Noel - MED 60 FMP</p><p>Aula práticas:</p><p>- Zonas de Krammer (ictericia neonatal):</p><p>• Zona 1: Cabeça e pescoço (6mg/dl)</p><p>• Zona 2: Até o umbigo (9mg/dl)</p><p>• Zona 3: Até os joelhos (12mg/dl)</p><p>• Zona 4: Até os tornozelos e/ou antebraços (15mg/dl)</p><p>• Zona 5: Até região plantar e palmar (18mg/dl ou mais)</p><p>- Exame físico do recém-nascido:</p><p>• Reflexo de Moro: abertura dos membros superiores em reação ao estímulo de prender</p><p>seus braços. Conhecido como reflexo do susto. Desaparece aos 5 meses.</p><p>Manobras utilizadas para avaliação da presença de displasia congênita do quadril:</p><p>• Manobra / Sinal de Ortolani: QUADRIL LUXADO. Abdução do quadril enquanto levante</p><p>o trocâncter anteriormente.</p><p>- Teste de redução do quadril ou seja, quando um recém-nascido com a articulação</p><p>coxofemoral luxada é examinado, a cabeça femoral é reduzida no acetábulo com a</p><p>manobra, assim sendo demonstrada a luxação.</p><p>- Detecta o deslizamento posterior do quadril para dentro do acetábulo. Dessa forma,</p><p>mostra que o quadril esta deslocado, mas é redutível.</p><p>- Positiva= quadril luxado, redutível.</p><p>• Manobra / Sinal de Barlow: QUADRIL LUXÁVEL INSTÁVEL. Adução do quadril.</p><p>- Detecta o deslizamento do quadril para fora do acetábulo. Dessa forma, mostra que o</p><p>quadril está reduzido mas é deslocavel.</p><p>- Positiva= quadril luxável</p><p>• Reflexo de marcha: Quando segura o bebê pelas axilas</p><p>suspeito. Se</p><p>abaixo de 3 há maior gravidade.</p><p>5. O que é a anquiloglossia? Anomalia congênita que afeta o movimento normal da língua</p><p>pela persistência de tecido embrionário, fazendo um V na língua do bebê. Dependendo</p><p>da gravidade, pode impactar no desenvolvimento da linguagem, levar a anemia, baixo</p><p>peso, irritabilidade, sessões longas de amamentação e desmame precoce.</p><p>TRIAGEM AUDITIVA:</p><p>1. Quando deve ser realizado? Nos primeiros dias de vida (24 a 48h) na maternidade e no</p><p>mínimo até o primeiro mês de vida.</p><p>2. Quem deve realizar o teste? Fonoaudiólogos.</p><p>3. Como funciona o teste da orelhinha ou teste de emissões otoacústicas evocadas?</p><p>Registros da energia sonora gerada pelas células da cóclea em resposta aos sons que são</p><p>emitidos dentro do conduto do bebê.</p><p>4. Quando o teste é negativo? Uma sonda que envia sons é colocada no ouvido do recém-</p><p>nascido. O som emitido (semelhante a um clique) vibra no tímpano, passando pelo</p><p>ouvido médio até chegar à orelha interna (cóclea). Estimulada, a cóclea vibra. O som faz</p><p>caminho de volta e o microfone capta vibração - o bebê não tem problemas nesse caso.</p><p>Página de 4 57</p><p>Semiologia da criança e do adolescente - 5P 2023.2 Maria Clara Noel - MED 60 FMP</p><p>5. Quando o teste é positivo? Quando a sonda não capta a vibração de retorno existe</p><p>alteração auditiva e o bebê precisará fazer outros exames.</p><p>6. O que é o PEATE? Potencial Evocado Auditivo do Tronco Encefálico.</p><p>7. O que consiste o PEATE? Consiste em um estimulo vibratório na cabeça do bebê, visando</p><p>captar a parte neuronal da audição. Não é um teste de triagem.</p><p>8. Quando faremos o PEATE? 2 testes da orelhinha alterados ou crianças com indicadores</p><p>de alto risco podemos pular direto para o PEATE.</p><p>9. Se não temos indicadores de risco (tempos de UTI, hipóxia) o que fazemos? Fazemos</p><p>somente o teste da orelhinha e acompanhamento. Se este teste é alterado faz-se o re-</p><p>teste. Se permanece alterado, ele é encaminhado para o PEATE!</p><p>TRIAGEM DO PÉZINHO:</p><p>1. O que ele avalia? 7 doenças: Fenilcetonúria, hipotireoidismo congênito, doença</p><p>falciforme, fibrose cística, hiperplasia adrenal, deficiência de biotinidase e toxoplasmose</p><p>congênita.</p><p>2. Quando é feita a coleta? Em bebês a termo estáveis deve-se realizar entre o 3 e 5 dia de</p><p>vida (72hrs a 120hrs). Em bebês pré-maturos, colher 1 vez ao nascimento (entre 48hrs</p><p>e 72hrs de vida) e aos 28 dias ou na alta novamente.</p><p>3. Como é feita a coleta? Colher na borda do pé ou em punção venosa (amostra de sangue</p><p>periférica). Preencher a área do papel filtro nos espaços circulares, sem faltar ou sobrar.</p><p>HIPOTIREOIDISMO CONGÊNITO:</p><p>4. O que é o hipotireoidismo congênito? Incapacidade da glândula tireoide em tentar</p><p>produzir quantidades adequadas de hormônios tireoidianos.</p><p>5. Qual o quadro clinico do hipotireoidismo congênito? Hipotonia muscular, icterícia</p><p>prolongada, constipação, bradicardia, anemia, sonolência excessiva, alargamento das</p><p>fontanela, dificuldade na alimentação, retorno na maturação óssea, pele seca e sem</p><p>elasticidade, atraso de desenvolvimento neuropsicomotor</p><p>6. Qual o tratamento do hipotireoidismo congênito? Reposição dos hormônios tireoidianos.</p><p>DOENÇA FALCIFORME:</p><p>7. O que é a doença falciforme? É uma doença autossômica recessiva, em que ocorre</p><p>defeito na estrutura da hemoglobina (ficando em forma de foice).</p><p>8. Qual o quadro clinico da doença falciforme? Anemia hemolítica, crises vaso-oclusivas,</p><p>crises de dor, insuficiência renal progressiva, AVC, infecções e sequestro esplênico. Não</p><p>vemos isso no período neonatal pois ainda temos hemoglobinas fetal circulando.</p><p>9. Qual o tratamento da doença falciforme? Hemotransfusão, analgesia, hidroxiúreia,</p><p>transplante de medula</p><p>FIBROSE CÍSTICA:</p><p>10. O que é a fibrose cística? É uma doença autossômica recessiva, em que ocorre aumento</p><p>da viscosidade, afetando especialmente pulmões e pâncreas</p><p>11. Qual o tratamento da fibrose cística? Utilização de enzimas pancreáticas,</p><p>suplementação de vitamina (A,D,E,K), fisioterapia respiratória e imunização</p><p>antipneumocócica e anti-hemófilos.</p><p>HIPERPLASIA ADRENAL CONGÊNITA:</p><p>12. O que é a hiperplasia adrenal congênita? É uma doença autossômica recessiva, em que</p><p>ocorre deficiências enzimáticas na síntese dos esteroides adrenais.</p><p>Página de 5 57</p><p>Semiologia da criança e do adolescente - 5P 2023.2 Maria Clara Noel - MED 60 FMP</p><p>13. Qual o quadro clínico da hiperplasia adrenal congênita? Virilização da genitália externa</p><p>(sexo feminino), desidratação, hipotensão, taquicardia, perda de peso, letargia,</p><p>hiponatremia, hiperpotassemia, pubarca precoce, velocidade de crescimento</p><p>aumentada</p><p>14. Qual o tratamento da hiperplasia adrenal congênita? Reposição de glicocorticoides.</p><p>FENILCETONÚRIA:</p><p>15. O que é a fenilcetonúria? É uma doença autossômica recessiva, em que ocorre um erro</p><p>inato do metabolismo, havendo acúmulo de aminoácidos fenilalanina no sangue.</p><p>16. Qual o quadro clinico da fenilcetonuria? Atraso global do desenvolvimento psicomotor,</p><p>deficiência mental, comportamento agitado ou padrão autista, convulsões, alterações</p><p>eletroencefalograficas e odor característico na urina</p><p>17. Qual o tratamento da fenilcetourina? Terapia dietética com baixo teor de fenilalanina.</p><p>DEFICIÊNCIA DE BIOTINIDASE:</p><p>18. O que é a deficiência de biotinidase? É uma doença autossômica recessiva, em que</p><p>ocorre defeito no metabolismo da biotina (vitamina do complexo B - B7 - hidrossolúvel,</p><p>nutriente essencial, envolvida na manutenção da pele, cabelo (formação de queratina) e</p><p>SNC. Como consequência, ocorre uma depleção da biotina endógena devido a uma</p><p>incapacidade de o organismo fazer a sua reciclagem ou de usar a biotina ligada à</p><p>proteína fornecida pela dieta</p><p>19. Qual o quadro clinico da deficiência de biotinidase? Crises epilépticas, hipotonia,</p><p>microcefalia, atraso do desenvolvimento psicomotor, alopecia, dermatite eczematoide</p><p>20.Qual o tratamento da deficiência de biotinidase? Reposição diária de biotina</p><p>TOXOPLASMOSE CONGÊNITA:</p><p>21. O que é a toxoplasmose congênita? Pode ocorrer transferencia placentária de</p><p>toxoplasma gondii. Porem, o tratamento materno é possível. Deve-se fazer avaliação</p><p>materna no pré-natal (IgG, IgM) e no bebê se faz o teste do pézinho avaliando IgM.</p><p>22.Qual o quadro clinico da toxoplasmose congênita? Coriorretinite, hidrocefalia,</p><p>meningocefalia, calcificações cranianas, convulsões, anemia, icterícia, esplenomegalia,</p><p>linfoadenomegalia, hepatomegalia. Pode ser um quadro não muito exuberante.</p><p>23.Qual o tratamento da deficiência de biotinidase? Sulfadiazina, Pirimetamina e acido</p><p>fólinico.</p><p>TESTE DO REFLEXO VERMELH0 / TESTE DO OLHINHO:</p><p>1. O que ele avalia? Detectar alterações congênitas que interferem na transparência até a</p><p>retina. Se saudável, faz-se o reflexo vermelho, simétrico em ambos os olhos.</p><p>2. Quando deve ser feito? 3 vezes por ano nos primeiros 3 anos de vida.</p><p>3. Qual a técnica para esse exame? Em um local escuro/penumbra, usa-se um</p><p>oftalmoscópio direto, com indicador de dioptrias na posição zero e luz branca</p><p>arredondada. A 30-40 cm projeta-se a luz, aproximando e distanciando se necessário.</p><p>4. Quando o exame é alterado? Quando o reflexo esta ausente ou se há pupila branca.</p><p>5. Quais sao possíveis causas de reflexo ausente ou pupila branca? Catarata congênita,</p><p>glaucoma, toxoplasmose e retinoblastoma</p><p>RETINOBLASTOMA:</p><p>6. O que é o Retinoblastoma? Tumor maligno intraocular e raro. Origem nas células da</p><p>retina, sendo esporádicos em 90% dos casos. Pode ser unilateral ou bilateral,</p><p>geralmente em crianças no primeiro ano de vida. Pode estar associado ao estrabismo ou</p><p>nistagmo, com taxas de cura superiores a 95%.</p><p>7. Qual tratamento do retinoblastoma? Quimioterapia, terapia focal ou métodos cirúrgicos.</p><p>Página de 6 57</p><p>Semiologia da criança e do adolescente - 5P 2023.2 Maria Clara Noel - MED 60 FMP</p><p>Aula 5 - Imunização:</p><p>BCG: Dose única indicada</p><p>e ele toca os pés ema uma</p><p>superfície plana. Aparece ao nascimento e desaparece aproximadamente aos 2-4</p><p>meses.</p><p>Página de 56 57</p><p>Semiologia da criança e do adolescente - 5P 2023.2 Maria Clara Noel - MED 60 FMP</p><p>- Reflexos primitivos:</p><p>• Sucção reflexa: pode ser avaliada de forma natural pelo aleitamento ou colocando a</p><p>mão da criança em sua boca. Esse reflexo deve desaparecer até o sexto mês;</p><p>• Busca: ao tocar no lábio superior em um dos lados com o seio materno, o RN vira sua</p><p>cabeça para o lado que recebeu o estímulo em busca da mama e, logo em seguida, irá</p><p>abrir a boca;</p><p>• Preensão palmar: ao estimular a região palmar do RN, haverá flexão dos dedos para a</p><p>preensão. Esse reflexo deve desaparecer até o sexto mês, quando aparece o reflexo</p><p>apenas voluntário da preensão;</p><p>• Reflexo cutâneo plantar: obtido pelo estímulo da região plantar lateral do pé. A</p><p>resposta esperada é a dorsiflexão do hálux acompanhada da separação dos demais</p><p>dedos. A partir do 13º mês, a criança deve apresentar a flexão plantar do hálux, pois, a</p><p>partir desse momento, o reflexo da dorsiflexão se torna patológico (sinal de Babinski);</p><p>• Reflexo de marcha: apoiar as axilas do RN nas mãos do examinador e levantá-lo na</p><p>posição vertical, deixando seus pés encostarem a mesa de exame de maneira que cause</p><p>uma pequena pressão. O corpo do recém-nascido fica ereto como reação ao apoio;</p><p>• Reflexo de Moro: com a criança em decúbito dorsal, fazer extensão ao mesmo tempo</p><p>dos membros superiores, distendo-os e soltando-os bruscamente. A resposta esperada</p><p>é a extensão brusca inicial e adução dos membros superiores, seguida de flexão</p><p>simétrica e bilateral (simulando um abraço).  A assimetria do reflexo de Moro pode</p><p>indicar lesão do plexo braquial ou paresia por lesão do sistema nervoso central;</p><p>• Reflexo de Galant: suspender o recém-nascido em posição de pronação e estimular a</p><p>musculatura paravertebral no sentido craniocaudal. A resposta esperada é a curvatura</p><p>do tronco para a área estimulada;</p><p>• Reflexo tônico-cervical: fazer a rotação da cabeça da criança para um dos lados. Essa</p><p>manobra produz a extensão dos membros superior e inferior do lado em que a cabeça</p><p>foi rotacionada e flexão dos membros contralaterais. A manobra deve ser executada</p><p>bilateralmente para verificar a simetria. O reflexo tônico-cervical desaparece até o</p><p>terceiro mês.</p><p>Página de 57 57</p><p>ao nascimento OU até no máximo 4 anos, 11 meses e 29</p><p>dias. Aplicada de forma intradérmica.</p><p>1. Quando é indicada a BCG? Ao nascimento ou o mais precoce possível, no máximo ate 4</p><p>anos, 11 meses e 29 dias!</p><p>2. Quantas doses possui? Dose única, sem necessidade de reforço.</p><p>3. O que ela previne? Formas graves de tuberculose (miliar e meníngea).</p><p>4. Como é aplicada? De forma intradérmica e superficial.</p><p>5. Qual a contraindicação da BCG? Imunossuprimidos, peso <2kg, RN de mães que</p><p>tomaram alguma medicação que possa fazer imunodepressão no feto, filhos de mães HIV</p><p>+ sintomáticos e com sinais de imunossupressão</p><p>6. Filhos de mães HIV+ podem tomar? Se estiverem assintomáticos e sem sinais de</p><p>imunossupressão, SIM!</p><p>7. Crianças que não apresentarem cicatriz vacinal precisam ser revacinadas? NÃO.</p><p>8. Como é a evolução da cicatriz da BCG?</p><p>• Na 1a a 2a semana tem-se uma mácula avermelhada com enduração de 5 a 15mm.</p><p>• Da 3a a 4a semana tem-se uma pústula, mais elevada e purulenta que se forma com o</p><p>amolecimento do centro da lesão seguido pelo aparecimento de crosta.</p><p>• Da 4a a 5a semana tem-se uma úlcera com 4 a 10mm de diâmetro.</p><p>• Da 6a a 12a semana tem-se uma cicatriz com 4 a 7mm de diâmetro encontrada em</p><p>cerca de 95% dos vacinados.</p><p>Hepatite B: 3 doses: Com O (12 hrs de vida), 2 e 6 meses.</p><p>1. Quando é indicada a vacina de hepatite B? Nas primeiras 12 horas de vida.</p><p>2. Quantas doses possui? No mínimo 3 doses. *Pré-maturos tomam 4</p><p>3. Quando devem ser tomadas essas outras doses? 2 e 6 meses</p><p>4. Como é aplicada? De forma intramuscular.</p><p>5. Qual a contraindicação dessa vacina? Anafilaxia, PTI (purpura trombocitopenica</p><p>idiopática) após usar dose anterior</p><p>6. Quais sao as recomendações para RN de mae com Hepatite B? RN deve receber além da</p><p>vacina, a imunoglobulina 0,5mL IM em até 7 dias de vida.</p><p>7. Essa vacina é indicada para gestantes? SIM.</p><p>Anticorpo Monoclonal: Previne contra o RSV. Indicado em alguns casos para pré-</p><p>maturos. Devem ser tomadas 5 doses mensais, antes do inverno (março a julho).</p><p>1. O que o anticorpo monoclonal previne? Contra o vírus sincicial respiratório (RSV).</p><p>2. Quando é indicado? Pré-maturos abaixo de 29 semanas (até 1 ano) e cardiopatas/</p><p>pneumopatas graves devido a prematuridade (até 2 anos).</p><p>3. Quando deve ser tomada? Existe uma sazonalidade, dessa forma, deve-se dar antes do</p><p>inverno, sendo então entre o mês de março e julho.</p><p>4. Quantas doses possui? Devem ser tomadas 5 doses mensais (15mg/kg a cada mês)</p><p>Pentavalente Brasil: 3 doses da PENTA: 2 , 4 e 6 meses. + 2 doses de reforço da</p><p>TRÍPLICE (DTP): Com 15 meses e 4 anos + Reforço DT: a cada 10 anos.</p><p>1. Contra o que essa vacina previne? Triplice bacteriana (DTP) + Hib + Hepatite B</p><p>-Difteria (D), tétano (T) e Pertusis (P -> coqueluche) + HiB</p><p>(Haemophilus influenza B) + Hepatite B</p><p>2. Quantas doses possui? 3 doses. Mas ainda deve-se tomar mais 2 doses de reforço da</p><p>tríplice (DTP). E a cada 10 anos DT.</p><p>3. Quando devem ser tomadas as doses da Penta? 2, 4 e 6 meses</p><p>4. Como é aplicada? De forma intramuscular</p><p>5. Quando devem ser aplicadas as doses de reforço da tríplice (DTP)? 15 meses e 4 anos.</p><p>6. Quando devem ser aplicadas as doses de reforço da DT (Difteria e tétano)? A cada 10</p><p>anos. Porém em casos de acidentes perfurocortantes diminuem para 5 anos.</p><p>Página de 7 57</p><p>Semiologia da criança e do adolescente - 5P 2023.2 Maria Clara Noel - MED 60 FMP</p><p>7. Quais são os possíveis efeitos adversos? Em 37-50% dos casos tem-se efeitos locais como</p><p>rubor, calor e dor local. E pode-se ter efeitos sistêmicos, como febre, sonolência,</p><p>irritabilidade, vômitos, hiporexia e choro persistente.</p><p>8. Quais são os possíveis efeitos adversos do componente pertusis? Episódio hipotônico</p><p>hiporresponsivo.</p><p>9. O que é o episódio hipotônico hiporresponsivo? Ocorre nas primeiras 48hrs após as</p><p>primeiras aplicações da vacinação (normalmente nos primeiros minutos). Ocorre em 1</p><p>a cada 1750 doses. Ocorre palidez, perda de tônus muscular e inconsciência. Pode durar</p><p>de minutos até horas. Melhora sem deixar sequelas.</p><p>10. Quais são as indicações da DTaP (vacina acelular, sem o componente pertusis)?</p><p>Anafilaxia após aplicação da vacina, encefalopatia com DTP após a aplicação da vacina e</p><p>episódio hipotônico hiporresponsivo.</p><p>11. Gestantes devem revalidar para DTP? SIM. Até 26 semanas de gestação.</p><p>HiB - Haemophilus Influenza tipo B: 3 doses: 2, 4 e 6 meses. (Faz parte da PENTA)</p><p>1. Quantas doses possui? 3 doses (aos 2, 4 e 6 meses).</p><p>2. O que essa vacina previne? Meningite e pneumonia grave.</p><p>Rotavírus: Via oral - 1,5mL / 2 doses: 2 e 4 meses</p><p>1. Quantas doses possui? Pelo SUS são 2 doses (aos 2 e 4 meses)</p><p>2. Essa vacina é tomada como? Por via oral. A criança deve tomar 1,5mL.</p><p>3. Porque existe um limite para o esquema? Pois a partir de 8 meses está ligada a</p><p>invaginação intestinal.</p><p>4. Qual o intervalo mínimo das doses? 30 dias.</p><p>5. Se a criança cuspir, regurgitar ou vomitar repetimos a dose? Porque? NÃO. Para não</p><p>aumentar a carga antigênica.</p><p>6. Qual o limite para inicio do esquema? 3 meses e 15 dias.</p><p>7. Qual o limite para a última dose? 7 meses e 29 dias.</p><p>8. É permitida em ambiente hospitalar? Porque? NÃO. Pois é uma vacina de vírus vivo.</p><p>Pneumocócica conjugada 10 valente: 2 doses: 2 e 4 meses + 1 dose reforço: 12 m.</p><p>1. Contra qual bactéria essa vacina previne? Streptococcus pneumoniae.</p><p>2. Contra quais sorotipos ela defende? 1, 4, 5, 6B, 7F, 9V, 14, 18C, 19F e 23F.</p><p>3. Quantas doses devem ser tomadas? 2 doses (2 e 4 meses) + 1 dose de reforço com 12</p><p>meses</p><p>Poliomielite: 3 doses: 2, 4 e 6 meses. -> VIP (INATIVADO) POR VIA IM</p><p>1. Quantas doses possui? 3 doses: 2, 4 e 6 meses.</p><p>2. Qual vacina é feita? VIP (vírus da poliomielite inativado) por via intramuscular</p><p>3. Quando é feita a VOP (vírus ativado da poliomielite) por via oral? Apenas em</p><p>campanhas.</p><p>4. Quais são as contraindicações da VOP? Imunocomprometidos e ambientes hospitalares</p><p>(vírus vivo).</p><p>Meningocóccica: 2 doses: 2 e 5 meses + 1 dose de reforço: 12 meses.</p><p>1. Quantas doses possui? 2 doses aos 2 e 5 meses + 1 dose de reforço aos 12 meses.</p><p>2. Qual vacina é oferecia no SUS? Meningo C</p><p>3. Meningo ACWY é oferecida no SUS? Apenas entre 11 e 14 anos.</p><p>Influenza - gripe: Ofertada e modificada anualmente. No SUS é trivalente.</p><p>1. Quem tem direito a essa vacina? Crianças entre 6 meses e 5 anos, gestantes, puérperas,</p><p>população indígena, PPI, sistema prisional, professores, maiores de 60 anos e</p><p>profissionais das forcas armadas. Porem é indicada para toda a população!</p><p>2. Qual a forma de aplicação? Intramuscular</p><p>3. Para crianças menores de 9 anos que nunca tomaram a vacina o que deve ser feito? 2</p><p>doses (30 dias depois).</p><p>Página de 8 57</p><p>Semiologia da criança e do adolescente - 5P 2023.2 Maria Clara Noel - MED 60 FMP</p><p>Febre Amarela: 2 doses: 9 meses e 4 anos.</p><p>1. NO PNI, quantas doses possui? 2 doses aos 9 meses e aos 4 anos.</p><p>2. Qual a indicação dessa vacina? Deve ser tomada 10 dias antes de viajar para área</p><p>endêmica.</p><p>3. Porque não pode ser feita junto a tríplice viral? Pois assim como a tríplice viral é uma</p><p>vacina de vírus vivo, não podendo ser feita junto a outra vacina também de vírus vivo.</p><p>4. Quais as contraindicações dessa vacina? Imunossuprimidos, usuários de medicações</p><p>metabólicas, transplantados, pacientes com quimioterapia, pacientes com reação</p><p>neurológica, pacientes com hipersensibilidade ao ovo, pessoas com doença do timo.</p><p>5. Idosos podem tomar? SIM.</p><p>6. Mulher amamentando pode tomar essa vacina? SIM, mas devem suspender a</p><p>amamentação por 10 dias.</p><p>Tríplice Viral: 2 doses: 1 ano + 1 ano e 3 meses (sendo a 2a dose tetraviral,</p><p>adicionada varicela)</p><p>1. Contra quais vírus essa vacina previne? Sarampo, rubéola e caxumba.</p><p>2. Quem tem direito pelo SUS? Até 29 anos tem-se direito a 2 doses e entre 30 e 49 anos</p><p>tem-se direito a 1 dose.</p><p>3. Quantas doses devem ser tomadas? 2 doses. 1 ano + 1 ano e 3 meses (sendo que a</p><p>segunda dose é tetraviral, ou seja, é adicionada varicela)</p><p>Varicela:</p><p>2 doses: 1 ano e 3 meses (tetraviral) + 4 anos (ISOLADA). Vacina</p><p>atenuada aplicada de forma subcutânea.</p><p>1. Qual a forma de aplicação dessa vacina? Subcutânea.</p><p>2. Quantas doses devem ser tomadas? 2 doses. 1 ano e 3 meses (tetraviral - sarampo,</p><p>rubéola, caxumba e VARICELA) + 4 anos (ISOLADA)</p><p>Hepatite A: DOSE ÚNICA AOS 15 MESES PELO PNI.</p><p>1. Qual a forma de aplicação dessa vacina? Intramuscular no vasto lateral da coxa.</p><p>2. Quantas doses devem ser tomadas? Dose única aos 15 meses pelo PNI.</p><p>Papiloma Vírus Humano (HPV): 2 doses com intervalo de 6 meses. P/ meninas</p><p>entre 9 e 14 anos e meninos entre 11 e 14 anos.</p><p>1. Qual a forma de aplicação dessa vacina? Intramuscular.</p><p>2. Quantas doses devem ser tomadas? 2 doses, com intervalo de 6 meses.</p><p>3. Para qual faixa etária é oferecida pelo PNI? Meninas entre 9 e 14 anos. Meninos entre</p><p>11 e 14 anos.</p><p>Dengue:</p><p>- DENGVAXIA -> Vírus vivo, apenas p/ quem ja teve dengue, eficaz para 65% das</p><p>pessoas, não é oferecida pelo SUS, 3 doses com intervalo de 6 meses entre cada.</p><p>- QDENGA (TAKEDA) -> Indicada p/ quem ja teve dengue ou para quem nunca teve.</p><p>2 doses com intervalo de 3 meses, faixa etária entre 4 e 60 anos, contraindicada</p><p>em gestantes.</p><p>COVID-19:</p><p>- 6 meses - 4 anos e 11 meses PFIZER BABY-> 3 doses, intervalo de 4 semanas</p><p>entre as 2 primeiras e de 8 semanas entre a 2a e 3a</p><p>- 5 - 11 anos PFIZER PEDIÁTRICA -> 2 doses, intervalo de 21 dias. Reforço 4 meses</p><p>após 2a dose.</p><p>- Acima de 12 anos - BIVALENTE -> 2 doses + reforço com intervalo mínimo de 4</p><p>meses.</p><p>- 3 - 7 anos - CORONOVAC -> 2 doses com intervalo de 28 dias.</p><p>Página de 9 57</p><p>Semiologia da criança e do adolescente - 5P 2023.2 Maria Clara Noel - MED 60 FMP</p><p>- Ao nascimento: “Vacina para BB”</p><p>• BCG</p><p>• Hepatite B</p><p>- 2 meses: 4 P’S</p><p>• PentaBR</p><p>• Pneumo10</p><p>• VIP (polio)</p><p>• Rotavírus (piriri)</p><p>- 3 meses: 3 é um M ao contrario e C é a 3a letra do alfabeto</p><p>• Meningocócica C</p><p>- 4 meses: 4 P’S</p><p>• Penta BR</p><p>• Pneumo 10</p><p>• VIP (polio)</p><p>• Rotavirus (piriri)</p><p>- 5 meses: mesma vacina dos 3 meses</p><p>• Meningocócica C</p><p>- 6 meses: 6 é igual a 5 + 1</p><p>• PentaBR (5)</p><p>• VIP (quem é VIP é número 1)</p><p>- 9 meses:</p><p>• Febre amarela</p><p>- 12 meses: Com 1 ano, você ganha Três Melhores Presentes pois tirou 10!</p><p>• Triplice viral</p><p>• Meningocócica C</p><p>• Pneumo 10</p><p>- 15 meses: lembrar dos 15 anos = A Debutante Vomita Tequila</p><p>• Hepatite A</p><p>• DTP</p><p>• VOP</p><p>• Tetraviral</p><p>- 4 anos: Vai Voltar a Dormir sem Febre</p><p>• Varicela</p><p>• VOP</p><p>• DTP</p><p>• Febre amarela</p><p>- 9-14 anos:</p><p>• HPV p/ meninas</p><p>- 11- 14 anos:</p><p>• Meningocócica ACWY</p><p>• HPV p/ meninos</p><p>Página de 10 57</p><p>Semiologia da criança e do adolescente - 5P 2023.2 Maria Clara Noel - MED 60 FMP</p><p>Aula 6 - Saúde, ambiente e sustentabilidade:</p><p>1. Quando tem-se mortalidade neonatal precoce? Até 6 dias.</p><p>2. Quando tem-se mortalidade neonatal tardia? Entre 6 a 28 dias.</p><p>3. Quando tem-se mortalidade infantil? Entre 28 dias e 1 ano.</p><p>4. Estima-se que temos qual taxa de mortalidade infantil? 14%.</p><p>5. Quais medidas foram de grande eficiência na redução da mortalidade infantil? Medidas</p><p>tecnológicas, educativas e de investimento.</p><p>6. A maioria dos óbitos até 1 ano de idade ocorrem em qual período? No período neonatal</p><p>ocorrem 2/3 dos óbitos. Relacionados ao pré natal, condições de pré e pós parto.</p><p>7. Quais esforços são necessários para se reduzir as mortes neonatais? Exames de</p><p>acompanhamento perinatal (como ultrassom e eco), educação materna, estudos</p><p>genéticos e meio ambiente (qualidade de água, esgoto, salário, distribuição de renda…).</p><p>8. Porque as crianças estão mais sujeitas a contaminações hídricas? Pois</p><p>proporcionalmente bebem cerca de 5 vezes a quantidade de água dos adultos.</p><p>9. O que é a pediatria ambiental? Ela visa a compreensão que as crianças têm parâmetros</p><p>de exposição e suscetibilidade a elementos tóxicos do ambiente diferentes dos adultos.</p><p>Com ela, fomentou-se a importância de questionamentos diversos, visando um conjunto</p><p>de ações para além da saúde, mas também do ambiente (higiene, animais, condições de</p><p>habitação, nutrição …).</p><p>- A suscetibilidade da criança é maior, isso por conta da imaturidade</p><p>anatomofisiológica e dependência psicossocial. Além disso, crianças tem</p><p>parâmetros de exposição e suscetibilidade maiores ao meio ambiente. Crianças</p><p>comem mais alimentos por quilograma de peso, bebem mais líquidos e respiram</p><p>mais ar que os adultos.</p><p>Página de 11 57</p><p>Semiologia da criança e do adolescente - 5P 2023.2 Maria Clara Noel - MED 60 FMP</p><p>Aula 7 - Queixas comuns no ambulatório de pediatria:</p><p>Choro:</p><p>1. O que é o choro? Forma de comunicação da criança, necessidade não atendida.</p><p>2. Quais sao possíveis causas do choro? Dor, frio, fome, sede, calor, carinho, necessidade de</p><p>atenção e fralda suja.</p><p>3. O que pode ser o choro para lactentes? Estímulos infecciosos e ambientais.</p><p>4. O que pode ser o choro para pré escolares e escolares? Estresses emocionais.</p><p>5. O que pode ser o choro como manifestação clinica? Infecções, traumas, cólicas, reação</p><p>vacinal, problemas oculares (corpo estranho, glaucoma), distúrbios neurológicos,</p><p>arritmias cardíacas, constipação intestinal, RGE, abuso fisico, negligência, fratura, etc.</p><p>Nem sempre é facilmente identificável…</p><p>Cólicas do lactentes:</p><p>1. O que é a cólica do lactente? Síndrome clinica que habitualmente se manifesta após a 2</p><p>semana de vida, desaparecendo espontaneamente até o 4 mês de vida. Se caracteriza</p><p>por um choro de inicio súbito, criança inconsolável e após os episódios ocorre a</p><p>eliminação de gases. A irritabilidade e o choro ocorrem preferencialmente ao anoitecer</p><p>(vespertino). A postura é de contratura em flexão.</p><p>2. Quais são os critérios clássicos? Paroxismos de irritabilidade, agitação ou choro,</p><p>duração maior que 3 horas por dia, periodicidade de 3 dias da semana, frequência de</p><p>pelo menos 3 semanas.</p><p>3. Qual a etiologia? Desconhecida.</p><p>4. Quais as causas mais comuns? Fisiológico pela imaturidade do TGI e da microbiota,</p><p>técnica do aleitamento (aerofagia / pega incorreta), comportamento, emocional, fatores</p><p>ambientais, doença orgânica, adaptação alimentar.</p><p>5. Quais as principais hipóteses? Dificuldade em estabelecer ritmo do sono, respostas</p><p>alterada à dor, problemas na relação familiar, distúrbios gastro intestinais (gases,</p><p>distensão abdominal, alterações no tônus, má absorção, motilidade intestinal,</p><p>problemas intestinais e da vesícula biliar e reflexo gastroesofágico) e reação à alimentos</p><p>(formulas lácteas, proteína LV)</p><p>6. O que pode ser feito em casa? Dar um banho morno, fazendo massagens no abdome do</p><p>bebê ou aplicar compressas na barriga é o mais eficaz. Além de contato direto do bebê</p><p>com a barriga da mãe, enrolar o bebê em uma manta, flexionar as coxas do bebê sobre a</p><p>barriga, procurar um ambiente tranquilo…</p><p>7. Chás, simeticona e Lactobacillus reuteri podem ser recomendados? NÃO!!</p><p>8. O que pode ser uma cólica mais persistente? Intolerância a lactose, alergia a prot. do LV.</p><p>Encoprese:</p><p>1. O que é a encoprese? Consiste na presenças de fezes formadas ou não nas roupas</p><p>intimas. Incontinência fecal.</p><p>2. Quais são os sintomas de uma causa primária? Não houve controle esfincteriano prévio</p><p>(ainda usa fralda) que normalmente ocorre aos 2 anos de idade.</p><p>3. Quais sao os sintomas de uma causa secundária? Perda de fezes involuntárias ou não</p><p>após controle esfincteriano prévio (já não usava fralda) - causa + comum: constipação.</p><p>4. O que se deve fazer na abordagem semiotécnica? Afastar causas orgânicas.</p><p>5. Quais causas emocionais deve-se considerar? Mudanças de rotina, treinamento</p><p>esfincteriano excessivamente precoce (antes dos 18 m.), impulsividade e maus tratos.</p><p>6. O que diz o critério de Roma IV? Usado para diagnóstico de constipação funcional em</p><p>crianças. Quando se tem 2 entre os critérios,</p><p>pelo menos 1 vez por semana, com pelo</p><p>menos 1 mês de duração, em crianças com desenvolvimento igual ou maior ao esperado</p><p>para 4 anos de idade: 2 ou - evacuações por semana, pelo menos 1 episódio de</p><p>incontinência fecal por semana, história de postura retentiva ou excessiva retenção</p><p>fecal, história de evacuação dolorosa ou difícil, presença de massa fecal palpável no reto,</p><p>relato de fezes de grosso calibre capazes de obstruir o vaso sanitário.</p><p>Página de 12 57</p><p>Semiologia da criança e do adolescente - 5P 2023.2 Maria Clara Noel - MED 60 FMP</p><p>Enurese:</p><p>1. O que é a enurese? Consiste na micção involuntária durante o sono, o “xixi na cama”.</p><p>2. O que é uma enurese primária? Quando a criança nunca teve continência (controle da</p><p>bexiga), dessa forma, tem forte componente familiar</p><p>3. O que é uma enurese secundária? Quando a criança já apresentou um período de</p><p>continência (controle da bexiga), dessa forma, tem forte componente psicossocial</p><p>(separação dos pais, nascimento de um irmão, inicio da escolarização).</p><p>4. Quais são as principais causas da enurese? Maus tratos, DM1, questões hereditárias</p><p>(ADH diminuído)</p><p>5. Quais orientações familiares devem ser feitas? Nunca reprimir ou ridicularizar a</p><p>criança, valorizar e incentivar quando a criança não apresente enurese - porém sem</p><p>premia-la, lembrar sempre que a enurese primária tem característica genética.</p><p>6. Se o fator psicológico é superado na enurese secundária, tem desaparecimento? SIM.</p><p>7. Quais são medidas para evitar a enurese? Evitar a ingestão de líquidos durante e após o</p><p>jantar, urinar antes de dormir, não humilhar, estigmatizar com apelidos, não punir, não</p><p>superproteger, (como por exemplo proibi-la de dormir em outro ambiente que não seja</p><p>seu lar), não mimar, ter atitude natural e realista (não a culpando por um ato</p><p>involuntário).</p><p>Distúrbios do sono:</p><p>1. O que mais influência na memória? Sono.</p><p>2. Quais são os fatores de risco da síndrome da morte súbita do lactente? Idade entre 2 e 3</p><p>meses, posição do sono (deve-se dormir de barriga pra cima), tabagismo durante a</p><p>gestação/ ambiente do lactente, presença de muitos cobertores ou roupas que dificultam</p><p>a movimentação ou cubram a cabeça, excesso de aquecimento durante o sono.</p><p>3. Porque não pode colocar o bebe pra dormir de barriga pra baixo? Pelo risco de asfixia e</p><p>pela imaturidade do SNC.</p><p>4. O que é o distúrbio do despertar noturno? Quando uma criança maior de 12 meses</p><p>acorda pelo menos 2 vezes por noite e necessita sempre da presença dos pais ou que</p><p>levem para cama deles pelo menos uma vez por semana durante 3 meses. Em crianças</p><p>maiores de 2 anos, apenas um episódio por noite ja caracteriza a perturbação.</p><p>5. Quais são os problemas na rotina da criança? Horário ou atividades inadequadas antes</p><p>do horário de dormir, horários fora do ritmo sono/vigília correspondente à idade,</p><p>estímulos para dormir como: ser embalado, ficar no colo ou na cama dos pais antes de</p><p>dormir, excessivas horas de tela, confinamento, sendentarismo.</p><p>6. Para causas fisiológicas o que se deve fazer? Diminuir as horas de tela (desligar 2 horas</p><p>antes de dormir) e aumento de horas de atividades ao ar livre.</p><p>7. Quais são as possíveis alterações no despertar? Despertar confusional (criança acorda</p><p>mas ainda esta na fase de sono profundo então possui alteração da consciência),</p><p>sonambulismo e terror noturno (criança desperta com um choro inconsolável - nesse</p><p>caso é melhor deixar ela dormir novamente do que acorda-la)</p><p>8. Quais sao as parassinteses do sono REM? Distúrbios comportamentos do sono REM - são</p><p>episódios de comportamento anormal ou vocalização durante o sono, pode estar</p><p>relacionado a uma doença de base (encefalopatias crônicas, doenças respiratórias,</p><p>metabólicas e psicológicas) E distúrbio de pesadelo - pode estar relacionado também a</p><p>doenças de base, mas principalmente a estímulos negativos e agressivos ao equilíbrio</p><p>psicológico da criança.</p><p>9. O que sao parassonias? Episódios breves e ocorrem poucas vezes durante a noite.</p><p>Distúrbios da fome:</p><p>1. Normalmente está associado ao o que? Maus hábitos familiares: compensações,</p><p>guloseimas frequentes, sem regularidade de horários, TV, péssimos exemplos. Mas deve-</p><p>se afastar causas orgânicas e psicológicas (infecções, mudanças de rotina e bullying).</p><p>Quais sao as esferas essenciais para uma vida saudável da criança? FAMÍLIA,</p><p>PRESENÇA DE QUALIDADE, ATIVIDADES AO AR LIVRE E ROTINAS SAUDÁVEIS.</p><p>Página de 13 57</p><p>Semiologia da criança e do adolescente - 5P 2023.2 Maria Clara Noel - MED 60 FMP</p><p>Aula 8 - Parasitoses:</p><p>Ascaridíase:</p><p>1. Qual o agente etiológico? Ascaris lumbricoides (HELMINTO)</p><p>2. Qual o reservatório? Homem (intestino delgado)</p><p>3. Qual o modo de transmissão? Ingestão de ovos infectastes do parasita, procedentes do</p><p>solo, água ou alimentos contaminados.</p><p>4. Quais são as manifestações clínicas? Habitualmente não causa sintomatologia. Mas em</p><p>virtude do ciclo pulmonar da larva alguns paciente apresentam pneumonite larvária</p><p>tendo febre, tosse, expectoração, dispneia, eosinofilia periférica moderada ou intensa</p><p>(síndrome de Loeffler).</p><p>5. O que pode ser encontrado no escarro? Cristais de Chart-Leyden e eosinófilos, o que</p><p>cursa com eosinofilia importante em sangue periférico.</p><p>6. O que o paciente cronicamente acometido e desnutrido pode apresentar? SUB-OCLUSÃO</p><p>OU OBSTRUÇÃO INTESTINAL - Cólicas, distensão abdominal, anorexia, vômitos biliosos,</p><p>desidratação e as vezes diarreia no inicio do quadro. Além da eliminação de lombrigas</p><p>pela boca, narinas ou ânus.</p><p>7. Para onde o ascaris pode migrar? Apendicite, pancreatite hemorrágica, colestase,</p><p>abcesso hepático, asfixia.</p><p>Giardíase:</p><p>1. Qual o agente etiológico? Giárdia lamblia (PROTOZOÁRIO)</p><p>2. Onde se aloja? Duodeno e jejuno (intestino delgado)</p><p>3. Qual o modo de transmissão? Fecal-oral (água não potável e alimentos contaminados</p><p>com cistos). Dissemina-se facilmente entre crianças de creche ou de abrigo.</p><p>4. Qual o ciclo evolutivo? A forma infectante é o OVO. O hospedeiro ingere o cisto que chega</p><p>no intestino e sofre uma divisão binaria, ele se divide em 3 trofozoitos, que são a forma</p><p>ativa da giárdia. Ele é móvel, flagelado e vive na luz do intestino delgado.</p><p>5. Quais sao as manifestações clinicas? Habitualmente assintomática. Quando tem</p><p>sintomas, o quadro pode ser autolimitando ou arrastado por semanas ou meses. Pode</p><p>manifestar como náuseas, vomito, distensão abdominal, dor abdominal, flatulência e</p><p>anorexia. Além de perda de peso, diarreia gordurosa ou constipação, retardo no</p><p>crescimento (semelhante a síndrome de má absorção).</p><p>6. Quais são as medidas de controle? Higienização das mãos após evacuar e ao manuseio</p><p>de alimentos, lavagem de frutas e vegetais antes do consumo, saneamento básico e</p><p>tratamento da água potável. Nas creches deve ser feito saneamento adequado e</p><p>cuidados com higienização das mãos com água e sabão pela equipe e pelas crianças,</p><p>especialmente no uso do banheiro ou no manuseio de fraldas sujas.</p><p>7. O que deve ser feito em casos de surtos escolares por giárdia? Avisar ao serviço de</p><p>vigilância epidemiológica, afastar crianças infectadas até que a frequência de</p><p>evacuações não seja superior a 2x a frequência normal da criança, desinfectar o</p><p>ambiente com peróxido de hidrogênio.</p><p>Ancilostomíase “Amarelão”:</p><p>1. Qual o agente etiológico? Ancylostoma duodenale, Necator americanus (NEMATÓDEO)</p><p>2. Qual o modo de transmissão? Penetração na pele integra ou ingestão da larva</p><p>3. Qual o ciclo evolutivo? Depois que penetra na pele integra, chega na corrente sanguínea,</p><p>onde pode migrar para o coração e pulmão (pode causar síndrome de Loeffler). Após ser</p><p>deglutido vai chegar ao intestino, onde vai formar sua forma adulta, que libera os ovos,</p><p>que serão eliminados nas fezes. No intestino delgado, origina o verme adulto -</p><p>transcorrem 35 a 60 dias desde a infecção até o início da eliminação de ovos nas fezes</p><p>do hospedeiro. Vivem no intestino de 1 a 10 anos. Pode haver infestação direta, sem</p><p>ciclo pulmonar, a partir da ingestão da larva L3.</p><p>4. Quais são as manifestações clínicas? Sao infecções leves, podendo apresentar-se</p><p>assintomática. Pode-se ter dermatite larvária (prurido, edema, erupção</p><p>papulovesicular), pneumonite larvária (menos intensa do que na infecção por ascaris) e</p><p>parasitismo intestinal. Pode levar a anemia ferropriva.</p><p>Página de 14 57</p><p>Semiologia da criança e do adolescente - 5P 2023.2 Maria Clara Noel - MED 60 FMP</p><p>Oxiuríase:</p><p>1. Qual o agente etiológico? Enterobius vermiculares</p><p>2. Qual a patogenia? Ficam no ceco e reto. As fêmeas gravidas migram a noite para as</p><p>regiões perianais e depositam ovos.</p><p>3. Qual o modo de transmissão? Forma direta (ingestão de ovos em unhas, roupas, roupas</p><p>de cama ou poeira domiciliar) ou forma indireta (contaminação de água e alimentos por</p><p>pessoas infectadas)</p><p>4. Quais as manifestações clinicas? Prurido principalmente noturno e sono inquieto,</p><p>inflamação da região anal, vulvovaginite secundária, eosinofilia ausente.</p><p>Tricuríase ou Trichuris Trichiura:</p><p>1. Qual o agente etiológico? Trichuris trichiura (VERME FILIFORME)</p><p>2. Qual a patogenia? Ovos rompem no intestino delgado e as larvas se fixam nos vilos</p><p>intestinais do ceco e cólon.</p><p>3. Qual o modo de transmissão? Fecal-oral (ingestão de ovos em água, alimentos ou solo</p><p>contaminado)</p><p>4. Quais as manifestações clinicas? Maioria assintomático. Pode-se ter diarreia crônica</p><p>(com ou sem muco ou sangue), distensão abdominal, náuseas, perda de peso,</p><p>flatulências, anemia, prolapso retal, déficits cognitivos e do crescimento, e eosinofilia</p><p>ausente.</p><p>Amebíase:</p><p>1. Qual o agente etiológico? Entamoeba Histolytica</p><p>2. Qual a patogenia? Adere a mucosa colôniaca e causa destruição celular. Multiplica-se e</p><p>dissemina lateralmente, produzindo lesões em forma de botão de camisa. Comumente</p><p>atinge cólon e ceco, podendo comprometer fígado.</p><p>3. Qual o modo de transmissão? Ingestão de cistos por agua e alimentos contaminados</p><p>4. Quais as manifestações clinicas? Maioria assintomáticos por longo tempo. Pode-se ter</p><p>colite amebiano com inicio gradual, cólicas, diarreia com tenesmo, fezes sanguinolentas</p><p>com muco, raramente tem febre, mais comum em crianças de 1-5 anos. Ou disenteria</p><p>amebiano com inicio abrupto de febre, calafrios e diarreia mucossanguinolennta.</p><p>Considerações finais de prevenção:</p><p>1. Saneamento básico!</p><p>2. Educação sanitária!</p><p>3. Orientações de higiene: lavar alimento antes de manipulá-los e consumo, beber água</p><p>filtrada ou fervidas, unhas cortadas, evitar levá-las à boca e lavar as mãos antes das</p><p>refeições e após ir ao banheiro!</p><p>4. Não andar com os pés descalços!</p><p>5. Não comer carne suína e/ou bovina crua ou mal cozida!</p><p>6. Carne congelada elimina a larva!</p><p>7. Uso profilático de antiparasitário!</p><p>8. Cloração não elimina cistos de protozoários!</p><p>Página de 15 57</p><p>Semiologia da criança e do adolescente - 5P 2023.2 Maria Clara Noel - MED 60 FMP</p><p>Aula 9 - Semiologia do aparelho respiratório em pediatria:</p><p>1. Quais são as particularidades anatomofisiológicas das crianças? As crianças tem um</p><p>pequeno diâmetro das vias aéreas (maior tendência a obstrução), tem funções</p><p>musculares, intercostal e diafragmática menos maduras (favorecendo a exaustão),</p><p>diafragma mais horizontalizado, maior frequência respiratória e maior susceptibilidade</p><p>à fadiga, menor concentração de fibras do tipo I, com predomínio das fibras estriadas do</p><p>tipo II, incoordenação toraco-abdominal durante o sono REM, prejudicando a higiene</p><p>(filtração) brônquica, sistema imunológico em desenvolvimento (favorecendo</p><p>infecções).</p><p>2. Quais as modificações do formato do tórax com o crescimento? RN tem tórax em</p><p>formato redondo. A partir dos 12 meses as costelas tornam-se oblíquas e se dirigem</p><p>para baixo e para a frente. A partir dos 7 anos tem formato semelhante ao do adulto.</p><p>Formatos atípicos do tórax:</p><p>1. Como é um tórax infundibuliforme (pectus excavatum- peito de sapateiro)? Depressão</p><p>mais ou menos acentuada ao nível do terço inferior do esterno. Geralmente é congênito</p><p>(raquitismo) e sem repercussões clinicas importantes.</p><p>2. Como é um tórax cariniforme (peito de pombo)? Saliência ao nível do esterno, formando</p><p>“peito de pombo”. Aparece nos casos de raquitismo e em alguns casos de asma grave.</p><p>3. Como é um tórax em sino/ funil ou pectus excavatum? Porção inferior do tórax alarga-</p><p>se como a boca de um sino. Aparece nos casos de raquitismo e obstrução respiratória</p><p>superior crônica.</p><p>4. Como é um tórax em tonel? Costelas ficam horizontalizadas e o tórax arredondado.</p><p>Ocorre em doenças pulmonares crônicas como asma e fibrose cística.</p><p>5. Como é um tórax cifotico? Encurvamento posterior da coluna torácica. Ocorre em</p><p>obstrução respiratória inferior grave.</p><p>Alterações da simetria torácica:</p><p>1. Quais estruturas são simétricas na caixa torácica? Costelas, escápula, clavículas,</p><p>cintura escapular, hemitórax direito e esquerdo.</p><p>2. O que é o rosáreo raquítico? Espessamento na junção osteo cartilaginosa formando</p><p>nódulos largos e achatados.</p><p>Página de 16 57</p><p>Semiologia da criança e do adolescente - 5P 2023.2 Maria Clara Noel - MED 60 FMP</p><p>3. O que pode ser um abaulamento? Derrame pleural volumoso ou enfisema obstrutivo.</p><p>4. O que pode ser uma retração? Casos de atelectasia unilaterais.</p><p>5. O que pode ser uma expansibilidade torácica diminuída ou ausente? Obstrução de vias</p><p>aéreas, pneumotórax, hemotórax, pleurites, derrame pleural, aspiração de corpo</p><p>estranho e afeiçoes do parênquima pulmonar.</p><p>Respiração:</p><p>1. Qual tipo respiratório é predominante no RN? Nasal.</p><p>2. Qual tipo respiratorio é predominante no lactente? Abdominal.</p><p>3. Qual tipo respiratório é predominante em crianças entre 3 e 7 anos? Toraco-abdominal.</p><p>4. Qual tipo respiratório é predominante em crianças a partir de 7 anos? Torácica</p><p>(semelhantes ao adulto).</p><p>5. Qual o valor da frequência respiratória normal pro RN? 30-60 irpm</p><p>6. Qual o valor da frequência resp. normal pro lactente (< 1 ano)? 25-35 irpm</p><p>7. Qual o valor da frequência resp. normal para crianças pequenas (1-3 anos)? 20-30 irpm</p><p>8. Qual o valor da frequência resp. normal para pré-escolares (4-5 anos)? 20-15 irpm</p><p>9. Qual o valor da frequência resp. normal para escolares (6-10 anos)? 18-20 irpm</p><p>10. Qual o valor da frequência resp. normal para adolescentes (> 10 anos)? 12-16irpm</p><p>11. Quais são possíveis causas de uma taquipneia? Estados febris, infecções, ansiedade e IC.</p><p>12. Quais são possíveis causas de uma bradipneia? Lesão do SNC, hipotermia ou uso de</p><p>medicações depressoras do SNC.</p><p>13. Quais são possíveis causas de apneia?</p><p>• Central (ausência de atividade muscular inspiratória, não há esforço nem tentativa de</p><p>respiração. Ocorre por anormalidades ou depressão do SNC. Apneia de causa central</p><p>por prematuridade; usa-se cafeina!);</p><p>• Obstrutiva (atividade da musculatura acessória mas sem fluxo de ar. Ocorre por</p><p>grande quantidade de secreção em vias aéreas em RN e lactentes.);</p><p>• Mista.</p><p>14. Taquipneia + esforço respiratório aponta o que? 1o sinal de alteração resp. nos lactentes</p><p>15. Taquipneia sem esforço respiratório aponta o que? Condições não pulmonares ou da</p><p>resposta fisiológica ao estresse (febre alta, dor, acidose metabólica leve associada a</p><p>desidratação ou sepse)</p><p>Dispneia:</p><p>1. Quais as características da dispneia em crianças? Se exterioriza quando há um aumento</p><p>de 4 a 5 vezes da ventilação, com relação ao nível de repouso ou em atividade basal.</p><p>Começa de baixo pra cima. Uso da musculatura acessória.</p><p>2. Quais as causas de dispneia em crianças? Aumento de resistência das vias aéreas,</p><p>diminuição da elasticidade pulmonar (complacência), aumento do trabalho respiratório.</p><p>Sendo que frequentemente ocorre pela combinação desses fatores.</p><p>3. Quais as alterações do esforço respiratório na dispneia em crianças?</p><p>Batimento de asas</p><p>do nariz, respiração torácica e balanço da cabeça.</p><p>Palpação:</p><p>1. O que iremos avaliar na palpação do tórax em crianças? Sensibilidade, expansibilidade e</p><p>elasticidade do tórax, das vibrações ou frêmitos dependentes da voz e alterações</p><p>pulmonares. Além de pesquisar por atrofias musculares, edema, enfisema subcutâneo e</p><p>gânglios.</p><p>2. O que reflete uma superfície aumentada de tórax? Aumento da massa pulmonar como</p><p>em pneumonias e consolidação pulmonar.</p><p>3. O que refere uma superfície diminuída de tórax? Depende dos meios heterogêneos</p><p>interpostos a condução. Podendo ser atelectasias, derrame pleural, obesidade e</p><p>anasarca.</p><p>Página de 17 57</p><p>Semiologia da criança e do adolescente - 5P 2023.2 Maria Clara Noel - MED 60 FMP</p><p>Percussão:</p><p>1. O que iremos avaliar na percussão do tórax? Vibrações dos tecidos, permitindo obter</p><p>sons normais ou patológicos.</p><p>2. Quais os sons possivelmente detectados na percussão de tórax? Som claro e atimpânico</p><p>(normal, mais bem percebido na porção anterior do toras), submacicez (consolidação do</p><p>parênquima pulmonar, aparece em pneumonias, infiltrações e atelectasias), macicez</p><p>(derrame pleural, pneumotórax hipertensivo e atelectasia) e timpanismo</p><p>(pneumotórax não hipertensivo).</p><p>Ausculta pulmonar:</p><p>1. O que iremos avaliar na ausculta pulmonar? Ruídos normais e anormais do aparelho</p><p>respiratório durante as fases inspiraria e expiratória, articulação das palavras, choro e</p><p>tosse.</p><p>2. Quais sons fisiológicos podemos auscultar? Som traqueal (inspiratório e expiratório -</p><p>região cervical), som broncovesicular (menos rude que o traqueal e mais áspero que o</p><p>murmúrio vesicular - supra escapular, região interescapulovertebrais) e murmúrio</p><p>vesicular (na criança é mais forte e ouvido com tonalidade mais alta - região cervical)</p><p>3. Quais ruídos anormais podemos auscultar? Contínuos (roncos e sibilos), descontinuo</p><p>(finos ou crepitantes e grossos ou bolhas), sopro tubário, atrito pleural, roncos de</p><p>transmissão</p><p>4. Quais os diagnósticos diferenciais para sibilos? Manifestações pulmonares da DRGE</p><p>(sibilos), aspiração de corpo estranho (sibilo inspiratório - pré escolares, sibilância</p><p>localizada) e IC (dispneia, sibilos)</p><p>5. Qual o sibilo mais comum na pediatria? Inspiratório. Deve-se avaliar a presença de</p><p>corpo estranho para diagnóstico diferencial.</p><p>Alterações da voz escutada:</p><p>1. O que são gemidos ou gerências? Som curto e grave durante a expiração. Reflete a</p><p>tentativa de aumentar a capacidade residual funcional, através do fechamento parcial</p><p>da glote na expiração. Sinal típico de dificuldade respiratória grave. A mãe</p><p>normalmente acha que é um choro mas não é. Esse gemido vem junto com os sinais de</p><p>insuficiência respiratória.</p><p>2. O que é estridor ou cornagem? Som áspero e alto, mais comum durante a inspiração.</p><p>Sinaliza obstrução de vias aéreas superiores e pode ser sinal de obstrução crítica que</p><p>requer obstrução imediata. Tem como causa obstrução por corpo estranho, infecção,</p><p>edema de vias aéreas superiores secundário a reações alérgicas ou trauma ou laringe ou</p><p>edema de glote</p><p>Página de 18 57</p><p>Semiologia da criança e do adolescente - 5P 2023.2 Maria Clara Noel - MED 60 FMP</p><p>Aula 10 - Pneumonias na infância:</p><p>1. Quais são os fatores de risco para as pneumonias na infância? Desnutrição, aglomerados</p><p>urbanos, má condição sanitária e de higiene, baixa idade, baixo peso ao nascer, creche,</p><p>sibilância recorrente, ausência de aleitamento materno, vacinação incompleta.</p><p>2. Qual a apresentação clínica da pneumonia? Febre, tosse, taquipneia e dispneia.</p><p>3. Qual é o principal achado fisico para marcar pneumonia? TAQUIPNEIA.</p><p>4. Na ausência de sibilância a taquipneia define o caso como pneumonia? SIM.</p><p>5. Se tiver sibilância o que fazemos? Vamos tratar com broncodilatador primeiro, para</p><p>avaliar bronquiolite e outras coisas, se mesmo assim persistir ai sim podemos iniciar o</p><p>tratamento para pneumonia.</p><p>6. Qual a classificação para pneumonia muito grave em crianças entre 2 meses e 5 anos?</p><p>Cianose central, dificuldade respiratória grave e incapacidade de beber.</p><p>7. Qual o tratamento para pneumonia muito grave? Internação em UTI.</p><p>8. Qual a classificação para pneumonia grave em crianças entre 2 meses e 5 anos?</p><p>Tiragem subcostal e/ou frequência respiratória maior ou igual a 60irpm em menores de</p><p>2 meses.</p><p>9. Qual o tratamento para pneumonia grave? Internação e iniciar antibióticos venosos.</p><p>10. Qual a classificação para pneumonia em crianças entre 2 meses e 5 anos? Respiração</p><p>rápida (maior ou igual a 50irpm para crianças de 2 meses a 1 ano e maior ou igual a</p><p>40irpm em crianças de 1 ano a 4 anos) e/ou estertores crepitantes.</p><p>11. Qual o tratamento para pneumonia? Tratamento ambulatorial e reavaliar em 48hrs.</p><p>12. Quando não será pneumonia? Quando não tiver nenhum dos sinais.</p><p>13. Quando deve ser feita a investigação radiológica? Sempre que houver condições.</p><p>14. Como identificamos pneumonia bacteriana (PAC)? Infiltrado alveolar, consolidação,</p><p>atelectasia, derrame pleural e pneumatocele.</p><p>15. Como identificamos pneumonia viral? Infiltrado intersticial, espessamento</p><p>peribrônquico, hiperaeração e atelectasia.</p><p>16. Qual os principais agentes etiológicos para crianças entre 2 meses e 5 anos?</p><p>STREPTOCOCCUS PNEUMONIAE, Haemophilus influenza, staphylococcus aureus</p><p>17. Qual os principais agentes etiologicos para crianças maiores de 5 anos? As 3 acima +</p><p>Mycoplasma pneumonia e Chlamydia pneumoniae.</p><p>Página de 19 57</p><p>Semiologia da criança e do adolescente - 5P 2023.2 Maria Clara Noel - MED 60 FMP</p><p>Aula 11 - Bronquiolite Viral Aguda:</p><p>1. Quais são as características da Bronquiolite viral aguda? Doença grave das vias aéreas</p><p>inferiores mais frequentes em lactentes (<15 meses), caracterizada pela obstrução</p><p>inflamatória dos brônquiolos. Ocorre geralmente nos meses de inverno e início da</p><p>primavera, principalmente nas regiões de clima frio. Nos casos mais graves determina</p><p>importante morbo-mortalidade, principalmente nos países em desenvolvimento.</p><p>2. Qual os principais vírus da etiologia da bronquiolite viral aguda? Vírus Sincicial</p><p>Respiratório (75%), Parainfluenza 1, 2 e 3 (25-50%), Adenovírus, Influenza, Rinovírus.</p><p>3. O que leva a internação? Hipoxemia (falta de O2).</p><p>4. Qual o pico de incidência? 2 a 6 meses.</p><p>5. Qual o período de incubação? 2 a 8 dias.</p><p>6. Quais os fatores de risco para maior gravide da doença? Idade menor que 2 meses,</p><p>prematuridade, displasia broncopulmonar, cardiopatias congênitas, imunodeficiências e</p><p>fibrose cística.</p><p>7. Qual a fisiopatologia? Edema + produção de muco + acúmulo local de fibrina e de restos</p><p>celulares > fenômenos obstrutivos das pequenas vias aéreas.</p><p>8. Qual o quadro clinico? Incialmente febre, coriza e tosse. Após 2-3 dias, nota-se tosse</p><p>mais intensa, taquidispneia e sibilância. Crianças menores que 1 ano, principalmente</p><p>pré maturos, podem apresentar apneias. A doença tem curso variado e geralmente há</p><p>melhora do esforço respiratório dentro de 2-5 dias e a sibilância pode persistir por 1</p><p>semana. Uma dessaturação leve (93 a 95%) pode persistir por algumas semanas.</p><p>9. Quais os possíveis exames complementares? Saturação de O2 (avaliar hipoxemia) e raio</p><p>x de tórax (hiperinsuflação pulmonar).</p><p>10. Como é feito o diagnóstico? Essencialmente clínico, feito através da historia e evolução</p><p>típica nos lactentes.</p><p>11. Quais doenças agudas são diagnóstico diferencial? Coqueluche, pneumonia viral,</p><p>aspiração de corpo estranho, síndrome aspirativas e IC.</p><p>12. Quais doenças crônicas são diagnóstico diferencial? Asma, fibrose cística, malformações</p><p>das vias aéreas, tuberculose e RGE.</p><p>13. Como é feito o tratamento? A maioria das crianças pode ser tratada em casa. O</p><p>tratamento é de suporte. Os casos graves que necessitam de</p><p>hospitalização, são tratados</p><p>com suporte hidroeletrolítico. Ventilação mecânica é necessária nos quadros de</p><p>obstrução progressiva das VAS. Os broncodilatadores são usados empiricamente de</p><p>forma controversa. Pode-se usar Ribavirina. Não há evidência da eficácia do corticoide</p><p>na bronquiolite.</p><p>14. Quais as complicações? Bronquiolite obliterante, hiperreatividade pós-viral.</p><p>15. Qual a profilaxia? Uso de IgS ou Palivizumab, que são administrados nos meses de maior</p><p>incidência da doença, reduzindo cerca de 50% a incidência de doença severa e de</p><p>hospitalização.</p><p>Página de 20 57</p><p>Semiologia da criança e do adolescente - 5P 2023.2 Maria Clara Noel - MED 60 FMP</p><p>Aula 12 - 1000 dias de ouro:</p><p>1. O que diz respeito o conceito de “1000 dias de ouro”? Período da gestação (270 dias) +</p><p>primeiro ano de vida (365) + segundo ano de vida (365).</p><p>2. Qual a principal causa de morte entre os adultos jovens? Infarto.</p><p>3. O que diz a teoria de Barcker sobre a teoria de Programming? O conceito de</p><p>Programming surgiu após a compreensão da relação da desnutrição precoce com o</p><p>crescimento e posteriormente do baixo peso ao nascer com o desenvolvimento de</p><p>doenças do adulto. Isso foi entendido e explicado pela Teoria de Barcker. Compreende-se</p><p>que doenças como DM II, HAS, coronariopatias e obesidade estão fortemente</p><p>relacionadas com um inadequado crescimento intrauterino. Também, estabelece-se um</p><p>elo entre questões que afetam a gravidez (tabagismo, álcool, drogas) e deficiências</p><p>futuras.</p><p>4. Qual cuidado deve-se ter a respeito de crianças PIG? É preciso compreender e aceitar a</p><p>existência do baixo peso, sem oferecer além do que se precisa. Ou seja, caso haja o AM</p><p>exclusivo, não se deve complementar a fim de acelerar o ganho ponderal, informando a</p><p>necessidade de paciência com o ganho de peso desse PIG. O ganho ponderal exacerbado</p><p>nos primeiros anos de vida em caso de nascimento abaixo do peso relaciona-se em</p><p>grande tom a problemas futuros (Diabetes Mellitus, HAS e doenças cardiovasculares). É</p><p>preciso que se mantenha a curva de crescimento, esperando um menor peso, mas</p><p>dentro de um padrão saudável de alimentação. A fuga ao padrão promove desregulações</p><p>metabólicas e hormonais - acelerando a maturação e o início da puberdade.</p><p>5. Quais são os princípios importantes nos primeiros 1000 dias? Nutrição (fundamental</p><p>haver dieta equilibrada da mãe no decorrer da gravidez e aleitamento materno</p><p>exclusivo de livre demanda até o sexto mês de vida), afeto/cuidado (carinho, afeto e</p><p>contato fisico são fundamentais para fortalecer vínculos entre pais e filhos) e estímulo</p><p>(brincar deve ser considerado como uma das atividades mais importantes da crianças,</p><p>desde o nascimento).</p><p>6. Quais são as correlações para o desenvolvimento de obesidade? Interrupção do AME,</p><p>refrigerantes antes de 13 meses, doces antes de 16 meses, GIG (obesidade aos 7 anos),</p><p>PIG (obesidade aos 12 meses) e IMC aumentado aos 6 meses (obesidade aos 3 anos).</p><p>7. Quais são as correlações para o desenvolvimento de diabetes e doença cardiovascular?</p><p>Baixo peso ao nascer, catch-up elevado, velocidade de crescimento aumentada entre 3 e</p><p>7 anos, diminuição da velocidade de crescimento de 0-5 anos e aumento após os 5 anos.</p><p>Página de 21 57</p><p>Semiologia da criança e do adolescente - 5P 2023.2 Maria Clara Noel - MED 60 FMP</p><p>Aula 13 - Alimentação no primeiro ano de vida:</p><p>1. Quando a alimentação é considerada adequada? Quando promove satisfatória elevação</p><p>pondero estatural, assegura condições fisiológicas, fornece nutrientes</p><p>imunomoduladores, sacia a fome, proporciona bem estar e alegria.</p><p>2. Aos 6 meses o que se espera do bebê? Tolerância gastrointestinal. Capacidade de</p><p>metabolizar nutrientes, adaptação física e fisiológica, alimentação mais consistente e</p><p>variada - introdução da colher, alimentação pastosa.</p><p>3. Aos 8 meses o que se espera do bebê? Flexibilidade da língua. Mastigação e deglutição de</p><p>alimentos mais sólidos e porções maiores (ex: batata cozida)</p><p>4. De 9-12 meses o que se espera do bebê? Habilidades manuais - beber no corpo, utilizar</p><p>as 2 mãos. Alimentos preparados para a família com pequenas adaptações.</p><p>- Para bebes prematuros iremos fazer a correção da idade para avaliar a maturação</p><p>fisiológica. Por exemplo, se o bebe nasceu com 7 meses, aos 8 meses de idade você ira</p><p>avaliar sua maturação fisiológica como a de uma criança de 6 meses.</p><p>5. Qual a composição do leite materno?</p><p>• Proteína - 70% soro e 30% caseína</p><p>• Carboidratos - lactose</p><p>• Lipídeos - LCT</p><p>• IgA secretora - leucócitos</p><p>• Oligossacarídeos - Lisozima</p><p>• Lactoferrina - interferon</p><p>• Nucleotídeos - citocinas</p><p>6. O que se deve fazer na impossibilidade da amamentação ao seio? Utilizar formula de</p><p>partida antes do 6 mês de vida e utilizar formula de seguimento a partir do 6 mês.</p><p>7. Qual deve ser o intervalo entre as mamadas? Primeiro trimestre: 3/3 hrs e segundo</p><p>trimestre: 4/4 hrs.</p><p>8. Quais as desvantagens do leite de vaca? Carga soluto renal aumentada; Alterações</p><p>hormonais - resistência à insulina (50% mais risco para DM); Alérgeno mais comum;</p><p>Constipação intestinal; RGE; Menos biodisponibilidade de Ca e Fe; Perda de sangue nas</p><p>fezes; Baixa de imunidade; Mucogênico - ↑incidência de doenças inflamatórias</p><p>intestinais e Colesterol.</p><p>9. O que deve se oferecer ao bebé no 6 mês? Frutas (raspada, amassada, com cereal)</p><p>10. O que se deve oferecer ao bebe entre o 6o e 7o mês? Primeira papa, ovo, peixe (1 a 2x/</p><p>dia ou se não estiver em LM 5x)</p><p>11. O que se deve oferecer ao bebe entre o 7o e 8o mês? segunda papa</p><p>12. O que se deve oferecer ao bebe entre o 9o e o 11o mês? gradativamente passar para a</p><p>consistência da comida da família. 5 vezes ao dia + LM</p><p>13. O que se deve oferecer ao bebe no 12o mês? comida da família. 5x/dia</p><p>- Garantir que receba: Cereais, leguminosas, carnes, ovos, frango, peixe, vísceras, frutas e</p><p>verduras.</p><p>Página de 22 57</p><p>Semiologia da criança e do adolescente - 5P 2023.2 Maria Clara Noel - MED 60 FMP</p><p>- 6 a 8 meses - 200Kcal/dia</p><p>- 9 a 11 meses – 300 Kcal/dia</p><p>- 12 a 23 meses – 550 Kcal/dia</p><p>Dez passos para uma alimentação saudável:</p><p>- Passo 1. Dar somente leite materno até seis meses, sem oferecer água, chás ou quaisquer</p><p>outros alimentos.</p><p>- Passo 2. A partir dos seis meses, introduzir de forma lenta e gradual outros alimentos,</p><p>mantendo o leite materno até os dois anos de idade ou mais.</p><p>- Passo 3. Após os seis meses, dar alimentos complementares (cereais, tubérculos, carnes,</p><p>leguminosas, frutas, legumes), três vezes ao dia, se a criança receber leite materno, e</p><p>cinco vezes ao dia, se estiver desmamada.</p><p>- Passo 4. A alimentação complementar deverá ser oferecida sem rigidez de horários,</p><p>respeitando-se sempre a vontade da criança.</p><p>- Passo 5. A alimentação complementar deve ser espessa desde o início e oferecida com</p><p>colher; começar com consistência pastosa (papas/purês) e, gradativamente, aumentar a</p><p>consistência até chegar à alimentação da família.</p><p>- Passo 6. Oferecer à criança diferentes alimentos ao dia. Uma alimentação variada é,</p><p>também, uma alimentação colorida.</p><p>- Passo 7. Estimular o consumo diário de frutas, verduras e legumes nas refeições.</p><p>- Passo 8. Evitar açúcar, café, enlatados, frituras, refrigerantes, balas, salgadinhos e</p><p>outras guloseimas nos primeiros anos de vida. Usar sal com moderação.</p><p>- Passo 9. Cuidar da higiene no preparo e manuseio dos alimentos; garantir o seu</p><p>armazenamento e conservação adequados.</p><p>- Passo 10. Estimular a criança doente e convalescente a se alimentar, oferecendo sua</p><p>alimentação habitual e seus alimentos preferidos, respeitando a sua aceitação.</p><p>Página de 23 57</p><p>Semiologia da criança e do adolescente</p><p>- 5P 2023.2 Maria Clara Noel - MED 60 FMP</p><p>Aula 14 - Classificação do RN + um pouco da aula 20:</p><p>1. Quais são os fatores de risco ao nascimento? Residência em área de risco, baixo peso ao</p><p>nascer (<2500g), prematuridade (<37 semanas), asfixia grave (APGAR <5 no quinto</p><p>minuto), necessidade de internação ou intercorrências na maternidade ou em unidade</p><p>de assistência, necessidade de orientações especiais no momento da alta da</p><p>maternidade/ unidade de cuidados do RN, mãe adolescente, mãe com baixa instrução</p><p>(<8 anos de estudo), história de morte de criança com menos de 5 anos na família.</p><p>2. O que o APGAR avalia? Vitalidade do neném ao nascer (respiração, FC, cor da pele,</p><p>tônus muscular e irritabilidade reflexa)</p><p>Perimetro cefalico:</p><p>1. Qual a técnica para medir o PC? Fita métrica passando pela glabela e pelo ponto mais</p><p>saliente do osso occipital.</p><p>2. Com que frequência deve-se medir o PC? Semanalmente em todas as crianças menores</p><p>de 3 anos.</p><p>3. Como iremos interpretar o gráfico? Deve-se estar preferencialmente no percentil 50 ou</p><p>entre 90 e 10 ou z score 0 ou entre 2 ou -2. Se estiver abaixo tem-se microcefalia. Se</p><p>estiver acima tem-se macrocefalia.</p><p>4. Qual valor de PC espera-se que o bebê a termo tenha ao nascer, em media? 34 a 35cm</p><p>5. Quanto o PC cresce? No primeiro trimestre cresce 2cm por mês. No segundo trimestre</p><p>cresce 1cm por mês. No segundo semestre cresce 0,5cm ao mês. Dessa forma, com 1 ano</p><p>espera-se que tenha aumentando em 12cm o perímetro cefálico.</p><p>6. O que é um céfalo-hematoma? Causado por um rompimento dos vasos sanguíneos na</p><p>cabeça do bebê, que pode acontecer quando ele passa pelo canal de parto. Assim, nesse</p><p>momento, os vasos se rompem e há uma saída de sangue. Dessa maneira, acontece um</p><p>abaulamento na região da cabeça. Muito relacionado aos tocotraumatismos.</p><p>7. O que é uma bossa serosanguinolenta? Relacionado ao acúmulo de líquido nesta região.</p><p>O que é transitório, sendo esse líquido reabsorvido.</p><p>Idade gestacional:</p><p>1. Como podemos fazer uma avaliação da possível idade gestacional que o bebe vai nascer?</p><p>Pegamos o primeiro dia da data da última menstruação (DUM) e classificamos a data</p><p>provável do parto (DPP) como o final da 40a semana ou 280 dias. Iremos fazer a regra</p><p>de Naegle que consiste em adicionar na data da DUM 7 dias e somar 9 meses (ou</p><p>diminuir 3).</p><p>- Exemplo: DUM 17/07/2020 - DPP: 24/04/21 e DUM 01/02/2020 - DPP: 08/11/20</p><p>2. Quais exames podem ser feitos durante a gestação para avaliar isso também? Fundo de</p><p>útero e ultrassonografia gestacional (ideal 13 semanas, no máximo ate 20 semanas).</p><p>3. O que é avaliado no método de capurro? Formação do mamilo, textura da pele, forma da</p><p>orelha, tamanho da glândula mamária, sulcos plantares.</p><p>4. O que é avaliado no Ballard? Critérios de maturidade muscular quanto de maturidade</p><p>física.</p><p>5. Quando um bebê é considerado à termo? Entre 37 semanas e 41 semanas e 6 dias.</p><p>6. Quando um bebe é considerado pós-termo? Maior ou igual a 42 semanas.</p><p>7. Quando um bebê é considerado pré-termo? Nascidos até 36 semanas e 6 dias.</p><p>8. pré-termo extremo? Menor que 31 semanas.</p><p>9. Pré-termo tardio? Entre 34 e 36 semanas e 6 dias.</p><p>Peso:</p><p>1. Quando o RN é considerado com peso adequado? 2.500g a 4kg</p><p>2. Quando o RN é considerado macrossômico? Maior que 4kg</p><p>3. Quando o RN é considerado com baixo peso? Menor que 2500g</p><p>4. Muito baixo peso? Menor que 1500g</p><p>5. Extremo baixo peso? Menor que 1000g</p><p>6. Qual a média do peso ideal ao primeiro ano de vida? 3 a 3,5kg.</p><p>Página de 24 57</p><p>Semiologia da criança e do adolescente - 5P 2023.2 Maria Clara Noel - MED 60 FMP</p><p>7. Normalmente o RN perde quanto de peso nos 4 ou 5 primeiros dias? 4 a 8%, podendo</p><p>chegar ate 10%.</p><p>8. Quando é esperado que o RN recupere seu peso? Entre o oitavo e nono dia.</p><p>9. Qual é o ganho de peso do RN esperado no primeiro ano de vida? Primeiro trimestre (18</p><p>a 30g/dia), segundo trimestre (20g/dia) e segundo semestre (10g/dia).</p><p>10. Como é a evolução do peso? O peso ao nascer duplica entre 5/6 meses e triplica aos 12</p><p>meses de vida. Tendo em partida o peso de 1 ano ele irá duplicar aos 5 anos, triplicar</p><p>aos 10 anos, e quadruplicar aos 14 anos.</p><p>AIG, GIG, PIG:</p><p>1. Quando o RN é considerado AIG? Peso ao nascer entre os percentis 10 e 90 ou z-score</p><p>entre -2 e +2</p><p>2. Quando o RN é considerado GIG? Peso ao nascer acima do percentil 90 ou z-score > + 2.</p><p>3. Quando o RN é considerado PIG? Peso ao nascer abaixo do percentil 10 ou z-score < -2.</p><p>4. Quando é considerado PIG simétrico? Perímetro cefálico abaixo do percentil 10 ou z-</p><p>score menor que -2. Ou seja, ele é todo pequenininho e o insulto foi desde o inicio !</p><p>5. Quando é considerado PIG assimétrico? Perímetro cefálico acima do percentil 10 ou z-</p><p>score maior que -2. Insulto no segundo trimestre da gestação.</p><p>PIG:</p><p>1. Quais as características de um RN PIG? Apresentam características físicas e</p><p>comportamentos semelhantes aos RN a termo. Apresentam diminuição da massa</p><p>muscular e tecido adiposo subcutâneo (face enrugada). O cordão umbilical pode ter uma</p><p>aparência fina e pequena.</p><p>2. Quais as possíveis complicações de um PIG? Asfixia perinatal, aspiração de mecônio</p><p>(primeiro cocô), hipoglicemia (menor reserva de glicogênio, então em jejum não</p><p>realiza gliconeogênese), policitemia, hipotermia</p><p>3. Quais sao as possíveis causas de um PIG simétrico? Doenças genéticas e malformações</p><p>congênitas, infecções congênitas no primeiro trimestre (Sifilis, toxoplasmose). Além de</p><p>mãe usuária de drogas ilícitas, tabagismo, álcool, HAS prévia e má nutrição materna.</p><p>4. Quais sao as possíveis causas de um PIG assimétrico? Insuficiência placentária</p><p>envolvendo pequenos vasos sanguíneos ou por gestação múltipla, hipoxemia materna</p><p>crônica causada por doença pulmonar ou cardíaca, má nutrição materna, concepção</p><p>usando tecnologia de reprodução assistida, mãe usuária de drogas ilícitas, tabagismo e/</p><p>ou álcool.</p><p>GIG:</p><p>1. Quais as características de um RN GIG? São pletóricos (hemoglobina alta), apáticos,</p><p>flácidos e podem apresentar sucção debil</p><p>2. Quais as possíveis complicações de um GIG? Tocotraumatismos, asfixia perinatal,</p><p>desconforto respiratório, hipoglicemia (insulina alta então a tendência é fazer</p><p>hipoglicemia), policitemia.</p><p>3. Qual o osso mais fraturado no RN? Clavícula.</p><p>4. Quais os fatores de risco para RN GIG? Obesidade materna, filhos anteriores GIG,</p><p>anomalias ou síndromes genéticas, ganho de peso excessivo durante a gestação,</p><p>diabetes gestacional ou diabetes mal controlada durante a gestação.</p><p>Página de 25 57</p><p>Semiologia da criança e do adolescente - 5P 2023.2 Maria Clara Noel - MED 60 FMP</p><p>Aula 15 - Cuidados de rotina após estabilização do RN e 1a prescrição:</p><p>1. O que se diz sobre a hora de ouro? São os primeiros 60 minutos após o nascimento.</p><p>Dessa forma, deve-se assegurar o contato pele a pele imediato colocando o RN sobre o</p><p>abdômen ou tórax da mae, de bruços e cobri-lo com um coberta seca e aquecida.</p><p>Proceder ao clampeamento do cordão umbilical após cessadas suas pulsações (aprox 1 a</p><p>3 minutos) exceto em mães HIV ou HTLV positivas, estimular o AM na primeira hora de</p><p>vida (exceto em mães HIV ou HTLV positivas) e postergar os procedimentos de rotina</p><p>do RN nessa primeira hora de vida.</p><p>2. Quais são os benefícios da hora de ouro? A mãe vai ter uma liberação mais rápida da</p><p>placenta, melhoram os comportamentos de afeto e vínculo da mãe, diminui a dor pelo</p><p>ingurgitamento mamário, melhora a estabilidade cardiorrespiratória do bebê….</p><p>3. Quais são os cuidados de rotina após estabilização do RN?</p><p>1. Clampeamento do cordão umbilical de 2 a 3cm do anel umbilical (fornece volume</p><p>adequado de sangue e de reservas de ferro no nascimento, melhora reservas de ferro</p><p>até 6 meses de idade, melhora estado hematológico dos 2 aos 4 meses</p>

Mais conteúdos dessa disciplina